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REVISTA
BRASILEIRA
DE
REUMATOLOGIA
Artigo
original
Osteoporose
na
atenc¸ão
primária:
uma
oportunidade
para
abordar
os
fatores
de
risco
Angra
Larissa
Durans
Costa
a,
Marcos
Antonio
Custódio
Neto
da
Silva
a,
Luciane
Maria
Oliveira
Brito
a,
Anna
Cyntia
Brandão
Nascimento
a,
Maria
do
Carmo
Lacerda
Barbosa
a,
José
Eduardo
Batista
a,
Geusa
Felipa
de
Barros
Bezerra
a,
Grac¸a
Maria
De
Castro
Viana
a,
Walbert
Edson
Muniz
Filho
a,
Flávia
Castello
Branco
Vidal
ae
Maria
do
Desterro
Soares
Brandão
Nascimento
a,b,∗aUniversidadeFederaldoMaranhão(UFMA),SãoLuís,MA,Brasil bCentrodeEstudosSuperioresdeCaxias(Cesc),Caxias,MA,Brasil
informações
sobre
o
artigo
Históricodoartigo:
Recebidoem28demarçode2014 Aceitoem24demarçode2015
On-lineem17dejulhode2015
Palavras-chave:
Climatério Osteoporose Fatoresderisco
r
e
s
u
m
o
Introduc¸ão: Asmulheresnoclimatérioestãosuscetíveisaumasériedemudanc¸as,entre elasaosteoporose.Aosteoporoseéumadoenc¸acaracterizadaporumabaixamassaóssea esusceptibilidadeàfratura.Atualmente,essadoenc¸aéumproblemadesaúdepúblicaeé necessárioreconhecerseusfatoresderisco.
Objetivos:Identificarosfatoresderiscorelacionadoscomaosteoporoseemmulheres aten-didaspeloProgramadePráticasdeIntegralidadeemSaúde(Propis)/Proex/UFMA,trac¸aruma caracterizac¸ãosociodemográficaeconsideraroestilodevidadacomunidade.
Materialemétodos:Trata-sedeumestudotransversalretrospectivoclínicocomuma abor-dagemquantitativa,feitoentremarc¸oejunhode2013,emSãoLuís(MA),com107mulheres atendidaspeloProgramadePráticasdeIntegralidadeemSaúde(Propis).Oestudofoi apro-vadopeloComitêdeÉticadoHospitalUniversitáriodaUFMA,sobparecern◦. 362/07. Os
dadosforamtabuladoseanalisadoscomosoftwareepidemiológicoEpi-Info®,versão3.4.1. Resultados: Aetniapardafoipredominante,auniãoestávelmostrouserumfator prote-toreabaixaescolaridadefoiumfatorderisco. Aidademédiadogrupocommenopausa foide54,1anoseadosemmenopausade31,3anos(p<0,0001).Aidademédiada meno-pausafoide43,7anos.Ociclomenstrualirregularfoiumfatorprotetor.Onúmeromédiode gestac¸õesfoide4,56paraogrupocommenopausae2,45paraogruposemmenopausa,com amaiorpartedospartosnormal(p<0,0001).Otabagismo,ainatividadefísicaeoconsumode cafeínaforamfatoresderisco,enquantoaausênciadealcoolismoedeingestãode refrige-ranteforamfatoresdeprotec¸ãoparaadoenc¸a.
Conclusão:Os pacientesseguiram operfilsocioeconômico e demográfico doMaranhão. A maior parte teve a menarca e a menopausa em períodos apropriados, não
∗ Autorparacorrespondência.
E-mail:cnsdma@uol.com.br(M.D.S.B.Nascimento).
http://dx.doi.org/10.1016/j.rbr.2015.03.004
apresentavaantecedentesfamiliaresdeosteoporose,nãocostumavaingerirbebida alcoó-lica,erasedentáriaeconsumiaumaelevadaquantidadedecafeína.
©2015ElsevierEditoraLtda.Todososdireitosreservados.
Osteoporosis
in
primary
care:
an
opportunity
to
approach
risk
factors
Keywords:
Climacteric Osteoporosis Riskfactors
a
b
s
t
r
a
c
t
Introduction:Climactericwomenaresusceptibletoanumberofchanges,amongthem oste-oporosis.Osteoporosisisadiseasecharacterizedbylowbonemassandsusceptibilityto fracture.Currently,thisdiseaseisapublichealthissue,beingnecessarytorecognizeitsrisk factors.
Objectives: IdentifyriskfactorsrelatedtoosteoporosisinwomenattendingPropis/Proex/ UFMA,tracingasocio-demographiccharacterizationandconsideringcommunitylifestyles.
Materialandmethods:Thisisatransversalretrospectiveclinicalwithaquantitativeapproach studyconductedbetweenMarchandJune2013inSãoLuís(MA)with107womentreated attheProgramadePráticasdeIntegralidadeemSaúde(Propis-IntegralityHealthPractice Program).ThestudywasapprovedbytheUniversityHospitalEthicsCommitteeofUFMA underopinionno.362/07.DataweretabulatedandanalyzedintheepidemiologicalEpi-Info® software,version3.4.1.
Results: Thebrowncolorwaspredominant,consensualrelationshipsprovedtobea protec-tivefactorandloweducationwasariskfactor.Theaverageageofthegroupwithmenopause was54.1yearsandwithoutmenopausewas31.3years(p<0.0001).Theaverageageof meno-pausewas43.7years.Theirregularmenstrualcyclewasaprotectivefactor.Theaverage number ofpregnancieswas4.56forthegroupwithmenopauseand2.45forthegroup withoutmenopause,withmostbirthsoccurringnormally(p<0.0001).Smoking,physical inactivityandcaffeineintakewereriskfactors,whiletheabsenceofalcoholismandofsoda intakewereprotectivefactorsforthedisease.
Conclusion: ThepatientsfollowedthesocioeconomicanddemographicprofileofMaranhão. Mosthadmenarcheandmenopauseinappropriateperiods,showednopositivefamily his-toryofosteoporosis,didnotusuallydrinkalcohol,weresedentaryandthecaffeineintake washigh.
©2015ElsevierEditoraLtda.Allrightsreserved.
Introduc¸ão
Aosteoporoseéumadoenc¸aósseametabólicacaracterizada pela diminuic¸ão da densidade mineral óssea (DMO), com deteriorac¸ão da microarquitetura óssea que levando a um aumentodafragilidadedoesqueletoeaumriscodefratura.1 Odiagnósticodeosteoporoseéfeitopormeiodaavaliac¸ãoda colunalombaremAP,docolofemoralproximale/oudofêmur totaleantebrac¸o,deacordocomoscritériospropostospela Organizac¸ãoMundialdaSaúde(OMS).2
Nos Estados Unidos, a osteoporose afeta cerca de 25 milhões de pessoas e envolve mais de 1,3 milhão de fraturasanualmente.3NoBrasil,asprojec¸õesestimadaspara ospróximos10anosrevelamqueaquantidadedefraturasde quadrildecorrentedaosteoporose(atualmente121.700 fratu-rasanuais)vaichegara140milfraturasdequadrilporanoaté 2020.4,5
NoBrasil,estudosfeitosnoRecifemostramuma prevalên-ciadeosteoporosede28,8%,deacordocomos critériosda OMS.6 UmestudorecentefeitoemSãoPaulocomos crité-riosdiagnósticos daOMSrevelouque33%dasmulheresna
pós-menopausatinhamosteoporosenacolunalombareno fêmur.7
A manifestac¸ão clínica da doenc¸a está frequentemente associada a fraturas da coluna vertebral, do quadril e do punho; mesmosemqualquerreduc¸ãosignificativana densi-dademineralósseaousintomaósseo,tambéméconsiderada osteoporose.8,9 As fraturas causadas pelaosteoporose con-tribuem para a presenc¸a de dor nas costas, reduc¸ão na qualidade de vida e interferência nas atividades de vida diária.9
Oclimatériotemumaforteinfluênciasobreaperdaóssea emmulheres, emrazão dodesequilíbrio entrea formac¸ão e reabsorc¸ão óssea, além de ser determinado por uma diminuic¸ãonaproduc¸ãodeestrogênio.12,13
Emdecorrênciadessaenormepreocupac¸ãoparaasaúde das mulheres, é necessário reconhecer os fatores de risco relacionadoscomaosteoporose,caracterizar sociodemogra-ficamenteessapopulac¸ãoelevaremconsiderac¸ãooestilode vidadacomunidade.
Material
e
métodos
Trata-sedeumestudotransversalretrospectivoclínicocom uma abordagem quantitativa, feito entre marc¸o e junho de2013,emSãoLuís(MA).Estetrabalhoprovémdaanálisede dadossecundáriosdobancodedadosdeumprojetointitulado “HistóriafamiliardocâncerdemamaemSãoLuís-Maranhão”, integradoaoProgramadePráticasdeIntegralidadeeSaúde (Propis)/Proex/UFMA, que apoiou o desenvolvimento desta pesquisacientífica.
Oestudofoifeitopormeiodeentrevistascomum questio-nário,emumaamostracompostapor107mulheres(entre17 e75anos)saudáveis,algumascomsinaisclínicosdo clima-tério(neurovegetativos,neuropsiquiátricosougenitais), nas quaisforamobservadosfatoresderiscorelacionadoscoma osteoporose.
Aselec¸ãodessaspacientesocorreupordemanda espon-tâneaentreaspessoasatendidaspeloProgramadePráticas deIntegralidadeeSaúde(Propis)daUniversidadeFederaldo Maranhão(UFMA).
Ocritério para ainclusão da pacienteno estudofoi ser mulher,residenteemSãoLuís(MA),assistidapeloprograma; ocritériousadoparaanãoinclusãofoinãoresidiremSãoLuís (MA),mastersidoassistidapeloPropis/UFMA.
As mulheres que preencheram os critérios de inclusão receberaminformac¸õessobreapesquisae,apósconsentir par-ticipardoestudo,assinaramotermodeconsentimentolivre eesclarecidopreviamenteaprovadopeloComitêdeÉticado HospitalUniversitáriodaUniversidadeFederaldoMaranhão (UFMA),sobparecern◦ 362/07.
Osdadosforamtabuladoseanalisadospelosoftware epide-miológicoEpi-Info®,versão3.4.1.Parainvestigaraassociac¸ão
entre as variáveis, foi usada a razão de proporc¸ões. Nas variáveiscontínuas,foiusadootesteAnovaeosresultados foramexpressoscomoamédiaedesviopadrão.Os resulta-dosforamexpressoscomnúmerosinteirosepercentagens.As variáveisqueforamconsideradassignificativasapresentavam ump<0,05.
Resultados
A análise dos perfis socioeconômicos e demográficos dos gruposcomesemmenopausanãoapresentoudiferenc¸a sig-nificativa.Osgruposforamhomogêneos,compredomínioda etniaparda.Orelacionamentoconsensualprovouserumfator protetorearendamédiamensalfoidedois atrêssalários mínimos(tabela1).
Obaixoníveldeescolaridadeprovouserumfatorderisco; amaiorpartedas pacientesmoravaemcasasdealvenaria,
cujofornecimentodeáguaeraprovenientedoabastecimento deáguadoestadoeaáguaerafiltrada(tabela1).
Aidademédiadaspessoasdogrupocommenopausaerade 54,1anoseadogruposemmenopausaerade31,3anos,oque mostrouserumdadosignificativo,comp<0,0001(tabela1).
Emrelac¸ãoàscaracterísticaspré-menopáusicasda amos-tra,amenarcanogrupocommenopausafoide13,6anose 13,2anosnogruposemmenopausa.Adiferenc¸anãofoi esta-tisticamentesignificativa(tabela2).
Aidademédiadamenopausanogrupocommenopausafoi de43,7anos.Amaiorparte(62,5%)ocorreudemodonatural esemterapiadereposic¸ãohormonal(93,8%). Emrelac¸ãoao ciclomenstrual,otipoirregularprovouserumfatorprotetor (tabela2).
Emambososgruposdeestudo,comesemmenopausa,os antecedentesfamiliaresdeosteoporosenãoforamumfator significativo. A maior parte tinha antecedentes familiares negativosdeosteoporose(tabela2).
Considerando-se a caracterizac¸ão gestacional da amos-tra, aquantidade médiade gestac¸õesfoi de4,56 no grupo commenopausae2,45nogruposemmenopausaeamaior partedospartosfoinormal.Esseéumdadosignificativo,com p<0,0001(tabela3).
A análise do estilo de vida e do estado nutricional da amostramostrouqueotabagismo,afaltadeexercíciofísico e aingestão de cafeína sãofatores de risco para osteopo-rose, enquanto a ausência de uso abusivo de álcool, bem comodeconsumoderefrigerantesealimentosenlatados,é fatordeprotec¸ãoparaadoenc¸a(tabela4).
Discussão
De acordocom dados epidemiológicos de países da União Europeia, haverá mudanc¸as na estrutura etária, com uma concentrac¸ão maisaguda no grupo com 80 anos ou mais. Nesse grupo, haverá uma maior incidência de fraturas por osteoporose. Esse grupo populacional aumentará de 8,9milhõesdemulherese4,5milhõesdehomensem1995 para26,4milhõesdemulherese17,4milhõesdehomensem 2050.14
Dados da literatura mostram que a osteoporose éuma doenc¸aósseametabólicaqueafetaprincipalmenteas mulhe-resapósamenopausa. SegundoaOrganizac¸ãoMundialde Saúde,umterc¸odasmulheresbrancasacimados65anostem osteoporose.15
NoBrasil,percebe-sequehápoucosestudosnaliteratura queanalisamoperfilepidemiológicodaspessoascom osteo-porose. UmestudofeitoemRecifeporBandeiraetal.,6com umaamostrade627mulheres,encontrouumaidademédiade 63,9anoseumperíododemenopausade16,2anos.Martini etal.16analisarammulheresnapré-menopausae encontra-ramumaprevalênciade6%deosteoporosee33%demulheres napós-menopausa.Clarketal.4encontraramuma prevalên-ciade33,8%deosteoporoseemmulheresnapós-menopausa. Aprevalênciadeosteoporoseémaioremmulherescomrenda familiarinferiora10saláriosmínimos.17
Tabela1–Caracterizac¸ãosocioeconômicaedemográficadaamostra.SãoLuís,2013
Variáveis Menopausa Semmenopausa RP(IC95%)a
Presenc¸a Ausência Presenc¸a Ausência
Idadeb 54,18±8,18 31,34±8,14 <0,0001(p-valor)
Etnia
Branca 5 27 6 69 2,13(0,51-8,81)
Negra 9 23 20 55 1,08(0,39-2,97)
Parda 18 14 49 26 0,68(0,27-1,73)
Estadocivil
Solteira 14 18 30 45 1,17(0,54-2,92)
Casada 11 21 17 58 1,79(0,66-4,86)
Uniãoestável 4 28 28 47 0,24(0,06-0,82)
Viúva 3 29 75 0 Nãodefinido
Rendafamiliar
Até
½
SMc 1 31 2 73 1,18(0,00-17,51)½
a1SMc 17 15 42 33 0,89(0,36-2,22)>1-2SMc 10 22 16 59 1,68(0,60-4,67)
>2-3SMc 1 31 12 63 0,17(0,01-1,36)
>3-4SMc 32 0 1 74 0,00(0,00-41,67)
Nãosabeinformar 3 29 2 73 3,78(0,48-34,43)
Escolaridade
Semescolaridade 2 30 75 0 Nãodefinido
Escreveonome 1 32 75 0 Nãodefinido
Profissional 32 0 2 73 0,00(0,00-9,82)
Ensinofundamentalincompleto 18 14 23 52 2,91(1,14-7,47)
Ensinofundamental 3 29 9 66 0,76(0,15-3,39)
Ensinomédioincompleto 2 30 15 60 0,27(0,04-1,35)
Ensinomédio 6 26 23 52 0,52(0,17-1,57)
Ensinosuperiorincompleto 32 0 3 72 0,00(0,00-5,37)
Tipodehabitac¸ão
Alvenaria 28 4 72 3 0,29(0,05-1,68)
Barro 4 28 2 73 5,21(0,76-43,83)
Madeira 32 0 1 74 0,00(0,00-41,67)
Fontedeágua
Redeestadual 27 5 63 12 1,03(0,30-3,74)
Poc¸osimples 1 31 9 66 0,24(0,01-1,98)
Poc¸oartesiano 4 28 2 73 5,21(0,76-43,83)
Tratamentodeágua
Filtrada 29 3 66 9 1,32(0,29-6,67)
Fervida 3 29 1 74 7,66(0,66-199.38)
Águaencanada 32 0 7 68 0,00(0,00-1,79)
Nãotratada 32 0 1 74 0,00(0,00-41,67)
Totaldepacientes 32 75
a Razãodeprevalência(intervalodeconfianc¸ade95%).
b Média±desviopadrão.
c Saláriomínimo.
umaprevalênciadeosteoporosede52%.17 Issomostra que oproblemadaosteoporoseassumeamesmaimportânciaem nossopaís,comaltaprevalência.Portanto,háanecessidade deseobteremmaisdadossobreosfatoresderiscoemnossa populac¸ão. Nospaísesasiáticos, aprevalênciafoide39,1%, tambémsemelhanteàencontradanesteestudo.18,19
Quanto à etnia, a maior parte dos estudos tem rela-tado que a prevalência de osteoporose e a incidência de fraturavariamdeacordocomogêneroeaetnia. As mulhe-resbrancas após a menopausa têm umamaior incidência defraturas.1,8,15 Noentanto,umestudofeitoemBaltimore (EUA)encontrouumaprevalênciade22%deosteoporoseem
negras,umvalormaiselevadodoqueoesperadoparaessa populac¸ão.20
Em relac¸ão ao estado civil,este estudo encontrou uma maiorprevalênciaemmulheresemunião estável. Amaior partedaspacientestinhabaixaescolaridade;arelac¸ãodireta entreabaixaescolaridadeeaprevalênciadeosteoporosenão foidefinidaporestudos. Arazãoé,provavelmente,oefeito da educac¸ão no estilo de vida, na nutric¸ão ena condic¸ão econômica.21
Tabela2–Caracterizac¸ãodaidadereprodutivadaamostra. SãoLuís,2013
Variáveis Menopausa Semmenopausa RP(IC95%)a
Presenc¸a Ausência Presenc¸a Ausência
Menarcab 13,61±1,45 13,28±1,50 0,2974(valordep)
Menopausab 43,71±7,64 - Nãodefinido
Ciclomenstrual
Regular 22 10 36 39 2,38(0,92-6,28)
Irregular 9 23 39 36 0,36(0,13-0,96)
Tipodemenopausa
Natural 20(62,5%) - Nãodefinido
Cirúrgica 12(37,5%) - Nãodefinido
HLT
Sim 2(6,3%) - Nãodefinido
Não 30(93,8%) - Nãodefinido
Antecedentesfamiliaresdeosteoporose 5 27 21 54 0,48(0,14-1,54)
Totaldepacientes 32 75
HLT,hormônioliberadordetireotropina.
a Razãodeprevalência(intervalodeconfianc¸ade95%).
b Média±desviopadrão.
Tabela3–Caracterizac¸ãogestacionaldaamostra.São Luís,2013
Variáveis Menopausaa Nãomenopausaa p
Gestac¸ões 4,56±3,25 2,45±2,12 0,0001 Partonormal 3,62±3,03 1,53±1,79 <0,0001 Partocesárea 0,25±0,67 0,36±0,76 0,4820 Abortoespontâneo 0,59±1,10 0,28±0,72 0,0850 Abortoprovocado 0,09±0,39 0,21±0,57 0,2862 Natimortos 0,06±0,35 0,10±0,45 0,6241 Totaldepacientes 32 75
aRazãodeprevalência(intervalodeconfianc¸ade95%).
deletériosobreodesenvolvimentodessadoenc¸a,oqueleva aumadiminuic¸ãodamassaósseanoiníciodavida,quando édeseesperarqueoconteúdomineralósseoesteja aumen-tadoouestabilizado. Essaperdaprecoce,sesustentadapelos próximosanosenãodiagnosticadaetratada,podelevar à
osteoporosee,emseguida,aumaumentodoriscodefraturas, oquetrariamaiormorbidadeemortalidadeparaadoenc¸ade base.22,23
Esteestudomostrouqueapresenc¸adeciclosmenstruais irregulareséumfatordeprotec¸ão paraaosteoporose,fato quenãoencontracorrespondêncianaliteratura. Deacordo comumarevisãosistemática,asprincipaiscausasdebaixa massaósseaemmulheresnapré-menopausaconsistemem distúrbiosmenstruaisebaixopesocorporal.20
Quantoaosantecedentesfamiliaresdefraturase osteopo-rose,amaiorpartedosestudosrelataumaassociac¸ãopositiva entreosdois,emboraesteestudonãomostredados estatisti-camentesignificativos.8,15,17
Curiosamente,nãohádadosconvincentesnaliteraturaque estabelec¸amumarelac¸ãodiretaentreaparidadeouosanos deamamentac¸ãoeaosteoporose.24Umestudofeitona Ará-bia Saudita encontrou uma correlac¸ãosignificativaentre a osteoporoseeaidade aumentada,o períododefertilidade,
Tabela4–Caracterizac¸ãodoshábitosdevidaeestadonutricionaldaamostra. SãoLuís,2013
Variáveis Menopausa Semmenopausa RP(IC95%)a
Presenc¸a Ausência Presenc¸a Ausência
Tabagista 2 30 4 71 1,18(0,14-8,14)
Alcoolista 4 28 32 43 0,19(0,05-0,66)
Exercícios 9 23 14 61 1,70(0,58-4,95)
Ingestãode:
Leiteederivados 29 3 69 6 0,84(0,17-4,60)
Refrigeranteeenlatados 18 14 63 12 0,24(0,09-0,68)
Cafeína 21 11 40 35 1,67(0,65-4,32)
Verduras 31 1 72 3 1,29(0,11-33,56)
Folhasverdes 30 2 68 7 1,54(0,27-11,48)
Carnes 31 1 73 2 0,85(0,06-24,62)
Totaldepacientes 32 75
aparidade,adurac¸ãodamenopausaeaidadeginecológica (períododetempodesdeamenarcaemanos).25
Noquedizrespeitoaoestilodevida,osestudossão enfá-ticosemafirmarqueumadietapobreemcálcioevitamina Déprejudicialparaosossos,bemcomooexcessode proteí-nas,asfibras(especialmenteaveiaeespinafre)eosódio,assim comoaingestãoexcessivadecafeínaerefrigerantes,quepode reduziraabsorc¸ãodocálciooumesmoaumentarsuaexcrec¸ão renal.8,12,14 Aoanalisaraingestãoderefrigerantescomoum fatorprotetor,esseresultadopodeserexplicadopelofatode queogrupopós-menopausaconsumiamenosrefrigerantedo queogruposemmenopausa.
Alémdisso, oconsumode álcooledetabacoéfatorde riscopara osteoporose, namedida emquereduz os níveis deestrogênioefavoreceaperdaóssea.8,15,17
Emrelac¸ãoaoexercíciofísico,amaiorpartedosestudos indicaquesãobenéficos,namedidaemqueaumentaaforc¸a eadensidadeóssea.8,15,17,23
Emboraosdadosdesteestudonãotenhamsido estatisti-camentesignificativos,seguemomesmopadrãoapresentado pelamaiorpartedosestudosencontradosnaliteratura cien-tífica.
Os pacientes analisados neste estudo seguem o perfil social, econômico e demográfico do Estado do Maranhão, ouseja,opadrão mostradoemoutrosestudosnacionais e internacionaisnãofoiobservadonesteestudoespecífico.Isso mostraqueaosteoporoseéumadoenc¸amultifatorial,com uma prevalência crescente. Tem uma grande importância para a saúde pública e são necessários estudoscom uma amostramaior,paraquesejamfeitascomparac¸õesmais sig-nificativas.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
Agradecimentos
AoProgramadePráticasdeIntegralidadeeSaúdeda Universi-dadeFederaldoMaranhão(Propis/UFMA)peloapoioeparceria necessáriaparaaimplantac¸ãodesteprojeto.
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