1199901390cbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
11111111111111111111111111l1li1111111111zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
9
xwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBADESIGN DOMINANTE:
Comportamento do consumidor
e as estratégias de uma
inovação tecnológicaHGFEDCBA
B a n c a e x a m i n a d o r a
Profa. Orientadora: Maria Cecília C. de Arruda Prof.: Luciel Henrique de Oliveira
FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS
ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO
SU CIDEN CHIA0
DESIGN DOMINANTE:
Comportamento do consumidore as estratégias de uma
inovação tecnológica
Dissertação apresentada ao Curso de Pós-Graduação da FGV IEAESP
Área de concentração: Mercadologia como requisito para a 'obtenção de título de mestre em Administração.
Orientadora: Profa. Maria Cecília Coutinho de Arruda
SÃO PAULOA
1999
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAFundação Getutio Vargas . Escola de Administl'"ação . oe Empre!'as de São Paulo
Biblioreca
;
xwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBACHIA0, Su Chien. Design Dominante: comportamento do consumidor e as estratégias de uma inovação tecnológica. São Paulo: EAESPIFGV, 1999. 117p. (Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso de Pós-Graduação da EAESPIFGV, Área de Concentração: Mercadologia).
Resumo: Analisa a competição entre produtos com padrões de tecnologia incompatíveis pela dominância do mercado. Um exemplo clássico é a disputa ocorrida entre as plataformas de videocassetes Betamax e VHS. O padrão que vence a disputa é chamado de Design Dominante.
Descreve as características que o consumidor avalia na escolha de inovações tecnológicas e as diferentes características encontradas num contexto de disputa de padrões pela dominância. Aborda assuntos como o Efeito Bandwagon e a Rede de Extemalidades que estão presentes nestas disputas.
Palavras-Chaves: Design Dominante - Padrões de Tecnologia - Comportamento do Consumidor Difusão de Inovações Rede de Extemalidades Efeito Bandwagon -Compatibilidade - Licenciamento - etc...
de 5:30 Paulo
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onmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAj
3
90/99
~tS,
I - INTRODUÇÃO 7
1.1- Tema 7
1.2 - Justificativa: importância e contribuições 7
1.3 - Objetivos da dissertação 10
1.4 - Pressupostos 11
1.5 - Metodologia 12zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
n-
REVISÃO BillLIOGRÁFICA 152.1 - Design Dominante: conceito e modelo de funcionamento 15
2.2 - Competição e ordem de entrada 25
2.3 - Difusão da inovação e consumidores 30
2.4 - O efeito Bandwagon e sua importância 35
m -
ESTUDO DE CASOS DE DESIGN DOMINANTE 383.1 - Caso passado de competição pelo Design Dominante 38 3.2 - Caso atual de competição pelo Design Dominante: Windows vs. Java 47
3.2.1 - Microsoft 47
3.2.2 - Netscape Communications 53
3.2.3 - Java 57
3.2.3.1 - Arquitetura Java 59
3.2.3.2 - Expectativas iniciais 61
3.2.3.3 - Adoção do Java pelos programadores 63
3.2.4 - Evolução do caso Windows vs. Java 66
3.2.4.1 - Netscape licencia Java 66
3.2.4.2 - Microsoft Pearl Harbor Day 69
3.2.4.3 - Active X 71
3.2.4.4 - Network Computer 72
3.2.4.5 - Integração do Windows com o Internet Explorer 74
3.2.4.6 - Sun processa a Microsoft 76
3.2.4.7 - Processo antitruste 80
3.3 - Análise dos casos 87
3.3.1 - Caso dos videocassetes 87
3.3.2 - Caso do sistema operacional 88
3.3.3 - Caso da linguagem da Internet 89
IV - CONSIDERAÇÕES FINAIS 91
4.1- Análise crítica dos pressuspostos 92
4.1.1 - Efeito Bandwagon e Credibilidade 92
4.2 - Importância do Java no contexto do Design Dominante e a importância
do mercado de Browsers 97
4.3 - Limitações e Contribuições do Estudo 104
4.4 - Sugestões para Futuros Estudos 107
Agradecimentos:
_ A Profa. Maria Cecília Coutinho de Anuda, por toda a sua dedicação e
assistência prestada a mim neste trabalho.
_ Aos Mestres da Fundação Getúlio Vargas, pelos ensinamentos que muito me
fizeram crescer.
- As minhas irmãs que tanto me estimularam.
_ Aos meus colegas de mestrado que conviveram comigo durante todo este
I-cbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAIN T R O D U Ç Ã O
1 .1 - T E M A : Design Dominante: o Comportamento do Consumidor e as
Estratégias de uma Inovação Tecnológica.
1 .2 - J U S T IF IC A T IV A : IM P O R T Â N C IA E C O N T R IB U iÇ Õ E S
Este trabalho contribuirá para um melhor conhecimento do conceito de
Design Dominante que é um assunto pouco difundido e ainda inexplorado.
A propriedade do padrão por uma empresa é uma grande vantagem
estratégica, possibilita o sucesso de toda uma geração de produtos futuros
projetados com o mesmo padrão ou aumentar o ciclo de vida do seu produto atual.
Com o domínio do padrão, a empresa tem a vantagem de poder ditar o ritmo das
inovações, os seus concorrentes estarão esperando o lançamento da detentora do
padrão para projetar um produto compatível com a arquitetura padrão. Isso
possibilita até adiar o lançamento de um novo produto e poder obter um maior
retorno do investimento sobre o produto atual. Um exemplo é o chamado Wintel,
que é a combinação Windows-Intel, essas duas empresas vêm dominando o
mercado dos softwares para microcomputadores e dos chips de computador
respectivamente. A Intel com o seu padrão Pentium (e anteriormente o padrão x86)
está sempre inovando a uma velocidade maior que seus concorrentes. A Microsoft,
microcomputadores, está sempre lançando softwares mais sofisticados. Com isso
se cria um ciclo:
Sempre que um novo chip é lançado, possibilita a indústria de softwares o
lançamento de novos produtos que requeiram maior capacidade de processamento
e memória.
Há a necessidade de atualização de softwares para a utilização de novos
recursos e também de compatibilidade de programas mais recentes com os antigos,
já que um arquivo que tenha sido realizado em um editor de textos de versão mais
nova não será totalmente compatível quando aberto por uma versão anterior.
Os usuários adquirem novos computadores com a configuração requerida
pelos novos programas. Com a atualização tecnológica necessariamente constante,
os consumidores geram lucros constantes para as indústrias de software e chips,
que fortalecidas financeiramente possam investir em pesquisa e desenvolvimento
de novos produtos.
O tema é bastante atual, a Intemet por exemplo que é apontada (Gates,
1995) como um mercado com grande potencial de lucros e devido ao grande
número de tecnologias existentes e necessidades de inovações para tomá-Ia mais
rápida e viável. Éum cenário onde está se desenrolando disputas entre empresas e
grupos de empresas com a finalidade de tomarem suas plataformas tecnológicas os
A revisão bibliográfica de casos e assuntos correlatos possibilitará ao
tomador de decisão um apoio maior em seu processo decisório através de
exemplos passados, estratégias vitoriosas e variáveis que se tomam mais
importantes para os consumidores num contexto de Design Dominante.
As considerações finais fornecerão base para futuros estudos nesse campo
de estudo que ainda encontra-se com pouca bibliografia apesar de estar se
tomando muito importante para o administrador e estrategista de empresas de alta
1 .3 - O B J E T IV O S D A D IS S E R T A Ç Ã OzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
OS objetivos gerais são:
• Descrever o funcionamento do estabelecimento do Design Dominante por
uma empresa.
• Identificar e avaliar os motivos relevantes para os consumidores na
escolha de um produto, num mercado com produtos de designs
diferentes.
1 .4 - P R E S S U P O S T O S
P re s s u p o s to 1 :zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBASe um grande fabricante adere a um padrão, os demais fabricantes
tendem a seguir este mesmo padrão.
P re s s u p o s to 2 : Quanto maior o número de usuáriosonmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAI consumidores que aderem a
um padrão, maior a tendência a que mais usuários I consumidores venham a adotar
esse mesmo padrão no futuro.
P re s s u p o s to 3 : O efeito Bandwagon tem forte impacto nos casos de design
dominante.
P re s s u p o s to 4 : O licenciamento tem sido o fator principal para a inicialização do
1 .5 - M E T O D O L O G IAzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
o
campo de estudo deste tema ainda se encontra pouco explorado compoucas publicações e pesquisas realizadas, apesar de que vem sendo publicados
(Brynjolfsson e Kemerer, 1996) mais artigos relacionados a Rede de Externalidades
(que será abordado posteriormente neste estudo) e padrões. Devido a esta
situação e para ter uma maior flexibilidade, será feito um estudo exploratório.
Malhotra (1996) descreve que:A
"E m g e ra l,HGFEDCBAo e s tu d o e x p lo ra tó rio é s ig n ific a tiv o n a s s itu a ç õ e s
n a s q u a is o p e s q u is a d o r n ã o te m a s u fic ie n te c o m p re e n s ã o
p a ra p ro s s e g u ir c o m o p ro je to d e p e s q u is a . O e s tu d o
e x p lo ra tó rio é c a ra c te riza d o p e la fle x ib ilid a d e e v e rs a tilid a d e
c o m re s p e ito a o s m é to d o s p o rq u e p ro to c o lo s fo rm a is d e
p e s q u is a e p ro c e d im e n to s n ã o s ã o im p le m e n ta d o s .
R a ra m e n te s ã o e n v o lv id o s q u e s tio n á rio s e s tru tu ra d o s ,
g ra n d e s a m o s tra s e p la n o s d e a m o s tra g e m d e
p ro b a b ilid a d e s . A o in v é s d is s o , o s p e s q u is a d o re s e s tã o
a le rta s a n o v a s id é ia s e p is ta s q u e s u rja m . U m a v e z q u e u m a
n o v a id é ia o u p is ta é d e s c o b e rta o s p e s q u is a d o re s p o d e m
re d ire c io n a r s u a e x p lo ra ç ã o n e s s a d ire ç ã o . "
A forma de estudo a ser aplicadaxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAé a pesquisa descritiva. A pesquisa
descritiva observa, registra, avalia e correlaciona os fatos fenômenos (variáveis)
sua relação e conexão com outros, sua natureza e características. Busca classificar,
explicar e interpretar os fenômenos que ocorrem (Cervo e Bervian, 1983; Barros e
Lehfeld, 1986).
Selltiz et. alli (1974) contam que:onmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA"Sob o título de estudos descritivos
agrupamos um grande conjunto de interesses de pesquisa. Foram agrupados
porque, do ponto de vista de processos de pesquisa, apresentam importantes
características comuns. As questões de pesquisa pressupõem muitos
conhecimentos anteriores do problema aser pesquisado, ao contrário do que ocorre
com as questões que constituem o fundamento para os estudos exploratórios."
Estes interesses de pesquisa serão as variáveis que estão relatadas na literatura
existente sobre o tema. Será feita uma análise com um paralelo entre os fatos
passados e o que está acontecendo em um caso mais recente.
Será realizado uma pesquisa exploratória por meio de estudos de caso. Este
tipo de pesquisa (Oliveira, 1997) parte do estudo de um caso (ou mais), que pode
fazer aparecer relações que de outra maneira não seriam descobertas. Os estudos
exploratórios têm como objetivos a formulação de um problema para efeito de
pesquisa mais precisa, ou, ainda para a elaboração de hipóteses.
Este estudo se iniciará no segundo capítulo com uma revisão bibliográfica no
qual serão descritos os conceitos e funcionamento do Design Dominante, alguns
Será feita uma pesquisa bibliográfica para levantamento de casos passados
de design dominante, comparando as estratégias implementadas que levaram ao
sucesso ou não de outros produtos. Com essa comparação, poderá ser feita uma
análise que leva a um maior esclarecimento ou mostrar indícios de que os
pressupostos estejam corretos ou não.
No terceiro capítulo será feito um estudo de caso sobre a disputa da
Microsoft e Netscape pelo domínio da Internet com seus programas de navegação,
sendo utilizadas revistas e jornais que contenham informações de como ocorreram
os fatos e quais foram as estratégias de cada empresa, com que finalidade foram
implementadas e como foram os resultados para estas.
No quarto capítulo serão feitas as considerações finais com a análise de
casos passados e o caso atual que ainda está em andamento e portanto ainda
indefinido. Nessa análise será importante a tentativa de mostrar que certas
estratégias são ou não mais eficazes para a conquista da preferência do
consumidor por alguma das tecnologias ou produtos concorrentes. Ainda no quarto
capítulo será feita a análise crítica dos pressupostos, as limitações e contribuições
11 -cbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAR E V IS Ã O B IB L IO G R Á F IC AzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Como comentado anteriormente na metodologia, este capítulo será a base
de referência para o conhecimento do tema e relata as estratégias passadas para
possibilitar uma comparação com os acontecimentos do estudo de caso a ser
descrito no próximo capítulo.
A importância deste capítulo se deve ao fato de estar reunindo a maior parte
da publicação sobre este assunto.
Na revisão bibliográfica serão apresentados o conceito, modelo e
funcionamento, competição e como a ordem de entrada das empresas podem influir
na disputa para o controle do padrão e o comportamento do consumidor na difusão
de inovações.
2 .1 - D E S IG N D O M IN A N T E : C O N C E IT O E M O D E L O D E F U N C IO N A M E N T O
As inovações tecnológicas vêm ocorrendo num ritmo cada vez maior. A
competição cada vez maior entre as empresas aumenta os investimentos em P&O,
criando uma diversidade de tecnologias que tem uma mesma finalidade.
o
aparecimento de uma inovação é um período bastante confuso para oplanejamento e desenvolvimento de uma tecnologia. A equipe que irá desenvolver
peças e subsistemas a serem utilizados e a forma da plataforma (Clark, 1985;
Henderson e Clark, 1990).
o
Design é definido por Clark (1985) como:onmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA"Uma procura pela compreensãodo que
o
objeto ou produtoxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAée o
que deveria ser dadoo
contexto no qual eledeverá funcionar."
No estágio do nascimento de uma inovação o designer e sua equipe
precisam decidir a forma do produto que melhor satisfaça o contexto. A escolha de
um entre uma série de alternativas é guiado pela avaliação de como este é o mais
indicado para os requisitos "percebidos".
o
problema que surge para uma boa avaliação é saber se os requisitospercebidos pela equipe são os mesmos que serão importantes para os
consumidores, porém estes inicialmente também não saberão analisar os requisitos
desejáveis.
Escolher o Design certo é um fator crítico para que o produto seja
competitivo. Durante a escolha do design deve-se prever e analisar todas as
variáveis e fatores que possam vir a influenciar a competitividade do produto. As
empresas que fizerem uma boa escolha estarão mais propensas ao sucesso,
enquanto as que não acertarem na escolha deverão rapidamente mudarem de
Clark (1985) coloca que:onmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA"Parte do desafio está na ausência de
conhecimento da própria tecnologiaxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
e
parte no limitado entendimento do contextoemergente. E também, qualquer designer encara
a
incerteza sobrea
possibilidadeda ação de firmas rivais."
Assim como os consumidores da inovação dificilmente terão preferências e
necessidades diferentes, os designers também deverão analisar o contexto de
forma diferente.
Neste contexto vários produtos com design I tecnologia diferente estão
competindo para se tomarem os mais utilizados pelos consumidores. Essa
competição só termina quando há a definição de um Design Dominante (Suárez e
Utterback, 1995), que é um marco na competição que determina qual será o padrão
tecnológico para certo produto. A padronização acontece pela adoção do design
pela maioria dos consumidores.
o
exemplo mais famoso da disputa entre plataformas concorrentes foi o dossistemas de videocassetes VHS (JVC) e Betamax (Sony), que após pequenas
inovações e várias alianças estratégicas resultou no VHS se tornando o padrão e a
extinção do Betamax (Cusumano et alli, 1992).
o
conceito de Design Dominante foi introduzido por Abernathy e Utterbackpesquisadores e publicadores de artigos se preocupam mais em descrever os
modelos.
Algumas definições que caracterizem ou conceituem Design Dominante na
literatura são:
• Henderson e Clark (1990): "OonmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBADesign DominantexwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAé caracterizado tanto por
um conjunto de conceitos de design principais que correspondem as principais
funções exercidas pelo produto
e
que estão incorporadas nos componentese
poruma arquitetura de produto que define as formas como estes componentes estão
integrados."
• Lee et alli. (1995): "O evento chave na evolução de uma inovação,
marcando
a
transição de um estado fluido para um estado específico. Issorepresenta
o
fim da variação técnicae
ciclo de seleção,e
inicia uma era de maiorincremento de desenvolvimento tecnológico."
• Suárez e Utterback (1995): "Um Design Dominante é um caminho
específico, dentre uma hierarquia de designs da indústria que estabelece
dominância entre caminhos de designs concorrentes."
• Anderson e Tushman (1990): "Uma única arquitetura que estabelece a
dominância numa classe de produto".
Um modelo proposto por Teece (1987) de como funciona numa organização
é descrito para lançamentos de produtos com tecnologias diferentes que são
adaptado para mercados de massa (Suárez e Utterback, 1995), é formado por duas
fases: a Pré-Paradigmática e a Paradigmática (ver fig.1).
Fig. 1 -
cbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAD E S IG N D O M IN A N T EAInovação
~--~----~---Tempo
xwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAFase
pré-
paradig-mática
Fase
paradigmática
fonte: Teece (1987), p.70.
o
período em que se começa a competição entre designs até a sua definição
se chama fase pré-paradigmática, quando a principal preocupação das empresas é
torná-lo dominante através da difusão e adoção pela maioria dos consumidores
finais.
Anderson e Tushman (1990) chamam essa fase de "Era da Efervescência".
E caracterizam-na assim:onmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA"Essa era da efervescênciaxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAé caracterizada por dois
processos distintos de seleção: competição entre regimes tecnológicos e
competição entre novos regimes tecnológicos. Esse período de variação de classe
de produto termina, e portanto,
a
incerteza termina coma
emergência de um designdominante.11
Com a padronização em torno de uma tecnologia, diminui-se a incerteza nos
consumidores e nos fornecedores de produtos complementares (Hamel e Prahalad,
1995; Teece, 1987; Anderson e Tushman, 1990). Essa incerteza influencia alguns
consumidores no tempo de compra fazendo com que prefiram esperar pelo
surgimento de um padrão. Com a padronização, a incerteza e risco de fazer uma
compra errônea desaparecem alavancando as vendas e possibilitando economia de
escala aos fabricantes e fornecedores do produto resultando na diminuição dos
custos. Com isso o preço do produto fica mais atrativo fazendo com que o mercado
deste produto realmente decole.
Durante a fase pré-paradigmática quando há sinais da emergência de um
padrão, as empresas inovadoras e imitadoras prevendo essa definição, e portanto
menor incerteza, começam a mobilizar mais capital para investir nos Ativos
complementares (Teece, 1987; Suárez e Utterback, 1995; Mitchell, 1989). Os ativos
complementares compreendem capacidades como Marketing e recursos que são
requeridos para o sucesso da comercialização e aceitação do produto pelos
estrutura (ex.: para o caso de um microcomputador - disponibilidade de assistência
técnica, software, disquetes e outros periféricos.) para possibilitar facilidade de uso e
gerar maior utilidade aos produtos. Teece (1987) afirma que o domínio desses
ativos é um fator de determinação do sucesso entre empresas inovadoras ou
imitadoras.
Existe um trade-off entre investir ou não antes em ativos complementares
antes de se ter a certeza de qual tecnologia será a adotada (Lieberman e
Montgomery, 1988; Mitchell, 1989), pois investir antes pode significar vantagem no
caso de o. design no qual a empresa aposta ser o futuro padrão ou então dinheiro
perdido no caso de não se tomar o padrão.
Henderson e Clark (1990) colocam que:onmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
"No estágio inicial da história de uma tecnologia, antes da emergência de um
Design Dominante, organizações competindo para projetar produtos de sucesso
fazem experiências com várias tecnologias diferentes. Logo que o sucesso no
mercado transforma a síntese de tecnologias não familiares em novos designs
criativos, as organizações devem ativamente desenvolver tantoxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
o
conhecimentosobre componentes e de como esses componentes podem ser integrados. Com a
emergência do Design Dominante que sinaliza
a
aceitação geral de uma únicaarquitetura, as firmas cessam o investimento em aprendizado em configurações
alternativas de uma plataforma estabelecida. Novos conhecimentos de
refinamentoszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAem alguns componentes particulares. Organizações de sucesso com
isso mudam sua limitada atenção de aprender um pouco sobre possíveis diferentes
designs aaprender um grande quantidade de sobre oDesign Dominante."
A fase Paradigmática ou "Era das Mudanças Incrementais" como é chamada
por Anderson e Tushman (1990) é caracterizada por pequenas mudanças,
geralmente para adaptar melhor o produto, acréscimo de algum detalhe ou
pequenas melhorias tecnológicas.
No início da fase pré-paradigmática (ver fig.1) há um maior número de
inovações nos produtos e alianças estratégicas são formadas objetivando a difusão
de seu designo
Quase ao final desse período com o surgimento de sinais da emergência do
Design Dominante e na fase paradigmática, as empresas começam a inovar mais
em processos. A competição se encaminhará para a tentativa de redução de
preços ao consumidor. Há uma corrida em direção de inovações no processo e
ganhos de aprendizado e experiência que resultarão na diminuição de custos,
refletindo em preços menores ao consumidor e aumento das vendas do produto
(Bass, 1980; Anderson e Tushman, 1990; Teece, 1987).
Betz (1993) coloca que: "Inovações tecnológicas terão mudado de um foco
em desenvolvimento de produto para o desenvolvimento da produção. Crescentes,
pela performance) para produtos similares competindo primariamentezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAem termos de
preçoxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
e
qualidade."Utterback e Suárez (1993) descrevem que: "Um Design Dominante tem o
efeito de reforçar ou encorajar a padronização de forma que a produção ou outras
economias complementares possam ser exploradas. Após isso,
a
competição realcomeça a tomar a forma na base de custo e escala assim como performance de
produto."
Após o progresso tecnológico na tecnologia do produto e produção chegar
ao seu limite natural, todas as taxas de progresso tecnológico começam a diminuir
sua velocidade e o crescimento do mercado continua até que o mercado esteja
saturado com um produto no qual a funcionalidade e performance sofram poucas
modificações. Com a diminuição da velocidade do progresso tecnológico, os
produtos de diversas empresas no segmento estarão cada vez mais próximas em
performance e se distinguindo apenas por pequenos detalhes como itens opcionais,
sendo chamada de fase da maturidade do ciclo de vida da tecnologia (Betz, 1993),
quando os produtos não apresentam diferenciação, sendo considerados
commodities. A forma de competição nesse caso é continuar a pesquisar e inovar
em processos, cortar custos, promover uma marca e imagem de qualidade do
o
estabelecimento e controle de um padrão tecnológico por uma empresapossibilita a ela o domínio de mercado para toda uma geração de produtos por ela
lançados. Hamel e Prahalad (1995) relatam que:onmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
"As recompensas resultantes de um padrão vencedor podem ser altas. A Microsoft
recebe de US$13xwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAa US$14 por cada cópia de seu DOS (sistema operacional) instalada
pelos fabricantes de PCs. Com 81% da fatia de 20 milhões de PCs fabricados anualmente
só nos Estados Unidos, a quantia final é apreciável. O controle do padrão de sistema
operacional pela Microsoft, seja DOS ou Windows, também coloca a Microsoft em uma
posição vantajosa para o desenvolvimento de programas aplicativos. A receita resultante
da adoção de uma determinada tecnologia como padrão também permite que a empresa
recupere totalmente o seu investimento em pesquisa. Seja feito pela Motorola ou pela
Intel, odesenvolvimento de uma nova geração de microprocessadores custa uma fortuna
mas, nos últimos anos, a Intel conseguiu recuperar o seu investimento no
desenvolvimento de microprocessadores orientados para PC mais rápido do que a
Motorola, pois a família X86 da Intel foi adotada como padrão para PCs. Depois que os
clientes fazem investimentos significativos em um determinado padrão (todos os softwares
para PC baseados no DOS), éprovável que demandem novos produtos compatíveis com
o padrão existente. Evidentemente, isso proporciona ao proprietário do padrão corrente
uma vantagem significativa nas futuras batalhas pela liderança ao levar seus clientes do
para o 386, para o 486 e para os novos chips Pentium, e a Matsushita continua sendo
líder mundial em fitas de vídeo ao passar do VHS para o Super VHS e VHS-C (um
2 .2 - C O M P E T iÇ Ã O E O R D E M D E E N T R A D AzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
A ordem de entrada de empresas em novas áreas pode se tornar um fator
decisivo no sucesso e domínio do mercado. Muitas encontram dificuldade para
tomar a decisão de quando entrar nessa nova área.
Indústrias já estabelecidas e as novas entrantes tem vantagens e
desvantagens em investir mais cedo em um novo campo tecnológico.
As causas para uma empresa inovar antes das outras podem ser várias,
dentre estas, desde possuir alguma competência ou recursos que outras não
tenham, ação de um empreendedor que esteja acreditando numa inovação ou
simplesmente por sorte.
As vantagens das empresas pioneiras provêm de três fontes primárias
(Lieberman e Montgomery, 1988):
LIDERANÇA TECNOLÓGICA - Duas formas de manter vantagens com a liderança
tecnológica na literatura (Lieberman e Montgomery, 1988) são: através das curvas
de aprendizado ou sucesso em patentes ou corridas em P&D.
As patentes são uma forma de proteger uma inovação (Scherer e Ross,
1990), que garantem ao inventor de alguns novos e úteis produtos ou processos o
conferem perfeita proteção, embora elas consigam proteger consideravelmente
produtos químicos e invenções mecânicas simples. Algumas patentes podem ser
inventadas "ao redor", por custos modestos. Mas são especialmente inefetivas na
proteção de inovação do processo. A dificuldade de fiscalização se torna impossível
em alguns casos e não adianta muito possuir a patente.
Uma forma de manter seus concorrentes obsoletos tecnologicamente é
manter um ritmo maior de P&D.
PREEMPÇÃO DE RECURSOS ESCASSOS - A empresa pioneira terá vantagem se
obtiver o controle de recursos escassos que sejam estratégicos. Lieberman e
Montgomery (1988) colocam que:
(tA
onmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAfirma pioneira deve ser capaz de ganharvantagem antecipando-se aos rivais na aquisição de recursos escassos. Os
pioneiros ganham vantagem através do controle de ativos que já existem, ao invés
de daqueles criados pela firma comxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
o
desenvolvimento de nova tecnologia. 11Empresas que se anteciparem poderão controlar matérias-primas essenciais
que se tornarão raras como por exemplo uma empresa que tenha contrato de
exclusividade com um fornecedor estratégico.
CUSTOS E DIFICULDADES DE MUDANÇA - Os consumidores, a menos
que o novo produto seja visivelmente melhor, não irão substituir o seu produto
antigo devido aos custos para mudança de equipamento ou compra de periféricos
Uma empresa que tenha que investir muito em treinamento para a utilização
do novo equipamento, provavelmente analisará antes se economicamente lhe trará
vantagem.
Com a incerteza do consumidor perante um novo produto a empresa
imitadora deverá investir mais em propaganda e recursos para poder atrair o
consumidor.
Apesar das vantagens as empresas pioneiras também encontram
desvantagens, que favorecem as empresas imitadoras. Essas desvantagens são
(Lieberman e Montgomery, 1988):
INVESTIMENTOS FEITOS PELOS PIONEIROS - As empresas pioneiras no
lançamento de seus produtos tem um certo investimento na infra-estrutura
necessária como na divulgação de seus produtos, educação do consumidor, P&D e
treinamento de funcionários. Uma empresa imitadora ao entrar no mercado
necessitará investir menos, aproveitando-se de todos os benefícios da
infra-estrutura criada pelas pioneiras.
RESOLUÇÃO TECNOLÓGICA - a entrada de uma firma em um mercado com
incerteza representa riscos que podem ser evitados. A resolução de qual tecnologia
se tornará o Design Dominante pode acabar com parte dessa incerteza e evitar o
MUDANÇAS DE PRODUTOS OU NECESSIDADES DO CONSUMIDOR
-discontinuidades de produtos como a mudança de disco de vinil para CD, podem
representar oportunidades para empresas entrarem num mercado. Mudanças das
necessidades do consumidor, faz surgir novos produtos encurtando o ciclo de vida
do anterior, diminuindo o retorno que se esperava dele.
INÉRCIA - é a forma de agir que priorize racionalmente a maximização dos lucros,
mesmo que isso cause perda de mercado. Essa inércia pode ser por várias causas:
o fato de uma firma estar presa a um conjunto específico de ativos, a relutância em
canibalizar linhas de produtos existentes ou a firma se tornar inflexível
organizacional mente. Por causa dessa inércia as empresas tomarão menos
iniciativas para responder a mudanças ou ameaças de concorrentes.
No caso de empresas competindo pelo estabelecimento de padrões
tecnológicos, há um trade-off entre entrar no mercado antes ou depois da
emergência do Design Dominante. Uma análise das vantagens e desvantagens de
entrar antes ou depois mostrará algumas detalhes diferentes.
Entrar mais cedo na competição representa um risco de estar investindo
tempo e dinheiro na tecnologia errada para as empresas pioneiras caso outra
tecnologia/produto obtenha a liderança. Porém caso a sua tecnologia estabeleça a
dominância ela possivelmente poderá estar em melhores condições de manter ou
patente e não licenciá-Ia tem se mostrado como um grande risco, pois com estimula
a entrada de potenciais competidores com novos designs (Gallini, 1984).
A preempção de recursos escassos pode estar na forma de alianças
estratégicas com os parceiros certos que possam fortalecer e oferecer mais
vantagens aos seus consumidores como o caso da disseminação dos cartões de
crédito por sua associação com bancos (Lee et alli,1995), ou como o caso da
Matsushita conseguir com que a indústria cinematográfica adotasse o sistema VHS
(Cusumano et alli, 1992), resultando no fortalecimento do sistema e fidelizando mais
os consumidores e ajudando a tomar o sistema VHS o padrão da indústria de
videocassete.
Para as empresas que ainda estiverem competindo na fase paradigmática a
inércia para elas não deverá existir, pois como foi visto anteriormente, nesta fase
começam as pequenas mudanças nos produtos para que o produto atenda melhor
as necessidades dos usuários. As empresas deverão investir em instalações e
maquinário para poder aumentar a produção, com a meta de aumentar sua
participação de mercado e ganhar economia de escala para poder reduzir os custos
2.3 -cbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAD IF U S Ã O D A IN O V A Ç Ã O E C O N S U M ID O R E SzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Os consumidores que adotam inovações são divididos e caracterizados em 5
grupos (Rogers, 1995; Engel et alli, 1995):
• Inovadores - são os aventureiros, gostam e enfrentam o risco e incerteza.
Eles estão mais abertos a novas idéias, mas há certas características que
eles devem ter como um certo nível financeiro para poder arcar com a
compra dessas inovações e habilidade de lidar com inventos complexos.
São os que importam novas idéias, mas não são formadores de opinião
por não contarem com a credibilidade do resto da população.
• Adotantes Precoces - estão mais integrados a população, são os maiores
formadores de opinião na maioria dos sistemas sociais. Tem uma
tendência a aceitar bem as inovações maior do que a média e fazem o
papel de difundir e diminuir a incerteza de dos outros consumidores.
• Maioria - raramente têm papel na difusão de inovações. Estes já estudam
mais o produto antes de comprarem. E se situam numa faixa de transição
entre os primeiros a adotar e a outra metade.
• Maioria Tardia - são céticos quanto a inovação, não gostam de incertezas
na inovação, só se definem após a maioria já ter adotado. A pressão de
outros é necessária para motivar a adoção.
• Retardatários - são os últimos a adotar o produto, possivelmente quando
estiverem adotando, os inovadores já estarão adquirindo uma inovação
que esteja substituindo este produto. Suas decisões se baseiam no
o
modelo de Bass (Mahajan, Muller e Bass, 1990) separa os consumidoresem dois grupos (ver fig.2): os que são influenciados por comunicação da mídia de
massa (influência externa) e os que são influenciados pela comunicação
boca-a-boca (influência interna). Nota-se que os primeiros a adotar o produto sofrem mais a
influência externa e a grande maioria sofre influências internas. Esses que sofrem
maior influência externa são os Inovadores e os Adotantes Precoces, os outros por
sua vez serão influenciados pelos Adotantes Precoces que Rogers (1995) cita como
os formadores de opinião.cbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
F ig . 2 - M O D E L O D E B A S SxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
IV"
n a .o
A d o ç õ e s
C u m u i a .tiv a .s
in te rn a .s
te m p o
Na literatura de Difusão de Inovações são cinco as características principais
percebidas pelos seus consumidores. Essas cinco características foram estudadas
por Ostlund (1974, citado por Hirschman, 1980), que com elas conseguiu identificar
79% das pessoas inovadoras através destas cinco características, sendo que este
valor subia para apenas 80% incluindo-se mais oito variáveis. Essas cinco
características são (Rogers, 1995; Engels et alli, 1995):
• Vantagem Relativa - é o quanto uma inovação é percebida pelo
consumidoronmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAI usuário como sendo melhor que outras inovações. As
vantagens podem ser de preço, status, benefícios e incentivos oferecidos
para a compra.
• Compatibilidade - é o quanto uma inovação é percebida como compatível
com valores existentes, experiências passadas, necessidades dos
consumidores e produtos já existentes. Sheth (1987) coloca como uma
das barreiras para o uso da inovação pelo consumidor a
incompatibilidade, sugerindo como soluções o fabricante antes de projetar
o seu produto verificar qual o melhor design ou modificações deveria ter
para ser compatível com o uso do consumidor ou com o ambiente no qual
ele se encontra.
• Menor complexidade - é o quanto uma inovação é percebida como difícil
de usar e entender.
• Experimentabilidade - é o quanto uma inovação pode ser experimentada
antes de uma compra.
• Observabilidade - é o quanto os resultados que uma inovação traz podem
et alli (1995), com aparelhos de ar condicionado em regiões mais
fechadas e densamente povoadas onde houve maior difusão do em
regiões do que em regiões abertas e menos povoadas.
Uma característica que tem se mostrado importante num contexto com
competição entre designs é a Rede de Extemalidades.
Rede de Extemalidades está relacionado com a utilidade que um produto
oferece através do número existente de consumidores que já o usam (Kotabe,
1996; Katz e Shapiro, 1985; Lee et alli, 1995). Um exemplo mostrado por Katz e
Shapiro (1985) é a difusão de aparelhos telefônicos e conseqüente aumento de sua
utilidade. Sem uma maior base instalada de telefones os consumidores perderiam o
interesse pelo telefone.
Quando a Rede de Extemalidades existe, os consumidores formam
expectativas (Katz e Shapiro, 1985; Katz e Shapiro, 1986) e se têm expectativas de
que algum fabricante será dominante, eles estarão mais dispostos a pagar mais
pelo produto desse fabricante, como conseqüência ajuda a fortalecer a Rede de
Extemalidades e a tomar este design o dominante. Katz e Shapiro concluem que é
muito importante a expectativa dos consumidores para os mercados onde existe a
Rede de Extemalidades. Há produtos como mesas e cadeiras onde a Rede de
Extemalidades não influi, o fato de haver maior ou menor número de mesas ou
A Rede de Extemalidades está bastante relacionada a compatibilidade.
Farrel e Saloner (1986) colocam que:onmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA"Na presença de benefícios gerados pela
compatibilidade, um consumidor que muda para uma nova, superior tecnologia não
consegue obter plenamente todos os benefícios a não ser que outros atuais
consumidores também mudemxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
e
novos consumidores adotema
nova tecnologia."A forte presença de Rede de Extemalidades possibilita a existência de
"Excesso de Inércia". O Excesso de Inércia (Farrel e Saloner, 1986) é a relutância
de consumidores em mudar para uma tecnologia superior. Usuários de tecnologias
existentes estarão relutantes em mudar porque os seus investimentos no sistema
antigo serão irrecuperáveis e por causa do tempo perdido em aprendizado
específico destas tecnologia. Um exemplo (David, 1985) disso são os teclados
"DSK" que devido ao excesso de inércia não foram adotados, apesar de os custos
de retreinamento serem insignificantes e de ser comprovadamente mais eficiente
2 .4 - O E F E IT O B A N D W A G O N E S U A IM P O R T Â N C IAzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
o
efeito. bandwagon (Cusumano, Mylonadis e Rosenbloom, 1992; Wade,1995), é um dos fatores que contribuem para a emergência do design dominante.
Nos casos da disputa do videocassete, sistema operacional e da linguagem da
Internet, o efeito Bandwagon traz mudanças que em um certo momento começam
fortalecer um dos padrões numa taxa crescente.
Em todos esse casos podemos notar que um primeiro fato gera resultados
positivos para um agente ou variável, esse "incentivo" repercute nos outros agentes
ou variáveis e ao final também incentivam os resultados do primeiro agente ou
variável. Forma-se uma espécie de círculo de incentivos que causam o
fortalecimento de um padrão a taxas crescentes.
Há uma retroalimentação, com um fator ou mais aumentando a força dos
outros fatores. Para citar uma analogia é como na propaganda da Tostines: "Vende
mais porque é mais fresquinho ou é fresquinho porque vende mais?" Neste caso os
dois fatores estariam aumentando a força um do outro. Se o produto é fresquinho,
isso ajuda a vender mais. Se vende mais, isso ajuda a diminuir a permanência na
prateleira o que faz com que o produto seja consumido mais fresquinho.
Os fabricantes estarão mais propensos a participar do grupo que demonstrar
menor. Outra forma será avaliando os participantes, por exemplo se há algum
fabricante de destaque que esteja participando de um dos grupos.xwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
--.-
cbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA• A d e s ã o d e fa b ric a n te s a o g ru p o d e fa b ric a n te s
d e u m p a d rã o -. c ria u m g ru p o m a io r
• G ru p o m a io r - d is trib u iç ã o m a is a m p la e
c re d ib ilid a d e a o g ru p o
• M a io r c re d ib ilid a d e - m a io r a d e s ã o d e o u tro s
fa b ric a n te s a o g ru p o
o
Efeito bandwagon faz com que fatos ocorridos no começo da competiçãotenham uma importância grande no futuro resultado da disputa. Um exemplo
ilustrativo próximo a isso, seriam duas bolas de neve de mesmo tamanho descendo
uma montanha. No Começo uma delas acumula um pouco mais de neve e cresce
mais que a outra. Ao chegar no final da montanha a pequena diferença de
Neste segundo capítulo foi feita uma revisão bibliográfica do que existe sobre
a teoria que esteja diretamente ou indiretamente relacionada com o tema deste
estudo.
o
conceito e modelo de funcionamento que traz um suporte a compreensãodo tema e evolução de um processo de emergência do Design Dominante.
A ordem de entrada de uma empresa ajuda a compreender se a importância
de ser um dos pioneiros e como obter vantagens com isso.
A difusão da inovação e o comportamento dos consumidores complementa a
compreensão do processo de emergência do design dominante, visto do ponto de
vista do consumidor.
o
efeito Bandwagon tem sua importância na parte estratégica para umaaceleração na formação e consolidação do design dominante.
Com este capítulo o leitor poderá analisar melhor o capítulo seguinte que
1 1 1 -E S T U D O D E C A S O SzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
No capítulo passado foi feita uma apresentação dos aspectos relevantes a
serem observados numa disputa por um design dominante.
Um estudo de casos tem especial importância quando se conhecem os
fundamentos teóricos de um fenômeno. No presente trabalho, após efetuada uma
revisão bibliográfica (cap. 2), passamosxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAà apresentação descritiva e analítica de
casos relacionados com inovação tecnológica e o design dominante.
3 .1 - C A S O P A S S A D O D E C O M P E T iÇ Ã O P E L O D E S IG N D O M IN A N T E
V ID E O C A S S E T E S B E T A M A X V E R S U S V H S
o
caso da disputa entre os designs de videocassetes VHS e Betamax érelatada num artigo de Cusumano, Mylonadis e Rosenbloom (1992). Será descrito
um resumo desse artigo com os fatos mais importantes para a posterior análise
comparativa com o disputa ainda a sem desfecho do domínio da Internet.
Sobre o mercado os autores descrevem que:onmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA"As características do mercado
de home video - o mercado 'de massa' e natureza global assim como as de
produtos de complexidade técnica - significavam que eficiente capacidade de
produção em massa, amplos canais de distribuição preferências de mercado claras
iriam requerer anos para emergir. Um entrante precoce (early mover) no mercado
primeiro, mas precisava de uma estratégia efetiva para capitalizar em sua posição.xwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
A necessidade de ação estratégica era especialmente forte porque outros pioneiros,
após observarzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAas reações dos consumidores a oferta inicial do produto, tinham a
opção de escolher um produto semelhante, preços mais baixos, melhores
características ou distribuição superior.11
A empresa pioneira no desenvolvimento do videocassete foi a Sony. Logo foi
seguida por uma outra empresa a JVC uma subsidiária do grupo Matsushita
(detentora de diversas marcas como Panasonic, National, Technics e Quasar). A
Sony não chegou a obter grande vantagem pelo fato de ter sido pioneira.
A Matsushita tinha como seu ponto mais forte a produção, estava
estruturada para poder produzir em larga escala e a preços muito mais baixos do
que seus competidores. Era conhecida por esperar o lançamento de inovações de
outras empresas, enquanto ia monitorando várias tecnologias e desenvolvendo
competências para depois começar a manufaturar um produto com as mesmas
características ou mais adaptados as exigências devido as informações iniciais dos
consumidores destes produtos. A empresa assim, entrava no mercado de seis
meses a um ano após os seus competidores com produtos a preços mais baixos
possibilitados pela sua economia de escala, que também contava com uma ampla
rede de distribuição. Sua enorme capacidade de produção era capaz de produzir
com maior eficiência e também permitia vender produtos a outras empresas para
No caso dos videocassetes não houve um acordo entre os fabricantes ou
alguma coalizão que pudesse ter força suficiente para impor uma plataforma,
cabendo ao mercado decidir qual dos designs seria o escolhido. Para este mercado
a rede de externalidades é uma das variáveis de grande importância na escolha do
consumidor.
Na disputa pelo Design Dominante haviam três participantes principais
responsáveis pelo desenvolvimento de seus respectivos padrões:
• Sony com o seu padrão Betamax.
• JVC com o seu padrão VHS
• Philips com o seu padrão V-2000
Os outros participantes nessa disputa eram os outros fabricantes de
produtos eletrônicos com seus canais de distribuição e os fabricantes de produtos
complementares aos videocassetes como fabricantes de fitas e fitas pré-gravadas.
O padrão V-2000 da Philips apesar de ser a líder por uma década na Europa
não representou um competidor sério na disputa pelo padrão. A disputa realmente
ocorreu entre os padrões Betamax da Sony e o VHS da JVC.
O período de 1975-77 foi crítico para o direcionamento dos acontecimentos
relativos a emergência do Design Dominante dessa indústria. Foram feitas
manobras estratégicas que culminaram na formação de grupos que de fabricantes e
Até antes não havia o alinhamento de fabricantes de produtos
complementares. Numa segunda fase com o aumento da demanda por fitas
pré-gravadas (pois até antes ainda não tinha sido criado o hábito de assistir produções
pré-gravadas, com os consumidores não dando importância e apenas utilizando o
videocassete para gravar programas) e por conseqüência o crescimento do
número de produtores e locadores de fitas houve também o alinhamento destes
participantes.
A Sony inicialmente acreditava que o padrão Betamax era suficientemente
bom para ser um vencedor e sabiam que estavam a frente de seus rivais em termos
de desenvolvimento de videocassetes. Mas ao mesmo tempo sabiam que nenhum
fabricante poderia sozinho estabelecer o padrão globalmente. A Sony em suas
negociações se mostrou sem agilidade para conseguir aliados para o seu padrão. O
próprio presidente da Sony (Morita, 1986) reconheceu que foi cometido um erro e
que eles deveriam ter trabalhado mais arduamente para conseguir unir mais
empresas para a "família" para apoiar o formato Betamax.
Como líder nessa tecnologia a Sony preferiu não adiar a comercialização do
produto ao invés de cooperar e talvez se comprometer com o desenvolvimento de
um padrão com outras companhias. Assim tomando iniciativas de um verdadeiro
pioneiro, provavelmente acreditando que com sua liderança as outras empresas
as mudanças necessárias iriam requerer altos investimentos para a novos
equipamentos de fabricação.
A RCA, líder o mercado dos Estados Unidos no mercado de TVs foi
procurada para se unir ao sistema Betamax e arquivar o projeto de desenvolver seu
próprio videocassete. A RCA arquivou o projeto mas não aderiu ao sistema
Betamax pois tinha feito um estudo no mercado e verificou que os consumidores
queriam um sistema que possibilitasse duas horas de uso contínuo por fita, o que
não era ainda possível com o sistema Betamax. A RCA então resolveu esperar por
uma solução para esse problema e aguardar outros avanços na tecnologia para
tomar sua decisão.
Em dezembro de 1974 a Sony decide mostrar a Matsushita e JVC o sistema
Betamax, mas os mesmos também questionaram o fato da duração de apenas uma
hora o tempo de gravação. Com isso a JVC aumentou seu comprometimento com o
sistema VHS, que nesse período ainda estava em desenvolvimento e se
conscientizou da importância do tempo de duas horas de gravação.
A Sony após estes contatos e ciente da necessidade de aumentar o seu
tempo de uma hora para duas horas, voltou todos os seus esforços na pesquisa de
uma solução para aumentar o tempo de gravação, chegando a postergar as
negociações de licenciamento com outros fabricantes, perdendo grandes
oportunidades. Deixou de negociar com Hitachi que se interessou pelo Betamax,
interessada principalmente na Matsushita e sabia que a JVC, desenvolvia um outro
formato.
A Sony procurou por empresas que pudessem fabricar por si sós os
videocassetes ao invés de apenas fabricar para que as outras empresas
comercializassem com suas respectivas marcas. A JVC anunciou publicamente a
criação do formato VHS em setembro de 1976 e seguiu uma estratégia de agregar
o máximo possível de companhias para licenciar ou fazer acordos de OEM (Original
Equipment Manufacturer)xwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA1.A JVC foi mais diplomática e humilde no contato com os
seus futuros parceiros, mostrando grande habilidade para estabelecer um grupo
maior e com maior poder de promoção para o VHS.
As alianças para o padrão VHS começaram formadas em 1975 logo após a
Sony começar a mostrar o Betamax para várias empresas. Ao final de 1976 já
estavam alinhadas com o padrão VHS as empresas: Hitachi, Mitsubishi, Sharp e
Matsushita. Todas se utilizando de suas redes de distribuição além de serem
fornecedoras DEM. Inicialmente a JVC negociou com a Hitachi apoiou o VHS e logo
ajudou no recrutamento da Sharp e Mitsubishi. A Matsushita como era de se
esperar, pois a JVC era uma de suas subsidiárias, também aderiu ao VHS.
o
segundo passo para a promoção do sistema seria recrutar parceiros nosEstados Unidos, a JVC então procurou a RCA para um acordo de OEM, mas foi
recusado porque a RCA requeria o fornecimento de uma quantidade maior do que a
JVC teria condições de produzir. Mais tarde porém a Matsushita se tornaria o
fornecedor da RCA. A RCA requisitou um vídeo que fosse capaz de gravar uma
partida de futebol americano o que significava pelo menos três horas de gravação.
A Matsushita então tomou as mesmas medidas usadas pela Sony para dobrar o seu
tempo de gravação: dividiram pela metade a largura de cada trilho de gravação
(recording track) e diminuíram a velocidade de gravação. O vídeo VHS da
Matsushita então atenderia a quatro horas de gravação.
A JVC então encontrou vários parceiros na Europa que apesar de
individualmente não representarem grande percentual de participação no mercado,
juntos detinham uma razoável participação e ainda aceitaram um fornecimento de
quantidades menores que as pretendidas pela RCA. Com o fracasso e posterior
descontinuação do V-2000 o mercado europeu foi dominado pelo VHS.
A JVC com a política de agregar maior número de empresas para o VHS,
esteve sempre procurando agradar aos seus parceiros, concordava até que seus
parceiros participassem do desenvolvimento de mudanças no padrão do VHS e
sempre providenciou assistência em relação aos problemas de produção e
marketing. A Sony por outro lado adotou outra política, de não dar a total assistência
perseverança e habilidade de negociação que a JVC para aliar mais fabricantes e
canais de distribuição.
o
pioneiro Betamax esteve com 58% do mercado no período de 1975 a1977, sendo ultrapassado pelo VHS no ano seguinte. Nos seis anos posteriores as
vendas dos dois formatos só cresceram, mas o Betamax decrescia nas participação
de mercado.
A diferenciação de produto não foi um fator decisivo para o resultado da
disputa, qualquer inovação adicionada em um sistema era logo copiada e
incorporada para o outro. Havia apenas uma pequena vantagem da Matsushita
que por dispor de uma melhor estrutura de produção que dispunha da vantagem de
poder oferecer para um mesmo modelo mais combinações de itens que a Sony.
A grande vantagem inicial do VHS era a maior capacidade de seu grupo de
fabricantes em produzir mais do que o grupo do Betamax. A oferta de
videocassetes VHS era maior, com maior facilidade para o consumidor de encontrar
esse formato nos canais de distribuição. A demanda estava cada vez mais
crescente. Em 1978 a produção japonesa de VHS era de 66% (praticamente o
dobro do Betamax) do total de videocassetes, especialmente por causa da
capacidade de produção da Matsushita.
a escolha de algum dos padrões, pois em 1983, 40% dos usuários de videocassete
nunca tinham usado e apenas 8% identificavam-nas como importantes.
Até o início dos anos 80 o videocassete eram considerado um produto de
nicho, pois em 1980 e 1981 só era encontrado em 5-10% dos lares em países
desenvolvidos. O negócio de produção de fitas pré-gravadas e de locação era
reduzido, mas contrariando as projeções e o mercado de videocassetes começou a
crescer bem acima do estimado e em 1985 já era encontrado em 30% do mercado
americano e com taxas crescentes de popularização .
. A maior parte indústria de fitas pré-gravadas começou a se alinhar ao
formato VHS maioria no mercado. Com o aumento da importância das fitas
pré-gravadas e a maior parte sendo lançada no sistema VHS, já se percebia a
3.2 -cbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAC A S O A T U A L D E C O M P E T iÇ Ã O P E L O D E S IG N D O M IN A N T E : W IN D O W SA
VERSUS JAVA
3.2.1 -M IC R O S O F TzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
A Microsoft detém atualmente o Design Dominante da indústria dos
softwares para microcomputadores. Toda a sua estratégia de desenvolvimento,
criação e domínio do Design Dominante foi cuidadosamente arquitetada e posta em
ação por Sill Gates.
Com o seus sistemas operacionais DOS e Windows que estão instalados em
90% dos microcomputadores no mundo, a Microsoft é o principal referencial tanto
para consumidores como fabricantes quando se trata de qualquer mudança em
termos de software.
Inicialmente a Microsoft licenciava softwares a preços baixos (Gates, 1995)
para conseguir maior volume de vendas. Para todos os fabricantes de
microcomputadores, a empresa se mostrava bastante flexível e adaptava suas
linguagens de programação para cada máquina que surgia, conseguindo uma
adesão maior de fabricantes.
informática que usassem o seus produtos ou que fabricassem produtos compatíveis
com os seus.
Uma grande alavancagem ocorreu com o acordo para o licenciamento de
seus sistemas operacionais para a IBM. Bill Gates conta em seu livro que:onmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
"Queríamos o mesmo tipo de pressão, que estava levando as fitas em VHS
às prateleiras de todas as distribuidoras de vídeo, forçasse o MS-DOS a se tornar o
padrão. E víamos três maneiras de pôrxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
o
MS-DOS na frente. A primeira era fazer doMS-DOS
o
melhor produto. A segunda era ajudar outras empresas do ramoa
escreverem com base no MS-DOS. E a terceira era garantir que o MS-DOS fosse
barato."
Essa pressão a que Bill Gates se refere é a combinação da Rede de
Externalidades com a Compatibilidade. Gates já sabia muito bem que para que
exista essa pressão, ainda mais num ambiente de competição de designs,
internalizar' o não é uma boa estratégia, a segunda maneira da qual ele relata,
afirma isso.
A compatibilidade de seus programas e a existência da Rede de
Externalidades faz com que seus produtos dominem o mercado. Os usuários
acabam dando maior importância ao fato de poderem compatibilizar os seus
arquivos com o de outros usuários. Como por exemplo: nas empresas ou escolas e
2Intemalizar significa guardar a sua tecnologia como segredo, seja através de patentes (não licenciando)
faculdades quando alguém que precise montar uma tabela para o seu chefe ou
professor para que seja apresentado em forma de arquivo de computadoronmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAI
disquete, isso só será possível se os programas operacionais a serem utilizados
forem compatíveis. Caso seja necessário entregar uma cópia ao professor ou ao
restante do grupo de estudantes só será possível o acesso ao dados no disquete se
estiver sendo utilizada a mesma plataforma.
Os consumidores estão com a imagem de que a os produtos Microsoft são
os mais compatíveis com o seu sistema operacional. Há toda uma infra estrutura
que envolve desde cursos até a base instalada que usa o sistema operacional da
Microsoft.
Para uma pessoa que esteja iniciando o uso do microcomputador e esteja
começando a aprender a utilizar os seus programas, será mais fácil e conveniente
aprender os oferecidos pela Microsoft porque além se encontrar cursos ou usuários
que possam ajudá-lo, ainda encontrará com maior facilidade estes mesmos
programas na maioria dos computadores.
No princípio a Microsoft (Gates, 1995) estava preocupada com a
Compatibilidade que seus programas poderiam oferecer, todos os seus produtos e
estratégia enfocavam esse ponto, atualmente já conta com uma Rede de Externality
que lhe dê uma imagem de ser a empresa que detêm o padrão. Para se ter uma
Antes a Microsoft adaptava sua linguagem a das outras empresas. A
situação se inverteu e agora as outras empresas é que têm que se tornarem
compatíveis com o "design Microsoft". Isto lhe dá condições de fazer o que os
jornalistas estão chamando de Vaporware (Dewitt, 1995).
Vaporware é o anúncio de lançamento de um produto ainda não existente.
No caso da Microsoft isso lhe dá uma vantagem de conseguir com que consumidor
não compre nenhum produto da concorrência pois, mesmo existindo algum software
como alqurna planilha eletrônica nova e superior o consumidor espera pelo
lançamento do software da Microsoft por causa da Compatibilidade e a Rede de
Externalidade já existente.xwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
o
Risco é uma barreira para o consumo da inovação (Sheth, 1987), osconsumidores que sintam um certo risco em relação a algum produto novo acabam
deixando para adotar o produto posteriormente. Sheth (1987) relata que: "Alguns
consumidores interessados estão adiando a compra, muito corretamente, porque se
eles esperarem, um produto melhor com um preço menor deverá estar no mercado
em alguns meses".
Já pelo lado da concorrência (Belmonte, 1995; Machado, 1995b) ninguém se
arrisca a lançar nada novo, o que for lançado deve estar compatível com algum
lançamento da Microsoft, pois pode estar lançando algum produto que não seja
se utilizado de Vaporware (Dewitt, 1995) por um concorrente para prejudicar o
desenvolvimento do Turbo Basic.xwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
o
Windows 95 vinha sendo anunciado e divulgado por revistas, causandoas mesmas expectativas e efeitos no mercado que o Vaporware causava. Essa
situação demonstra como o domínio do Design Dominante se toma uma grande
vantagem competitiva e no caso da Microsoft uma poderosa arma para o sucesso.
A força da Microsoft (Hafner, 1995; Machado, 1995a; Uehara, 1995) se
extende também ao ramo dos microcomputadores, recomendava-se que fossem
usados para o seu Windows 95 um microcomputador com 8 Mb de memória RAM
ou algum outro mais potente como o Pentium. Com a proliferação do Windows 95
foram mudados não só os softwares atuais, mas também a capacidade dos atuais
microcomputadores em uso.
Conquistar o domínio de mercado de browsers com o seu Internet Explorer
é apenas uma das metas a serem atingidas pela Microsoft para aumentar seu poder
de influência para continuar estabelecendo os padrões tecnológicos da indústria.
Seus lucros serão decorrentes da venda de seus softwares, sendo essa venda
totalmente apoiada pelo Design Dominante.
Para o futuro da indústria do software, o domínio do padrão da linguagem
poderá vir a modificar a linguagem para que esteja vinculada ao seu sistema
operacional, o que significa perpetuar a sua posição como líder do mercado.
A Microsoft atualmente se preocupa em ser o Design Dominante na indústria
da informática e uma de suas concorrentesxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAé a Netscape, que tem seu programa
instalado em vários microcomputadores para se ter acesso a Internet, que
inicialmente não era vendido apenas copiado
lívremente".
A Microsoft tem feito o mesmo (Ercília, 1995), deixando na própria Internet um endereço no qual osusuários podem obter gratuitamente o seu Internet Explorer, que é o clone do
Netscape. A preocupação em continuar a deter o domínio do padrão faz com que
ofereça gratuitamente seu programa.
3Atualmente ainda está disponível gratuitamente para download na Internet versões do Netscape
3.2.2 -
cbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAN E T S C A P E C O M M U N IC A T IO N SzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA(Sprout,
1998)
Em fevereiro de 1994, Jim Clark, até antes presidente da Silicon Graphics, a
companhia de computadores workstation que ele fundou em 1982, se retirou da
empresa em desgosto. Ele não conseguiu persuadir seus colegas na companhia a
agilizar os planos de produzir equipamentos de baixo custo em grande escala para
a rodovia da informação (information highway), o que ele considerava crítico para a
sobrevivência da empresa.
Mas após a sua saída, ele mesmo não tinha planos concretos. No início ele
pensou que poderia criar uma empresa de software que possibilitasse serviços de
TV interativa através do telefone ou cabo. Ele pesquisou e se interessou por outro
veículo de informação - a Internet, que oferecia duas vantagens em comparação
com a rodovia da informação. A primeira é que ela já existia e a segunda é que a
adesão das pessoas estavam aumentando rapidamente a cada dia e se
conectando a ela.
Clark então mandou um mail para Marc Andressen, recentemente graduado
pela lIIinois University e criador do Mosaic, o mais apreciado browser da Internet na
época. Em abril os dois teriam formado a Mosaic Communications, rebatizado como
Netscape posteriormente em novembro.