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O psicodrama pedagógico: estratégia para a humanização das relações de trabalho.

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Academic year: 2017

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RELATO DE EXP E R I EN C I A

o PSICODRAMA PEDAGOGICO: ESTRATEGIA PARA A HUMANIZACAo DAS

RELACOES DE TRABALHO

PEDAGOG I CAL PSYC H O D RAMA: A STRATEGY FOR TH E H U MAN IZAT I O N OF WORK RELATION S H I PS

E L PSICODRAMA P E DAGOG I C O : ESTRATEG IA PARA H U MAN IZAR LAS RELAC I O N E S D E TRABAJ O

Toyoko Saeki 1 Ad riana Katia Correa 2 Maria Conceigao B ernardo d e Mello e Souza 1 M a ria Lucia ZanetW

RES U M O : Este estud o teve como objetivo analisar a util izagao do psicodrama pedag6gico como estrategia para refleti r sobre a h u m a n izagao d o ate n d i mento em sau d e . Foram real izados c i n co e n contros, d e maio a j u n h o d e 2000 . A s tematicas desenvolvidas foram : 0 contexte d e trabalho em u rgencia e a atu alizagao da referencia pessoal e profissional , i n d ivid u a l e grupa l ; reconhecimento d o u s u a ri o . Ten d o e m vista a n ecessidade d e se repensar a h u m a n izagao do ate n d i m e nto em emergencia, consid eramos q u e a abordagem psicod ramatica d espertou 0 trabalhador para 0 comp ro misso e responsabilizagao com 0 traba l h o .

PALAVRAS - C H AV E : e nfermagem , psicodra m a , servigo

ABSTRACT: The aim of th is stud y is to a n alyze the use of pedagog i cal psycho d rama as a strategy for reflecti ng on the h u ma n izatio n of health care. Five meetings were held from May to J u ne 2000. In these meeti ngs the fol lowi ng themes were d eveloped : context of work i n emergencies; u pd ating of the personal and professional, i n d ividual and g ro u p reference, and acknowledgement of users. I n view of the need of reth i n king h u man ization in emergency care , we consider that the psychod rama approach alerted health professionals for the necessary comm itment and responsibil ity i n their work.

KEYWO RDS: n u rsing , psycho d ra m a , service

RES U M E N : Este estud i o tuvo como o bjetivo analizar la util izaci6n del psicodrama pedag6g i co como estrategia para reflexionar sobre la h u ma n izaci6n del ate n d i miento en sal u d . Fueron realizados cinco encuentros, de mayo a j u n i o de 2000. Las tematicas d esa rrolladas fu ero n : el contexte de tra baj o en u rgencia y la actualizaci6n de la referencia personal y profesional, individual y gru pal; reconocimiento del usuario. Lievando en cuenta la necesidad de repensar la h u m a n izaci6n del ate n d i m iento en emergencia, consideramos que la propuesta psicodramatica Ie hizo despertar a l trabajador e l compromiso y la responsabilidad hacia s u trabaj o .

PALAB RAS C LAV E : e nfermeria, psicod ra m a , trabaj o

Recebido em 1 2/09/200 1 Aprovado em 1 8/1 2/200 1

1 P rofe s s o r D o u t o r d o D e p a rt a m e n t o d e E nfe r m a g e m P s i q u i a t r i c a e C i e n c i a s H u m a n a s - E s co l a d e Enfermagem d e Ribeirao Preto d a U niversidade d e Sao P a u l o .

2 Professor D o u to r d o D e p a rt a mento d e E nfe rmagem Geral e E s p e c i a l i z a d a d a Esco l a d e Enfermagem d e

Ribeirao Preto d a U n iversidade d e Sao P a u l o .

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o psicod rama pedag6gico: estrategia .. .

INTRODU;Ao

C o n s i d e ra n d o as propostas d e m u d a n :as organizacionais d e u m hospital d e emergencia d e grande porte , n o i nterior d o estado d e S a o Paulo, elaboramos u m p rograma e d u cativo contemplando aspectos i n e re ntes a h u m a n iza:ao d a s re la:6es i n terp e s s o a i s no a m b i e n t e de t ra b a l h o . E s s a s mudan:as estao relacionadas c o m a proposta d e constitu i:ao de u m modele d e gestao participativo em substitu i:ao ao tradicional ate entao vigente. 0 modele de gestao participativ� envolve a forma:ao de unidades gestoras de trabal h o , com a participa:ao de varios profissionais, sendo a pro posta basica constitu ir uma gestao i nterd isci p l i n a r, p a rticipativa e flexfvel que ofere:a cond i:6es p a ra a recria:ao d a s p raticas coti d i a n a s , com e nfa s e no d es e n v o l v i m e nto d o co m p ro m i s s o , e n v o l v i m e nto e c o m pete n c i a d o trabalhador, com 0 i ntu ito d e q u a l ificar 0 ate n d i mento ao u s u a ri o . N e s s e p ro c e s s o de t ra n sfo r m a : a o organizacional, a rela:ao dos p rofissionais co m os usuarios p6de ser repensad a . Um dos pontos que se mostrou crftico foi 0 ate n d i mento d e recep:ao de urgencia, no que se refere a necessidade de humanizar as rela:6es interpessoais, foco do programa educativo proposto .

o refe re n c i a l te6rico q u e fu n d a m e n tou a elabora:ao da proposta edu cativa foi 0 psicodramatico, c o n s i d e ra n d o q u e p o s s i b i l ita a o s p a rti c i p a ntes refletirem , de forma esponta nea e criativa , sobre suas vivencias no cotidiano d e tra balho .

o psicodrama pod e ser uti lizado tanto como re cu rso p s i cotera p i co c o m o p e d a g 6 g i co . N e ste estu d o , uti l i zamos 0 psicodrama pedag6gico q u e envolve aprendizagem d iferente da tradicional. Enfatiza o trabalho em grupo atraves da a:ao, resgata 0 sentido l u d ico e pedag6g i co da com u n i ca:ao, faci l ita ndo a expressao e 0 entendimento das ideias. Desse modo, propicia a exterioriza:ao d e problemas e d ificuldades i m a g i n a d a s , p e r m i t i n d o s u a e x p l o ra : a o e entendimento vivencial ( M U H L E M B ERG, 1 999).

Ass i m , 0 obj etivo deste estud o foi analisar a utiliza:ao do psicodrama como estrategia pedag6gica para refleti r sobre a human iza:ao d o atendimento em s a u d e , e s p e c i fi c a m e n t e , em u m s e rv i : o d e emergencia .

TRAJETORIA M ETODOLOGICA

Estud o descritivo (TRIVI N OS , 1 992), realizado em u m a U n idade d e E mergencia d e u m Hospita l Escola d o i nte rior d o Esta d o d e S a o P a u l o . Foi i m p l e m e nta d o um p ro g ra m a e d u ca t i v o com a su pervisao de uma psicod ramatista , no perfodo d e 1 6

d e maio a 1 7 d e j u n h o d e 2000 , total izando cinco e n co n t ro s , c o m c a r g a h o ra ri a d e 1 5 h o ra s . Participaram 24 fu ncionarios dos servi:os de portaria, reg istro , escolta , ascensorista e d o servi:o social , subd ivididos em dois g ru pos.

As tematicas d esenvolvidas foram: 0 contexte de trabalho em u rgencia e a atualiza:ao da referencia p e s s o a l e p ro fi s s i o n a l , i n d i v i d u a l e g ru p a l ; 0 reconhecimento do usuario da unidade de emergencia - resgate do senso de realidade e de percep:6es o bj e t i v a e h u m a n a d o o u t ro ; fo r m a s d e relacionamentos e responsabil iza:ao que favore:am a capacidade de d a r respostas eticas e de respeito a cidadania dos u s u a rios.

As etapas util izadas para 0 d esenvolvi mento d a s t e m a t i c a s , e m c a d a e n c o n t r o , fo ra m : 0 aquecimento inespec ffico , 0 aq uecimento especffico , a a:ao e os comentari o s fi n a i s . N o aquecimento inespeciico foram propostas algumas atividades como relaxamento, expressao corpora l , dan:a e jogos de forma a preparar os participantes para os momentos s u b s e q u e n t e s . N o a q u e c i m e n to e s pe c f f i c o , os participantes fora m sensibil izados para a tematica proposta em cada e n contro , como por exemplo, q u e pensassem em situa:6es vivenciadas no trabalho, n a s rela:6es com os colegas , nas faci l i dades e d ificu ldades encontradas para 0 d esenvolvimento de suas atividades, d entre outros.

E m seg u i d a , n o d esenvolvi mento da a:ao , os fu n c i o n a ri o s reto m a v a m o s p e n s a m e ntos e os s e n t i m e n t o s e x p e ri m e n t a d o s no a q u e c i m e n t o especffico , expressando-os atraves d e movi mentos corporais, cenas e desenhos . No fi nal, solicitavamos que os participantes comentassem sobre a atividade d ese nvolvi d a , sendo feita rel a:ao com 0 traba l h o cotidiano.

No d e s e n v o l v i m e nto d e c a d a eta p a , e ra e nfocada a rela:ao "eu - com i g o ; eu - com -0 -outro e eu - co m - tod os" fu n d a m ental no psicodrama pedag6g ico . Ap6s cada encontro , os coordenadores se reu n i a m para d i scutir a vivencia e registravam 0 que emergiu no g ru po e tambem as suas obseva:6es e p e rcep:6e s . P o s t e ri o r m e n t e , e ra rea l i z a d a a supervisao com a psicod ramatista , com 0 i ntu ito d e avaliar e planejar 0 pr6xi mo encontro .

IMPLEMENTA;Ao D A PROPOSTA PEDAGOGICA

A uti l iza:ao d o psicod rama como estrategia pedag6gica possi bil itou aos p a rticipantes refletirem sobre si mesmos, sua i nser:ao no local de trabalho e s u a s re l a :6es co m o s d e m a i s tra b a l h a d o res e u s u a rios . As eta p a s d esenvolvidas n o p rocesso e d u ca t i v o d e s p e rt a r a m a e s p o n ta n e i d a d e e a

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SAEKI , T. ; C O R REA, A. K . ; M ELLO e S O U ZA, M . C . B . d e ; ZAN ETTI , M . L .

criatividade3 d o trabalhad or, faci lita n d o a expressao de pensamentos e senti m e ntos sobre suas vivencias no cotidiano.

Isso foi poss ivel pois, 0 psicod rama pedag6gico propoe u m a aprend izagem d iferente da trad icional , privi leg iando a vivencia q u e envolve 0 pensar, 0 sentir e o agir, produzindo resultados que podem permanecer com os participantes por longo tempo ( DATNER, 1 999). Nos encontros realizados, emerg i ram algu mas q u estoes refere ntes as re l a :o e s no t ra b a l h o e sig n ificativas p a ra re p e n s a r a h u m a n i za:ao n o contexto da emergencia:

o grupo, de modo geral, demonstrou uma baixa auto-estima em rela:ao ao seu trabalho, 0 q u e parece ser gerado pela falta de i nforma:oes, de espa:os para opinar, d e reco n heci m ento e val o riza:ao d e suas atividades pelos colegas e chefias; d i ficu ldade de

alguns fu ncionarios em se perceberem como agentes

responsaveis pela U n idade de Emergencia. Frente aos problemas, depositam as responsabilidades em outros ou na " I n stitu i :ao" (como se ela existisse a p a rte d e s i m e s m o s ) , p o s i c i o n a n d o - s e d e m o d o p o u c o e n vo l v i d o c o m a s s i t u a :o e s coti d i a n a s ; a l g u n s fu n c i o n a ri o s v e e m a i n st i t u i :a o d e u m a fo r m a ideal izada , apresenta n d o d ificu ldade para a n a l i s a r 0 seu fazer, e n q u a nto a l g u n s outros mostra m vontade em imprimir sua marca no tra b a l h o ; observam-se problemas na com u n i ca:ao entre os fu n cionarios, funcionarios e chefia e entre os d iversos setores, como a falta de repasse e fragmenta:ao de i nforma:oes; alguns servidores mostraram-se presos a regras e normas e sem preparo etico e h u mano suficiente para lidar com os u s u a rios d a U n i d a d e d e E mergencia, 0 q u e se traduz em atitu des, as vezes, pouco fl exiveis e ate de desrespeito . Essa situa:ao revela a institui:ao e n g e s s a d a em r e g r a s e p a p e i s a c u m p ri r. O s partici pantes , em m u itos momentos , relataram q u e 0 s e u tra b a l h o c o t i d i a n o m o b i l i z a s e n t i m e n to s , preocu pa:oes e ansiedades e q u e n a o e n co ntra m espa:os adequados para serem elaborados .

N esta d i re:ao , na s a u d e , necessario se faz reaproximar os fu n c i o n arios d o res u lta d o d e seu trab a l h o , re sgata n d o a va l o ri z a : a o do o rg u l h o profissional pelo esfor:o s i n g u la r realizado , d e forma

q u e eles possam se reconhecer, ser valorizados e ter respeito p u b l i co (CAM P O S , 1 997).

CONSIDERA;OES FINAlS

A p a rt i r da n o s s a vive n c i a e da ava l i a:ao re a l i z a d a p e l o s p a rt i c i p a ntes a o fi n a l d o cu rs o , c o m p ree n d e m o s q u e 0 p ro g ra m a d e s e n v o l v i d o possi b i l itou a o s fu ncionarios a reflexao sobre seu cotidiano de trabal h o , envolvendo as suas rela:oes com os u s u a ri o s , d em a i s fu n c i o n a rios e chefias . C o n s i d e ra m o s q u e a abord a g e m d o psico d rama d espertou 0 trabalhador para 0 compromisso, cria:ao de v i n c u l os e res p o n s a b i l iza:ao com 0 traba l h o , atitudes n ecessarias para repensar a h u maniza:ao do aten d i m e nto em e m e rg e n ci a . Nesse senti d o , ressaltamos a i m portancia de implementar estrategias a d m i n i strativas e pedag6gicas para que 0 processo por eles vivenciado tenha contin u idade e ressonancia.

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

C A M P O S , G . W. S . S u bj e t iv i d a d e e a d m i n i stra:ao d e pesso a l : c o n s i d e ra:6es s o b re modos d e g e r e n c i a r 0 trabalho em e q u i p e de s a u d e . I n : M E R HY, E . E . ; ONOCKO, R . Agir e m s a u d e -um desafio para 0 p u b l ico . Sao Pa u l o :

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G O N :ALV E S , C . S . ; WOL F F, J . R . ; ALM E I DA, W. C. Li�6es d e p s i c o d ra m a : i n t ro d u : a o ao p e n s a m e n to d e J . L . Moreno. 5 . e d . Sao P a u l o : Agora , 1 99 8 .

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M U H L E M B E R G , L . M . M o b i l iza:ao social e psicodrama no tra b a l h o com u n itari o . L i n has C riticas, B rasil ia, n . 4 , v. 7/8 , p . 99-1 0 2 , 1 99 9 .

T R I V I N OS , A. N . S . I ntrod u�ao a pesquisa em ciencias

soci a i s . Sao P a u l o : Atl a s , 1 99 2 .

3 A esponta neidade e a r e s posta d o individuo a u ma nova situa:ao e a n ova r e s posta a u m a a ntiga situa:ao

( M O R E N O , 1 99 3 ) . A criativ i d a d e e i n d i ssociavel d a esponta n e i d a d e . A esponta n e i d a d e e um fato r que perm ite ao potencial criativo atua l izar-se e m a n ifestar-se ( G O N :ALV E S ; WOL F F ; ALM E I DA , 1 99 8 , p . 4 7 ) .

Referências

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