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Complexo multienzimático e fontes lipídicas em rações para frangos de corte

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Academic year: 2017

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COMPLEXO MULTIENZIMÁTICO E FONTES LIPÍDICAS EM RAÇÕES

PARA FRANGOS DE CORTE

GUSTAVO DO VALLE POLYCARPO

Dissertação apresentada ao programa de Pós-Graduação em Zootecnia, como parte das exigências para obtenção do título de mestre.

BOTUCATU – SP

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COMPLEXO MULTIENZIMÁTICO E FONTES LIPÍDICAS EM RAÇÕES

PARA FRANGOS DE CORTE

GUSTAVO DO VALLE POLYCARPO Zootecnista

Orientador: Prof. Dr. Antonio Celso Pezzato Co-Orientadora: Profa. Dra. Valquíria Cação da Cruz

Dissertação apresentada ao programa de Pós-Graduação em Zootecnia, como parte das exigências para obtenção do título de mestre.

BOTUCATU – SP

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA SEÇÃO TÉCNICA DE AQUISIÇÃO E TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO – SERVIÇO TÉCNICO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - UNESP - FCA - LAGEADO - BOTUCATU (SP)

Polycarpo, Gustavo do Valle, 1985-

P782c Complexo multienzimático e fontes lipídicas em rações para frangos de corte / Gustavo do Valle Polycarpo. – Bo-tucatu : [s.n.], 2011

ix, 59 f. : tabs., gráfs.

Dissertação (Mestrado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Botucatu, 2011

Orientador: Antonio Celso Pezzato Co-orientador: Valquíria Cação da Cruz Inclui bibliografia

1. Enzima. 2. Gordura de frango. 3. Óleo de soja. I. Pezzato, Antonio Celso. II. Cruz, Valquíria Cação da. III. Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Campus de Botucatu). Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia. IV. Título.

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“Ser guerreiro não exige perfeição, vitória ou invulnerabilidade

O guerreiro é a vulnerabilidade absoluta Essa é a única coragem de verdade”

(Poder além da vida)

“Amigos são melhores do que gente influente”

(Luiz Fernando Verísssimo)

“A sorte favorece aos audazes”

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HOMENAGEM ESPECIAL

À minha amorosa família

Ao meu amigo e pai Carlos Augusto Sumariva Polycarpo, por todo coração e paixão.

Meu Herói que durante todo o caminho trilhado até aqui não se exaltou nos bons

momentos de calmaria e nem se intimidou com as grandes dificuldades, mantendo o

controle mesmo sobre forte pressão, tornando-se o alicerce de nossa família. Jamais vou

conhecer alguém com tamanha dedicação à família. Pai, você é toda minha força e

minha vida.

À minha querida e bela mãe Clécia Canile do Valle Polycarpo, pelo mais belo e puro

amor incondicional. Mulher forte de personalidade límpida e transparente que sempre

me colocou à frente de suas vontades. Pessoa iluminada que me ensinou os conceitos de

Deus que me manteve no caminho certo. O seu sorriso é o que me traz mais felicidade,

cada momento ao seu lado vale muito mais que toda eternidade! Mãe, você é todo o

meu amor e minha bondade!

À minha irmã Clicia do Valle Polycarpo, fruto do amor dos meus pais. Irmã mais velha

que me ensinou o significado do 70 vezes 7.

À minha querida e amada Valquíria Cação da Cruz, a pessoa que adicionou o contra

peso na balança, me impulsionando com seu ar devoto de confiança absoluta, carinho,

apoio e compreensão.

Ao Pudinho e ao Prince; por serem, como “dizem”, irracionais, e mesmo assim terem

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente à Deus, por ter me concedido uma família que me criou com muito amor e dedicação, concedendo todas as condições que me possibilitaram cursar uma Pós-graduação em tão renomada instituição.

Ao meu pai Carlos Augusto Sumariva Polycarpo que através da sua total devoção à família me ensinou aonde buscar a verdadeira felicidade, mostrando os caminhos da honestidade, companheirismo, amizade, amor, paz, inteligência e saúde.

À minha mãe Clécia Canile do Valle Polycarpo por sua infinita paciência, amor e empenho na minha criação, sua presença me traz a doce alegria de viver.

À minha irmã Clícia do Valle Polycarpo por servir de força para a concretização dos meus sonhos e desenvolvimento pessoal.

Ao Professor, orientador e amigo Antonio Celso Pezzato pela confiança e dedicação oferecidas a mim, tendo enorme influência na minha formação profissional, consolidando e construindo conhecimentos que vão me acompanhar por toda vida. Agradeço imensamente.

À Professora Doutora Valquíria Cação da Cruz pelas orientações, competência, atenção, preocupação, amizade, carinho e dedicação. Muito obrigado.

Ao Professor Doutor José Roberto Sartori pelo tempo e auxílio prestados, profissional de grande respeito que teve efetiva participação em todo o trabalho.

Ao Pós-graduando Vitor Barbosa Fascina, pelo companheirismo e ajuda, me acolhendo durante minha chegada à Botucatu.

Ao Pedro Gibim Castelo, Fabyola Barros de Carvalho, Ivan Mailinch Gonsalves Pereira, Everton Moreno Muro e a toda equipe do Laboratório de Nutrição de Aves da FMVZ/Unesp de Botucatu, pelo auxílio durante todo o planejamento e execução do projeto, pelas brincadeiras, festas e sorrisos.

Ao Wanderley Thiago da Silva, um homem de princípios que, acredito eu, me guiou e confortou com palavras de sabedoria e também com amizade sincera. Muito obrigado pelo apoio Thiagão!

À Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ)/Unesp de Botucatu, por toda infraestrutura concedida.

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Aos funcionários da fábrica de ração, supervisão de fazendas, fazenda Lageado da FMVZ/UNESP de Botucatu.

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), pela concessão da bolsa de mestrado e do auxílio à pesquisa que tornou viável a execução deste trabalho.

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SUMÁRIO

Página CAPÍTULO I

1. INTRODUÇÃO... 2

2. REVISÃO DE LITERATURA... 3

2.1. Carboidratos... 3

2.1.1. Polissacarídeos não-amiláceos... 5

2.2. Enzimas exógenas na nutrição de frangos de corte... 6

2.3. Lipídios... 9

2.3.1. Ácidos graxos... 10

2.3.2. Digestão e absorção de lipídios em frangos de corte... 12

2.4. Trato gastrointestinal e enzimas digestivas... 14

2.5. Metabolismo de lipídios e desempenho de frangos de corte alimentados com diferentes fontes lipídicas... 16

2.6. Descrição e processamento das fontes lipídicas... 19

2.6.1. Gordura de frango... 19

2.6.2. Óleo de soja... 20

3. REFERÊNCIAS... 21

CAPÍTULO II Complexo Multienzimático e Fontes Lipídicas em Rações para Frangos de Corte Resumo... 31

Abstract... 32

Introdução... 33

Material e Métodos... 34

Resultados e Discussão... 44

Conclusões... 54

Referências Bibliográficas... 54

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ÍNDICE DE TABELAS

Página CAPÍTULO I

Tabela 1. Produtos compostos por enzimas encontrados no mercado... 7

CAPÍTULO II

Tabela 1. Composição e valores calculados das rações experimentais na fase

pré inicial (1 – 7 dias de idade)... 36

Tabela 2. Composição e valores calculados das rações experimentais na fase

inicial (8 – 21 dias de idade)... 37

Tabela 3. Composição e valores calculados das rações experimentais na fase

de crescimento (22 – 33 dias de idade)... 38

Tabela 4. Composição e valores calculados das rações experimentais na fase

final (34 – 42 dias de idade)... 39

Tabela 5. Desempenho de frangos de corte aos 21 dias de idade alimentados com dietas suplementadas com complexo multienzimático (CMe) e

fontes lipídicas com diferentes níveis de inclusão... 45 Tabela 6. Desempenho de frangos de corte aos 42 dias de idade alimentados

com dietas suplementadas com complexo multienzimático (CMe) e

fontes lipídicas com diferentes níveis de inclusão... 47 Tabela 7. Rendimento de carcaça, cortes e teor de gordura abdominal de

frangos de corte aos 42 dias de idade alimentados com rações contendo complexo multienzimático e fontes lipídicas com

diferentes níveis de inclusão... 48 Tabela 8. Energia metabolizável aparente corrigida pelo balanço de

nitrogênio (EMAn, kcal/kg) e coeficiente de metabolizabilidade do nitrogênio (CMN, %), do extrato etéreo (CMEE, %) e da matéria seca (CMMS, %) da dieta de frangos de corte alimentados com rações contendo complexo multienzimático e fontes lipídicas com diferentes níveis de inclusão na fase inicial (16 a 21 dias de idade) e

de crescimento (30 a 35 dias de idade)... 50 Tabela 9. Atividade de enzimas pancreáticas (U.I./mg de tecido) em frangos

de corte alimentados com rações contendo complexo

multienzimático e fontes lipídicas com diferentes níveis de inclusão

aos 21 e 35 dias de idade... 52 Tabela 10. Correlação entre a atividade da lipase pancreática e o coeficiente

de metabolizabilidade do extrato etéreo (CMEE) aos 21 e 35 dias

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LISTA DE FIGURAS

Página CAPÍTULO I

Figura 1. Polissacarídeos não-amiláceos obstruindo as microvilosidades

intestinais... 5 CAPÍTULO II

Figura 1. Valores médios diários das temperaturas máximas e mínimas no

interior do galpão experimental... 40 Figura 2. Valores médios diários de temperatura de globo negro, bulbo seco e

úmido, umidade relativa do ar e ITGU no interior do galpão

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Considerações Iniciais

1. INTRODUÇÃO

A avicultura de corte é uma das atividades econômicas mais importantes na estrutura agropecuária brasileira e nos últimos anos tem vivido intenso desenvolvimento. A produção de carne de frango no Brasil em 2010 foi de 12,312 milhões de toneladas, números que apontam novo recorde do setor, sendo 11,71% maior que o ano anterior (AVITE, 2011). A evolução na produtividade e no processo agroindustrial foi determinada pelas melhorias no melhoramento genético, manejo, nutrição e alimentação, ambiência das instalações e sanidade, constituindo os cinco pilares básicos para o sucesso na produção avícola.

A alimentação animal é um importante elo da agroindústria brasileira que consome cerca de 65% da produção nacional de milho e 45% da oferta de farelo de soja, impulsionando a produção agrícola nacional. Além disso, movimenta a indústria química para o fornecimento de insumos tais como vitaminas, aminoácidos e microingredientes (BUTOLO, 2010). Na produção de frangos de corte a nutrição ocupa lugar de destaque, já que a alimentação é o fator que mais onera os custos de criação, representando em torno de 60 a 70% do capital despendido (FRANCO & OETTING, 2009). Dessa forma, o aumento da eficiência alimentar por meio da contribuição do uso de aditivos, permite reduzir os custos e aumentar a lucratividade do setor.

Sob este ponto de vista, a viabilização técnica de enzimas exógenas é marco importante na nutrição, o qual permite melhorar o aproveitamento dos nutrientes. Estas contribuem para a melhoria da produtividade das aves aumentando o aproveitamento dos nutrientes, os quais não são digeridos pelo organismo das aves por não sintetizarem ou produzirem quantidades insuficientes de enzimas, que são utilizadas para a digestão dos vários componentes químicos encontrados nos alimentos.

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na conversão alimentar, diminuição na pulverulência da ração, diminuição da velocidade de esvaziamento do sistema digestório e consequente aumento do tempo de ação das enzimas endógenas no alimento, redução do estresse calórico das aves, entre outros fatores (SWENSON e REECE, 1996; PUCCI et al., 2003; LARA et al., 2005).

Embora muitos autores (PUCCI et al., 2003; ANDREOTTI et al., 2004; SAKOMURA et al., 2004; LARA et al., 2005; RABER et al., 2009) tenham comprovado sua eficácia, a avaliação das verdadeiras contribuições de óleos e gorduras oferece obstáculos, pois envolve fatores não relacionados às suas qualidades, como concentração de energia ou de gorduras e proteína na ração, temperatura, idade e linhagem das aves, níveis de inclusão, fontes de fibras e consumo de ração, forma e consistência do alimento, tamanho do sistema digestório das aves e taxa de passagem do alimento (ANDREOTTI et al., 2004; JUNQUEIRA et al., 2005).

2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1.Carboidratos

Toda energia dispendida pelo organismo provém da oxidação das proteínas, carboidratos e lipídios. Assim, para que frangos possam expressar seu máximo potencial de crescimento, devem adaptar-se à nutrição exógena rapidamente. Na fase embrionária, dependem basicamente dos lipídios como fonte de energia. Logo após a eclosão, quando os nutrientes passam a ser absorvidos no intestino, os carboidratos passam a ser a principal fonte de energia (DIBNNER, 1996).

Os carboidratos são as biomoléculas mais abundantes na face da Terra e são a base da dieta na maior parte do mundo. Sua oxidação é a principal via metabólica de energia na maioria das células não-fotossintéticas. Por definição, carboidratos são poliidroxialdeídos ou poliidroxicetonas, ou substâncias que, hidrolisadas, originam estes compostos (NELSON & COX, 2006). São um grande grupo de açúcares, amidos, celuloses e gomas contendo C, H e O em proporções similares, podendo alguns conter também N, P e S.

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Os monossacarídeos são açucares simples, classificados de acordo com o número de átomos de carbono que contêm (trioses, tetroses, pentoses, hexoses). O monossacarídeo mais abundante na natureza é a glicose, que possui seis átomos de carbono na molécula. Os oligossacarídeos são moléculas que apresentam cadeias curtas de monossacarídeos, sendo os dissacarídeos, formados pela ligação de dois monossacarídeos (NELSON & COX, 2006).

Os polímeros de açúcar naturais que contêm mais de 20 unidades de monossacarídeos são chamados de polissacarídeos, podendo também apresentar centenas ou até milhares de unidades monossacarídicas. Como não são carboidratos simples, necessitam ser quebrados na digestão para que sejam aproveitados pelo organismo como fonte de energia (NELSON & COX, 2006).

Os polissacarídeos são classificados em função da identidade das suas unidades

monossacarídicas repetitivas, no tipo de ligações (α e β) que os unem, no comprimento

e no grau de ramificação das cadeias. O Amido é um polímero da glicose constituído por dois polímeros que diferem-se na estrutura da molécula: a amilose e a amilopectina. As propriedades mais importantes com influência no seu valor nutricional incluem a taxa e a extensão da digestão ao longo do trato gastrointestinal e o metabolismo dos monômeros absorvidos (LOBO & SILVA, 2003).

Somente as ligações α 1-4 e α 1-6 do amido, α 1-2 entre a frutose da sacarose, β 1 -4 entre a glicose e a galactose da lactose e α 1-1 entre as unidades de glicose da trealose

podem ser clivadas por enzimas endógenas de aves e mamíferos monogástricos. Todas as outras ligações glicosídicas são resistentes às enzimas digestivas, mas podem ser clivadas por enzimas derivadas de microorganismos (TAVERNARI et al., 2008).

A expressão polissacarídeos não-amiláceos (PNA’s) é usada frequentemente para

se referir às fibras que não são digeridas pelos monogástricos devido à natureza de suas ligações químicas, que são resistentes à hidrólise enzimática no trato gastrointestinal (CANTOR, 1995). Além da celulose, existem outros carboidratos que são chamados de

PNA’s, como a hemicelulose, pentosanas, β-glucanas, xilose, quitina e pectinas, e

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2.1.1. Polissacarídeos não-amiláceos

As aves são animais monogástricos que não possuem capacidade endógena de digerir os PNA’s, entretanto, estes podem ser potencialmente aproveitados.

Constantemente, a indústria e centros de pesquisa têm direcionado estudos com a finalidade de desenvolver novas tecnologias para melhorar a digestibilidade dos PNA’s

presentes nos alimentos de origem vegetal utilizados nas rações.

Os PNA’s estão presentes em muitas leguminosas e não são absorvidos no

intestino delgado, comprometendo o desempenho das aves. Além da baixa digestibilidade, sabe-se que os PNA’s presentes nos cereais possuem capacidade de

reter umidade. A presença dessas substâncias no lúmen intestinal promove o aumento da viscosidade da digesta devido à formação de polímeros ou géis com a água, comprometendo a digestão e a absorção dos nutrientes (Figura 1), dificultando a ação das enzimas digestivas e a absorção de substâncias relacionadas com a digestão (OPALINSKI, 2006).

FIGURA 1. Polissacarídeos não-amiláceos obstruindo as microvilosidades intestinais.

Fonte: Adaptada de VANDER; SHERMAN; DOROTHY (2000).

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exógenas diminuem a viscosidade e influenciam a microflora intestinal. Meng et al. (2005) verificaram em laboratório que as carboidrases são eficazes na despolimeração de polissacarídeos de parede celular, proporcionando efeito positivo no crescimento de microrganismos não patogênicos no trato gastrointestinal (JIA et al., 2009), promovendo saúde e benefícios ao crescimento animal.

Berford e Apajalahti (2001) consideram que as enzimas podem atuar de duas maneiras: na fase ileal da digestão, prevenindo a formação de conteúdo viscoso e na fase cecal, por meio da degradação dos PNA’s em moléculas menores que podem ser

mais facilmente fermentadas pela microbiota intestinal em ácidos graxos de cadeia curta.

2.2.Enzimas exógenas na nutrição de frangos de corte

O uso de enzimas tem sido intensamente estudado por pesquisadores que atuam na nutrição de frangos de corte. O sucesso na aplicação de tecnologia enzimática requer o conhecimento dos compostos químicos a serem hidrolisados bem como sob quais condições as reações ocorrem.

A utilização de enzimas exógenas pode ser empregada para suplementar as enzimas endógenas do animal, complementando as próprias enzimas digestórias cuja ação é mais importante em animais jovens, em função da maturação dos órgãos responsáveis pela produção e liberação das enzimas digestivas, ou então para contribuir com enzimas que o organismo animal não é capaz de produzir. Segundo Pugh (1993), citado por Garcia (1998), a suplementação com lipase pode ser eficiente, principalmente em dietas iniciais, pois os animais jovens possuem um sistema enzimático imaturo e consequentemente possuem uma baixa eficiência em digerir gorduras (GARCIA, 1998).

O emprego de enzimas na ração possibilita utilizar ingredientes que possuem compostos de baixa digestibilidade para as aves, pois estas não possuem enzimas endógenas específicas para digeri-los. Esse é o caso de ingredientes ricos em fósforo

fítico e PNA’s, uma vez que as aves dependem de enzimas exógenas para digerir essas

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Tabela 1. Alguns produtos compostos por enzimas encontrados no mercado.

Produto Fonte Enzimas Animais

Rovabio® Max e T-flex (Estável a altas temperaturas)

Penicillium funiculosum

(PNA’s) e

Schizosaccharomyces pombe

(Fitase)

Carboidrolases e

fitase Aves e Suínos

Hemicell® Bacillus lentus Β-Mananases Aves e

Suínos

Optiphos™ PF

2000

Bacteriana, (E. coli

geneticamente modificada de estômago de suínos)

Fitase Aves e Suínos

Microtech® 5000 Fúngica e bacteriana Fitase Aves e

Suínos

Natuphos® 5000 Aspergillus niger Fitase Aves e Suínos

Allzyme SSF® Aspergillus niger protease e fitase Carboidrolases, Aves e Suínos

Allzyme Vegpro® Aspergillus nigerTrichoderma e longibrachiatum

Protease e

Celulase Aves e suínos

Fonte: Dados levantados pelo Autor sobre produtos comercializados no Brasil.

Pesquisadores também têm demonstrado a possibilidade de usar complexos enzimáticos em rações à base de cereais de baixa viscosidade, como o milho e o farelo de soja, aumentando o aproveitamento dos nutrientes e o valor nutritivo dos alimentos, proporcionando desempenho superior em frangos de corte (LIMA et al., 2007).

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A incorporação de suplementos multienzimáticos na ração pode ser feita de duas maneiras. Primeiro, adicionando-se as enzimas na ração calculada (On-Top), que seria uma suplementação sem considerar a composição nutricional do produto na formulação da dieta. A segunda forma é alterando a formulação das dietas, o que pode reduzir o custo do alimento, levando-se em conta o teor nutricional propiciado pelas enzimas (BARBOSA et al., 2008).

Strada et al. (2005) observaram que a adição de complexo multienzimático promoveu efeito positivo em rações à base de milho e farelo de soja com os níveis de energia metabolizável e de aminoácidos (Met, Met+Cis e Lys) superestimados em 9 e 7%, respectivamente, produzindo os mesmos resultados que a dieta sem redução nutricional, tornando possível diminuir a densidade energética e aminoacídica das rações contendo complexo multienzimático.

Toledo et al. (2007) estudando duas densidades nutricionais e dois níveis de complexo multienzimático (atividades de xilanases, β-glucanases, celulases, pectinases

e proteases), constataram que a adição de enzimas na ração melhora o desempenho das aves submetidas a dietas de baixa densidade nutricional, porém, não é suficiente para proporcionar desempenho semelhante ao das aves alimentadas com dieta padrão. No entanto, a dieta de baixa densidade com complexo de enzimas apresentou melhor relação custo/benefício do que as dietas convencionais por meio do índice de eficiência bioeconômico alimentar.

A variação nutricional dos ingredientes é um problema que as indústrias avícolas enfrentam frequentemente nas fábricas de rações as quais dependem de vários fornecedores. O farelo de soja pode conter altas variações no teor de proteína bruta em decorrência de farelos com maior quantidade de casca, que resultam em maiores níveis de fibra, especialmente celulose, hemicelulose e pectina. Assim sendo, a formulação de dietas com matérias-primas de baixa qualidade pode acarretar queda no desempenho de frangos de corte e inviabilizar a produção. O emprego de enzimas na ração permite ajustar a formulação aumentando a disponibilidade dos nutrientes, compensando variações na qualidade dos ingredientes.

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metabolizabilidade da matéria seca e no aproveitamento do conteúdo energético da dieta pode estar relacionado com a atuação das enzimas sobre a fibra em detergente ácido (FDA), em razão da atuação das enzimas no sentido de solubilizar a FDA, fato explicado pela ação da celulase sobre a celulose presente na fração de FDA.

Outro motivo para utilizar enzimas na produção animal são os movimentos ambientalistas que visam discutir formas de diminuir a eliminação de poluentes como o fósforo e o nitrogênio no ambiente, que podem ser excretados em maior ou menor quantidade dependendo da formulação e das enzimas presentes na ração (COSTA et al., 2004). Esse fator contribui para tornar a produção animal mais sustentável e consciente, preservando os ecossistemas e os mananciais de água do planeta.

Desta forma, o emprego de enzimas pode contribuir significativamente, uma vez que reduzem os efeitos dos fatores antinutricionais presentes em quase todos os alimentos, reduzindo o impacto da produção avícola no meio ambiente. Em associação com os progressos tecnológicos, o estudo de enzimas exógenas específicas para a solução dos problemas nutricionais dos alimentos, poderá tornar a nutrição das aves mais favorável e lucrativa.

2.3.Lipídios

Os lipídios são biomoléculas caracterizadas por serem insolúveis em água, dividindo-se em duas principais classes: lipídios de armazenamento e lipídios estruturais de membrana. Os lipídios de armazenamento são os chamados triacilgliceróis, compostos de três moléculas de ácidos graxos e uma molécula de glicerol. Os lipídios estruturais de membrana constituem os chamados fosfolipídios e glicolipídios. Os fosfolipídios se dividem em glicerofosfolipídios e esfingolipídios. Já, os glicolipídios se classificam apenas em esfingolipídios. Os glicerofosfolipídios são compostos de duas moléculas de ácidos graxos e uma molécula de glicerol. Os esfingolipídios são compostos de uma molécula de ácido graxo e uma esfingosina (MARZZOCO & TORRES, 1999).

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2.3.1. Ácidos graxos

Para atender as exigências nutricionais relacionadas ao alto potencial genético das linhagens de frangos de corte utilizadas atualmente nas produções avícolas, as dietas tendem a possuir elevado teor nutricional, com destaque para as altas concentrações de energia e proteína.

O fornecimento de óleos e gorduras às aves tem como principal objetivo o fornecimento de energia em forma concentrada, que em média apresenta 9,4 kcal/g de energia bruta, superior à energia das proteínas e dos carboidratos (GAIOTTO, 2004). Além de possuir maior quantidade de energia bruta, o aproveitamento metabólico e a digestibilidade dos óleos e gorduras é superior à dos carboidratos dado o menor incremento calórico destes ingredientes, destinando energia aos propósitos produtivos. Somado a isso, óleos e gorduras são grandes fornecedores de ácidos graxos essenciais (ácido linoléico, linolênico e araquidônico) (ANDRIGUETTO, 2002).

Os ácidos graxos são compostos derivados de hidrocarbonetos que possuem um grupo carboxila numa extremidade e um grupo metil na outra com cadeia química que possui de quatro a 36 carbonos, contudo, os ácidos graxos de maior ocorrência na natureza têm entre 12 e 24 carbonos (NELSON & COX, 2006), podendo apresentar cadeia totalmente saturada e insaturada com uma (monoinsaturada) ou mais (poliinsaturada) ligações duplas.

A nomenclatura dos ácidos graxos é determinada pelo número de átomos de carbono e de ligações duplas presentes na cadeia carbônica. Porém, existem algumas implicações na nomenclatura de ácidos graxos insaturados, em função da posição e da configuração (cis e trans) que ocorrem as ligações duplas. A posição da dupla ligação é dada pelo número do carbono em que cada insaturação ocorre, sendo que o carbono da carboxila é identificado como carbono um (C-1).

Desse modo, o ácido linolênico que possui 18 átomos de carbono e três ligações duplas entre o carbono C-9 e C-10, C-12 e C-13 e outra entre C-15 e C-16 é denotado como 18:3 (Δ9,12,15), sendo que o número de carbonos é especificado pelo primeiro

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Apesar de pouco comum, existem ácidos graxos que são classificados como conjugados, ou seja, possuem uma ligação simples entre as duplas ligações. Esse é o caso do ácido linoléico conjugado (CLA), isto é, uma mistura de isômeros do ácido linoléico com duplas ligações separadas apenas por uma ligação simples carbono-carbono (HAYASHI, 2003).

O número de átomos de carbono e o número de duplas ligações (insaturação) são os principais fatores que vão definir a pequena solubilidade em água e o estado físico em temperatura ambiente dos ácidos graxos (PUPA, 2004). As cadeias dos compostos saturados são flexíveis e distendidas, conferindo à molécula a capacidade de se associar extensamente ao longo de todo o comprimento com ácidos graxos adjacentes.

A ligação dupla na forma cis, presente nos ácidos graxos insaturados, encurva a molécula impedindo que os ácidos graxos se agrupem como acontece com os totalmente saturados (NELSON & COX, 2006), enfraquecendo as interações entre as cadeias. Portanto, os lipídios saturados exigem maior quantidade de energia térmica que os insaturados para se desordenarem, apresentando estado sólido à temperatura ambiente de 25°C.

O óleo de frango, apesar de ser um lipídio de origem animal, apresenta-se na forma líquida e semi-líquida à temperatura ambiente por conter boa quantidade de ácidos graxos insaturados. Segundo Lee & Foglia (2000), o óleo de frango contém quase 70% de ácidos graxos insaturados, apresentando 49% de ácidos graxos monoinsaturados e 19,2% de ácidos graxos poliinsaturados. Os ácidos graxos saturados de maior ocorrência são o palmítico 16:0 (25,2%) e o esteárico 18:0 (5,9%), os insaturados são o oleico 18:1 (40,5%) e o palmitoléico 16:1 (7,8%) e, os poliinsaturados

são o linoléico 18:2 (18,4%) e o α-linolênico 18:3 (0,7%) (LEE & FOGLIA, 2000).

De acordo com Chiu & Gioielli (2002), a gordura abdominal de frango apresenta em sua composição 67,2% de ácidos graxos insaturados e poliinsaturados, sendo 37,5% de ácido oléico; 21,2% de ácido linoléico; 7,3% de ácido palmitoléico e 1,2% de ácido

α-linolênico. Posteriormente, Chiu & Gioielli (2008) publicaram valores semelhantes de

ácidos graxos na composição da gordura de frango: 43,4% de ácido oléico; 17,2% de

ácido linoléico; 7,1% de ácido palmitoléico e 1,0% de ácido α-linolênico.

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clima e tecido adiposo analisado (VIZCARRONDO et al., 1998). Lara et al. (2006) observaram que a deposição de ácidos graxos insaturados na gordura da carcaça de frangos de corte foi influenciada pelas fontes lipídicas adicionadas à dieta, sendo que aves alimentadas com óleo de frango apresentaram maiores percentuais desses ácidos graxos.

A maior parte dos óleos e gorduras da dieta é fornecida na forma de triglicerídeos, que são constituídos por três moléculas de ácidos graxos unidas por ligação éster a uma molécula de glicerol. A forma da gordura como triglicerídeo ou como ácido graxo livre é um fator que afeta a digestibilidade das aves influenciando a energia metabolizável da dieta. Segundo Lara et al. (2005), os alimentos com ácidos graxos livres são absorvidos com menor eficiência do que os com ácidos graxos na forma de triglicerídeos, pelo fato do monoglicerídeo ser essencial na incorporação do ácido graxo no complexo micelar.

Fernandes et al. (2002) citam que o óleo de soja favorece uma melhor secreção de bile para formação de micelas na fase inicial de frangos de corte, em função da maior quantidade de triglicerídeos do óleo de soja em relação ao resíduo gorduroso da indústria de óleos vegetais, favorecendo o aproveitamento da gordura do óleo de soja e consequentemente melhorando o desempenho das aves.

2.3.2. Digestão e absorção de lipídios em frangos de corte

Os animais monogástricos, mais especificamente as aves, devem ter acesso contínuo à alimentação por possuírem baixa capacidade de armazenamento de alimentos e relativa rapidez na taxa de passagem do alimento. A digestão dos alimentos compreende desde a apreensão do alimento até a excreção dos resíduos não digeridos e faz-se por intermédio de enzimas digestivas (BERTECHINI, 2006).

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Os sais biliares aí existentes são então liberados no lúmen intestinal na porção do duodeno e agem como detergentes biológicos, aumentando a superfície dos lipídios, convertendo as gorduras alimentares em micelas de sais biliares e triacilgliceróis. Após a formação das micelas ocorre a liberação da lipase pancreática que com o auxílio de um co-fator denominado colipase, age sobre a interface lipídeo-água. A colipase é necessária para ativação e funcionamento da lipase no substrato. Uma estreita relação cinética é conhecida e ela age por interação entre a colipase, os sais biliares e a lipase (MACARI et al., 2002).

No jejuno acontecerá a difusão da micela para a superfície do enterócito, sendo os sais biliares reabsorvidos por processo ativo. Porém, para que esta última reabsorção ocorra, os sais biliares têm que estar em estado não dissociado, condição pouco comum no jejuno, já que este é o primeiro terço do intestino e recebe os lipídios quase sem emulsificação. Outras enzimas secretadas pelo pâncreas e que aparentemente têm importância na digestão duodenal de lipídios são as carboxi-estér-hidrolase (colestero-esterase) e a fosfolipase. A carboxi-éster-hidrolase possui ótimo pH de ação, requerendo sais biliares para sua ativação, além de mostrar baixa especificidade. Para sua absorção, parece ser imprescindível que ocorra a lipólise do colesterol (FREEMAN, 1984).

No suco biliar, o comportamento dos ácidos graxos é influenciado pelo seu grau de ionização e, no pH duodenal dos frangos os ácidos graxos estão parcialmente ionizados. Na digestão dos lipídios, é produzido glicerol, ácidos graxos, monoacilgliceróis, fosfogliceróis, esteróis, isoprenóides. Ácidos graxos de cadeia curta são mais suscetíveis à absorção do que os de cadeia longa, assim como os ácidos graxos de cadeia insaturada são melhores absorvidos do que os de cadeia saturada (GONZALES & SILVA, 1999).

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Após absorção dentro da mucosa intestinal, os ácidos graxos são reesterificados para formar triacilgliceróis e se combinam com colesterol e apoproteínas para formar os quilomícrons, transportados pela linfa e as lipoproteínas, transportadas pelo sangue. Pesquisas comprovam que existe analogia entre a idade da ave e a eficiência de digestão e absorção de lipídios, estando relacionada à maturidade dos órgãos envolvidos nesse processo, incluindo a produção de enzimas e o pleno desenvolvimento do enterócito (MACARI et al., 2002).

Assim, o uso de enzimas exógenas e de óleos possibilita aumentar a eficiência nutricional da ração, que reflete em melhoria na taxa de crescimento, na utilização dos nutrientes da ração e no conteúdo de energia metabolizável. Sendo assim, é importante conhecer o desenvolvimento e o metabolismo das aves, no que se refere ao aproveitamento de diferentes fontes lipídicas suplementadas com enzimas.

2.4. Trato gastrointestinal e enzimas digestivas

O crescimento animal é um processo ordenado no qual ocorre o desenvolvimento de órgãos que se tornam funcionais. As maiores alterações observadas nas diferentes frações do trato digestório se manifestam durante os primeiros 10 dias pós-eclosão (CROMPTON & WALTERS, 1979). Os autores descrevem que estas rápidas mudanças proporcionam às aves um trato gastrointestinal com tamanho adequado durante sua fase de crescimento acelerado.

O sistema digestório é complexo, sendo formado por inúmeros componentes estruturais e funcionais que podem responder concomitantemente às alterações da dieta (GALLO, 2003).

Vários são os fatores que podem afetar o processo de digestão e absorção dos alimentos, entre eles a natureza, a composição química, a forma física, a presença ou não de fatores antinutricionais e os níveis de ingestão da dieta, com destaque para a maturidade do trato digestório influenciada pela idade dos animais (DEL-BIANCHI, 1996). Essa capacidade de aproveitamento de nutrientes eleva-se à medida que se aumenta a proporção de células maduras no epitélio intestinal (SELL et al., 1986; CERA et al., 1988).

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ao estresse nutricional (FRANCIS e SCHLEIFFER, 1996). A mucosa gastrointestinal de frangos de corte pode ser influenciada por fatores tróficos, relacionados com a ingestão e absorção de alimentos e por suas características químicas e físicas (MACARI, 2002).

Em frangos de corte, o aparecimento de enzimas digestivas se dá precocemente durante a incubação, apresentando elevação logo após a eclosão (MORAN, 1985). Mesmo sem nunca ter ocorrido consumo de alimento, a partir da eclosão a mucosa intestinal apresenta elevada atividade de dissacaridases (UNI et al., 1998). Esta atividade não é constante ao longo do intestino delgado, sendo que alterações na dieta modificam o padrão das dissacaridases no intestino de frangos (UNI et al., 1998).

Nos primeiros dias de vida do pintinho, as enzimas pancreáticas são essenciais no processo digestório participando ativamente da digestão de substratos no lúmen intestinal (MACARI & MAIORKA, 2000; LIMA et al., 2003). Logo nos primeiros dias de vida, a síntese de enzimas digestivas no pâncreas de frangos é bastante limitada, alcançando maiores atividades em torno do décimo dia de idade coincidente com a época de crescimento relativo máximo de seus órgãos (NITSAN et al., 1991 a, b). Vale destacar que logo após a eclosão, o resíduo do saco vitelino complementa a exigência de nutrientes das aves, podendo-se subestimar os resultados da atividade de enzimas digestivas (NITSAN et al., 1991b).

Assim, efeitos de seleção sobre o peso corporal num animal, enquanto jovem, são evidentes sobre o crescimento embrionário, resultando em diferenças entre as linhagens com relação ao tamanho relativo dos órgãos ao nascimento e durante seu crescimento (LIMA et al., 2003). Vários estudos têm demonstrado que as funções digestivas das aves sofrem um processo de maturação com o decorrer da idade, tanto no que diz respeito à produção enzimática quanto ao processo de absorção de nutrientes. A influência da idade da ave, nesse processo, está relacionada à maturação dos órgãos que compõem o sistema digestório, incluindo a produção de enzimas digestivas como a lipase, amilase e proteases.

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Tanto a síntese quanto os níveis de lipase pancreática são alterados em função de mudanças na dieta, as quais são induzidas pela presença de seus respectivos substratos no lúmen gastrointestinal (BRANNON, 1990).

Nos últimos anos, o emprego de enzimas de cereais/exógenas têm alcançado grande sucesso na nutrição de aves, propondo que a hidrólise aumenta a solubilidade em água dos carboidratos dos alimentos e o desempenho dos animais.

Além da liberação de nutrientes, outro benefício que pode ser obtido com o uso de enzimas exógenas nas dietas avícolas é a redução da síntese de enzimas endógenas, ficando à disposição do organismo maior quantidade de aminoácidos para a síntese proteica. Zanella et al. (1999) observaram que a tripsina, quimiotripsina, lipase e α

-amilase, tiveram redução de 40% da secreção duodenal quando as dietas foram suplementadas com estas enzimas exógenas. A suplementação de amilase e protease em dietas à base de milho e soja para frangos de corte reduziu a síntese destas enzimas endógenas em 23,4 e 35,5% respectivamente (ZANELLA et al., 1999). Supõe-se que a secreção de enzimas pancreáticas seja afetada pela concentração de enzimas no intestino delgado e/ou substratos ou produtos de hidrólise.

2.5. Metabolismo de lipídios e desempenho de frangos de corte alimentados com diferentes fontes lipídicas

A relação de triglicerídeos e ácidos graxos livres presentes nos óleos e gorduras está intimamente ligada com a digestibilidade, que é o principal fator que afeta a energia metabolizável. Quando os ácidos graxos livres são fornecidos como única fonte de lipídios, não existe monoglicerídio suficiente para todos os ácidos graxos livres e, com isso, a absorção é prejudicada (BLANCH et al., 1995). Isso acontece pelo fato do monoglicerídio ser essencial para a incorporação de ácidos graxos insolúveis no complexo micelar.

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alteram os valores de energia metabolizável, em razão dos mecanismos de digestão e absorção das gorduras (WISEMAN & SALVADOR, 1991).

Sakomura et al. (2004) estudaram o metabolismo energético de frangos de corte machos em função de diferentes níveis de energia metabolizável da dieta (3.050, 3.200 e 3.350 kcal/kg), obtidos respectivamente, pela incorporação de óleo de soja degomado com níveis crescentes de 1,28; 4,85 e 8,34% de inclusão. O nível de energia da dieta não proporcionou efeito sobre o consumo de ração, todavia, o ganho de peso e a conversão alimentar melhoraram com o aumento da energia da dieta.

O efeito da adição do óleo de soja em rações isoenergéticas e isoprotéicas para frangos de corte foi estudado por Andreotti et al. (2004). No período de 21 a 52 dias de idade o estudo da análise de regressão revelou que a adição do óleo de soja (0; 3,3; 6,6 e 9,9%) melhorou linearmente o ganho de peso (ganho de peso = 2.696,277 + 28,745X; R2 = 0,93). No mesmo período, apesar das rações serem isocalóricas, a análise de regressão comprovou aumento linear para consumo de ração (consumo de ração = 6.133,487 + 23,231X; R2 = 0,89), que pode ser explicado pela melhora da palatabilidade e textura da ração. A conversão alimentar melhorou de forma quadrática em função dos níveis crescentes de óleo de soja (conversão alimentar = 2,3036 - 0,03626X + 0,0021426X2; R2 = 0,94). Estes resultados demonstram que a substituição do carboidrato pela gordura oferece grande vantagem no desempenho dos animais, comprovando a superioridade da utilização das gorduras em substituição aos carboidratos da dieta.

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Em relação aos PNA´s, a utilização de enzimas aumentou o conteúdo de PNA's solúveis e diminuiu os insolúveis no jejuno e no íleo, observando-se ainda elevação no conteúdo de EMAn nas dietas constituídas por enzimas (MENG et al., 2004). Os autores concluíram que, o uso de enzimas aprimorou a utilização dos nutrientes pela redução da viscosidade intestinal, melhorando assim o desempenho.

Diferentes fontes lipídicas podem ou não influenciar o desempenho de frangos de corte e, por esta razão, estudos têm sido realizados para determinar a eficiência produtiva dessas aves alimentadas com suplementação lipídica de várias origens. Frangos alimentados com óleo degomado de soja apresentaram maior ganho de peso quando comparados com os alimentados com óleo ácido de soja, não diferindo dos frangos que consumiram óleo de vísceras de aves e misturas de óleos, o que torna o óleo de vísceras, segundo esses resultados, uma interessante fonte de lipídios para substituir o óleo degomado de soja na alimentação de frangos de corte (LARA et al., 2005). Estes resultados confirmam também, que a maior concentração de triglicerídeos na dieta (óleo degomado de soja) resulta em adequada relação de monoglicerídeos/ácidos graxos livres, facilitando sua absorção e aproveitamento pela ave.

Visando determinar o valor energético do óleo de soja refinado, do óleo de girassol refinado, do óleo de canola refinado, do óleo de abatedouro avícola, da banha suína e do óleo de peixe em frangos de corte machos, Junqueira et al. (2005) realizaram ensaio de digestibilidade utilizando rações compostas por 80% de ração-referência (à base de milho moído e farelo de soja) e 20% dessas fontes lipídicas. O coeficiente de metabolização de energia bruta foi maior para o óleo de girassol, porém não diferiu do óleo de soja, e os coeficientes de metabolização da energia do óleo de canola, óleo de frango e da banha suína foram menores que os dos óleos de girassol e soja, mas não diferiram entre si.

Melhorias na digestibilidade da matéria seca e na conversão alimentar foram observadas em frangos dos 7 aos 21 dias suplementados com xilanase e alimentados com dietas a base de trigo, notando-se também diminuição na viscosidade da digesta no jejuno (GAO et al., 2007).

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gordura bruta. Para essas mesmas variáveis, os autores não encontraram diferenças entre os três níveis de inclusão de ácidos graxos livres, por meio do uso de óleo degomado de soja (nível baixo), óleo ácido de soja (nível alto, 79% de ácidos graxos livres) e a mistura entre óleos de 50:50% (nível médio); e sobre a suplementação com glicerol ou lecitina (0,5%) que segundo os autores pode ter sido insuficiente para suprir a falta de triglicerídeos do óleo ácido de soja ou da mistura. Na avaliação de desempenho, novamente, as respostas não foram afetadas pelas fontes lipídicas (níveis de ácidos graxos) e pelo uso do glicerol ou da lecitina. Houve maior ganho de peso, peso final e melhor conversão alimentar das aves submetidas ao maior nível de óleo (8%), que segundo Sakomura et al. (2004) pode ser explicado pelo efeito extracalórico dos óleos e gorduras, que consiste no aumento da disponibilidade dos nutrientes dos ingredientes da ração, e ao efeito extra metabólico da gordura, que resulta em melhoria na eficiência energética pelo incremento de energia líquida da ração.

Assim, além de serem necessários na absorção das vitaminas lipossolúveis e na síntese de esteróides, os lipídios alteram algumas características físicas das rações, como a redução da poeira emitida nas fábricas, transporte e galpões, bem como o aumento da vida útil de equipamentos pela redução de atritos (RUTZ, 1994).

2.6. Descrição e processamento das fontes lipídicas

Existe um grande número de fontes de gordura disponíveis que podem ser utilizadas sozinhas ou em combinações; tais combinações em muitos casos podem trazer benefícios devidos à melhora na digestibilidade das gorduras com grau maior de saturação (gorduras animais), principalmente (ARTMAN, 1964). A escolha do tipo de gordura e da forma mais eficiente de uso para aves tem sido muito estudada, com intuito de incrementar processos de digestão e absorção destes ingredientes nas diferentes fases da criação das aves. Tais pesquisas têm sido desenvolvidas englobando diferentes fontes de gordura e suas combinações, uso de estabilizantes, emulsificantes e outros produtos que favorecem a digestão e absorção das gorduras.

2.6.1. Gordura de frango

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esses resíduos. A gordura de frango utilizada neste trabalho foi obtida por meio do cozimento estático dos resíduos de abatedouro avícola para extração do óleo através do cozimento e injeção de água em autoclave com capacidade de 5.000 litros e pressão de trabalho de 3kgf em temperatura de trabalho de 90ºC a 140ºC.

Após o cozimento e a extração de óleo, o produto é decantado em tanque decantador de óleo com capacidade de 4.000 litros para a purificação do óleo. Todo óleo extraído é peneirado para retirar pequenas partículas sólidas que possam ter restado, após passa pelo processo de decantação (duração média de 12 horas), com o objetivo de retirar impurezas indesejáveis. Em seguido o óleo é enviado ao tanque de depósito de óleo de 8.000 litros para ser armazenado.

A gordura de aves utilizada neste trabalho contém, segundo os dados do fabricante, 99,87% de pureza e 0,31% de aditivo antioxidante.

2.6.2. Óleo de soja

O óleo de soja é extraído do grão por moagem/prensagem e/ou com a utilização de solvente. O óleo de soja é adquirido por processo de esmagamento mecânico do grão de soja por prensa de alta pressão que espreme os grãos, originando o óleo bruto de soja Este óleo torna-se purificado ou degomado após a extração dos fosfolipídios e refinado após ser neutralizado, clarificado e desodorizado (FASCINA, 2007).

A extração do óleo de soja por solvente é chamada de extração sólido-líquido, pois o soluto (óleo) constitui parte de um sólido. Nesse tipo de extração o óleo é transferido para o solvente hexano que em seguida é separado do restante do sólido. A velocidade da extração depende basicamente do teor de óleo do produto e da temperatura do solvente usado na extração.

A micela que sai do extrator é uma mistura de hexano e óleo. Para separação dessa mistura são usados evaporadores para evaporar o hexano sobrando o óleo que é retirado na parte inferior. Para a recuperação do vapor de hexano, são utilizados condensadores com água com temperatura em torno de 30 e 35°C.

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A neutralização é a adição de hidróxido de sódio ao óleo de soja degomado. Posteriormente, o branqueamento tem a finalidade de clarear o produto e de retirar a umidade que ainda possa estar presente. A desodorização é a última etapa de produção e tem como finalidade retirar ácidos graxos oxidados, ácidos graxos livres e peróxidos. Após este processo se tem o óleo de soja refinado pronto para ser comercializado (FASCINA, 2007).

Diante do exposto, o Capítulo II, denominado “COMPLEXO

MULTIENZIMÁTICO E FONTES LIPÍDICAS EM DIETAS PARA FRANGOS DE CORTE”, apresenta-se de acordo com as normas para publicação da Revista Brasileira

de Zootecnia, tendo como objetivo avaliar o desempenho, o rendimento de carcaça, o metabolismo de nutrientes e a atividade de enzimas pancreáticas em frangos de corte alimentados com complexo multienzimático e diferentes fontes lipídicas.

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FRANGOS DE CORTE”

Resumo – Este trabalho teve como objetivo avaliar dietas para frangos de corte

contendo complexo multienzimático e fontes lipídicas sobre o desempenho, rendimento de carcaça e cortes, metabolismo de nutrientes e atividade de enzimas pancreáticas. O delineamento foi inteiramente casualizado em esquema fatorial (2 x 2) + 2, duas fontes lipídicas (óleo de soja e gordura de frango) com dois níveis de inclusão (2 e 4%) em rações suplementadas com complexo multienzimático (CMe), e dois tratamentos controle sem adição de lipídio, sendo um tratamento controle positivo com ração suplementada com CMe e um tratamento controle negativo sem adição de CMe. Não houve interação das fontes lipídicas com os níveis de inclusão para nenhuma das variáveis estudadas, bem como não houve diferença entre o óleo de soja e a gordura de frango. Pelos resultados obtidos, observou-se na análise de desempenho, que o CMe mostrou-se eficaz apenas na fase inicial. À medida que se aumentou o conteúdo de lipídios nas rações, as aves apresentaram maior ganho de peso e consumo de ração. Aos 42 dias de idade, após 8 horas de jejum cinco aves por repetição foram abatidas para determinar o rendimento de carcaça e cortes e a porcentagem de gordura abdominal. Os tratamentos não influenciaram o rendimento de carcaça, cortes e o teor de gordura abdominal. A adição de CMe e das fontes lipídicas proporcionaram maior coeficiente de metabolizabilidade do extrato etéreo (CMEE), não havendo diferença na metabolizabilidade do nitrogênio e da energia em ambas as idades analisadas. A atividade de enzimas pancreáticas das aves foi afetada pelas dietas apenas aos 21 dias de idade, sendo que a atividade de amilase e lipase foram maiores, respectivamente, no tratamento controle negativo (maior teor de amido) e nas dietas com maiores quantidades de lipídio. Observou-se correlação positiva entre o CMEE e a atividade de lípase aos 21 e 35 dias de díade das aves. Conclui-se que a gordura de frango pode substituir o óleo de soja sem prejudicar o desempenho das aves e que maiores níveis de lipídios na ração favorecem o metabolismo e o crescimento de frangos de corte. A adição de CMe nas dietas melhora o ganho de peso de frangos de corte aos 21 dias de idade e o aproveitamento do extrato etéreo na fase inicial e de crescimento.

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FEEDING”

Abstract – This paper had as its goal to evaluate diets for broilers chickens containing

multienzyme complex and lipid sources on performance, carcass and cuts productivity, nutrients metabolism and pancreatic enzyme activity. The delimitation was totally at random in a factorial scheme (2 x 2) + 2, two lipid sources (soy oil and chicken fat) with two levels of inclusion (2 and 4%) in rations supplemented with multienzyme complex (MeC), and two control treatments without lipid addition, in which one positive control treatment is with ration supplemented with MeC and one negative control treatment is

without MeC addition. There wasn’t any interaction of the lipid sources with the

inclusion levels to any of the variables studied, as well as there was not any difference between the soy oil and the chicken fat. Through the results that were obtained, it was observed in the performance analysis, that MeC was effective only in the starter phase. As the amount of lipid was increased in rations, the birds presented a higher weight gain and ration consumption. At the age of 42 days, after 8 hours of fasting five birds by repetition were slaughtered to determine the carcass and cuts productivity and the percentage of abdominal fat. The treatments didn’t influence the carcass, cut and

abdominal fat content productivity. MeC and lipid source addition provided a higher ether extract metabolizability coefficient (EEMC), without any difference in the nitrogen metabolizability and in the energy in both ages that were analyzed. The birds pancreatic enzyme activity was affected by the diets only at 21 days of age, when the amylase and lipase activity were higher, respectively, in the negative control treatment (higher content of starch) and in the diets with higher lipid quantities. It was observed a positive correlation between EEMC and lipase activity at the age of 21 and 35 days of the birds. Therefore, it can be concluded that chicken fat can substitute soy oil without damaging the performance of the birds and that higher levels of lipid in ration favor the metabolism and the growth of broiler chicken. The MeC addition in the diets improves weight gain of broiler chicken at the age of 21 days and the use of ether extract in the growth and starter phase.

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As linhagens de frangos de corte, atualmente, exigem dietas com elevados níveis energéticos e protéicos. Os óleos e as gorduras são ingredientes que possibilitam ao nutricionista formular dietas com altos níveis de energia, além de contribuírem com grandes quantidades de ácidos graxos essenciais (ácido linoléico, linolênico e araquidônico). Duarte et al. (2010) atribui os benefícios da inclusão de lipídios na dieta aos efeitos extra calóricos, que são, dentre eles, a melhora na digestão e absorção dos nutrientes do alimento e a redução do incremento calórico.

A energia metabolizável dos óleos e gorduras é influenciada pela digestibilidade que é dependente de vários fatores. Alguns trabalhos descrevem que o perfil dos ácidos graxos exerce forte influência sobre a digestibilidade, como o comprimento da cadeia carbônica, o número de duplas ligações e a posição do ácido graxo na molécula de glicerol (RENNER & HILL, 1961; DVORIN et al., 1998; CRESPO & ESTEVE-GARCIA, 2001). Lara et al. (2005) acrescentam ainda a esse fatores a quantidade de triglicerídeos ou ácidos graxos livres presentes na composição dos lipídios. Portanto, o metabolismo dos lipídios está intimamente ligado à qualidade da fonte lipídica utilizada na dieta, podendo influenciar o desenvolvimento corporal de frangos de corte.

Outra medida para incrementar o valor nutricional da dieta é a utilização de enzimas exógenas, que reduzem os fatores antinutricionais dos ingredientes e catalisam substratos específicos, os quais não são aproveitados pelo organismo das aves por não sintetizarem ou produzirem quantidades insuficientes dessas enzimas. Esses fatores antinutricionais são causados pela presença da molécula de fitato e de polissacarídeos não-amiláceos que aumentam a viscosidade da digesta reduzindo a digestibilidade dos nutrientes, afetando principalmente a absorção de lipídios (ANTONIOU et al., 1981; LANGHOUT et al., 1997).

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viscosidade, muitos trabalhos vêm demonstrando resultados positivos com a aplicação de enzimas exógenas na dieta de frangos de corte (ZANELLA et al., 1999a; BARBOSA et al., 2008; FRANCESCH & GARAERT, 2009; TIWARI et al., 2010), pois a parede celular dos vegetais é composta por frações de hemicelulose intercaladas às microfibras da celulose, composta basicamente de pentosanas solúveis como as arabinoxilanas e também β-glucanos. O farelo de soja possui quantidade considerável de polissacarídeos

não amiláceos na forma de pectinas, hemicelulose e oligossacarídeos (CAMPESTRINI et al., 2005). Segundo Parsons et al. (2000), o farelo de soja contém 3,2% de estaquiose e 0,58% de rafinose, que são oligossacarídeos de estrutura complexa de alta higroscopicidade.

Portanto, partindo da premissa que a viscosidade da digesta pode influenciar na avaliação de óleos e gorduras, o objetivo do presente trabalho foi avaliar dietas para frangos de corte contendo complexo multienzimático e diferentes fontes lipídicas sobre o desempenho, rendimento de carcaça, metabolismo de nutrientes e sobre a atividade de enzimas pancreáticas.

Material e Métodos

Foram conduzidos dois experimentos na Universidade Estadual Paulista - UNESP, Campus de Botucatu, no Laboratório de Nutrição de Aves da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia no período de 11 de outubro a 22 de novembro de 2010. O primeiro experimento foi realizado para avaliar o desempenho e o rendimento de carcaça de frangos de corte criados em aviário experimental de 1 a 42 dias de idade. No segundo experimento foram efetuados dois ensaios metabólicos para determinar o metabolismo de nutrientes na fase inicial (16 a 21) e de crescimento (30 a 35 dias de idade) além da atividade de enzimas pancreáticas de frangos corte aos 21 e 35 dias de idade.

Experimento 1: Desempenho e rendimento de carcaça de frangos de corte criados de 1 a 42 dias de idade.

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concreto e 24 boxes de 1,0 x 2,5 m, numa densidade de 14 aves/m².

O delineamento experimental foi inteiramente casualizado em esquema fatorial (2 x 2) + 2, duas fontes lipídicas (óleo de soja refinado e gordura de frango) com dois níveis de inclusão (2 e 4%) em rações suplementadas com complexo multienzimático, mais dois tratamentos controle sem adição de óleo, sendo um tratamento controle positivo com ração suplementada com complexo multienzimático e um tratamento controle negativo com ração sem adição de complexo multienzimático, com quatro repetições e 35 aves por unidade experimental.

As rações foram isoenergéticas e isoprotéicas dentro de cada fase de criação e formuladas a base de milho e farelo de soja de acordo com as recomendações adaptadas de Rostagno et al. (2005) (Tabelas 1, 2, 3 e 4). O complexo multienzimático foi utilizado considerando a matriz nutricional informada pelo fabricante, composto por pectinase (4.000 U/g), protease (700 U/g), fitase (300 U/g), β-glucanase (200 U/g),

xilanase (100 U/g), celulase (40 U/g) e amilase (30 U/g), com inclusão de 200g/tonelada.

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