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Comportamento da anemia e eosinofilia nas infestações por nematelmintos em crianças internadas na 5.a Enfermaria do Instituto Fernandes Figueira.

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(1)

UnÜ S0 . de P a Sin a Ção, foi t r o ca d a a ü á e in a 335

as,

e t c.

^

a*

seqüênda: 329 - 330 - 331 - 335 - 333 -

334

- I

32

-COMPORTAMENTO DA ANEMIA E EOSINOFILIA NAS INFESTAÇÕES

POR NEMATELMINTOS EM CRIANÇAS INTERNADAS NA 5.a ENFER­

MARIA DO INSTITUTO FERNANDES FIGUEIRA (*)

Marta Maria Bozóti (**) Jaime Anbinder (**) Ana Lúcia Pinto Marques Pina (**)

A guinaldo N . M arq u es (***)

I . INTRODUÇÃO

O conhecim ento rela tiv a m e n te pequeno das helm intoses no E stado d a G u a n a b a ra , no que ta n g e às crianças, ju stific a o p re ­ sente estudo, que te m a d u p la fin alid ad e de, em prim eiro lu g a r re fle tir 0 problem a m éd ico-san itário , por se tr a ta r de um g ru ­ po po pu lacio nal m ais exposto ao p a ra si- tism o, quer devido à idade, quer às condi­ ções sócio-econôm icas e, com p lem entar - m en te in d a g a r qual in flu ên c ia o p a ra si- tism o p o r n em atelm in to s exerce n a p ro ­ dução da an em ia e eosinofilla em c ria n ­ ças.

I I. MATERIAL E MÉTODOS

T ra ta -s e de u m in qu érito retro sp ecti­ vo n u m a a m o stra de 317 crian ças resid en ­ tes no E stado d a G u a n a b a ra e a d ja c ê n ­ cias e in te rn a d a s p o r v árias doenças n a 5,a E n fe rm a ria de C línica P e d iá tric a do In s titu to F e rn a n d e s F ig ueira e n tre 1.° de jan eiro de 1966 e 31 de dezem bro de 1968.

A idade das crian ças variou e n tre 5 dias e 13 ano s e tô d as tin h a m condições sócio- econôm icas precárias.

C um pre esclarecer que a 5.a E nferm a­ r ia in te rn a todos os casos de clínica pe­ d iá tric a exceto os de alcan ce da Cirurgia, C ardiologia, N efrologia e Tisiologia, cons­ titu in d o m otivo de in te rn a ç ã o as doenças de carên cia caló rico-protêica (mais da m etad e dos casos) e tôdas as dem ais afec- ções d a in fân cia, inclusive as parasitoses, as infecções e a desidratação .

Os exam es parasitológicos rotineiros, en co n trad o s em 260 fichas de in ternação , p e rm itira m selecionar as crianças p arasi­ ta d a s por helm intos. Os m étodos usados p a ra o exam e parasitológico de fezes fo­ ra m 0 de B aerm an n , de Willis, de Richie e de H o ffm ann . Não fo ra m com putadas as in festações por

Enterobius vermicularis,

porque os citados m étodos n ão são adequa­ dos à su a pesquisa. Quando> a prim eira am o stra era neg ativa, rep e tia -se 0 exam e de fezes, p a ra co n firm ar ou n ão o resul­ tado.

(*) T rabalho d a 5* E n ferm aria do In s titu to F ern an d es Figueira (M inistério da S aú d e). {**) D outorandos-estagiários do I n s titu to F ern an d es F igueira.

(2)

330

Rev. Soc. Bras. Med. Trop.

Vol. III — N.° 6

Em 142 crian ças com exam es parasito ló - gicos positivos e em 40 com exam es n e g a ­ tivos fêz-se tam b ém o exam e de sangue

(hem ogram a com pleto) logo após a in te r ­ nação, assim com o estab eleceram -se os diagnósticos clínicos, a fim de correlacio­ n a r as possíveis causas m odificadoras dos

efeitos das nem atelm in tíases sôbre a a n e ­ m ia e a eosinofilia. O g rup o-con trô le de crianças, com exam es parasitológicos n e ­

gativos, tin h a as m esm as característic as do grupo p arasitad o , no que ta n g ia à dis­ trib uição de sexo, idade, côr, condições só- cio-econôm icas e n u tritiv a s, diferindo ap e­ n a s pelo exam e de fezes positivo p a ra ovos e larv as de nem atódeos n este grupo.

Os exam es de fezes, assim como os de sangue, foram realizados pelo lab orató rio do In s titu to F e rn an d es F ig u eira como ro- cina d u ra n te a in tern ação .

TABELA I. DISTRIBUIÇÃO DAS CRIANÇAS QUE REALIZARAM EXAME PARASITOLÓGICO DE FEZES SEGUNDO O SEXO, A CÔR E A IDADE

SEXO CÔR IDADE

m asculino 140 (53,9%)

fem inino 120 (56,1%)

leucoderm o 82 (31,5%)

faioderm o 133 (51,1%)

m elanoderm o 45 (17,3%)

0-1 an o 74 (28,5%) 1-2 anos 55 (21,2%) 2-3 anos 45 (17,3%) 3-3 ano s 30 (11,5%) 4-13 anos 56 (21,5%)

T otal 260

III. RESULTADOS

1) FREQÜÊNCIA DE PARASITISM O

Num to ta l de 260 crian ças que fizeram

exam e parasitológico, êste se m ostrou p o ­ sitivo em 168 casos (64,6%) e negativo em 92 (35,4% ). Nos casos positivos estão in ­ cluídas as in festações sim ples e m últiplas, sendo responsáveis os seguintes n em atel- m in tos:

PARASITO ENCONTRADO TOTAL DE CRIANÇAS PARASITADAS (260 casos)

A scaris lum bricoides 132 (50.77%)

T rich u ris tric h iu ra 177 (45.00%)

N. am ericanu s ou A. duodenale 36 (13,84%)

S tronevloides stercoralis 48 (18.56%)

As in festações sim ples e m ú ltio las dis- +ribuíam -se do seguinte m odo:

(3)

Nov.-Dez., 1969

Rev. Soc. Bras. Med. Trop.

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TABELA II. DISTRIBUIÇÃO DAS INFESTAÇÕES SIM PLES E MÚLTIPLAS (T otal de crian ças ex am in ad as — 260)

núm ero de c a ­ sos positivos %

A. lum bricoides 35 13,46

T. tric h iu ra 21 8,08

N. am erican u s ou A. duodenale 3 1,15

S. stercoralis 9 3,46

MONOPARASITISMO (total) 68

26,15

A. lum bricoides 4- T. tric h iu ra 42 16,15 A. lum bricoides 4- N. am erican u s ou A. duodenale 4 1,54

A. lum bricoides 4 S. stercoralis 5 1,92

T. tric h iu ra 4- S. stercoralis 5 1,92

T. tric h iu ra + N. am erican u s ou A. duodenale 6 2,31

BIPARASITISM O (total) 62 23,84

A. lum bricoides 4- T. tric h iu ra 4- N. am erican u s ou A. duodenale 11 4,23

A. lum bricoides 4- T. tric h iu ra 4- S. stercoralis 15 5,77

A. lum bricoides + N. am erican u s ou A. duodenale 4- S. stercoralis 2 0,77

T. tric h iu ra 4- N. am erican u s ou A. duodenale 4 S. stercoralis 3 1,15

TRIPARASITISM O (total) 31 11,92

A. lum bricoides + tric h iu ra 4- N. am erican u s ou A. duodenale

-4- S. stercoralis 7 2,69

TETRAPARASITISM O (to ta l) 7 2,69

T otal de c ria n ç a s p a ra s ita d a s por nem atódeos 168 64,6

Cabe re ss a lta r aqui que n a s crian ças com exam es de fezes positivos em apen as dois casos fo ram en co n trad o s outros m a - croparasitos que n ão os tra ta d o s aqui: em am bos tr a ta v a -s e do Schistosom a m anso- ni, dan do u m a in cid ência de 0,77 p a ra êste helm into.

O p arasitism o m últip lo por n em atel- m intos era bem m ais freq ü en te (100 casos — 38,46%) que o sim ples (68 casos — 26,15%). A in festação sim ples m ais fre ­

(4)

332

Rev. Soc. Bras. Med. Trop.

Vol. III — N.° 6

c) Idade

A am o stra foi dividida em grupos e tá ­ rios de 0 a 13 anos, com in tervalo s de clas­ se de 1 ano. C om putou-se ap en as a in c i­ dência de p arasitism o por n em atelm in to s n a s crian ças e n tre 0 e 4 ano s de idade, pois nos grupos etário s superiores n ão h á

am ostragem ín tra -c la sse su ficiente p a ra u m a an álise sa tisfa tó ria .

O grupo etário de 0 a 1 an o de idade (lacten tes) m o stra, como era de se espe­ rar, (2,6) u m a m eno r in cid ên cia de p arasi- tism o (diferen ça a lta m e n te significativa) qu and o co m p arad o com qu alq uer dos gru ­ pos etário s superiores. A especificação dos la c ta n te s p a ra sita d o s se e n c o n tra n a t a ­ bela XI.

DISTRIBUIÇÃO DAS CRIANÇAS COM EXAMES POSITIVOS SEGUNDO A IDADE

GRUPO ETÁRIO NÚMERO TOTAL

DE CRIANÇAS

EXAMES DE FEZES POSITIVOS

n.° %

0- 1 ano 74 14 18,9

1- 2 anos 55 37 67,3

2- 3 anos 45 40 88,8

3 - 4 anos 30 22 73,3

4-13 anos 56 5 98,2

TOTAL 260 168 64,6

3) ANEMIA

O possível p ap el das in festações por nem atódeos n a gênese dos diversos tipos de an em ia foi (11, 13, 16) foi estu dad o em 142 crianças in te rn a d a s e que a p re s e n ta ­ vam exam e de fezes positivo p a ra êstes parasito s bem como um 'hem ogram a com ­ pleto. T om ou-se p a ra controle um grupo

de 40 cria n ç a s tam b ém in te rn a d a s, com exam es de fezes neg ativos e em condições com paráveis às do grupo parasitado, qu an to à idade, sexo, raça, estado n u tri­ tivo e nível sócio-econôm ico.

F o ram classificados os tipos de anem ia, considerando-se como n o rm ais os valores globulares c o n sta n te s n a ta b e la III.

TABELA I II. VALORES GLOBULARES NORMAIS, DE ACÔRDO COM A IDADE (segundo W introbe)

IDADE ERITRÓCITOS (m ilhõ es/m m 3)

HEMOGLOBINA (g/lOOml)

VGM

(U3) CHGM(% )

HEMATÕCRITO (cm 3/100ml)

1 - 2 meses 4,7 14,0 90 33 42,0

3- 5 meses 4,5 12,2 80 34 36.0

6-11 m eses 4,6 11,8 77 33 35,5

1 ano 4,5 11,2 78 32 35,0

2 anos 4,6 11,5 77 32 35,5

3 anos 4,5 12,5 80 35 36.0

4 anos 4,6 12,6 80 34 37,0

5 anos 4,6 12,6 80 34 37,0

6-10 anos 4,7 12,9 80 34 37,5

11-13 anos 4,8 13,4 82 34 39,0

(5)

T

a be l a i v

.

f r e q u

Snc ia

e t ipo s d e a n e mia e m c r ia n ç a s c o m e x a me s d e f e z e s po s it iv o s

VERMES

TOTAL

SEM ANEMIA

ANEMIA

normocítica

hipocrômica

normocrômica

normocítica

macrocítica

hipocrômica

microcítica

hipocrômica

macrocítica

normocrômica

total

n

*

n

*

n

*

n

%

n

*

n

*

n

*

Ascaris

24

4

16,7

15

62,5

5

20,8

0

0,0

0

0,0

0

0,0

20 83,3

T

richuris

14

1

7,1

9

62,3

3

21,4

0

0,0

1

7,1

0

0,0

13 92,9

Ancylostoraa

2

0

0,0

2

100

0

0,0

0

0,0

0

0,0

0

0,0

2 100

Strongyloides

8

0

0,0

5

62,5

3

37,5

0

0,0

0

0,0

0

0,0

8 100

Aac + Tric.

41

9

21,9

18

43,8

8

19,5

3

7,3

3

7,3

0

0,0

32 78,1

Tric + Anc

5

0

0,0

3

60,0

1

20,0

0

0,0

1

20,0

0

0,0

5 100

A

bo

+ Str

5

0

0,0

3

60,0

2

40,0

0

0,0

0

0,0

0

0,0

5 100

Tric + Str

4

0

0,0

3

75,0

0

0,0

0

0,0

1

25,0

0

0,0

4 100

Asc + Anc

3

0

0,0

1

33,3

0

0,0

0

0,0

2

66,7

0

0,0

3 100

(6)

1

334

Rev, Soc. Bras. Med. Trop.

Vol. III

N.° 6

V erificou-se no grupo-contrôle a s e ju in te distribuição em relação ã an em ia:

TABELA V. FREQÜÊNCIA E TIPO S DE ANEMIA EM 40 CRIANÇAS COM COM EXAMES DE FEZES NEGATIVOS

COM ANEMIA SEM ANEMIA

A nem ia no rm o cítica hipocrôm ica 28 (70,0%) Anemia no rm o cítica norm ocrôm ica 1 ( 2,5%) A nem ia m acro cítica hipocrôm ica 1 ( 2.5%) A nem ia m icrocítica hipocrôm ica 1 ( 2,5%)

TOTAL 9 (22,5%)

TOTAL 31 (77,5%)

T ôdas as crian ças estu d ad as ío ra m in ­ te rn a d a s por sofrerem algum padecim ento ligado ou não ao assu n to o ra estudado.

Nas tab elas VI e V II serão exam inados os diagnósticos prin cip ais encontrados.

TABELA VI. MOTIVO DA INTERNAÇÃO DE 142 CRIANÇAS COM EXAMES DE FEZES POSITIVOS

DIAGNÓSTICO COM

n.° ANEMIA%

SEM n.°

ANEMIA %

D esnutrição 68 47,89 5 3,52

D istrofia 5 3,52 0 0

K w ashiorkor 30 21,13 0 0

P ré-kw ashio rk or 6 4,22 0 0

A nem ia falciform e 1 0,70 0 0

O utros 17 11,97

i

10 7.04

TOTAL 127 89,43 15 10,56

TABELA VII. MOTIVO DA INTERNAÇÃO DE 40 CRIANÇAS COM EXAMES DE FEZES NEGATIVOS

r

DIAGNÓSTICO COM

n.°

ANEMIA %

SEM n.°

ANEMIA %

D esnutrição 7 17,5 3 7,5

D istrofia 6 15,0 3 7,5

K w ashiorkor 6 15,0 0 0

P ré-kw ashio rk or 3 7,5 0 0

O utros 9 22,5 3 7,5

TOTAL 31 77,5 9 22,5

C h am a a aten ção a g ran d e freq üência com que as infestações por nem atódeos fo­

ra m e n co n trad as associadas à an em ia (89,43% dos casos). Se com pararm os a in ­ cidência de an em ia nessas crian ças com

(7)

N

ov.-Dez., 1969

Rev. Soc. Bras. Med. Trop.

335

Ao com pararm os a casuística presen te com ou tras, referen tes à freq üência de p a ­ rasitism o n a id ad e a d u lta em pessoas p e r­ ten cen tes ao m esm o nível sócio-econôm ico, podem os c o n s ta ta r o fato já reconhecido de que as parasitoses adq uirid as por via digestiva (ascarid íase e , tricu ríase) são m ais freq üentes n a s crianças, p rin c ip a l­ m en te n a s de baixa idade, e n q u an to que as de p en etração ativ a a trav és da pele (ancilostom íase e estrongiloidíase) p red o ­ m in am nos adultos.

2. DADOS EPIDEMIOLÓGICOS

a) Côr

Nas c ria n ç a s de ra ç a b ran ca, o índice p ercen tu al de parasitism o era de 51,22, n as de ra ç a neg ra, 80,00, e os íaioderm os t i ­ n h a m um índice in term ed iário de 67,67, con firm and o o conceito de que os indiví­ duos de ra ç a n eg ra são m ais susceptíveis, ao parasitism o em geral. (12)

DISTRIBUIÇÃO DAS CRIANÇAS COM EXAMES POSITIVOS SEGUNDO A CÔR

CÔR NÚMERO TOTAL DE CRIANÇAS

EXAMES DE FEZES POSITIVOS

n.° %

leucoderm o 82 42 51,22

faioderm o 133 90 67,67

m elanoderm o 45 36 80,00

TOTAL 260 168 64,6

b) Sexo

Não houve d iferen ça estatisticam en te sig nificativa n a distribu ição dos exam es

positivos p a ra n em atelm in to s quanto ao sexo (X- = 2,756, p = 0,10-0,05 p a ra 1 g. 1.), em bora h a ja u m a incidência percen­ tu a l lig eiram en te m aior n a s crianças do sexo fem inino.

DISTRIBUIÇÃO DAS CRIANÇAS COM EXAMES POSITIVOS SEGUNDO O SEXO

SEXO

NÚMERO TOTAL DE CRIANÇAS

'

EXAMES DE FEZES

POSITIVOS

n.° %

m asculino 140 84 60,0

fem inino 120 84 70,0

TOTAL 260 168 64,6

(8)

336

Rev. Soc. Bras. Med. Trop.

Vol. III — N.°

(i

A a lta in cid ência de an em ia no grupo controle re ssa lta a e x tra o rd in á ria in flu ­ ência do regim e a lim e n ta r defeituoso ou insuficiente n a pato g en ia da anem ia. Da m esm a form a, no grupo com exam es de fezes positivos, além do fa to r a lim e n ta r carente, h á a in d a agindo p a r a a gênese da an em ia a ação espoliadora dos verm es; e n tre ta n to , n ão podem os de fo rm a alg um a desprezar a ação provável de certos n e ­ m atódeos n a criação dos distúrbios disab- sortivos que resu ltam n u m estado *3e c a ­ rência m arcial, (3, 16) condição p re p o n ­ d eran te p a ra a in stalação da anem ia.

4) COMPORTAMENTO DA EOSINOFILIA

A avaliação do co m p ortam ento d a eosi- nofilia foi e fetu ad a em 142 c ria n ç a s com exam es de fezes positivos p a r a os q u atro nem atódeos aqui considerados de cujo h e - m ogram a com pleto foi ap ro v eitad a a t a ­ xa p ercen tu al de eosinófilos, visto que o

côm puto in d ireto da èosinofilia abso lu ta ap resen ta a inconveniência de e sta r n a d e ­ pendência das variações da ta x a de leucó- citos nos diversos estados m órbidos. (1, 10) O m esm o grupo de 40 crianças, ten d o ta m ­ bém realizado hem o g ram a com pleto, e com exam es de fezes negativos p a ra hel- m intos, servia de controle.

Consideram os como n o rm ais as tax as sang uíneas de eosinófilos e n tre 1 a 4% (n a leucom etria específica p e r c e n tu a l) ; tax as superiores são tid a s como hipereosi- nofilias, de g ra u leve (5-9% ), m oderado (10-18%) e in ten so (acim a de 19% ). A a u ­ sência de eosinófilos (0%) co n stitu i a aneosinofilia.

HIPEREOSINOFILIA EM CRIANÇAS COM EXAMES DE FEZES NEGATIVOS PARA HELMINTOS

Em 40 crian ças com exam es de fezes negativos p a ra helm intos (grupo c o n tro le ), 11 (27.5%) exibiam hipereosinofilia, p re ­ dom inando a de grau leve, 17 (42,5%) ta x a no rm al de eosinófilos e 12 (30,0% ), a n eo ­ sinofilia.

Num estudo recen te re fe re n te a a d u l­ tos, M oraes (10), enco ntro u u m a p rop or­ ção sem elh an te n a in cid ên cia de h ip ereo ­ sinofilia em indivíduos com exam es de fe ­ zes negativos (37,1% ). E m bora h a ja um a

d iferen ça p e rc e n tu a l n a in cid ência de h i­ pereosinofilia e n tre ad u lta s e crianças com exam es de fezes negativos, a fav cr dos adultos, esta d iferen ça n ão é e s ta tis ­ ticam e n te significativa.

O índice eosinofílico resid u al (M oraes), (10) obtido pelo quociente d a divisão do núm ero de indivíduos com exam es de fe ­ zes negativos e com hipereosin ofiia (eosi- no filias iguais cu superiores a 5% ) pelo núm ero de indivíduos com exam es de fe­ zes negativos e sem hipereosinofilia (eosi- nofilias abaixo de 5%) era de 0,38 (grupo- c o n trô le ).

D en tre as 11 crian ças com hipereosin o­ filia e com exam es de ifezes negativos, es­ ta era de g rau leve em 6 casos, m oderado em 4 e in ten so em 1 caso; 4 dêstes p acien ­ tes eram acom etidos de infecção, 1 de es- cabiose e em 6 não foi a p u ra d a n e n h u m a causa a p a re n te eosinofilogênica; tr a ta r -s e - iam , talvez, de exam es coprológicos n e g a ­ tivos ju stificad os pelo parasitism o por nem atódeos exclusivam ente m achos ou por fêm eas em época n ão rep ro d u to ra, ou a in ­ da pela possibilidade de n ão se te r d iag ­ nosticado tô das as infestações pelo S tro n - gyloides stercoralis, c u jas larv as às vêzes só aparecem ao oitavo exam e (M oraes). (8) E n tre ta n to , é necessário lem b rar que p a ra tô d as as crian ças do grupo controle foi repetido o exam e de fezes pelo menos u m a vez, ten do -se feito os q u atro m éto ­ dos.

HIPEREOSINOFILIA EM CRIANÇAS COM EXAMES DE FEZES POSITIVOS PARA NEMATELMINTOS

A dotarem os, p a ra a avaliação do poder eosinofilogênico das parasitoses e de suas associações, o índice eosinofílico médio, proposto por M oraes, e que corresponde ao quociente d a divisão do núm ero de in d iv í­ duos com exam es de fezes positivos e com hipereosinofilia pelo núm ero de indivíduos com exam es de fezes positivos e sem h i­ pereosinofilia. A hipereosinoífilia estav a presente em 85 casos (59,86% das crianças p a ra s ita d a s ), sendo m ais freq ü en te a de g ra u m édio (34 casos — 23,95% ); h av ia au sên cia de hipereosinofilia em 57 casos (40,14% das crian ças p a ra s ita d a s ). O índice eosinofílico m édio no grupo de crianças com exam e de fezes positivo foi de 1,49

(9)

TABELA V III. DISTRIBUIÇÃO DAS EOSINOFILIAS

TAXAS SANGUÍNEAS DE EOSINÓFILOS (% ) EXAME DE

FEZES

CASOS

0 1-4 5-9 10-18 acim a de 19

ÍNDICE EOSI- NOF1LICO

positivo 142 14 (9,86%) 43 (30,28%) 23 (16,19%) 34 (23,95%) 28 (19,72%) i 1,49 negativo 40 12 (30,0%) 17 (42,5% ) 6 (15,0% ) 4 (10,0% ) 1 ( 2,5%

>

0,38

(10)

TA

BELA IX. EOSINOFILIA EM CRIANÇAS COM EXAMES DE FEZES POSITIVOS PARA NEMATELMINTOS

VERMES

TOTAL

taxa ^ de eoslnófilos

sem

hipereoa.

hipereos.

com

c/hit>ereos.

8/hipereos.

índice

eosino-fílico

médio

0

1-4

5-9

10 -18

19

n

*

n

n

*

n

*

n

*

n

*

*

Aacaria

24

7

29,2

8

33,3

1

4,2

5

20,8

3 12,5

15

62,5

9

37,5

9/15

0,60

Trichuris

14

1

7.2

8

57,1

1

7,2

3

21,4

1

7,2

9

64,3

5

35,7

5/9

0,55

Strongyloides

8

2

25,0

2

25,0

0

0,0

1

12,5

3

37,5

4

50,0

4

50,0

4/4

1,00

Ancylostoma

2

0

o ;o

1

50,0

1

50,0

0

0,0

0

0,0

1

50,0

1

50,0

1/1

1,00

MONOPARASIT.

48

10

20,8

19

39,6

3

6,3

9

18,7

7

14,6

29

60,4

19

39,6

19/29

0,66

Asc + Tric

41

1

2,4

11

26,8

8

19,5

11

26,8

10

24,4

12

29,3

29

70,7

29/12

2,41

Tric + Anc

5

1

20,0

0

0,0

2

40,0

1

20,0

1+ 20,0

1

20,0

4

80,0

4/1

4,00

Asc + Anc

3'

0

0,0

0

0,0

1

33,3

0

0,0

2

66,7

0

0,0

3 100,0

3/0

-Asc + Str

5

0

0,0

2

40,0

1

20,0

1

20,0

1

20,0

2

40,0

3

60,0

3/2

1,50

Tric + Str

4

0

0,0

1

25,0

0

0,0

2

50,0

1

25,0

1

25,0

3 75,0

3/1

3,00

BIPARASIT.

58

2

3,5

14

24,1

12

20,7

15

25,9

15

25,9

16

27,6

42

72,4

42/16

2,63

Aac+Tric+Anc

11

0

0,0

1

9,1

3

27,3

4

36,3

3

27,3

1

9,1

10

90,9

10/1

10,00

Asc+Tric+Str

14

2

14,3

5

35,7

3

21,4

3

21,4

1+

7,2

7

50,0

7

50,0

7/7

1,00

Tric+Anc+Str

3

0

0,0

1

33,3

0

0,0

1

33,3

1

33,3

1

33,3

2

66,7

2/1

2,00

Asc+Anc+Str

2

0

0,0

1

50,0

0

0,0

1

50,0

0

0,0

1

50,0

1

50,0

1/1

1,00

TRIPARASIT.

30

2

6,7

8

26,7

6

20,0

9

30,0

5

16,7

10

33,3

20

66,7

20/10

2,00

TETRAPARASIT. 6

0

0,0

2

33,3

2

33,3

1

16,7

1

16,7

2

33,3

4

66,7

4/2

2,00

(11)

N

ov.-Dez., 1969

Rev. Soc. Bras. Med. Trop.

339

A) H ipereosinofilia n a s infestações sim ­ ples

a) Infestações por áscaris

E m com paração com o grupo co n tro ­ le, isto é, com exam es parasitológicos n e ­ gativos, os casos com in festação sim ples por áscaris exibiam com m aior ifreqüência hipereosinofilias (27,5% no grupo co n tro ­ le e 37,5% n a s crian ças com a s c a rid ía s e ), e o índice eosinofílico é m ais alto (0,6 p a ­ ra 0.38 do grupo co n tro le). Nos casos com hipereosinofilia, p redo m inav am as de grau m oderado; e n tre ta n to , d en tro do grupo in ­ festado por áscaris, os casos sem h ip ereo ­ sinofilia são m ais freq üentes (62,5%) que os com hipereosinofilia (37,7% ). O poder eosinofilogênico do áscaris m ostrou -se r e ­ la tiv am en te baixo n a am ostra.

b) In fe stação por tricu ris

É confirm ado o pequeno poder eosino­ filogênico do tricu ris (índice eosinofílico m édio = 0,55); em bora os casos positivos p a ra tricu ris exibam com m aior freq ü ên ­ cia hipereosinofilias (35,7%) que o grupo- contrôle (27,5% ), é m ais com um n a in fe s­ tação por tric u ris a ausên cia de h ip ereo ­ sinofilia (64,3% ), do que a presença dela. Nos casos em que existe hipereosinofiria, é m ais com um a de g rau m oderado.

c) Inifestação por estrongilides

O poder eosinofilogênico do estrongilói- des é p a te n te (índice eosinofílico = 1), predo m inan do n a am o stra as hipereosin o­ filias in ten sas.

d) C om paração en tre as infestações sim ­ ples

D en tre as parasitoses aqui estu dad as, n a in festação por tric u ris ocorre a m enor porcen tag em de casos de hipereosinofilia e o índice eosinofílico m édio m ais baixo, e n ­ q u an to que n a in festação por estrongilói- des êsses dois p arâ m e tro s são os m ais ele­ vados.

Nos casos de hipereosinofilia, os de grau leve e m oderado são m ais freq ü en tem en te produzidas pelo áscaris e tricu ris; n a s de g rau in ten so , pred o m in a a estrongilóidica.

A peq uen a in cid ência de necatorose e/o u ancilostom ose n a am o stra não per­ m ite a an álise desta in festação no tocante aos graus de eosinofilia nelas observados.

B) H ipereosinofilia n a s infestações m úl­ tiplas

a) In fe stação du pla por áscaris e tricuris

A associação de áscaris e tricu ris deter­ m inou m aio r nú m ero de casos com hipe­ reosinofilia (70,7%) que ocorria em qual­ quer das duas infestações isoladam ente, assim como um índice eosinofílico médio m ais elevado (2,41). Predom inavam as h i­ pereosinofilias de grau médio. As hipereo­ sinofilias d eterm in ad as pelo áscaris eram potencializadas pelo tricu ris, principal­ m ente as de grau leve.

b) In fe stação du pla por ancilostom ídeo e tric u ris

P redom inam os casos com hipereosino­ filia, p rin cip a lm en te os de grau leve. O ín ­ dice eosinofílico m édio é alto (4,0).

c) In fe stação dupla por estrongilóides e tricu ris

É m aior o núm ero de casos com hipe­ reosinofilia n e sta associação (75%) que nas du as parasitoses isoladam ente, acorretando u m a elevação no índice eosinofílico médio (3,0), porém o tric u ris só potencializa as hipereosinofilias m édias pelo estrongilói­ des, dim inu ind o as in ten sas.

d) In fe stação dupla por áscaris e estron­ gilóides

Os dois p arasito s em associação apresen­ ta m m ais freq ü en tem en te hipereosinofilia do que iso ladam en te; o índice eosinofílico m édio é de 1,5. O áscaris potencializa ligei­ ra m e n te o efeito eosinofilogênico do es- trongilóidr«s, exceto nos casos de hipereo­ sinofilia in te n sa , onde o dim inui.

(12)

%

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Vol. III — N.° 6

f) C om paração geral e n tre o grupo de crianças com exam es de fezes positivos e o grupo-eontrôle, q u an to à eosinofilia.

E n tre os casos com exam es negativos p a ra helm intos p redo m inav a a au sên cia de hipereosinofilia (72,5%, sendo 30,0% com aneosinofilia e 42,5% com ta x a s s a n ­

AUSÊNCIA DE HIPEREOSINOFILIA EM CRIANÇAS COM EXAMES DE FEZES PO ­ SITIVOS PARA NEMATELMINTOS

A hipereotsinofilia e sta v a a u se n te em 57 casos (40,14%) da a m o stra de crian ças com exam es de fezes positivos, hav end o aneosinofilia em 14 casos (9,86%) e ta x a s norm ais de eosinófilos em 43 casos (30,28%).

M uitos são os fato res que podem in flu ­ enciar o aparecim en to d a hipoeosinofilia n as parasitoses in testin ais. Segundo os a u ­ tores clássicos, n a s parasitoses in te stin a is crônicas n ão se observa u m au m en to de eosinófilos no sangue, h av end o a té u m a m enor ta x a de eosinófilos com o m aior núm ero de p arasito s (fenôm eno p arad o x al de S chilling), parecend o e x istir u m esgo­ tam en to tem p orário fre n te a u m a e x cita­ ção eosinopoiética co n sta n te ou tra d u z in ­

guíneas no rm ais de eo sin ó filo s); n a s cri­ an ça s com exam es positivos p a ra n em a- tódeos p redo m ina a in cid ência de hipereo­ sinofilia (59,86%), p rin cip a lm en te a de g rau m oderado (23,95%).

P or ordem decrescente, a capacidade eosinofilogênica dos diversos nem atódeos e de suas in ter-associações, to m ando como base o índice eosinofílico m édio, foi:

10

4 3 2,41

2

1,5 1 1

0,6

0,55

do o “h á b ito ” do organism o às ações dos ag en tes in festan tes.

H á o u tra s causas conhecidas que a tu a m como fato res eosinopeniantes, d e n tre as quais alg um as fig u ram n a ta b e la X : eosi- n o pen ia de a larm e n a g ran d e m aio ria das infecções; estados de d esn u trição nos seus diversos graus, reduzindo a capacidade reacio n al do organism o devido à c arên cia p ro têica e que poderiam ju s tific a r a a u ­ sência de hipereosinofilia n e sta p a rte da am o stra. T am bém n ão se deve olvidar o fa to de que pode h a v e r poucos exem plares de verm es e qu and o o índice eosinoifílico de um certo p a ra sito é baixo, a u m e n ta o nú m ero de casos sem hipereosinofilia (é o caso do tric u ris e do á s c a ris ).

A dultos p a ra sita d o s p o r helm intos (M oraes) (9) em geral a p re se n ta m a u sên ­ cia de hipereosinofilia n u m a proporção m uito sem elh a n te à e n c o n tra d a n a p resen ­ te am o stra de crianças.

áscaris + tric u ris + ancilostom ídeo ancilostom ídeo + tricu ris

estrongilóides + tricu ris áscaris + tric u ris

áscaris + tric u ris + ancilostom ídeo + estrongilóides áscaris + estrongilóides

áscaris + tric u ris + estrongilóides estrongilóides

(13)

N

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Rev. Soc. Bras. Med. Trop.

341

TABELA X. DOENÇAS INTERCORRENTES EM CASOS DE AUSÊNCIA DE HIPEREO­ SINOFILIA EM CRIANÇAS COM EXAMES DE FEZES POSITIVOS PARA

NEMATEL MINTOS

DOENÇAS INTERCORRENTES NÚMERO DE CASOS

K w ashiorkor 12

K w ashiorkor + infecção 8

K w ashiorkor + tuberculose 1

P ré-kw ashio rk or 2

P ré-kw ashio rk or + infecção 4

D esnutrição (ou distrofia) 15

D esn utrição (ou d istro fia) + infecção 8 D esn utrição (ou d istrofia) + tuberculose 2

D esn utrição + raquitism o 1

D esn utrição to xiderm ia 1

D esn utrição (ou d istrofia) + infecção + d ifte ria 2

Sem diagnóstico 1

TOTAL 57

EOSINOFILIA EM LACTENTES PARASI- cificados n a ta b e la X I) exibiram um a res-TADOS POR NEMATELMINTOS p o sta im u n o -alérg ica m ais fra c a em rela­

ção aos grupos etário s m ais avançados, e Os la c te n te s d a am o stra (14 casos espe- o índice eosinofílico m édio era de 0,55.

TABELA X I. LACTENTES PARASITADOS POR NEMATELMINTOS

PACIENTE PARASITO IDADE (meses)

EOSINOFILIA DOENÇAS INTERCORRENTES

1. áscaris 8 3 % desnutrição, anem ia, infecção

2. áscaris 10 4 % d esn utrição , an em ia

3. áscaris 10 18 % kw ashiorkor, an em ia

4. áscaris 11 4 % desn utrição

5. tric u ris 2 1 % desnutrição, anem ia

6. tricu ris 6 3 % pré-kw ash iorko r, anem ia, bronquite esm ática

7. tricu ris 6 2 % desnutrição, anem ia

8. estrongilóides 5 0 % kw ashiorkor, anem ia, bronqui­ te a sm ática

9. estrongilóides 11 1 % kw ashiorkor, varicela, anem ia 10. estrongilóides 11 4 % desnutrição, anem ia

11. áscaris + tric u ris 10 11 % desn utrição , infecção, anem ia 12. estrongilóides + tricu ris 10 5 % an em ia

13. á sc a ris+ ancilostom ídeo 10 6 % desnutrição, anem ia

(14)

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Vol. III — N.° 6

Cabe re ssa lta r que no grupo de lacten tes parasitados, ap en as em 1 caso n ão se ve­ rificou doença in te rc o rre n te que influisse n a eosinofilia. Q uanto aos dem ais, a p re ­ sentavam desnutrição, p ré-kw ash iorko r ou

kw ashiorkor, aliado ou não a infecção, doenças in terco rren tes estas que inibem a resposta eosinofílica orgânica. Por outro lado, em um grupo de la c te n te s com ex a­ mes de fezes negativos, o índice eosinofí- lico residual era ligeiram ente m enor (0,30) que n as crian ças p erten cen tes a grupos etários superiores e com exam es de fezes negativos p a ra helm intos (0,38).

RESUMO

1) A incidência de exam es coprológicos positivos p a ra helm intos foi de 64.6% em crianças de baixo nível sócio-eco- nôm ico procedentes do E stado da G u a n a b a ra e v izin hanças e in te rn a d o s no In stitu to F ern an d es F ig ueira devi­ do a diversas entid ad es nosológicas. 2) Das crian ças com exam es positivos,

50,77% eram in festados por áscaris, 45% por tricu ris, 13,84% por ancilós- tom a e/o u n ecator, 18,56% por e stro n ­ gilóides e 0,77% por esquistossom a. Não foram com putados as infestações por oxiuros.

3) A ausência de casos de ten ía se p ro v a­ velm ente deve-se à alim en tação c a re n ­ te em carnes.

4) As parasitoses m ais freq ü en tes eram a ascarid íase e a tricu ríase, isto é, as adquiridos por via digestiva.

5) O com ponente m elanodérm ico da am o stra m ostrou -se m ais susceptível ao p arasitism o que o leucodérm ico, sendo o faiodérm ico de su scep tib ilida­ de in term ed iária.

6) Os lacten tes ap re se n ta m m eno r in ci­ dência de parasitism o que os grupos etário s m ais avan çado s (diferen ça es­ ta tistic a m e n te sig n ific a n te ), em bora h a ja presença de h elm in tíases graves em lacten tes do grupo.

7) Mesmo em se tra ta n d o de crian ças de nível sócio-econôm ico baixo e de p re ­ cárias condições n u tritiv a s, que p re ­ dispõem à anem ia, o grupo com exa­ m es de fezes positivos p a ra n e m a te l­ m in tos a p re se n ta um a in cid ência de diversos tipos de an em ia m aior que o grupo com exam es de fezes negativos p a ra h elm in to s (diferen ça e s ta tis ti­ cam ente s ig n ific a tiv a ).

8) A lta in cid ência de estrongiloidíase n a am ostra.

9) Foi estudado o co m p ortam ento da eosinofilia em crian ças com exam es de fezes negativos, com exam es positivos p a ra nem atelm in to s e especial a te n ­ ção foi d ad a à eosinofilia em la c te n ­ tes de 0 a 1 ano.

SUMMARY

lncidence of helminthes and effects of nemathelminthes on anemia and

eosinophilia with special attention to low-ageá infants is presented in a sample

of children intemed in the 5.a Enfermaria de Clínica Pediátrica do Instituto

Fernandes Figueira Rio de Janeiro, Brazil.

AGRADECIMENTO

(15)

N

ov.-Dez., 1969

Rev. Soc. Bras. Med. Trop.

343

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