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Efeitos das infusões de lidocaína e esmolol sobre as alterações hemodinâmicas, necessidade de analgésicos e recuperação após colecistectomia laparoscópica.

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REVISTA

BRASILEIRA

DE

ANESTESIOLOGIA

PublicaçãoOficialdaSociedadeBrasileiradeAnestesiologia

www.sba.com.br

ARTIGO

CIENTÍFICO

Efeitos

das

infusões

de

lidocaína

e

esmolol

sobre

as

alterac

¸ões

hemodinâmicas,

necessidade

de

analgésicos

e

recuperac

¸ão

após

colecistectomia

laparoscópica

Serpil

Dagdelen

Dogan,

Faik

Emre

Ustun,

Elif

Bengi

Sener,

Ersin

Koksal

,

Yasemin

Burcu

Ustun,

Cengiz

Kaya

e

Fatih

Ozkan

OndokuzMayısUniversity,MedicineFaculty,DepartamentodeAnestesiologia,Samsun,Turquia

Recebidoem10dejulhode2014;aceitoem7deagostode2014 DisponívelnaInternetem30dejaneirode2016

PALAVRAS-CHAVE

Lidocaina; Esmolol; Recuperac¸ão; Colecistectomia laparoscópica

Resumo

Objetivo: Compararosefeitosdeinfusõesdelidocaínaeesmololsobreasalterac¸ões hemodi-nâmicasnoperíodointraoperatório,anecessidadedeanalgésicosintra-epós-operatoriamente earecuperac¸ãoapóscolecistectomialaparoscópica.

Métodos: O primeiro grupo (n=30) recebeu infusões IV de lidocaína a uma taxa de 1,5mg/kg/mineosegundogrupo(n=30)recebeuinfusõesIVdeesmololaumataxade1mg kg/min. Alterac¸ões hemodinâmicas,necessidadedeanalgésicosnointra-epós-operatórioe característicasdarecuperac¸ãoforamavaliadas.

Resultados: Nogrupolidocaína,osvaloresdapressãoarterialsistólicaforammenoresapósa induc¸ãodaanestesiae20minutosapósaincisãocirúrgica(p<0,05).Otempoatéodespertar foimenornogrupoesmolol(p<0,001),osescoresnaescaladeSedac¸ãodeRamsay10minutos apósaextubac¸ãoforammenoresnogrupoesmolol(p<0,05).OsescoresdeAldretemodificados emtodosostemposmensuradosduranteoperíododerecuperac¸ãoforamrelativamentebaixos nogrupolidocaína(p<0,05).OtemponecessárioparaatingirumescoredeAldrete≥9 pon-tosfoiprolongadonogrupolidocaína(p<0,01).OsescoresEvaemrepousoeemmovimento no pós-operatórioforam maioresnogrupo lidocaínanos minutos10 e20 apósa extubac¸ão (p<0,05,p<0,01,respectivamente).Analgésicossuplementaresforamnecessárioscommenos frequêncianogrupolidocaína(p<0,01).

Conclusão:Em colecistectomialaparoscópica, ainfusãodelidocaínafoisuperioràsinfusões deesmololquantoasuprimirasrespostasàextubac¸ãotraquealenecessidadedeanalgésicos adicionaisnopós-operatório,enquantoesmololfoimaisvantajosoquantoàrápidarecuperac¸ão daanestesia,àatenuac¸ãodadornopós-operatórioimediatoeaosescoresderecuperac¸ãode Aldretemodificado(RAM)eotempoatéatingiroescoreRAMde9pontos.

©2014PublicadoporElsevierEditoraLtda.emnomedaSociedadeBrasileiradeAnestesiologia.

Autorparacorrespondência.

E-mail:ersin.koksal@omu.edu.tr(E.Koksal). http://dx.doi.org/10.1016/j.bjan.2016.01.004

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KEYWORDS

Lidocaine; Esmolol; Recovery; Laparoscopic cholecystectomy

Effectsoflidocaineandesmololinfusionsonhemodynamicchanges,analgesic requirement,andrecoveryinlaparoscopiccholecystectomyoperations

Abstract

Objective:We compared the effects of lidocaine and esmolol infusions on intraoperative hemodynamicchanges,intraoperativeandpostoperativeanalgesicrequirements,andrecovery inlaparoscopiccholecystectomysurgery.

Methods:Thefirstgroup(n=30)receivedIVlidocaineinfusionsatarateof1.5mg/kg/minand thesecondgroup(n=30)receivedIVesmololinfusionsatarateof1mg/kg/min.Hemodynamic changes,intraoperativeandpostoperativeanalgesicrequirements,andrecoverycharacteristics wereevaluated.

Results:Inthelidocainegroup,systolicarterialbloodpressuresvalueswerelowerafterthe inductionofanesthesiaandat20minfollowingsurgicalincision(p<0.05).Awakeningtimewas shorterintheesmololgroup(p<0.001);RamsaySedationScalescoresat10minafterextubation werelowerintheesmololgroup(p<0.05).ThemodifiedAldretescoresatallmeasurementtime pointsduringtherecoveryperiodwererelativelylowerinthelidocainegroup(p<0.05).The time toattain amodified Aldrete score of≥9points was prolongedinthe lidocainegroup (p<0.01).PostoperativerestinganddynamicVASscoreswerehigherinthelidocainegroupat 10and20minafterextubation(p<0.05,p<0.01,respectively). Analgesicsupplementswere lessfrequentlyrequiredinthelidocainegroup(p<0.01).

Conclusion:Inlaparoscopiccholecystectomies,lidocaineinfusionhadsuperioritiesover esmo-lolinfusionsregardingthesuppressionofresponsestotrachealextubationandpostoperative needfor additionalanalgesic agentsinthelongrun, whileesmololwasmore advantageous withrespecttorapidrecoveryfromanesthesia,attenuationofearlypostoperativepain,and modifiedAldreterecovery(MAR)scoresandtimetoreachMARscoreof9points.

©2014PublishedbyElsevierEditoraLtda.onbehalfofSociedadeBrasileiradeAnestesiologia.

Introduc

¸ão

Duranteoperíodoperioperatório,comoumaresposta hemo-dinâmica à laringoscopia, intubac¸ão e excisão cirúrgica, complicac¸ões como taquicardia, hipertensão,isquemia do miocárdio, arritmia, infarto do miocárdio e hemorragias cerebraispodemserobservadas.Parapreveniro desenvol-vimentodessesefeitosindesejados,váriasmedidascomoo aumentoda profundidade daanestesia e a administrac¸ão deanestesiatópica,lidocaínaIV,vasodilatadores,agonistas

alfa-2,bloqueadoresbeta-adrenérgicos, opiáceose proce-dimentospré-curarizac¸ãoforampostasemprática.1---4

Para o controle de alterac¸õeshemodinâmicas desfavo-ráveis desenvolvidas apósa intubac¸ão, lidocaína podeser administrada por via intravenosa(IV) antes dainduc¸ão da anestesiaeváriosestudosrelataramseusefeitos preventi-vossobreadornopós-operatório.5---7

Esmololéeficaznasupressãoderespostasadrenérgicasa procedimentoslaringoscópicos,intubac¸ãoeamuitosoutros estímulos perioperatórios.8,9 Além disso, alguns estudos indicaramqueosbloqueadoresdosreceptoresadrenérgicos betadiminuemanecessidadedeanestésicos eo consumo deanalgésicosnopós-operatório.10---12Mesmoqueosescores dedorsejammaisbaixosemcolecistectomialaparoscópica comparadaàcolecistectomiaabertaconvencional,os regi-mesanalgésicosmultimodaisdevemserfeitos,incluindoo tratamentopré-operatório.13

Emboramuitosestudostenhamcomparadoosefeitosde ambasasdrogassobreasrespostashemodinâmicas,faltam estudoscomparativos deseusefeitossobrea recuperac¸ão e analgesia. Em nosso estudo, o objetivo foi comparar

os efeitos de infusões de lidocaína e esmolol sobre as alterac¸õeshemodinâmicas, necessidadede analgésicosno intraoperatórioepós-operatórioerecuperac¸ão.

Material

e

métodos

Este estudo duplo-cego foi conduzido com 60 pacientes, com estado físico ASA I-II, entre 18-65 anos,programados para colecistectomia laparoscópica, após a obtenc¸ão do termodeconsentimentoinformadoassinadopelos pacien-tes. Aqueles com alergia a anestésicos locais e opioides; obesidademórbidaoudoenc¸aavanc¸adarespiratória,renal, hematológica, hepática oucardiovascular; uso crônico de opioides,antagonistasdosreceptoresbeta-adrenérgicosou álcool; dependentes de drogas; grávidas e pacientes com deficiênciasmentaisforamexcluídos.Paraapré-medicac¸ão, os pacientes receberam 40mg de famotidina e 10mg de diazepam por via oral. Os pacientes foram submetidos a exames eletrocardiográficos (ECG), oximetria de pulso, saturac¸ão periférica de oxigênio (SpO2) e monitoramento não invasivoda pressão arterial. Ospacientes foram ran-domicamente alocadosem doisgrupos, com o métodode envelopelacrado.

(3)

da anestesia. As infusões de lidocaína e esmolol foram encerradasimediatamenteapósaextubac¸ão.

Frequênciacardíaca(embpm);pressãoarterialsistólica (PAS),diastólica(PAD)emédia(PAM)eSpO2dospacientes foram medidas e os efeitos adversos como bradicardia, hipotensãoearritmias foramregistradosantesdacirurgia (t1); após induc¸ão (t2); após a intubac¸ão nos minutos 1 (t3)e5(t4);duranteaincisãocirúrgica(t5);apósaincisão cirúrgica nos minutos5 (t6), 10 (t7), 15 (t8), 20 (t9), 30 (t10),40(T11),50(T12)e60(t13);antesdaextubac¸ão(t14) eapósaextubac¸ão nosminutos1(t15)e 5(t16).Durante ainduc¸ão,propofol (2-2,5mg.kg−1),fentanil(1g.kg−1)e rocurônio (0,1mg.kg−1) foram administrados IV para rela-xamento muscular. Para a manutenc¸ão daanestesia, uma misturadeN2O(65%)eO2(35%)edesfluranoevecurônioIV nadosede0,01mg.kg−1pararelaxamentomuscularforam administrados em intervalos de30minutos.Vinte minutos antesdotempoestimadodeoperac¸ão,75mgdediclofenaco de sódio intramuscular (IM) e 10mg de metoclopramida IV foram administrados. As dosagens de todos os agentes anestésicosforamgradualmentereduzidasaté50%noinício da sutura da pele e descontinuadas na última sutura da pele.Osefeitosdosrelaxantesmuscularesforamrevertidos com0,04mg.kg−1deneostigminae0,02mg.kg−1gde atro-pina.Ointervalodetempoentreainterrupc¸ãodosagentes anestésicoseaaberturaespontâneadosolhosdospacientes foramregistradoscomoo‘‘tempoatéodespertar’’.

Os pacientes foram transferidos para a sala de recuperac¸ão pós-anestesia(SRPA)após aextubac¸ão e fen-tanilfoiadministradopormeiodedispositivodeanalgesia controlada pelo paciente (ACP). O ACP foi ajustado para liberarumadoseem bolusinicialde3cm3(15g)de fen-tanil(5␮g.cm−3)comumtempodebloqueiode20minutos eolimitedeumahorapara45␮g.Umadosedecarganão foiadministrada.PAS,PAD,PAM,escoredesedac¸ãode Ram-say(ESR)eescoresEVAemrepousoeemmovimentoforam registradosnosminutos10(t17),20(T18),30(T19)e40(t20) depermanêncianaSRPA.Aprimeirasolicitac¸ãode analgé-sico, oconsumo totalde anestesia,os escoresdeAldrete modificados (EAM)nosminutos10,20,30 e 40e otempo para atingir umEAM ≥ 9 foramregistrados. Os pacientes foram transferidos para um servic¸o quando atingiram um EAM≥9.Frequênciacardíaca(FC);pressãoarterialsistólica (PAS), diastólica(PAD) e média(PAM); taxasrespiratórias; escoresdesedac¸ãodeRamsay(ESR);escoresEVAmáximos emrepousoeemmovimento;númerodesolicitac¸ãodeACP;

150

140

130

120

110

100

90

80

70

t9 t8 t7 t6 t5 t4 t3 t2

t1 t10 t11 t12t13 t14 t15t16

Tempo (min)

Grupo E Grupo L

Pressão arterial sistólica (mmHg)

Figura1 Pressãoarterialsistólica(mmHg).*p<0,05.

quantidadedeanalgésicosadministradoseefeitosadversos, incluindonáusea,vômito,pruridoeprisãodeventre,entre outros,foramregistradosnashoras2(t21),6(t22),12(T23) e24(t24)deinternac¸ãonoservic¸o.Pacientescomescores EVAemrepouso≥4pontosemqualquermomentodurante o período pós-operatório, apesar daanalgesia controlada pelopaciente,precisaramde75mgdediclofenacodesódio administradoIMemintervalosde12h,eforamreconhecidos como uma necessidade adicional de analgesia. Os esco-resdenáuseae vômitodos pacientesforamosseguintes: 0=ausênciadenáusea,1=náusealeve,2=náuseaevômito moderados,3=vômito frequentee4=vômitograve. Meto-clopramida(10mgIV)foiadministradaquandooescorede náuseaevômitofoi≥2.

Análise

estatística

FoifeitacomoprogramaSPSS16.0paraWindows.Osdados foramexpressosemmédia±desvio-padrão(DP),númeroe porcentagem.Testesdenormalidadeparaadistribuic¸ãodos dadosforamfeitos. Paracomparac¸õesentreosgrupos,os testesdoqui-quadradoeodeMann-Whitneyforamusados. OtestedeFriedmanfoiusadonascomparac¸õesintragrupos. Paraosparâmetrosquemostraramdiferenc¸asentreos gru-pos,otestetdeWilcoxoncomcorrec¸ãodeBonferronifoi usado.Valorescomp<0,05foramaceitoscomo estatistica-mentesignificativos.

Resultados

Nãofoidetectadadiferenc¸aentreosgruposparaas caracte-rísticasdemográficas,idade,sexo,pesooualtura(p>0,05). A frequência cardíaca (em bpm), medida em todosos momentos,nãodiferiuentreosgrupos(p>0,05). Bradicar-diafoiobservadanogrupolidocaína(n=1)enogrupo esmo-lol(n=2)erespondeuàadministrac¸ãode0,5gatropina.

Nas comparac¸ões entre grupos, os valores da pressão arterialsistólica(emmmHg)medidaapósainduc¸ãoda anes-tesia (T2) e 20minutos após incisão cirúrgica (T9) foram significativamente menores nogrupo esmolol (respectiva-mente,p=0,041;p=0,045)(fig.1).Nogrupolidocaína,dois pacientesdesenvolveramhipertensão,quefoitratadacom 100␮gdenitroglicerinaIV.

A pressão arterial média (em mmHg) medida após a induc¸ão daanestesia (t2) foi menor no grupo esmolol do quenogrupolidocaína(p=0,006)(fig.2).

t1 t2 t3 t4 t5 t6 t7 t8 t9 t10 t11 t12 t13 t14 t15 t16

Tempo (min) Grupo E Grupo L

Pressão arterial média (mmHg)

110

100

90

80

70

60

50

40

(4)

Tabela1 Escoresdesedac¸ãodeRamsay(média±DP)

Tempo GrupoL GrupoE p

t17 2,76±0,62 2,33±0,80 0,015 t18 2,26±0,52 2,03±0,55 0,105 t19 2,00±0,00 1,93±0,25 0,154 t20 2,00±0,00 2,00±0,00 1,000 t21 2,00±0,00 2,00±0,00 1,000 t22 2,00±0,00 2,00±0,00 1,000 t23 2,00±0,00 2,00±0,00 1,000 t24 2,00±0,00 2,00±0,00 1,000

Emtodosostemposdemensurac¸ão,nãoforam detecta-dasdiferenc¸asentreosgruposemrelac¸ãoàpressãoarterial diastólicaesaturac¸ãoperiféricadeoxigênio(p>0,05).

Nenhuma diferenc¸a foiencontrada entreos grupos em relac¸ão ao consumo defentanil no intraoperatório(grupo L:94,66±45,08␮g;grupoE:82,50±28,36␮g)(p=0,298). Fentanil adicional foi necessáriotanto nogrupo lidocaína (n=10)quantonogrupoesmolol(n=9).

Apressãoarterialsistólica(emmmHg)nopós-operatório não diferiu entre os grupos em todos os tempos de mensurac¸ão(p>0,05).Hipotensãoocorreuemumpaciente dogrupo lidocaína, enquanto hipertensão ocorreu em um pacientedogrupolidocaína eem doispacientesdogrupo esmolol.

As pressõesdiastólica emédia e afrequênciacardíaca nopós-operatórionãoforamdiferentesentreosgruposem todosostemposdemensurac¸ão(p>0,05).

Ostemposderecuperac¸ão(emminutos)doscasosforam significativamente menores no grupo esmolol (grupo L: 6,55±1,84egrupoE:4,56±1,40)(p=0,0001).

Nascomparac¸õesentreosgrupos,osescoresdesedac¸ão de Ramsay estimados 10minutos após a extubac¸ão (t17) forammenoresnogrupoesmolol(p=0,015)(tabela1).

Os escores de Aldrete modificados durante o período derecuperac¸ãoforamsignificativamentemenoresnogrupo lidocaína(p<0,05)(tabela2).

Os escores de Aldrete modificados ≥ 9 pontos foram obtidos em umtempo (min) significativamente menor no grupoesmolol(grupoL:14,76±3,82egrupoE:12,46±4.80) (p=0,006).

Os valores da EVA no pós-operatório, calculados em repouso e 10 (T17) e 20 (t18)minutos após a extubac¸ão, foramsignificativamentemaioresnogrupolidocaínadoque nogrupoesmolol(p=0,017ep=0,006,respectivamente).

OsvaloresdaEVAnopós-operatório,calculadosem movi-mentoe10(t17)e20(t18)minutosapósaextubac¸ão,foram significativamente maiores no grupo lidocaína do que no grupoesmolol(p=0,021ep=0,003,respectivamente).

O número desolicitac¸õesde ACP nopós-operatório, a quantidade de analgésicos administrada e o tempoaté a

Tabela2 EscoresdeAldretemodidicados(média±DP)

Tempo GrupoL GrupoE p

t17 8,23±0,43 8,53±0,51 0,018 t18 9,00±0,00 9,27±0,52 0,006 t19 9,30±0,46 9,70±0,46 0,002 t20 9,7±0,46 9,93±0,25 0,002

primeira necessidadede analgesia estimados em todosos temposdemensurac¸ãonãoforamestatísticae significativa-mentediferentesentreosgrupos(p>0,05).

Menospacientesdogrupolidocaínaprecisaramde anal-gésicosadicionais[grupoL:2(6,7%)egrupoE:11(36,7%)] (p=0,005).

Nãohouvediferenc¸aestatisticamentesignificativaentre os grupos em relac¸ão a efeitos colaterais nos períodos intra-epós-operatório (p>0,05).Duranteaoperac¸ão,um pacientedogrupolidocaínaedoisdogrupoesmolol desen-volveram bradicardia, responsiva a 0,5mg de atropina. No grupo lidocaína, dois desenvolveram hipertensão que respondeua100␮gdenitroglicerina.Duranteoperíodo pós--operatório,hipotensãoocorreuem umpacientedogrupo lidocaína (n=1), enquanto hipertensão foi observada nos grupos lidocaína (n=1)e esmolol(n=2). Náuseaevômito foram observados em quatro pacientes em cada grupo e tratadoscom10mgdemetoclopramida.

Discussão

Embora a colecistectomia laparoscópica oferec¸a a possi-bilidade de alta hospitalar relativamente mais cedo, dor, náuseaevômitonopós-operatórioinduzidospelosopiáceos sãoqueixasfrequentes.13,14Técnicasdeanalgesia multimo-daiseagentesadjuvantesusadosparadiminuiraincidência desses efeitos colaterais podem ser úteis para reduzir as dosesdeopioidessistêmicos.13,14

(5)

Acreditamos que as diferenc¸as entre esses resultados estejam relacionadas à aplicac¸ão de pré-medicac¸ão (se houver), aosmedicamentos usados na induc¸ão e às doses dosmedicamentosdoestudo.Alémdisso,emnossoestudo, lidocaína e esmolol deprimiram igualmente as respostas hemodinâmicasàintubac¸ão.Emboraasrespostas hemodi-nâmicasàextubac¸ãotenhamsidosuprimidasdeformamais eficaznogrupolidocaínadoquenogrupoesmolol,asdoses que usamos de ambos os agentes não poderiam atenuar completamenteasrespostas hemodinâmicas àextubac¸ão. Chiaetal.15administraraminfusõesdeesmololaumataxa 50␮g.kg−1.min−1 após uma dose de carga de 0,5mg.kg−1 a pacientes agendadas para histerectomia abdominal e relataram um consumo significativamente menor de opi-oide e agente volátil no intraoperatório em comparac¸ão com o grupo controle. Topc¸u et al.18 relataram que, em comparac¸ãocomogrupocontrole,oconsumototalde remi-fentanil e propofol foisignificativamente menor no grupo depacientesagendadosparacirurgiaabdominaleletivasob anestesia venosatotalque tambémreceberaminfusão de osmolola umataxa de250␮g.kg−1.min−1.Lauwicketal.7 investigaram os efeitos da infusão de lidocaína no intra-operatório em pacientes agendados para colecistectomia laparoscópica e relataram menor consumo de fentanil e desfluranonointraoperatórionogrupoquerecebeuinfusão delidocaínaaumataxade2mg.kg−1.h−1apósumadosede cargade1,5mg.kg−1,emcomparac¸ãocomogrupocontrole. Osautorestambémrelataramqueasinfusõesdeesmolole lidocaínalevaramaumconsumomenordeopioideeagente volátil no intraoperatório em relac¸ão ao grupo controle. Porém, nenhum estudo comparou ambos os agentes a esserespeito. Em nosso estudo, nãofoi possível detectar qualquerdiferenc¸asignificativaentreasquantidadestotais defentanilconsumidasnointraoperatóriopelosgrupos.

Koppert et al.19 investigaram os efeitos da infu-sãodelidocaínanoperioperatóriodecirurgias abdominais degrandeporteeiniciaramainfusãodelidocaínaaumataxa de1,5mg.kg−1.h−1apósumadose decargade1,5mg.kg−1 de lidocaína IV 30minutos antes da incisão cirúrgica em 20pacientessubmetidosa cirurgiasabdominaisdegrande porte.A infusão foi interrompidaumhoraapós o término da cirurgia. Os autores também relataram que quando infundiram o mesmo volume de soro fisiológico ao grupo controlenãodescobriramqualquerdiferenc¸aentreos gru-pos em relac¸ão aos escores de sedac¸ão. Collard et al.11 analisaram os efeitos da infusão esmolol no intraopera-tório sobre o consumo de fentanil no pós-operatório em colecistectomia laparoscópica. Osinvestigadores adminis-traramesmolola30pacientesaumataxade5-15␮g.kg−1 apósumadosedecargade1mg.kg−1,enquanto outros30 pacientes receberam infusões de esmolol a uma taxa de 0,1-0,5␮g.kg−1.min−1apósumadosedecargade1g.kg−1. Alémdisso,30pacientesreceberamsoluc¸õesdesoro fisioló-gicoetemposmaiscurtosderecuperac¸ãoforamdetectados no grupo esmolol em comparac¸ão com os outros grupos. Muitos estudos demonstraram que os bloqueadores beta--adrenérgicos que exercem efeitos depressivos sobre o sistemanervoso centraltambém diminuema necessidade de agentesanestésicos nointraoperatório e levam a uma rápida recuperac¸ão da anestesia.11,16,20 Na literatura,não encontramosestudoquecomparasseesmololelidocaínaem relac¸ãoaotempoatéodespertareescorederecuperac¸ão.

Em nosso estudo, os tempos até o despertar foram mais curtos nogrupo esmolol. Os escoresde sedac¸ão de Ram-sayavaliados10minutosapósaextubac¸ãoforammaisaltos nogrupo lidocaína do que nogrupo esmolol. Porém, não houvediferenc¸asignificativaentreosgruposemoutros tem-posmensurados.Osescoresderecuperac¸ãomodificadosde Aldreteforam significativamente maiores no grupo esmo-lol em todos os tempos mensurados. Do mesmo modo, o tempoatéatingirumescore≥9tambémfoimenornogrupo esmolol.

(6)

efeitos depressivossobreo sistemanervoso central.11,16,20 Osmedicamentossimpatomiméticosqueatuamnosistema nervoso central são conhecidos por alterar a necessi-dadede agentesanestésicos.Osescores EVAmaisbaixos, detectadosaos10 e 20minutosapós a extubac¸ão, podem ser explicados pelos efeitos antagônicos de esmolol na síntese da catecolamina no cérebro e medula espinhal. Em cirurgias laparoscópicas, a incidência de náusea e vômito no pós-operatório é de 40-75% e é especial-mente mais frequentemente no primeiro e segundo dias de pós-operatório.23 Náusea e vômito, efeito residual de anestésicos e opioidese distensão gástrica podemse tor-naraparentescomaambulac¸ãoehipotensão.23Osopioides podem induzir náusea e vômito não apenas ao estimular a zona de gatilho quimiorreceptora no tronco cerebral, mas ao retardar o esvaziamento gástrico e seus efeitos hipotensivos.23 Em comparac¸ão com o grupo remifantil, Coloma et al.12 detectaram uma incidência significati-vamente menor de náusea e vômito no grupo esmolol submetidoa procedimentos cirúrgicos ginecológicos lapa-roscópicos.Damesmaforma,emumestudoqueinvestigou osefeitosdelidocaínaemcolecistectomiaslaparoscópicas, Lauwicketal.7observaramtaxasmaisbaixasdenáuseae vômitoemrelac¸ãoaogrupocontrole.Emnossoestudo, tam-bémobservamosaincidênciadenáuseaevômitonosgrupos lidocaína e esmolol, com graussemelhantes degravidade queexigiramtratamento.

Conclusão

As infusões de lidocaína e esmolol no intraoperatório de colecistectomias laparoscópicas exercem efeitos supres-sivos comparativamente semelhantes sobre as respostas hemodinâmicas à intubac¸ão e incisão cirúrgica e nenhum dosfármacosésuperioraooutroemrelac¸ãoànecessidade deanalgésicosopioidesnosperíodosintra-epós-operatório e ao desenvolvimento de efeitos colaterais. Observamos tambémquea infusãode lidocaína foicomparativamente superiornasupressãodarespostaàextubac¸ãotraquealena necessidadedeanalgesiaadicionalnopós-operatório; con-tudo,ainfusãodeesmololfoimaisvantajosaemrelac¸ãoao tempoatéodespertar,escorededornopós-operatório ime-diato,escorederecuperac¸ãodeAldretemodificados(ERAM) etempoatéatingirumERAMde9pontos.Nacomparac¸ão daeficáciadessesdoisagentesadjuvantes,emváriostipos decirurgia, pensamos que mais estudoscontrolados para avaliaro consumo de agentesanestésicos com diferentes dosagensdemedicamentosdevemserconduzidos.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

Referências

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