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O Sistema de Informação em Saúde como instrumento da política de recursos humanos: um mecanismo importante na detecção das necessidades da força de trabalho para o SUS.

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O Sistema de Informação em Saúde como

instrumento da política de recursos humanos:

um mecanismo importante na detecção das

necessidades da força de trabalho para o SUS

The H ealth Inform ation System as a hum an

resources policy tool: an im portant m echanism

for the detection of labor force needs

in the Unified Health System

1 Observatório de Recursos Humanos, NESC/CPqAM/Fiocruz. Av. Moraes Rego s/n, Cidade Universitária, Campus da UFPE, 50670-420, Recife PE. kmedeiros@cpqam.fiocruz.br Kátia Rejan e de Medeiros 1 H eleny de Oliveira Pena Machado 1 Paulette Cavalcan te de Albuquerque 1 Garibaldi Dan tas Gurgel Jun ior 1

Abstract This article considers the potential of the Health Inform ation System to aid decision m aking processes in Hum an Resource Manage-m ent of the SUS [Brazilian Unified Health System]. The experience is described of the Pernam -buco State Station, pertaining to the Human Re-source Observatory Network of OPAS [Pan Amer-ican Health Organization] with headquarters at the Collective Health Department of Aggeu Mag-alhães Research Center. The objective was to de-scribe the development of new methodologies us-ing Health Information Systems that can be used to pinpoint deficiencies in health services, im -prove the distribution of health workers and con-sequently optimize medical attendance.

Key wo rds Inform ation system s, Hum an re-source, Access

Resumo Este artigo discute a potencialidade do uso dos Sistem as de Inform ação em Saúde, em apoio ao processo de tomada de decisão, na gestão da política de recursos humanos para o SUS. Des-creve-se a experiência da Estação Pernambucana da Rede de Observatórios de Recursos Hum anos das Américas, da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), sediada no Departam ento de Saúde Coletiva, do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, no desenvolvimento de metodologias para o manejo dos sistemas informacionais, com o objetivo de identificar áreas críticas na oferta de serviços de saúde e, conseqüentemente, carências de profissionais médicos. A metodologia apresen-tada pode ser utilizada como um instrumento de gestão para melhorar a distribuição de profissio-nais, de forma a atender às necessidades de saúde da população.

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Introdução

Nas últim as décadas, um con jun to de atores in stitu cion ais e a sociedade civil organ izada prom overam o que se cham ou de Reform a da Reform a San itária Brasileira, um m ovim en to social com o objetivo de con stru ir o Sistem a Ún ico de Saúde (Cordeiro, 2001). Den tre os cinco pontos centrais do redirecionamento do sistem a, u m apon ta para a qu estão da gestão e do desen volvim en to dos recursos hum an os (Brasil, 1986).

Para o setor saúde, a preocupação com os recursos hum an os n ão é n ova e pode-se dizer que é “crônica” a constatação de que esse é um n ó crítico do sistem a de saúde n o país. Nesse sentido, segundo Pierantoni (2001), o esforço para abordagem desta com plexa problem ática apresenta os recortes encontrados nas publica-ções deste cam po do con hecim en to qu e vão desde as abordagens da gestão dos recursos hu-m anos até a sociologia das profissões do setor saúde.

Desde a criação do SUS é iminente a neces-sidade de se rever a gestão dos recursos huma-n os tahuma-n to huma-n o que se refere à sua distribuição geográfico-espacial, quan to às form as de ges-tão, capacitação de pessoal e regulação profis-sion al. Zucchi (1998) e San tan a (1996), afir-m aafir-m que, no Brasil, os recursos huafir-m anos eafir-m saúde são caracterizados por graves insuficiên-cias qualitativas e quantitativas, com um a distribuição desigual que impõe um envolvimen -to cada vez maior de ges-tores com esta questão.

No contexto atual de dem andas crescentes para os gestores da saúde e, após m ais de um a década da im plem entação do SUS, particular-mente os gestores municipais vêm enfrentando com dificuldades variadas tais com o a fixação de profissionais de saúde em municípios de pequeno porte; as im posições da Lei de Respon -sabilidade Fiscal; e a necessidade de adoção de novas tecnologias de gestão que o processo de Reforma Sanitária exige.

Essa temática reveste-se de especial impor-tância dada a natureza das organizações de saú-de fortemente saú-depensaú-dentes saú-de seus operadores, já que são classificadas como organizações pro-fissionais (Dussault, 1992).

Este artigo visa refletir sobre as possibilidades de análise da distribuição de recursos hu -m an os e-m diferen tes serviços de saú de, n os municípios e Estados da federação, utilizando-se de dados dos Sistemas de Informações Assis-tenciais do SUS.

Assim, partindo-se dos dados dos Sistemas de In form ação, busca-se um a relação en tre possíveis vazios de recursos hum anos e vazios assistenciais e, de m odo contrário, correlacio-n a-se a boa dispersão assistecorrelacio-n cial com a boa distribuição de recursos humanos. Esse dimen-sion am en to pode ser estim ado a partir da ca-racterização da oferta/n ão-oferta, de serviços de saúde, tendo como pressuposto que a disponibilidade de profissionais de saúde está intrin -secamente ligada a esse processo.

A potencialidade dos Sistemas Nacionais de Informações em Saúde

Os Sistem as de In form ação em Saúde, sejam eles assistenciais ou epidemiológicos, têm sido apontados com o ferram entas im portantes pa-ra o diagnóstico de situações de saúde com vis-tas a intervenções mais aproximadas do quadro de necessidades da população. É possível utili-zar as bases de dados nacionais que, alim enta-das regularmente por municípios e Estados, es-tão sendo ainda subutilizadas no seu potencial de instrum entalizar a tom ada de decisões e de produção científica.

Esta afirmação é fundamentada tanto pelas características próprias dos sistem as inform a-cion ais qu e agregam m ilhões de dados e per-mitem inúmeras possibilidades de uso, quanto pela observação de que os gestores de sistemas de saúde têm dem onstrado um a preocupação crescente em conhecer e apropriarse do elen -co destes recursos, o que possibilita definições mais acertadas na priorização de ações no setor saúde.

Nota-se tam bém , en tre as in stituições de pesquisa, um a preocupação em agilizar e am -pliar a função destes sistemas, mas, apesar dos esforços destinados em utilizar com maior fre-qü ên cia tais in stru m en tos, verifica-se ain da pouca utilização das bases de dados, diante do potencial de variáveis e informações disponibi-lizadas.

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valho, 1997). Estas limitações necessitam ser su-peradas.

En tretan to, ressalvadas as restrições, a ca-pacidade dos Sistem as de In form ações Assis-tenciais é considerada elucidativa e com muitas outras possibilidades além daquelas relaciona-das à rem un eração da produção de serviços e vigilância epidemiológica.

Além do montante de variáveis disponíveis, o sistem a SIH /SUS apresen ta os seguin tes as-pectos positivos: identificação do paciente; ca-racterização do hospital e gestor (n ú m ero de leitos, clínicas disponíveis, meios diagnósticos e terapêuticos), entre outros (Levcovitz, 1993); sua agilidade (disponíveis na internet em até 60 dias) e a característica de ser a única fonte re-gular e universal sobre morbidade no país (Al-m eida,1996; Baldijão, 1992; Buss, 1993). Estas características fazem deste sistema uma impor-tante ferramenta para avaliação e criação de in-dicadores de desempenho da rede assistencial e de avaliação de sistemas de saúde, identifican -do gastos, oferta de serviços, demanda e cober-tura assistencial.

O SIA/SUS tam bém apresen ta van tagen s para o estudo da oferta de serviços, engloban -do to-dos os procedimentos de assistência à saú-de que n ão exijam in tern ação, sen do am pla-m en te descen tralizado n os Estados e pla-m un icí-pios, além de refletir a produção m en sal das unidades do SUS. Neste sistema, também estão dispon íveis as Fichas de Program ação Físico-Orçam en tária (FPO) e as Fichas de Cadastro das Un idades (FCA) que, m esm o n ão sen do atu alizadas com a periodicidade n ecessária, perm item a caracterização das unidades e dos gestores. Estas in form ações garan tem ao SIA/ SUS con dições e capacidade de dispon ibilizar elem entos referentes ao desem penho dos ges-tores na seleção e im plem entação de priorida-des assistenciais (Carvalho, 1997).

O SIA/SUS perm ite a caracterização da de, num quadro geral de disponibilidade de re-cursos tecnológicos e humanos por município, mesorregião municipal, Estado ou região.

Recentemente foram apontadas potenciali-dades inovadoras dos Sistemas de Informações Assistenciais, especialm ente o SIH/SUS, com o fonte complementar na vigilância e monitora-m ento de Doenças de Notificação Comonitora-m pulsó-ria, representando um potencial auxiliar deste sistem a em relação aos sistem as de in form a-ções epidemiológicas (Mendes et al., 2000).

Os bancos de dados dos sistem as de infor-mações são ferramentas fundamentais para

ou-tros trabalhos, pois são ban cos de dados qu e dispõem de inform ações de 12 m ilhões de in tern ações e 1,3 trilhão de procedim en tos am -bulatoriais, n um país que carece de in form a-ções. Vale ressaltar que são os m un icípios os respon sáveis pela alim en tação regu lar destes bancos de dados.

No en tan to, estas in form ações são pouco exploradas no que se refere à área de recursos hum an os em saúde, com en foque n a n ecessi-dade de reorganização da assistência. Vale res-saltar, neste sentido, que o potencial dos siste-mas de informações em saúde, como demons-tradores de acesso e oferta de serviços de saúde para a população, pode ser am plam ente utili-zado.

O estudo de Buss (1993), partindo do Siste-m a de InforSiste-m ações Hospitalares (SIH/SUS), e explorando variáveis da assistência hospitalar, demonstrou consideráveis disparidades na ofer-ta de serviços de saúde n o país n o período de 1984 a 1991. Neste estudo cham a a aten ção o predom ínio da oferta de serviços de saúde na-qu elas regiões con sideradas m ais ricas repre-sentando uma desigualdade na oferta e no aces-so aos serviços de saúde pelas diferentes popu-lações e estratos sociais.

A crescente responsabilização dos m unicí-pios n a execu ção da política de saú de apon ta para um crescimento significativo dos sistemas de saúde locais, como demonstraram Scatena e Tanaka (1998) ao analisarem a distribuição dos estabelecim entos de saúde no Brasil no perío-do de 1984 a 1992. Os autores observaram que, desde 1985, os m u n icípios já vin ham in cre-m en tan do su as redes de estabelecicre-m en tos de saúde, embora ocorra em 1990 um crescimen -to m ais acelerado quan do, sim ultan eam en te, vão se reduzindo as participações dos Estados e da União nesta oferta.

Estes dados sugerem a possibilidade de in -vestigação e utilização dos sistem as de in form ação n o processo de gestão de recursos hu -manos em saúde que estão na base do processo de trabalho responsáveis por esta produção.

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na gestão de recursos humanos, para o sistema de saúde no Brasil.

Metodologia desenvolvida

O estudo utilizou as fontes de informações se-cu n dárias dispon íveis n os Sistem as de In for-m ações Assistenciais (Sistefor-m a de Inforfor-m ações Am bulatoriais – SIA/SUS e Sistem as de Infor-m ações H ospitalares – SIH /SUS), n o an o de 1999.

Nos dois sistem as, selecion aram -se in for-m ações cadastrais de un idades e de produção de serviços, o que permitiu a construção de va-riáveis e indicadores.

Para a construção de indicadores, quais se-jam: consulta/habitante/ano e internação/habi-tante/ano, recorreu-se ao Tabnet/Datasus, que dispõe de estim ativas do IBGE de popu lação para o ano de 1999. Antes da construção do in-dicador, foi necessário fazer algumas pesquisas e seleções no banco de dados, estabelecendo-se estratégias com u n s para su a exploração, haja vista que, a partir de n ovem bro de 1999, a ta-bela do SIA/SUS passou por m udanças devido à criação de 12 n ovos grupos de procedim en -tos e à implantação de classificação de oito dí-gitos para seus procedimentos. As seleções rea-lizadas n o ban co de dados do SIA/SUS para a produção deste estudo restringem-se, apenas, a procedimentos médicos.

Na ausên cia de critérios prescritivos, para adoção de estratificação popu lacion al, e pelo registro de variadas opções de estratificação, utilizadas em estudos sobre a realidade de saú-de, no nível municipal (Heimann, 1992; Gers-hm an , 1995; Carvalho, 1995 e Brasil, 1995), a pesquisa iden tificou faixas que se m ostraram com maior poder discriminatório para a espe-cificidade do objeto de estudo na realidade bra-sileira.

Assim , a pesquisa de população pelo Tab-n et, perm itiu a criação de 11 estratificações m unicipais por faixas de população. Essas fai-xas foram cruzadas com os indicadores criados n o SIA/SUS e SIH /SUS, possibilitan do um a correlação entre o perfil populacional dos mu-n icípios e a oferta/acesso a serviços de saúde. Através das informações cadastrais do SAI/SUS identificou-se o perfil assistencial das redes de saúde em municípios, Estados e regiões do país. Portanto, a partir desta etapa da investigação, verificou-se a distribuição dos equipam en tos de saúde.

Para verificar a produção am bulatorial, o indicador consulta/habitante/ano foi estratifi-cado e então cruzado com faixas populacionais, o que perm itiu evidenciar os m unicípios e Es-tados mais críticos com relação à oferta de con-sulta médica diante dos parâmetros tradicional-mente preconizados pelo Ministério da Saúde.

No SIH /SUS pesquisou-se som en te dados de produção de internações, os quais foram se-lecionados segundo m unicípio de residência e ocorrência, no ano de 1999, o que favoreceu a iden tificação de m un icípios pólos, para aten -ção médica hospitalar, e municípios onde inexiste unidade hospitalar. O cruzamento do in -dicador in tern ação/habitan te/an o e as faixas populacionais perm ite a identificação da pre-sen ça de oferta de aten ção m édica hospitalar, segundo o porte do município.

Com a agregação dos três indicadores aci-ma descritos, foi criado um indicador comple-xo, que perm itiu a construção de um a tipolo-gia segundo “situação geral de acesso a serviços de saúde” (am bulatoriais e hospitalares) dos municípios, estabelecendo quatro faixas de ní-vel de acesso aos serviços, já qu e elas se m os-traram sensíveis para discriminar as diferentes situações da realidade do país.

Para an álise da “situação geral de acesso”, considerou-se a distribuição de freqüência em torno dos valores observados situados, abaixo, iguais e acim a dos parâm etros assistenciais do Min istério da Saú de n o an o de 1981. Apesar das controvérsias acerca da desatualização dos parâmetros de 1981, definiu-se pela sua utiliza-ção, visto ser o que se encontra em vigor, ou se-ja, trabalhou-se com o referen cial 2 con sul-ta/habitante/ano, e 100 internação/1.000habi-tantes/ano. Sabe-se do processo de revisão des-ses parâmetros, no âmbito do Conselho Nacio-nal de Saúde.

A primeira faixa corresponde à situação na qual o nível de acesso predominante no Estado está m uito abaixo, dos padrões recom endados pelo Min istério da Saúde, isto é, Estados n os quais, n o m ín im o 50% dos m un icípios apre-sentam indicadores abaixo da metade do reco-mendado.

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A terceira faixa corresponde à situação, na qual o nível de acesso predominante no Estado está adequado em relação aos padrões reco-mendados pelo Ministério da Saúde.

Por fim, a quarta faixa corresponde à situa-ção n a qu al a oferta apresen tada se en con tra acima dos referidos parâmetros.

Os dados gerais das tabelas foram processa-dos com recursos do programa Epi-info versão 6.04b, o que perm itiu a construção de tabula-ções segundo faixas/estratos.

Resultados

Os resultados apresentados no quadro 1 refle-tem a situação dos Estados por níveis de oferta, considerando os três indicadores trabalhados: consulta/habitante/ano; e internação/habitan-te/an o, por m u n icípio de ocorrên cia e in ter-n ação/habitater-n te/ater-n o por m uter-n icípio de resi-dência. Destaca-se que o estudo se referencia a quatro estratos definidos, a saber:

• o prim eiro corresponde ao nível de acesso abaixo da metade do recomendado pelo Minis-tério da Saúde;

• o segun do correspon de ao n ível de acesso cuja distribuição dos indicadores está acima da m etade do recom endado, sem atingir os parâ-metros;

• o terceiro corresponde ao nível considera-do adequaconsidera-do em relação aos padrões considera-do Minis-tério da Saúde; e

• o qu arto n ível correspon de à situ ação n a qual a oferta se en con tra acim a, dos referidos parâmetros.

Os níveis de 1 a 4 correspondem , respecti-vam ente, às situações de acesso caracterizadas como: crítica, intermediária, razoável e boa, su-gerindo um quadro de recursos humanos (pro-fissional médico) equivalente.

Este qu adro perm ite u m a du pla an álise, pois é possível considerar cada indicador isola-damente, por Estado, e o indicador complexo, também tomado por Estado.

Em relação ao indicador consulta/hab./ano, os resultados expressam diferen ças region ais importantes.

Os Estados do Norte e Nordeste apresen -tam indicadores concentrados nas faixas 1 e 2, ou seja, com n íveis “críticos” e “in term ediá-rios”, de acesso a consultas médicas. Na Região Norte, apesar do predomínio de Estados no ní-vel 1, destacam -se Tocan tin s e Ron dôn ia, por se posicionarem na situação intermediária. No

entanto, no Nordeste, observa-se o inverso, pre-valece o nível intermediário, mas os Estados da Bahia, Maranhão e Piauí refletem situações crí-ticas nestes indicadores.

A Região Sudeste destaca-se do con jun to do país ao apresentar os níveis 3 e 4, sinalizan -do padrões “razoável” e “bom”, de acesso à con-sulta m édica, sen do que o Estado com n ível bom restringe-se ao Rio de Janeiro.

As Regiões Sul e Centro-Oeste apresentam padrões de acesso à consulta médica semelhan -tes, oscilando entre “interm ediário” e “razoá-vel”. Destacam-se, para o último nível, os Esta-dos do Paraná e Goiás.

O cruzam en to do in dicador con sulta m é-dica, por habitante/ano, segundo Estado da fe-deração, perm ite observar que os Estados nos quais os resultados apontam ausência ou pre-cariedade de acesso, existe escassez de profis-sion al m édico, portan to, n o Acre, Am azon as, Am ap á, Ror aim a, Bah ia, Mar an h ão e Ser gi-p e, os in dicadores su gerem esta situ ação, ou seja, torn a-se n ecessária a adoção de estraté-gias voltadas para incorporação e fixação des-ses profissionais, em 582 municípios de tais Es-tados.

Quan to à oferta de in tern ação, por m un i-cípio de residên cia, a situ ação é heterogên ea. No Norte, prevalece a situação crítica, exceto para Rondônia, que se destaca por apresentar uma “boa” situação de acesso (faixa 4) neste in-dicador.

O Nordeste reflete uma melhora, pois apre-sen ta certa proporcion alidade en tre as faixas “intermediária” e “razoável”.

O Sudeste e o Sul apresentam o mesmo ní-vel para todos os Estados, represen tados pela faixa “razoável” quanto ao acesso à internação por residência.

No Cen tro-Oeste, a situ ação é h eterogê-nea, oscilando entre os níveis “intermediário” e “bom”, caso do Mato Grosso do Sul.

Vale salientar que os únicos Estados brasileiros a apresentarem uma situação boa, quan -to a este indicador, são os Estados do Tocantins e Amazonas.

Quanto à oferta de internação, por municí-pio de ocorrência, o Norte, apresenta uma pre-dominância do nível “crítico”, excetuando-se os Estados de Rondônia, com nível “razoável” e o Amazonas com nível “intermediário”.

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Quadro 1

Síntese dos indicadores de acesso a serviços médicos, Brasil, 1999.

Regiões Consulta Int. Res. Int. Ocor. Acesso

Norte

AC AM AP PA RO RR TO

Nordeste

AL BA CE MA PB PE PI RN SE

Centro Oeste

DF GO MS MT

Sul

RS SC PR

Sudeste

ES MG RJ SP

Fonte: IBGE, SIH e SIA/SUS

Nível crítico

Nível intermediário

Nível razoável

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No Sudeste, observam -se variações en tre nível “crítico”, para São Paulo e Minas Gerais, passan do para “razoável”, n o Espírito San to, preservando no Rio de Janeiro uma situação de acesso “boa”.

As Regiões Sul e Centro-Oeste apresentam situações sem elhan tes, destacan do-se com os melhores níveis, entre “razoável” e “bom”.

Analisando-se, sob o ponto de vista do indi-cador complexo, confirma-se o quadro das desi-gualdades regionais de acesso a serviços de saú-de e, conseqüentemente, sugere-se fortemente, um a m á distribuição de profissionais m édicos no país.

H á um a predom inância dos piores indica-dores na região Norte, seguida pela região Nor-deste, em bora se destaquem , nas duas regiões, respectivam en te: Ron dôn ia e Rio Gran de do Norte e Ceará.

A Região Sudeste mantém a situação de me-lhor desem penho, sendo que o Rio de Janeiro continua, destacadamente, apresentando o me-lhor nível de acesso da região e do país. Os de-mais Estados apresentam desempenho na faixa definida dentro dos parâm etros do Ministério da Saúde.

A Região Sul apresenta-se bastante hom ogên ea, de m odo qu e todos os Estados en con -tram-se no mesmo nível, isto é, todos também n a faixa defin ida den tro dos parâm etros do Ministério da Saúde.

O Cen tro-Oeste apresen ta proporcion ali-dade entre as faixas “intermediária”, no caso do Distrito Federal e Mato Grosso, e a faixa “ra-zoável” em Goiás e Mato Grosso do Sul.

Com base n estes resultados, com pôs-se o quadro 1 com uma distribuição das regiões, se-gun do a situação geral de acesso a serviços de saúde, de m odo a destacar a gradação dos n í-veis crítico, intermediário, razoável e bom para cada uma das regiões brasileiras.

Conclusões

A experiência confirm a a possibilidade de uti-lização mais intensa do volume de informações disponíveis nos Sistemas de Informações Assis-tenciais, além de seu potencial para subsidiar o in crem en to das Políticas de Recursos H um a-n os em Saúde. A construção de um a m etodologia adequada perm ite a tran sposição da in -formação assistencial à necessidade presumida de profissionais de saúde.

Neste ponto, reside outro potencial dos Sis-temas de Informações Assistenciais, resultante do processo de desen volvim en to de m étodos capazes de se apropriar, adequadam en te, dos dados e transformá-los em informação estraté-gica para a gestão através da m etodologia de-sen volvida e do ban co de dados criados pela pesquisa.

Utilizando-se dos sistemas de informações, é possível aferir a necessidade presumida, quan-titativa/qu alitativa de recu rsos hu m an os em saúde, e outras informações necessárias para a gestão do sistema, tornando relevantes as sele-ções realizadas no banco de dados do SIA/SUS, que dizem respeito a procedim en tos m édicos que possibilitam a localização de vazios assis-tenciais, ou seja, onde há carência destes profis-sionais, bem como de especialidades médicas.

Através da m etodologia e do banco de da-dos criada-dos, há a possibilidade de explorar, com segurança, determ inada categoria profissional e identificar, por exemplo:

• a produção assistencial e a existência presu-mida de profissionais médicos em municípios-pólo, para atenção médica ambulatorial e hos-pitalar no país, Estados e mesorregiões; • a produção assistencial e a existência presu-mida de profissionais médicos dos municípios, do Program a de In teriorização dos Trabalha-dores de Saúde, do Ministério da Saúde; • a produção assistencial e a existência presu-mida de profissionais médicos dos municípios brasileiros em con dição crítica de acesso, aos serviços de saúde, por Estado da federação.

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Artigo apresentado em 11/12/2004 Aprovado em 12/04/2004

Versão final apresentada em 26/01/2005 Colaboradores

K Medeiros trabalhou na revisão bibliográfica e elabora-ção do texto; P Cavalcanti e H Machado, na definielabora-ção do plano e análise dos dados coletados na pesquisa; e G Gur-gel, na revisão final do texto para apresentação à revista.

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