www.jped.com.br
ARTIGO
ORIGINAL
Calcium
intake
by
adolescents:
a
population-based
health
survey
夽
Daniela
de
Assumpc
¸ão
a,
Marcia
Regina
Messaggi
Gomes
Dias
b,
Marilisa
Berti
de
Azevedo
Barros
a,
Regina
Mara
Fisberg
ce
Antonio
de
Azevedo
Barros
Filho
b,∗aDepartamentodeSaúdeColetiva,FaculdadedeCiênciasMédicas,UniversidadeEstadualdeCampinas(Unicamp),Campinas,SP,
Brasil
bDepartamentodePediatria,FaculdadedeCiênciasMédicas,UniversidadeEstadualdeCampinas(Unicamp),Campinas,SP,Brasil cDepartamentodeNutric¸ão,FaculdadedeSaúdePública,UniversidadedeSãoPaulo(USP),SãoPaulo,SP,Brasil
Recebidoem17deabrilde2015;aceitoem22desetembrode2015
KEYWORDS Adolescent; Calciumdietary; Foodconsumption; Healthsurveys
Abstract
Objective: Toanalyzecalciumintakeinadolescentsaccordingtosociodemographicvariables, health-relatedbehaviors,morbidities,andbodymassindex.
Methods: Thiswasacross-sectionalpopulation-basedstudy,withatwo-stageclustersampling thatuseddatafromasurveyconductedinCampinas,SãoPaulo,Brazil,between2008and2009. Food intakewasassessedusinga24-hourdietaryrecall.Thestudy included913adolescents aged10to19years.
Results: Averagenutrientintakewassignificantlylowerinthesegmentwithlowereducation oftheheadofthefamilyandlowerpercapitafamilyincome,inindividualsfromothercitiesor states,thosewhoconsumedfruitlessthanfourtimesaweek,thosewhodidnotdrinkmilkdaily, thosewhoweresmokers,andthosewhoreportedtheoccurrenceofheadachesanddizziness. Highermeancalciumintakewasfoundinindividualsthatsleptlessthansevenhoursaday.The prevalenceofcalciumintakebelowtherecommendationwas88.6%(95%CI:85.4to91.2). Conclusion: Theresultsalert toaninsufficient calciumintakeandsuggestthatcertain sub-groupsofadolescentsneedspecificstrategiestoincreasetheintakeofthisnutrient.
©2015SociedadeBrasileiradePediatria.PublishedbyElsevierEditoraLtda.Allrightsreserved.
DOIserefereaoartigo:
http://dx.doi.org/10.1016/j.jped.2015.09.004
夽 Comocitaresteartigo:deAssumpc¸ãoD,DiasMR,deAzevedoBarrosMB,FisbergRM,deAzevedoBarrosFilhoA.Calciumintakeby
adolescents:apopulation-basedhealthsurvey.JPediatr(RioJ).2016;92:251---9. ∗Autorparacorrespondência.
E-mail:abarros@fcm.unicamp.br(A.deAzevedoBarrosFilho).
PALAVRAS-CHAVE Adolescente; Cálcionadieta; Consumode alimentos; Inquéritodesaúde
Ingestãodecálcioporadolescentes:inquéritodesaúdedebasepopulacional
Resumo
Objetivos: Analisaraingestãodecálcioemadolescentessegundovariáveissociodemográficas, decomportamentosrelacionadosàsaúde,morbidadeseíndicedemassacorporal.
Métodos: Trata-sedeestudotransversaldebasepopulacional,comamostraporconglomerados, tomadaemdoisestágiosequeusoudadosdeinquéritofeitoemCampinas,SãoPaulo,Brasil,em 2008/09.OconsumoalimentarfoiestimadopeloRecordatóriode24horas.Foramanalisados 913adolescentesde10a19anos.
Resultados: Médiassignificativamenteinferioresdeingestãodonutrienteforamverificadasnos segmentosdemenorescolaridadedochefedafamília,demenorrendafamiliarpercapita,nos naturaisdeoutrosmunicípiosouestados,nosqueconsomemfrutasmenosdoquequatrovezes nasemana,nosquenãobebemleitediariamente,nosfumantesenosquereferirampresenc¸a dedordecabec¸aetontura.Médiasuperiordeingestãodecálciofoiencontradanosindivíduos que dormemmenos de sete horaspor dia.A prevalênciade ingestãode cálcio inferior ao recomendadofoide88,6%(IC95%:85,4-91,2).
Conclusões: Osresultadosdesteestudoalertamparaoconsumoinsuficientedecálcioesugerem quedeterminadossubgruposdeadolescentesnecessitamdeestratégiasmaisespecíficaspara aumentaraingestãodessenutriente.
©2015SociedadeBrasileiradePediatria.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todososdireitos reservados.
Introduc
¸ão
O cálcio é umnutriente essencial para a manutenc¸ão da saúdeóssea,poiscontribui paraamineralizac¸ão erigidez doesqueletoeconsequentementeparaaprevenc¸ãode pro-blemascomoaosteoporose efraturasnavidaadulta ena velhice.1,2Tambémparticipadaformac¸ãodefibrinano
pro-cessodecoagulac¸ãosanguíneaedaregulac¸ãodacontrac¸ão muscular, uma vez que a proteína troponina, reguladora dacontratibilidadedaactinae miosina,é dependentede cálcio.3
A ingestão adequada de cálcio é fundamental para o desenvolvimentoe a manutenc¸ão dopico de massa óssea duranteaadolescência.1,2Donascimentoaidadeadulta,a
massaósseaaumenta40vezeseopicoéalcanc¸adonofim dasegundadécadadevida.2Entre40%e60%doacréscimo
demassaósseaocorremnaadolescência.2
Crianc¸aseadolescentesentrenovee18anosapresentam recomendac¸ão nutricional mínima de 1.100mg de cál-cio/dia,segundoaEstimatedAverageRequirements(EAR), nãodevemultrapassaroníveldeingestãomáximotolerável de3.000mg/dia.4DeacordocomaPesquisadeOrc¸amentos
Familiaresde2008-2009, osvaloresmédios maiselevados de ingestão de cálcio foram de 565,7mg nos meninosde 14a18anosede521,7mgnasmeninasde10a13anos.5
Leiteederivados,vegetaisverdesescuros,certostipos depeixeseoleaginosasrepresentamimportantesfontes ali-mentaresdo mineral.6 Pesquisas brasileiras têmmostrado
que o padrãoalimentar dos adolescentesé caracterizado pelo baixo consumo de alimentos como leite e produtos lácteos,frutasehortalic¸asepelaaltaingestãode alimen-tosricosemenergia,gordurassaturadas,ac¸úcaresesódio, taiscomoasbebidasac¸ucaradas,guloseimasebiscoitos.7---10
Essepadrãodedietapodeestarprejudicandooconsumode alimentosricosemcálcio.
Considerandoarelevânciadaingestãodonutrientepara a saúde e osresultados de estudosque apontam elevada inadequac¸ão do consumo de cálcio por adolescentes, o objetivodeste estudoé avaliaroperfil epidemiológicoda ingestão decálcio emadolescentes domunicípiode Cam-pinas(SP),paraidentificarossegmentosmaissusceptíveis à deficiência de consumo do nutriente, segundo variáveis demográficas,socioeconômicas,decomportamentos relaci-onadosàsaúde,morbidadeseíndicedemassacorporal.
Métodos
Estudotransversaldebasepopulacionalquecompreendeu 929adolescentesde10a19anos,nãoinstitucionalizados, residentes na área urbanado município de Campinas. Os dados deste estudo foram obtidos do Inquérito de Saúde noMunicípio deCampinas(ISACamp 2008/09),feitoentre fevereirode2008emarc¸ode2009.
A amostra do inquérito foi determinada por procedi-mentosdeamostragemprobabilística,porconglomeradoe emdoisestágios:setorcensitárioedomicílio.Noprimeiro estágio,foramsorteados50setorescensitárioscom proba-bilidade proporcionalao tamanho(númerodedomicílios). Nosegundoestágioprocedeu-seaosorteiodosdomicílios.
O tamanho da amostra foi calculado considerando a estimativa de uma prevalência de 50% (corresponde à máxima variabilidade), com nível de confianc¸a de 95%, erro deamostragementre4 e 5pontos percentuaise um efeitodedelineamentode2,totalizando1.000adolescentes (10-19anos).Esperando20%denãoresposta,otamanhoda amostrafoicorrigidopara1.250.Paraalcanc¸aressenúmero deindivíduos,foramsorteadas2.150residênciaspara entre-vistascomadolescentes.
pilotoeaplicadoporentrevistadorestreinadose supervisio-nados.Oconsumoalimentarfoiestimadopelorecordatório alimentarde24horas(R24h).Duranteotrabalhodecampo, oconteúdodosR24hfoiverificadoparaidentificare solu-cionarfalhasdepreenchimento.Fez-seaquantificac¸ãodos R24h como propósito detransformar em gramasou mili-litrosasquantidadesdealimentosepreparac¸õesreferidas emmedidascaseiras.Para isso,foramusadasinformac¸ões disponíveisemtabelasdemedidascaseiras,11,12rótulosde
alimentos e servic¸os de atendimento ao consumidor. As informac¸õesdeingestãoforaminseridasnabasededadosdo
softwareNutritionDataSystemforResearch(NDS-R,versão 2007, University of Minnesota, EUA).Foram excluídos das análisesosadolescentescomingestãoenergéticainferiora 600kcal/diaesuperiora6.000kcal/dia.13
Variáveis
do
estudo
Variáveldependente:médiadaingestãodecálcio (mg/dia)
A prevalência de inadequac¸ão da ingestão do nutriente foiestimada coma EstimatedAverage Requirement (EAR) como ponto de corte, o que corresponde a 1.100mg e 800mgparaosadolescentesde10a18anosede19anos, respectivamente.4
Osseguintesconjuntosdevariáveisindependentesforam selecionados:
• Demográficasesocioeconômicas:sexo,idade(emanos),
etnia/cordapele(autorreferida),númerodepessoasno domicílio, naturalidade, escolaridadedochefeda famí-lia(em anos),atividadeocupacional,possedeplanode saúde, se o adolescente frequenta a escola, número de equipamentosna residênciae renda familiarmensal
percapita(emsaláriosmínimos);
• Comportamentos relacionados à saúde: tabagismo,
frequênciadeconsumosemanaldebebidaalcoólicaede frutas,verdurascruaseleiteobtidapormeiode questio-náriodefrequênciaalimentar;práticadeatividadefísica em contexto de lazer categorizada em: ativos (adoles-centesquepraticamaomenos150minutosporsemana, distribuídos,nomínimo,portrêsdias),insuficientemente ativos(osquepraticammenosde150minutosporsemana ou mais, porém em menos de três dias na semana) e
sedentários (osque não praticamqualquer tipo de ati-vidade física de lazer em nenhum dia da semana);14e
quantidadedehoras/diadestinadasaosonoeaousode computador.
• MorbidadeseÍndicedeMassaCorporal(IMC):presenc¸a
de dor de cabec¸a/enxaqueca, de tontura, número de doenc¸as crônicas e número de queixas de saúde entre ascontempladasem checklist. OIMC foicalculado com informac¸õesautorreferidasdepesoealtura.Foram usa-dosospontosdecorterecomendadosparaadolescentes15
com as seguintes classificac¸ões: baixo peso, eutrofia, sobrepesoeobesidade.
Nas análises deste estudo, foramcalculadas asmédias daingestãode cálcio,segundoascategoriasdas variáveis independentes. Foram estimadas as médias e os respec-tivos intervalos de confianc¸a de 95% pelo uso de modelo
deregressãolineargeneralizado(MLG)simplesemúltiplo. Aselec¸ão das variáveispara o ajuste do modelo foi feita emduas etapas.Naprimeira,foraminseridasasvariáveis demográficasesocioeconômicasqueapresentaramnívelde significânciainferiora0,20naanálisebivariada, permane-ceramnomodeloaquelascomp<0,05.Nasegundaetapa, foramacrescidasaomodeloasvariáveisdecomportamentos relacionadosàsaúdeemorbidadesquetiveramump<0,20 naanálisebivariadaemantiveram-seasquepermaneceram comnívelde5%designificância.Omodelofoiajustadopela energiatotaldadieta,conformerecomendac¸ãodeWillett etal.16
O MLG permite assumir outras distribuic¸ões para a variável resposta além da normal e proporciona maior flexibilidade para a relac¸ão funcional entre a média da variávelrespostaeopreditorlinear.Asdistribuic¸ões mode-ladas pelo MLG pertencem à família exponencial, que incluem distribuic¸ões para variáveis respostas tanto con-tínuas quanto discretas.17 A análise gráfica e os testes
estatísticosdehipótesesevidenciaramadistribuic¸ãogama comoadequadaparamodelaraingestãodecálcio.
As entrevistasforam digitadasem bancode dados ela-boradocomousodoEpidata 3.1(EpidataAssoc.,Odense, Dinamarca)e asanálises estatísticas foramfeitas no pro-grama Stata 11.0 (Stata Corp., College Station, Estados Unidos),módulosvy,quelevaemcontaospesoseo deline-amentodeamostragemdoestudo.
O projeto deste estudo foi aprovado pelo Comitê de ÉticaemPesquisadaUniversidadeEstadualdeCampinase pelaComissãoNacional deÉticaem Pesquisa,sobo CAAE n◦37303414.4.0000.5404.Paraosadolescentesmenoresde
18anos,otermodeconsentimentofoiassinadopelospais ouresponsável.
Resultados
Das929entrevistasobtidas,cincoforamexcluídasdevidoà recusadepreenchimentodoR24he11porapresentarvalor energéticodiárioinferiora600kcalousuperiora6.000kcal. Portanto,foramanalisados913adolescentescommédiade 14,1anos(IC95%:13,8-14,4).
Oconsumo decálcio foi significativamenteinferiornas meninas, nos adolescentes pertencentes aos estratos de menorrenda familiar per capitae menor escolaridadedo chefedefamília,nosquenãotinhamplanomédicodesaúde enosquetinhammenornúmerodeequipamentos domésti-cosnaresidência.Comparadoscomosadolescentesdarede privadadeensino,osquenãofrequentavamaescolaouque frequentavamescolapúblicaapresentarammenormédiade ingestãocálcio(tabela1).
Natabela2,verifica-sequeosindivíduosqueconsumiam frutas e leite com frequência inferior a quatro vezes na semanativerammenoringestãodonutriente,essatambém significativamentemenorentreosquenãoconsumiam ver-durascruasdiariamente, nos fumantes, nos que ingeriam bebidaalcoólica duas ou mais vezes na semana, nos que relataramnoveoumaishoras desonoenaquelesque não usavamcomputador.
Tabela1 Médiasdaingestãodecálcio(mg)emadolescentesde10a19anos,segundovariáveissociodemográficas.Inquérito deSaúdedeCampinas(ISACamp),2008/09
Variáveisecategorias n Médias(IC95%) Valordepa
Sexo
Masculinob 462 692,3(636,9-747,7)
Feminino 451 540,7(436,4-645,0) 0,000
Total 913 618,2(570,8-665,5)
Faixaetária(emanos)
10a14b 504 620,3(567,0-673,5)
15a19 409 615,5(496,0-735,0) 0,886
Cordapele
Brancab 587 639,7(595,6-683,8)
Nãobranca 323 579,0(461,7-696,4) 0,102
Númerodepessoasnodomicílio
1a3b 220 646,0(574,7-717,4)
4a6 579 627,3(489,6-764,9) 0,572
7oumais 114 515,6(290,6-740,5) 0,094
Naturalidade
Campinasb 692 633,8(580,9-686,6)
Outromunicípioouestado 221 569,5(445,6-693,3) 0,075
Escolaridadedochefedafamília(emanos)
0a7 382 528,6(379,8-677,4) 0,000
8a11 310 625,9(476,2-775,5) 0,003
12oumaisb 210 759,8(695,5-824,1)
Rendapercapita(emsaláriomínimo)
<1 578 564,6(399,4-729,9) 0,000
≥1a≤2 193 646,7(450,5-842,9) 0,021
>2b 142 785,1(705,5-864,8)
Atividadeocupacional
Trabalhab 148 655,5(557,8-753,2)
Nãotrabalha 754 610,4(418,5-802,3) 0,341
Possedeplanodesaúde
Possuib 307 712,8(654,6-771,0)
Nãopossui 601 566,7(440,7-692,6) 0,000
Frequentaaescola
Não 143 596,4(412,9-779,8) 0,019
Sim,pública 607 589,7(437,5-741,8) 0,001
Sim,particularb 162 735,0(666,4-803,5)
Númerodeequipamentosnodomicílio
0a10 420 538,6(373,1-704,2) 0,000
11a15 231 643,2(486,6-799,8) 0,090
16oumaisb 261 718,7(649,5-787,8)
n,númerodeindivíduosnaamostranãoponderada.
aEmnegritovalordep<0,05.
b Categoriadereferênciausadaparacomparac¸ão.
Os resultados da tabela 4 apontam médias inferiores decálcio nos indivíduos naturais de outros municípios ou estados, nos segmentos de menor escolaridade do chefe da família, nos que têm renda familiar inferior a um saláriomínimo,nosqueingeremfrutascommenor frequên-cia semanal, nos que não bebem leite diariamente, nos tabagistas e nos que disseram ter dor de cabec¸a e ton-tura. Por outro lado, média superior foi verificada nos
adolescentes que dormem menos do que sete horas/dia, comparadoscomosquerelataramentreseteeoitohorasde sono.
Tabela2 Médiasdaingestãodecálcio(mg)emadolescentesde10a19anos,segundovariáveisdecomportamentosrelacionados àsaúde.InquéritodeSaúdedeCampinas(ISACamp),2008/09
Variáveisecategorias n Médias(IC95%) Valordepa
Frutas
7vezesnasemanab 246 675,6(602,5-748,7)
4a6vezesnasemana 189 671,0(499,0-842,9) 0,927
≤3vezesnasemana 478 567,4(413,7-721,1) 0,010
Verdurascruas
7vezesnasemanab 295 658,0(597,5-718,6)
4a6vezesnasemana 214 581,2(443,0-719,3) 0,052
≤3vezesnasemana 404 608,2(480,9-735,5) 0,140
Leite
7vezesnasemanab 552 711,5(663,8-759,2)
4a6vezesnasemana 94 649,0(502,5-795,4) 0,209
≤3vezesnasemana 267 413,6(316,8-510,4) 0,000
Refrigerantes
7vezesnasemana 207 625,4(491,1-759,6) 0,581
4a6vezesnasemana 145 668,7(518,3-819,2) 0,186
≤3vezesnasemanab 561 602,4(551,1-653,8)
Tabagismo
Nuncafumoub 873 624,3(577,0-671,5)
Ex-fumante 18 591,9(344,9-838,8) 0,746
Fumante 22 396,1(255,0-537,2) 0,000
Consumodebebidaalcoólica
Nãobebeb 764 616,4(564,5-668,3)
1a4vezesnomês 118 669,2(525,6-812,7) 0,253
2oumaisvezesnasemana 26 476,7(333,5-620,0) 0,004
Práticadeatividadefísicanolazer
Sedentário 278 566,9(428,4-705,5) 0,013
Insuficientementeativo 305 610,0(474,5-745,6) 0,132
Ativob 330 667,7(607,7-727,7)
Sono(horas/dia)
<7 60 615,3(443,0-787,5) 0,445
7a8b 450 657,9(597,0-718,8)
9oumais 393 572,9(446,6-699,2) 0,012
Usodecomputador(horas/dia)
0b 437 563,8(499,5-628,1)
1a2 298 657,5(522,0-792,8) 0,011
3oumais 172 688,3(527,2-849,4) 0,013
n,númerodeindivíduosnaamostranãoponderada.
a Emnegritovalordep<0,05.
b Categoriadereferênciausadaparacomparac¸ão.
noconjuntodosadolescentes(IC95%:71,1-86,0),75,9%no sexomasculino(IC95%:65,0-84,4)e84,5%nosexofeminino (IC95%:76,0-90,4)(dadosnãoapresentadosemtabela).
Discussão
Este estudo identificouinsuficienteingestão de cálcio nos adolescentes, ainda significativamente inferior nos indiví-duosnaturaisdeoutrosmunicípiosouestados,nosestratos demenorescolaridadedochefedafamília,nosegmentode menorrendafamiliarpercapita,nosqueconsomemfrutas menosdoque quatrovezesnasemana, nosquereferiram
nãobeberleitediariamente,nosfumantesenosque rela-tarampresenc¸adedordecabec¸aetontura.
Dentreaslimitac¸õesdapresentepesquisadestaca-sea aplicac¸ãodesomenteumrecordatóriode24horas(R24h), o que não reflete a ingestão habitual dos adolescentes, poisnãodetectaavariabilidadedoconsumo.Entretanto,o R24héconsideradouminstrumentoadequadoparaavaliar aingestãomédiadealimentosenutrientesquandoaplicado em base populacional e nos diferentes dias da semana e mesesdoano,como ocorreunoISACamp2008/09.18
Tabela3 Médiasdaingestãodecálcio(mg)emadolescentesde10a19anos,segundomorbidadeseíndicedemassacorporal (IMC).InquéritodeSaúdedeCampinas(ISACamp),2008/09
Variáveisecategorias n Médias(IC95%) Valordepa
Dordecabec¸a/enxaqueca
Sim 227 543,4(431,8-655,0) 0,003
Nãob 686 642,7(594,3-691,1)
Tontura
Sim 55 490,8(349,5-632,2) 0,005
Nãob 858 626,2(578,2-674,2)
Númerodedoenc¸ascrônicas
0b 739 613,7(561,5-665,9)
1oumais 170 620,5(500,6-740,4) 0,840
Númerodequeixasdesaúde
0b 344 638,0(572,9-703,2)
1 295 627,0(494,5-759,4) 0,742
2oumais 274 583,9(443,7-723,9) 0,153
IMC(kg/m2)
Baixopeso 30 468,2(260,0-676,4) 0,055
Eutrofiab 565 619,8(566,6-673,0)
Sobrepeso 133 668,5(521,3-815,6) 0,303
Obesidade 81 626,7(438,3-815,2) 0,918
n,númerodeindivíduosnaamostranãoponderada.
aEmnegritovalordep<0,05.
b Categoriadereferênciausadaparacomparac¸ão.
OGuiaAlimentarparaaPopulac¸ãoBrasileira,publicado em2014,propõeumolharabrangenteparaaalimentac¸ão e sua relac¸ão com a saúde, estabelece suas diretrizes combase nos nutrientes,nosalimentos,nas combinac¸ões entreos alimentose nas formas de prepará-los.19 O foco
deste estudo foi avaliar a ingestão de cálcio por se tra-tardeumnutriente essencialparao desenvolvimentoea manutenc¸ão da massa ósseaao longoda vida,bem como paraaprevenc¸ãodaosteoporoseduranteainfânciaeavida adulta,e defraturadecorrente deosteoporose.2 Entre os
adolescentes,evidênciasarespeitodobaixoconsumode ali-mentosricosemcálcio,10,20 daelevadaingestãodesódio20
e refrigerantes8 e de que importante parcela não atinge
os níveis recomendados de prática de atividade física21
reforc¸amanecessidadedepesquisasepidemiológicassobre oconsumodecálcio.
Nesteestudo,aingestãomédiadecálciofoide692,3mg nosmeninose540,7mgnasmeninas,resultadosuperioraos valoresencontradospelaPesquisadeOrc¸amentos Familia-res(POF)de2008-2009,de565,7mgnosmeninose521,7mg nasmeninasde10a18anos.5Contudo,foiinferioràsmédias
obtidasemestudofeitocom507estudantesdeOuroPreto (MG),quealcanc¸aram730,6mge679,4mgnosexo mascu-linoefeminino,respectivamente.22
Aingestão decálcioabaixo danecessidademédia esti-mada (EAR) atingiu 88,6% dos adolescentes do município de Campinas. Analisando dados do Inquérito Nacional de Alimentac¸ão (INA) de 2008-2009, Veiga et al.20
encontra-ram prevalências de inadequac¸ão superiores a 95% em indivíduos entre 10 e 18 anos. Esse resultado tem sido atribuídoaobaixo consumodeleiteederivadosque cons-tituemasprincipaisfontesalimentares donutriente,bem
comoasuasubstituic¸ãoporrefrigeranteseoutrasbebidas ac¸ucaradas.5,23
Naanálisebivariada,o sexofeminino mostrou-se asso-ciado ao menor consumo decálcio, masnão permaneceu nomodelofinaldevidoaoajustepeloconsumodeenergia (kcal). Aingestão deenergiafoisignificativamente menor nas meninas, de 2.715,2kcal no sexo masculino (IC95%: 2.522,8-2.907,6) e de2.277,1(IC95%: 1.977,0-2.577,1)no feminino.Aindaassim,optou-sepormanteravariávelsexo paraajustedomodelo.
ComparadoscomosadolescentesnascidosemCampinas, osnaturaisdeoutros municípiosouestados apresentaram menoringestãodecálcio.Comrelac¸ãoaosindivíduosde10 a18anos,aPOFde2008-2009observouvariac¸õesnasmédias deingestãodecálcioentreasgrandesregiõesdoBrasil,o NordesteapresentouosvaloresmaisbaixoseoSudesteos maisaltos.5
Osachadosdestapesquisaapontamumaumento signifi-cativodaingestãodecálcio coma melhoriadosníveis de escolaridadedochefedafamília.DadosdaPesquisa Naci-onal de Saúde do Escolar (PeNSE) de 2009 mostram uma associac¸ãopositivadoconsumoregulardeleite(cincodias oumaisnasemana)comaescolaridadematerna.24Estudos
queanalisaramaqualidadedadietadeadolescentes encon-traramingestãosuperiordeleiteederivadosedehortalic¸as nosestratosdemaiorescolaridadedochefedafamília.25,26
Foi constatada menor ingestão de cálcio nos indiví-duos que residiam em domicílios com renda mensal per capitainferioraumsaláriomínimo.OsresultadosdaPeNSE revelambaixa proporc¸ãode consumo regulardeleite nos indivíduos demenor nívelsocioeconômico.24 Com basena
Tabela4 Modelolineargeneralizadoemduasetapas.InquéritodeSaúdedeCampinas(ISACamp),2008/09
Variáveisecategorias Primeiraetapaa(IC95%) Valordepb Segundaetapac(IC95%) Valordepb
Sexo
Masculinod 328,6(213,2-443,8) 408,3(281,3-535,3)
Feminino 297,5(148,7-446,5) 0,068 399,8(229,6-570,0) 0,694
Naturalidade
Campinasd 328,6(213,2-443,8) 408,3(281,3-535,3)
Outromunicípioouestado 279,7(123,6-435,8) 0,020 372,4(216,1-528,7) 0,017
Escolaridadedochefe(emanos)
0a7 173,4(9,25-337,6) 0,000 300,3(125,6-475,0) 0,000
8a11 245,7(68,2-423,2) 0,010 344,3(158,3-530,2) 0,034
12oumaisd 328,6(213,2-443,8) 408,3(281,3-535,3)
Rendapercapita(emsaláriomínimo)
<1 241,2(52,0-430,5) 0,022 321,7(117,5-526,0) 0,029
≥1a≤2 240,3(44,7-435,8) 0,032 355,6(145,5-565,8) 0,209 >2d 328,6(213,2-443,8) 408,3(281,3-535,3)
Frutas
7vezesnasemanad 408,3(281,3-535,3)
4a6vezesnasemana 392,8(210,7-575,0) 0,576
≤3vezesnasemana 355,9(183,4-527,4) 0,025
Leite
7vezesnasemanad 408,3(281,3-535,3)
4a6vezesnasemana 328,6(155,3-502,1) 0,001
≤3vezesnasemana 215,4(51,0-379,9) 0,000
Tabagismo
Nuncafumoud 408,3(281,3-535,3)
Ex-fumante 453,4(211,4-695,3) 0,434
Fumante 336,1(151,2-521,0) 0,016
Sono(horas/dia)
<7 506,7(297,2-716,2) 0,020
7a8d 408,3(281,3-535,3)
9oumais 413,6(255,7-571,5) 0,732
Dordecabec¸a/enxaqueca
Sim 371,5(218,0-525,0) 0,007
Nãod 408,3(281,3-535,3)
Tontura
Sim 332,3(153,0-511,6) 0,005
Nãod 408,3(281,3-535,3)
a Ajustadaporenergiaepelasvariáveisdemográficasesocioeconômicas. b Emnegritovalordep<0,05.
c Ajustadaporenergiaeportodasasvariáveisdatabela. d Categoriadereferênciausadaparacomparac¸ão.
daparticipac¸ãodeleiteelaticíniosnadietacoma melho-riadorendimentofamiliar.EmPelotas(RS),pesquisadores avaliaram 2.209 adolescentes e observaram uma reduc¸ão significativadafrequênciadeconsumodiáriodeleitecom apioriadonívelsocioeconômico.7
Oconsumo defrutas inferioraquatrovezesnasemana mostrou-se associado à menor ingestão de cálcio. Estudo de base populacional desenvolvido no município de São Paulo encontrou que dos 812 adolescentes entrevistados apenas6,5%atenderam arecomendac¸ão mínimadiáriade 400gdefrutas,verduraselegumes.9Segundoinformac¸ões
daPeNSE de2009, 31,5%(IC95%: 30,8-32,2)dos escolares
referiram consumir frutas frescas regularmente, sem diferenc¸as entreos sexos e a dependência administrativa dasescolas.21 Aumentaro consumo de frutas e hortalic¸as
é umadas metas nacionais definidas paradeter o cresci-mentodasdoenc¸ascrônicasnãotransmissíveis,queenvolve ac¸õesdirecionadasàpromoc¸ãodaalimentac¸ãosaudávelno ProgramadeAlimentac¸ãoEscolar,areduc¸ãodosprec¸osea maiorofertaeproduc¸ãodessesalimentos.28
adolescentes incluídos na POF 2008-2009, o item sucos e refrescosocupoua6aposic¸ão(43,5%),enquantoleite
inte-grala18a(12,9%).29Dadosnacionaismostramquede1974
a 2003 a disponibilidade domiciliar de leite e derivados aumentou36%eaderefrigerantes400%.23Estudo
transver-saldesenvolvidonoCanadacom610crianc¸asde8a10anos averiguou uma queda na ingestão de bebidas ac¸ucaradas comoaumentodoconsumodelaticínios,alémde significa-tivareduc¸ãonapressãoarterialsistólicanosegmentoque ingeriaduasoumaisporc¸õesdiáriasdeprodutoslácteos.30
Emrelac¸ãoaosquenuncafumaram,osfumantes apre-sentarammenorconsumo decálcio.Em inquéritodebase populacionalcomadolescentesde12a19anos,Bigioetal.9
verificaramnos fumantes uma diminuic¸ão do consumo de frutas,verduraselegumes.Emumaamostrade2.375 indi-víduoscom12anosoumais,Andradeetal.31observaramque
osfumantesapresentavam piorqualidadeglobal dadieta, refletidapelomenorconsumodefrutaseleiteederivados, emaiordecarnes e sódio.Pela observac¸ão daassociac¸ão comadieta,ocontroledotabagismopodecontribuirparaa efetividadedeestratégiasdirigidasàpromoc¸ãode compor-tamentossaudáveis,incluindooshábitosalimentares.
Os adolescentes que relataram ter de dor de cabec¸a/enxaqueca e tontura tiveram ingestão signifi-cativamente inferior de cálcio. Não foi encontrado na literaturaestudoquetenhaanalisadoaassociac¸ãoentreo consumodecálcioeaocorrênciadecefaleiaoudetontura. Com a mesma amostra investigada nesta pesquisa, Braz etal.32verificaramumaprevalênciadeproblemasdesaúde
de61,5%,adordecabec¸afrequente/enxaquecaéreferida por24,8%dosadolescentes.
Maior ingestão de cálcio foi encontrada nos indivíduos quemencionaramdormirmenosdoquesetehoraspordia. Lealetal.10verificaramque21%dosadolescentesnão
toma-vamo café damanhã e 22%o lanche datarde, refeic¸ões normalmentecompostasporleiteederivados.Portanto,o fatode o adolescente apresentar maior durac¸ão do sono podetercontribuídoparaa exclusãodocafé damanhãe consequentementeparaamenoringestãodealimentoscom altoteordecálcio.
Foi observadaconcomitância deumadieta inadequada emcálciocomoutroscomportamentosnãosaudáveis,como tabagismoemenorfrequênciadeconsumodefrutas.Esse resultado evidencia a importância de ac¸ões dirigidas ao conjunto de comportamentos que influenciam o estado geraldesaúdedos adolescentes,incluindoapromoc¸ãoda alimentac¸ãosaudável.
Opresenteestudotrazinformac¸õesdeâmbito populacio-nalsobreoconsumodecálcionosindivíduosde10a19anos residentesemCampinas,mostraqueháumadeficiênciano consumodonutriente emtodosossegmentosanalisadose identificaque os estratos de menor nível socioeconômico eosque apresentamoutroscomportamentosinadequados revelamresultados ainda maisdesfavoráveis. Esses acha-dossugeremqueestratégias depromoc¸ãodaalimentac¸ão saudáveldevemlevaremcontaasespecificidadesdecada subgrupopopulacional.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
Agradecimentos
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq, processo n◦ 409747/2006-8), pelo
financiamentodapesquisaepelasbolsasdeprodutividade deM.B.A.BarrosedeR.M.Fisberg.ÀSecretariaMunicipal de Saúde de Campinas e à Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, pelo apoio financeiro à pesquisa de campo do Isacamp 2008. À Coordenac¸ão de Aperfeic¸oamentodePessoaldeNívelSuperior(Capes)pela bolsadedoutoradorecebidaporD.Assumpc¸ão.
Referências
1.Bueno AL, Czepielewski MA. The importance for growth of dietary intake of calcium and vitamin D.J Pediatr (Rio J). 2008;84:386---94.
2.Golden NH, Abrams SA. Committee on nutrition optimi-zing bone health in children and adolescents. Pediatrics. 2014;134:e1229---43.
3.SilvaAG,CozzolinoSM.Cálcio.In:CozzolinoSM,editor. Biodis-ponibilidadedenutrientes.SãoPaulo:Manole;2005.p.421---46. 4.InstituteofMedicine.Dietaryreferenceintakesforcalciumand vitaminD.Washington,DC:TheNationalAcademiesPress;2011. 5.InstitutoBrasileirodeGeografiaeEstatística(IBGE).Pesquisade orc¸amentosfamiliares2008-2009:análisedoconsumoalimentar pessoalnoBrasil.RiodeJaneiro:IBGE;2011.
6.Brasil. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenc¸ãoà Saúde, DepartamentodeAtenc¸ãoBásica,Coordenac¸ão-Geralda Polí-tica de Alimentac¸ão e Nutric¸ão. Guia alimentar para a populac¸ãobrasileira:promovendoaalimentac¸ãosaudável. Bra-sília:MinistériodaSaúde;2006.
7.NeutzlingMB, Assunc¸ão MC, Malcon MC, Hallal PC, Menezes AM.HábitosalimentaresdeescolaresadolescentesdePelotas, Brasil.RevNutr.2010;23:379---88.
8.MaltaDC,deAndreazziMA,Oliveira-CamposM,AndradeSS,de SáNN,deMouraL,etal.Trendoftheriskandprotectivefactors ofchronicdiseasesinadolescentsNationalAdolescent School--basedHealthSurvey(PeNSE2009e2012).RevBrasEpidemiol. 2014;17:77---91.
9.Bigio RS, Verly Junior E, Castro MA, César CL, Fisberg RM, Marchioni DM. Determinants of fruit and vegetable intake inadolescents using quantile regression.Rev SaúdePública. 2011;45:448---56.
10.LealGV,PhilippiST,MatsudoSM,ToassaEC.Foodintakeand mealpatternsofadolescents,SãoPaulo,Brazil.RevBras Epi-demiol.2010;13:457---67.
11.FisbergRM,Villar BS.Manualdereceitasemedidascaseiras paracálculodeinquéritosalimentares.SãoPaulo:Signus;2002. 12.PinheiroAB,LacerdaEM,BenzecryEH,GomesMC,CostaVM. Tabelaparaavaliac¸ãodeconsumoalimentaremmedidas casei-ras.5aed.SãoPaulo:Atheneu;2004.
13.WillettWC.Nutritionalepidemiology.2ed.NewYork:Oxford UniversityPress;1998.
14.WorldHealthOrganization(WHO).Globalrecommendationson physicalactivityforhealth.Genebra:WHO;2010.
15.deOnisM,OnyangoAW,BorghiE,SiyamA,NishidaC,Siekmann J.DevelopmentofaWHOgrowthreferenceforschool-aged chil-drenandadolescents.BullWorldHealthOrgan.2007;85:660---7. 16.Willett WC, Howe GR, Kushi LH. Adjustment for total energy intake in epidemiologic studies. Am J Clin Nutr. 1997;65:1220S---8S.
17.NelderJA,WedderburnRW.Generalizedlinearmodels.JR Sta-tistSocA.1972;135:370---84.
in the US adult population, 1999-2006. J Am Diet Assoc. 2010;110:551---62.
19.Brasil.Ministério da Saúde. Secretaria de Atenc¸ão à Saúde, Departamento de Atenc¸ão Básica. Guia alimentar para a populac¸ãobrasileira.Brasília:MinistériodaSaúde;2014. 20.VeigaGV,CostaRS,AraújoMC,SouzaAdeM,BezerraIN,Barbosa
FdosS,etal.InadequatenutrientintakeinBrazilian adoles-cents.RevSaúdePública.2013;47:212S---21S.
21.MaltaDC,SardinhaLM,MendesI,BarretoSM,GiattiL,CastroIR, etal.Prevalence ofriskhealthbehavioramongadolescents: resultsfromthe2009NationalAdolescentSchool-basedHealth Survey(PeNSE).CienSaudeColet.2010;15:3009---19.
22.SantosLC,Martini LA, FreitasSN,CintraIP.Ingestãode cál-cioeindicadoresantropométricosentreadolescentes.RevNutr. 2007;20:275---83.
23.Levy-CostaRB,SichieriR,PontesNS,MonteiroCA.Household foodavailabilityinBrazil:distributionandtrends(1974-2003). RevSaúdePública.2005;39:530---40.
24.LevyRB,CastroIR,CardosoLO,TavaresLF,SardinhaLM,Gomes FS,etal.FoodconsumptionandeatingbehavioramongBrazilian adolescents:NationalAdolescentSchool-basedHealthSurvey (PeNSE),2009.CienSaudeColet.2010;15:3085---97.
25.GodoyFC,AndradeSC,MorimotoJM,CarandinaL, Goldbaum M,BarrosMB,etal.Índicedequalidadedadietade adolescen-tesresidentesnodistritodoButantã,municípiodeSãoPaulo, Brasil.RevNutr.2006;19:663---71.
26.de Assumpc¸ão D, Barros MB, Fisberg RM, Carandina L, Goldbaum M, Cesar CL. Diet quality among adolescents: apopulation-basedstudyinCampinas,Brazil.RevBras Epide-miol.2012;15:605---16.
27.LevyRB,ClaroRM,MondiniL,SichieriR,MonteiroCA.Regional and socioeconomic distribution of household food availabi-lity in Brazil, in 2008-2009. Rev Saúde Pública. 2012;46: 6---15.
28.Brasil.MinistériodaSaúdeSecretariadeVigilânciaemSaúde. DepartamentodeAnálisedeSituac¸ãodeSaúde.Planodeac¸ões estratégicasparao enfrentamento dasdoenc¸as crônicasnão transmissíveis(DCNT)noBrasil2011-2022.Brasília:Ministério daSaúde;2011.
29.SouzaAdeM,PereiraRA,YokooEM,LevyRB,SichieriR.Most consumedfoodsinBrazil:NationalDietarySurvey2008-2009. RevSaúdePública.2013;47:190S---9S.
30.YuanWL,KakinamiL,Gray-DonaldK,CzernichowS,LambertM, ParadisG.Influenceofdairyproductconsumptiononchildren’s bloodpressure:resultsfrom theQuality cohort.JAcadNutr Diet.2013;113:936---41.
31.AndradeSC,PrevidelliÁN,MarchioniDM,FisbergRM.Evaluation ofthereliability andvalidityoftheBrazilianHealthy Eating IndexRevised.RevSaúdePública.2013;47:675---83.