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Biodegradação de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos: prospecção metagenômica e modelagem computacional 3-D de proteínas

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RESUMO

O conhecimento sobre os procariotos nativos em locais de risco favorece a aplicação

de biotecnologias para biorremediação. Estratégias independentes de cultivo, como

metagenômica, contribuem para aprofundar o conhecimento microbiológico,

possibilitando estudos com organismos não cultiváveis acerca do “status

microbiológico nativo” e seu potencial papel na biodegradação de, por exemplo,

Hidrocarbonetos Aromáticos Policíclicos (HAP’s). Considerando o bioma de mangue

uma interface frágil e crítica de fronteira com o oceano, este trabalho caracteriza a

microbiota nativa de mangue com potencial biodegradador de HAP’s utilizando um

biomarcador molecular para detecção e avaliação da diversidade bacteriana em

áreas sob influência de indústrias petrolíferas através da PCR-DGGE na Bacia

Petrolífera Potiguar (BPP). Foi escolhido um biomarcador molecular metabólico,

enzima PcaF, para detecção de procariotos degradadores de HAP’s. Com o

biomarcador, fingerprints foram obtidos de amostras de Paracuru-CE, Fortim-CE e

Areia Branca-RN, revelando a ocorrência de flutuações das comunidades

microbianas de acordo com os períodos de amostragem e em resposta ao impacto

por petróleo. Através da análise das comunidades microbianas frente à interferência

da indústria do petróleo, em Areia Branca-RN e Paracuru-CE foi observado que o

petróleo é determinante para a diversidade microbiana. Fortim-CE provavelmente

não tem influência direta da atividade petrolífera. No intuito de obter dados para o

melhor entendimento do transporte e biodegradação de HAP’s, foram desenvolvidos

estudos in silico de modelagem e simulação computacional a partir da obtenção de

modelos 3-D de proteínas envolvidas na degradação do fenantreno, no transporte de

HAP’s e também a obtenção do modelo 3-D da enzima PcaF. Estudos de dockings

com substratos e produtos forneceram dados para o melhor entendimento sobre o

mecanismo de transporte e catálise de HAP’s.

Palavras-chave: Manguezais, hidrocarboneto aromático policíclico, metagenoma,

(5)

Biodegradação de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos: prospecção metagenômica e modelagem computacional 3-D de proteínas

ABSTRACT

Knowledge of the native prokaryotes in hazardous locations favors the application of

biotechnology for bioremediation. Independent strategies for cultivation and

metagenomics contribute to further microbiological knowledge, enabling studies with

non-cultivable about the "native microbiological status” and its potential role in

bioremediation, for example, of polycyclic aromatic hydrocarbons (HPA's).

Considering the biome mangrove interface fragile and critical bordering the ocean,

this study characterizes the native microbiota mangrove potential biodegradability of

HPA's using a biomarker for molecular detection and assessment of bacterial

diversity by PCR in areas under the influence of oil companies in the Basin

Petroleum Geology Potiguar (BPP). We chose PcaF, a metabolic enzyme, to be the

molecular biomarker in a PCR-DGGE detection of prokaryotes that degrade HPA’s.

The PCR-DGGE fingerprints obtained from Paracuru-CE, Fortim-CE and Areia

Branca-RN samples revealed the occurrence of fluctuations of microbial communities

according to the sampling periods and in response to the impact of oil. In the analysis

of microbial communities interference of the oil industry, in Areia Branca-RN and

Paracuru-CE was observed that oil is a determinant of microbial diversity. Fortim-CE

probably has no direct influence with the oil activity. In order to obtain data for better

understanding the transport and biodegradation of HPA's, there were conducted in

silico studies with modeling and simulation from obtaining 3-D models of proteins

involved in the degradation of phenanthrene in the transport of HPA's and also

getting the 3-D model of the enzyme PcaF used as molecular marker in this study.

Were realized docking studies with substrates and products to a better understanding

about the transport mechanism and catalysis of HPA’s.

Keywords: Mangrove, polycyclic aromatic hydrocarbon, metagenomic, bioinformatics,

(6)

SUMÁRIO

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS...V

LISTA DE FIGURAS...VI

LISTA DE TABELAS...VII

LISTA DE ANEXOS...VIII

1. INTRODUÇÃO...9

2. OBJETIVOS E METAS...24

2.1. OBJETIVO GERAL...24

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS...24

2.3. METAS...24

3. METODOLOGIA...25

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO...36

5.CONCLUSÃO...79

6.REFERÊNCIAS...81

7. CRONOGRAMA...86

(7)

Biodegradação de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos: prospecção metagenômica e modelagem computacional 3-D de proteínas

LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AA – Aminoácido

ABC – Amostra Areia Branca-RN contaminado

ABP – Amostra Areia Branca-RN pura

BPP – Bacia Petrolífera Potiguar

DGGE – Eletroforese em Gel com Gradiente Desnaturante

FTC – Amostra Fortim-CE contaminado

FTP – Amostra Fortim-CE pura

HAP – Hidrocarboneto aromático policíclico

mDNA – DNA metagenômico

M – Marcador molecular

NidAm – Biodegradação do Fenantreno (proteína modelada)

NidBm – Biodegradação do Fenantreno (proteína modelada)

OTUs – Organismal Taxonomic Units

PAGE – Gel de Poliacrilamida

PCC – Amostra Paracuru-CE contaminado

PCR – Reação em Cadeia da Polimerase

PcaFm – Enzima de Convergência HAP’s (proteína modelada)

PCP – Amostra Paracuru-CE pura

SHE – DNA genômico de Shewanella sp. usado como controle positivo em reações

da PCR

(8)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Distribuição dos HAP’s no meio aquático (Fonte: Lima, 1996)...13

Figura 2. Degradação do naftaleno...15

Figura 3. Vias metabólicas de HAP’s construída por Pérez-Pantoja et al., 2008...17

Figura 4. Fluxograma ilustrando as etapas metodológicas do projeto...25

Figura 5. Visão geral dos locais de coleta pertecente a Bacia Petrolífera Potiguar...26

Figura 6. Local de Coleta Fortim/CE...27

Figura 7. Local de Paracuru/CE...27

Figura 8. Local de Areia Branca/RN...28

Figura 9. Metodologia para construção e amostragem dos microcosmos...28

Figura 10. Gráfico da quantificação microbiana das amostras do tempo “0”...36

Figura 11. Gráficos das concentrações de mDNA ...37

Figura 12. Região alvo para os primers PCAF...39

Figura 13. PAGE com amplicons das amostras PC primers 16S DNAr - PCR...40

Figura 14. PAGE com amplicons das amostras PC primers PCAF - PCR...40

Figura 15. PAGE, amostras PC primers PCAF – PCR (teste com DMSO)...41

Figura 16. PAGE, Screen do genepcaF - PCR...43

Figura 17. Screen do genepcaF – PCR – Análise Digital...45

Figura 18. Perfil gerado por PCR-DGGE com primer PCAFe 16SDNAr...49

Figura 19. Perfil DGGE-16S DNAr refinado pelo software LabImage 1D 2006...51

Figura 20. Gráficos dos perfis DGGE 16S DNAr ...52

Figura 21. Gráficos da riqueza de amplicons...54

Figura 22. Dendrogramas de similaridade – UPGMA...56

Figura 23. Ampliação da imagem DGGE, em destaque amplicons PCAF...57

Figura 24. Modelo construído da proteína TbuXm de R. euthropha JMP134...59

Figura 25. Gráficos de Ramachandran do modelo TbuXm...60

Figura 26. Docking avaliativo no template cristalográfico 3bryB...61

Figura 27. Docking no modelo TbuXm com tolueno e fenantreno...63

Figura 28. Cristal hexamérico 2b1x de Rodococcus sp...64

Figura 29. Cristal hexamérico 2bmo de Comamonas sp...65

Figura 30. Modelo construído da proteína NidAm/NidBm de M. vanbaalenii....66

Figura 31. Gráficos de Ramachandran dos modelos NidAm e NidbM...67

Figura 32. Alinhamento múltiplo das sequências protéicas primárias NidA e NidB...68

Figura 33. Aminoácidos catalíticos no modelo NidAm/NidBm de M. vanbaalenii...69

Figura 34. Docking com fenantreno no modelo NidAm/NidBm de M. vanbaalenii...70

Figura 35. Possível posicionamento fenantreno com os aa do modelo NidAm/NidBm...71

Figura 36. Gráfico da energia da posição da molécula fenantreno x a energia total...72

Figura 37. PcaFm de R. euthropha JMP134...74

Figura 38. PcaFm de R. euthropha JMP134 e suas regiões catalíticas inferidas...75

(9)

Biodegradação de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos: prospecção metagenômica e modelagem computacional 3-D de proteínas

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. HAP’s relevantes segundo a IUPAC...11

(10)

LISTA DE ANEXOS

Anexo 8.1. Dados do cristal PDB:2b1x...87

Anexo 8.2. Dados do cristal PDB:2bmo...88

Anexo 8.3. Dados do cristal PDB:3bry...89

Anexo 8.4. Dados do cristal PDB:1ulq...90

Anexo 8.5. Dados da Matriz de Similaridade...91

Anexo 8.6. Dados sobre a validação dos modelos 3-D proteicos...92

(11)

Biodegradação de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos: prospecção metagenômica e modelagem computacional 3-D de proteínas

1. INTRODUÇÃO

1.1. Atividade Industrial, Meio ambiente e Microbiologia

Entre as atividades industriais urbanas e não urbanas, a indústria de petróleo e

gás, demanda uma grande preocupação ambiental e social. Considerando que o

petróleo é utilizado como matéria-prima não renovável, possuindo uma série de

subprodutos que são gerados após o refino com diversas utilidades: gasolina, óleo

diesel, querosene, nafta, lubrificantes, plásticos, fertilizantes, medicamentos, tintas,

tecidos, etc., também são gerados compostos indesejáveis e a maioria deles

recalcitrantes (van Hamme et al. 2003; Ward et al., 2003).

O impacto ambiental em todo o mundo provocado direta e/ou indiretamente

pela indústria de petróleo e gás, e o elevado custo nas práticas de recuperação do

meio ambiente têm levado a investimentos na geração de conhecimento sobre a

biodegradação dos constituintes do petróleo: hidrocarbonetos saturados e não

saturados, lineares, monoaromático e poliaromáticos assim como também dos

petro-derivados (Magot et al., 2000; Watanabe, 2002; van Hamme et al., 2003; Laubier, 2005).

Devido à crescente preocupação com a degradação ambiental causada por

atividades industriais, surgiu o termo “Ecologia Industrial”, que considera ambientes

industriais e comerciais como análogos de ambientes biológicos. Nesse contexto

pretende-se reduzir os agravos ambientais decorrentes da extração de

matérias-primas, da produção de bens materiais, do uso desses bens e do manejo dos

dejetos resultantes, ocasionando um incremento da sustentabilidade no

aproveitamento dos recursos naturais e das atividades humanas (Galloupolus et al., 2006).

O petróleo é composto basicamente por hidrocarbonetos (97%), e elementos

como nitrogênio, enxofre e oxigênio (Yender et al., 2002; National Research Council, 1985 apud National Research Council, 2003). Os hidrocarbonetos podem ser

classificados em dois grandes grupos: alifáticos e aromáticos. Os hidrocarbonetos

aromáticos são formados por pelo menos um anel aromático e podem ser separados

em dois grupos: os compostos monoaromáticos e os poliaromáticos também

chamados de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAP’s). Embora os HAP’s

(12)

estáveis, persistentes no meio ambiente e por apresentarem efeitos tóxicos nos

organismos aquáticos e terrestres.

Os HAP’s são compostos constituídos unicamente de átomos de carbono e de

hidrogênio, estruturados para formar dois ou mais anéis aromáticos sendo mais de

100 HAP’s os reconhecidos pela União Internacional de Química Pura e Aplicada

(IUPAC) e dentre estes, somente 16 são considerados relevantes em função das

informações químico-físicas, toxicológicas, industriais e ambientais existentes. São

eles: acenaftaleno, acenaftileno, antraceno, benzo(a)antraceno, benzo(a)pireno,

benzo(b)fluoranteno, benzo(k)fluoranteno, benzo(g,h,i)perileno, criseno,

dibenzo(a,h)antraceno, fenantreno, fluoranteno, fluoreno, indeno(1,2,3-c,d)pireno,

naftaleno e pireno (Tabela 1) (Verschueren, 2001; Potin et al., 2004, Peng et al., 2008).

A contaminação por HAP’s originários de fontes petrogênicas demonstram

dominância de compostos de 2-3 anéis aromáticos, enquanto o predomínio de

compostos de 4-5 anéis geralmente está associado a fontes pirolíticas (Carr e Neff,

1988).

Os HAP’s, como por exemplo: benzeno, tolueno, etilbenzeno e xileno (BTEX)

são compostos orgânicos naturais, gerados continuamente pela combustão

incompleta da matéria orgânica e também pela geração antropogênica, por exemplo,

indústria Petrolífera, resultando na contaminação dos ecossistemas, uma vez que

estes compostos não são degradados pela maioria dos microrganismos, devido à

complexa estrutura química e baixa solubilidade em água (Jonhsen et al., 2005). A ocorrência dos HAP’s no ambiente é perigosa por suas propriedades mutagênicas e

carcinogênicas (Chakradeo et al., 1993; Netto et al., 2000). A diminuição natural dos HAP’s é mediada por microrganismos nativos, tornando relevantes os estudos

visando a identificação, monitoramento e utilização biotecnológica (Bamforth e

(13)

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Os HAP’s possuem uma forte tendência em adsorver as partículas orgânicas e

minerais do solo e dos sedimentos, minimizando sua biodisponibilidade aos

potenciais microrganismos degradadores, tornando-se recalcitrantes (Johnsen et al., 2005).

Segundo Silva et al., (2004) para diferenciar os HAP’s originados em

combustão daqueles de origem petrogênica, podem ser usados índices baseados na

razão da concentração de HAP’s selecionados. Assim, pode-se usar a razão entre

HAP’s de baixa massa molecular e HAP’s de alta massa molecular, onde valores

menores que 1 sugerem fonte de contaminação por combustão. Pode-se usar

também as razões entre componentes homólogos como fenantreno e antraceno,

benzo(a)antraceno e criseno (Lima, 2001).

Nos Estados Unidos, a legislação ambiental existente sobre HAP’s está

vinculada à Agência Americana de Proteção Ambiental (USEPA) e na União

Europeia, à Comissão das Comunidades Europeias e à Lista Holandesa de Valores

de Qualidade do Solo e da Água Subterrânea, proposta em 1994 pelo governo

holandês e que é utilizada por alguns órgãos ambientais brasileiros. Ao nosso

conhecimento, somente o Estado de São Paulo possui legislação própria que trata

da contaminação do solo e das águas subterrâneas pelos HAP’s. Na legislação

paulista, o naftaleno apresenta um valor de referência de 0,12 mg.kg-1, o que

significa que, em concentrações iguais ou menores a esta, o solo pode ser

considerado "limpo" e possível de ser utilizado para qualquer finalidade. O valor de

intervenção indica que há riscos para a saúde humana e para o ambiente, sendo

que a ultrapassagem desse valor em um volume de solo de 25 m3 ou em 100 m3 de

água subterrânea indica a necessidade de implementação na área avaliada de

ações voltadas para a sua remediação. Para o naftaleno o valor de intervenção é de

30 mg.kg-1 em solos agrícolas, de 60 mg.kg-1 em solos residenciais e de 90 mg kg-1

em solos industriais. Na água subterrânea o valor de intervenção para este HAP é

de 140 mg.L-1 (CETESB, 2005).

Entre os HAP’s, o antraceno e o fenantreno são os menos reativos e, apesar

de apresentarem o mesmo número de anéis, possuem energia de ressonância de 84

e 91 Kcal/mol, respectivamente (Wade et al., 1995).

O fenantreno é um HAP, cristalino, isômero do antraceno, obtido

(15)

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não provoca uma redução significativa dos hidrocarbonetos com mais de quatro

anéis benzênicos (Azevedo et al., 1998).

Na transformação metabólica, os HAP’s são degradados através de reações de

alguns organismos aquáticos, envolvendo a participação de enzimas específicas. De

40 a 80% do óleo cru pode ser degradado por ação microbiana (Hoffman et al.,

2003). Em relação à biota, os HAP’s podem ser bioacumulados. Para que haja a

bioacumulação de um xenobiótico, a taxa de assimilação deve exceder a taxa de

eliminação deste. Muitos compostos lipofílicos, como os HAP’s, podem se acumular

quase que indefinidamente se o organismo não for capaz de transformá-los em

metabólitos hidrofílicos, que são mais facilmente excretados. Os peixes são capazes

de metabolizar hidrocarbonetos e só o acumulam em áreas muito poluídas. Já os

organismos invertebrados têm metabolismo mais lento, acumulando maiores

quantidades de HAP’s (Meador et al., 1995).

1.3. Biodegradação dos hidrocarbonetos aromáticos policíclicos

A degradação dos HAP’s no ambiente pode ocorrer através de processos

químicos e físicos que são lentos e/ou incompletos, sendo que a biodegradação é a

principal via de eliminação dos HAP’s no solo (Prince e Drake, 1999). Os

microrganismos degradadores destes compostos encontram-se em pequeno número

no solo, porém com populações maiores em ambientes contaminados. Têm sido

descritos procariotos dos grupos g- - e -Proteobacteria e Actinobacteria, sendo os

gêneros Pseudomonas, Aeromonas, Beijerinckia, Burkholderia, Nocardia,

Corynebacterium, Sphingomonas, Mycobacterium, Flavobacterium, Paracoccus,

Gordonia os mais frequentes (Mutnuri et al., 2005; Peng et al., 2008).

A biodegradação dos HAP’s na forma aeróbica é realizada pelas bactérias,

pelos fungos lignolíticos e não-lignolíticos (neste trabalho serão somente

considerados os procariotos).

No metabolismo bacteriano dos HAP’s, por exemplo naftaleno, a oxigenação

inicial é realizada por dioxigenases, que têm a função de reconhecer o HAP e

adicionar dois átomos de oxigênio, quebrando a estabilidade devido à ressonância

do anel aromático. Um cis-diidrodiol é o produto da dioxigenase, que por ação de

uma desidrogenase será transformado em um composto diidroxilado. Subsequentes

(17)

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conhecidas (Evans, 1977; Bamforth e Singleton, 2005; Meckenstock et al., 2000; Rockne et al., 2000).

A taxa de degradação de um poluente no ambiente pode ser resultado do

reduzido número de microrganismos nativos com habilidade de degradação do

composto. Nestes casos, estratégias de biorremediação por bioestimulação e

bioaumentação microbiana são apropriados para a degradação dos contaminantes e

inclusive nos últimos anos tem sido dada a utilização de consórcios microbianos

para aumentar as taxas de mineralização dos HAP’s (Bamforth e Singleton, 2005;

Peng et al., 2008).

A grande diversidade e complexidade molecular dos HAP’s é uma importante

motivação para os pesquisadores em descobrir quais rotas metabólicas são

responsáveis pela sua degradação. Pérez-Pantoja et al., (2008) propõe a

reconstrução metabólica das diferentes rotas de biodegradação de HAP’s que

ocorrem em diferentes procariotos, destacando que muitas delas confluem em

acetil-CoA, de modo que os HAP’s através de diversas vias metabólicas de degradação

podem ser utilizados como fonte de carbono e/ou energia (Figura 3).

Por várias características já descritas em itens anteriores, é relevante destacar

a problemática do fenantreno, HAP presente no petróleo e prioritário segundo a

USEPA, 2008. De acordo com Ouyang et al., (2004) o fenantreno pode ser

degradado e mineralizado por bactérias presentes no solo através de duas rotas

metabólicas. Numa delas, o ácido 1-hidróxi-2-naftóico é oxidado a

1,2-dihidroxinaftaleno, que é degradado via rota metabólica do naftaleno até salicilato.

Na outra rota, o anel do ácido 1-hidróxi-2-naftóico é clivado e metabolizado via rota

metabólica do ftalato. Sendo demonstrado, portanto, que o naftaleno e o fenantreno

têm rotas metabólicas em comum durante a sua degradação. A biodegradação do

fenantreno gera subprodutos como o catecol. De acordo com Pérez-Pantoja et al.,

(2008) o catecol entra na via de degradação por hidroxilação do benzoato que

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1.4. Prospecção de microrganismos degradadores de HAP’s

O conhecimento sobre a capacidade de degradação de constituintes do

petróleo e de petro-derivados por procariotos foi limitado à capacidade de cultivo em

laboratório. Nos últimos anos estratégias independentes de cultivo – metagenômica

– contribuem para aprofundar o conhecimento microbiológico (Macalady e Banfield,

2003; Handelsman et al., 2004). É importante lembrar que estudos baseados em

cultura de microrganismos fornece acesso apenas a uma comunidade e, muitas

vezes na natureza elas agem em consórcios. Assim, a metagenômica analisada por

PCR-DGGE - Eletroforese em Gel com Gradiente Desnaturante (Muyzer, 1999) abre

uma importante abordagem metodológica para estudos de microbiologia aplicada,

por exemplo a microbiologia relacionada com biodegradação de petróleo e de

petro-derivados (Magot et al., 2000; Van Hamme et al., 2003).

Até pouco tempo, a detecção e a identificação de bactérias eram feitas de

acordo com os meios de obtenção de carbono e energia, exigências nutricionais,

meio de cultivo para seu crescimento, e observação direta através do microscópio

(Kennedy et al., 1999). No entanto, a utilização dessas metodologias fornecia

informações limitadas com necessidade de maior refinamento (Zak et al., 1994).

Como alternativas para esses métodos, foram desenvolvidas várias técnicas, dentre

as quais destacam-se aquelas baseadas nas sequências de nucleotídeos do DNA.

As limitações das técnicas tradicionais de detecção e de identificação de

microrganismos são ainda maiores quando se quer estudar a diversidade de

microrganismos associada a determinado ambiente. Sabe-se que a diversidade das

bactérias é maior que a de qualquer outro grupo de organismos, no entanto, os

meios de cultivo são seletivos a grupos particulares. Até mesmo quando se quer

utilizar um meio seletivo para determinado organismo–alvo, algumas estirpes não

cultiváveis, provavelmente, serão excluídas das análises (Coutinho et al., 1999).

Amann et al., (1995) sugerem que apenas 1-10% das espécies bacterianas do

planeta tenham sido identificadas, deixando vasta porção dessa biota desconhecida

e não estudada. As limitações dos métodos tradicionais, aliadas ao avanço

tecnológico na área de biologia molecular, fazem com que as técnicas moleculares

sejam muito utilizadas para o estudo da diversidade microbiana (Van Elsas et al., 1998). Nas últimas décadas várias metodologias moleculares têm sido

(21)

Biodegradação de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos: prospecção metagenômica e modelagem computacional 3-D de proteínas

mais utilizadas destacam-se: a) RFLP (Restriction Fragment Length Polymorphism);

b) RAPD (Random Amplified Polymorphic DNA); c) AFLP (Amplified Fragment

Lenght Polymorphism); d) sequências de subunidades do RNAr; e) ARDRA (Amplified Ribossomal DNA Restriction Analysis); f) RISA (Ribosomal Intergenic Spacer Analysis); g) DGGE (Denaturing Gradient Gel Electrophoresis) (Mcdonald, 1997; Van Elsas et al, 1998; Pennanen et al, 2001; Taylor et al, 2001; Oliveira e Costa, 2002; Fagbola e Abang, 2004).

Vantagens e limitações podem ser apresentadas pela técnica do DGGE,

segundo (Sanz et al., 2002 e Oliveira et al., 2000). Dentre as vantagens pode-se citar: a técnica permite ter uma ideia geral das espécies predominantes no

ecossistema que se está estudando em pouco tempo; é adequada para analisar um

grande número de amostras, quando comparada com outras técnicas tal como a

clonagem; permite canalizar esforços na busca diferencial de representantes dos

domínios Bacteria e Archaea; pode-se realizar o sequênciamento de bandas

isoladas do gel. Dentre as limitações: dependendo do tipo de amostra, podem

aparecer problemas na extração e amplificação de DNA representativo das

populações presentes; genes excepcionalmente ricos em GC não são facilmente

analisados, pois é muito difícil separar as bandas no gel; o método envolve o uso de

substâncias tóxicas como formamida e, por último, é uma técnica não quantitativa. A

técnica de DGGE, inicialmente introduzida em ecologia microbiana molecular para

determinar a diversidade genética de misturas complexas de comunidades

microbianas (Muyzer et al., 1993), pode ser amplamente utilizada, como no estudo

das mudanças ocorridas nas comunidades microbianas no ambiente natural ou

submetido a condições de estresse, ou no monitoramento de microrganismos

específicos em um ambiente natural, sendo assim uma poderosa ferramenta de

estudo (Rosado e Duarte, 2002). De acordo com Oliveira et al., (2000) e Sanz et al., (2002) o DGGE é uma técnica muito apropriada não somente para caracterizar

comunidades complexas, como monitorar bactérias a partir de amostras ambientais

e acompanhar a dinâmica de populações específicas em função de variações

ambientais ou das condições operacionais de um sistema. Sakamoto et al., (2002)

utilizou a técnica do DGGE para comparar a estrutura de comunidades microbianas

complexas presentes em sistemas de lodos ativados modificados para remoção

(22)

microbiana complexa, e que algumas populações eram semelhantes entre os dias

de amostragem.

A extração de DNA de amostras ambientais, com posterior amplificação e

análise do material genético, tem sido uma alternativa ou complemento ao clássico

método de cultivo e análises fisiológicas de microrganismos (Coutinho et al., 1999;

Zilli et al., 2003). Técnicas de análise do DNA podem gerar perfis moleculares

molecular fingerprinting”, como o DGGE, que possibilita a análise de várias amostras ambientais simultaneamente, sendo bastante útil para o monitoramento e

compreensão de variações temporais e espaciais de comunidades microbianas (Zilli

et al., 2003).

A técnica de eletroforese em gel com gradiente desnaturante (DGGE)

possibilita a separação dos produtos da PCR (as fitas de DNA) de acordo com suas

sequências de pares de bases, e não de acordo com os tamanhos dos fragmentos

de DNA, como a maioria das técnicas de fingerprint genético. Assim, teoricamente, cada banda no gel representa uma espécie ou um grupo de espécies de bactéria

(OTUs), e a imagem final do gel corresponderá a um padrão de “códigos de barra”

referente à comunidade bacteriana dos solos estudados. Os géis da eletroforese são

confeccionados com poliacrilamida (acrilamida e bis-acrilamida) e o gradiente

desnaturante pode ser químico (agentes desnaturantes como uréia e formamida no

DGGE) ou físico (temperatura no TGGE) (Muyzer et al, 1993).

Diversos autores de vários países têm reportado a utilização de abordagem

dependente de cultivo e metagenômica na prospecção de microrganismos nativos

com potencial para degradar HAP’s, por exemplo em amostras de um bosque na

Coréia (Ji, et al., 2007), em plantas de tratamentos de águas e resíduos industriais

no Japão (Suenaga et al., 2007) e solos dos Estados Unidos contaminados com

HAP’s (Chadhain, et al., 2006).

Embora seja comum a utilização do gene 16S DNAr e RNAr para estudos de

identificação filogenética de procariotos degradadores de HAP’s a partir de amostras

de genoma (Brito, et al., 2006, Jacques et al, 2009, Long et al., 2009) ou de

metagenoma (Chadhain, et al., 2006, Ji, et al., 2007, Suenaga et al., 2007),

recentemente tem sido explorado o potencial de outros genes “housekeeping” assim

como também de diversos genes metabólicos envolvidos em degradação de HAP’s

(23)

Biodegradação de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos: prospecção metagenômica e modelagem computacional 3-D de proteínas

nahH, todC1, todE ,hif, mint-1 e sso1 (Nyyssonen et al., 2008); genes 16S rDNA e rRNA, xylM, C23O e bcr (Higashioka et al., 2009).

A abordagem metagenômica para bioprospecção da diversidade microbiana

nativa relacionada com petróleo é pouco conhecida no Brasil. Entre os poucos

trabalhos sobre ocorrência de diversos tipos de microrganismos nativos com

potencial biodegradador de petro-derivados em biomas, caatinga e mangue, foram

reportados por Blaha et al., (2008). A diversidade microbiana nativa da Bacia

Petrolífera Potiguar, foi avaliada metagenomicamente por Santos, (2006); Pereira, (2007); Carvalho et al., (2007, 2008); Silva et al., (2007).

1.5. Modelagem computacional

Novas técnicas de biologia molecular, metodologias de seleção de

biocatalisadores e novas abordagens de pesquisa foram desenvolvidas a fim de se

obter catalisadores com suas especificidades alteradas, bem como a exploração da

biodiversidade. Os catalisadores biológicos nativos atualmente disponíveis, em sua

maioria, apresentam limitações quanto à utilização em processos industriais, sendo

este o maior desafio do campo. As limitações encontradas na aplicação sintética de

enzimas em sua forma nativa estão sendo contornadas atualmente através da

alteração da estereoespecificidade, termoestabilidade e atividade envolvendo

técnicas de biologia molecular de mutações sítio dirigidas ou aleatórias.

O método de modelagem por homologia fundamenta-se na hipótese de que

uma sequência de aminoácidos similar implica em estrutura e função similar entre

diferentes proteínas, mesmo que estas sejam isoladas de diferentes organismos

(Ginalski, Grishin et al., 2005; Reeves, Thornton et al., 2006). Deste modo, havendo a informação disponível a respeito da estrutura terciária de uma proteína, é possível

predizer a estrutura terciária de outra proteína homóloga, cuja estrutura é

desconhecida. De posse desses modelos estruturais gerados in silico, é possível

inferir sobre diferentes características funcionais da proteína alvo (Ginalski, Grishin

et al., 2005; Reeves, Thornton et al., 2006). A modelagem molecular por homologia utiliza dados cristalográficos conhecidos para determinar a estrutura e predizer

função de proteínas desconhecidas. As etapas para utilização desse método

incluem: a) identificação do molde (template) para modelagem da proteína alvo; b) alinhamento da sequência-alvo com a sequência molde; c) construção do esqueleto

(24)

esqueleto carbono da molécula; f) adição de cadeias laterais; g) refinamento do

modelo, que consiste principalmente em ajustar a molécula, para que assuma menor

estado de energia livre (minimização de energia), utilizando programas como

CHARM, AMBER ou CROMOS (Peitsch et al., 1996).

As mutações sítio dirigidas podem ser aplicadas para melhorar a atividade

enzimática e a seletividade de um biocatalisador, mas não de um modo geral, uma

vez que este processo requer o conhecimento detalhado da estrutura tridimensional

da enzima, do mecanismo catalítico e também certo grau intuitivo com respeito à

escolha do aminoácido a ser substituído.

Simulações com modelagem molecular estão provando serem cruciais na

obtenção de dados experimentais, proporcionando análises a uma resolução

atômica em reações enzimáticas. Simulações moleculares podem sondar os

mecanismos enzimáticos, e as origens da catálise, a um nível de detalhe que

apenas no futuro seria possível predizer experimentalmente. A modelagem

enzimática pode identificar prováveis mecanismos químicos, analisar os efeitos das

mutações e

variações genéticas, identificar as causas de especificidade, e derivar

relações estrutura-atividade (Richard Lonsdale et al., 2010).

Segundo Richard Lonsdale et al, (2010), cálculos podem também identificar

grupos funcionais e interações envolvidas na catálise. Vários exemplos foram

publicados das principais interações catalíticas que foram identificados por modelos

(por exemplo, um resíduo de prolina conservado que especificamente estabiliza o

estado de transição da hidroxilação aromática na flavina dependentes de

monooxigenases, para hidroxibenzoato hidroxilase e fenol hidroxilase.

No Brasil, das 29 bacias petrolíferas, oito são produtoras de petróleo e gás

natural, sendo as atividades exploratórias na Bacia Petrolífera Potiguar, on-shore, uma das maiores produtoras, com um volume recuperável estimado em 171 milhões

de barris e produzindo aproximadamente 100 mil barris diários. No estado do RN

são mais de 5000 km de dutos de óleo e gás que inevitavelmente proporcionam

riscos de impacto ambiental com vazamentos de compostos altamente tóxicos e

muitas vezes de difícil assimilação ambiental e, entre estes, compostos poluentes

(25)

Biodegradação de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos: prospecção metagenômica e modelagem computacional 3-D de proteínas

O estudo da biodiversidade microbiana nativa é de grande relevância para o

conhecimento dos ciclos biogeoquímicos de solos de ambientes marinhos, por

exemplo, manguezal. Esses microrganismos utilizam compostos presentes no

petróleo, como aceptores finais de elétrons e, sendo assim, podem participar da sua

decomposição (Tanaka et al., 2002). A prospecção metagenômica de

biocatalisadores microbianos em diversos ambientes naturais vem sendo uma

abordagem que demonstra um grande interesse pela indústria petroquímica, assim

como também pelos órgãos governamentais de controle ambiental. Portanto, os

estudos metagenômicos dos microrganismos associados às atividades da indústria

petrolífera fornecerão dados e informações que visam contribuir para o

conhecimento acerca do “status microbiológico nativo” e seu potencial papel na

biodegradação de HAP’s em ambientes de risco de contaminação, como o semiárido

e os manguezais localizados em áreas de influência da indústria de Petróleo e Gás

no RN.

A posse do conhecimento sobre os mecanismos biomoleculares de transporte

e biocatálise de HAP’s e da estrutura 3-D das proteínas envolvidas diretamente no

uptake e na degradação de HAP’s é de grande valor, principalmente para o desenvolvimento de métodos moleculares que visam a potencialização da

degradação e/ou bioconversão de compostos de alta toxicidade. São poucos os

dados na literatura sobre o uptake e degradação do fenantreno, um importante HAP

presente em locais de atividade petrolífera. Utilizando-se como subsídio a

modelagem computacional por homologia, metodologia de baixo custo, modelos 3-D

de proteínas chaves na degradação HAP’s foram estudados. Estes dados ampliarão

(26)

2. OBJETIVOS E METAS

2.1. OBJETIVO GERAL

Prospectar a diversidade microbiana nativa com potencial para degradação de

hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAP’s) em amostras de sedimentos de

manguezal da Bacia Petrolífera Potiguar – RN (BPP-RN), através da metagenômica

e realizar estudos computacionais de proteínas chaves envolvidas em transporte e

na degradação de HAP’s.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

2.2.1. Avaliar a microbiota nativa com potencial biodegradador de HAP’s

utilizando biomarcadores moleculares para detecção e análise da

diversidade bacteriana de procariotos em áreas de mangue sob influência

de indústrias petrolíferas através da PCR-DGGE e ensaios de

microcosmos;

2.2.3. Caracterizar através da modelagem computacional por homologia

proteínas chaves na biodegradação de fenantreno em Mycobacterium

vanbaalenii e Ralstonia euthropha JMP134.

2.3. METAS

2.3.1. Amostrar solos, construir microcosmos e isolar DNA metagenômico

(mDNA);

2.3.2. Construir uma base de dados sobre o processo de biodegradação de

compostos aromáticos;

2.3.3. Realizar estudos in silico de vias metabólicas, DNA e proteínas visando a escolha de biomarcadores moleculares para a avaliação e detecção de

microrganismos degradadores de HAP;

2.3.4. Obter fingerprints por PCR-DGGE de microrganismos degradadores de

HAP baseados no biomarcador escolhido na meta “2.3.3.” e 16S DNAr

degradadoras de petróleo;

(27)

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(31)

Biodegradação de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos: prospecção metagenômica e modelagem computacional 3-D de proteínas

3.2. Isolamento de DNA metagenômico (mDNA) dos microcosmos

O DNA metagenômico das amostras foi extraído utilizando um procedimento

otimizado seguindo as recomendações do fabricante, através do kit FastDNA SPIN

(BIO101, Carlsbad, CA, USA). O DNA extraído com o kit foi quantificado por

espectrofotometria observando-se a OD260nm (Nanodrop) e posteriormente

padronizado para as reações da PCR. Todos os DNAs metagenômicos foram

diluídos para uma concentração final de ~30ng/ l.

3.3. Contagem dos microrganismos

As comunidades microbianas presentes nas amostras puras e contaminadas

do tempo “0” foram quantificadas através do procedimento de diluições seriadas e

posteriormente inoculadas em placas de petri contendo meio de cultivo sólido LB

(Luria Bertani ou também referido como Lenox Broth composto de 10g de Bacto

Triptona, 5g de Extrato de Levedura, 10g NaCl e 1ml de NaOH 1N, para solidificação

utilizou-se 15g de Ágar Bacteriológico para 1L), onde 500mg de solo foram

adicionados a 1ml de água estéril e levados ao vórtex por 5 minutos para

homogeneização. Posteriormente 100 l dessa solução foi diluída novamente em

900 l de água estéril gerando uma diluição de 10x e assim sucessivamente.

Finalmente, os cálculos necessários foram realizados para obter o valor final das

unidades formadoras de colônias (UFCs/g de solo). Foi realizado o controle negativo

para cada plaqueamento. Os meios de cultivo foram autoclavados a 120°C por 20

minutos.

3.4. Construção de uma base de dados sobre o processo de degradação dos compostos aromáticos utilizando dados do NCBI, KEGG e UM-BBD

Foram verificados nos bancos de dados online todos os principais gêneros

envolvidos na degradação de HAP’s utilizando como ferramenta o BLAST/NCBI. Os

genes em questão, (query) envolvidos na rota metabólica de degradação de HAP’s foram escolhidos partindo da análise dos estudos de Pérez-Pantoja et al., (2008).

3.5. Realização de estudos in silico de sequências primárias

Após a construção e análise do banco de dados, genes envolvidos na

degradação de HAP’s foram avaliados por similaridade entre os procariotos. Foi

(32)

Tiolase – (PcaF) para detecção molecular de bactérias degradadoras de HAP’s com

auxílio da ferramenta BLAST/NCBI. A maioria das rotas metabólicas envolvidas na

degradação de HAP’s, direta ou indiretamente, convergem para esta tiolase. O gene

pcaF foi a região alvo para a construção do biomarcador molecular.

3.6. Desenhos de primers para PCR

Primers para a detecção de procariotos degradadores de HAP’s foram

desenhados e avaliados computacionalmente com auxílio dos softwares: Primer

BLAST/NCBI e Vector NTI Advance ™ 11.0. Os Primers PCAF foram desenvolvidos.

3.7. Obtenção dos perfis da PCR/PCR-DGGE

Para os primers 16S DNAr, as reações da PCR foram realizadas no

termociclador contendo as seguintes concentrações finais: 2,5mM de MgCl2, 0,5mM

de DNTP’s, 1,5ng/ l de DNA molde, 2pmol/ l de cada Primer, 2,5U de Taq DNA

Polimerase (TaqGen Biosystems) e Tampão de Enzima 1x, para um volume final de

20 l. O programa utilizado para as amplificações do DNA metagenômico consiste

em: 94°C por 3min, 56° por 30s, 94°C por 3min, 10 ciclos a 94°C por 1min, com a

temperatura de anelamento diminuindo um grau a cada ciclo entre 56°C e 47°C por

1min, 72°C por 1min, 25 ciclos a 94°C por 1min, 46°C por 1min, 72°C por 1min e

uma extensão final de 72°C por 10min.

Para os primers PCAF sem grampo, as reações da PCR foram realizadas no

termociclador contendo as seguintes concentrações finais: 1,5mM de MgCl2, 45mM

KCl, 5% de DMSO, 0,2mM de DNTP’s, 1,5ng/ l de DNA molde, 2pmol/ l de cada

Primer, 1,0U de Taq DNA Polimerase (TaqGen Biosystems) e Tampão de Enzima 1x, para um volume final de 20 l. O programa utilizado para as amplificações do

DNA metagenômico consiste em: 94°C por 3min, 35 ciclos a 94°C por 1min, 64°C

por 1min, 72°C por 1min e uma extensão final de 72°C por 10min.

Para os primers PCAF com grampo, as reações da PCR foram realizadas no

termociclador contendo as seguintes concentrações finais: 2,5mM de MgCl2, 5% de

DMSO, 0,5mM de DNTP’s, 1,5ng/ l de DNA molde, 2pmol/ l de cada Primer, 2,5U

de Taq DNA Polimerase (TaqGen Biosystems) e Tampão de Enzima 1x, para um

volume final de 20 l. O programa utilizado para as amplificações do DNA

(33)

Biodegradação de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos: prospecção metagenômica e modelagem computacional 3-D de proteínas

40seg., 72°C por 30seg., 30 ciclos a 94°C por 1min, 63°C por 40seg., 72°C por

30seg. e uma extensão final de 72°C por 10min.

Os amplicons gerados nas reações da PCR com os oligonucleotídeos

desenvolvidos para detecção do gene metabólico e também com primers 16S DNAr

obtidos por Santos et al., (2006) foram analisados através de eletroforese em gel de poliacrilamida (PAGE) a 10% durante 2 horas a 100V e 100mA corado com prata

para verificação da especificidade e tamanho molecular dos amplicons.

Para otimização da PCR, foram realizadas incisões das bandas esperadas do

PAGE, purificadas, e condicionadas em microtubos novos e autoclavados para um

volume final de 50 l. A eluição do amplicon extraído foi utilizada para PCR,

metodologia necessária para aumentar a eficiência de detecção da PCR-DGGE.

Nas reações da PCR além dos primers desenvolvidos utilizamos um par de

primers 16S DNAr específico para degradadores de petróleo descrito por Santos et al., (2006). Utilizando como referência Shewanella sp., esses primers amplificam um segmento de DNA de ~585pb.

Para as análises por DGGE foi sintetizado um oligonucleotídeo com 40

nucleotídeos 5’ CGC CCG CCG CGC GCG GCG GGC GGG GCG GGG GCA CGG

GGG G 3’ “grampo” como descrito por Nakatsu et al., (2000) e inseridos na

extremidade 5’ tanto na sequência nucleotídica forward quanto no reverse dos

primers PCAF.

Os produtos da PCR foram analisados pela técnica da PCR-DGGE utilizando

o aparelho DGGE-1001, C.B.S., Scientific Company. A PCR-DGGE foi realizado em

poliacrilamida a 6% durante 16 horas a 75V e 75mA, com gradiente de desnaturação

Uréia-Formamida de 40% a 70%, considerando uma solução 100% desnaturante

aquela possuindo 40% vol/vol de formamida e 7M de Uréia, com a temperatura do

tampão de corrida TAE 1x (40mM Tris, 20mM Ácido Acético, 1mM EDTA e pH 8,0) a

60ºC. Foram carregados em cada canaleta do DGGE 10 l das amostras de reações

da PCR. Posteriormente o gel foi corado com nitrato de prata a 0,2% e

fotodocumentado (Sanguinetti et. al., 1994).

As fotografias foram analisadas com o programa LabImage 1D 2006. As

bandas identificadas com esse recurso foram posteriormente utilizadas na

construção das matrizes binárias baseando-se na presença ou ausência,

(34)

Dice e em seguida agrupadas com o UPGMA (Unweighted Pair Group Method with Arithmetic Averages) através do site: http://genomes.urv.cat/UPGMA/ para

construção do dendrograma de similaridade genética. A UPGMA é um algoritmo

fenético, baseado em distâncias genéticas, que considera a similaridade geral no

agrupamento das OTUs.

3.8. Modelagem computacional

Através do servidor online Swiss-Model foram gerados modelos 3-D por

homologia das proteínas críticas na biodegradação de HAP’s e subsequentemente

docking com substrato/produto. Esta abordagem utiliza dados da sequência primária referente à proteína-chave escolhida para a busca de um template cristalográfico a

fim de predizer a sua estrutura terciária. Com auxílio do docking com softwares

específicos (Molegro Virtual Docker, 2010) foram construídos modelos proteicos

para avaliar entrada e a conversão de substratos.

3.8.1. Dados para construção dos modelos proteicos 3-D

 Proteína Transportadora de HAP’s

Sequência primária da provável proteína TbuX pertencente ao organismo Ralstonia

euthropha JMP134 foi selecionada do GenBank/NCBI. Esta proteína apresenta 78% de identidade (sequência primária) com a proteína cristalografada PDB:3bry –

(Transportadora de tolueno) de Ralstonia pickettii, descrita por Elizabeth et al.,

(2008). Essa estrutura proteica foi utilizada como molde para construção e análise

do modelo TbuX em R. euthropha JMP134 (Tabela 2).

 Biodegradação do Fenantreno

Sequência primária das proteínas – [EC:1.13.11.-] – NidA (dioxigenase

subunidade maior) e NidB (dioxigenase subunidade menor) pertencentes ao

organismo Mycobacterium vanbaalenii foram selecionadas do Keeg Pathway (Rota

Metabólica – Degradação de Naftaleno e Antraceno). Estas enzimas iniciam a

catálise do fenantreno anexando dois átomos de oxigênio (dioxigenase)

convertendo-o em cis-3,4-Di-hidroxi-3,4-di-hidrofenantreno. As sequências foram

selecionadas conforme os seguintes critérios: sequência primária proteica completa

(NidA/NidB), não hipotética e substrato conhecido (fenantreno). Cristais proteicos

(35)

Biodegradação de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos: prospecção metagenômica e modelagem computacional 3-D de proteínas

 Enzima de Convergência – PcaF

Sequência primária da provável proteína PcaF (Beta-Cetoadipil-CoA Tiolase)

pertencente ao organismo Ralstonia euthropha JMP134 foi selecionada do GenBank

- NCBI. Esta proteína possui 55,5% de identidade (sequência primária) com a

proteína cristalografada PDB:1ulq – (Tiolase) de Ralstonia pickettii. Essa estrutura

proteica foi utilizada como molde para construção e análise do modelo PcaF em R.

euthropha H16 (Tabela 2).

Tabela 2. Bactérias selecionadas referente às proteínas NidA/NidB, TbuX e PcaF. As

células em cinza representam os procariotos e seus respectivos cristais protéicos

utilizados como molde.

Bactérias selecionadas Identificação

Mycobacterium vanbaalenii NidA/NidB gi|119953846|

Mycobacterium gilvum NidA/NidB gi|145213092|

Mycobacterium sp. MCS NidA/NidB gi|108767400|

Mycobacterium sp. KMS NidA/NidB gi|11969214|

Ralstonia euthropha JMP134 TbuX e PcaF gi|73539494| gi|73539409|

Rodococus sp. PDB:2B1X

Comamonas sp. PDB:2BMO

Ralstonia pickettii PDB:3BRY

Thermus thermophilus PDB:1ULQ

3.8.2. Análise das estruturas primárias e secundárias

As sequências foram analisadas em alinhamento múltiplo pelo programa

Clustal-W (Higgins e Sharp, 1988) e visualizados pelo BioEdit (Hall, 1999) e T-Coffe

EMBL-EBI. O programa PREDATOR (Argos et al., 1996) foi utilizado para a predição

das estruturas secundárias.

3.8.3. Domínios conservados e assinaturas proteicas

Todas as informações de domínios e assinaturas proteicas foram obtidas

através da ferramenta Sequence Feature Scan presente no servidor online

(36)

dados: InterPro, Pfam, TIGRFAMs, PROSITE, SUPERFAMILY, ProDom, PRINTS, SMART, PSIPRED, DISOPRED.

3.8.4. Molde cristalográfico

Transportador de HAP’s – Cristal utilizado: PDB:3bryB (Transportador de

tolueno) de R. pickettii., resolução de 3,2 Angstroms obtido por difração de Raio-X, R-fator: 0,268% (http://www.ebi.ac.uk/pdbe-srv/view/entry/3bry/summary.html) com

70,67% de identidade em relação à sequência primária proteica TbuX R. euthropha.

Dados de similaridade obtidos pelo servidor onlineSwiss-Model usando a ferramenta de identificação de moldes (Template Identification). O cristal identificado (fragmento 26-458) é uma proteína de membrana organizado em duas cadeias A e B idênticas.

Ligante associado: C8H(Hidroxietiloxi)tri(etiloxi)octano).

Biodegradação Fenantreno – Cristais utilizados: PDB: 2b1xE (Naftaleno

1,2-dioxigenase) de Rodococcus sp., resolução de 2,0 Angstroms obtido por difração de Raio-X, R-fator: 19,127%

(http://www.ebi.ac.uk/pdbe-srv/view/entry/2b1x/summary.html) com 53,333% de identidade em relação à

sequência primária proteica NidA M. vanbaalenii e PDB:2bmoB (Nitrobenzeno

dioxigenase) de Comamonas sp., resolução de 1,2 Angstroms obtido por difração de

Raio-X, R-fator: 0,156%

(http://www.ebi.ac.uk/pdbe-srv/view/entry/2bmo/summary.html) com 30,233% de identidade em relação à

sequência primária proteica NidB M. vanbaalenii, dados de similaridade obtidos pelo

servidor online Swiss-Model usando a ferramenta de identificação de moldes

(Template Identification). Os cristais identificados são monômeros estruturais que

compõem um complexo multimérico. O cristal PDB: 2b1xE de Rodococus sp.

corresponde à cadeia E do complexo enzimático PDB:2b1x – oxidorredutase,

composto pelas cadeias A, C, E – sequências proteicas primárias idênticas

(subunidade maior) e B, D, F – sequências proteicas primárias idênticas (subunidade

menor) caracterizando uma estrutura quaternária hexamérica (forma nativa). O

cristal 2bmoB de Comamonas sp. corresponde à cadeia B do complexo enzimático

2bmo – oxidorredutase, composto pelas cadeia A (subunidade maior) e B

(subunidade menor). Estas cadeias formam uma unidade assimétrica que são

estruturalmente organizadas em três unidades assimétricas, caracterizando uma

(37)

Biodegradação de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos: prospecção metagenômica e modelagem computacional 3-D de proteínas

Enzima de Convergência PcaF – Cristal utilizado: PDB: 1ulqE (Acetil-CoA

Transferase) de Thermus thermophilus., resolução de 3,0 Angstroms obtido por

difração de Raio-X, R-fator: 0,218%

(http://www.ebi.ac.uk/pdbe-srv/view/entry/1ulq/summary.html) com 55,5% de identidade em relação à sequência

primária proteica TbuX de R. euthropha JMP134, dados de similaridade obtidos pelo

servidor online Swiss-Model usando a ferramenta de identificação de moldes

(Template Identification). Os cristais identificados são monômeros estruturais que

compõem um complexo multimérico. O cristal PDB:1ulqE de Thermus thermophilus

corresponde à cadeia E do complexo enzimático PDB:1ulq, composto pelas cadeias

A, B, C, D, E, F, G e H – sequências proteicas primárias idênticas caracterizando

uma estrutura quaternária tetramérica (forma nativa) (dados detalhados dos cristais

em anexo).

3.8.5. Construção dos modelos 3-D

Foram construídos os modelos proteicos NidA/NidB para M. vanbaalenii,

TodX e PcaF de R. euthropha JMP134. As sequências foram modeladas pelo

servidor Swiss-Model e analisadas pelos programas DeepView v3.7 (SP5), PyMOL

v0.99 e Molegro Virtual Docker 2010.

3.8.6. Validação

Os modelos gerados foram validados com auxílio da ferramenta Structure

Assessment do servidor Swiss-Model que avalia com base nos seguintes bancos de dados: ProQRes, Anolea, Gromos, QMEAN, DFire, Whatcheck, Procheck, DSSP e

Promotif.

3.8.7. Docking

Foram realizados docking nos modelos proteicos: NidA/NidB de M.

vanbaalenii com fenantreno; TodX de R. euthropha JMP134, com tolueno e

fenantreno, através do programa Molegro Virtual Docker, 2010. Os parâmetros de

configuração permaneceram no padrão do software, mudando-se apenas a

resolução para 0,35 Angstroms. Inicialmente foi realizado docking incluindo toda a

área (grid) proteica. Posteriormente, com base nos resultados, foram realizados

Imagem

Tabela 2. Bactérias selecionadas referente às proteínas NidA/NidB, TbuX e PcaF. As  células em cinza representam os procariotos e seus respectivos cristais protéicos  utilizados como molde

Referências

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