• Nenhum resultado encontrado

A importância da atividade física regular como estratégia complementar na promoção de resiliência de idosas e sua importância para suas vidas

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "A importância da atividade física regular como estratégia complementar na promoção de resiliência de idosas e sua importância para suas vidas"

Copied!
71
0
0

Texto

(1)

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA REGULAR COMO ESTRATÉGIA COMPLEMENTAR NA PROMOÇÃO DE RESILIÊNCIA DE IDOSAS E SUA

IMPORTÂNCIA PARA SUAS VIDAS

FRANCISCO EVALDO ORSANO

(2)

FRANCISCO EVALDO ORSANO

IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA REGULAR COMO ESTRATÉGIA COMPLEMENTAR NA PROMOÇÃO DE RESILIÊNCIA DE IDOSAS E SUA

IMPORTÂNCIA PARA SUAS VIDAS

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito para obtenção do Título de Doutor em Ciências da Saúde

Orientador: Profª. Drª. Eulália Maria Chaves Maia

(3)

Catalogação da Publicação na Fonte

Universidade Federal do Rio Grande Norte - UFRN O76i

Orsano, Francisco Evaldo.

A importância da atividade física regular como estratégia complementar na promoção de resiliência de idosas e sua importância para suas vidas / Francisco Evaldo Orsano. – Natal, 2013.

71f. : il.

Orientadora: Profª Drª Eulália Maria Chaves Maia.

Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde. Centro de Ciências da Saúde. Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

1. Atividade Motora – Idosas – Tese. 2. Resiliência psicológica – Tese. 3. Análise de conteúdo – Tese. 4. Mulheres – Tese. I. Maia, Eulália Maria Chaves. II. Título.

RN-UF/BS-CCS CDU: 616-053.9(043.2)

(4)

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde: Profa. Drª. Ivonete Batista de Araújo

(5)

FRANCISCO EVALDO ORSANO

IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA REGULAR COMO ESTRATÉGIA COMPLEMENTAR NA PROMOÇÃO DE RESILIÊNCIA DE IDOSAS E SUA

IMPORTÂNCIA PARA SUAS VIDAS

Aprovada em 30/09/2013

Presidente da Banca Profª. Drª. Eulália Maria Chaves Maia

Membros da Banca: Prof. Dr. João Carlos Alchieri Prof. Dr. Gilson de Vasconcelos Torres

Profª. Drª. Marina de Góes Salvetti Profª. Drª. Cristina Maria de Souza Brito Dias

(6)

DEDICATÓRIA

Compartilho e dedico este estudo àqueles que me apoiaram em todos os instantes.

A Deus, Pai todo poderoso, toda honra e glória. Minha família: Nicole, Monique, Pedro Arthur (filhos) Vânia (esposa), Marina e Brasiliano (meus pais), Lúcia, Excelsa, Isolete, José Carlos, Antônia meus irmão(ãs), e Udelbar e Gilca (sogro e sogra).

(7)

AGRADECIMENTOS

A Deus, por iluminar e abençoar meu caminho, muitas vezes difícil e

misterioso, mas gratificante, apaixonante;

A Profª. Drª. Eulália Maria Chaves Maia, o meu eterno respeito e admiração, pelo seu exemplo como professora, orientadora única, tolerante, sensível, mestra e

amiga. Conhecedora profunda da ciência e da arte da convivência entre as pessoas; Aos Professores e Amigos Rodrigo e Marcelo, por sua sabedoria, dedicação,

experiência, paciência e apoio. Amigos especiais que transmitiram conhecimentos científicos pautados em generosidade e numa perspectiva inserida na abrangência social, harmônica e afetiva;

A Maria Irany Knackfus (Gringa), Humberto Medeiros, e filhos, pela acolhida

calorosa e aconselhamentos;

À Família Sérvio, (Jânio e Raissa) pela acolhida em seu lar nas frequentes

estadas na cidade de Natal, especialmente na santa missa às terças-feiras, muito obrigado;

Aos discentes do curso de Educação Física da UESPI, pela ajuda e atenção na aplicação dos instrumentos desta pesquisa;

Aos amigos Solange, Aurinice, Ivaldo, Helena, Yúla, Marcelo, Patrícia,

Rodrigo, pela disponibilidade, incansável ajuda e imenso carinho. Que Deus

abençoe todos vocês;

Ao Núcleo de Atividade Física - NUTI e as idosas integrantes do programa de atividade física, pelo espaço e apoio, sem as quais não seria possível realizá-lo. Em especial, aos profissionais de Educação Física Mara Jordana, Daiane, Flávia,

Claudia Vieira, Sabrina, Luiza Oliveira, Isabela Góis que colaboraram imensamente

para a realização deste estudo.

À Dra Ivonete Batista de Araújo, pelo apoio, e as Secretárias do Programa,

pelo prestimoso atendimento.

(8)

RESUMO

(9)

resiliência (33%), lazer (15%). E para avaliar a resiliência utilizou-se a Escala de resiliência de Wagnild e Young (1993). Quanto aos níveis de resiliência os resultados demonstraram que todas idosas apresentaram alto nível. Considerando os achados do presente estudo, sugere-se o emprego da atividade física como método de intervenção para melhora da saúde mental e, por conseguinte, da resiliência psicológica na população em questão, uma vez que os resultados apontam que idosas fisicamente ativas apresentam escores de resiliência psicológica superiores àquelas estratificadas como sedentárias. O resultado desse estudo possibilitou também concluir que a importância da atividade física parece estar relacionada, na sua maioria, às características de saúde/prevenção, interação social, autonomia, resiliência, alegria/felicidade e lazer. Além disso, as mulheres do presente estudo apresentaram um alto nível de resiliência quando comparado à tabela normativa.

Palavras Chave: Atividade Física, Resiliência, Análise de Conteúdo, Idosas.

(10)

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CCS CEP FACIME IBGE METS NUTI SPSS TCLE UESPI UFRN

Centro de Ciências da Saúde Comitê de Ética em Pesquisa Faculdade de Ciências Médicas

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Metabolic Equivalents System

Núcleo de Atividade Física

Statistical Package for Social Sciences Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Universidade Estadual do Piauí

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

(11)

SUMÁRIO

DEDICATÓRIA... v

AGRADECIMENTOS... vi

RESUMO... vii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS... viii

1. INTRODUÇÃO... 11

2. JUSTIFICATIVA... 15

3. OBJETIVOS... 16

3.1. Objetivo Geral... 16

3.2. Objetivos Específicos... 16

4. MÉTODOS... 17

4.1. Amostra... 17

4.2. Instrumentos de medida... 18

5. ARTIGOS PRODUZIDOS... 21

5.1. Artigo I... 23

5.2. Artigo II... 38

6. COMENTÁRIOS, CRÍTICAS E SUGESTÕES... 56

REFERÊNCIAS... 60 APÊNDICES... Apêndice 1. Questionário Socioeconômico... Apêndice 2. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido...

63 64 65 ANEXOS... Anexo 1. Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa... Anexo 2. Escala de Resiliência... Anexo 3. Avaliação da Aptidão Física...

68 69 70 71

(12)

11 1. INTRODUÇÃO

Alterações no perfil etário da população mundial vêm ocorrendo de maneira rápida e vertiginosa. Nos anos 50 a população mundial era em torno de 205 milhões de idosos, com idade igual ou superior a 60 anos. Nos anos 2000, este contingente populacional ultrapassou os 605 milhões, sendo que os países mais populosos já possuíam 10 milhões de idosos e 5 países em torno de 20 milhões1. Não diferente desta realidade está o Brasil, que se encontra envelhecendo em um ritmo muito acelerado. Dados revelados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (2010)2 demonstram que em 2000 o percentual era de 5,9%, passou em 2010 para 7,4%, e segundo prognóstico deste instituto será em torno de 20% em 2050. Segundo Sousa e Silver (2008) “a concentração de idosos no grupo de 60 a 69 anos é uma característica do recente processo de envelhecimento brasileiro, diferenciando-se do que vem acontecendo nos países desenvolvidos, em que a concentração é maior no grupo de 80 anos ou mais” (p. 709)3.

No entanto, este aumento não tem sido uniforme entre os sexos como revela estatística do IBGE. Em 2010, havia 96,0 homens para cada 100 mulheres, com resultado de um excedente de 3.941.819 mulheres2. Nota-se que mulheres continuarão tendo uma vantagem na expectativa de vida em relação aos homens. Nicodemo e Godoi (2010)4 chamam esse fenômeno de feminilidade da terceira idade. Além disso, estatísticas apontam que, em média, as mulheres brasileiras vivem sete anos mais que os homens2.

À medida que o tempo passa, as doenças crônicas ganham espaços nesse ciclo da vida5. O acometimento dessas enfermidades afeta a grande maioria dos sistemas e órgãos que pode trazer prejuízos nas atividades do cotidiano do idoso. Sendo assim, essas doenças típicas do envelhecimento podem proporcionar menor autonomia e maior dependência para a execução das atividades da vida diária, além de transtornos psicológicos e menos poder de interação social6, 7.

Mesmo diante de agravos e riscos, o avanço da idade não impede que os indivíduos possam conduzir sua vida de forma autônoma5. Durante o processo de

(13)

12 saudável é atividade física regular. A literatura apontaos possíveis benefícios que a atividade física exerce no processo de envelhecimento8, 9, sendo, muitas vezes,

incontestáveis as certezas que sustentam a prática da atividade física como fundamental para um envelhecimento ativo e saudável10. Estudos revelam que

acontece um controle de doenças crônicas ou minimização das disfunções físicas em idosos ativos comparados com idosos sedentários11.

A adoção de estilo de vida ativo por meio da atividade física pode prolongar também o tempo de vida independente com melhor desempenho das atividades diárias – AVDS12. Dentre os ganhos que a mesma pode proporcionar, destacam-se

a prevenção e o controle de algumas doenças cardiovasculares, obesidade, osteoporose. Também tem sido enfatizada a melhora do autoconceito, da imagem corporal, da autoestima, do estado de humor, prevenção do declínio das funções cognitivas, diminuição do estresse, ansiedade e depressão, bem como um efeito terapêutico no aumento das funções do sistema imunológico, principalmente por reduzir o estresse, entre vários fatores13.

Faz-se necessário também conhecer a relevância que o idoso atribui à atividade física. Diante disso, a forma como o idoso percebe a importância da atividade física pode ser revelada ou declarada por diferentes considerações, como se posiciona diante da realidade da vida, revelando usos acumulados ao longo do tempo. Isso vai depender do modo que a pessoa da terceira idade utiliza esse recurso, que conhecimentos tem a respeito e quais os significados que atribui aos eventos da vida. Para tanto, saber o que pensam e o que desejam para a própria vida é importante para serem definidos programas de intervenção para o atendimento das necessidades deles.

Mesmo diante destes benefícios, o processo de envelhecimento é marcado por muitos fatores durante esse ciclo. Surgem doenças, declínio funcional, aposentadoria, ociosidade, danos, adversidades, situações sociais preocupantes típicas desse processo. A maneira como cada um enfrenta os empecilhos de cada situação é que torna os indivíduos diferentes em atitudes e comportamentos. A capacidade e competência que cada um tem de enfrentar os desafios do cotidiano,

apesar das adversidades ao longo do processo de desenvolvimento, resultando na junção de atributos pessoais e características do meio em que vive tanto na ordem

(14)

13 A despeito dos estudos sobre idosos serem tradicionalmente centrados na doença, distúrbios psicossomáticos e incapacidade, que tantas vezes acompanham o envelhecimento, durante a década passada, esses campos têm recebido atenção cada vez maior para a manutenção do bem-estar e qualidade de vida. Um fator potencial proposto como relevante na manutenção do bem-estar é a resiliência.

Segundo Júnior e Zanini (2011)15 resiliência é a capacidade de superar,

permanecer e ressignificar positivamente as situações adversas. Para Laranjeiras (2007)16 este construto significa adaptação às situações difíceis. Apesar dos estudos sobre resiliência serem realizados na maioria das vezes com crianças e adolescente, nos últimos anos os estudos sobre resiliência vêm sendo estendidos a outras faixas etárias, como a velhice.

A importância desse estudo não está relacionada apenas porque estudiosos do processo de envelhecimento humano têm explorado pouco este objeto. Na verdade trata-se de um tema recente e que pode ser explorado no futuro na perspectiva da investigação sobre a evolução de fundamentação teórica e prática que possam gerar recursos e trazer benefícios com a finalidade de melhorar a qualidade de vida dos idosos17.

Nos últimos anos, tem sido observado por meio da literatura o interesse pelo tema resiliência, o qual tem se constituído como objeto de investigações em vários ramos do saber, e recentemente na área de saúde. Nesse sentido, direcionar estudos ao enfoque psicológico e à atividade física vem sendo explorado como uma nova matriz, à qual além de estar associada aos benefícios físicos à saúde, como melhoria no desempenho cardiovascular e na autoestima, pode influenciar positivamente o bem-estar psicológico18. Outros estudos específicos sobre a

resiliência de idosos posicionam a atividade física como possível fator protetor, quando relacionaram a atividade física e alta resiliência com idosos ativos, em que estes apresentavam maior competência para superar episódios estressantes19.

(15)

14 centros de convivência e demais programas para idosos, quanto em políticas sociais gerais.

(16)

15 2. JUSTIFICATIVA

Na busca por melhores condições de vida, inclusive de saúde, faz-se necessário criar alternativas para que os idosos usufruam seu tempo com qualidade de vida. Como forma de atenuar as perdas provocadas pelo processo de envelhecimento, surge a prática de atividade física regular. Sabe-se dos benefícios da atividade física nesse processo, indicando que esta pode ser de grande contribuição para os fatores físicos20 sociais21, 22 e psicológicos23.

Considera-se que, com o avançar dos anos, o idoso torna-se mais frágil, e suscetível à angústia, sofrimento e desesperança, marcados por declínio funcional, isolamento, depressão e perda da autonomia, sendo um período marcado pelo enfrentamento de grandes dificuldades. Mesmo assim, alguns idosos conseguem ser resignados, aceitar e viver com saúde essa fase do desenvolvimento.

Assim, consideramos essa temática relevante para a área da saúde, especialmente para a Educação Física e a Psicologia, de forma a se refletir sobre o significado das práticas desenvolvidas em grupos de idosas e na repercussão destas sobre bem-estar e a qualidade de vida, tendo como base a prática da atividade física e o efeito desta sobre os fatores de resiliência. Ao mesmo tempo, é pertinente analisar o discurso de mulheres idosas sobre a importância deste tipo de atividade, especialmente por aquelas que estão inseridas em programas específicos. Destaca-se também o fato de na literatura haver poucos artigos que retratem o comportamento dessa população diante da relação entre atividade física e resiliência, e algumas tendências parecerem pouco esclarecidas, tornando-se assim, motivos para explorações científicas. Por meio desta, pode-se ampliar os conhecimentos sobre a importância das atividades físicas como método de intervenção para melhoria da saúde geral e mental. Com isso, pode-se melhorar o planejamento de programas de atividades desenvolvidas, priorizando as ações que estimulem e beneficiem as idosas nas intervenções psicossociais e comportamentais, como, por exemplo, programas de exercícios físicos, além de servir para estudos futuros.

(17)

16 3. OBJETIVOS

3.1. Objetivo Geral

- Analisar a influência da atividade física sobre os níveis de resiliência em

mulheres idosas, bem como conhecer a importância desta atividade para suas

vidas.

3.2. Objetivos Específicos

- Avaliar o nível de resiliência de mulheres idosas, tanto as praticantes de

atividades físicas, como as sedentárias;

- Comparar o desempenho físico entre os grupos de idosas praticantes de

atividades físicas e sedentárias, estratificadas nos níveis de resiliência baixa,

moderada e alta;

- Analisar a percepção de idosas sobre a importância da atividade física e seu

nível de resiliência;

- Verificar se o nível de resiliência de mulheres idosas difere entre as faixas

(18)

17 4. MÉTODO

Amostra

Realizou-se um estudo transversal, descritivo, comparativo, com abordagem quantitativa e com análise qualitativa de conteúdo. Ele foi dividido em duas etapas: o primeiro buscou investigar o efeito da atividade física sobre os fatores de resiliência e comparar o desempenho físico entre as idosas ativas e sedentárias; o segundo procurou investigar a percepção delas sobre a importância da atividade física para suas vidas, seu nível de resiliência.

Para realização do estudo, participaram 230 voluntárias, sendo 115 idosas ativas pertencentes ao Núcleo de Atividade Física – NUTI, entre as 188 idosas matriculadas, da Universidade Estadual do Piauí. Também participaram 115 idosas sedentárias, das 134 participantes de um grupo religioso denominado Legião de Maria, ambos da cidade de Teresina, no estado Piauí. As atividades realizadas no núcleo consistem na orientação da prática de exercícios físicos, palestras, oficinas de conhecimentos, confraternizações e dinâmicas de grupo, com o objetivo de estimular a prática de exercícios físicos. As idosas foram distribuídas em dois grupos: ativas (n=115) participantes de um programa de atividade física orientada para idosas com período de prática igual ou superior a dois anos. O programa teve prática orientada de natureza aeróbica, bem como de força, de flexibilidade e de equilíbrio, com duração de 50 minutos, sendo realizado diariamente. As sedentárias (115) são participantes do grupo Legião de Maria e se reúnem todas as segundas-feiras e sextas-segundas-feiras para um momento de oração e santa missa.

Para participar do estudo, os critérios de inclusão foram: possuir idade igual ou superior a 60 anos; não possuir nenhuma desordem osteomioarticular que impossibilitasse a realização dos testes físicos e, para o grupo de idosas fisicamente ativas, que a frequência fosse de, no mínimo, três vezes por semana com período de prática igual ou maior que dois anos. Tal cuidado foi tomado para garantir que as idosas que compuseram o grupo das fisicamente ativas atingissem o tempo mínimo

necessário (150 minutos por semana) de atividade física moderada a vigorosa (≥ 3

(19)

18 A seleção da amostra foi intencional e de conveniência, baseou-se na obtenção de informações sobre idosas com capacidade, lucidez mínima para responder os instrumentos e capacidade de verbalização. A presente pesquisa atendeu todas as exigências do Conselho Nacional de Saúde de acordo com a resolução nº 196/96 para pesquisa com seres humanos. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Piauí (protocolo n.º 204/07). Todas as participantes foram informadas do objetivo do estudo e instruídas a não realizar exercícios físicos e a não ingerir bebidas alcoólicas e cafeína durante as 24 horas que antecederam os procedimentos experimentais. Após terem sido informadas sobre os riscos e benefícios do estudo e terem assinadas o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) foram aplicados os procedimentos experimentais.

Instrumentos de medida

O perfil socioeconômico dos participantes foi determinado por um questionário estruturado, construído pelos pesquisadores deste estudo, composto de duas partes: a primeira parte constou de dados sociodemográficos (idade, estado civil, renda mensal e escolaridade, etc.) e a segunda parte constituiu-se de uma pergunta sobre a importância da atividade física em suas vidas. Para esta questão aberta foi utilizada a Análise de Conteúdo proposto por Bardin, (2009)26, em que foi realizada uma leitura genérica e exaustiva das respostas das idosas, cumprindo três etapas: pré-análise, exploração do material e tratamento dos resultados, inferência e interpretação. As palavras foram selecionadas e organizadas por meio de um processo em nível semântico com palavras idênticas ou sinônimas. Em seguida, foi realizada a análise da comissão de juízes sendo composta por três profissionais (Psicólogo, profissional de Educação Física e Fisioterapeuta), os quais realizaram o método de definição de categorias.

Avaliação da aptidão física

A amostra foi submetida ainda aos testes de aptidão física, sendo avaliada por meio da bateria de testes desenvolvida por Rikli e Jones (1999)27.

Resistência muscular de membros superiores (RMS)

(20)

19 instruídas a sentar em uma cadeira sem encosto lateral e segurar um halter (2 kg) com o membro superior dominante. Na sequência, deveriam realizar o movimento completo de flexão/extensão do cotovelo corretamente o mais rápido possível durante 30 s, a pontuação foi obtida pelo o número total de execuções corretas nesse intervalo.

Resistência muscular dos membros inferiores (RMI)

A RMI foi avaliado mediante a realização do teste sentar e levantar da cadeira em 30 s. Com um dos pés ligeiramente avançado em relação ao outro para ajudar a manter o equilíbrio. Os membros superiores cruzados ao nível dos pulsos, contra o peito e sentados em uma cadeira sem encosto lateral, deveriam executar o movimento completo de levantar e sentar da cadeira o mais rápido possível durante 30 s, sendo contabilizado o número de movimentos executados durante o referido período.

Flexibilidade (FLEX)

A FLEX foi determinada por meio da utilização do teste sentar e alcançar em cadeira. No início do teste as avaliadas foram orientadas a permanecerem sentadas

na porção frontal de uma cadeira sem encosto lateral, apoiada à parede. Posteriormente, as mesmas foram orientadas a estender completamente um dos seus joelhos à frente de seu quadril, com o calcanhar em contato com o solo e com o pé em dorsiflexão, enquanto o outro joelho deveria permanecer flexionado com o pé completamente apoiado sob o solo. Após sinalização do avaliado, a voluntaria foi orientada a realizar o movimento de flexão de quadril e tronco, deslizando maximamente os cotovelos estendidos com as mãos sobrepostas sob o joelho estendido rumo ao pé dorsiflexionado. As idosas foram encorajadas a expirar à medida que projetasse o tronco para a frente, evitando movimentos bruscos, rápidos e fortes, nunca atingindo o limite da dor.

Resistência aeróbia (RA)

(21)

20 desejarem, ou caso apresentassem dispneia, tontura e dores no peito, cabeça ou pernas. O resultado representa o número total de metros caminhados durante os seis minutos.

O nível de resiliência foi determinado por meio da Escala de Resiliênciacriada por Wagnild e Young28, validada para o Brasil por Pesce et al (2005)29, a qual é

composta por 25 itens subdivididos em três fatores. Avaliada por meio de uma escala de Likert que varia de 1 (nada característico) a 7 (totalmente característico) com escore máximo de 175 pontos. Altas pontuações indicam elevada resiliência. Os fatores estão assim distribuídos: Fator I: Amizades, realização pessoal,

satisfação e significado da vida (itens 1, 2, 6, 7, 8, 10, 11, 12, 14, 16, 18, 19, 21, 23 e 24); Fator II: Independência e determinação (itens 4, 5, 15 e 25); Fator III:

Autoconfiança e capacidade de adaptação a situações (itens 3, 9, 13, 17, 20 e 22). A análise estatística foi realizada com base nos objetivos produzidos durante o desenvolvimento da pesquisa, sendo apresentada nos materiais e métodos de cada manuscrito, os quais serão apresentados na próxima sessão.

(22)

21 5. ARTIGOS PRODUZIDOS

5.1 O artigo 1: A prática de atividade física e sua influência sobre fatores de resiliência psicológica de idosas com o aceite no periódico Brazilian Journal of Biomotricity que tem Qualis B2 da CAPES para área Medicina II.

(23)

22 5.1. ARTIGO 1

(24)

23 A PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA E SUA INFLUÊNCIA SOBRE FATORES DE RESILIÊNCIA PSICOLÓGICA DE IDOSAS

THE PRACTICE OF PHYSICAL ACTIVITY AND ITS INFLUENCE ON PSYCHOLOGICAL RESILIENCE FACTORS OF ELDERLY WOMEN

Francisco Evaldo Orsano1,2; Marcelo Magalhães Sales3; Rodrigo Alberto Vieira

Browne2; Gislane Ferreira de Melo3; Eulália Maria Chaves Maia2.

1Universidade Estadual do Piauí (UESPI), Teresina, Piauí Brasil;

2Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Natal, Rio Grande do Norte

– Brasil;

3Universidade Católica de Brasília (UCB), Brasília, Distrito Federal Brasil.

Título resumido: ATIVIDADE FÍSICA E SUA INFLUÊNCIA NA RESILIÊNCIA DE IDOSAS

Palavras-chave: envelhecimento; exercício físico; saúde mental. Keywords: aging; physical exercise; mental health.

Autor correspondente: Francisco Evaldo Orsano

Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual do Piauí (UESPI) Rua João Cabral n.º 2231. Pirajá, Teresina-PI, Brasil.

CEP: 64.000-150

Telefones: +55 (86) 9921-4480 / +55 (86) 3221-0995 E-mail: prof.evaldoorsano@gmail.com

RESUMO

(25)

24 65,8±5,8 anos de idade), constituído por idosas matriculadas em um programa de atividade física orientada para idosos com período de prática igual ou superior a dois anos, e sedentárias (n=115; 69,2±7,2 anos de idade). Em seguida, foram submetidas à avaliação do nível de resiliência psicológica e da aptidão física (resistência muscular de membros superiores e inferiores, flexibilidade e resistência aeróbia). As idosas ativas apresentaram valores significativamente (p=0,001) maiores no fator 3 da resiliência psicológica, quando comparados àqueles do grupo de idosas sedentárias, que está relacionado à autoconfiança e à capacidade de adaptação a situações diversas. Não foram observadas diferenças significativas (p>0,05) entre os grupos para os demais fatores (1 e 2). Quando comparados os testes de aptidão física com o nível de resiliência psicológica moderada (n=28) e alta (n=202) do fator 3, observou-se que idosas com nível de resiliência psicológica alta apresentaram maior flexibilidade (p=0,004). Entretanto, não foram observadas diferenças significativas (p>0,05) para as demais variáveis neuromusculares. Em conclusão, considerando os achados do presente estudo, sugere-se o emprego da atividade física como método de intervenção para melhora da saúde mental e, por conseguinte, da resiliência psicológica na população em questão, uma vez que os resultados apontam que idosas fisicamente ativas apresentam escores de resiliência psicológica superiores àquelas estratificadas como sedentárias.

ABSTRACT

(26)

25 compared the physical fitness tests between levels of psychological resilience stratified as moderate (n=28) and high (n=202), we found that elderly women with higher levels of psychological resilience showed greater flexibility (p=0.004). However, there were no significant differences (p>0.05) for other neuromuscular variables. In conclusion, considering the findings of this study suggest the use of physical activity as a method of intervention for improving mental health and

therefore the psychological resilience in this population, since the results indicate that physically active elderly women have higher scores of psychological resilience as

those stratified as sedentary.

INTRODUÇÃO

No ano de 1950, havia aproximadamente 205 milhões de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos em todo o mundo. Nesse período, apenas três países possuíam população idosa superior a 10 milhões, sendo eles: China (42 milhões), Índia (20 milhões) e Estados Unidos (20 milhões). No entanto, no ano 2000, a população idosa foi triplicada, saltando de 205 milhões de pessoas para 606 milhões de pessoas, sendo que, nessa data, 12 países possuíam população idosa acima de 10 milhões de pessoas. Além disso, cinco países possuíam 20 milhões de indivíduos com idade igual ou superior a 60 anos (UNITED NATIONS, 2001; RAHMAN et al., 2009).

Estima-se que no ano de 2050, a população idosa estará em torno de 2 bilhões de pessoas. Nessa data, 33 países deverão ter 10 milhões de indivíduos com 60 anos ou mais e 5 países, entre eles o Brasil, deverão ter mais de 50 milhões de indivíduos com idade igual ou superior a 60 anos de idade (UNITED NATIONS, 2001).

(27)

26 resultar no desenvolvimento de doenças de ordem psicológica, como depressão e ansiedade (SCAF-KLOMP et al., 2003).

Por outro lado, investigações apontam que a prática regular de atividade física pode ser uma interessante estratégia para a manutenção ou melhora na autonomia funcional em idosos (NEVES et al., 2012; ADES; TOTH, 2005; HOLLENBERG et al., 2006). Além disso, a prática regular de atividade física bem como o exercício físico agudo, parecem estar fortemente relacionados com menores níveis de depressão e ansiedade (STRÖHLE, 2009), inclusive em indivíduos com idade superior a 40 anos (STEPHENS, 1988) e idosos (RUUSKANEN; RUOPPILA, 1995).

Outro aspecto psicológico que a prática regular de exercício físico pode afetar

positivamente é a resiliência psicológica, sendo essa definida como a capacidade do indivíduo lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão diante de

situações adversas (VARGAS, 2009). Confirmando isso, Joukar e Alvan (2009) reportaram que atletas amadores e profissionais de futebol e karatê apresentam maiores valores de resiliência psicológica total quando comparados a seus pares não atletas. Contudo, não há investigações que tenham avaliado o efeito do estado de treinamento físico (sedentário ou ativo) sobre fatores de resiliência psicológica bem como o desempenho físico entre grupos de diferentes níveis de resiliência psicológica.

Diante do exposto, o presente estudo teve como objetivo investigar o efeito do nível de atividade física sobre fatores de resiliência psicológica, assim como comparar o desempenho físico entre os grupos de indivíduos estratificados com níveis de resiliência moderado e alto. Nossa hipótese é que idosas fisicamente ativas devem apresentar maiores valores de resiliência psicológica quando comparada àquelas classificadas como sedentárias.

MATERIAIS E MÉTODOS

Amostra

(28)

27 período de prática igual ou superior a dois anos, e sedentárias (n=115; 69,2±7,2 anos de idade), oriundas de um grupo religioso da mesma cidade. O programa consiste na orientação da prática de atividade física tanto de natureza aeróbia bem como de força, realizado diariamente e com duração de 50 minutos.

Os critérios de inclusão foram: possuir idade igual ou superior a 60 anos; não possuir nenhuma desordem osteomioarticular que impossibilitasse a realização dos testes físicos e, para o grupo de idosas fisicamente ativas, apenas fizeram parte da amostra aquelas que tinham frequência de no mínimo três vezes por semana com período de prática igual ou maior que dois anos. Tal cuidado foi tomado para garantir que as idosas que compuseram o grupo de fisicamente ativas atingissem o tempo mínimo necessário (150 minutos por semana) de atividade física moderada a

vigorosa (≥ 3 METs).

Procedimentos

O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Piauí (protocolo n.º 204/07). Todas as participantes foram instruídas a não realizar exercícios físicos e a não ingerir bebidas alcoólicas e cafeína durante as 24 horas que antecederam os procedimentos experimentais. Após terem sido informadas sobre os riscos e benefícios do estudo e terem assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) foram aplicados os procedimentos experimentais.

Avaliação do nível de atividade física

Os indivíduos do presente estudo foram classificados em sedentários ou ativos considerando as sugestões do United States Department of Health and Human Services (USDHHS, 2008) e Hallal et al. (2008), em que os sujeitos classificados como sedentários são aqueles que não conseguem acumular 150

minutos de atividade física moderada a vigorosa (≥ 3 METs) por semana, ao passo

que aqueles que realizam atividade física com intensidade igual ou superior a 3 METs e atingem a recomendação de 150 minutos por semana, são considerados fisicamente ativos.

(29)

28 Avaliação do nível de resiliência psicológica

A avaliação do nível de resiliência psicológica foi obtida por meio da Escala criada por Wagnild e Young (1993), validada com brasileiros no estudo de Pesce et al. 2005), a qual é composta por 25 itens subdivididos em três fatores: Fator 1 (resolução de ações e valores que dão sentido à vida, por exemplo, amizade, realização pessoal, satisfação e significado da vida), composto dos itens 1, 2, 6, 7, 8, 10, 11, 12, 14, 16, 18, 19, 21, 23 e 24); Fator 2 (independência e determinação), itens 4, 5, 15 e 25; Fator 3 (autoconfiança e capacidade de adaptação a situações diversas), itens 3, 9, 13, 17, 20 e 22. Ela é avaliada através de uma escala Likert variando de 1 (discordo totalmente) a 7 (concordo totalmente) com escore máximo de 175 pontos. Altas pontuações indicam elevada resiliência psicológica. O ponto de corte definiu os menos resilientes como aqueles com escores abaixo de 63,19% do total de 175 pontos. A versão brasileira da escala apresentou confiabilidade interna

adequada, α = 0,80 e correlações positivas e significantes com os construtos

autoestima (r=0,327; p<0,001), satisfação de vida (r=0,374; p<0,001), e supervisão familiar (r=0,106; p<0,001) e com violência psicológica (r= -0,155; p<0,001), atestando sua validade de construto.

Avaliação da aptidão física

A aptidão física foi avaliada por meio da bateria de testes desenvolvida por Rikli e Jones (1999), sendo a amostra do presente estudo submetida aos testes de verificação da resistência muscular de membros superiores e inferiores, flexibilidade resistência aeróbia.

Resistência muscular de membros superiores (RMS)

A RMS foi determinada por meio do teste flexão de cotovelo em 30 segundos (s). Inicialmente, as avaliadas foram familiarizadas com os procedimentos do teste e instruídas a sentar em uma cadeira sem encosto lateral e segurar um halter (2 kg)

(30)

29

Resistência muscular dos membros inferiores (RMI)

A RMI foi obtida mediante a realização do teste sentar e levantar da cadeira em 30 s. Com os braços posicionados cruzados sobre o peito e sentados em uma cadeira sem encosto lateral, deveriam executar o movimento completo de levantar e sentar da cadeira o mais rápido possível durante 30 s, sendo contabilizado o número de movimentos executados durante o referido período.

Flexibilidade (FLEX)

A FLEX foi obtida mediante a utilização do teste sentar e alcançar em cadeira.

No início do teste as avaliadas foram orientadas a permanecer sentadas na porção frontal de uma cadeira sem encosto lateral, apoiada à parede. Posteriormente, as mesmas foram orientadas a estender completamente um dos seus joelhos à frente de seu quadril, com o calcanhar em contato com o solo e com o pé em dorsiflexão, enquanto o outro joelho deveria permanecer flexionado com o pé completamente apoiado sob o solo. Após sinalização do avaliado, a voluntária foi orientada a realizar o movimento de flexão de quadril e tronco, deslizando maximamente os cotovelos estendidos com as mãos sobrepostas sob o joelho estendido rumo ao pé dorsiflexionado.

Resistência aeróbia (RA)

A RA foi determinada por meio do teste de caminhada de 6 minutos. As avaliadas foram orientadas a posicionar-se atrás de uma linha que sinalizava o ponto de partida. Ao sinal, as voluntárias deveriam percorrer a maior distância possível por uma área retangular 54,4 m (18,0 m de comprimento x 9,2 m de largura) durante o período de 6 minutos. As avaliadas foram orientadas a interromper o teste quando desejarem, ou caso apresentassem dispneia, tontura e dores no peito, cabeça ou pernas.

Análise Estatística

(31)

30 frequência absoluta (n) e relativa (%). Para a comparação dos níveis de resiliência psicológica entre os grupos de idosas ativas e sedentárias, bem como do desempenho físico entre os grupos de idosas com moderado e alto nível de resiliência psicológica, foi aplicado o teste t de student para amostras

independentes. Para comparação entre as frequências foi utilizado o teste de Qui- quadrado. O poder estatístico do tamanho da amostra (n=230) A priori foi calculado

para o teste de comparação entre médias (teste t de student para amostras

independentes) e para o teste de comparação entre proporções (Qui-quadrado). Para ambos os testes, foi conferindo um poder estatístico de 95%, considerando uma alfa de 5% e um effect size de d=0,5 e w=0,3, para teste de comparação entre

médias e de proporção, respectivamente. O nível significância foi fixado em 5%

(p≤0,05). Todos os procedimentos foram realizados com auxilio do software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) 15.0.

RESULTADOS Na Tabela 1 estão expressas as características socioeconômicas dos grupos de

idosas ativas e sedentárias. Assim, quando verificada a variável estado civil, os grupos apresentaram predominância relativa de idosas casadas (47,4 vs. 45,2%; p>0,05) e viúvas (30,7 vs. 39,1%; p>0,05). Quando observado o grau de instrução, a amostra apresentou, em sua maioria, o ensino fundamental incompleto (35,1 vs. 49,6%; p>0,05). Não houve diferenças estatísticas significativas (p>0,05) quando comparadas as proporções absolutas (n) e relativas (%) das variáveis concernentes ao estado civil (casada, viúva, solteira e divorciada) e grau de instrução (analfabeto, ensino fundamental incompleto, ensino fundamental completo, ensino médio incompleto, ensino médio completo, ensino superior incompleto e ensino superior completo) entre os grupos estratificados quanto ao nível de atividade física (ativo e

sedentário). Isto demonstra que os grupos de idosas ativas e sedentárias são similares quanto aos fatores relativos ao estado civil e grau de instrução, sendo

estas variáveis tidas como fatores influentes na resiliência psicológica (SHEN; ZENG, 2010). Sendo assim, o presente estudo parece ter minimizado a influência desses fatores, por contrabalancear frequência de sujeitos entre os grupos estratificados quanto ao nível de atividade física (sedentárias e ativas).

(32)

31 *** Tabela 1 ***

A Tabela 2 apresenta a comparação dos fatores de resiliência psicológica entre os grupos de idosas ativas e sedentárias, evidenciando que o grupo de idosas ativas apresentou valores significativamente (p=0,001) maiores no fator 3 da resiliência psicológica, que está relacionado à autoconfiança e à capacidade de adaptação a situações diversas. Não foram observadas diferenças significativas (p>0,05) entre os grupos para os demais fatores (1 e 2).

*** Tabela 2 ***

Na Tabela 3 estão os valores de comparação dos testes de aptidão física propostos por Rikli e Jones (1999) pelo nível de resiliência psicológica (moderada e alta) do fator 3. Assim sendo, observou-se que idosas com nível de resiliência psicológica alta apresentaram maior FLEX (p=0,004), sugerindo que traços de personalidade parecem influenciar a variável neuromuscular acima mencionada.

*** Tabela 3 ***

DISCUSSÃO

O principal achado do presente estudo foi que o grupo de idosas ativas apresentou valores significativamente maiores do fator 3 (autoconfiança e capacidade de adaptação a situações diversas) de resiliência psicológica quando comparado com o grupo de idosas sedentárias (Tabela 2).

Do mesmo modo, Hardy et al. (2004), ao investigarem 546 indivíduos

americanos de ambos os sexos, com idade de 70 anos ou mais, demonstraram que, preensão manual e independência nas atividades da vida diária foram associadas

com alta resiliência psicológica. Além disso, Joukar e Alvan (2009) ao avaliarem 556 indivíduos (291 homens

(33)

32 14,87, de 148,36 ± 15,30 para o grupo de atletas de futebol e de apenas 140,04 ± 15,53 para o grupo de não atletas. Ademais, Gomes (2010) comenta que programas de atividade física são estratégias que podem auxiliar no desenvolvimento de habilidades físicas e mentais, podendo promover resiliência psicológica.

Toda a amostra do presente estudo (n=230) foi classificada com resiliência psicológica moderada (n=28) e alta (n=202), o que em parte pode explicar o não aparecimento de diferenças significativas quando comparado o desempenho físico entre os referidos grupos, exceto pela variável FLEX, em que o grupo estratificado com alta resiliência psicológica apresentou valores estatisticamente superiores (p=0,004) quando comparados àqueles do grupo de moderada resiliência psicológica.

A literatura é demasiadamente escassa no que se refere a dados relativos à comparação do desempenho físico entre grupos de diferentes níveis de resiliência psicológica. Contudo, os estudos existentes são unânimes em reportar que o bem estar físico, competência física e até mesmo a performance esportiva, estão

fortemente associados a altos níveis de resiliência psicológica (FLETCHER; SARKAR, 2012; SCHAAL et al., 2011; WAGNILD, 2003), sendo estes fatores muitas vezes apresentados como causa e/ou consequência da resiliência psicológica.

Os achados apresentados devem ser interpretados com cautela, dada limitações dos dados.O presente estudo não é capaz de estabelecer qualquer razão de causa e efeito entre nível de atividade física e resiliência psicológica. Dados mais detalhados e métodos avançados, tais como análises instrumentais se fazem necessários para tentar explorar a relação causal e os mecanismos, em estudos posteriores.

CONCLUSÃO

(34)

33 APLICAÇÕES PRÁTICAS

Considerando os achados do presente estudo, sugere-se o emprego da atividade física como método de intervenção para melhora da saúde mental e, por conseguinte, da resiliência psicológica na população em questão, uma vez que os resultados apontam que idosas fisicamente ativas apresentam escores de resiliência psicológica superiores aos resultados das estratificadas como sedentárias.

AGRADECIMENTOS

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pela concessão de bolsas de estudo em nível de iniciação científica (CNPq) e doutorado (CAPES).

REREFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ADES, P. A.; TOTH, M. J. Accelerated decline of aerobic fitness with healthy aging: what is the good news?. Circulation, v. 112, p. 624-626, 2005.

FLETCHER, D.; SARKAR, M. A grounded theory of psychological resilience in Olympic champions. Psychology of Sport and Exercise, v. 13, p. 669–678, 2012. GOMES, G. A. O. Fragilidade biológica, resiliência psicológica e atividade física. Revista Kairós, v. 7, p. 41-50, 2010.

GUIMARÃES, L. H. C. T.; GALDINO, D. C. A.; MARTINS, F. L. M.; VITORINO, D. F. M.; PEREIRA, K. L.; CARVALHO, E. M. Comparação da propensão de quedas entre idosos que praticam atividade física e idosos sedentários. Revista Neurociências, v. 2, 2004.

(35)

34 of leisure-time physical activity differ by body-mass-index status in Brazilian adults. Journal of Physical Activity & Health, v. 5, p. 571-578, 2008.

HARDY, S. E.; CONCATO, J.; GILL, T. M. Resilience of community-dwelling older persons. Journal of the American Geriatrics Society, v. 52, p. 257-262, 2004.

HOLLENBERG, M.; YANG, J.; HAIGHT, T. J.; TAGER, I. B. Longitudinal changes in aerobic capacity: implications for concepts of aging. The Journals of Gerontology Series A: Biological Sciences and Medical Sciences, v. 61, p. 851-858, 2006.

JOUKAR; ALVAN, A. A. The effect of exercise on resilience in football and karate. World Journal of Sports Science, v. 2, p. 112-114, 2009.

NEVES, R. L. R.; BROWNE, R. A. V.; ASANO, R. Y.; SANTOS, R. R. C.; FIORAVANTE, F. S.; SOUZA, M. A. F.; BARTHOLOMEU NETO, J.; MIRANDA, E. F.; BASTOS, H. L.; COELHO, J. M. O.; SALES, M. P. M. Circuito para o desenvolvimento da marcha melhora autonomia funcional em idosos. Revista Mineira de Educação Física, v. esp., p. 1939-1948, 2012.

PESCE, R. P.; ASSIS, S. G.; AVANCI, J. Q.; SANTOS, N. C.; MALAQUIAS, J. V.; CARVALHAES, R. Adaptação transcultural, confiabilidade e validade da escala de resiliência. Cadernos de Saúde Pública, v. 21, p. 436-448, 2005.

REIS, E. D. S. Terapia de grupo - uma abordagem terapêutica com idosos institucionalizados: efeitos sobre o equilíbrio. Revista Reabilitar, v. 21, p. 20-24, 2003.

RHAMAN, K. M. M.; MOHSIN, M. I.; TAREQUE, I. Trends of population ageing from 1950-2050. Pakistan Journal of Social Sciences, v. 6, p. 6-10, 2009.

(36)

35

RUUSKANEN, J. M.; RUOPPILA, I. Physical activity and psychological well-being among people aged 65–84 years. Age and Ageing, v. 24, p. 292-296, 1995.

SCAF-KLOMP, W.; SANDERMAN, R.; ORMEL, J.; KEMPEN, G. I. J. M. Depression in older people after fall-related injuries: a prospective study. Age and Ageing, v. 32, p. 88-94, 2003.

SCHAAL, K.; TAFFLET, M.; NASSIF, H.; THIBAULT, V.; PICHARD C.; ALCOTTE,

M.; GUILLET, T.; HELOU, N. E.; BERTHELOT, G.; SIMON, S.; TOUSSAINT, J. F. Psychological balance in high level athletes: gender-based differences and sport-

specific patterns. PLoS ONE, v. 6, p. e19007, 2011.

SHEN, K.; ZENG, Y. The association between resilience and survival among Chinese elderly. Demographic Research, v. 23, p. 105-116, 2010.

STEPHENS, T. Physical activity and mental health in the United States and Canada: evidence from four popular surveys. Preventive Medicine, v. 17, p. 35-47, 1988.

STRÖHLE, A. Physical activity, exercise, depression and anxiety disorders. Journal of Neural Transmission, v. 116, p. 777-784, 2009.

UNITED NATIONS. World population ageing: 1950-2050. United Nations, p. 11-13, 2001.

USDHHS. Physical Activity Guidelines Advisory. Committee Report 2008. Washington: United States Department of Health and Human Services, 2008.

VARGAS, C. P. O desenvolvimento da resiliência pelas adversidades da escola. Revista Espaço Acadêmico, n. 101, p. 109-115, 2009.

(37)

36

WAGNILD, G. M.; YOUNG, H. M. Development and psychometric evaluation of resilience scale. Journal of Nursing Measurement, v. 1, p. 165-178, 1993.

Tabela 1. Características socioeconômicas dos grupos de idosas ativas (n=115) e sedentárias (n=115). Dados expressos em frequência absoluta (n) e relativa (%)

Variáveis Ativas

n (%)

Sedentárias n (%) Estado Civil

Casada 55 (47,4) 52 (45,2)

Viúva 35 (30,7) 45 (39,1)

Solteira 10 (8,8) 9 (7,8)

Divorciada 15 (13,2) 9 (7,8)

Grau de Instrução

Analfabeto 14 (12,3) 11 (9,6)

Ensino fundamental incompleto

40 (35,1) 57 (49,6)

Ensino fundamental completo

18 (15,8) 16 (13,9)

Ensino médio incompleto 8 (7) 13 (11,3)

Ensino médio completo 29 (25,4) 18 (15,7)

Ensino superior incompleto 3 (2,7) -

Ensino superior completo 3 (2,7) -

Tabela 2. Comparação dos fatores de resiliência psicológica entre os grupos de idosas ativas (n=115) e sedentárias (n=115). Dados expressos em média e (±) desvio padrão

(38)

37

Fator 1 5,61 ± 0,52 5,67 ± 0,37 0,27

Fator 2 5,79 ± 0,71 5,69 ± 0,55 0,28

Fator 3 5,59 ± 0,71 5,17 ± 0,75 0,001

Fator 1= amizade, realização pessoal, satisfação e significado da vida; Fator 2= independência e determinação; Fator 3= autoconfiança e capacidade de adaptação a situações diversas.

Tabela 3. Comparação das variáveis de aptidão física entre os níveis de resiliência psicológica moderada (n=28) e alta (n=202). Dados expressos em média e (±) desvio padrão

Moderada Alta P

RMS (rep) 14,8 ± 3,9 15,8 ± 4,0 0,28

RMI (rep) 13,0 ± 2,3 13,4 ± 3,0 0,43

FLEX (cm) 17,5 ± 7,2 20,7 ± 8,0 0,004

RA (m) 221,0 ± 18,1 224,0 ± 22,2 0,30

(39)

38 5.2. ARTIGO 2

O artigo foi enviado para publicação no periódico Saúde e Sociedade e está aguardando designação, que possui Qualis B3 da CAPES para área Medicina II.

A PERCEPÇÃO DE MULHERES IDOSAS ATIVAS SOBRE A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA E SEU NÍVEL DE RESILIÊNCIA

Francisco Evaldo Orsano1,2,3; Rodrigo Alberto Vieira Browne4; Marcelo Magalhães de Sales5; Gislane Ferreira de Melo6 ; Eulália Maria Chaves Maia7 .

1

Universidade Estadual do Piauí (UESPI), Teresina, Piauí, Brasil; 2

Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Natal, Rio Grande do Norte, Brasil;

3

Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação Física da Universidade Católica de Brasília (UCB), Taguatinga, Distrito Federal, Brasil;

4

Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Natal, Rio Grande do Norte, Brasil;

5

Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação Física da Universidade Católica de Brasília (UCB), Taguatinga, Distrito Federal, Brasil;

6

Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação Física da Universidade Católica de Brasília (UCB), Taguatinga, Distrito Federal, Brasil;

7

Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Natal, Rio Grande do Norte, Brasil.

Autor correspondente: Francisco Evaldo Orsano

Universidade Estadual do Piauí (UESPI) / Centro de Ciências da Saúde - CCS Rua João Cabral n.º 2231. Pirajá, Teresina-PI, Brasil.

CEP: 64.000-150

(40)

39 RESUMO

A literatura aponta os efeitos benéficos de cunho social, psicológico e físico da atividade física para indivíduos de todas as faixas etárias. O surgimento de doenças, ausência de papel social na velhice pode exigir do idoso um processo de adaptação, de superação e aceitação, fenômeno que denominamos de resiliência. Este estudo objetivou investigar a percepção de mulheres idosas sobre a importância da atividade física em suas vidas e seus níveis de resiliência. Foi feito um estudo descritivo de abordagem qualitativa realizada no Núcleo da Terceira Idade (NUTI), da Universidade Estadual do Piauí (UESPI). Participaram da amostra 115 mulheres idosas ativas. Para a avaliação da percepção da importância da atividade física para as idosas foi aplicado um questionário estruturado. A partir da Análise de Conteúdo proposta por Bardin (2009), os resultados foram: saúde/prevenção (85%), interação (47%), autonomia (40%), alegria/felicidade (33%), resiliência (33%), lazer (15%). E para avaliar a resiliência utilizou-se a Escala de Resiliência de Wagnild e Young (1993). Quanto aos níveis de resiliência os resultados demonstraram que todas as idosas os apresentaram em alto nível. O resultado desse estudo possibilitou concluir que a importância da atividade física parece estar relacionada, na sua maioria, às características de saúde/prevenção, interação social, autonomia, resiliência alegria/felicidade e lazer. Além disso, as mulheres do presente estudo apresentaram um alto nível de resiliência quando comparado à tabela normativa.

Palavras chaves: Análise de conteúdo. Atividade Física. Resiliência. Idosas.

ABSTRACT

(41)

40 importance of physical activity appears to be related mostly features health / prevention, social interaction, independence, resilience joy / happiness and pleasure. In addition, women in this study had a high level of resilience when compared to the normative table.

Keywords: Content Analysis. Physical Activity. Resilience. Elderly. INTRODUÇÃO

O processo de envelhecimento presume alterações biopsicossociais que acontecem em compasso e regularidade diferentes, conforme o estilo de vida e herança genética do indivíduo (Fechine; Trompiere, 2012). Como forma de retardar este processo em suas alterações negativas, a atividade física surge como uma alternativa relevante (Banhato et al., 2009; Matsudo, 2009).

Confirmando isso, estudos de Borges e Moreira (2009), inferem que os benefícios físicos da atividade física estão relacionados, principalmente, à manutenção da independência e autonomia, promovendo o aumento na força muscular, a melhoria da agilidade, do equilíbrio, dentre outros. Com relação aos benefícios sociais e psicológicos os estudos revelam que esta prática, quando regular, promove a socialização, o bem-estar subjetivo e proporciona melhora nos sintomas depressivos e de ansiedade, na tolerância ao estresse, na autoestima e na sensação de euforia e comodidade (Banhato et al., 2009; Harvey; Hotopf; Overland; Mykletun, 2010).

Diante disso, é de suma importância saber como o idoso percebe os benefícios da atividade física em sua vida, uma vez que esta percepção pode se tornar mais importante do que os próprios benefícios (Vidmar et al., 2011). Ela é expressa ou manifestada por diferentes enfoques, que contêm significativos conteúdos e deixam transparecer toda experiência de uma vida repleta de valores, alegrias, normas, realizações e também frustrações (Almeida; Mochel; Oliveira, 2011). Isso vai depender de como o idoso utiliza esse recurso e quais os significados que atribui aos eventos da vida. Todos estes fatores são influenciados diretamente pelos traços de personalidade do individuo e para tanto, saber o que pensam e o que desejam para a própria vida é importante para serem definidos programas de atendimento que proporcionem lazer, aptidão física, prevenção, entretenimento, saúde e bem-estar sob o

ótica de quem faz uso e pode torná-lo ideal. Dentre esses traços de personalidade está a maneira como o indivíduo enfrenta os

(42)

41 parece ser esta uma fase da vida em que ocorrem mudanças e perdas. Assim, as pesquisas sobre o assunto emergem da vontade de conhecer, saber mais sobre o quanto as características de determinadas pessoas as tornam mais resistentes às situações estressantes do dia a dia (Oliveira; Reis; Zanelato; Neme, 2008).

Sendo assim, é necessário investigar a percepção de mulheres idosas ativas sobre a importância da atividade física em suas vidas, bem como conhecer seus níveis de resiliência. A relevância científica está relacionada ao fato de direcionar as atividades para suas atribuições, competências, usufruindo assim de vários benefícios proporcionados por essa prática e como adequar as metodologias de trabalho, dando ênfase à resiliência e seus fatores. MATERIAIS E MÉTODOS

Trata-se de um estudo descritivo, abordagem quantitativa e com análise qualitativa do conteúdo.

População/ Amostra: Faziam parte da população 188 idosas praticantes de atividade física do Núcleo de Atividade Física - NUTI, da Universidade Estadual do Piauí (UESPI). As atividades realizadas no núcleo consistem na orientação da prática de atividade física tanto de natureza aeróbia, flexibilidade, bem como de força, realizado diariamente e com duração de 50 minutos. As idosas do presente estudo foram classificadas como ativas de acordo com acatando as recomendações do United States Department of Health and Human Services (USDHHS, 2008) e Hallal et al. (2008), em que os sujeitos classificados como ativos são aqueles que conseguem acumular 150 minutos de atividade física moderada a vigorosa (≥ 3 METs) por semana. O núcleo oferece ainda além de palestras, oficinas de conhecimento, confraternização e dinâmicas de grupo com o objetivo de estimular a prática da atividade física.

(43)

42 Procedimentos Éticos: A presente pesquisa atendeu a todas as exigências do Conselho Nacional de Saúde de acordo com a resolução nº 196/96 para pesquisa com seres humanos. O estudo foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Piauí - UESPI, tendo sido aprovada sob o protocolo nº 204/07. Vale ressaltar que esse estudo faz parte de um projeto maior intitulado: “Atividade física como estratégia complementar na saúde do idoso: seus efeitos na capacidade de resiliência, autonomia funcional e qualidade de

vida”, o qual teve seu inicio em 2007, não tendo data para seu término.

Instrumentos: para avaliação do nível de resiliência foi utilizada a Escala de Resiliência criada por Wagnild e Young (1993), validada para o Brasil por Pesce et al. (2005), a qual é composta por 25 itens subdivididos em três fatores. Ela é avaliada por meio de uma escala de Likert que varia de 1 (nada característico) a 7 (totalmente característico) com escore máximo de 175 pontos. Altas pontuações indicam elevada resiliência. O ponto de corte definiu os menos resilientes como aqueles com escores abaixo de 63,19% do total de 175 pontos. Fator I: Amizades, Realização pessoal, satisfação e significado da vida (itens 1, 2, 6, 7, 8, 10, 11, 12, 14, 16, 18, 19, 21, 23 e 24); Fator II: Independência e determinação (itens 4, 5, 15 e 25); Fator III: Autoconfiança e capacidade de adaptação a situações (itens 3, 9, 13, 17, 20 e 22). A

versão brasileira de escala apresentou confiabilidade interna adequada (α = 0,80) e

correlações positivas com os construtos autoestima (r=0, 327, p<0, 001), satisfação com a vida (r = 0, 374, p<0, 001), e supervisão familiar (r=0, 106, p<0, 01); e correlação negativa com violência psicológica (r=-0, 155, p<0, 001), atestando sua validade de construto.

Foi utilizado também um questionário estruturado, construído pelos pesquisadores deste estudo, composto de duas partes: a primeira parte constou de dados sociodemográficos (idade, estado civil, renda mensal e escolaridade) e a segunda constituiu-se de uma pergunta

aberta: “Qual a importância da atividade física na sua vida?”.

(44)

43 Análises dos dados: para a investigação da questão aberta foi utilizada a Análise de Conteúdo proposta por Bardin (2009). As palavras foram selecionadas e organizadas por meio de um processo em nível semântico com palavras idênticas ou sinônimas. Em seguida, foi realizada a análise da comissão de juízes sendo composta por três profissionais (Psicólogo, profissional de Educação Física e Fisioterapeuta), os quais realizaram o método de definição de categorias.

Como forma de organização do conteúdo, todos os fragmentos selecionados na etapa anterior foram reagrupados, formando um novo documento, para que fosse possível desvendar os significados ainda ocultos dos discursos. Deste documento, após nova leitura trabalhada, as unidades de significado foram selecionadas, possibilitando interpretar e encontrar a essência, o sentido verdadeiro do discurso.

A última etapa, chamada de inferência, foi a conclusão da análise de conteúdo e permitiu que os conteúdos recolhidos se constituíssem em dados quantitativos e/ou análises reflexivas, em análises particulares e globais das entrevistas (Bardin, 2009). Para avaliação desses dados, ou seja, os fatores de resiliência, foram utilizados média, desvio e frequências. Para comparação dos níveis de resiliência foi utilizado o teste Qui-Quadrado (χ2), em que foram comparadas as frequências das respostas. Os dados foram rodados no software SPSS

18.0, e foi adotado um nível de significância de p ≤ 0,05.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Inicialmente serão apresentados os dados descritivos da amostra (115) total. Após estes dados, os resultados e discussão deste artigo serão apresentados conforme a disposição dos objetivos específicos. Tabela 1. Características socioeconômicas dos grupos de idosas ativas (n=115) e sedentárias

(n=115). Dados expressos em frequência absoluta (n) e relativa (%)

Variáveis

n (%)

Idade

60 a 69 anos 90 78,3

70 a 79 anos 21 18,2

≥ 80 anos 4 3,5

Estado Civil

Casada 55 47,8

(45)

44

Solteira 15 13,0

Divorciada 10 8,7

Grau de Instrução

Analfabeto 14 12,3

Ensino fundamental incompleto 40 35,1 Ensino fundamental completo 18 15,8

Ensino médio incompleto 8 7,0

Ensino médio completo 29 25,4 Ensino superior incompleto 3 1,8 Ensino superior completo 3 2,7 Renda Mensal

Menor que um salário mínimo 48 41,1

1 a 3 salários 50 44,0

4 a 6 salários 09 7,9

7 a 9 salários 03 2,6

Mais de 10 salários 05 4,4

Visando responder o objetivo deste artigo, buscou-se avaliar qual o motivo principal para a prática de atividade física de mulheres idosas. Na análise dos resultados, com relação à pergunta, “Qual a importância da atividade física na sua vida?” As categorias mais apontadas estão descritas na Tabela2.

Tabela 2 – Importância da prática da atividade física

Categorias %

Saúde/Prevenção 85%

Interação Social 47%

Autonomia 40%

Resiliência 33%

Alegria ou Felicidade 33%

Lazer 15%

(46)

45 conservando ou melhorando sua independência, fator primordial para que se tenha uma saúde física, social e emocional.

“Porque ajuda a controlar a diabetes, minha alimentação, melhora na circulação

sanguínea, reduz o estresse, melhora a autoestima. Por causa da diabetes eu controlo

minha alimentação. Tomo menos remédio. Quando faço educação física fico mais disposta, alegre e isto me faz bem” (SUJEITO 12).

Porque me faz bem, é muito importante para minha saúde física e emocional, para manter minha autoestima certa, tenho problema cardiovascular, e a atividade física

me ajuda muito no dia a dia. É bom para que eu não perca meus movimentos rápido; faz com que eu permaneça forte e saudável “(SUJEITO 79).

Esta valorização da atividade física por parte das idosas se constitui uma maneira importante para viver uma sensação de bem-estar sob o ponto de vista físico e emocional. A participação em programas de atividades físicas pode melhorar as funções orgânicas do idoso, trazendo melhoria na capacidade física e, deste modo, as pessoas podem viver mais tempo, porém com qualidade de vida, autonomia e independência nas atividades do dia a dia. Para Souza e Vendrusculo (2009) a prática da atividade se constitui um elemento imprescindível para a saúde, trazendo benefícios psicológicos como o poder de mobilidade, para estabelecer relações com outros e garantir os requisitos de sobrevivência.

Quanto às doenças crônicas salientadas pelas idosas, depois da adesão da prática da atividade física, a ingestão de medicamento ficou menor e há um cuidado maior com uma alimentação saudável. Este discurso corrobora o estudo de Silva et al. (2012) que verificaram que maiores níveis de atividade física estão significativamente associados a uma menor ingestão de medicamentos.

A interação social foi o segundo fator mais citado (47%), incluindo a importância da amizade. Fica evidente a relevância e a necessidade de se estar com o outro, de identificação, principalmente por se encontrarem em condições muitas vezes similares. O relato a seguir demonstra como a interação social, a convivência, também é necessária no apoio ao enfrentamento dos problemas que acometem os idosos:

“Para qualidade de vida (...), (...) ajuda as pessoas a sair do comodismo, conhecer mais gente solidária que se preocupa com o próximo, é participar da vida da

comunidade, é fazer irmão de todos sendo igual. É um momento de descontração,

Imagem

Tabela  1.  Características  socioeconômicas  dos  grupos  de  idosas  ativas  (n=115)  e  sedentárias (n=115)
Tabela 1. Características socioeconômicas dos grupos de idosas ativas (n=115) e sedentárias
Tabela 2  – Importância da prática da atividade física
Tabela 3. Nível de resiliência de mulheres idosas ativas (n=115). Dados expressos em valores
+2

Referências

Documentos relacionados

Em São Jerônimo da Serra foram identificadas rochas pertencentes à Formação Rio do Rasto (Grupo Passa Dois) e as formações Pirambóia, Botucatu e Serra Geral (Grupo São

Este trabalho buscou, através de pesquisa de campo, estudar o efeito de diferentes alternativas de adubações de cobertura, quanto ao tipo de adubo e época de

O objetivo do curso foi oportunizar aos participantes, um contato direto com as plantas nativas do Cerrado para identificação de espécies com potencial

O valor da reputação dos pseudônimos é igual a 0,8 devido aos fal- sos positivos do mecanismo auxiliar, que acabam por fazer com que a reputação mesmo dos usuários que enviam

Esta pesquisa discorre de uma situação pontual recorrente de um processo produtivo, onde se verifica as técnicas padronizadas e estudo dos indicadores em uma observação sistêmica

Além dos cursos técnico e médio e de graduação tecnológica, o Centro Paula Souza atua também no ensino básico ou educação não formal, por meio de cursos de formação inicial

Diálogos em torno da conexão existente entre praticantes de exercício físico intenso e a relação com problemas renais como a rabdomiólise, insuficiência e lesão renal discreta

• The definition of the concept of the project’s area of indirect influence should consider the area affected by changes in economic, social and environmental dynamics induced