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Análise da ABNT NBR ISO 14005:2012 como instrumento de implementação de sistemas de gestão ambiental em pequenas e médias empresas

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Trabalho de Formatura

Curso de Graduação em ENGENHARIA AMBIENTAL

Rio Claro (SP) 2013

ANÁLISE DA ABNT NBR ISO 14005:2012 COMO INSTRUMENTO DE IMPLEMENTAÇÃO DE SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL EM PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

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LUÍS HENRIQUE BATISTA RAMOS

ANÁLISE DA ABNT NBR ISO 14005:2012 COMO

INSTRUMENTO DE IMPLEMENTAÇÃO DE

SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL EM PEQUENAS

E MÉDIAS EMPRESAS

Monografia apresentada à Comissão do

Trabalho de Formatura do Curso de

Graduação em Engenharia Ambiental do

Instituto de Geociências e Ciências Exatas

Unesp, Campus de Rio Claro (SP), como

parte das exigências para o cumprimento da

disciplina Trabalho de Formatura no ano

letivo de 2013.

Orientadora: Profa. Dra. Clauciana Schmidt Bueno de Moraes

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LUÍS HENRIQUE BATISTA RAMOS

ANÁLISE DA ABNT NBR ISO 14005:2012 COMO

UM INSTRUMENTO DE IMPLEMENTAÇÃO DE

SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL EM PEQUENAS E

MÉDIAS EMPRESAS

Monografia apresentada à Comissão do

Trabalho de Formatura do Curso de

Graduação em Engenharia Ambiental do

Instituto de Geociências e Ciências Exatas

Unesp, Campus de Rio Claro (SP), como

parte das exigências para o cumprimento da

disciplina Trabalho de Formatura no ano

letivo de 2013.

Comissão Examinadora

Profª. Drª. Clauciana Schmidt de Moraes (orientadora)

Prof. Dr. Marcelo L. Garcia

Msc. Lucas Tadeu Fuess

Rio Claro, 20 de junho de 2013.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus, que de algum modo vem me guiando por esses anos.

À minha querida orientadora, a professora Clauciana pela paciência, orientação e os momentos divertidos que ela proporciona.

Aos meus pais, Odete e Arivaldo, pelo amor e apoio incondicional, e com quem aprendo todos os dias.

Aos meus queridos irmãos Alexandre e Camila pelo carinho e apoio. Ao meu Avô João Martins, pela luta e sabedoria em seus plenos 91 anos.

À Natasha, querida companheira dessa época, que me apoiou, me ensinou a usar o raciocínio lógico da engenharia e muitas outras coisas.

À toda EJEAmb, onde fiz grandes amizades e que me proporcionou grandes aprendizados e uma imensa evolução como pessoa e profissional.

À todos os meus amigos da Unesp Rio Claro que participaram dessa fase muito importante da minha vida. Em especial aos parceiros da República Atoas e da República Coco Loko.

À todos os meus amigos de São José do Rio Preto, da querida Unesp Botucatu e meus irmãos da saudosa República Biotererê.

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RESUMO

A utilização de Sistemas de Gestão Ambiental - SGA vem mostrando ser uma ferramenta fundamental para a abordagem dos aspectos e impactos ambientais de uma organização. A grande maioria dos SGA se baseiam nos requisitos da ABNT NBR ISO 14001:2004, pois é uma norma reconhecida mundialmente e adotar as suas recomendações é considerado uma garantia de estar cumprindo os requisitos básicos de um SGA. Apesar de todos os benefícios que esse sistema proporciona, ainda encontramos muitos problemas para a implementação de SGA, principalmente em pequenas e médias empresas ou PME. Maior parte das dificuldades de implementação está relacionada a fatores intrínsecos que empresas desses portes apresentam, e a problemas ligados aos modelos ou métodos utilizados para a implementação de um SGA. Assim, o trabalho desenvolvido teve como objetivo principal, avaliar se as diretrizes da ABNT NBR ISO 14005:2012 atendem as necessidades das PME para a implementação eficaz de um sistema de gestão ambiental. Para isso foi identificado na relação entre PME e SGA os principais problemas intrínsecos das PME para a implementação (PII), como escassez de recursos financeiros e humano, e falta de comprometimento da alta Direção com o SGA. Também foi apontado os principais problemas de implementação relacionados a ISO 14001 (ABNT, 2004) ou aos modelos ou métodos utilizados (PIM), destacando a falta de critérios de desempenho ambiental, e a necessidade de um caminho ou sequência de etapas para a implementação. O estudo da ISO 14005 (ABNT, 2012) evidenciou que as diretrizes da norma e exemplos de implementação propostos contemplam soluções para todos os problemas de implementação de SGA referentes a PME.

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ABSTRACT

The use of environmental management systems - EMS has shown to be a key tool for addressing the environmental aspects and impacts of an organization. The vast majority of EMS based on the requirements of ISO 14001:2004, as it is a globally recognized standard and adopt its recommendations is considered to be a guarantee of fulfilling the basic requirements of an EMS. Despite all the benefits that the system provides, we still find many problems in the implementation of EMS, especially in small and medium enterprises or SME. Most of the difficulties of implementation is related to intrinsic factors that companies of this size have, and issues related to the models and methods used to implement an EMS. Thus, this work aimed to assess whether the guidelines of ISO 14005:2012 meet the needs of SMEs for the effective implementation of an environmental management system. For it has been identified in the relation between SMEs and EMS the majof intrinsic problems of SMEs to implement (PII), such as lack of financial and human resources, and lack of commitment from top management to the SGA. Also was also pointed the main implementation issues related to ISO 14001 (ABNT, 2004) or the models or methods (PIM), highlighting the lack of environmental performance criteria, and the need for a path or sequence of steps for implementation. The study of ISO 14005 (ABNT, 2012) showed that the standard guidelines and implementation examples proposed, include solutions for all problems related to EMS implementation SMEs.

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ÍNDICE DE FIGURAS

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ÍNDICE DE TABELAS

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ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1: Características das pequenas empresas que incentivam o estudo dessas

organizações. ... 20

Quadro 2: Características das pequenas empresas que podem ser responsáveis pelo fracasso dessas organizações. ... 21

Quadro 3: Os primeiro modelos de SGA antes da ISO 14001:2004, e suas principais características... 22

Quadro 4: As normas da ISO 14000 e os seus respectivos grupos. ... 23

Quadro 5: Requisitos da ISO 14001:2004 para um sistema de gestão ambiental. ... 24

Quadro 6: Características predominantes na relação entre as PME e os SGA. ... 30

Quadro 7: Principais Problemas intrínsecos das PME em relação aos SGA. ... 32

Quadro 8: Autores, a data de publicação dos trabalhos e suas respectivas críticas sobre a norma ISO 14001:2004. ... 33

Quadro 9: Graus de importância dado pelas pequenas empresas aos requisitos da NBR ISO 14001:2004, ou as etapas de implementação de um SGA. ... 34

Quadro 10: Principais problemas para a implementação de um SGA em PME. ... 35

Quadro 11: Princípios importantes abordados pela ISO 14005:2012. ... 37

Quadro 12: Estrutura da Seção 4 da ISO 14005:2012 - Empreendendo um projeto relacionado com o meio ambiente para garantir o suporte e o compromisso da Direção para começar a implementação em fases de um SGA. ... 38

Quadro 13: Estrutura da Seção 5 da ISO 14005:2012 - Elementos que suportam a implementação e a manutenção de um SGA. ... 39

Quadro 14: Estruturação da orientação passo a passo para a implementação e a manutenção dos elementos propostos pela Seção 5. Exemplo do elemento Registros (Seção 5.4). ... 40

Quadro 15: Estrutura da Seção 6 da ISO 14005 - Desenvolvimento e implementação de um SGA. Fonte: Elaborado com base na ABNT NBR ISO 14005:2012 ... 41

Quadro 16: Identificação dos requisitos da norma ISO 14001:2004 no anexo C da norma ISO 14005:2012, que propõe a implementação de um SGA em três fases. ... 43

Quadro 17: Principais características e diferenças dos dois modelos de implementação em fases de um SGA da ISO 14005 (anexos A e B). ... 44

Quadro 18: Relação entre os problemas para a implementação de SGA em PME e as soluções proporcionadas pelos modelos de implementação em fases apresentados pela ISO 14005. ... 47

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LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ISO International Organization for Standardization MPME Micro, Pequena e Médias Empresas

NBR Normas Brasileiras

PDCA Planejar-Executar-Checar-Agir (Plan-do-check-act) PIM Problemas de implementação relacionados aos métodos PII Problemas de implementação intrínsecos

PME Pequenas e Médias Empresas

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 16

2. OBJETIVOS ... 18

2.1. Objetivo geral ... 18

2.2. Objetivos específicos ... 18

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 19

3.1 .Micro, Pequenas e Médias Empresas ... 19

3.2. Sistemas de Gestão Ambiental ... 21

3.2.1. Modelos tradicionais de Sistema de Gestão Ambiental... 21

3.2.2. SGA ISO 14001:2004 ... 22

4. METODOLOGIA E ETAPAS DE TRABALHO ... 27

4.1. Definição do Tema ... 27

4.2.Revisão bibliográfica ... 27

4.3. Estudo da implementação de SGA em PME ... 27

4.3.1. Sobre os fatores intrínsecos as PME ... 27

4.3.2. Sobre os métodos de implementação ... 27

4.4. Estudo e análise do conteúdo da ABNT NBR ISO 14005:2012 ... 28

4.4.1. Apresentação geral da Norma ... 28

4.4.2. Sobre a Seções 4, 5 e 6 da Norma ... 28

4.4.3. Identificação dos requisitos da ISO 14001:2004 nas diretrizes da ISO 14005:2012 ... 28

4.4.4. Sobre os exemplos de implementação em fases de um SGA da Norma... 28

4.4.5. Sobre os modelos de implementação em fases de um SGA da Norma e os problemas para a implementação de SGA em PME ... 28

4.5. Conclusão e recomendações ... 29

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 30

5.1. Definição do Tema ... 30

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5.2.1. Sobre os fatores intrínsecos as PME ... 30

5.2.2. Sobre os métodos de implementação ... 32

5.3. Estudo e análise do conteúdo da ABNT NBR ISO 14005:2012 ... 36

5.3.1. Apresentação geral da Norma ... 36

5.3.2. Sobre as seções 4, 5 e 6 da Norma ... 37

5.3.3. Identificação dos requisitos da ISO 14001:2004 nas diretrizes da ISO 14005:2012 ... 41

5.3.4. Sobre os exemplos de implementação em fases de um SGA da Norma... 43

5.3.5. Sobre os modelos de implementação em fases da Norma e os problemas para a implementação de SGAs em PMEs ... 46

5.3.6. Sobre uma visão geral do processo de escolha dos modelos de implementação da Norma ... 48

6. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES ... 50

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 51

ANÊXO A ... 55

ANÊXO B ... 56

ANÊXO C ... 57

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1. INTRODUÇÃO

A preocupação com o esgotamento dos recursos naturais surgiu após a Revolução Industrial, com a percepção de que a capacidade do ser humano de alterar o meio ambiente aumentou significativamente (SEIFFERT, 2011a). A constatação da existência de limites ambientais ao crescimento econômico contribuiu para um processo de reavaliação das teorias de desenvolvimento. Segundo BRÜSEKE (1998), desse processo resultou a percepção da necessidade de uma perspectiva multidimensional que envolva a economia, a ecologia e a política.

Dentro dessa perspectiva houve um surgimento de ações que permitem a conciliação da atividade econômica com a proteção ambiental. Essas ações possuem origens e atuações diversas, tendo destaque às oriundas do setor empresarial.

Desse modo, para garantir que essas ações produzam resultados que alcancem as expectativas ambientais esperadas surgiram os instrumentos de gestão ambiental que serviram para estruturar, controlar e gerenciar as ações ambientais das organizações, e criar uma concepção de gestão ambiental dentro das mesmas. Nesse contexto surge a série de normas ISO 14000, que vem se tornando a principal ferramenta das empresas para atingir seus resultados ambientais, e referência na gestão ambiental dentro das organizações. Dentre essas normas destaca-se a ABNT NBR ISO 14001:2004, que traz os requisitos mínimos para o funcionamento de um sistema de gestão ambiental (SGA), e as orientações para uso desses requisitos.

Segundo a ABNT (2004), o sistema de gestão ambiental é a parte de um sistema da gestão de uma organização utilizada para desenvolver e implementar sua política ambiental e para gerenciar seus aspectos ambientais. Porém, a Norma ISO 14001:2004 auxilia àqueles que desconhecem o que é um SGA, mas não fornece o caminho para que o responsável pela implantação e sua equipe implementem seus requisitos (GUETHI, 2004).

Além da dificuldade citada acima, é importante destacar os desafios que as pequenas e médias empresas (PMEs) enfrentam para adoção e certificação de um SGA ISO 14001. Entre eles podemos destacar a carência, por grande parte das PMEs, de conscientização ou entendimento de seus impactos ambientais e opções disponíveis para melhorar seu desempenho ambiental, a escassez de recursos humanos, financeiros e tempo, além da existência de modelos de implantação essencialmente voltados a empresas de grande porte.

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de SGA ISO 14001 em PMEs. A nova norma tem a finalidade de incentivar e guiar organizações, especialmente PMEs, no desenvolvimento e execução em fases de um sistema de gestão ambiental que cumpra os requisitos da ABNT NBR ISO 14001:2004.

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2. OBJETIVOS 2.1. Objetivo geral

x Avaliar se as diretrizes da ISO 14005 atendem as necessidades das PME para a implementação de um SGA.

2.2. Objetivos específicos

x Análise da relação entre os SGA e as PME;

x Análise crítica da ABNT NBR ISO 14001:2004, como instrumento para a implementação de SGA em PME;

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3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 .Micro, Pequenas e Médias Empresas

Segundo La Rovere (2001) as micro, pequenas e médias empresas (MPME) são focos de estudos há um longo período graças ao seu potencial de geração de emprego e renda. Mesmo assim, ainda há grandes dificuldades para definir o conceito desses tipos de empresa.

Tradicionalmente, as empresas são classificadas quanto ao seu porte, e segundo o SEBRAE (2012), as empresas brasileiras podem ser agrupadas como Micro, Pequena, Média e Grande Empresa, usando como critério o número de funcionários e as atividades desenvolvidas, como apresenta a tabela 01 abaixo:

Tabela 1: Classificação do porte da empresa segundo o critério número de funcionários adotado pelo SEBRAE.

Porte Setores

Indústria Comércio e Serviços

Microempresa 01-19 01-09

Pequena Empresa 20-99 10-49

Média Empresa 100-499 50-99

Grande Empresa Acima de 500 Acima de 100

Fonte: SEBRAE (2012).

Para verificar a importância das micro e pequenas empresas no Brasil, podemos analisar os dados do SEBRAE (2012), que mostra uma participação de 99% das empresas desse porte no número total de estabelecimentos, somam 52% de todos os empregos formais, e contabiliza 40% da massa de remuneração do país. Além disso, o crescimento dessas empresas é muito elevado, através dos dados do SEBRAE (2012) podemos relatar um aumento de 7 milhões de estabelecimentos desse porte entre 2000 e 2011, e ainda há uma perspectiva que esse crescimento continue.

No entanto, deve se considerar que muitas das micro e pequenas empresas possuem uma taxa de sobrevivência considerada baixa. Souza et al., (2012) apresentou dados de uma pesquisa, na qual estudou a taxa de sobrevivência de micro e pequenas empresas formadas em 2006, considerando os dois primeiros anos da empresa. Esse estudo indicou uma taxa de sobrevivência de 70%, indicando que 30% das micro e pequenas empresas iniciadas em 2006 fecharam.

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clientes, a falta de crédito e o desconhecimento do mercado (Chagas, 1999 apud CAMPOS et al., 2004).

Segundo Campos et al., (2004) as pequenas empresas não possuem um organograma definido. Muitas vezes a estrutura hierárquica da empresa é definida pelo presidente, mas ela não é divulgada para os outros membros da organização, e na maioria das vezes ela não representa a realidade da empresa, ou não é executada. Por sua vez, as médias empresas apresentam uma estrutura mais bem definida, e as diferentes atividades necessárias para o funcionamento da empresa são selecionadas e agrupadas em departamentos.

Além dos aspectos citados, uma característica intrínseca as micro e pequenas empresas são a limitação de seus recursos. Isso impede qualquer investimento inicial em áreas que não são de fundamental importância na empresa, e exige uma centralização do controle de processos e do poder decisório nas mãos do proprietário (Cândido, 2011 apud CAMPOS et al., 2004).

Os estudos relacionados às empresas de pequeno porte estão em constante evolução devido a importância que essas empresas representam para a economia e desenvolvimento de seus países. Campos et al., 2004 apresenta alguns aspectos positivos, identificado por alguns autores, que incentivam o estudo das pequenas empresas, quadro 01.

Características Autor e Data

“Países que apresentam um grande nível de desenvolvimento econômico são os que descobriram mais cedo o potencial das pequenas empresas e desenvolveram políticas para promovê-las em sua totalidade.”

França de Paula (2001)

“Estas empresas deixaram de ser vistas apenas como peças importantes para geração de empregos e melhorar a distribuição da renda, para serem consideradas instrumentos do próprio desenvolvimento econômico.”

Cândido (2011)

“A pequena empresa é responsável por aproximadamente dois quintos do produto nacional bruto dos Estados Unidos, proporcionando emprego para metade da força de trabalho do setor privado.”

Cândido (2011)

Quadro 1: Características das pequenas empresas que incentivam o estudo dessas organizações. Fonte: modificado de Campos et al., (2004).

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Características Autor e Data

A falta de objetividade; o desconhecimento do mercado em que se pretende atuar; erro de estimativa das necessidades financeiras; sub-avaliação dos problemas técnicos; falta de diferenciação dos produtos e serviços em relação aos concorrentes; desconhecimento dos aspectos legais do novo empreendimento;

Degen (1989)

A falta de experiência; vendas inadequadas; lucros insuficientes; fraca

perspectiva de crescimento e causas financeiras. Longenecker et.al., (1997)

Quadro 2: Características das pequenas empresas que podem ser responsáveis pelo fracasso dessas organizações.

Fonte: modificado de Campos et al., (2004).

Os aspectos positivos das pequenas empresas citados, sugerem a importância e a necessidades de mais estudos sobre o tema. Por outro lado, as características negativas apontadas também podem sugerir que as pequenas empresas encontrem grandes dificuldades e inviabilidade de implementar procedimentos e sistemas mais complexos em suas atividades, por exemplo, aqueles relacionados a área ambiental. Nessa mesma direção, Seiffert (2011a), considera que as pequenas e médias empresas apresentam grande potencial de mercado para a implementação de SGA-ISO 14001:2004, e que o sucesso dessa norma poderá ser medido através do grau de sua adoção por empresas com esse perfil, que necessitam de um melhor direcionamento em relação a assuntos ambientais. A mesma autora ainda aponta que um dos grandes desafios para a implementação de um SGA certificado em PME é o baixo nível de gerenciamento, bem como a baixa disponibilidade de capital e recursos humanos, que dificultam a realocação dos recursos necessários para a implementação.

3.2. Sistemas de Gestão Ambiental

3.2.1. Modelos tradicionais de Sistema de Gestão Ambiental

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Modelo Ano e País Setor Inicial Princípios

Resposible Care

Program 1984, Canadá Químico

Princípios Diretivos (declaração de propósitos); Códigos de Práticas Gerenciais (metas genéricas); Painel Público Consultivo (composto por membros de diferentes segmentos da sociedade que colaboram com a indústria química); Grupos de Liderança (executivos das empresas participantes);

STEP 1990, EUA Petróleo

Prevenção a poluição; conservação dos recursos naturais; relação de pareceria e acordo com as comunidades.

BS 7750 1992,

Inglaterra

Vários setores

Primeiro sistema que preconiza que a organização deva estabelecer e manter um sistema de gestão ambiental como mecanismo para garantir que os efeitos de suas atividades, produtos ou serviços estejam em conformidade com sua política ambiental.

EMAS 1995, Comunidade Européia Vários setores

Definiu os critérios para certificações ambientais de processos industriais: um sistema de gestão e de auditoria; padrões de desempenho; verificações por terceiros; e declarações públicas após uma revisão ambiental inicial e conclusão de cada auditoria.

Quadro 3: Os primeiro modelos de SGA antes da ISO 14001:2004, e suas principais características. Fonte: elaborado a partir de Campos et al., (2006).

Dentre os modelos apresentados, o BS 7750 destaca-se por ser o primeiro modelo que sugere a adoção de um sistema de gestão ambiental nas organizações, e através desse garantir o controle dos aspectos e impactos ambientais, e a conformidade com a política ambiental da organização.

3.2.2. SGA ISO 14001:2004

O cenário atual da economia global vem sofrendo algumas mudanças, entre elas destaca-se a inclusão da variável ambiental como um fator importante e decisivo nos negócios. Desse modo, as organizações estão cada vez mais adotando ações para controlar os aspectos ambientais envolvidos em seus processos, produtos ou qualquer outra atividade.

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família ISO 14000, que passaram a ser adotadas pelas organizações para obterem um melhor resultado dessas ações ambientais. As normas da família 14000 fornecem ferramentas de gerenciamento para o controle dos aspectos ambientais das empresas, e segundo Moraes (2012), essas normas se desenvolveram no sentido de proporcionar a padronização de processos, e não ao estabelecimento de parâmetros de desempenho ambiental, os quais, por sua vez, são determinados apenas pelas legislações ambientais. Desse modo, podemos afirmar que estas normas contêm os elementos necessários a implementação de um sistema que alcance as metas ambientais estabelecidas por qualquer organização, e o alcance dos diferentes níveis de metas ambientais está diretamente relacionado ao grau de evolução desse sistema.

Segundo Morilhas (2007), apud MORAES (2012), em 1996 as primeiras normas da série ISO 14000 foram oficializadas, estabelecendo assim as diretrizes para a implementação do sistema de gestão ambiental e para avaliação e certificação destes sistemas, com metodologias uniformes e aceitas internacionalmente, podendo ser aplicada a todos os tipos e partes de organizações, independentemente de suas condições geográficas, culturas e sociais.

Na implantação das normas ISO 14000 na gestão ambiental das empresas podemos encontrar dois grandes enfoques de aplicação, um voltado para a avaliação de produtos e processos e outro para a avaliação da organização (MORAES, 2012). O quadro 4 abaixo apresenta a normas da ISO 14000 e os seus respectivos grupos.

Grupo Normas ABNT ISO 14000

Organiza ção

Sistemas de Gestão Ambiental

NBR ISO 14001: 2004 NBR ISO 14050: 2004 NBR ISO 14004: 2007 NBR ISO 14064: 2007 NBR ISO 14063: 2009 NBR ISO 14005: 2012 Avaliação de Desempenho Ambiental NBR ISO 14031: 2004 Auditoria Ambiental NBR ISO 19011: 2002 NBR ISO 14015: 2003

P

roces

so

e Pr

oduto

Rotulagem Ambiental NBR ISO 14020: 2002 NBR ISO 14021: 2004 NBR ISO 14024: 2004 Avaliação do Ciclo de Vida NBR ISO 14040: 2009 NBR ISO 14044: 2009 Aspectos ambientais na padronização de

produtos

ISO/TR 14062: 2004 ISO GUIA 64: 2010

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Dente as normas da família ISO 14000 destaca-se a ABNT NBR ISO 14001:2004 que traz os requisitos para sistemas de gestão ambiental (SGA). Segundo a ISO 14001 (ABNT, 2004), esta norma especifica os requisitos para que um sistema de gestão ambiental capacite uma organização a desenvolver e implementar política e objetivos que levem em consideração requisitos legais e informações sobre aspectos ambientais significativos.

A norma ISO 14001:2004 é referência quando se trata de SGA, e os requisitos que ela aborda são tratados como fundamentais para o desenvolvimento adequado de um sistema de gestão ambiental que controle seus aspectos e impactos ambientais de acordo com as metas e objetivos traçados pela organização. Os requisitos presentes na ISO 14001:2004, são apresentados no quadro 5 abaixo:

SUBSEÇÃO REQUISITOS DA ISO 14001 4.1 Requisitos Gerais

4.2 Política Ambiental 4.3 Planejamento

4.3.1 Aspectos Ambientais 4.3.2 Requisitos legais e outros 4.3.3 Objetivos, metas e programas 4.4 Implementação e Operação

4.4.1 Recursos, funções, responsabilidades e autoridades 4.4.2 Competência, treinamento e conscientização 4.4.3 Comunicação

4.4.4 Documentação

4.4.5 Controle de documentos 4.4.6 Controle operacional

4.4.7 Preparação e resposta à emergência 4.5 Verificação

4.5.1 Monitoramento e medição

4.5.2 Avaliação do atendimento a requisitos legais e outros 4.5.3 Não conformidade, ação corretiva e ação preventiva 4.5.4 Controle de registros

4.5.5 Auditoria interna

4.6 Análise pela administração

Quadro 5: Requisitos da ISO 14001:2004 para um sistema de gestão ambiental. Fonte: modificado de ABNT NBR ISO 14001:2004.

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nos níveis municipal, estadual ou federal. Essa abordagem pode ser evidenciada na norma, na subseção 4.3.2, que faz referência ao levantamento de todas as questões legais referentes aos aspectos ambientais da organização.

Uma característica fundamental e intrínseca dessa norma é que ela é estruturada de modo a promover uma constante melhoria contínua do sistema de gestão ambiental. Isso ocorre, pois a norma é baseada na metodologia do ciclo do PDCA (Plan - Do - Check - Act), ilustrada na figura 01.

Figura 1: Ciclo PDCA, metodologia base da ISO 14001. Fonte: modificado de ABNT NBR ISO 14001:2004.

Desse modo podemos considerar que essa metodologia é o combustível que faz mover um SGA ISO 14001:2004, e que todas as diretrizes dessa norma se enquadram em alguma etapa do PDCA (figura 1). A melhoria contínua de um SGA está diretamente relacionada ao desempenho ambiental da organização.

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Os indicadores de desempenho ambiental são entendidos como expressões quantitativas ou qualitativas que fornecem informações sobre determinadas variáveis e suas inter-relações, ou seja, informações indispensáveis para processos de melhoria contínua nas empresas (Lavorato, 2010 apud MORAES, 2012). Segundo Moraes (2012), os indicadores ambientais, avaliados no desempenho ambiental da empresa têm sido uma ferramenta largamente utilizada para expressar e informar a todas as partes interessadas o desempenho ambiental da organização, e segundo a autora, os indicadores ambientais geralmente mais utilizados pelas empresas hoje são: consumo de matéria-prima, consumo de energia, consumo de água, resíduos totais, efluentes e emissão do ar.

Um SGA ISO 14001:2004 pode proporcionar diversos resultados para uma organização, como redução dos impactos ambientais causados por suas atividades, redução do risco de penalidades legais, melhoria nos processos operacionais da empresa, ambiente de trabalho mais seguro, maior facilidade na obtenção de empréstimos, melhoria da imagem da empresa, maior satisfação do cliente, conquistas de novo mercado, e finalmente atrelado a todos esses benefícios, as organizações pode ter uma redução de custos, e aumento do lucro.

Podemos verificar uma grande diferença do número de SGA implantados quando comparamos os portes das empresas. A quantidade de SGA implantados em PME é muito menor em relação às empresas de grande porte.

Os benefícios da adoção de um SGA – ISO 14001 são praticamente os mesmos das grandes empresas. Porém, as PME possuem alguns desafios particulares para a adoção de um SGA. A cultura empresarial predominante entre PME apresentam barreiras como aceitar riscos calculados, inovar produtos, processos e estratégias, e dificuldade de adoção de uma postura proativa (SEIFFERT, 2011a). Além dos entraves causados pela cultura das PME, a maioria dessas empresas é pressionada por considerações associadas a tempo e dinheiro, o que as desmotiva a realizar investimentos econômicos para a melhoria de seu desempenho ambiental.

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4. METODOLOGIA E ETAPAS DE TRABALHO

O estudo em questão foi desenvolvido a partir do planejamento e definição das etapas de trabalho consideradas fundamentais para o desenvolvimento do mesmo.

Essa pesquisa pode ser classificada como sendo do tipo “Exploratória”. Segundo Gil (1991), esse tipo de pesquisa proporciona um maior entendimento e proximidade com o assunto explorado, e é utilizada para explicitar o tema ou formular hipóteses.

4.1. Definição do Tema

A escolha do tema foi baseada nas atribuições do profissional de engenharia ambiental e nas demandas atuais do mercado de trabalho. Além disso, a escolha do tema foi influenciada pela percepção de que existe uma defasagem e necessidade de métodos de implementação de SGAs apropriados para as peculiaridades de uma PME.

4.2.Revisão bibliográfica

Essa etapa consistiu no estudo de diversas fontes bibliográficas sobre o assunto, com o objetivo de contextualizar o trabalho, e levantar informações para o desenvolvimento do mesmo.

4.3. Estudo da implementação de SGA em PME

Essa etapa baseou-se no estudo das mais variadas fontes bibliográficas sobre o tema, com o objetivo de identificar a realidade da implementação de SGA em PME, e os dados coletados foram a base para o desenvolvimentos das etapas que se seguiram

4.3.1. Sobre os fatores intrínsecos as PME

Essa etapa foi realizada com o objetivo de identificar os fatores inerentes as organizações desse porte, que influenciam na implementação de um SGA.

4.3.2. Sobre os métodos de implementação

(28)

28

4.4. Estudo e análise do conteúdo da ABNT NBR ISO 14005:2012

Esta etapa consistiu no estudo do conteúdo da Norma ISO 14005:2012, e foi desenvolvida nas fases seguintes, apresentadas abaixo.

4.4.1. Apresentação geral da Norma

A apresentação da ISO 14005:2012 consistiu na seleção e descrição de alguns itens importantes presentes na Norma, para auxiliar a compreensão das abordagens e objetivos desse documento.

4.4.2. Sobre a Seções 4, 5 e 6 da Norma

Esta etapa baseou-se no estudo das principais seções da Norma, com o objetivo de apresentar a finalidade de cada uma, e identificar os respectivos elementos abordados.

4.4.3. Identificação dos requisitos da ISO 14001:2004 nas diretrizes da ISO 14005:2012 Essa fase teve como principal objetivo identificar os requisitos da norma ISO 14001 no contexto das diretrizes da ISO 14005:2012, visto que os requisitos da ISO 14001:2004 são a base para a estrutura e funcionamento para a grande maioria dos SGA.

4.4.4. Sobre os exemplos de implementação em fases de um SGA da Norma

Nessa fase analisamos os anexos da ISO 14005:2012 que trazem exemplos de modelos de implementação de SGA em fases. Essa atividade objetivou identificar as principais peculiaridades, diferenças e finalidade de cada exemplo.

4.4.5. Sobre os modelos de implementação em fases de um SGA da Norma e os problemas para a implementação de SGA em PME

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29

4.4.6. Sobre uma visão geral do processo de escolha dos modelos de implementação da Norma

Nessa etapa final do estudo da ISO 14005:2012 identificamos quais os prováveis caminhos que as PME devem seguir para escolher o melhor modelo para a implementação em fase de um SGA.

Fonte: Elaborada pelo autor

4.5. Conclusão e recomendações

As conclusões e recomendações do trabalho foram baseadas nos resultados e discussões apresentados. O objetivo dessa etapa é evidenciar as conclusões, recomendações e contribuições do trabalho.

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30

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 5.1. Definição do Tema

O tema definido vai de encontro com a constatação de que o mercado de trabalho atualmente entende que o profissional de engenharia ambiental deve estar no controle e implementação dos Sistemas de Gestão Ambiental das empresas. Além disso, a falta de uma sistemática operacional adequada para a implementação de SGA em PME, também contribuiu para a escolha desse tema desse tema.

5.2. Estudo da implementação de SGA em PME 5.2.1. Sobre os fatores intrínsecos as PME

Os dados coletados na revisão bibliográfica foram utilizados para compreender a visão das PME em relação aos SGA. Campos et al., (2004) compara a visão das pequenas e grandes empresas em relação ao sistema de gestão ambiental, e constatou a seguinte realidade nas pequenas empresas (quadro 6):

Características da relação entre PME e SGA

O interesse dos empresários em relação às questões ambientais ainda está diretamente ligado ao benefício econômico ou em relação à imagem que isso pode trazer para as suas empresas, independentemente de seu porte.

O desconhecimento e o despreparo do empresariado, bem como a falta de incentivos por parte do governo contribuem para a não disseminação da questão ambiental entre as pequenas empresas.

Predomínio nas pequenas empresas da desinformação e falta de comprometimento por parte do empresariado, com relação à causa ambiental.

A maioria dos empresários se preocupa apenas em evitar as multas dos órgãos de fiscalização, ou seja, relacionam a gestão ambiental ao controle ou correção.

O pequeno número de funcionários das pequenas empresas e a diversidade de tarefas a serem desempenhadas dificultam a implementação de um SGA neste tipo de organização.

A implementação de um SGA numa pequena empresa é vista, num primeiro momento, como extremamente custosa.

Um sistema para uma pequena ou média empresa deve ser fácil, rápido e não pode exigir uma coleta muito grande de informações nem sistemas de informações muito complexos, caso contrário poderá demandar muito tempo e custo para sua implantação e manutenção.

(31)

31

Segundo Campos et al., (2004), a maior dificuldade para a implementação de um SGA em pequenas empresas está relacionada a deficiência de recursos humanos, no que se refere a quantidade, habilidade e conhecimento técnico. Desse modo, como o número de recurso humano é reduzido e já possuem suas responsabilidades diárias, o tempo também é considerado uma adversidade. Na mesma direção, Seiffert (2011a) aponta algumas dificuldades relacionadas a implementação de sistemas de gestão ambiental ISO 14001, dentre elas destacam-se: a crença de que PME apresentam impactos ambientais reduzidos, e a presença de baixos níveis de gerenciamento e disponibilidade de capital e recurso humano, o que dificulta a realocação de recursos suficientes para a implementação de um SGA ISO 14001. Além disso, Seiffert (2011a) destaca que as PME não possuem um foco na melhoria contínua do desempenho ambiental dos seus SGA.

Em pesquisa sobre a utilização do SGA, a International Organization for Stardardization -ISO (2005) coletou dados que permitiram identificar as principais razões que as PME consideram para não implementarem um SGA (tabela 2).

Tabela 2: Razões para não implementar um SGA.

Razões para não implementar um SGA (%) da amostra que considerou o item

Custo da certificação 50

Falta de recursos financeiros 49

Falta de recursos humanos 48

Não é requisito do cliente 45

Falta de tempo 43

Custo da implementação 43

Não há suporte do marketing 39 Falta de suporte da alta administração 38 ISO 14001 é muito burocrático para o tamanho da nossa empresa

32 Falta de conhecimento da ISO 14001 na organização

29 Grau de documentação/formalidade requerido 29 Falta de funcionários treinados 23 Atitude da gerência contraria a implantação da ISO 14001

23

Implantação muito difícil 20

Falta de suporte do governo 18 Fala da disponibilidade de um guia prático 15 ISO 14001 não traz melhorias 12 Atitude dos funcionários contrária a implantação da ISO 14001

11 Falta de compatibilidade com o sistema de gestão existente

10

Outras 9

(32)

32

Dentre as principais razões para as PME não implementarem um SGA (tabela 2) destacam-se a escassez de recursos financeiros e humanos, a falta de tempo e o custo de implementação.

Segundo análise dos dados apresentados nessa etapa, podemos destacar os principais problemas intrínsecos das PME que influenciam na implementação e desenvolvimento de um SGA, ou seja, os problemas que estão relacionados à própria estrutura e cultura inerente as organizações desse porte (quadro 7).

Principais Problemas Intrínsecos da PME em Relação aos SGA

O baixo preparo, conhecimento e comprometimento do empresariado em relação as questões ambientais.

Baixo foco das PME na melhoria contínua do desempenho ambiental de seus SGA.

Baixa disponibilidade recursos financeiro para a implementação e desenvolvimento de um SGA;

Baixa disponibilidade de recursos humanos para a implementação e desenvolvimento de um SGA;

Escassez de tempo.

Quadro 7: Principais Problemas intrínsecos das PME em relação aos SGA.

Fonte: elaborado pelo autor

5.2.2. Sobre os métodos de implementação

(33)

33

Autor Crítica

Cardoso et al (2003) A Norma mostra os requisitos para implementação de um SGA, mas não relaciona as etapas de implementação.

Guethi (2004)

A Norma não oferece o caminho para implantação nem o que fazer em situações problema.

A sequência de implantação da Norma pode não ser a mais adequada.

Piacente (2005)

A Norma não apresenta critérios de desempenho ambiental.

A norma privilegia modelos end-of-pipe (fim-de-linha), ou seja, a empresa investe no controle final e não em aperfeiçoar os processos produtivos para melhorar o desempenho ambiental.

Quadro 8: Autores, a data de publicação dos trabalhos e suas respectivas críticas sobre a norma ISO 14001:2004.

Fonte: modificado de Dalfre (2007).

Os dados apresentados por Dalfre (2007) aponta algumas carências apresentadas na norma ISO 14001:2004, em relação à implementação de SGA. Desse modo, esses dados sugerem que os modelos que utilizam uma sistemática operacional de implementação estritamente baseada na ISO 14001:2004 podem apresentar pontos fracos na sua estrutura. Uma das críticas destacadas é que a norma apresenta os requisitos que devem estar presente na implementação de um SGA, e não um caminho a ser seguido para a implementação do mesmo. A ISO 14001:2004 não relaciona as etapas de implementação, e a sequência apresentada pela norma nem sempre é a melhor a ser seguida. Desse modo, a ISO 14001:2004 não deve ser vista como uma sistemática de implementação, e sim como um documento referência para consulta de todos os requisitos que um SGA deve ter para o seu desenvolvimento ideal.

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34

Grau de importância Requisito da NBR ISO 14001:2004

Alto

Política ambiental Aspectos ambientais Requisitos legais

Recursos, funções, responsabilidade e autoridade Competência, treinamento e conscientização Documentação

Controle operacional Monitoramento e medição

Avaliação do atendimento a requisitos legais

Médio

Objetivos, metas e programas Comunicação

Controle de documentos

Preparação e resposta à Emergências

Não conformidade, ação corretiva e preventivas Controle de registros

Auditoria interna

Análise da administração

Quadro 9: Graus de importância dado pelas pequenas empresas aos requisitos da NBR ISO 14001:2004, ou as etapas de implementação de um SGA.

Fonte: modificada de Campos et al., (2004).

Os dados do quadro 9 pode nos indicar a visão das pequenas empresas em relação aos SGA implementados em suas organizações. O foco predominante dessas pequenas empresas é o atendimento aos requisitos legais e o controle operacional dos processos do sistema de gestão ambiental, evitando custos com possíveis multas, e utilizando o SGA como uma ferramenta de controle ou correção. Ainda pelo quadro 9, podemos identificar alguns requisitos considerados de média importância (Obejtivos, Metas e Programas; Auditoria Interna; Análise da Administração; Não Conformidade, Ação Corretiva e Preventiva), o que pode indicar uma preocupação não tão grande em relação a melhoria contínua do desempenho ambiental dos seus SGA, que é um dos princípios que alimentam esse tipo de sistema.

Sendo assim, podemos afirmar que é necessário adaptar os métodos e ferramentas de implementação de SGA para que alguns requisitos de extrema importância possam ser desenvolvidos e consolidados durante a sua implementação, e que atendam a demanda e contexto das PME. Para isso devemos considerar os principais desafios intrínsecos das PME em relação a implementação de SGA (quadro 7) e as deficiências encontradas nos modelos de implementação adotados (quadro 8).

(35)

35

médio porte, e os problemas relacionados aos modelos de implementação de SGA estritamente baseados na norma ISO 14001:2004.

Esses dois grupos de problemas para a implementação apresentados no quadro 10 foram identificados nas etapas seguintes desse trabalho, com as respectivas siglas PII e PIM.

Principais problemas para a implementação de um SGA em PME

Problemas de implementação intrínsecos as PME

ID

Problemas de implementação relacionados aos modelos de implementação (norma ISO 14001)

ID

O baixo preparo, conhecimento e comprometimento do empresariado em relação as questões ambientais. PII-1

A Norma mostra os requisitos para implementação de um SGA, mas não relaciona as etapas de implementação.

PIM-1

Baixo foco das PME na melhoria contínua do desempenho ambiental de seus SGA.

PII-2 A Norma não apresenta critérios de

desempenho ambiental. PIM-2

Baixa disponibilidade recursos financeiro para a implementação e desenvolvimento de um SGA;

PII-3

A norma privilegia modelos

end-of-pipe (fim-de-linha), ou seja, a

empresa investe no controle final e não em aperfeiçoar os processos produtivos para melhorar o desempenho ambiental.

PIM-3

Baixa disponibilidade de recursos humanos para a implementação e desenvolvimento de um SGA;

PII-4 A sequência de implementação da

Norma pode não ser a mais adequada.

PIM-4

Escassez de tempo.

PII-5

A Norma não oferece o caminho para

implementação. PIM-5

A norma não fornece diretrizes sobre

o que fazer em situações problema. PIM-6 Quadro 10: Principais problemas para a implementação de um SGA em PME.

(36)

36

5.3. Estudo e análise do conteúdo da ABNT NBR ISO 14005:2012

5.3.1. Apresentação geral da Norma

Para uma visualização da estrutura geral da Norma foi elaborado um fluxograma contendo as seções e as principais subseções presentes

na ISO 14005:2012 (figura 3).

(37)

37

Com a finalidade de proporcionar uma compreensão geral dos principais objetivos da norma, foram selecionados e apresentados alguns princípios da mesma (quadro 11).

Seção Título Considerações importantes

1.

Escopo

“Esta Norma fornece orientação para todas as organizações, mas

particularmente para pequenas e médias empresas (PME), no

desenvolvimento, implementação, manutenção e melhoria, em fases de

um SGA. Inclui também conselhos sobre a integração e o uso de técnicas da avaliação de desempenho ambiental.”

3.1.

Generalidades do processo de implementação

em fases

“As organizações podem ser desencorajadas a aplicar uma abordagem

sistêmica à gestão ambiental, se a perceberem como sendo um processo inflexível, limitado, burocrático ou caro. Podem também ser oprimidos

pelo tamanho aparente da tarefa.”

“O modelo traçado nesta Norma foi desenvolvido para ajudar uma

organização a executar um SGA de uma maneira particular, ao mesmo tempo em que a extensão e o objetivo do sistema crescem, com o tempo, em linha com os objetivos da organização e os recursos disponíveis.”

“Antes de executar uma abordagem em fases, uma organização pode

precisar considerar: o seu tamanho; a sua localização; as estruturas existentes de gestão; a extensão na qual as questões ambientais foram incorporadas às atividades operacionais do dia a dia; as necessidades e

aspirações culturais; a disponibilidade de pessoal e de competências; a limitação dos recursos.”

3.2.

Importância do suporte, do comprometimento e da participação da Direção e das pessoas no processo de implementação

em fases

“A fim de executar com sucesso um SGA eficaz que agregue valor às

atividades da organização, é essencial para assegurar e manter o

suporte, o comprometimento e a participação da Direção, incluindo a Alta Direção e o pessoal. Se este não é o caso em uma organização

particular, a Seção 4 descreve uma abordagem possível que pode ser aplicada para obter apoio suficiente e o comprometimento para iniciar a

implementação de um SGA.”

“Geralmente, o suporte e o comprometimento crescem à medida que as

pessoas se tornam mais envolvidas no processo e começam a tirar

proveito das recompesas da gestão e seus aspectos ambientais.”

Quadro 11: Princípios importantes abordados pela ISO 14005:2012. Fonte: Elaborado com base na ABNT NBR ISO 14005:2012.

5.3.2. Sobre as seções 4, 5 e 6 da Norma

O conteúdo da Norma é dividido em três seções chaves, as Seções 4, 5 e 6. Os exemplos de implementação em fases de um SGA fazem uso dos elementos fornecidos pela seção 5 e 6 (anexos A, B e C), e em especial o anexo A contempla as seções 4, 5 e 6. Desse modo, é fundamental o conhecimento dessas seções.

(38)

38

proporcionando o compromisso e sustentações internos necessários para a implementação futura de um SGA (quadro 12).

Seção Título Descrição

4.1. Finalidade Executar um projeto de escopo reduzido para garantir um novo compromisso, ou reforçar um compromisso existente. Isto pode trazer familiaridade com os componentes de básicos de um SGA, a experiência de alguns dos benefícios de gerenciar aspectos ambientais de uma maneira sistemática, e uma melhoria no desempenho ambiental.

4.2. Generalidades da Metodologia

A metodologia proposta para o desenvolvimento do projeto é o modelo de gestão PDCA (Plan-Do-Check_Act).

4.2.2. Participação da Alta Direção

É essencial obter a participação, o comprometimento e o suporte das pessoas dentro da organização que têm a autoridade para assegurar que ações sejam tomadas e que têm o controle sobre os recursos necessários para suportar uma implementação bem sucedida.

4.2.3. Identificação e seleção de um projeto

Decidir por projetos ambientais: que podem gerar benefícios empresariais e melhoria ambientais que incentivariam o comprometimento e suporte; de escopo limitado para ser administrado com recursos limitados, mas capazes de produzir valor demonstrável a organização; atenção ao nível de esforço exigido, recursos e retorno de investimento.

4.2.4. Planejamento e implementação do projeto

selecionado

Antes de começar o projeto selecionado, é sugerido preparar um plano de ação reduzido, resumindo pelo menos: a entrega do projeto, o porquê isso teria valor para a organização, como ele pode ser atingido, os indicadores para controle e medição e os custos previstos.

4.2.5 Verificando o projeto

selecionado

O progresso em relação aos indicadores escolhidos pode ser avaliado periodicamente a fim de determinar: progresso em relação aos indicadores de desempenho; recursos e despesas; atrasos em potencial; outros desvios do plano de ação.

4.2.6. Revendo o projeto selecionado

Depois do plano de ação ser inteiramente implementado, convém que a Alta Direção analise criticamente o processo e os resultados para avaliar: se todas as ações planejadas foram executadas adequadamente; se as melhorias no desempenho ambiental foram alcançadas; o nível de realizações com relação aos objetivos de planejamento; os resultados financeiros; as consequências possíveis para a estrutura de organização.

Quadro 12: Estrutura da Seção 4 da ISO 14005:2012 - Empreendendo um projeto relacionado com o meio ambiente para garantir o suporte e o compromisso da Direção para começar a implementação em fases de um SGA.

(39)

39

A seção 5 fornece os elementos de apoio que convém que uma organização considere quando ela planeja sua implementação em fases (quadro 13). Além disso, a seção ainda orienta a implementação e manutenção de cada elemento, indicando o passo a passo das atividades necessárias.

Subseção Título Passos

5.1. Comunicações ambientais

5.1.1. Generalidades 1, 2, 3, 4 e 5

5.2. Recursos, papéis, responsabilidade e autoridade

5.2.1. Generalidades 1, 2, 3, 4 e 5

5.3. Competência, treinamento e conscientização

5.3.1. Generalidades 1, 2, 3 e 4

5.4. Registros

5.4.1. Generalidades 1, 2 e 3

5.5. Documentação

5.5.1 Generalidades 1, 2, 3 e 4

5.6. Controle de documentos

5.6.1. Generalidades 1, 2, 3 e 4

Quadro 13: Estrutura da Seção 5 da ISO 14005:2012 - Elementos que suportam a implementação e a manutenção de um SGA.

(40)

40

O quadro 14 mostra um exemplo de como esta representado a orientação passo a passo para a implementação e a manutenção dos elementos da Seção 5.

Subseção Título Descrição Passo 1 Passo 2 Passo 3 5.4.1. Generali

dades dos Registros

O formato e o tempo de retenção de alguns registros são prescritos por requisitos legais e outros, mas a maioria dos registros é criada e mantida a critério da organização. Uma vês que pode ser requerido que a organização demonstre a implementação de sua gestão ambiental a partes interessadas externas, convém que aqueles registros sejam mantidos de uma forma acessível e legível. Reconhecer a necessidade de manter registros como evidência de seu SGA atual. Determinar quais registros são exigidos e estabelecer um procedimen to para seu controle. Analisar criticamen te e manter registros conforme necessário .

Quadro 14: Estruturação da orientação passo a passo para a implementação e a manutenção dos elementos propostos pela Seção 5. Exemplo do elemento Registros (Seção 5.4).

Fonte: Elaborado com base na ABNT NBR ISO 14005:2012.

(41)

41

Subseção Título Passos

6.1. Identificação dos aspectos ambientais significativos da organização

6.1.1. Generalidades 1, 2 e 3

6.2. Identificações dos requisitos legais e outros da organização

6.2.1. Generalidades 1, 2, 3 e 4

6.3. Avaliação da conformidade com os requisitos legais e outros da organização

6.3.1. Generalidades 1, 2, 3 e 4

6.4. Preparação e implementação de uma política ambiental

6.4.1. Generalidades 1, 2, 3 e 4

6.5. Definindo objetivos e metas e estabelecendo programas

6.5.1. Generalidades 1, 2, 3 e 4

6.6. Controle operacional

6.6.1. Generalidades 1, 2, 3 e 4

6.7. Planejar para e responder as emergências

6.7.1. Generalidades 1, 2, 3 ,4 e 5

6.8. Avaliação de desempenho ambiental, incluindo monitoramento e medição

6.8.1. Generalidades 1, 2, 3, 4 e 5

6.9. Auditorias Internas

6.9.1. Generalidades 1, 2, 3, 4 e 5

6.10. Gerenciando quando as coisa não acontecem conforme planejado

6.10.1 Generalidades 1, 2, 3, 4 e 5

6.11. Análise Crítica pela Direção do progresso e do desempenho

6.11.1. Generalidades 1, 2 e 3

Quadro 15: Estrutura da Seção 6 da ISO 14005 - Desenvolvimento e implementação de um SGA. Fonte: Elaborado com base na ABNT NBR ISO 14005:2012

5.3.3. Identificação dos requisitos da ISO 14001:2004 nas diretrizes da ISO 14005:2012 A norma ISO 14001:2004 traz os requisitos para um sistema de gestão ambiental e suas orientações de uso. Essa norma é a mais popular entre as normas da série ISO 14000, pois as suas diretrizes são utilizadas para o desenvolvimento da maioria dos SGA no mundo. Desse modo, o atendimento aos requisitos dessa norma é uma das referências para o desenvolvimento de um sistema de gestão ambiental reconhecido internacionalmente e uma possível garantia que o SGA desenvolvido estará baseado em fundamentos já estabelecidos com sucesso.

(42)

42

14001:2004 nas três fases de implementação que o anexo B (anexo C da ISO 14005:2012 - Exemplo de implementação em três fases) sugere.

Requisitos da ISO 14001 Aplicação dos requisitos da ISO 14001 segundo a ISO 14005, Anexo C da Norma.

Política Ambiental (4.2)

Preparação e implementação de uma política ambiental (6.4):

FASE 1 (passos 1 e 2); FASE 2 ( passos 3 e 4);

Aspectos Ambientais (4.3.1)

Identificação dos aspectos ambientais significativos da organização (6.1):

FASE 1 (passos 1 e 2); FASE 2 (passos 3 e 4);

Requisitos legais e outros (4.3.2)

Identificação dos requisitos legais, gerais e outros da organização (6.2):

FASE 1 (passos 1 e 2); FASE 2 (passos 3 e 4);

Objetivos, metas e programas (4.3.3)

Definição de objetivos e metas e estabelecimento de programas (6.5):

FASE 1 (passos 1, 2 e 3); FASE 2 (passo 4);

Recursos, funções, responsabilidades e autoridades (4.4.1)

Recursos, papéis, responsabilidades e autoridades (5.2):

FASE 1 (passo 1); FASE 3 (passos 2, 3 e 4); Competência, treinamento e

conscientização (4.4.2)

Competência, treinamento e conscientização (5.3): FASE 1 (passo 1);

FASE 2 (passos 2, 3 e 4); Comunicação (4.4.3)

Comunicações ambientais (5.1): FASE 1 (passo 1 e 2);

FASE 3 (passos 3, 4 e 5); Documentação (4.4.4)

Documentação (5.5): FASE 1 (passo 1); FASE 3 (passos 2, 3 e 4); Controle de documentos (4.4.5)

Controle de documentos (5.6): FASE 1 (passo 1);

FASE 3 (passos 2, 3 e 4);

Controle operacional (4.4.6)

Controle operacional (6.6): FASE 1 (passo 1);

FASE 2 ( passos 2 e 3); FASE 3 (passo 4); Preparação e resposta a emergência

(4.4.7)

Preparação e resposta a emergência (6.7): FASE 2 ( passos 1, 2, 3, 4 e 5);

Monitoramento e medição (4.5.1)

Avaliação do desempenho ambiental, incluindo monitoramento e medição (6.8):

FASE 1 (passo 1);

(43)

43

Avaliação do atendimento a requisitos legais e outros (4.5.2)

Avaliação da conformidade com requisitos legais e outros da organização (6.3):

FASE 1 (passos 1 e 2); FASE 3 (passos 3 e 4); Não conformidade, ação corretiva e

ação preventiva (4.5.3)

Gerenciando quando as coisas não acontecem conforme planejado (6.10):

FASE 1 (passo 1);

FASE 3 (passos 2, 3, 4 e 5); Controle de registros (4.5.4)

Registros (5.4): FASE 1 (passo 1);

FASE 3 (passos 2, 3, e 4); Auditoria interna (4.5.5)

Auditorias internas (6.9): FASE 1 (passo 1);

FASE 3 (passos 2, 3, 4 e 5);

Análise pela administração (4.6)

Análise crítica pela direção do progresso e desempenho (6.11):

TODAS AS FASES: uma parte de cada passo em todas as fases;

Quadro 16: Identificação dos requisitos da norma ISO 14001:2004 no anexo C da norma ISO 14005:2012, que propõe a implementação de um SGA em três fases.

Fonte: Elaborado com base na ABNT NBR ISO 14005:2012.

Segundo a ISO 14005 (ABNT, 2012) os exemplos de implementação em fases de um SGA (anexo A e B) que contemplam pelo menos as Seções 5 e 6 da mesma, mais o suporte da própria norma, garantem o atendimento aos requisitos da ISO 14001. Além disso, o processo de implementação em fases também permite que a organização avalie seu progresso para a implementação e posterior certificação da ISO 14001.

5.3.4. Sobre os exemplos de implementação em fases de um SGA da Norma

(44)

44

Exemplo Finalidade Fases

Seções da Norma

Perfil das organizações melhores atendidas Principais Diferenças dos modelos Anexo A Ilustrar um modelo de implementação

que usa passos fixos para promover uma evolução dos elementos do sistema, e que prepara a organização antes

de implementar os elementos do SGA.

1 4 e 5

Organização com pouco ou nenhum conhecimento das questões ambientais. Organização que após ter realizado um projeto ambiental, decide gerenciar seus aspectos

ambientais de maneira estruturada e sistemática. A implementação de um SGA não é uma exigência.

Sequência fixa de passos a serem

executados;

propõe a realização de um

projeto

ambiental antes da

implementação de um SGA (Seção 4); Não

há uma sequência

definida para a execução dos passos responsáveis pelo desenvolvimento dos elementos de suporte (Seção 5);

2 4, 5 e 6 3 5 e 6 4 5 e 6

5 5 e 6

Anexo B

Ilustrar um modelo de implementação

que utiliza passos que podem ser executados

consecutivamente ou

simultaneamente

1 5 e 6

Organização que deseja implementar e ou melhorar o desempenho de um SGA, em seu próprio ritmo e dentro dos recursos disponíveis. A implementação de um SGA que cumpra os requisitos da ISO 14001 é uma exigência.

A execução dos passos dentro de uma fase não é engessada;

Propõe a implementação

dos elementos do SGA desde o início; Define uma sequência para a execução dos passos responsáveis pelo desenvolvimento dos elementos de suportes;

2 5 e 6

3 5 e 6

Quadro 17: Principais características e diferenças dos dois modelos de implementação em fases de um SGA da ISO 14005 (anexos A e B).

(45)

45

O anexo A traz um exemplo de implementação de um SGA em cinco fases, apresentando uma sequência fixa de passos a serem executados. Esse modelo é recomendado para PMEs que necessitam de conhecimento e comprometimento com o SGA, antes de abordar os elementos do SGA. Para isso, o anexo A propõe inicialmente a implementação de um projeto específico relacionado a área ambiental (fase 1 do quadro12), antes de tratar os elementos principais de um SGA. O objetivo do projeto é incentivar o comprometimento da alta Direção, e garantir que os recursos necessários para a implementação do SGA estarão disponíveis.

Além disso, o anexo A propõe um modo peculiar para desenvolver os elementos que suportam a implementação de um SGA (Seção 5 da Norma). Segundo a ISO 14005 (ABNT, 2012), a extensão a que os elementos de apoio se desenvolvem cresce à medida que o SGA é implementado, e isto é demonstrado pela forma do triângulo, representado no anexo A. Desse modo, o modelo ilustrado pelo anexo A não apresenta uma sequência definida para a execução dos passos responsáveis pelo desenvolvimento dos elementos de suporte (Seção 5), e proporciona uma flexibilidade maior para a evolução desses elementos.

O anexo B aborda o exemplo de uma companhia que decidiu implementar um SGA devido a solicitação de seu cliente. A empresa ainda não havia identificado suas questões ambientais, e após uma avaliação de informações e dos recursos disponíveis, decidiram implementar um SGA em três fases.

Esse modelo não apresenta uma sequência engessada para a execução dos passos dentro de cada fase de implementação, e contempla as Seções 5 e 6 da ISO 14005:2012, garantindo o atendimento aos requisitos da ISO 14001:2004. Ainda, podemos considerar que esse modelo pode ser adequado para PME que querem implementar um SGA no seu ritmo e utilizando o recursos disponíveis, e que ao mesmo tempo, esse SGA contemple os requisitos da ISO 14001:2004.

Por sua vez, o anexo C é um exemplo de um projeto real de SGA, e visa ilustrar como todos os vários elementos de um projeto da implementação em fases do SGA funcionam em conjunto. Esse exemplo descreve as atividades realizadas pela empresa e indica, respectivamente, quais os elementos de um SGA (Seção 5 ou 6 da ISO 14005:2012) que foram abordados.

(46)

46

5.3.5. Sobre os modelos de implementação em fases da Norma e os problemas para a implementação de SGAs em PMEs

Nessa etapa do trabalho relacionamos os principais problemas para a implementação de um SGA em PME, identificados no início do trabalho (quadro 10), e os modelos de implementação em fases de SGA (anexo A e B) propostos pela ISO 14005:2012. Desse modo, identificamos quais as qualidades presentes nesses modelos que podem vir a ser uma solução para esses problemas (quadro 18).

ID Principais problemas para a implementação de um SGA em

PMEs

Características dos modelos de implementação de um SGA da ISO 14005

(Anexos A e B) que representam soluções para os PII ou PIM

PII Problemas de implementação

intrínsecos as PMEs Descrição Anexo

Seção/ Subseção PII-1 O baixo preparo, conhecimento e

comprometimento do empresariado e do pessoal em relação as questões ambientais.

Empreender um projeto relacionado ao meio ambiente

antes da implementação do

SGA;

A 4

PII-2 Baixo foco das PMEs na melhoria contínua do desempenho ambiental de seus SGAs.

Avaliação de desempenho

ambiental, incluindo monitoração e medição;

A e B 6.8

PII-3 Baixa disponibilidade recursos financeiro para a implementação e

desenvolvimento de um SGA;

Implementação em fases proporciona o desenvolvimento de um SGA, em seu próprio ritmo e dentro dos recursos disponíveis.

A 4, 5 e 6

B 5 e 6

PII-4 Baixa disponibilidade de recursos humanos para a implementação e

desenvolvimento de um SGA;

Implementação em fases proporciona o desenvolvimento de um SGA, em seu próprio ritmo e dentro dos recursos disponíveis.

A 4, 5 e 6

B 5 e 6

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47

fases proporciona o desenvolvimento de um SGA, em seu próprio ritmo e dentro dos recursos disponíveis.

B 5 e 6

PIM Problemas de implementação relacionados aos modelos de

implementação (norma ISO 14001)

PIM-1 A Norma mostra os requisitos para implementação de um SGA,

mas não relaciona as etapas de implementação.

Execução das fases e

etapas de implementação

definidas e relacionadas passo a

passo;

A e B 5 e 6

PIM-2

A Norma não apresenta critérios de desempenho ambiental.

Avaliação de desempenho

ambiental, incluindo monitoração e medição;

A e B 6.8

PIM-3

A norma privilegia modelos end-of-pipe (fim-de-linha), ou seja, a empresa investe no controle final e não em aperfeiçoar os processos

produtivos para melhorar o desempenho ambiental. Avaliação de desempenho ambiental, incluindo monitoração e medição;

A e B 6.8

PIM-4 A sequência de implementação da Norma pode não ser a mais

adequada.

A execução dos passos dentro de uma fase não é engessada;

B 5 e 6

PIM-5 A Norma não oferece o caminho para implementação.

Implementação em

fases, com orientação passo a

passo;

A e B 5 e 6

PIM-6 A norma não fornece diretrizes sobre o que fazer em situações

problema.

Gerenciando quando as coisas não acontecem conforme planejado;

A e B 6.10

Quadro 18: Relação entre os problemas para a implementação de SGA em PME e as soluções proporcionadas pelos modelos de implementação em fases apresentados pela ISO 14005.

Fonte: elaborado pelo autor

(48)

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objetivos da organização e considerando os recursos disponíveis. O modelo do anexo A, especificamente o desenvolvimento da Seção 4 da Norma, pode evidenciar uma solução para o PII-1, ao propor a realização de um projeto relacionado ao meio ambiente, antes da implementação do SGA. Esse projeto pode aproximar a alta direção e o pessoal à realidade de um SGA. Por sua vez, o PII-2 pode ser prevenido através da implementação da avaliação de desempenho ambiental, incluindo monitoração e medição, contemplados nos dois modelos e na subseção 6.8 da Norma.

A avaliação de desempenho ambiental, incluindo monitoração e medição (Seção 6.8), também previne os PIM-2 e PIM-3, quando consideramos os problemas ligados aos modelos de implementação utilizados. O PIM-1 e PIM-5 podem ser evitados através do uso dois modelos (anexo A e B), pois apresenta uma estrutura de execução das fases e etapas de implementação bem definidas e relacionadas passo a passo (Seção 5 e 6). Por sua vez, o anexo B apresenta uma estrutura de execução dos passos de cada fase bem flexível, o que pode ser uma solução para o PIM-4. Por fim, o PIM-6 tem relação com a Subseção 6.10 contemplada pelos dois modelos, que trata do gerenciamento quando as coisas não acontecem conforme planejado;

Através dessa análise, podemos afirmar que os modelos de implementação em fase de um SGA propostos pela ISO 14005:2012 (anexos A e B), quando utilizados corretamente, podem evitar os principais problemas enfrentados pelas PME para a implementação de um SGA.

5.3.6. Sobre uma visão geral do processo de escolha dos modelos de implementação da Norma

(49)

49

Fonte:elaborado pelo autor.

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6. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

O estudo e análise do conteúdo da ISO 14005:2012 mostrou que a Norma traz como proposta algumas características fundamentais que facilitam a implementação em fases de um SGA em PME, como: promover o compromisso e o conhecimento da alta Direção em relação ao SGA, permite uma flexibilidade em relação a alguns recursos durante implementação (tempo, recursos humano e financeiro) e inclui a avaliação de desempenho ambiental. Esses atributos atendem as principais necessidades das PME em relação a implementação de um SGA. Além disso, o estudo mostrou que as diretrizes e os exemplos de implementação da Norma abordam todos os requisitos de um SGA ISO 14001:2004, sugerindo que após a implementação em fases de um SGA, o qual foi feito o uso da ISO 14005:2012, as PME possam pleitear uma certificação SGA ISO 14001:2004, ou pelo menos estar atendendo grande parte dos elementos de um SGA ISO 14001:2004.

O trabalho mostra que a ISO 14001:2004 deve ser utilizada na implementação de SGA como um documento referência para entender quais os requisitos básicos que todos sistemas de gestão devem contemplar, porém, ela não deve ser vista como um modelo ou ferramenta de implementação de um SGA, já que ela não define alguns pontos fundamentais para o processo de implementação. Mas essa crítica, na realidade, deve ser direcionada aos que traduzem a ISO 14001:2004 de modo não adequado, e não direcionada a própria Norma, que possui um escopo totalmente condizente com a sua proposta, que é fornecer os requisitos essenciais para o desenvolvimento de um SGA.

O estudo ainda sugere os caminhos que as diferentes PME podem seguir para a escolha do modelo de implementação mais adequado da Norma, e que atenda a sua realidade específica. Isso pode auxiliar as PME, de diferentes perfis, a adotar uma implementação com a sequência de etapas mais adequada as suas condições e objetivos.

Imagem

Tabela 1: Classificação do porte da empresa segundo o critério número de funcionários adotado pelo  SEBRAE
Figura 1: Ciclo PDCA, metodologia base da ISO 14001.   Fonte: modificado de ABNT NBR ISO 14001:2004
Tabela 2: Razões para não implementar um SGA.
Figura 3: Fluxograma da estrutura das seções apresentadas pela ABNT NBR ISO 14005:2012
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Referências

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