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Lesões em atletas de futevôlei.

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www.rbceonline.org.br

Revista

Brasileira

de

CIÊNCIAS

DO

ESPORTE

ARTIGO

ORIGINAL

Lesões

em

atletas

de

futevôlei

Aline

Teixeira

Alves

a

,

Daniela

Moraes

de

Oliveira

b

,

Juliana

Guimarães

Sousa

Valenc

¸a

b

,

Osmair

Gomes

de

Macedo

a

e

João

Paulo

Chieregato

Matheus

c,

aFaculdadedeCeilândia,UniversidadedeBrasília(FCE/UnB),Brasília,DF,Brasil bCursodeFisioterapia,CentroUniversitáriodeBrasília(UniCeub),Brasília,DF,Brasil

cProgramadePós-Graduac¸ãoemCiênciaseTecnologiasemSaúde,FaculdadedeCeilândia,UniversidadedeBrasília(FCE/UnB),

Brasília,DF,Brasil

Recebidoem19desetembrode2012;aceitoem19desetembrode2013 DisponívelnaInternetem5demarçode2015

PALAVRAS-CHAVE

Futevôlei; Traumatismo ematletas; Medicinaesportiva; Incidência

Resumo Ofutevôleiéumesportegenuinamentebrasileiro,comtradic¸ãode50anos,eaté entãonãohaviaconhecimentodaprevalênciadelesões.Assim,osobjetivosdesteestudoforam analisar aocorrênciadaslesões, identificarasregiõesanatômicas acometidasedescrever o perfildospraticantes.

Métodos: Usou-se o inquérito de morbidade referida adaptado. Participaram do estudo 69atletas,deambososgêneros.

Resultados: Dototal depraticantes,27relataramlesõesduranteaprática dofutevôlei.Em relac¸ão àsmaioresprevalências porregiãoanatômica,19lesionaram osmembrosinferiores (55,8%)e11acolunavertebral(32,3%).

Conclusão:A ocorrência de lesõesno futevôleifoi de 39,1%,com predomínio delesões no gêneromasculinoenaquelescommaiortempodeprática.

©2015ColégioBrasileirodeCiênciasdoEsporte.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todosos direitosreservados.

KEYWORDS

Footvolley;

Injuriesinathletes; Sportsmedicine; Incidence

Lesionsinfootvolleyathletes

Abstract TheBrazilianfootvolleyisagenuinelynativesport,withatraditionof50years,and untilthentherewasnoknowledgeoftheprevalenceofinjuries.Theobjectivesweretoanalyze theoccurrenceofinjuries,identifytheanatomicalregionsaffectedanddescribetheprofile.

Methods:Thereportedmorbidityquestionnaireadaptedwasused.Thestudyincluded69 ath-letesofbothsexes.

Autorparacorrespondência.

E-mail:jpcmatheus@unb.br(J.P.C.Matheus). http://dx.doi.org/10.1016/j.rbce.2015.02.003

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Results:Fromthetotalofathletes,27reportedinjuriesduringthepractice.Regardinghigher prevalencebyanatomicregion, 19injuredlowerlimbs(55.8%)and11thevertebral column (32.3%).

Conclusion:Theoccurrenceoflesionsinfootvolleywas39.1%,withpredominanceofinjuries inmaleathletesandthosewithlongertimeofpractice.

©2015ColégioBrasileirodeCiênciasdoEsporte.PublishedbyElsevierEditoraLtda.Allrights reserved.

PALABRASCLAVE

Futvoley;

Lesionesenatletas; Medicinadeportiva; Incidencia

Lesionesenatletasdefootvolley

Resumen Elfutvoleyesundeportedetradicióngenuinamentebrasile˜na,con50a˜nos,yhasta entoncesnohabíaconocimientodelaprevalenciadelaslesiones.Losobjetivosfueronanalizar laincidenciadelaslesiones,identificarlasregionesanatómicasafectadasydescribirelperfil delosjugadores.

Métodos: Seutilizólaencuestademorbilidadadaptada.

Resultados: Deltotaldelosatletas,27reportaronlesionesdurantelapráctica.Encuantoa unamayor prevalenciaporregiónanatómica,19 resultaronconheridas enlasextremidades inferiores(55,8%)y11enlacolumna(32,3%).

Conclusión:Laincidenciadelesionesenelfutvoleyfuedel39,1%,conunpredominiodelas lesionesenatletasmasculinosyenaquellosconunmayortiempodepráctica.

©2015ColégioBrasileirodeCiênciasdoEsporte.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todoslos derechosreservados.

Introduc

¸ão

Emmeadosdosanos1960surgianoBrasilumnovoesporte, naquelaépocachamadojoguinhooupé-voleieatualmente futevôlei.Paraburlaraproibic¸ãodapolíciadesejogar fute-bolnapraiaapartirdeumhoráriodefinido,ospraticantes resolveramjogarfutebolusandoastraves(semredes)das quadrasdevôleidepraia.Riscavamcomospés oslimites daquadradosdois ladosdatrave, de formaqueessasse transformassem em quadras semelhantes à de vôlei,e os jogadorespodiamtocarabolacomospésoucomacabec¸a. Comonovôlei,a bolanãopodia tocarno chãodentro da áreademarcada e, desde então, surgiram novas regras e oesportesepopularizouportodo omundo(Confederac¸ão BrasileiradeFutevôlei,2012).

Os principais segmentos que entram em contato com a bola durante a prática do futevôlei são os pés, o joe-lho, a cabec¸a e o tronco, embora ocorra uma grande participac¸ão dos outros segmentos corporais em todas as jogadas.Diferentemente deoutrosesportesestudadospor diversospesquisadores (Aguiar et al., 2010; Souza etal., 2011;Zanutoetal.,2010)eporserrelativamenterecente em sua criac¸ão, há umagrande escassez de informac¸ões referentes à ocorrência de lesões durante a sua prática. Nesse sentido, vale a pena considerar o vôlei e o fute-bol,aindaquedemodo independente,afimde fomentar osestudosiniciais arespeito daprevalência delesõesem praticantesdefutevôlei.

A exposic¸ão constante a modalidades esportivas em quaisquerníveis de desempenho, por si, já constitui uma situac¸ão deriscoparaocorrênciadelesões(Aguiar etal., 2010;Auvinen etal.,2008; Souza etal., 2011;Zanuto et

al.,2010).Nessassituac¸ões,umalesãoédefinidacomo qual-queracometimentoocorridoduranteapráticaesportivaque afasta ouimpedeo atleta dedar continuidade ao treina-mentonodiaseguinteaoacontecido(Hillman,2002etal., 2009).Ofuteboleovoleibol,quetêmemcomumabolaea coletividade,sãoosdesportosquemaislevampraticantesa procurartratamentos,comocitadoporSousaetal.(2004). Ofuteboléresponsávelporcercade50%a60%detodasas lesõesesportivasnomundo(Palácioetal.,2009).

Simões(2005)divideosfatoresquepredispõemaslesões em extrínsecos, como periodicidade, intensidade da ati-vidadefísica,condic¸õesatmosféricas,tipode modalidade desportiva e local de treinamento, e intrínsecos, como idade,gênero,estatura,composic¸ãocorporal,nívelde apti-dãofísicaeperíododetratamentodaslesões,entreoutros. Comisso,assumeaorientac¸ãoprofissionalcomoforma indis-pensáveldeprevenc¸ãoeprotec¸ãocontralesõesdentrode cadamodalidade.Énecessáriooconhecimentodelasedas formasdecomoaspessoaspraticamosexercícios.

Combasenoexposto,esteestudojustifica-sepela possi-bilidadedereunirinformac¸õessobreaocorrênciadelesões empraticantesdefutevôlei.Assim,constitui-secomo obje-tivodesteestudoanalisaraocorrênciadaslesões,identificar asregiõesanatômicas maisacometidas,avaliaroshábitos depráticaedescreveroperfildospraticantesdessa moda-lidadeesportiva.

Métodos

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89 atletas de futevôlei de ambos os gêneros. Desses, 13 foramexcluídosporfalta derespostaemumdositens do questionário e sete por ter tempo de prática inferior a trêsmeses,o queresultou em 69. Todosconcordaram em participar da pesquisa e assinaram um termo de consen-timento livre e esclarecido e o estudo foi aprovado pelo ComitêdeÉticaePesquisadoUniCeub,númerodo proto-coloCAAE-2518/09, de acordocom aresoluc¸ão específica doConselhoNacionaldeSaúde(n◦ 196/96).

Comométododecoletadedadosempregou-seo inqué-ritodemorbidade referida adaptado àscaracterísticas da modalidade, que consistiu na aplicac¸ão de um questioná-rio dirigido de 15 questões (cinco abertas, sete fechadas e três semifechadas), comcampo parapreenchimento de informac¸ões geraiscomo idade, massa, estatura, gênero, feitura de aquecimento prévio e frequência da prática esportivasemanal.Referenteàslesões,osatletas responde-ramarespeitodotipodeagravo,localanatômico,tempode afastamentoefatoresambientaispredisponentesàslesões. Questionários como esse, de forma geral, são frequente-menteusadosemdecorrênciadobaixocusto,objetividade e abrangência de informac¸ões (Aaron et al., 1995). Para efeitodepadronizac¸ãodoestudo,considerou-secomolesão desportiva qualquer dor ou afecc¸ão musculoesquelética resultantedetreinamentose/oucompetic¸õesdesportivas, suficiente para causar alterac¸ões no treinamento nor-mal, seja na forma, durac¸ão, intensidade ou frequência, conformejáusadoemoutraspesquisas(Pastreetal.,2004). Após a aplicac¸ão dos questionários, os dados foram tabulados no programa Microsoft Excel2007 e foi feita a estatísticadescritivaparaseobteramédia,odesviopadrão eopercentual.

Resultados

Aanálisedosdadosmostrouquedos69praticantes,20eram dogênero feminino (28,98%) e 49 do masculino (71,01%). A idade média foi de 32,5±7,78 anos, a massa corpo-ral de 72,8±11,6kg, a altura de 1,73±8,88m e o IMC de24,05±2,24Kg/m2.Otempodepráticavarioude

qua-tromesesa23anos,commédiadefrequênciaemtrêsvezes semanaiseduasatrêshoraspordia.

Dototaldepraticantespesquisados,27relataramjáter sofridoalgumtipodelesãoduranteapráticadofutevôlei, commaiorprevalêncianogêneromasculino:20(40,81%)dos 49homenscontrasete(35%)das20mulheres.Ospraticantes comlesãoapresentarammédiadaidadede32,5±6,6anos, médiademassacorporalde75,7±11,81Kg,médiadealtura de 1,75±8,80m e média de IMC de 24,96±2,46Kg/m2.

Otempomédiodepráticanoesportefoide8,34±6,29anos, commédiadefrequênciade3±1vezessemanaiseduasa trêshoraspordia(tabela1).

Dospraticantesquenãorelataram tersofrido lesão,29 eram do gênero masculino e 13 do feminino, com média deidadede32,28±8,37anos,médiademassacorporalde 70,69±11,12kg,médiadealturade1,72±8,83memédia deIMCde23,6±2,03kg/m2.Otempomédiodepráticano

esportefoide4,79±5,96anos,commédiadefrequênciade 3±0,85vezessemanaiseduasatrêspordia(tabela1).

Em relac¸ão à prevalência por região anatômica, 19 (55,88%) pessoas lesionaram os membros inferiores, 11

Coluna 32%

MMSS 3% MMII

56%

Pelve 9%

Figura1 Frequênciadelesõesporregiãocorporalacometida nofutevôlei.

Legenda:%,percentual;MMSS,membrossuperiores. Fonte:arquivosdosprópriosautores.

(32,35%) a coluna vertebral, trêsa pelve (8,32%) e uma (2,94%)osmembrossuperiores,nototalde34lesões(fig.1). Quantoàlocalizac¸ãoanatômicadaslesões,novepessoas (26,47%)lesionaramojoelho,oito(23,52%)acolunalombar, quatro(11,76%)acoxa,quatro(11,76%)opé,três(8,32%)a pelve,trêsacolunacervical(8,32%),duas(5,88%)apernae uma(2,94%)oombro(fig.2).

Quantoaohábitodosparticipantesquesofreramlesões de fazer exercícios preparatórios, setepessoas (25,93%) referiramapenasalongar-seantesdaspráticas,seis(22,23%) apenasaquecer-se, uma(3,7%) apenas alongar-se após as práticas, sete(25,93%) alongar-se e aquecer-se antes das

3% 9%

9%

6%

12%

12%

24%

26%

Figura 2 Frequência de lesões por segmento corpóreo no

futevôlei.

Legenda:%,percentual.

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Tabela1 Dadosreferentesaoperfildosatletascomlesãoesemlesão

Perfildospraticantes Comlesão Semlesão

Média DP Média DP

Idade(Anos) 32,50 6,60 32,28 8,37

Massa(Kg) 75,70 11,81 70,69 11,12

Altura(m) 1,75 8,88 1,72 8,83

IMC(Kg/m2) 24,96 2,46 23,60 2,03

Tempodeprática(anos) 8,34 6,29 4,79 5,96

Frequênciasemanal(dias) 3,00 1,00 3,00 0,85

DP,desviopadrão;Kg,quilogramas;m,metros;Kg/m2,quilogramaspormetrosquadrados. Fonte:arquivosdosprópriosautores.

Tabela2 Dadosreferentesaoshábitosdepráticadospesquisados

Fasepreparatória Comlesão Semlesão

F % F %

Alongamantes 7 25,93% 7 16,67%

Aquecem 6 22,23% 7 16,67%

Alongamapós 1 3,70% 0 0,00%

Aquecemealongamantes 7 25,93% 18 42,86%

Alongamanteseapós 0 0,00% 1 2,38%

Aquecemealongamapós 1 3,70% 1 2,38%

Aquecem,alongamantesepós 5 18,51% 5 11,90%

Nadafazem 0 0,00% 3 7,14%

Total 27 100% 42 100%

F,frequência;%,percentual. Fonte:arquivosdosprópriosautores.

práticas,uma(3,7%)aquecer-seealongar-seapósas práti-cas,cinco(18,51%)alongar-seanteseapósaspráticas,além deaquecer-se.Nenhumdosparticipantesrelatoualongar-se anteseapósaspráticas(tabela2).

Quanto ao hábito dos participantes que não sofre-ramlesõesdefazerexercíciospreparatórios,sete(16,67%) relataram só fazer alongamento antes das práticas, sete(16,67%)sófazemoaquecimentoparaaspráticas,18 (42,86%) relataram aquecer e alongar antesdas práticas, um(2,38%)fazalongamentoanteseapósaspráticas,assim comoomesmopercentualparaosqueaqueceme alongam--seapósaspráticas,eum(11,90%)dissealongar-seantese depoisdapraticas,alémdeaquecer-se.Nenhumdeles rela-tousóalongar-seapós aspráticasetrês(7,14%)relataram nãofazerqualquerdastécnicasacimareferidas(tabela2). Quando perguntados sobre quais fatores consideravam estar associado às lesões, doisparticipantes (2,04%) con-sideraram o clima (sol, chuva, vento), 12 (24,50%) o aquecimento insuficiente, nove(18,36%) a técnica inade-quada,um(2,04%)ascondic¸õesalimentares,cinco(10,20%) ascondic¸ões dosolo,um(2,04%) afalta de entrosamento da dupla, três(6,13%) a falta de condicionamento físico, um(2,04%) o desgaste físico, um(2,04%) o sobrepeso e 14(28,60%)oexcessodetreinamento(n=14)(tabela3).

Discussão

Como mencionado anteriormente, a ausência de estudos a respeito do futevôlei nas bases científicas impossibilita

direcionar esses achados com os de outros pesquisadores dentrodamesmamodalidadeesportiva.Dessaforma,a dis-cussão será fomentada a partir de estudos de lesões em outrasmodalidadesdesportivas.

Em nossoestudo, osparticipantes que sofreramlesões apresentaram maiortempo de prática desportiva quando comparadoscomosparticipantesquenãosofreramlesões. Esse resultadocorroboraoestudodeStapait(2003)a res-peitodaprevalênciadelesõesnosquash.Eleconcluiuque

Tabela3 Considerac¸õesdosatletassobrefatores associa-dosàlesão

Fatoresassociadosàlesão F %

Clima 2 2,04

Aquecimentoinsuficiente 12 24,50 Técnicainadequada 9 18,36 Condic¸õesalimentares 1 2,04 Condic¸õesdosolo 5 10,20 Faltadeentrosamento 1 2,04 Faltadecondicionamento 3 6,13

Desgastefísico 1 2,04

Sobrepeso 1 2,04

Excessodetreinamento 14 28,60

Total 49 100

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aslesõesforammaiselevadasnosatletascommaiortempo deprática,emboraessaassociac¸ãonãotenhaocorridoem outrasmodalidadesesportivas,comootênis(Guedesetal., 2010).

Asmédiasdasvariáveisaltura,idadeeIMCnão apresen-taramdiferenc¸aentreosatletasque relataramlesãoe os quenãorelataram.Porém,apesardeapenasumatleta con-siderarosobrepesocomofatorquepoderiaestarassociado àlesão,avariávelmassacorporalapresentoudiferenc¸ade 5kgnamédiadosgruposcomlesão(75,7kg)eossemlesão (70,69kg). Essesachados vão de encontroa outro estudo (Lopesetal.,1996),emqueoexcessodemassacorporalfoi fatorpredisponenteparaaslesõesmusculares.

Emambososgrupos(comesemlesão)afrequência sema-nalfoidetrêsvezesporsemana eadurac¸ãodaatividade variouentreduase trêshoras pordia.Stapait(2003),em seuestudo,nãoobservoudiferenc¸acom relac¸ãoà quanti-dadedediaspraticadosentreosatletasqueapresentaram eosquenãoapresentaramlesão.

Emboraoutrosautores(Hillmanetal.,2001)afirmemque nãoháprevalênciadelesõesnosesportesquandooassuntoé ogênerodosatletas,nesteestudohouvemaiorprevalência delesõesnosparticipantesdogêneromasculino.

Assimcomooutrasmodalidadesesportivasofutevôleiusa predominantementeosmembrosinferiores.Porém,parao balanc¸oe o equilíbrio corporaldurante os gestos esporti-vos,háumintensousodosmembrossuperioresedotronco (Tamborindeguyetal.,2011).Poressarazãofoiobservado quearegiãodocorpocommaiorprevalênciadelesõesnos atletasdefutevôleifoiomembroinferior,commaior com-prometimentodaarticulac¸ãodojoelho,seguido dacoxae dopé.Ousopredominantedomembroinferiornoschutese nospasses,somadoàsirregularidadesdosolo,certamente contribuideformasignificativaparaoaumentodaslesões. Em estudo prospectivo feito com atletasde basquetebol, em que há grande uso também dos membros superiores, Silva etal. (2007) encontraram predomínio de lesões nos membrosinferiores,commaiorprevalêncianaarticulac¸ão do joelho. Em outro estudo com atletas de basquetebol (Tamborindeguy et al., 2011), os resultados encontrados mostraramqueossegmentoscorporaismaisacometidossão aface,asmãos,acolunadorsolombar,ojoelhoeo torno-zelo.

Nocasodovoleibol,Perroni(2007)observouqueamaior ocorrênciadelesõesocorreuduranteostreinoseasregiões maisacometidastambémforamosmembrosinferiores,com maiorprevalênciadosjoelhos.GarrickeWebb(2001) menci-onamque,emtodososesportes,ojoelhoestámaispropenso a sofrer lesões quando comparado com outras áreas do corpo. Em um estudo com jogadores de futebol, Silva etal. (2008)encontraram maiorprevalênciade lesõesna articulac¸ãodojoelho,seguidadaarticulac¸ãodotornozelo, erelataramqueseusresultadoscorroboramoutrosestudos feitoscomatletasdamesmamodalidade(Carazzato,1993; Torres,2004).Aocompararaincidênciadelesões traumáti-casemdeztiposdemodalidadesesportivas,Carazzatoetal. (1992)verificaramopredomíniodelesõesnojoelhoemsete das10modalidades.Nototaldelesões,ojoelhofoio seg-mento maisacometido, com 23,44%das lesões.Ghorayeb e BarrosFilho (2004)apresentaram em seusestudos valo-resde70%quandoreferidasaslesõesesportivasocorridas nosmembrosinferiores.Ojoelho,aperna,otornozeloeo

péforamasregiõesmaisacometidas.Justificamaindaque amaioria dos esportesusa osmembros inferiorescomo a principalalavancaparadeslocamentodocorpoeessefato geraumamaiorsobrecargamecânicanaregião.

Outraregiãocomprevalênciadelesõessignificativasnos atletasdefutevôlei foi acoluna vertebral, com predomí-niodacolunalombar e,na sequência,dacolunacervical. Acredita-sequeesseachadopodeestarrelacionadoao fre-quenteusodemovimentosdehiperextensãodotroncoeda cabec¸aparapassescomopeitoeataquespormeiode cabe-ceio.Cohen eAbdalla (2003)consideram acolunalombar umaáreaextremamentevulnerávelàslesões,oquevariade acordocomasdiversas práticasesportivas.Menezesetal. (2008),ao estudar a prevalênciade lesões em atletasde voleiboldepraia,encontrarammaiorprevalênciadelesões naarticulac¸ãodojoelho,seguidadacolunalombar.

Osatletasdefutevôleiapresentaramapenasquatro ocor-rências de lesões no pé. De acordo com Menezes et al. (2008),abaixaocorrênciadeentorsesdotornozelono volei-boldepraiaocorredevidoadoisfatores:apoucaresistência mecânicaoferecidapelosoloàinversãodopé(mecanismo maiscomumdesse tipodelesão)e opequenonúmerode atletasnaquadra(oquediminuio riscodechoquesentre eles).Por ser praticado nomesmo tipode piso e por ser praticadoem duplas,aocorrênciadeentorsesde tornoze-losnosjogadoresdefutevôleiseaproximadasocorridasno voleiboldepraiae diferenciam-sedassofridas nofutebol enovoleiboldequadra,umavezquesãovistascommaior frequêncianessesdoisdesportos.

De acordo com alguns autores (Cohen; Abdalla, 2003; Lopesetal.,1996;WilmoreeCostill,2001),oaquecimento eoalongamentofeitosdeformacorretanoiníciodo exer-cício reduzem os riscos de lesões e, no fim, facilitam o aumentodaflexibilidade eprevinem asdoresmusculares. Nesse estudo, o percentual de atletas que praticaram as modalidadesalongamentosantesdaatividade;aquecimento antesdaatividade;alongamentoapósaatividade; aqueci-mentoantesealongamentosapósaatividade;aquecimento antesealongamentosanteseapósaatividadefoimaiorno grupoquesofreulesão.Opercentualdeatletasquefizeram aquecimento e alongamentos antes da atividade; alonga-mentosantese após a atividade e quenada fazem antes eapósaatividadefoimaiornogruposemlesão.Comesses dados,aprincípio,pode-sesugerirqueapráticade aqueci-mentoealongamentonãofoifatordeprevenc¸ãodaslesões. Noentanto,hádeseconsideraraqualidadedesses exercí-cios,umavez que alguns atletaslesionados consideramo aquecimentoinsuficientecomoumdosfatoresquepodem tercontribuídoparaaocorrênciadaslesões.Outrofatora serconsiderado é que a selec¸ão dos participantes para a pesquisaocorreuemdiferenteslocaisdepráticadesportiva e,dessaforma,algunsrecebiamorientac¸õesdeum profes-sorresponsávelpelasatividades,outrosnão.Menezesetal. (2008),emseuestudocomatletasdevoleiboldepraia, veri-ficaramque93,7%dosatletasfazemalongamentoantesdas atividadeseopercentualdelesãoéde68,75%.

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esportivas podem contribuir para o aumento da incidên-ciadas lesões.Lopesetal.(1996) consideramastécnicas detreinamentoineficientesumdosfatoresextrínsecosque propiciam lesões no esporte. Já Garrick e Webb (2001) mencionam o excesso de treinamento como outro fator importantenaocorrênciadaslesões.Talpráticavemsendo descritacomooproblemamaisdifundidonamedicina espor-tiva,comexcec¸ãodosesportesdealtacolisão,oquenãoé ocasodofutevôlei.

Conclusão

Aocorrênciadelesõesnapráticadofutevôleifoide39,13%, compredomíniodelesõesnogêneromasculino.Osatletas commaior tempode práticaobtiveram maiornúmerode lesões.

Quantoàsregiõesanatômicasdessaslesões,concluiu-se queapredominânciaforammembrosinferiorescommaior prevalênciana articulac¸ão dojoelhoe tronco,com maior prevalêncianacolunalombar,porémnãofoipossível corre-lacionaroshábitosdessesatletascomasreferidaslesões.

Por fim, o perfil dos pesquisados mostrou que a maior parteédogêneromasculino,seencontraentreaterceira e quarta décadas de vida e se enquadra em níveis nor-mais quanto ao IMC. A frequência semanal de prática é detrêsvezes,comcargahorária deduasatrês horaspor dia.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

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Referências

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