LINHAGEM ISOGÊNICA NO FEIJOEIRO PARA RESISTÊNCIA AO FUNGO DA ANTRACNOSE (1)
ANTONIO SIDNEY POMPEU, Seção de Genética, Instituto Agronômico.
(1) Trabalho parcialmente financiado através do convênio SA/MA/FAPESP. Recebido para publicação a 21 de junho de 1982.
Das moléstias observadas no feijoeiro (Phaseolus vulgaris), no Estado de São Paulo, a antrac-nose causada pelo fungo
Colleto-trichum lindewuthianum é uma
das mais importantes, por ocor-rer nas três épocas de plantio (seca, inverno e águas), pela re-dução na prore-dução e por ter nas sementes o seu principal meio de disseminação.
Perdas em produtividade de-vidas ao patógeno da antracnose foram estimadas variando de 2 a 95%, dependendo do estádio de desenvolvimento das plantas, do cultivar e da época do ano (4).
Pares de linhagens isogênicas ou praticamente isogênicas, têm sido utilizados na determinação do efeito de determinadas carac-terísticas em outras, principal-mente sobre a produção (1, 2, 3, 5 ) .
Visando estimar as perdas na produção determinadas pelo agente da antracnose em nossas condições, procurou-se, no pro-grama de melhoramento com o feijoeiro na Seção de Genética, desenvolver uma linhagem isogê-nica, cuja obtenção é descrita no presente trabalho.
Material e método:
Cruza-mentos entre Rosinha 1454-10, pai recorrente, pertencente ao grupo Rosinha e suscetível a C.
lindemuthianum, e Cornell 49-242,
Rosi-nha 1454-10, foram efetuados em casa de vegetação.
Sementes pertencentes à ge-ração Fi em cada retrocruzamen-to e de Rosinha 1454-10, usada como controle, foram semeadas em caixas de Petri para germi-nação, sendo transferidas, poste-riormente, para caixas contendo terra e estéreo e colocadas em casa de vegetação. As plântulas resultantes foram inoculadas com uma suspensão de aproximada-mente 10B esporos por mililitro, através de um pulverizador De Vilbiss 127, e mantidas em câma-ra úmida por 48 hocâma-ras, sob con-dições de casa de vegetação ou de laboratório. Classificadas as plantas em resistentes {Are are) e suscetíveis {are are), dez-doze dias após a inoculação, as hete-rozigotas eram transplantadas das caixas para vasos, para no-vos cruzamentos com Rosinha 1454-10. Esse procedimento se estendeu até Fj do décimo retro-cruzamento (FiBCio). Plantas resistentes em F2 desse último
retrocruzamento foram colhidas separadamente e, suas progenies, inoculadas para a identificação das homozigotas para o gene Are.
O método genealógico foi uti-lizado em todas as etapas para a obtenção da linhagem isogênica.
Resultados: As progenies de
seis plantas individuais seleciona-das como resistentes na geração F2 do décimo retrocruzamento
para Rosinha 1454-10 (F2BCi0
C49-242.Rosinha 1454-10), mos-traram que quatro delas, F8BC!0
C49-242. Rosinha 1454-10 1-2-2-1--5-2-1-1-2-1-1,1-2-2-1-5-2-1-1-2-1-2, 1-2-2-1-5-2-1-1-3-1-1 e 1-3-3-1-5-2--1-1-3-1-2 eram Are Are e, duas F3BC10C49-242. Rosinha 1454-10
1-1-2-1-3 e 1-2-2-1-5-2--1-1-2-2-1, Are are. Desse modo, as sementes das plantas homozi-gotas foram misturadas, consti-tuindo a linhagem denominada Rosinha 1454-10 Are are.
O plantio dessas linhagens isogênicas, Rosinha 1454-10 e Ro-sinha 1454-10 Are Are, possibi-litará melhor estimativa das per-das de produção ocasionaper-das pelo agente da antracnose no feijoeiro, pois evitará possíveis influên-cias, na produtividade, de micro-elementos encontrados nos fungi-cidas usados, em estudos dessa natureza.
AN ISOGENIC DRY BEAN LINE FOR RESISTANCE TO THE ANTHRACNOSE FUNGUS
SUMMARY
An isogenic dry bean line (Phaseolus vulgaris) was developed using Rosinha 1454-10 as recurrent parent susceptible to Colletotrichum lindemuthiamun and Cornell 49-242 as the donor one. Ten backcrosses to the recurrent parent were made. Seedlings in the F1 generation of each backcross and in the F2 and F3 of the 10
th
backcross were inoculated using a spore suspension containing about 106 spores/ml, through a De Vilbiss atomizer, under greenhouse or laboratory conditions.
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lindemu-thianum (Sacc. e t Magn.) Scrib que ocorrem em alguns municípios de M i n a s Gerais,
