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Efeitos do tamanho da semente e do recipiente no crescimento de mudas de Camu-camu (Myrciaria dubia).

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Academic year: 2017

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NOTAS Ε COMUNICAÇÕES 

EFEITOS DO TAMANHO DA SEMENTE Ε  DO RECIPIENTE NO 

CRESCIMENTO DE MUDAS DE CAMU­CAMU (zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAMyrciaria dubia) 

Kaoru YUYAMA1

, Jhanssem Antônio Silva de SIQUEIRA2 

RESUMOzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA — O camu-camu (zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAMyrciaria dubia (H. B. K.) McVaugh, Myrtaceae) é uma fruteira silvestre dos rios e lagos da Amazônia que está sendo domesticada para cultivo cm solos de terra

firme. O seu potencial econômico reside no seu alto teor de ácido ascórbico, que pode ser de até 2950 mg/100g de polpa. O objetivo do presente trabalho foi avaliar o desenvolvimento das mudas

de camu-camu provenientes de sementes de diferentes tamanhos, produzidas em diferentes volumes de substrato. O delineamento experimental foi de blocos casualizados, em esquema fatorial de 3x4, com quatro repetições. Os fatores foram tamanho da semente (pequena, média e grande,

pesando 19, 37 e 67 g/100 sementes, respectivamente) e tamanhos do recipiente (sacos plásticos pretos de 12x23, 16x28, 19x21 e 20,5x33 cm, com 750, 1500, 1750 e 3500 g, respectivamente). As mudas provenientes de sementes grandes c médias tiveram melhor desenvolvimento (altura de 53 e 46 cm, respectivamente) e as mudas cultivadas em sacos de 19x21 cm mostraram uma tendência de maior desenvolvimento (altura de 49 cm), inclusive durante todo o período de cinco meses. Portanto, mudas de camu-camu com 30 cm de altura (pronto para o campo) podem ser obtidas em 60 a 70 dias após o transplante das plântulas provenientes de sementes grandes e médios e usando sacos de mudas com 19x21 cm.

Palavras­chave: Produção de mudas, volume de substrato, desenvolvimento.

Effects of Seed Size and Nursery Bags on the Growth of Seedlings of  C a m u ­ c a m u 

(Myrciaria dubia) 

ABSTRACT — The camu-camu (Myrciaria dubia (H. B. K.) McVaugh, Myrtaceae) is a native

Amazonian species of river and lake margins that is being domesticated for cultivation on the "terra firme". Its economic potential is its high ascorbic acid content, with 2,950 mg/of vit. C/

100 g of pulp. Standards for production of certified seedlings are vague. The present study investigated the development of seedlings obtained from different size seeds and transplanted to different size bags. The experimental design was randomized blocks, with a 3x4 factorial, with

four replications. The factors were: three sizes of seeds (small, medium and large, weighing 19, 37 and 67 g/100 seeds, respectively) and four sizes of bags (12x23, 16x28, 19x21 and 20,5x33 cm, with 750, 1500, 1750 and 3500 g, respectively). The seedlings from large and medium size seeds grew faster (height 53 and 46 cm, respectively) and those grown in the 19x21 cm bags showed a tendency of faster growth (height 49 cm) during all stages up to five months. Field ready seedlings of camu-camu can be obtained after 60 to 70 days when large and medium size seeds and 19x21 cm bags are used.

Key­words: Seedling production, substrate volume, development.

1

Coordenação de Pesquisas em Ciências Agronômicas, Instituto Nacional dc Pesquisas da Amazônia, Caixa Postal 478, 69.011-970, Manaus, AM, Brasil.

2

Bolsista do CNPq/PIBIC-INPA.

Entre as diversas espécies de fruteiras existentes na Amazônia, o camu-camu {Myrciaria dúbia (H.B.K.) M c V a u g h , M y r t a c e a e ) v e m d e s p e r t a n d o i n t e r e s s e em v á r i o s

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é um arbusto nativo das v á r z e a s , margens de rios e lagos, adaptado às inundações periódicas, que sobrevive submerso na água por 4 a 5 meses durante o ano (Peters & Vasques, 1986/87). Os frutos são consumidos pelos peixes, que são os principais dispersores da espécie, juntamente com a corrente d'água dos rios. Assim, ocorre ao longo dos rios e lagos de toda a região amazônica, onde se desenvolve em pequenas populações em locais em que a semente é depositada e encontra condições adequadas de temperatura, aeração e umidade.

O I n s t i t u t o N a c i o n a l de Pesquisas da Amazônia (INPA) vem trabalhando com o camu-camu em terra firme desde 1978, testando sua adaptação fora do seu habitat natural. Existem n o r m a s e padrões para a p r o d u ç ã o de m u d a s f i s c a l i z a d a s , elaboradas pela Comissão Estadual de S e m e n t e s e M u d a s do A m a z o n a s (CESM, 1996), mas estas ainda são v a g a s d e v i d o à falta de e s t u d o s específicos. No Peru, as plântulas são repicadas com 8 a 10 cm de altura e 6 a 8 folhas simples e, após 6 meses, estas plântulas devem alcançar 50 a 60 cm de altura e 7 a 8 mm de diâmetro (Ruiz & Ramirez, s.d.); quando são repicadas com 10 folhas, depois de 6 a 8 meses devem alcançar 70 a 80 cm de altura e entre 6 e 9 mm de diâmetro a 30 cm do solo (Enciso & Villachica, 1993; Villachica, 1996). Considerando que no Brasil inexistem informações sobre dois parâmetros importantes para produção de mudas de camu-camu, este estudo teve como objetivo

avaliar o desenvolvimento de plântulas no viveiro, variando-se o volume de substrato (tamanho do recipiente) e o tamanho da semente.

O experimento foi realizado no viveiro do INPA, em Manaus, AM. O delineamento experimental foi de blocos casualizados, em esquema fatorial 3x4, com quatro repetições. Os fatores testados foram: tamanho da semente (pequena, média e grande, pesando 19, 36 e 67 g/100 sementes, r e s p e c t i v a m e n t e ) e t a m a n h o s do recipiente (sacos plásticos pretos de

12x23, 16x28, 19x21 e 20,5x33 cm, com 7 5 0 , 1500, 1750 e 3 5 0 0 g, respectivamente).

As sementes de camu-camu fo-ram coletadas no dia 29 de março de

1997, em São Sebastião do Uatumã, AM, nas margens do Rio Uatumã. A semeadura foi realizada no mês de abril de 1997, em uma caixa de madeira, utilizando serragem como substrato (camada de 15 c m ) . As sementes de diferentes tamanhos fo-ram s e m e a d a s s e p a r a d a m e n t e e cobertas com uma camada de 1 cm de serragem. A germinação iniciou a partir de 15 dias da s e m e a d u r a e prosseguiu por dois meses.

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kg; C a = 2 , 9 ; M g = 0 , 4 ; P=6,9 ppm; C=l,6%). Foram feitas sete medições de altura da muda e diâmetro do caule, dos 25 aos 153 dias após a repicagem. O crescimento em altura das m u d a s p r o v e n i e n t e s de s e m e n t e s grandes apresentou um tendência de superar o das de sementes médias e foi s i g n i f i c a t i v o p a r a as s e m e n t e s pequenas (Fig. 1); o crescimento no diâmetro do caule foi semelhante ao da altura das plantas (r=0,99) (dados não apresentados). Em t e r m o s do tamanho de saco, foi observado uma tendência de diferença na altura das plantas somente a partir de três meses (Fig. 2), sendo o melhor crescimento n o saco de 19x21 c m , seguido de 20,5x33 cm. Porém, este último é

muito pesado e dificulta o transporte zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

1 60  8 50 

I 40  f 30 

£ 20 

a o 

• Pequena

-M édia -Grande

40

Das após transplante

120 160 

Figura 1. Crescimento em altura das plantas

de camu-camu provenientes dc diferentes tamanhos de sementes (DMS=9,1 cm aos 153 dias, para p<5%).

8 50 

I 40  £ 3 0 

£ 20 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

3 0 

40

­12x23 

­• ­16x28 

­ * ­ 19x21 

­x­20,5x33 

120 160 

Das após transplante

Figura 2. Crescimento em altura das plantas

d e c a m u - c a m u s u b m e t i d a a d i f e r e n t e s tamanhos dc sacos.

das mudas.

Não existe um tamanho mínimo de m u d a s p a r a levar ao c a m p o definitivo; existe uma recomendação para m u d a s e n x e r t a d a s ( q u a n d o igualar a grossura do porta enxerto e enxerto, e o ramo tenha no mínimo 60 cm; Villachica, 1996). Na Fazenda Yuricam, situado na rodovia AM-10 km 100 em Latossolo Amarelo, mudas seminíferas com 30 cm de altura fo-ram plantadas no início de período chuvosa, tiveram um bom pegamento e 9 0 % d a s p l a n t a s i n i c i a r a m a produção de frutos com menos de dois anos. Levando em consideração este tamanho (30 cm) para o plantio em c a m p o d e f i n i t i v o , as m u d a s provenientes de sementes grandes e médias estariam aptas em 60 a 70 dias após o transplante nos sacos, enquanto m u d a s p r o v e n i e n t e s de s e m e n t e s pequenas levarão mais 20-30 dias para chegar ao mesmo tamanho.

Concluiu-se que as sementes g r a n d e s o r i g i n a m p l a n t a s de crescimento mais rápido, apesar de não apresentar diferença significativa com as de sementes médias; o saco com as d i m e n s õ e s 19x21cm apresentam mudas com tendência de melhor d e s e n v o l v i m e n t o , também o u t r o r a n e n h u m dos t i p o s apresentarem diferenças significativas.

Bibliografia citada 

Andrade, J.S.; Aragào, C.G.; Chávez F., W.B.

1991. Valor nutricional do camu-camu zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

(Myrciaria dúbia (H.B.K.) McVaugh) cultivado em terra firme da Amazônia C e n t r a l . Revista Brasileira de Fruticultura, 13(3): 307-311.

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C E S M . 1996.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA Normas e padrões para a produção de mudas fiscalizadas.

C o m i s s ã o E s t a d u a l dc S e m e n t e s e Mudas/Delegacia Federal dc Agricultura e A b a s t e c i m e n t o no A m a z o n a s / M i n i s t é r i o da A g r i c u l t u r a c do Abastecimento, Manaus. 40p.

Enciso, R.; Villachica, H. 1993. Producción y manejo de plantas injertadas de camu-camu ( M y r c i a r i a d ú b i a ) en vivem. Informe técnico n"25, Instituto Nacional de Invcstigación Agraria, Lima. 20 p.

Peters, C M . ; Vasqucs, A. 1986/87. Estudos ecológicos dc camu-camu (Myrciaria dúbia). I. Producción de frutos en poblaciones naturales. Acta Amazônica, 16/17: 161-174.

Ruiz, R.R.; Ramirez, I.J. s.d. Tecnologia del cultivo de camu-camu flVIyrciaria dúbia (H.B.K.) McVaugh) en la Amazonia Peruana. I n s t i t u t o N a c i o n a l d e Investigacion Agraria, Pucallpa. 45p.

Villachica, H. 1996. El cultivo dei camu-camu (Myrciaria dúbia (H.B.K.) McVaugh) en la Amazonia Peruana. T r a t a d o de

Cooperación Amazônica, Lima. 95p. zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Imagem

Figura 1. Crescimento em altura das plantas

Referências

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