TESTE
DAS
PIRÃMIDES
COLORIDAS
Padronização do novo modelo
•
MARIA VAS GRAÇAS
SOBREIRA LEAL
FGV/ISOP/CPGPA
TESTE DAS
PIR~MIDESCOLORIDAS
PADRONIZAÇ~ODO NOVO MODELO
Por
MARIA
VAS GRAÇAS SOBREIRA LEAL
Dissertação submetida como requisito parcial
para a obtenção do grau de
MESTRE EM PSICOLOGIA
•
S UMA R I O
Este trabalho tem por objetivo introduzir em
nosso
meio, o Teste das Pirâmides Coloridas.em seu novo modelo, basea
do no segundo manual alemão "Der Farbpyramidentest" de
Robert
Heiss, Petra Halder e Diether Hoger, editado na
Alemanha
em
1975.
Uma breve introdução i dedicada ao estudo da
cor,
uma vez que o teste se propõe estabelecer relações entre cores
e traços de personalidade.
r
descrita a evolução histórica pela qual o
Teste
das Pirâmides Coloridas passou, ati chegar a sua forma atual.
Uma pesquisa foi realizada
ifim de apresentar uma
S U M M A R Y
This work aims at
introduci~gin our
environment
the Color Pyramid Test in its new mode] which is based upon the
second manual "Der Farbpyramidentest
R ~JRobert Heiss,
Halder and Diether Hoger, published
inGiermany in 1975.
Petra
A brief introduction is dewoted to the study
Df
colar since the test proposes to establish relationships between
colors and personality features.
It is described the historical evolution which
tije
Colar Pyramd Test has passed throngh
~lIItilit reaches thepresent
formo
Agradetimentos --- iv
Sumirio ---
v
Summary --- vi
1.
INTRODUÇAO ---
01
2.
COR COMO OBJETO DE ESTUDO ---
05
2.1
-.Biologia ---
12
2.2 -
Estética ---
16
2.3 -
Simbologia ---
19
2.4 -
Psicologia ---
22
3.
RELAÇAO COR-AFETIVIDADE ---
32
4.
HISTORICO DO TESTE DAS PIRAMIDES (t;lDllORIDAS - .. ---
384.1 -
Primeiro Manual Alemão ---
40
4.2 -
Manual Americano ---
47
4.3 -
Manuais Brasileiros ---
62
4.4 -
Segundo Manual Alemão ---
64
5.
NOVO MODELO DE HEISS E HALDER ---
69
5.1 -
Método ---
69
- Material ---
69
I ns t ru çõe s - -- -- -- - - -- ----,---- --- - -- --- --
69
- Confecção do Relatório ---
72
- Concernente às variãveis das matizes ----
86
- Sobre a diferença entre PB e PF ---
88
5.3 - Interpretação ---
91
- Cores ---
91
- Sindromes --- 101
- Características Formais ---. 106
- Fórmula Cromãtica --- 110
- Pirâmides Feias --- 111
5.4 - Modelo Diagnóstico --- 119
- PrincTpios de Aplicação Pritica --- 119
6. ETAPAS DA PESQUISA --- 127
6.1 - Tradução do Material --- 127
6.2 - Pre-teste --- 127
6.3 - Aplicação Experimental --- 130
6.4 - Caso Exemplo --- 132
6.5 - Discussão e Conclusão --- 135
7. BIBLIOGRAFIA --- 139
o
fenômeno da cor' sempre exerceu sobre o homem umgrande fascínio.
t
antiga a sua preocupação em reproduzir o colorido da natureza em tudo que o rodeia: artefatos, vestuário,
de-coraçao etc. Há nisso um profundo sent.ido psicológico.
Uma das necessidades básicas do homem
é
aexteriori-zação de suas energias e a sua integração com as cores lhe ofere
ce uma oportunidade de canalizar essa energia num sentido cons
-trutivo e satisfatório.
•
Os artistas bizantinos, por exemplo chegaram ao
ex-tremo'refinamento nas combinações das cores. Pintores como
Vero-nesse praticaram a mais radical identificação da luz nas cores;
Vicent Van Gogh deu a seus quadros sensações cromáticas deslum
-brantes que correspondem a intensas cargas emotivas; George
Seurat, tinha a habilidade de multiplicar a vibração luminosa em
suas pinturas pela justaposição de pinceladas de cor.
Com o 'desenvolvimento tecnológico surgiram novas des
cobertas relacionadas com a cor e o homem mergulhou seu
cotidia-no em um cromatismo intenso, que regula e orienta suas ações. Ele
a utiliza numa relação direta com as exigências do campo que
ex-plora, seja na área da educação,medicina, psicologia, indústria,
decoração, trânsito e outras.
Isto torna o estudo da cor uma necessidade,
conside-rando as amplas oportunidades que ela oferece "A cor, como
enti-dade categorial,
é
um fenômeno do tipo ótico (por enquanto).Se-gundo Ronchi a ótica, considerada como o estudo geral do fenôm~
no da visão, nao
é
um capítulo da física, nem da fisiologia ouda psicologia: a ótica
é
uma ciência complexa que necessita evaloriza as contribuições destas três ciências básicas. Ou, em
outras palavras, no processo está sempre uma fase física, uma fi
"A cor· é uma realidade fí-s:Íi!nD .... psicológica, um fenôme
no sensitivo e perceptivo assumindo urna ffunção real no ambiente
psíquico através de um processo fisio~co que responde a um
estímulo físico definido. Troland defin.e <ii cor na "Optical Society
of America" (1922) nos seguintes termOE:: "Cor é o termo geral p~
ra todas as sensações originadas da atlwii<dade da retina do olho
e os mecanismo nervosos (neurológicos). rre,la implicados. Esta ati.
vidade, é, num indivíduo normal, umanE5~osta específica a uma
energia luminosa com ondas de certo co~imento e de certo inte~
sidade ••. A cor não pode ser identifica~ com ou reduzida a
ter-mos puramente fisiológicos; é fundamentaTImente uma categoria ps~
cOlógica" (31).
Mesmo já existindo uma vasta e antiga bibliografiaso
bre os problemas relacionados com as e~iências subjetivas de
cores e sua relação com traços de pers~lidade, só a partir do
começo do século os psicólogos se conce:rrt1lf'aram mais ativamenteso
bre o que a cor poderia significar para ~ indivíduo, e quais os
sentimentos que ela suscita. Mas a pre~ação ainda era meramen
te com a catalogação das cores e com o ~~udo de seu significado
fenomenológico e simbólico nas diversas ~wlturas e grupos étnicos.
"Atualmente a psicologia se :D.mJteressa pelo substrato
do símbolo, ou sej a, a vivência da cor, cnl que a cor desperta den
tro do indivíduo. Por aquilo que estárnErnIDs sujeito a
socializa-ção e a interferências tradicionais, e~icas e culturais. Int~
ressa-se ela pela vivência afetivo-emo~m~l, por aquilo que deu
origem do símbolo e pela fonte energéti~ de que o símbolo
é
umafunção." (31)
Com base nas relações entre ~ personalidade e a cor
como estímulo afetivo, "surgiram estudos !psicológicos como de
Pfister, Furrer,' Rorschach, Graves, Hevn:nf", Levinski, Aschuler,
Schachtel, Brick, Kouwer e muitos outros"". (31)
Testes psicológicos foram cms:truidos baseando-se na
res de Simão Goldman" (14), "Luschert-e5tt, Farbspielgeltest
de
Frieling, Farbsternstest de Seyfrield" TIeste do Simbolismo das co
res de Obonai e Matsnota," (31) e o
TeEti"edas Pirâmides colori
-das de Max Pfister, que será objeto de estudo deste trabalho.
Em geral estes testes, derrtlm do exame da
personali-dade, se enquadram na classificação de TI'cnicas Projetivas, cuja
característica principal é a
ambiguida~da tarefa que se propõe
do sujeito e a situação de liberdade
q~o permite elaborar
res-postas a sua maneira. Em consequência::tmU'r-se uma margem quase i!!,
finita de respostas que são submetidas
~interpretações
subjeti-vas do examinador.
A subjetividade da interprettcrção destas técnicas, aI
vo principal de críticas relativas
ãs~gênciasde exatidão
e
nitidez no diagnóstico psicológico, temdíminuido cada vez
mais
pelo fato de estar sendo introduzida uma computação quantitativa
para vários testes projetivos. Uma prov.B disto é o teste das
Pi-râmides Coloridas que tem todos os atr..il:i:ut!os de uma técnica
pro-jetiva, mas, com dimensões de estimulo
fiemdefinidos e processos
fidedignos de avaliação.
o
TPC é um teste onde o
sujED~onao
das dimensões em que está sendo
avaliadID~mas ao
suas respostas são definidas rigorosamentte e sem
tem consciência
mesmo
tempo
ambiguidade.
E~ta característica o distingue entre os
'~~rostestes normalmente
utilizados para este fim.
Toda esta análise e interpretação está fundamentada
em tratamento estatístico desde a sua primeira apresentação em
1951, quando o grupo de Freiburg, chefiado por R. Heiss e H.
Hiltman, resolveu padronizar o Teste das Pirâmides Coloridas do
suiço Max Pfister.
Após longa prática com o TPC e baseando-se em pesqui
sas, o grupo de Freiburg representado poF R. Heiss e P. Halder
em 1975, introduziu modificações ao TPC ~uanto a aplicaç~o e ava
liação. A fundamentação teórica permanece a mesma, mas o método
é
agora mais claro e fidedigno enriquecemdo a parte referente aconclusões diagnósticas.
o
trabalho aqui apresentado tem por objetivo introduzir em nosso meio estas modificações e ~presentar uma pesquisa
com amostra brasileira, não interessando> a discussão do problema
da validade e fidedignidade, do TPC, pelliD fato dessas já estarem
devidamente comprovadas em pesquisas anteriores. A finalidade
deste estudo
é
atualizar e proporcionar ~ aperfeiçomento de uminstrumento de avaliação tão importante clentro do diagnóstico da
2. COR COMO OBJETO DE ESTUDO
Ainda nao se compreende perfeitamente o mecanismo pe
lo qual urna cor é "vista" e reconhecida corno tal. A pergunta do
tipo "corno vemos as cores" dá origem a várias teorias na
de urna resposta.
busca
Não
é
do interesse deste trabalho fazer um levanta-mento exaustivo dessas teorias. Mas sim, numa pequena amostra de
las, evidenciar os problemas e controvérsias que ainda envolvem
o estudo da cor.
"O homem é capaz de discriminar entre cerca de
7.500.000 cores diferentes quando se variam conjuntamente a ln
-tensidade, comprimento de onda e a pureza da luz que atinge o
olho. Entretanto, se variarmos apenas o comprimento de onda sua
percepção apresentará cerca de 128 discriminações no espectro Vl
sível." (9)
"O fato de que um máximo de apenas três comprimentos
de ondas seja necessário para reproduzir qualquer cor no espec
-tro visível sugere urna base para a explicação da discriminação
visual. Ao invés de ter que se supor um número idêntico de
clas-ses de unidades receptoras e de comprimentos de onda
discriminá-veis, basta supor a existência de três. Este ponto de vista foi
emitido pela primeira vez por Thomas Young em 1807 e foi
enfáti-camente confirmado por Hermann von Helmholtz em sua importante
obra"Handbuch der Physiologischen Optik"em 1861. A teoria das
três cores ou tricromática se baseia na suposição de que todos
os cones da retina sensíveis
à
cor reagem a todos os comprimen-tos de onda em algum grau, porém um grupo
é
mais sensível aoscomprimentos de onda longos, um segundo grupo aos comprimentos
de onda médios e um terceiro aos comprimentos de onda curtos. A
concepção de Helmhotz sobre as curvas de "excitação" para ·os
1 .. ~--t--t-====t==::::-:::::P==r=
2
3
Vm
La
AmVd
Az
Vi
Fig. 1
Astrês curvas hipotéticas de excitação
cleHelrrihol tz para os três
ti-pos de fibra nervosa: n9 1 para a
sensí~ao vermelho, n9 2 para
a
sensível ao verde e n9 3 para a sensíve1ao violeta.
FONTE:
Day,
R.H. Percepção Humana - Livros Técmlicos e Científicos Ltda 1972
RJ.
Pesquisas posteriores sugeriram que a
~seda sensibilidade
di-ferencial ao nível dos receptores retinlianos se situa nos
mate-riais fotossensíveis contidos nos três EPUpos de cores. Assim,
a "separação" inicial da multidão de canprimentos de onda
que
incidem sobre o olho ocorre na retina; ttFês classes distintasde
mecanismo receptor estão sintonizadas em comprimentos de
onda
longos, medios e curtos. Em termos psiomfffsicos, três comprime!:!,
tos de onda, quando misturados, são suficiente para .reproduzir
todas as cores vis{veis." (9)
"A "teoria do contraste" do ifisiologista Hering
po~Outra teoria célebre é a de Goethe, o qual estava
consciente ·da "multiplicidade e indeterminação" das cores.
A-t'riburí isso ao fato de que a união da luz e das sombras se pr~
d~z de manelra desigual e irregular. A maior ou menor intensi
dade de luz e das sombras pode gerar "muitas variações de
co-res " .
"Ao mesmo tempo, foi ele o primeiro a indicar, na
distinção entre as cores do "lado positivo" e as do "lado
ne-gativo", um caminho para a determinação mais exata do efeito
psicológico. A união das cores "amarelo, amarelo-avermelhado
(laranja) e vermelho-amare~o Cmínio, cinabre)" cria, conforme
assinalado, uma disposição "ativa, vivamente esforçada". Por
outro lado, o outro grupo de cores "azul, vermelho-azul e
azul-vermelho" causa uma sensaçao "irriquieta, sensível e
nostálgi-ca" .
O efeito produzido, de acordo com Goethe, pelo pri
meiro grupo de cores
é -
como 'se diria hoje - estimulante. Oefeito que ele atribui às cores do "lado negativo" é mais
com-plexo. Estas excitam na medida de em que causam
"intranquili-dade e nostalgia", mas conduzem simultaneamente a uma maior sen
sibilidade.
De acordo com a terminologia atual, pOder-se-ia
a-firmar que Goethe fez uma distinção entre um grupo de cores
que causam um efeito extensivo ("ativo, vivo"), expansivo ("es
forçado, aspirante") e aqueles grupos de cores que embora
te-nham um efeito excitador C "irriquieto, nostálgico"), resultam
em efeitos introversivos e menos firmes ("sensíveis").
A constatação de Goethe reside na compreensão do
fato de que os dois grupos de cores originam estados de excit~
ção distingllíveis e qualitativamente diversos, que ele caracte
rizou como cores positivas ou negativas, respectivamente. Ide~
o
ponto de vista desta te:oria de cores se torna claro, somente quando se compreende que~ as cores constituem ene~
gias reais, embora não se tenha atribwrndo nenhum sentido
cien-tífico
ã
palavra "energia".Este ponto de vista se d8$Ü~ca sempre na descrição
individual das diversas cores. Assi~ o' amarelo tem a caracte
rística de um "efeito entusiasmante "" <Dl vermelho-amarelado"cre~
ce em energia" e para o amarelo-verme:nJ]m
€
determinado que "olado ativo se encontra em seu nível de energia mais elevado e
não é de se espantar que os seres hu~ms enérgicos, de boa
saúde e rudes gostem particularmente ~1:a cor". Quanto ao
vermelho, todavia (purpúreo), Goethe Ef-nrma que "esta cor
con-tém, em parte, a afetividade e a pote'Irdialidade de todas as co
res". Também a cor verde e o grupo de ~es do lado negativo,
ou seja, azul-vermelho e vermelho-azt.iil 5.aO descritas de acordo
com seus efeitos energéticos. É atribrull~ também ao verde um
efei to hanmnioso e equilibrado. A c~,erização desta cor é
conhecida pela frase: "Não se pode, nem se quer i r mais
adian-te". Contudo, com o azul começa, aqu.eTIait irradiação energética
da cor. O azul, diz Goethe, é, na sua Cl};!ualidade de cor "em
sua máxima pureza como que um nada exditt •. arnte". Aqui cabe
en-tretanto, salientar que "excitante"
nã:ID
deve ser compreendidoem seu sentido atual de agradável, maE mo sentido de estimulan
te.
A forma energética básica ~ manifesta igualmente,
segundo Goethe, no vermelho-azul e no ~~l-vermelho. Também no
vermelho "produz algo ativo, embora si1íl:viado no lado negativo".
Sua excitação é bem diferente daquela~rcida pelo vermelho
-amarelo. Ele acredita que há um desejID de i r sempre adiante
com esta cor, porém sem avançar ativamnntre, como no caso do
vermelho-amarelo, mas no intuito de e~trar um ponto que pe~
mita descansar". Esta energia dividida~ no fundo, atinge seu
ponto mais aI to na cor azul-vermelho. '''Esta intranquilidade a~
menta com a elevação contínua e se pode aÍirmar que um papel
de parede da cor azul-vemelho mui to p,I..I:rol~ e saturado deve ser
maldosa-:ltente, que o aI to clero se apossou desta cor "ambiciosa,nos de
graus de uma subida incessante, a púrpura cardinalícia". No
entanto, a liturgia católica considera o roxo a cor da penitê~
cia e o roxo dos cônegos tem este sentido.
Ao se acrescentar esta descrição fenomenológica s~
plementar
ã
distinção principal entre"as cores positivas ene-gativas, torna-se claro que Goethe baseou seu sistema em duas
formas energéticas dos efeitos provocados pelas cores. Enqua~
to, considera o verde como o ponto de harmonia e equilíbrio do
sistema cromático, vê as cores do lado positivo como conduto
-res de uma energia estimulante que procura rumos extremos,
co-meçando já pelo amarelo a atingir seu ápice no
vermelho-amare-lo (e no vermelho). Ao passo que as cores do lado negativo são
compreendidas como as represen~antes de uma energia
intranqui-lizante e concentrada internamente. Esta também começa pelo
azul e aumenta via azul-vermelho até o vermelho-azul, no qual
alcança sua potência mâxima." .(16)
Aqui cumpre assinalar, em poucas palavras, que as
inter-relações ou contraste de cores nas teorias das cores
fo-ram frequente e exaustivamente levados em consideração. Isso
já decorria do fato de que as cores podem ser misturadas, que
as misturas de cores produzem outras cores e que esse fenômeno
é tão válido para o pintor, para a manipulação de cores tanto
para a percepção das mesmas. Elaborou-se então, a teoria das
cores complementares e contrastantes e falou-se também,das mlS
turas aditivas e substantivas de cores.
Essas pesqulsas se ocupam exclusivamente de uniões
de cores, de acordo com Sp.u verdadeiro objetivo e não têm
na-da a ver, diretamente, com estados afetivos. Mas é inegável
que nas investigações deste tipo surgem fenômenos tais como
contraste e similaridade, desarmonia e harmonia - fatos que
também desempenham um papel relevante na vida afetiva.
tituem ainda, um todo estrutural. Foram feitas tentativas de
fixar este fato em ensaios sempre renovados e quase todas as
teorias desenvolveram um sistema de cores.
f
de conhecimentogeral que Helmholtz escolheu o triângulo de cores como a expre~
sao dessa entidade sistemática, ao passo que Hering
classifi-cou as cores vivas no círculo das cores e mostrou o sistema das
cores vivas e apagadas no corpo color~do e Rungen e Itting te~
taram expressar isso por meio de uma esfera de cores. Para o
propósito deste estudo, essas pesquisas são apenas significan~
tes na ~edida em que mostram, que o fenômeno da cor é identifi
cável em vários planos e dimensões. Pode-se seguramente
dis-tinguir três dimensões:
- a cor como cor unica, como tonalidade delineada;
as uniões e síndromes de cores, nas quais as
co-res vizinhas, complementaco-res e contrastantes
de-vem ser distinguidas;
- o complexo total da cor que mostra a relação
in-terna entre todas as cores na forma de um
siste-ma fechado. (16)
"De acordo com Southall o estudo da cor é
essencl.-alm:mte psico16gico. 'Do ponto de vista da psicologia, as cores não
são propriedades nem dos objetos luminosos nem das radiações
luminosas mas são conteúdos da consciência, definidos pela
qualidade da visão'. Discutindo sobre os aspectos psico16gi
-cos da visão, chama atenção para pou-cos fenômenos nos quais a
cor como energia difere da cor como sensação.Já tem sido
nota-do que as pessoas não respondem a estimulação luminosa da
mes-ma mes-maneira. O olho está longe de ser um simples meio de respo~
ta. '
Além do mais, não existe, finalmente uma
mensurável entre energia luminosa e sensação de cor.
relação
f
impos-sível medir certos comprimentos de'onda ou intensidade e
esta-belecê-las como estímulo fixo sempre para o mesmo olho. Qual,
cin
-za e branco? Isto nao pode ser respondido satisfatoriamente so
mente em termos de luz ou reflexo. Branco não é sinônimo de
luz clara nem preto de luz tênue ou mesmo ausência total de luz.
Existem muitas peculiaridades da
visão
que nãopo-dem ser respondidas somente em termos de energia luminosa. O
olho humano não consegue distinguir e .separar os elementos que
compoem uma tonalidade dominante. Quando várias notas são
to-cadas. de uma
vez
no piano, umouvido
treinado pode identificarcada uma. Mas quando raios de luz são misturados, o olho
ve
somente um resultado. Ito significa que o olho dá pouca
aten-ção a composiaten-ção física das cores, só o resultado final é
per-cebido". (2)
Entre as dimensões implicadas na resposta do sujei
to ao estímulo colorido, algumas se destacam, por sua contri
-buição ao esclarecimento dessa. são elas: a função biológi
-ca, as propriedades estéticas, os valores simbólicos e os
sig-nificados psicológicos.
Estas dimensões serão vistas isoladas neste
traba-lho apenas com o objetivo didático,pois na realidade elas
2.1 - BIOLOGIA
Não existe ainda uma fundamentação adequada
pa-ra as variáveis biológicas envolvidas no processo de respostas
à
cor, empiricamente parece que tais variáveis podem influen-ciar o processo perceptual envolvido.
"t:
bem conhecido que ascores servem de ·indícios para ambos os comportamentos: de
ne-gaçao e procura de alimentos em vários organlsmos. Como
tam-bém servem de importante sugestão na resposta-excitação no cru
zamento e comportamento reprodutor.
Outra evidência para o uso da cor como função
bio-lógica determinada vem como um produto dos estudos de
estampa-gem, Heiss (1954, 1956 e 1957) foi também capaz de mostrar que
drogas tais como meprobamete e nembutal tendem a modificar e
em alguns instantes anular a estampagem original. Numa
exten-sao deste trabalho Hill (1961) demonstrou que a preferência de
cor numa simples c~iação de pintinhos podem ser modificadas
por um estimulante (meratram) ou um depressivo (frenquel)" (29) .
"Um recém-nascido no desenvolvimento de sua capac~
dade visual distingue a princípio somente contrastes, isto
ê,
"claridade" e "escuridão"; a seguir vem a habilidade de di~tinguir movimento e, depois, contorno e forma. O reconhecimen
to da cor é o último destes desenvolvimentos" (19).
"Alguns estudiosos afirmam que só após os seis pr!
meiros meses a criança começa a distinguir as cores primárias.
Em crianças maiores o gosto pelo amarelo decresce e contínua di
minuindo com os anos. O vermelho e o azul são cores favoritas duran
te a infância e mamtém também uma constância através da vida .
A ordem na infância é vermelho, azul, verde, violeta, laranja
e amarelo. Com a maturidade a ordem se transforma para azul,
vermelho, verde, violeta, laranja e amarelo.
A preferência de cor
ê
qu~se idêntica nos adultosTem-se pesquisado muito também o problema da combi
naçao de cores. E um notável pesquisador neste campo é J. P.
Guilford, segundo o qual "Existe alguma evidência que qualquer
diferença pequena ou grande em uma tonalidade resulta em malor
satisfação do que diferenças médias. Esta tendência é mais
forte para a mulher do que para o homem". En~ão uma pessoa e~
tá mais· propensa a ver harmonia' em cores que estão intimamente
relacionadas, ou naquelas às quais são opostas - e nao em
ou-tras relações. Ou seja, as pessoas baseiam as combinações de
cores em: cores intimamente relacionadas ou em cores comple
-mentares" (2)
"Jaensch, em seu livro "Eidetic Imagery" , menClona
a diferença entre a predominância da luz do sol em regiões tr~
picais e a diminuição do mesmo nas regiões polares. Uma inten
sa luminosidade requer uma adaptação ao sol e pode ser
acompa-nhada por uma forte pigmentação na área fóvea da retina.
Ge-ralmente as pessoas desta região são tipicamente morenas,
suindo olhos e cabelos escuros'. A preferência natural é
vermelho e todas as tonalidades quentes. Esta predileção
pos-pelo
-e
provávelmente devido a processo fisiológico de acomodação a
lon-gas ondas de luz. O oposto ocorre com pessoas de tez clara
com olhos aZU1S e cabelos louros, que devem possuir uma pigme~
tação diferente na retina de seus olhos. A predileção pela cor
-e g-eralm-ent-e azul -e v-erd-e.
Como suporte para teoria de Jaensch, tem sido obseE
vado que o fator que decide a preferência de cor parece ser a
luz do solou a falta dela. A influência do tamanho do dia
no crescimento das plantas e no ciclo sexual dos animais
sugere que os sentidos e sugereaçoes do homem à cor pode ter similar
-mente uma base biológica. Outro pesquisador tem colocado a hi
pótese que pode existir uma relação entre maior funcionamento
ativo das glândulas endócrinas durante as estações do ano
on-de o dia é maior". (2)
lhecimento da pessoa tem inspirado expla,na,ções. Os fluidos dos
olhos humanos produzem no cristalino uma cor amarelada com a
idade. As lentes dos olhos de uma criança podem absorver la
por cento de luz azul, enquanto que um homem adulto absorve 8S
por cento. Logo, um tipo de acomodação acontece.
Outra questão colocada ~ a relação entre a
alimen-tação e a discriminação de cores. Em um trabalho com crianças
mexicanas, em uma escola, foi observado a preferência por
co-res simples, tais como: vermelho, amarelo, verde e azul quando
havia deficiência de cálcio. Quando a alimentalçãó era corrigi
da as preferências de cores mudavam em direção de uma melhor
discriminação e uma apreciação mais refinada das cores (2).
Outra função biológica da cor
é
notada nasexperl-ências de laboratório, provando ser um valioso auxiliar para
averiguação de determinados microrganismo, proporcionando me
lhor visualização
pe
bact~rias e virus."Investigação realizada por cientistas cromotera
-peutas confirmam que:
Luz verde
Luz vermelha
Acaba com as larvas das moscas e bezouros
Estimula as funções orgânicas do homem. Fa
vorece a marcha da catapora, sarampo e
es-carlatina. Torna as plantas mais vigoro
-sas
Luz azulada Acaba com as plantas
Luz anilada Possuí poder analgésico
Excesso de cor rrBla Favorece indigestão, gastrite, úlceras gá~
amarela tricas
Excesso de cor azul Favorece a pneumonla, tuberculose pulmonar
e pleurisia
Variações de cor verde Favorece as doenças mentais e nervosas
Variações de cor vermo Favorece as doenças do coração e reflexos na
pressão arterial
A cor azul Ajuda contra doenças de olhos, ouvidos, na
A cor vermelha
A cor verde
A cor amarela e
a cor café
Cores alegres
Cores suaves
Ajuda contra doenças do estomago, fígado e
baço
Ajuda contra doenças do sistema nervoso e
aparelho digestivo
Produzem enjôo quando o interior de um veí
culo, especialmente avião,
é
pintadones-sas cores
Estimulam o apetite
Estimulam o repouso". (10)
o
homem se volta instintivamente para o uso da cora qual o seu organismo melhor se adapta. Para sentir menos ca
lor nas regiões quentes ou no verão, acentua-se o uso de
rou-pas brancas, amarelas, azuis e verdes de tonalidades claras,c~
res estas que refletem os raios solares. O inverno requer a
utilização do preto, de tonalidades escuras do azul, do cinze~
to e marrom etc, porque estas cores absorvem mais calor.
"As experiências que envolvem as pessoas obrigadas
a contemplar o vermelho puro durante períodos variáveis de te~
po, mostram que esta cor
é
de efeito decididamente estimulanteno sistema nervoso a pressão arterial se eleva e a resplra
-ção e as batidas cardíacas se aceleram. Logo, o vermelho
é
deefeito "excitante" sobre o sistema nervoso especialmente sobre
o ramo simpático do sistema neuro vegetativo. Por outro lado ,
a idêntica exposição ao azul puro tem efeito inverso - a
pres-são desce, e o ritmo cardíaco e a respiração diminui. Logo o
azul escuro
é
de efeito "calmante" e atua principalmente2.2 - ESTtTICA
"Enquanto as funções biolID:.gií~as proporcionam
ener-gias para a satisfação dos impulsos pYimários como procura de
alimento, acasalamento, defesa etc. enwn:1!vendo comportamentos
pré-determinados, as respostas eliciada$ pelos aspectos estéti
cos da cor tendem a ser mais diferenc~s e variadas estando
em maior proporção vinculadas às expe~ncias do sujeito~ Uma
pintura pode transmitir uma disposição JPX3:ra a excitação ou
a-quiescência, elação ou depressão, tão ~ quanto outros esta
-dos. Pode-se também transcender estas dimensões e
baseando-se nas cores da pintura, ignorando totaRmente baseando-seu conteúdo for
mal, descrevê-la em termos de idiota om inteligente, delicada
ou grosseira, nítida ou misteriosa.
É obvio que as característi~ complexas de um tr~
balho de arte não são inteiramente det~nadas pelas cores
u-sadas na sua composição. Ainda que a CIDIr' pareça representar a
multiplicidade de emoções, elas podem geF' confundidas com
ou-outras características formais.
A função estética de uma ~ pode também ser envol
vida suscitando associação mediada par ~mtro senso de
modali-dade. Isto é provavelmente o que conrJlllJllde associações
apren-didas com funções biológicas. Um exempli~ notável produzido por
experiências sinestésicas é a associaçãm de cor e música
(Karwoski e Odbert, 1938)." (29)
A variedade de fenômenos c~cidos como sineste
-sia das cores são mui tos. As tonalidades; do espectro podem ser
associados com linhas, formas, figuras .. , ]etras, números e pal~
vras. Elas podem relacionar valores, od:lImres ou sons e até mes
mo sensaçoes orgânicas e cutâneas.
"Francis Galton, há noventa ãDIllOS atrás, escreveu
"Inquiries Into Human Faculty" e estabeTI.eceu ele mesmo com o
"associações às cores" nao mantiam comum acordo. Insistiu que
as associações de cores experimentadas eram inteiramente inatas
e eram a maioria delas não explicáveis~ Além disso suas pesqui
sas o levaram acreditar que a sinestesia era hereditária e
se-guia as leis da hereditariedade. Quase sempre as curiosas
as-sociações são descobertas nos primeiros anos e persistem, sem
mudança durante toda a vida da pessoa~
É
difícil, pois,atri-buir associações às memórias da infância ou alguma experiência
definitiva, às quais poderiam ter servi.do de base para eias"(2)
"Tem sido notado que é raro> uma cor sozinha mediar
propriedades estéticas. Tipicamente se
vê
uma cor em combina-ção com outras. Mesmo quando uma cor s<o;zinha predomina provo
-cando estados afetivos, ela o faz tendo como pano de fundo
ou-tras cores.
As combinações de cor, as qwais, são importantes c~
mo mediadoras de impressões estéticas, saro aquelas que envolvem
contrastes. Tais combinações poderão s~r vistas como equilibr~
das, desequilibradas, cheias de stress ~m tensão. A
apresenta-ção de integraapresenta-ção será obtida pela mis~~a das cores~(29)
"Com referência a área pub.l:ii.~itária, vários fatores
-se conjugam para determinar a cor exata ~ue sera a portadora da
expressividade mais conveniente a cada :tipo específico de
men-sagem para um produto a ser consumido om um serviço a ser utili
zado. Na realidade, a especificidade dacqjuilo que será
anuncia-do tem intima conexão com a cor utiliza~, quer seja para trans
mitir a sensação de realidade, quer para eausar impacto." (10)
Os adultos e principalmente (Q)S. mais idosos preferem
comprar objetos que se apresentam com a ~mbalagem azul. O indi
víduo mais jovem prefere cores fortes, o vermelho, por exemplo.
Uma pesquisa foi realizada e~ são Paulo por Farina
e o Departamento de Relações Públicas e FFopaganda da Escola de
tigação, procurou-se obter respostas diretas do consumidor qua~
to a preferências das cores em si. liA amostra foi constituída
1.000 pessoas, de 21 a 40 anos de ambos os sexos (50% cada) sol
teiros e casados (50% cada), de nível colegial e superior. Ana
lisando os resultados chegou-se a conclusão, de que as co~s ver
melha e azul e suas nuanças, são as mais preferidas na faixa
jo-vem, enquanto o.verde, o magenta, o marrom e variações da
esca-la do cinza são preferidos por homens mais adultos, e o verde,
o azul, o roxo e suas nuanças pelas mulheres adultas. É
inte-ressante notar que nenhuma pessoa se sentiu inclinada a
respon-der o porquê de sua preferência ou detestação para uma
determi-nada cor." (10)
"Qualquer técnica que procure quantificar respostas a
cor terá que lidar com os efeitos confusos da combinação de cor
e não será útil tentar evitar estes efeitos uma vez que eles na
sua complexidade podem estar repletos de informações recolhidas
nas respostas indíviduais do sujeito. Este complexo efeito
es-tético pode ser de considerável importância, talvez mais do que
o significado simbólico das cores, os quais no passado tem rece
2.3 - SIMBOLOGIA
o
valor simbólico dos estímulos dependem primeir5!mente das experiências do sujeito, mas também do significado sim
bólico dos estímulos dentro do contexto cultural.
"Em todas as culturas as cores se manifestam como
símbolo. Na antiguidade, as quatro cores: vermelho, amarelo
preto e branco aparecem como símbolo dos elementos e dos humo
-h Ih d d ".
res umanos: verme o como a cor
a
luz e o sangulneo,amare-lo como a cor do fogo e do cOlérico, preto representa a terra e
a.bilis preta do melancólico, branco é o símbolo da água e do
muco do fleugmático.
Como todos os simbolismos,o das cores é também ambí
gui e de múltiplo sentido. Com o decorrer do tempo, sob a in
-fluência das civilizações e na passagem da claridade do sol
me-ridional para a luz mais filtrada das regiões setentrionais, as
significações mudaram tambêm. Desse modo, as cores não são ap~
nas símbolos de coisas distintas, elas significam igualmente
o-postos, gerando contradições proporcionadas ~s vezes pelos
mes-mos significados.
O
vermelho é conhecido como cor violenta darevolução, mas ao mesmo tempo representa as características
hu-manas da cruz vermelha. Apesar do preto ser considerado
geral-mente como a cor da morte e do luto, o branco aparece como
si-nal de luto na India e na China. Alguns simbolismos são de
na-tureza religiosa ou política, como também podem representar uma
posição ou status. O amarelo representa o império japonês, o
vermelho era reservado a nobreza da era ·medieval, o violeta ain
da hoje é a cor dos cardeais da igreja católica e o branco a cor
do papa".(16)
A expressa0 pura do valor simbólico da cor aparece
naqueles sistemas os quais associam significados que provém si~
plesmente da aparência das propriedades dos objetos ou do com
-portamento simbolizado. Um exemplo
é
o uso da cor no campo daciência do valor das cores na realidade diária. A associação
Brasileira de Normas T~cnicas (ABNT) emitiu normas sobre o uso
das cores na segurança do trabalho, a fim de que ao longo de um
processo educacional induza o indivíduo a reações automáticas e
instantâneas. Urna síntese dessas normas:
" Sensação visual
Azul
Lar.anja
Vermeiho
Verde
Branco
Preto
Utilização
.
Controle e equipamentos el~tricos
Parte móvel externa mais perigosa de
máqui-nas
Equipamento de proteção contra incêndio
Caixa de socorro de urgência, avisos,
bole-tins
Faixas indicativas de sentido de circulação
Coletor de resíduo". (10)
Quanto ao comportamento simbolizado pode-se ver na
..
cultura de nosso pals o emprego na linguagem corrente, de
sensa-ções visuais para definir estados emocionais ou situasensa-ções
vivi-das pelo indivíduo. É comum se ouvir frases corno estas: a
si-tuação ficou preta; fulano está roxo de raiva; sorriu amarelo ;
branco de susto ou vermelho de vergonha.
Outra fonte a considerar para o significado das
co-res ~ fornecida pelo folclore. Embora tal fonte de informação
possa não ter o suficiente respeito científico, urge apontar que,
muitas investigações geralmente encontram o núcleo da verdade
.
/..
em mUltos estereotlpos populares. Dentro de seu sistema de sim
bolos encontra-se o vermelho representando o amor, o azul
leal-dade, o preto o luto, o branco a pureza e o amarelo a inveja.
• - • I .
Do mesmo modo que a lnterpretaçao de sonhos slmbol~
cos, o simbolismo das cores sao raramente constantes e sem ambi
guidade. Seu conteúdo pode depender de uma história transitó
-..
ria ou de eventos culturais. TendQ em vista o que se procede e
impossível falar de um simbolismo das cores geral ou que tenha
"Independente desta ambiguidade e contradições, o
simbolismo das cores fornece uma primeira indicação de que as
cores estão em uma relação estreita com a dimensão afetiva da
vida e da experiência humana. Ainda que os valores simbólicos
individuais das cores não representem diretamente afetos e se~
timentos, tais como o amor, luto, ira, inveja, etc., simboli
-zam entretanto, processos e acontecimentos de forte teor afeti
vo: a morte, 9 martírio, a revolução". (16)
2.4 - PSICOLOGIA
Existem v~rias mane1ras de mostrar que h& uma rel~
çao est~vel entre cor e personalidade. Um dos mais destacados objetos de interesse e estudo nesta ârea tem sido o problema de
preferência de cor, as conotações e as concomitâncias de tais
preferê·ncias. As avaliaçoes disponíveis sobre a relação entre
a preferência de cor e afeto suportam a tese de que a resposta
a cor pode ser vista como objeto útil de informação para a des
crição da personalidade.
"Em 1930 Jaensch., observando a diversidade de rea
-ções diante do estímulo cromâtico, classificou os sujeitos em
tipos integrados e desintegrados: os primeiros malS sensíveis
ao vermelho e ao amarelo (por ele ,chamadas cores quentes) os
últimos mais sensfveis ao azul e ao verde (frias, chamadas por
ele )I! (31)
I~ickers - Ovsiankiria chega a conclusão de que os sujeitos que preferem as cores quentes, são caracterizados por
uma relação muito íntima com o mundo percebido : são
respecti-vos e abertos a influências exteriores. Submergem por assim
dizer no ambiente social. são calorosos, sugestionâveis e af~
tivos. Suas funções mentais são râpidas. Na relação
sujeito-objeto a ênfase cai no sujeito-objeto. Os que preferem as cores frias
tem uma atitude distante do mundo. Tem dificuldade de
adapta-çao espontânea. No plano emocional sao frios e reservados. Na
relação sujeito-objeto o acento cai no sujeito~ (31)
"Entre os experimentos de laboratório, Hevener (1936),
se encontra entre os pioneiros na tentativa de descobrir por
métodos experimentais o estado afetivo ou disposição provoca
-das em observadores por v~rias cores e formas. Ela apresentou
uma série de desenhos para um grupo de estudantes onde era
pdido para marcar em uma lista de adjetivos aqueles os quais
e-ram apropriados para desenhos coloridos. Ela encontrou que o
azul pareceu representa~ dignidade, tristeza e ternura
Lewiski (1938) usou luzes coloridas para iluminar
os quartos de 50 estudantes sendo 25 masculinos e 25 femininos
e pediu-lhes para descrever os sentimentos experimentados com
as diferentes iluminações. O azul e verde foram descri tas corro
muito agradáveis e frias; laranja e amarelo como irritantes e
juntas com o vermelho estimulantes; violetas como depressão e
vermelho como cor quente.
Outra fonte de dados tem sido o estudo experImen
-tal com crianças. Alschuler e Hattiwick (1943) estudaram 150
crianças em idade pré-escolar em oito diferentes grupos.
Re-gistros eram feitos diariamente para cada criança durante um
ano sobre suas produçõ'es como pinturas, desenhos com crayon, e.§.
baços de moldes para trabalhos, fotos de trabalhos com argila
etc, bem como o registro de seu desenvolvimento social e dados
de anamnese. A análise estatística e os estudos de caso
indi-caram que o uso da cor dava informações sobre a vida emocional
da crlança. Vermelho foi encontrado como sendo a cor
preferi-da durante a ipreferi-dade pré-escolar quando a criança age mais impul
sivamente. O interesse pelo vermelho decrescia quando maior
controle emocional era obtido. O vermelho estava associado com
sentimentos de afeição e amor ou (ilustrando os significados bi
polar associados com a cor) sentimentos de agressão e ódio.
Azul foi associado com uma direção para o controle; verde com
o funcionamento de um determinado controle e mostrando grandes reações emocionais; laranja com emoções equilibradas tais como
simpatia e cordialidade; e preto com intensa ansiedade ou medo.
Bricks (1944) também relatou experiência com 200
crianças na idade de 3 a 15 anos as quals foram observadas
du-rante 2 anos. Em suas aulas de artes era permitido pintar e
desenhar o que elas desejassem. As interpretações da
persona-lidade foram então baseadas no conteúdo sequencial da pintura
de cada criança. As crianças usaram diferentes capes em
dife-rentes situações. Cores foscas e pretas eram usadas em esta
-dos de ansiedade e depressão; marrom aparecia em perío-dos
des-critos como regressivos; amarelo e vermelho apareciam como
expressa0 de hostilidad~ e agressão em conflitos emocionais
Urna metodologia refinada foi usada no estudo feito
por Wexner (1954). Ela preparou urna lista de 164 adjetivos e
pediu a juízes que escolhessem palavras que referissem a
dis-tintas combinações de disposições. Grupos de palavras foram
escolhidas referindo a doze combinações de disposições e foram
selecionados 94 estudantes nos quais se pediu para selecionar
melhor com cada tipo de combinaçao de,disposições. Observou
que o vermelho foi mais frequentemente associado com
excitação-estimulação; laranja com tumultuado-atordoado-irritado;
amare-lo com alegre-jovial-festivo; azul com segurança-conforto e ca
rinhoso-calmo; violeta com dignidade-magestoso; preto com pod~
roso-forte-dominador. Várias combinações de. disposições
indu-zem múltiplas associações de cores, isto
ê
cores eramselecio-nadas com igual frequência para assentar como combinação disp~
sição. Isto era o caso para vermelho, marrom, azul, preto e
violeta em relação com proteção-defesa; para o azul e o verde
em relação com calmo-pacífico-sereno; para o vermelho, laranja
e preto em relação com desafiante-obstinado-hostil; e para pr~
to e marrom em relação com
desanimado-abatido-infeliz-melancó-lico.
O estudo de Wexner foi ~eplicad6 por Murray e
Deabler (1957) usando amostras de assistentes de enfermagem,pa
cientes psiquiátricos e estudantes. Demonstraram também
gran-de relação entre cor e disposições. Tennenbaum e Osgood(1957)
apresentaram um trabalho em que demonstraram a aplicação de uma
técnica de diferencial semântico e envolvida a atribuição de
significado de cor em diferentes objetos. Diferenças
significativas foram encontradas entre as cores para uma classifica
-ção de variiveis não avaliativas enquanto interações entre
co-res e objetos eram encontradas como sendo significantes para
classificação de variiveis tendo propriedades avaliativas." (29)
"Gilbert Brighouse medindo reações humanas sob
lu-zes coloridas, testou respostas musculares entre centenas de
estudantes. Ele encontrou que as reações eram 12% mais ripi
-das do que o normal sob a luz vermelha"e verificou também res
Outro 'notável investigador sobre o significado
PS!
quiátrico da luz e da cor é Félix Deutsch, um físico Deutsch
escreve: "Cada açao da luz tem na sua influência componentes
físicos e psiquicos. Cada componente e individualmente
tera-pêutico, mas juntos proporcionam um sadio desenvolvimento em
grandes circunstâncias".
~ comum observar que a disposição do homem é
muda-da pelo ambiente, feio e bonito, tempo ensolarado e tempo
chu-voso. As cores ambientais provocam reações diversas, de
depres-são e elação e o sistema vascular, pulso, presdepres-são, sangHinea,
tensão nervosa e muscular, geralmente é afetado. Estas
res-postas a coloração são sutis e refinadas e não seguem leis uni
versais, segundo Deutsch. "Na estimaçao destas reaçoes, as
quais podem também serem chamadas de emocionais e secundaria
mente ~nstram manifestações orgânicas, pode-se confiar apenas
exclusivamente naquelas testadas individualmente e o que
mui-tas vezes não
é
fácil de determinar a validade.Deutsch na sua prática tem encontrado a influência
da cor na'mudança da pressão sangliinea. Entre os exemplos
ci-tados está o de uma paciente que sofria de ataques de fra~za,
respiração ofegante, sensação de pressao sobre o peito.
Quan-do foi admitida, sua pressão estava 245/125, e a terapia médica
nao tinha produzido nenhuma mudança em seus registros. Quando
foi colocada em um quarto verde por curtos períodos,
ã
seguin-te redução na pressão sangilinea se manifestou:
Primeira sessao: ... 250/130
.
,
depois 210/125Segunda sessão : 245/130 depois 205/120
Terceira sessão: 240/125 depois 205/120
Quarta sessao 220/120 ; depois 195/110
Quinta sessao 210/115 depois 210/110
Sexta sessão 200/110 depois 180/180
Setima sessão 195 depois 180
manteve em 180. E a paciente relatou estar se sentindo bem.
Deutsch acredita que a açao biolôgica se manifesta
apôs a estimulação de cor. Existe uma n=ação total do organismJ com
a participação do aparelho psíquico. Isto pode ser notado na
aplicação daquelas cores que usualmente tem efeito relaxante e
outras com efeito estimulante e excitante.
Sumarizando suas conclusões Deutsch colocou quatro
pontos:
1 - A cor causa açao reflexa sobre o sistema vascular somente
através dos sentimentos e emoções;
2 - O- efeito alcançado não
é
específico para uma ou certasco-res. Cores quentes podem acalmar uma pessoa e excitar
ou-tras, o mesmo acontecendo com as cores frias;
3 - Irradiação com luzes vermelha ou verde pode produzir uma ele
- - l i . _ .
vaçao na pressao sangulnea e uma aceleraçao no reglstro do
pulso. Ou o oposto pode acontecer dependendo da situação
psicolôgica individual;
4 - Uma sensaçao orgânica não ôptica para a cor está longe de
ser provada. Entretanto a resposta que se segue a uma exp~
sição a cor pode ter um efeito orgânico". (2)
"Outro modo de atribuir significação às cores
ê
a-través da definição de grupos de critérios com patologias conhe
cidas. Se tais grupos podem ser diferenciar significativamente
nas suas respostas ou preferências para algumas cores, então p~
de-se argumentar que tais cores são atrativas para membros de
um grupo· por causa de seus particulares traços de organização .
Um estudo feito por Warner (1959) usando a tabela de cores de
Munsell que considera as dimensões de tonalidade, brilho e satu
ração das cores, produziu alguns resultados positivos. Os
nicos, 60 maníacos, 60 depressivos· e 60 neurÓticos ansiosos.Foi
encontrado que os neuróticos ansiosos preferiam o verde quando
comparado com o amarelo forte, mais do que qualquer outro
grupo e que os neuróticos também preferiam as cores mais brilhan
-teso Nenhuma diferença significativa ocorreu para o vermclho no
final do espectro". (29)
"De acordo com Kurt Goldstein "As cores desempe
-nham um importante papel no curso da vida. Cada cor tem uma im
portância especial e juntas ajudam a garantir uma vida normal .
Uma estimulação específica a cor é acompanhada por uma resposta
padrão específica de todo qrganismo". Afirma ainda que a infl~
ência da cor é aumentada nos neuróticos e psicóticos. Relata o
caso de uma mulher que tinha seus sintomas mais pronunciados q~
do usava roupas vermelhas. E o uso de roupas azuis tinha o
e-feito oposto, ajudava-a restaurar o equilibrio quase ao normal.
Segundo Goldstein, "o vermelho é excitante para a
atividade e favorável para determinadas reações emocionais; o
verde cria condições de meditação e de desempenho da tarefa. O
vermelho pode servir para produzir um background emocional de
onde as idéias e as ações podem emergir; no verde estas idéias
poderão ser desenvolvidas e as ações executadas." (2)
"A relação entre cor e insanidade
é
muito sutil. Opaciente pode aceitar ou rejeitar certos tons dependendo do
ti-po de psicose que lhe afetou.
Débeis mentais quando recebem os estímulos das
co-res, frequentemente escolhem o vermelho. O verde tem sido esco
..
lhido por muitos casos de infantilismo psico-sexual e por um n~
mero razoável de meninas débeis-mentais. Pacientes, quase sem
exceçao, que sofrem um processo de regressão, ou falham ao
ten-tar alcançar o progresso do desenvolvimento infantil, escolhem
o amarelo. Isto é verdade particularmente para o grupo
Eric P. Morse coloca que as pessoas com disturbios
mentais se consideram constantemente expostas ao perigo. "E a
diferença entre saúde mental e doença mental consiste em última
instância como a conduta
ê
manejada. O indivíduo normalmente equilibrado quando se depara com problemas enfrenta-os e se
a-dapta, enquanto o doente mental manifesta diferentes modos de
fuga. Percebendo este fato entende-se porque existe uma
acro-.
mapsia na histeria e uma menor escolha das cores nesta ordem
violeta, verde, azul e finalmente vermelho. Entretanto, ao
la-do destas experiências encontra-se geralmente pacientes histéri
cos, especialmente nas psiconeuroses com estados de ansiedade
uma predileção pelo verde, simbolizando um já mencionado méca
-nismo de fuga. A expressão das emoçoes
é
reprimida, os impul-sos de ódio e agressão tão bem quanto desejos sexuais. Por
es-ta mesma razão não se surpreende que o vermelho
é
a cor de escolha dos maníacos e hipomaníacos que tumultuam e exageram a
ex-pressa0 de suas emoções. E ainda não é surpresa que na melanc~
lia e depressão se revele uma escolha de cores enegrecidas. Fi
nalmente o amarelo
é
visto como a cor da esquizofrenia... Oamarelo é a cor própria e intrínseca de mentes mórbidas.
Quan-do se observa um acúmulo desta escolha pode-se estar certo que
se lida com um profundo disturbio disturbio psicótico". (2)
liA tabela
1:.
mostra alguns estudos onde se vêresul-tados consistentes da relação entre cor e estado disposicionais.
~ necessário lembrar que esta tabela proporciona a descrição ou
nomeação das cores e não suas características físicas. Logo,di~
crepâncias encontradas poderão.refletir diferenças por causa do
material de estímulo .usado.
Todos os estudos descritos até aqui mostraram a evi
dência da proposição de que são consistentes as relações entre
cor e variáveis da personalidade. Também sugeriram que
ê
possivel proporcionar estimativas da relativa força com as quais as
várias cores são associadas com at~ibutos específicos da
perso-nalidade. Nenhum planejamento destes estudos, entretanto,
hierár-quica entre as cores e atributos da personalidade reflete
dife-renças significativas entre as cores, atributos da
personalida-de e suas interações. Antes de se utilizar respostas de cor c~
mo um diagnóstico é necessário demonstrar a significância de tal
interação. Especificamente, deve ser mostrado que a classific~
ção das diferenças individuais é significante acima e além da
variância daqueles componentes associados com grupos de
Hevner Alegria, "im
(1935) paClenCla ,
.-
. -agitaçãoI..ewinski Estimulante, (1938) quente
Karwoski, Excitante (1938)
Alschu1er Afetivo, a-(1943) rror, agres-são, ódio
Schachtel Fonnidáve1, (1943) excitante ,
explosivo
Bricks Hosti1ida -(1944) ~, agres
-sao
Kouver Ativo
(1949) intenso
Napoli (1951>
-~_._----Dignidade, tristeza e ternura
Estimulante, Mais agradá n:pressivo
mais desagra ve1, frio
-dáve1 (ofen= sivo)
Excitante Excitante Descansado n:scansado Vigoroso Triste
Te~rado , Controlado Dirigido, Intenso,
erroçoes emocional - para desig ansiedade,
!rente nar contro
-
medole
Entusiasrro ,
Sereno,ani-delícia mação, in~
.
ja
Hostilida - ~pressão
de2,agres -sao
Alegre Juvenil Social Desagradá- Triste,
de-ve1, tris- sagradâve1,
te incerto
Controlado, Segurança, Otimista , Evasã~, de-errocional - direção depressão, pressao, rre
rrente profundo do
Estlmulante angustla,der vial,feliz fortável te, magesto forte,
au-rotado sensível so toritário
Murray (1957)
I
Excitante, Animado, SegurD, Sensível, Melancólioo ,estimulante, j'ovial, 'confortá- confortante infeliz,
hostil, feliz ve 1 , ca.lrro , desanimado,
poderoso, Pacífico, de se sperc3:!2.
forte, sereno çado
autoritário,
rebelde
I
Hofstatter Forte, ati- Feliz Jovem, mau, Forte, ple- Vigoroso Profundo,
I
Vazio(1958) vo, v.i.goro- refrescante no, hábil, forte,
há-so profundo. bil, velho,
triste
Schaie (1961)
I
Protetor, e~ Excitante , Excitante, Confortável, Digno, rra- Hostil, po- Agradável,ci tante,
ix>-
estimulante estimulante, sensível,s~ gestoso deroso, for confortantete,
autori'=-deroso, for- jovial, fe- guro, agra- tário, abati:.
te, autori t~ liz, agradá dável do,
pertur-bado,
digni-rio, estimu- vel fi cante ,
re-lante primido, jestoso,
ma-
ffi2-lancó li 00 , ir! feliz
Fonte: SCHAIE', R. & HEISS, R. Color and personality. A Manual for the Color Pyramid testo Berne Switzerland,
Ed. Hans Huber, 1964.
I
SatisfeitoSeguro,
confortá-vel
w
3 -
RELAÇAO COR - AFETIVIDADE
A afetividade
é
uma área parcial marcante daperso-nalidade que, desde tempos históricos, foi descrita segundo
de-terminados sentimentos (prazer, aversão, medo, ira, etc.).
"A psicologia histórica
já.
descreveu em sua teoriados temperamentos, tipos de pessoas marcadas a partir da
estru-tura afetiva: o sangllineo como o tipo de uma afetividade' mais a
legre, muito móvel e superficial; o melancólico como o
tipocon-trastante de humor triste, com afetos profundos e duradouros; o
co-lérico como o tipo de uma afetividade forte com desenvolvimento
repentino de grande irritabilidade e finalmente o fleumático que
mostra possuir afetos circunspectos lentos e persistentemente fra
coso
As classificações dos tipos de temperamento tanto
as mais antigas como mais recentes, tais como os desenvolvidos
por Kretschmer, mostram formas organizacionais da experiência ~
fetiva global. Em cada um desses tipos é descri ta uma forma. res_
pectiva da experiência e comportamento afetivo que aparece
co-mo a dominante e orientadora. O caráter real que distingue
es-tes tipos provêm do fato que, a longo prazo, toda personalidade
demonstra afetiva e repetidamente urna reação corno forma básica
tal corno a fâcil e móvel acessibilidade do tipo sang~ineo ou o
modo de reação irritadiço e violento do colérico etc. KrestsclIDEr
identifica também características de níveis mais elevados corno
fundamentais: "ciclodérmica"
é
o nome pelo qual ele designa aemotividade mais ocilante e dependente da disposição e "esquis~
dérmica" a acessibilidade determinada pela irritabilidade,abruE
ta, mudando entre os polos de apatia e excitação.
Por outro lado, criticou-se com razão que estas
co-rno todas as tipologias são apenas parcialmente exatas. De um
lado, há tipos mistos, por outro, o sangllineo mostra
ocasional-mente reações melancólicas, o colérico poderá ter reações
excitado e o esquizotímico, se conduzir calorosamente e ajustado a atuação. A personalidade individual se situa apenas em medida ma10r ou menor dentro dos limites dos tipos.
A afetividade individual tem mobilidade, ela segue uma certa norma mas poderá igualmente, afastar-se da mesma. Is-so é válido até para aquelas personal~dades rígidas e afetivamen te fixas que se mostram preponderantemente anormais. Mesmo nos estágios afetivos da psicose-maníaco-depressiva ou da esquizofr~
nia, onde se encontram intercaladamente rio prirreiro caso, períodos di-versos da reação afetiva ou, ainda, a apatia embrutecida, outras formas reativas podem surgir como elementos estranhos.
Quando se distingue afetos individuais, fala-se por exemplo de susto, prazer, compaixão~ etc., estes não são nada mris do que respostas diversas a estímulos qualitativamente variados. A experiência ensina que a predisposição afetiva a estímulos di-versos tem conformações distintas em personalidades diferentes . Aqui pode-se falar de pre-disposições afetivas diversas.
-No entanto, a reaçao afetiva que se manifesta sempre de forma momentânea depende, tambêm, naturalmente da intensidade, amplitude e persistência de um estímulo. O mans.o poderá, quando devidamente importunado, reagir iradamente e o fleumático, por sua vez, pode chegar a urna mobilidade extrema. Isso não impede, de modo algum, que os afetos particulares do indivíduo determi
-nem por sua vez o estímulo.A mosca na parede, por exemplo, que constitui motivo de divertimento para alguns, será motivo de ir-ritabilidade para outros." (16)
Ao mesmo tempo que se constata a complexidade que en-volve o estudo da afetividade, deve-se notar o desenvolvimento da psico16gia na busca de métodos mais adequados para sua pesquisa. A relação entre as cores e os traços de personalidade tem trazi-do urna importante contribuição para a compreensão trazi-do comportamen to afetivo.