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Controle químico de Panicum repens e Paspalum repens.

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Academic year: 2017

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1 Recebido para publicação em 9.2.2003 e na forma revisada em 10.9.2004.

2 Aluno de graduação, bolsista Fapesp, Departamento de Produção Vegetal da Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista – FCA-UNESP, Caixa postal 237, 18603-970 Botucatu-SP, <carbonari@fca.unesp.br>; 3 Prof. Assistente de Doutor, Departamento de Produção Vegetal da FCA-UNESP; 4 Eng.-Agr., Aluno de pós-graduação, Departamento de Produção Vegetal da FCA-UNESP.

C

ONTROLE

Q

UÍMICO

DE

Pani cum r epens

E

Paspal um r epens

1

Chemical Control of

Panicum repens

and

Paspalum repens

CARBONARI, C.A.2, MARTINS, D.3, TERRA, M.A.4 e MARCHI, S.R.4

RESUMO - Panicum repens e Paspalum repens são espécies infestantes de ambientes úmidos e alagados, freqüentes em margens de lagos, reservatórios, canais de irrigação e drenagem. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a eficiência de diferentes herbicidas no controle dessas duas espécies. O experimento foi conduzido no Núcleo de Pesquisas Avançadas em Matologia, do Departamento de Produção Vegetal, pertencente à Faculdade de Ciências Agronômicas/UNESP, campus de Botucatu-SP. As plantas foram cultivadas em caixas d’água e as pulverizações foram realizadas utilizando- se um pulverizador costal pressurizado a CO2. Os tratamentos testados foram: glyphosate a 2.400, 3.360 e 4.320 g e.a. ha-1 + Aterbane 0,5% v/v, glyphosate a 2.400, 3.360 e 4.320 g e.a. ha-1 + Silwet 0.1% v/v, imazapyr a 750 e 1.500 g e.a. ha-1 e diquat a 400 e 800 g i.a. ha-1 (em aplicações seqüenciais de 200+200 g i.a. ha-1 e 400+400 g i.a. ha-1), além de uma testemunha sem aplicação de herbicidas. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com quatro repetições. Avaliações visuais de controle foram realizadas, sendo a massa seca das plantas determinada ao final do estudo. O herbicida glyphosate na dose de 4.320 g e.a. ha- 1, independentemente do adjuvante utilizado, assim como na dose de 3.360 g e.a. ha-1 com Aterbane, proporcionou bom controle de Panicum repens e, em todas as doses e adjuvantes testados, promoveu controle excelente de Paspalum repens. O herbicida imazapyr, independentemente da dose testada, apresentou resultados insatisfatórios no controle das plantas de Panicum repens, porém promoveu um excelente controle de Paspalum repens; o herbicida diquat, apesar das duas aplicações e independentemente da dose utilizada, mostrou-se ineficiente para controle das duas espécies.

Palavras-chave: planta aquática, adjuvante, glyphosate, imazapyr, diquat.

ABSTRACT - Two experiments were carried out to evaluate the susceptibility of Pani cum r epens

and Paspal um r epens Bergius to different herbicides applied in post-emergence. The plants w ere cultivated in reservoirs and the treatments tested w ere: glyphosate (Rodeo) at 2,400, 3,360 and 4,320 g a.e. ha-1 plus Aterbane 0.5% v/ v; glyphosate at 2,400, 3,360 and 4,320 g a.e. ha-1

plus Silwet 0,1% v/ v; imazapyr (Arsenal) at 750 and 1,500 g a.e. ha-1, diquat (Reward) at 400 and

800 g a.i. ha-1 (in sequential applications of 200+200 g a.i. ha-1 and 400 + 400 g a.i. ha-1, respectively)

and an untreated control. A CO2 backpack sprayer w ith 2 bars and consumption of 200 L ha-1 of

spray solution was used.The experimental design was completely randomized with four repetitions. The control w as evaluated visually and plant dry matter determined at the end of the study. The herbicide glyphosate at 4,320 g a.e. ha-1, regardless of the adjuvant used, and at 3,360 g a.e. ha-1

with Aterbane, provided a good control of Pani cum r epens, and an excellent control of Paspal um r epens at all the doses tested; the herbicide imazapyr, regardless of the dose tested, presented unsatisfactory results in controlling Pani cum r epens plants, but provided an excellent control of Paspal um r epens; the herbicide diquat w as inefficient in controlling both species, despite the tw o applications and regardless of the dose applied.

(2)

INTRODUÇÃO

Ambientes úmidos ou alagados, como várzeas ou margens de corpos hídricos, propor-cionam condições ecológicas favoráveis à proliferação de diversas plantas daninhas, em razão do excesso de nutrientes causado pela eutrofização e sedimentação de partículas minerais e orgânicas, depositadas em função da erosão de áreas agrícolas mal manejadas e escoamentos de esgotos. Dentre as várias espécies de ocorrência nesse meio destacam-se as gramíneas Panicum repens e Paspalum repens.

Panicum repens é uma espécie perene e

Paspalum repens é anual, sendo ambas

per-tencentes à família Poaceae e de ampla impor-tância e distribuição no Brasil (Kissmann, 1997; Lorenzi, 2000).

As duas espécies reproduzem-se por se-mentes e rizomas. Panicum repens produz grande quantidade de rizomas, que suportam longos períodos secos e adaptam-se facilmente à condição de alagamento, onde eles passam a flutuar (Moreira, 1977). Em razão de seu rápido desenvolvimento vegetativo, as plantas podem ocupar as margens de reservatórios rapidamente (Hoyer et al., 1996). Paspalum

repens apresenta crescimento de seus ramos

e rizomas a grandes distâncias para dentro d’água; eventualmente, eles se desprendem e passam a formar ilhas que continuam a crescer, chegando a atingir grandes extensões (Lorenzi, 2000).

As plantas daninhas de ambientes aquá-ticos são classificadas em diferentes grupos. As plantas marginais são espécies de terra seca, ou seja, ocorrem nas margens de canais, reservatórios e rios, aproveitando-se da umi-dade. Dessa forma, as sementes dessas espé-cies podem disseminar-se pelo curso d’água, atingindo grandes distâncias (Velini, 2000). Assim, apresentam- se como importantes infestantes de várzeas e canais de irrigação e de drenagem (Lorenzi, 2000). Também são encontra da s em gra nde qu a ntida de na s margens de lagos e reservatórios utilizados para múltiplos usos da água, como: geração de energia, recreação, pesca e navegação (Tanaka, 1998).

A ocorrência dessas plantas daninhas nos ma is divers os a mb ientes a qu á ticos

proporciona elevada perda d’água por trans-piração, além de reduzir a velocidade da água nos canais, aumentando a sedimentação de partícu las e encarecendo a manu tenção destes (Oliveira Jr. & Constantin, 2001). Pitelli (1998) afirma que essas espécies invadem represas rurais, facilitando o acúmulo de material erodido e reduzindo a qualidade e a capacidade de armazenamento de água, assim como a própria vida útil do reservatório.

Essas plantas marginais aumentam a incidência de insetos vetores de doenças, pois proporcionam um ambiente favorável à proli-feração desses agentes. O controle dessas plantas daninhas pode fazer parte de uma estratégia de controle desses vetores, redu-zindo o número de tratamentos utilizados no combate a esses insetos (Nir, 1988). Panicum

repens é, ainda, um importante hospedeiro

alternativo de patógenos, que são responsá-veis por grandes danos à cultura do arroz (Kissmann, 1997).

No Brasil, apesar do imenso potencial hídrico e dos grandes danos causados por essas plantas, são escassos os trabalhos visando o seu controle. Segundo Martins (1998), entre os métodos de controle recomendados tem-se o controle químico. Atualmente os herbicidas mais utilizados no mundo são os seguintes: 2,4-D, glyphosate, diquat, endothal, compostos à base de cobre, fluridone e imazapyr.

Nir (1988), Shilling et al. (1990) e Reddy & Singh (1992) testaram herbicidas no controle

de Panicum repens e constataram grande

potencial de controle do glyphosate e imazapyr. No entanto, no Brasil são escassos os traba-lhos visando o controle de Panicum repens e

Paspalum repens.

Esta pesquisa teve como objetivo avaliar a eficiência de alguns herbicidas aplicados em pós-emergência, isolados ou acrescidos de adjuvantes, no controle de Panicum repens e

Paspalum repens.

MATERIAL E MÉTODOS

(3)

As plantas de Panicum repens e Paspalum

repens foram cultivadas em caixas d’água de

fibra de vidro com as dimensões de 60 x 60 x 45 cm, contendo cerca de 40 litros de solo de várzea, o que proporcionou uma profundidade de aproximadamente 10 cm. As características químicas do solo utilizado nos experimentos foram: pH (CaCl2) = 4,7; M.O.( g dm-3) =14 ; P, B,

Cu, Fe, Mn e Zn = 41, 0,21, 8,5, 338, 34,6 e 2,9 mg dm-3, respectivamente; e H+Al, K, Ca,

Mg, SB e CTC = 47, 2,8, 39, 20, 61 e 108. As características físicas foram: 70% de areia, 23% de argila e 7% de silte. Foi realizada uma adubação de 250 kg ha-1 da formulação

comer-cial 04-14-08 antes do plantio e uma adubação nitrogenada de 60 kg ha-1 com uréia 50 dias

depois deste.

As plantas de Panicum repens foram cole-tadas no reservatório de Jaguaribe-SP, sendo colocadas três mudas em cada caixa d’água, após serem podadas cerca de 20 cm acima do colo. As plantas de Paspalum repens foram coletadas no reservatório de Barra Bonita-SP e reproduzidas através de estolões, sendo colocados sete por caixa d’água. Elas foram mantidas a pleno sol com uma lâmina d’água de 3 a 7 cm constante sobre o solo.

Os tratamentos utilizados nas duas espé-cies de plantas foram: glyphosate (Rodeo) a 2.400, 3.360 e 4.320 g e.a. ha-1 mais Aterbane

a 0,5% v/v; glyphosate a 2.400, 3.360 e 4.320 g e.a. ha-1; mais Silwet L77 0,1% v/v;

imazapyr (Arsenal) a 750 e 1.500 g e.a. ha-1 e

diquat (Reward) a 400 e 800 g i.a. ha-1 (em

aplicações seqüenciais de 200+200 g i.a. ha-1

e 400+400 g i.a. ha- 1, respectivamente).

Manteve-se uma testemunha sem aplicação de herbicidas. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com quatro repetições.

Os herbicidas foram aplicados três meses após o plantio, quando as plantas de Panicum

repens apresentavam uma altura entre 85 e

95 cm e as de Paspalum repens, entre 45 e 55 cm. As aplicações seqüenciais dos tra-tamentos com o herb icida diqu at foram realizadas aos seis dias após aplicação dos herbicidas, para Paspalum repens,e aos nove dias, para Panicum repens.

Na aplicação dos herbicidas foi usado um pulverizador costal, pressurizado a CO2, com pressão constante de 2 bar e equipado com um reservatório de 2 litros. O consumo de calda foi de 200 L ha-1. A barra de

aplica-ção foi equipada com dois bicos jato plano Teejet 110.02 XR, distanciados 50 cm entre si.

As condições climáticas no momento da aplicação dos herbicidas e da aplicação se-qüencial dos tratamentos com o herbicida diquat estão apresentadas na Tabela 1. As parcelas foram protegidas, com lonas plásticas, de possíveis rajadas de vento no momento da aplicação.

As avaliações de controle das plantas daninhas foram visuais, por meio de uma escala percentual de notas, em que 0 (zero) corresponde a nenhuma injúria demonstrada pela planta e 100 (cem) à morte das plantas, segundo a Sociedade Brasileira da Ciência das Plantas Daninhas (1995). Essas avaliações foram feitas aos 2, 6, 9, 12, 15, 18, 22, 26, 30, 35,42, 49, 56 e 60 dias após aplicação dos herbicidas (DAA) para Panicum repens e aos 2, 6, 9, 12, 15, 18, 22, 28, 34 e 38 DAA para

Paspalum repens. Ao final das avaliações

visuais foi avaliada a massa seca das plantas, cortando-se a parte aérea de todas elas e secando-as em estufa de circulação forçada de ar a 60 oC.

Tabela 1 - Condições climáticas no momento da aplicação dos herbicidas. Botucatu-SP, 2003

Reaplicação do diquat Aplicação dos herbicidas

Panicum repens Paspalum repens

Condição

Inicial Final Inicial Final Inicial Final

Horário da aplicação 8h15 9h25 14h50 14h50 16h10 16h20

Umidade relativa do ar (%) 56 54 48 48 54 55

(4)

Os parâmetros utilizados para o estabe-lecimento das notas foram: quantidade de plantas mortas, acúmulo de biomassa, inibição do crescimento, quantidade e uniformidade das injú rias e capacidade de rebrota das plantas.

Os resultados foram submetidos à análise de variância pelo teste F, sendo as médias dos tratamentos comparadas pelo teste t a 5% de probabilidade para os resultados da avaliação visual e a 10% de probabilidade para aqueles da avaliação da massa seca.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na Tabela 2 encontram-se os resultados das avaliações visuais de controle das plantas

de Panicum repens, de 2 a 60 dias após a

aplicação dos herbicidas.

Observa-se que no início das avaliações (2 DAA) as plantas submetidas à aplicação de glyphosate mostraram os sintomas mais severos dentre os herbicidas sistêmicos, apre-sentando um amarelecimento (clorose) nas folh a s , qu e evolu iu d u ra n te o p eríod o experimental.

Ao final do estudo (60 DAA), os tratamentos na maior dose (4.320 g e.a. ha-1) com ambos os

adjuvantes e na dose de 3.360 g e.a. ha-1 com

Aterbane foram os que apresentaram o maior controle das plantas. N a maior dose de glyphosate, apesar de ao final do estudo não ter sido observada diferença significativa entre os surfatantes, o Silwet proporcionou controle mais eficiente durante grande período das avaliações.

Por sua vez, Shilling et al. (1990) testaram glyphosate com três surfatantes, em dife-rentes concentrações, no controle de Panicum

repens e observaram diferenças tanto em

fu nção dos su rfatantes como das doses. Esses resu ltados não corrob oram com os obtidos, talvez pela dose inferior utilizada pelo pesquisador, bem como pelo estágio de cresci-mento das plantas no mocresci-mento da aplicação, que foi bem juvenil. Reddy & Singh (1992) também testaram os efeitos de adjuvantes organossiliconados, a fim de potencializar o controle de Panicum repens com glyphosate, e os compararam com outro surfatante não-iônico, observando maior controle das plantas

nos tratamentos com os organossiliconados, o que não foi aqui observado.

Para o herbicida imazapyr, leves sintomas foram observados em Panicum repens aos 2 DAA, porém apenas aos 12 DAA os sinto-mas evoluíram de clorose para necrose. No entanto, as duas doses (750 e 1.500 g e.a. ha-1)

apresentaram controles insatisfatórios e semelhantes durante todo o período experi-mental.

Nir (1988), por sua vez, testou o herbicida imazapyr nas doses de 1.000 e 1.500 g e.a. ha-1

no controle de Panicum repens e em algu-mas ou tras plantas daninhas perenes de ocorrência em canais de drenagem, com resultados positivos. Esses resultados contra-ditórios podem estar relacionados à densidade de plantas e ao estádio de desenvolvimento destas, os quais não são citados nesse traba-lho.

O herbicida diquat, aos 2 DAA, apresentou controle bastante expressivo, sendo este maior para a concentração de 400 g i.a. ha-1. Os

sintomas aumentaram e evoluíram aos 6 DAA, quando as plantas apresentavam suas folhas bastante danificadas por necroses. Esse rápido desenvolvimento dos sintomas pode ser atri-buído ao fato de o diquat ser um herbicida não-seletivo e de contato, ou seja, que apresenta translocação bastante limitada na planta, pois interfere no processo de captação de luz solar e causa morte rápida dos tecidos (Rodrigues & Almeida , 1998). S egu ndo O liveira Jr. & Constantin (2001), esse produto apresenta como característica uma rápida absorção – seus sintomas são observados quase que de imediato, podendo ocorrer a morte das plantas em um a dois dias. A atividade e velocidade de ação deste herbicida são proporcionais à intensidade luminosa.

(5)

A dificuldade no controle de Panicum repens

está relacionada com a grande capacidade e rapidez com que as plantas se recuperam, principalmente em função das reservas de ca rb oid ra tos n os rizoma s (M a n ip u ra & Somaratne, 1972). Dessa forma, o fato de o diqu at apresentar translocação b astante limitada causa grandes danos principalmente às folhas das plantas, mas permite que as plantas de Panicum repens se recuperem e restabeleçam sua parte aérea.

De maneira geral, os tratamentos com glyphosate proporcionaram o melhor controle, porém este variou em função das doses e dos adjuvantes. As doses de 4.320 g e.a. ha-1

inde-pendente dos adjuvantes e de 3.360 g e.a. ha-1

com Aterbane proporcionaram bom controle: entre 91,3 e 94,8%. Nas outras doses o controle foi menos eficiente (abaixo de 88,5%). O her-bicida imazapyr, independentemente da dose u tilizada, apresentou controle ab aixo de 69,5%, sendo este considerado insatisfatório na supressão de Panicum repens; o herbicida diquat, apesar das duas aplicações e indepen-dentemente da dose utilizada, mostrou-se ineficiente no controle das plantas de Panicum repens.

Na Tabela 3 encontra-se os resultados das avaliações visuais de controle das plantas de

Paspalum repens de 2 a 38 DAA. Observa-se aos

2 DAA, para o herbicida glyphosate, uma eleva-da fitotoxieleva-dade – estas plantas apresentavam as folhas bastante danificadas por necroses. Esse fato não era esperado inicialmente, pois trata-se de um produto sistêmico que normal-mente apresenta necessidade de um período longo para evidenciar seus sintomas.

Aos 6 DAA, todos os tratamentos com glyphosa te a tingira m excelente nível de controle. Aos 12 DAA, as concentrações de 3.360 e 4.320 g e.a. ha-1 com Silwet causaram

a morte de todas as plantas. Todos os trata-mentos com glyphosate, independentemente da dose e do surfatante utilizado, atingiram 100% de controle aos 22 DAA, o que demons-trou grande sensibilidade desta espécie a este herbicida.

O herbicida imazapyr aos 2 DAA causou os primeiros sintomas de fitointoxicação, com o início do desenvolvimento de cloroses internervais e arroxeamento das folhas. Aos 38 DAA, quando foi encerrado o estudo, foi observado excelente controle, com a morte de todas as plantas.

Tabela 2 - Avaliações visuais de controle de plantas de Panicum repens em diferentes épocas após aplicação de herbicidas. Botucatu-SP, 2003

Dose Dias após a aplicação dos herbicidas (DAA)

Tratamento

g i/e.a. ha-1 2 6 93/ 12 15 18 22 28 35 42 49 56 60

1. testemunha - 0,0 f 0,0 e 0,0 f 0,0 f 0,0 f 0,0 f 0,0 e 0,0 d 0,0 e 0,0 e 0,0 f 0,0 e 0,0 f

2. glyphosate + At1/ 2.400 15,3 dc 23,0 c 27,3 d 40,7 d 46,7 d 48,7 d 60,3 bc 72,7 b 74,0 b 77,0 b 80,7 c 85,0 b 85,3 c

3. glyphosate + At 3.360 18,0 cd 23,0 c 29,8 cd 42,8 cd 48,3 d 51,0 d 58,8 bc 76,5 b 80,8 b 84,8 b 87,8 ab 89,3 b 90,3 ab 4. glyphosate + At 4.320 18,3 c 25,5 c 32,8 bcd 43,3 cd 50,8 cd 56,3 bcd 65,8 ab 76,8 b 80,3 b 85,0 b 89,0 ab 90,0 ab 90,8 ab 5. glyphosate + Sil2/ 2.400 13,3 d 21,8 c 31,8 cd 45,8 cd 50,3 d 55,5 cd 66,5 ab 74,5 b 77,0 b 78,8 b 85,3 bc 87,0 b 87,8 bc 6. glyphosate + Sil 3.360 16,0 cd 22,8 c 31,8 cd 45,0 cd 51,3 cd 60,0 bc 67,3 ab 77,8 ab 78,8 b 83,3 b 86,0 bc 88,3 b 88,5 bc 7. glyphosate + Sil 4.320 16,0 cd 22,5 c 34,0 bc 47,8 c 59,5 cb 64,5 ab 73,0 a 87,0 a 90,3 a 93,5 a 94,3 a 94,8 a 94,8 a

8. imazapyr 750 5,3 e 9,0 d 12,0 e 18,8 e 26,3 e 22,8 e 32,8 d 52,8 c 57,5 c 61,3 c 60,3 d 68,3 c 69,0 d

9. imazapyr 1.500 6,0 e 9,0 d 9,0 e 13,23 e 18,3 e 19,8 e 32,3 d 53,5 c 60,0 c 60,8 c 58,8 d 69,5 c 69,5 d

10. diquat 200 + 200 45,8 b 51,3 b 38,5 bc 67,8 b 67,8 b 61,0 abc 53,5 c 52,5 c 27,8 d 15,5 d 11,5 e 11,0 d 6,3 e

11. diquat 400 + 400 53,8 a 59,0 a 42,0 a 84,3 a 80,8 a 69,0 a 59,3 bc 54,0 c 27,5 d 16,0 d 12,0 e 11,0 d 6,8 e

F tratamento 99,07** 110,63** 39,86** 118,54** 53,25** 60,73** 41,08** 55,93** 105,80** 147,29** 246,70** 387,28** 567,63**

CV (%) 17,4 13,6 16,0 10,7 13,8 12,3 13,1 10,6 9,4 9,2 7,6 6,0 5,2

DMS 4,85 4,84 6,18 6,40 9,18 8,31 9,92 9,37 8,19 8,02 6,65 4,47 5,13

Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste t (P>0,05); ** valor significativo pelo teste F a (P>0,01).

(6)

O herbicida diquat, nas duas doses tes-tadas, apresentou na primeira avaliação uma elevada porcentagem de controle, no qual todas as folhas atingidas pelo herb icida apresentavam necroses, devido provavel-mente à baixa translocação e ação de contato desse produto (Oliveira Jr. & Constantim, 2001; Rodrigu es & Almeida , 1998). Aos 6 DAA, os sintomas começaram a regredir, independentemente da dose testada (400 e 800 g i.a. ha-1, divididas em aplicações

se-qüenciais), em função do aparecimento de rebrotas.

Com a aplicação seqüencial (6 DAA) obte-ve-se novamente um bom nível de controle, porém novamente as plantas apresentaram rebrotas que inviabilizaram o controle.

De maneira geral, o herbicida glyphosate apresentou resultados excelentes (100%) para o controle de Paspalum repens, em todas as doses e independentemente do adjuvante tes-tado. Também o herbicida imazapyr mostrou excelente controle des ta es pécie (100% para as duas doses), contudo de forma mais lenta que o glyphosate. O herbicida diquat apresentou novamente resultados insatis-fatórios.

Na Tabela 4 estão apresentados os resul-tados da avaliação da redução da massa seca das plantas de Panicum repens e Paspalum

repens ao final do estudo. Nota-se que todas as

doses e herb icidas testados promoveram redução da massa seca das plantas quando comparadas à testemunha; no entanto, essa redução foi dependente dos herbicidas tes-tados.

As plantas de Panicum repens e Paspalum

repens submetidas ao herbicida glyphosate,

independentemente do tratamento testado, apresentaram as maiores reduções na bio-massa das plantas. Observa-se, em termos percentuais, que a dose de 4.320 g e.a. ha-1 +

Silwet apresentou a maior redução de bio-massa (maior que 50%).

Para o imazapyr, as duas doses causa-ram redução inferior à proporcionada pelo glyphosate, caracterizando assim a inefi-ciência deste produto no controle das plantas

de Panicum repens. As parcelas de Paspalum

repens tratadas com o herbicida imazapyr

apresentaram grande redução de biomassa, com resultados semelhantes aos do glyphosate, porém este apresentou controle mais rápido. Tal fato pode ser explicado pela ação mais

Tabela 3 - Avaliações visuais de controle de plantas de Paspalum repens em diferentes épocas após aplicação de herbicidas. Botucatu-SP, 2003

Dose Dias após a aplicação dos herbicidas (DAA)

Tratamento

(g i/e.a. ha-1) 2 63/ 9 12 15 18 22 26 30 34 38

1. testemunha - 0,0 e 0,0 d 0,0 d 0,0 d 0,0 d 0,0 d 0,0 d 0,0 d 0,0 e 0,0 c 0,0 c

2. glyphosate + At1/ 2.400 69,3 b 97,7 a 99,0 a 99,7 a 100,0 a 100,0 a 100,0 a 100,0 a 100,0 a 100,0 a 100,0 a

3. glyphosate + At 3.360 73,0 ab 98,0 a 99,5 a 99,8 a 100,0 a 100,0 a 100,0 a 100,0 a 100,0 a 100,0 a 100,0 a

4. glyphosate + At 4.320 74,3 ab 98,3 a 99,0 a 99,8 a 100,0 a 100,0 a 100,0 a 100,0 a 100,0 a 100,0 a 100,0 a

5. glyphosate + Sil2/ 2.400 70,0 b 97,3 a 98,7 a 99,0 a 99,7 a 99,7 a 100,0 a 100,0 a 100,0 a 100,0 a 100,0 a

6. glyphosate + Sil 3.360 70,8 b 97,8 a 99,0 a 100,0 a 100,0 a 100,0 a 100,0 a 100,0 a 100,0 a 100,0 a 100,0 a

7. glyphosate + Sil 4.320 78,8 a 98,0 a 99,5 a 100,0 a 100,0 a 100,0 a 100,0 a 100,0 a 100,0 a 100,0 a 100,0 a

8. imazapyr 750 4,5 de 16,8 c 32,5 c 37,8 c 66,5 b 74,5 b 82,8 b 90,8 b 95,8 b 98,5 a 100,0 a

9. imazapyr 1.500 7,5 d 13,8 c 29,0 c 40,3 c 67,8 b 73,5 b 91,3 b 90,0 b 94,5 b 98,3 a 100,0 a

10. diquat 200 + 200 47,0 c 35,8 b 62,8 b 58,0 b 56,5 c 51,5 c 33,3 c 17,8 c 12,8 c 3,8 b 2,0 b

11. diquat 400 + 200 46,3 c 34,5 b 66,25 b 55,8 b 55,5 c 48,0 c 31,3 c 17,3 c 5,0 d 2,8 b 1,8 b

F tratamento 241,01** 1.119,61** 706,76** 266,45** 488,91** 477,61** 291,52** 4.780,52** 3.177,01** 3.776,10** 6.807,90**

CV (%) 8,2 4,0 3,8 6,0 3,8 3,9 5,7 1,6 2,1 2,0 1,54

DMS 5,87 3,65 4,00 6,34 4,24 4,39 6,25 1,73 2,28 2,19 1,72

Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste t (P>0,05); ** valor significativo pelo teste F a (P>0,01).

(7)

rápida do glyphosate em comparação ao imazapyr, sendo as plantas decompostas rapidamente. O herbicida imazapyr, apesar de interromper o crescimento e causar a morte das regiões meristemáticas logo após a aplica-ção (Rodrigues & Almeida, 1998), levou um tem-po maior para provocar a morte das plantas.

O diquat causou pequena redução de massa seca das duas espécies, em razão de o herbicida não atingir provavelmente os rizo-mas, que possuem reservas de carboidratos, permitindo, assim, a rebrota das plantas (Manipura & Somaratne, 1974). Não ocorreram diferenças entre as doses testadas, sendo inviável a aplicação deste herbicida no controle

de Panicum repens e Paspalum repens.

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Tabela 4 - Massa seca das plantas de Panicum repens e Paspalum repens e porcentagem de massa seca ao final do ensaio em relação à testemunha. Botucatu-SP, 2003

Panicum repens Paspalum repens

Dose

Massa seca Massa seca

Tratamento

(g i e.a. ha-1) (g) (%) (g) (%)

1. testemunha - 832,9 a 100,0 384,2 a 100,0

2. glyphosate+Aterbane 0,5% 2.400 462,7 cd 55,6 216,0 de 56,2

3. glyphosate+Aterbane 0,5% 3.360 432,1 d 51,9 196,3 de 51,1

4. glyphosate+Aterbane 0,5% 4.320 425,1 d 51,0 194,8 de 50,7

5. glyphosate+Silwet 0,1% 2.400 478,8 cd 57,5 216,0 de 56,2

6. glyphosate+Silwet 0,1% 3.360 433,5 d 52,0 217,7 cde 56,7

7. glyphosate+Silwet 0,1% 4.320 402,7 d 48,3 164,3 e 42,8

8. imazapyr 750 549,9 bc 66,0 230,1 cd 59,9

9. imazapyr 1.500 565,7 bc 67,9 237,3 bcd 61,8

10. diquat 200 + 200 624,8 b 75,0 257,2 bc 66,9

11. diquat 400 + 400 631,6 b 75,8 287,4 b 74,8

F tratamento 8,09** --- 8,37** ---

CV (%) 16,4 --- 17,4 ---

DMS 108,59 --- 52,8 ---

(8)

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Imagem

Tabela 1 - Condições climáticas no momento da aplicação dos herbicidas.  Botucatu-SP, 2003
Tabela 2 - Avaliações visuais de controle de plantas de Panicum repens em diferentes épocas após aplicação de herbicidas
Tabela 4 - Massa seca das plantas de Panicum repens e Paspalum repens e porcentagem de massa seca ao final do ensaio em  relação à testemunha

Referências

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