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Diversidade de espécies e ecologia da comunidade de lagartos de um fragmento de Mata Atlântica no nordeste do Brasil

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE BIOCIÊNCIAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

DIVERSIDAD

E DE ESPÉCIES E ECOLOGIA DA COMUNIDADE DE

LAGARTOS

DE UM FRAGMENTO DE MATA ATLÂNTICA NO

NORDESTE DO BRASIL.

UBIRATAN GONÇALVES DA SILVA

(2)

II

UBIRATAN GONÇALVES DA SILVA

DIVERSIDADE DE ESPÉCIES E ECOLOGIA DA COMUNIDADE DE

LAGARTOS DE UM FRAGMENTO DE MATA ATLÂNTICA NO

NORDESTE DO BRASIL.

ORIENTADORA: PROFª.DRª. ELIZA MARIA XAVIER FREIRE

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas do Centro de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

NATAL / RN

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III

Agradecimentos

O sonho de cursar o mestrado só foi possível devido ao apoio incondicional de várias pessoas. Mas uma em especial merece grande parte dos créditos: esta pessoa acreditou e acredita que a qualificação profissional é um dos determinantes de um futuro promissor. Assim sendo, agradeço a pessoa mais importante e responsável direta pela realização deste sonho, minha amada esposa Edileuza que, quando teve tempo, até participou do trabalho em campo.

À minha orientadora Profª. Drª. Eliza Maria Xavier Freire, pra mim “Juju”, pela orientação, oportunidades, apoio e todos os ensinamentos passados. Saiba que tenho uma grande admiração por você e pelo seu trabalho. Em todos estes anos de convivência tive a oportunidade de aprender muito contigo e de crescer profissionalmente e como pessoa. Muito obrigado!!!

Ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, pela a oportunidade de cursar este mestrado.

Ao senhor Clodoaldo Baker, diretor de patrimônio da Usina Serra Grande S/A, responsável pela autorização que me permitiu desenvolver o trabalho de campo, no fragmento de mata de propriedade da referida Usina.

Ao Prof. Dr. Gabriel Skuk, companheiro do dia-a-dia, pela grande ajuda com críticas e sugestões valiosas a esta dissertação.

À minha sogra, Dona Maria, que cuidou de maneira fenomenal, da minha linda menina no tempo que me ausentei e quando Edileuza estava trabalhando, para nos sustentar. Dona Maria é a pessoa que cuida e educa Anny da melhor forma possível. Anny Karoline é uma criança adorável devido em grande parte a assistência da Dona Maria; A senhora é demais!!!

À minha cunhada e seu esposo Edson, por ter assumido o papel fundamental de serem os segundos pais da minha princesa. Talvez eu e Edileuza não cuidasse tão bem da Anny como vocês dois, que passaram e passam noites em claro quando ela se encontra(va) doente e precisando de carinho. Aos dois a minha eterna gratidão. Estes agradecimentos são extensivos também ao meu cunhado Edílson e sua esposa Nadja e ao meu sobrinho Ednaldo Júnior.

Aos meus pais Durval e Maria Cícera pelo apoio, durante o desenvolvimento da primeira parte do trabalho em campo.

(4)

IV

À Flávia Moura, Diretora do Museu de História Natural da Universidade Federal de Alagoas, pelo incentivo e constante apoio, inclusive para utilização de equipamentos e instalações do Museu. Agradeço também pelas criticas e sugestões a este trabalho.

À bióloga Sema Torquato, pelo apoio e ajuda nas primeiras análises estatísticas.

À Profª Drª Eliane Maria pela amizade que temos e pela luz no fim do túnel quando precisei.

À Polyanne Brito, estagiária do Museu de História Natural da UFAL, pela companhia no laboratório quando eu estava identificando o conteúdo estomacal e pelas idas a campo, mesmo não gostando de sair do laboratório para coletar.

Aos amigos de todas as horas e biólogos, Ingrid Carolline (“Risca-faca”), Barnagleison (“Arapironga”), Michelline (“Risonha”) pela imensa ajuda em campo.

À minha prima “Loura”, por ter me acolhido em sua casa durante o período de coleta.

À Carol (Carolzinha) companheira de mestrado pela ajuda quando precisei e longas discussões.

À Mariana Capistrano (“Pata”) por ter organizado o material de minhas coletas no laboratório.

Aos companheiros “Marreco” (Pablo) e “Miguelixo” (Miguel Kolodiuk) pela ajuda com os estimadores de riqueza e programas de estatística utilizados neste trabalho.

Ao amigo e biólogo Filipe Augusto, pela revisão rápida do manuscrito.

Aos companheiros de república, hoje meus compadres Bruno e Karlla Collaço pela companhia e disposição em ajudar-me.

(5)

5

SUMÁRIO

Introdução Geral 06

Referências Bibliográficas 09

CAPITULO – I

- Estrutura da comunidade de lagartos de um fragmento de Mata Atlântica, no Nordeste do Brasil.

12

Resumo 12

Introdução 13

Material e Métodos 15

Área de estudo 15

Trabalho em campo 16

Análise quantitativa dos dados 18

Resultados 19

Composição e diversidade de espécies. 19

Uso do espaço e do alimento pelas espécies. 21

Discussão 23

Composição e diversidade de espécies 23

Uso do espaço e do alimento pelas espécies 23

Hábitats e Microhábitats 23

Dieta 27

Referencias Bibliográficas 29

Anexo I – Instruções aos autores para publicação do Journal of Herpetology 50

CAPÍTULO – II - Infestação por Rhabdias sp. (Nematoda: Rhabdiasidae) em Enyalius catenatus (Wied, 1821) (Squamata: Leiosauridae) na Mata Atlântica do

Nordeste do Brasil.

58

Resumo 58

Introdução 59

Material e Método 59

Resultado 61

Discussão 61

Referencias Bibliográficas 63

Anexo – II Introduções aos autores para publicação do Brazilian Journal of Biology

70

Conclusão Geral 74

Anexo III – Fotos das espécies, da área de estudo, do trabalho em campo e de parasitas.

(6)

INTRODUÇÃO GERAL

A Região Neotropical ocupa 16% da superfície do planeta, dos quais, 57% são ocupados por todas as florestas tropicais (Ayres et al., 2005), que abrigam metade de todas as

espécies de plantas e animais (Gomes & Varriale, 2004; Brandon et al., 2005). O Brasil detém

cerca de 1/3 de todos os remanescentes de florestas tropicais do mundo, distribuídos na Amazônia e, na região costeira atlântica (Ayres et al., 2005).

A despeito da alta biodiversidade contida nas florestas tropicais, o crescimento das populações humanas e as pressões econômicas estão levando à conversão destas florestas em um mosaico de hábitats alterados e remanescentes isolados de vegetação original (Garay & Dias 2001), causando danos ambientais irreversíveis e perda de uma diversidade biológica única (Ayres et al., 2005). Estes fragmentos florestais são, no entanto, os últimos refúgios de

grande parcela da biodiversidade terrestre, embora suas populações estejam sujeitas a toda sorte de distúrbios na sua estrutura genética. A perda de hábitats causados pelas atividades humanas, portanto, põe em risco boa parte da diversidade do planeta. Caso este processo não seja revertido, no prazo de algumas décadas, deverá causar o desaparecimento de uma parte considerável da diversidade genética (Krieger et al., 2002).

A fragmentação dos hábitats, que por definição, envolve uma redução na área original e isolamento de florestas remanescestes, não necessariamente resulta em extinções locais imediatas. Ou seja, nem todos os casos de fragmentação têm levado a um declínio na riqueza de espécies após isolamento (Garay & Dias 2001). Na Amazônia Central, no entanto, a conseqüência inicial e mais óbvia de perda de hábitat é a diminuição na riqueza de espécies, porque muitas desaparecem na área remanescente devido a uma diminuição na heterogeneidade do hábitat (Furlan & Nucci 1999). Por outro lado, Pimm (1998) constatou que algumas espécies da Floresta Amazônica podem usar o entorno dos fragmentos e prosperarem em hábitats perturbados. O número de espécies de anuros, por exemplo, aumentou nos fragmentos estudados, porque muitas que pareciam depender da floresta prosperam em poças do entorno.

Neste cenário de perda de hábitat, o Brasil tem concentrado a atenção dos conservacionistas por ser um dos países com a maior biodiversidade e sofrer perda acelerada dos biomas mais ricos (Myers et al., 2000). Dentre os Domínios Morfoclimáticos brasileiros

(7)

7

constituir um dos 25 hotspots em biodiversidade, com um alto número de endemismo (Myers

et al., 2000; Feio & Caramaschi 2002; Ayres et al., 2005; Rodrigues et al., 2005), é um dos

biomas mais ameaçados do planeta (Coimbra-Filho & Câmara 1996; Brandon et al., 2005). A

exploração sobre este bioma foi severa, devido principalmente à expansão das monoculturas de grande escala, destacando-se, no Nordeste brasileiro, a da cana-de-açúcar (Coimbra-Filho & Câmara 1996).

Com redução de cerca de 92% de sua área original (Feio & Caramaschi 2002; Ayres et al., 2005), a Mata Atlântica é hoje representada por remanescentes florestais de diferentes

níveis de perturbação antrópica, isolados entre si. Esta fragmentação torna a dinâmica das comunidades biológicas diferente daquela prevista para sistemas naturais contínuos, já que muitas características ecológicas se alteram, e cada porção restante contém apenas uma fração da biodiversidade original. Isto implica na eliminação das formas especializadas e menos adaptadas às novas condições, diminuindo a capacidade de suporte do ambiente e levando a mudança na estrutura do ecossistema (Garay & Dias 2001).

Na Região Nordeste a situação é ainda mais critica; ou restam apenas ilhas de floresta circundadas por canavial ou, em algumas localidades, a Mata Atlântica praticamente desapareceu (Rodrigues 1990; Coimbra-Filho & Câmara 1996). Os remanescentes mais significativos encontram-se nos Estados da Bahia (6%) e de Alagoas (2%; Brooks & Balmford 1996).

Segundo Menezes et al., (2004), a Mata Atlântica do Estado de Alagoas sofreu um

processo gradativo de exploração desordenada, desde a subtração do Pau-Brasil (Caesalpina

echinata) no período colonial até a expansão da monocultura da cana-de-açúcar, a partir da

década de 70. Estima-se que, no inicio da colonização, a área com cobertura vegetal típica da mata atlântica ocupava algo em torno de 49% do território alagoano, ou 14.200km2. Atualmente, calcula-se que essa área não ultrapasse 2 % ou 320 Km2 (Grillo, 2005).

Com relação à conservação da fauna habitante de áreas remanescentes, Höfer et al.,

(8)

O mais significativo estudo efetuado em longo prazo sobre lagartos e serpentes dos remanescentes florestais nordestinos foi efetivado por Freire (2001), em Alagoas. Este estudo possibilitou a obtenção de dados de relevância para a conservação destas áreas, dentre as quais destacam-se a obtenção de duas espécies novas de serpentes endêmicas (Ferrarezzi & Freire 2001; Freire et al., 2007), de três espécies novas de anfíbios (Peixoto et al., 2003; Cruz et al., 1999), além da constatação de que a fauna de Squamata da Mata Atlântica nordestina,

quanto à composição, é notavelmente diferente daquela do Sul e Sudeste do Brasil (Freire 2001). Entretanto, não foi efetuado um estudo substanciado sobre a ecologia destas comunidades relictuais, cujos resultados são imprescindíveis para o manejo futuro da sua fauna.

Assim sendo, este estudo teve como objetivo geral efetuar uma análise da ecologia da comunidade de lagartos de um remanescente florestal alagoano, inventariado anteriormente por Freire em 2004 (comunicação pessoal).

Esta dissertação está estruturada em capítulos, os quais correspondem a artigos a

serem submetidos à publicação: o primeiro,ESTRUTURA DA COMUNIDADE DE

LAGARTOS DE UM FRAGMENTO DE MATA ATLÂNTICA, NO NORDESTE DO

BRASIL.”, submetido ao periódico Journal of Herpetology (Anexo I); e o segundo,

“Infestação por Rhabdias sp. (Nematoda: Rhabdiasidae) em Enyalius catenatus (Wied, 1821)

(Squamata: Leiosauridae) na Mata Atlântica do Nordeste do Brasil”. Será submetido ao

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9

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Ab'Saber A.N. 1977. Os domínios morfoclimáticos da América do Sul. Primeira aproximação. Geomorfologia 52: 1-21.

Ayres, J. M., Fonseca, G. A. B. Rylands, A. B. Queiroz, H. L. Pinto, L. P. Masterson, D. & Cavalcanti, R. B. 2005. Os corredores ecológicos das florestas tropicais do Brasil . Belém, PA

: Sociedade Civil Mamirauá, 256p.

Araújo, A. F. B. 1991. Structure of a White sand-dune lizard community of coatal Brazil. Rev.

Brasil. Biol., 51 (4): 857-865.

Brandon, K.; Fonseca, G. A. B.; Rylands, A. B. & Silva, J. M. A. C. 2005. Conservação

brasileira: desafios e oportunidades. MEGADIVERSIDADE.Vol. 1 | Nº 1 | pp 7-13.

Brooks, T. & Balmford, A. 1996. Atlantic Forest Extinction. Nature, London, 380:115

Coimbra-Filho, A. F. & Câmara, I. G.1996. Os limites Originais do Bioma mata Atlântica na Região Nordeste do Brasil. Rio de Janeiro: Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza. 86 p.

Cruz, C. A. G; Caramaschi, U. & Freire, E. M. X. 1999. Occurrence of the genus Chiasmocleis (Anura: Microhylidae) in the State of Alagoas, north-eastern Brazil, with a description of a new species. Journal of Zoology, London, n. 249, p. 123-126.

(10)

Ferrarezzi, H. & Freire, E. M. X. 2001. New species of Bothrops Wagler, 1824 from the Atlantic Forest of Northeastern Brazil (Serpentes, Viperidae, Crotalinae). Boletim do Museu

Nacional, Rio de Janeiro, n. 440, p. 1-10.

Freire, E. M. X; Caramaschi, U. & Argolo, A. J. S. 2007. A new species of Liotyphlops (Serpentes: Anomalepididae) from the Atlantic Rain Forest of Northeastern Brazil.Submetido.

Zootaxa,

Freire, E. M. X. 2001. Composição, Taxonomia, Diversidade e Considerações

Zoogeográficas sobre a Fauna de lagartos e Serpentes de Remanescentes da Mata Atlântica do Estado de Alagoas, Brasil. 144 pp. Tese (Doutorado em Ciências, área de concentração Zoologia). Universidade Federal do rio Janeiro – Museu Nacional.

Furlan, S. A. & Nucci, J. C. 1999. Conservação das Florestas Tropicais. Editora Atual. 112p.

Garay, I. E. G. & Dias, B. F. S. 2001. Conservação da Biodiversidade em Ecossistemas Tropicais: avanços conceituais e revisão de novas metodologias de avaliação e monitoramento. Petrópolis: Editora Vozes.

Gomes, A. G. & Varriale, M. C. 2004. Modelagem de Ecossistemas: Uma Introdução. 2ª

edição. Editora. Ufsm. 503 pp.

Grillo, A. A. S. 2005. As implicações da fragmentação e da perda de hábitats sobre a assembléia de árvores na Floresta Atlântica ao norte do rio São Francisco. Tese de doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal (PPGBV) – UFPE, Recife. 196 p.

Höfer, H.; Brescovit A. D. & Gasnier T. 1994. The large wandering spiders of the genus

Ctenus (Ctenidae, Araneae) of Reserva Ducke, a rainforest reserve in Central Amazonia.

Andrias, 13: pp 81-98.

(11)

11

Inovação. Memória da Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação Brasília, 18 a 21 de setembro de 2001. Revista parcerias estratégicas. Edição especial - volume 4 - junho 2002. Publicação do centro de gestão e estudos estratégicos – cgee

Menezes, A. F. M.; Cavalcante, A. T. & Casado, P. C. 2004. A Reserva da Biosfera da Mata Atlântica no Estado de Alagoas – São Paulo: Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, 2004. 56 pp.

Myers, N., Mittermeyer, R.A., Mittermeyer, C.G., Fonseca, G.A.B. & Kent, J. 2000 Biodiversity hotspots for conservation priorities. Nature, 403, 853–858.

Pimm, S. L. 1998. The forest fragment classic. Nature, London, 393:23-24.

Rodrigues, M. T.; Freire, E. M. X.; Pellegrino, K. C. M. & Sites Jr, J. W. 2005.Phylogenetic relationships of a new genus and species of microteiid lizard from the Atlantic forest of

north-eastern Brazil (Squamata, Gymnophthalmidae). Zoological Journal of the Linnean Society.

144 , 543–557

(12)

12

Capítulo – I

ESTRUTURA DA COMUNIDADE DE LAGARTOS DE UM FRAGMENTO DE MATA

ATLÂNTICA, NO NORDESTE DO BRASIL.

Ubiratan Gonçalves 1 & Eliza Maria Xavier Freire2.

1Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Programa de Pós-Graduação em Ciências

Biológicas, Área de concentração em Biodiversidade.

ugsbogertia@gmail.com

2Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Biociências, Departamento de

Botânica, Ecologia e Zoologia.

elizajuju@ufrnet.com.br

RESUMO

Neste estudo foram investigadas a diversidade, a composição, e as diferenças no uso

do espaço (hábitat e microhábitat) e do alimento em uma comunidade de lagartos habitantes

da serapilheira de um fragmento de Mata Atlântica, do Estado de Alagoas, Brasil. Para a

observação e/ou coleta dos espécimes, foram utilizados os métodos de busca ativa e

armadilhas de queda (pit-fall traps) sem cerca-guia. Para análises de diversidade e da

existência de diferenças de diversidade entre os hábitats e microhábitats, utilizou-se o índice

de Shannon. A largura dos nichos espacial (hábitat e microhábitat) e alimentar foi avaliada,

utilizando-se o índice de diversidade de Simpson. A similaridade entre as áreas foi averiguada

utilizando-se o índice de Jaccard. Para avaliar o grau de sobreposição quanto ao uso do espaço

(hábitats e microhábitats) e do alimento pelas espécies, foi utilizada uma versão da equação de

MarcArthur & Levis. Foram obtidas vinte e três espécies de lagartos, pertencentes a nove

(13)

13

da mata as espécies mais abundantes foram Kentropyx calcarata, Dryadosaura nordestina,

Enyaliuscatenatus e Gymnodactylus darwinii. Na borda da mata as espécies mais abundantes

foram Tropidurus hispidus, T. semitaeniatus, Ophiodes striatus e Ameiva ameiva. Quanto à

utilização dos recursos, os resultados mostraram que espécies filogeneticamente próximas

nem sempre utilizam de maneira semelhante os recursos disponíveis. A dieta em geral foi

composta por artrópodes. Tropidurus hispidus e T. semitaeniatus se mostraram especialistas

no consumo de Himenoptera (Formicidae), que estiverem presentes em 100% dos seus

estômagos. Ophiodesstriatus teve como principal alimento caramujos (Gastropoda) e aranhas

com 60% cada; sendo Gastropoda mais abundante para esta espécie.

Palavras-chave: Diversidade, Ecologia de Comunidade, Lagartos, Mata Atlântica.

INTRODUÇÃO

Os primeiros estudos sobre ecologia de assembléias de lagartos foram efetuados em

regiões áridas, tais como os desertos dos Estados Unidos, Austrália, África e América do Sul

(Pianka, 1967; 1973; 1995; Huey e Pianka, 1981; Vitt, 1995; Pianka e Vitt, 2003). Segundo

Vitt (1995); Rocha e Rodrigues (2005) a maioria dos estudos na região Neotropical foram

realizados com espécies de Polychrotidae, principalmente do gênero Anolis. No Brasil, a

maioria dos estudos foram realizados em restingas (Rocha, 1994; Freire, 1996; Hatano et al.,

2001; Teixeira, 2001; Rocha et al., 2004; Carvalho et al., 2007).

Para a Floresta Atlântica, informações sobre a ecologia de espécies de lagartos são

escassos (Sazima e Haddad 1992; Rocha, 1994; Teixeira, 2001), embora estudos sobre suas

comunidades em outras regiões tenham trazido avanços significativos para teorias a respeito

do papel de condicionantes históricos e ecológicos nos processos geradores de diversidade

(Pianka 1967, 1969, 1971; Schall e Pianka 1978; Losos 1994; Pianka e Vitt 2003; Vitt et al.,

(14)

esses animais são vistos como modelos de organismos (Vitt e Carvalho, 1995; Huang, 2006),

por serem mais facilmente observados no ambiente e taxonomicamente bem estudados

(Rocha 1994; Bergallo et al., 2000; Silva et al., 2006).

Uma assembléia ou comunidade é um grupo de espécies relacionadas e organizadas

estruturalmente, que coexistem em uma área geográfica definida. Esta organização poder ser

resultante de vários fatores (Diamond e Case, 1986; Pianka, 1995). Os ecologistas têm

considerado, tradicionalmente, que as relações ecológicas entre táxons são o principal fator

estruturante das assembléias (Werner, 1986).

Diversos trabalhos (Pianka, 1974; Connell, 1980; Vitt, 1995; Vitt & Zani, 1998a,

1998b; Vitt et al., 1999; Cooper, 2005; Luiselli, 2008) demonstram que espécies simpátricas

de lagartos segregam-se em pelos menos uma das dimensões de nicho: espaço, tempo e

alimento. Esses trabalhos, entretanto, foram fundamentados pela teoria de nicho (Hutchinson,

1957).

Recentemente, mais atenção tem sido dada à importância de fatores históricos, uma

vez que ignorar o papel da história filogenética pode resultar em análises equivocadas da

estrutura das assembléias, acerca de fatores determinantes (Vitt, 1995; Vitt & Zani, 1995;

Mesquita et al., 2006a; Mesquita et al., 2006b; Pavan, 2007). Assim sendo, nos estudos de

partilha de recursos, a filogenia determina a ecologia de indivíduos em maior extensão do que

as interações pontuais entre os membros de uma assembléia (Vitt, 1995). Há ainda uma

relação entre a filogenia e o modo de forrageio (Vitt, 1990). Este, por sua vez, tem uma

grande importância para lagartos no que se refere à interpretação de características como

ecologia, história de vida, tipos de presas e quantidade de alimento (Vitt, 1990; Kearney &

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15

Neste estudo foram avaliadas a composição e a diversidade de espécies de lagartos,

bem como a utilização do espaço e do alimento em um remanescente florestal no Nordeste do

Brasil.

MATERIAL E MÉTODOS

Área de estudo

O trabalho em campo foi efetuado na Mata do Engenho Coimbra, Município de

Ibateguara, Estado de Alagoas (9º00'02'' S e 35º51'12'' W; Fig. 1). Esta se destaca dos demais

remanescentes florestais alagoanos, pela grande extensão, incluindo uma área de 3500

hectares de cobertura vegetal contínua (Roda & Santos, 2005). Além disso, uma ampla

proporção de mata foi mantida no seu estado original (Assis, 2000; Roda & Santos, 2005).

No entanto, assim como outras áreas de Floresta Atlântica do Nordeste, a área se encontra

numa matriz de plantações de cana-de-açúcar. As matas se apresentam atualmente como ilhas

de florestas envoltas por canaviais (Fig. 01), o que foi resultado do advento do Programa

Brasileiro do Álcool (PróAlcool) na década de 1970,

Em sua maior parte a Mata do Coimbra apresenta uma vegetação com fisionomia de

floresta primária, e embora algumas áreas tenham sofrido extração de madeira há cerca de 50

anos, as mesmas se encontram em estágio avançado de regeneração (Roda & Santos, 2005).

São registradas para a área 650 espécies vegetais, das quais 36 % são árvores e

arvoretas (incluindo grandes exemplares de Aspidospermadiscolor eCopaiferalangsdorffii),

28% são ervas (tais como Asplundiagardneri e Psittacanthus bicalyculatu), 17 são arbustos

(por exemplo Ruellia cearensis, Alstroemeria inodora), 10% são trepadeiras (como

Thumbergiaalata e Mandevillalasiocarpa) e 7% são subarbustos (Oliveira et al., 2005).

A área esta situada no limite entre a Floresta ombrófila e a Floresta Estacional (Assis,

2000), onde o clima é sazonal, com uma estação seca usualmente entre meses de outubro a

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16

(figura 02). Durante o período deste estudo as temperaturas variaram na estação seca de 13 a

30ºC e no período chuvoso de 06 a 25ºC. A Umidade Relativa do Ar média para cada estação

ficou em 84.5 e 90.3% respectivamente(figura 02). A área onde foram feitas as amostragens

na mata do Coimbra correspondeu a aproximadamente uma quinta parte da sua extensão (Fig.

01).

Trabalho em campo

Foram efetuadas quatro excursões com duração de 20 dias cada uma (duas na estação

seca, de 23/11 a 15/12/06 e de 01/04 a 20/04/2007, e duas na chuvosa de 27/08 a 16/09/07 e

de 24/09 a 14/10/2007). As observações e coletas dos lagartos foram efetuadas através de

busca visual ativa, bem como de coleta passiva com uso de armadilhas de queda (pit-fall

traps). Foram estabelecidos dois hábitats: borda e interior da mata. Foi considerado como

hábitat de borda de mata o compreendido entre a borda estrita da mesma e 10 a 15 metros em

direção a seu interior. O mesmo era caracterizado pela alta incidência solar, correntes de

vento conspícuas e altura da vegetação de até 15 metros. Neste hábitat o subosque é muito

denso no limite estrito da mata com a área aberta (em geral canaviais ou estrada de terra). Foi

considerado como hábitat interior de mata a área interna da floresta que distava entre 10 a 15

metros da borda estrita da mesma, e que tinha como principais características pouca ou

nenhuma incidência solar no nível do chão, presença de árvores de grande porte (25 a 40

metros) e serapilheira densa, com profundidade média de 17 cm.

No interior da mata foram identificados dez microhábitats e na borda da mata seis

(Tabela I).

Para a busca visual ativa percorreu-se a mata desde a borda até o interior,

vasculhando-se a camada superficial do solo, incluindo folhas caídas, ramos, caules e cascas

de árvores, usando-se ancinho e facão para a remoção dos mesmos. Para este método, o

(17)

17

pesquisadores participantes da coleta (horas/homem). Desta forma, o esforço de campo para

deste método de coleta foi de 524 horas/homem. As buscas visuais ativas foram efetuadas

geralmente das 08 às 12 horas e das 12h30min às 18 horas percorrendo-se trilhas encontradas

no interior da mata e margens de riachos, de modo a amostrar todos os microhábitats

considerados. A captura dos espécimes de lagartos foi principalmente manual. Durante as

buscas foram registradas as informações sobre os hábitats e microhábitats onde os mesmos

foram primeiramente avistados, bem como a hora do avistamento, seguindo a metodologia de

Vitt et al., (2003a,b) e Attum et al., (2007). A temperatura e a umidade no microhábitat

também foram aferidas e anotadas para cada animal coletado, com auxilio de um termo

higrômetro digital. Os espécimes coletados foram sacrificados mediante injeção de cloridrato

de lidocaína a 2%, e em seguida fixados com formol a 10%. Este procedimento foi realizado

para interromper o processo de digestão, preservando o conteúdo estomacal. Posteriormente,

os exemplares foram tombados na Coleção Herpetológica do Departamento de Botânica,

Ecologia e Zoologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (CHBEZ).

As armadilhas de queda foram dispostas em três estações de coleta constituídas por

baldes de plástico de 25 e 37 litros, enterrados até o nível do solo. Cada estação de coleta foi

constituída por 8 seções compostas por 4 baldes dispostos em forma de “Y”, com um balde

central e outros três eqüidistantes a 5 metros deste; estas seções distavam uma das outras

cerca de 10 metros. No total cada estação constava de 32 baldes. As três estações, portanto,

compreendiam 96 baldes. Estas armadilhas eram abertas 15 dias antes do inicio de cada

período de coleta, e revisadas semanalmente durante os 20 dias de excursão. Devido a isto

calculou-se que as armadilhas de queda, estiveram abertas por 3.360 horas, (quatro períodos

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18

Para os espécimes capturados em armadilhas, foi considerado como hábitat, aquele da

localização da seção. Como não foi possível registrar o horário de coleta, os espécimes

obtidos em armadilhas não foram incluídos nas análises de dieta.

Análise quantitativa dos dados

Foi calculada a diversidade de espécies da área utilizando-se o Índice de Shannon (H'

= - pi ln pi), onde pi é a abundancia proporcional da espécie. Este índice também foi

utilizado para averiguar a existência de diferenças de diversidade entre os hábitats (borda e

interior da mata; Magurran, 1988). Aplicou-se o teste tpara testar a significância da diferença.

A diversidade da área estudada foi comparada com a de outras áreas de Floresta

Atlântica do Estado de Alagoas, onde ocorreram estudos prolongados da fauna de lagartos

(Freire, 2001). A similaridade entre as áreas foi avaliada utilizando-se o Índice de Jaccard

(Cj=j/(a+b-j). Sendo j o número de espécie comum em ambas as localidades, a número de

espécies no local A, e b o número de espécies no local B.

A largura dos nichos espacial (hábitat e microhábitat) e alimentar foi avaliada para

cada espécie, utilizando-se o índice de diversidade de Simpson como descrito em Pianka

(1986) & Vitt et al., (2001):

Onde i é a categoria do recurso, n é o número de categorias e p é a proporção numérica ou

volumétrica da categoria do recurso i. Quanto mais distante de um (1), maior é a amplitude do

nicho.

Para avaliar o grau de sobreposição quanto ao uso do espaço (hábitats e microhábitats)

e do alimento pelas espécies, foi utilizada uma versão da equação de Macarthur & Levis,

extraída de Pianka (1974) e também aplicada por Caldwell & Vitt (1999) e Cappellari et al.,

(19)

19

Onde Pij e Pik são respectivamente as proporções de indivíduos das espécies j e k que

utilizaram o recurso i.

Para a análise da dieta das espécies, foram utilizados 105 espécimes de 12 espécies.

Estes tiveram seus estômagos dissecados, e o conteúdo dos mesmos triado em microscópio

estereoscópico. Cada item alimentar foi registrado e depositado em tubos de plástico de 1,5 a

2 ml contendo álcool a 70%. A identificação dos táxons encontrados no conteúdo do trato

digestório foi efetuada com o auxilio da literatura (Ruppert et al., 2005; Borror & Delong,

1969; Dindal 1990; Costa et al., 2006). O material de difícil identificação foi enviado a

especialistas.

O comprimento e a largura de cada item alimentar foram medidos com uma régua

milimétrica sob lupa (a partir de 0,1 mm) e o volume estimado através da fórmula para

esferóide ou elipsóide (Vitt, 1991; Vitt & Zani, 2005):

V = 4/3 (L/2) . (W/2)2

Onde L= comprimento da presa e W= largura da presa

RESULTADOS

Composição e diversidade de espécies

No total foram observados e/ou coletados 1353 espécimes de lagartos por ambos

métodos amostrais. Estes pertenceram a nove famílias e 23 espécies. O método de busca ativa

foi responsável pelo registro de 98% dos espécimes (n=1326; 19 espécies), enquanto as

armadilhas de queda foram responsáveis por 2% (n=27; 6 espécies). A curva de acumulação

de espécies capturadas por armadilhas mostrou-se ascendente no final do estudo, o que indica

(20)

parte, a curva acumulativa de espécies para a amostragem por busca ativa atingiu estabilidade

após 433 horas de trabalho de campo (Fig. 03). A lista de espécies obtidas, com as respectivas

distribuições por hábitats e microhábitats é apresentada na Tabela I. Foram registradas 19

espécies no habitat interior de mata e 9 no de borda da mata. A similaridade entre os dois

hábitats, estimada pelo coeficiente de Jaccard em 0,217, foi considerada baixa, e a diversidade

diferiu segundo o teste t (p < 0,0001). O hábitat borda de mata foi o mais utilizado, com 87,7% dos espécimes, embora seja menos rico (9 espécies). Quanto ao microhábitat mais

utilizado destacou-se a serapilheira na borda da mata com 60,5%. Já o hábitat de interior de

mata foi utilizado por 12,3% dos indivíduos pertencentes a 19 espécies. Neste hábitat, o

microhábitat mais utilizado pelos lagartos foi o de folhiço sobre solo plano (3,5% do total).

Na serapilheira da Mata do Coimbra, considerando vários microhábitats em conjunto,

se encontram espécies que podem ser consideradas como residentes preferenciais da mesma,

assim como outras arborícolas e associadas a bromeliáceas que eventualmente vão ao chão em

busca de locais para postura, alimentação ou abrigo. Das 23 espécies registradas neste estudo,

12 (52,2%) foram consideradas como preferentes da serapilheira. Estas foram Tropidurus

hispidus, Tropidurus semitaeniatus, Coleodactylus meridionalis, Gymnodactylus darwinii, Ameiva ameiva, Kentropyx calcarata, Tupinambis merianae, Dryadosaura nordestina, Acratosaura mentalis, Mabuya bistriata, Diploglossus lessonae e Ophiodes striatus. As

demais espécies são arborícolas ou semi-arborícolas que podem eventualmente descer ao solo.

As espécies mais abundantes foram Tropidurus hispidus, Tropidurus semitaeniatus e

Ophiodes striatus, encontradas apenas na borda da mata (Tabela I). Estas espécies juntas

correspondem a 81,6% do total de espécimes registrados.

Outras espécies foram consideradas como com preferência por áreas florestadas. Estas

foram (em ordem decrescente de abundância) Kentropyxcalcarata, Dryadosaura nordestina,

(21)

21

Coleodactylusmeridionalis, Tupinambismerianae e Diploglossuslessonae foram registradas

apenas por observação.

As 23 espécies de lagartos encontradas (Tabela I) indicam uma riqueza considerável,

que corresponde a 45 % do total de espécies referidas para a Mata Atlântica (Freire, 2001). O

índice de diversidade obtido para área estudada foi H' = 2.85 (sendo que o valor deste índice

varia entre 1,5 e 3,5). O índice de similaridade de Jaccard (Magurran, 1988) utilizado para

comparar a composição da fauna com outras quatro áreas distintas, mostrou maior semelhança

da Mata do Coimbra com a Mata de Murici (Tabela II).

A Tabela III compara abundância, riqueza, dominância, diversidade e eqüitatividade

entre os dois hábitats analisados neste estudo.

Os índices de diversidade para os microhábitats no interior da mata ficaram entre 0,26

e 1,87 (Tabela IV); este último corresponde ao folhiço sobre solo plano, que foi o que abrigou

maior diversidade. Quanto à similaridade na composição entre cada um deles, o valor máximo

foi de 0,500, que correspondeu aos hábitats “clareira no interior da mata com margem de

cursos d’água no interior da mata” e “margem de cursos d’água no interior da mata” com

Bromélias sobre solo ou afloramento rochoso”. Estes valores estão na tabela IV. Para a borda

da mata a diversidade variou entre 0,26 e 1,33, sendo “acúmulo de folhas de palmeira

depositadas no entorno desta, em borda de mata” o microhábitat mais significativo (Tabela

V).

Uso do espaço e do alimento pelas espécies

Quanto ao uso do espaço, no que se refere aos microhábitats, 14 espécies foram

exclusivas do interior da mata e quatro da borda. Cinco espécies utilizaram ambos os hábitats

(tabela I). Sobre o uso dos microhábitats e dieta, os índices estão listados na Tabela VI. Ao

considerar as espécies com cinco ou mais exemplares registrados a maior sobreposição quanto

(22)

seguida pela encontrada entre Hemidactylus mabouia e Tropidurus semitaeniatus, Ameiva

ameiva e Enyalius catenatus, Kentropyx calcarata e Enyalius catenatus, Dryadosaura nordestina e Gymnodactylus darwinii, Mabuya bistriata e Enyalius catenatus (em ordem

decrescente de sobreposição). Quanto ao alimento a maior sobreposição ocorreu entre o par

Ameiva ameiva e Ophiodes striatus seguida pela encontrada entre Enyalius catenatus e Dryadosaura nordestina, Tropidurus hispidus e Tropidurus semitaeniatus, Tropidurus hispidus e Ameivaameiva e entre Tropidurussemitaeniatus e Ameivaameiva. Na Tabela VII,

estão listados os itens do conteúdo alimentar identificados. No total foram identificados 34

categorias (táxons) de presas.

As maiores larguras de nicho espacial foram registradas para Kentropyx calcarata,

Anolis fuscoauratus e Enyalius catenatus, enquanto que para o nicho alimentar foram as de Ameiva ameiva, Dryadosaura nordestina, Ophiodes striatus e Enyalius catenatus (Tabela

VIII).

A análise dos conteúdos estomacais dos lagartos demonstrou a presença de pequenos

artrópodes como principais elementos que compõem a dieta das espécies estudadas. As presas

mais consumidas pelo conjunto das espécies foram Orthoptera e Aranae, com uma freqüência

de 83,3%; entretanto, diferenças quanto ao item alimentar mais consumido foram observadas.

Tropidurus hispidus e T. semitaeniatus se mostraram especialistas no consumo de

Himenóptera (Formicidae), que estavam presentes em 100% dos estômagos. Este também foi

o item mais consumido por Ameiva ameiva (100%). Ophiodes striatus se alimentou

principalmente de moluscos gastrópodes e aranhas que ocorreram em 60% dos estômagos,

sendo Gastropoda o item mais consumido considerando o total de presas (31%) seguido por

aranhas (17,5%). Ophiodes striatus foi à única espécie que teve como item alimentar um

(23)

23

DISCUSSÃO

Composição, riqueza e diversidade de espécies de lagartos

Segundo Heyer et al. (1994) para inventários de diversidade de anfíbios e répteis

deve-se preferir o uso combinado de diferentes métodos de captura , visto que isso favorece a

obtenção de animais com hábitos e tamanhos diferentes. Neste trabalho, o uso de armadilhas

de queda não atingiu uma assíntota, ao considerar a curva acumulativa de captura de espécies.

Portanto, apesar de sua importância na obtenção de espécies, este método não teve a eficácia

esperada, mesmo com um número maior de horas em relação à busca ativa (Figura 04). Um

ponto que deve ser levado em conta e que pode ter prejudicado a eficácia do mesmo foi o

pequeno número de armadilhas instaladas, uma vez que vários trabalhos relatam o êxito em

sua utilização (Gainsbury & Colli, 2003; Thompson et al., 2003; Werneck & Colli, 2006;

Mesquita et al.,2006b).

As 23 espécies de lagartos encontradas associadas à serapilheira da mata estudada

representam aproximadamente o percentual de 36,5 % do total de espécies que ocorrem na

Mata Atlântica (Rodrigues, 2005). Ainda, a riqueza para o remanescente de Coimbra é

superior à de qualquer outra área estudada no Estado de Alagoas. Freire (2001) obteve 16

espécies ocorrentes nos hábitats e microhábitats associados à serapilheira na mata de Murici, a

área mais rica em espécies de lagartos estudada em seu trabalho. Em outras áreas de Mata

Atlântica do Nordeste, como por exemplo, o sul da Bahia, Dixo (2001) registrou 16 espécies

de lagartos associados à serapilheira (embora com diferenças relevantes quanto à composição

de espécies neste trabalho).

Uso do espaço e do alimento pelas espécies

Hábitats e Microhábitats

As populações de lagartos do interior da mata apresentaram-se mais eqüitativas quanto

(24)

dados concordam com aqueles obtidos para a Amazônia por Vitt et al. (1999). Por outro lado,

a maior proporção de espécies generalistas com relação às que apresentam preferência por

áreas florestadas, pode estar demonstrando a dificuldade de amostrar as espécies do segundo

grupo, que em sua maioria são encontradas em baixa densidade (Mesquita et al., 2006a),

como indicar que esta área encontra-se alterada e propensa à ocupação por espécies de

formações abertas.

Das espécies que podem ser consideradas como preferentes por áreas florestadas,

Kentropyx calcarata é de distribuição disjunta na Amazônia e na Mata Atlântica (Ávila-Pires,

1995), onde é encontrado em clareiras, riachos e picadas, exposto ao sol nas horas quentes do

dia. Este lagarto está sempre associado a florestas, podendo subir em árvores a alturas de

aproximadamente três ou quatro metros (Vitt, 1991; Freire, 2001). Neste estudo foi

encontrado associado às margens dos riachos e nascentes na mata, bem como na serapilheira.

Para Enyalius catenatus pouco se sabe sobre sua biologia e sua ecologia, e apenas há

informações acerca do hábito arborícola. Sua distribuição é conhecida para a porção norte da

Floresta Atlântica (Jackson, 1978; Ávila-Pires, 1995).

Dryadosaura nordestina, éum lagarto fossorial com distribuição para a Mata Atlântica

do Nordeste desde Alagoas até o Rio Grande do Norte (Rodrigues et al., 2005) onde ocorre

em ambientes florestados e restingas (Freire, 1996), sendo encontrado sob acúmulo de matéria

vegetal em decomposição. Esta espécie foi encontrada no interior da mata, utilizando com

maior freqüência a serapilheira em solo plano. Este microhábitat é caracterizado pela

profundidade do solo superficial, o que pode ser relacionado ao hábito fossorial deste lagarto.

Gymnodactylus darwinii, ocorre desde o Estado de São Paulo até o do Rio Grande do

Norte (Vanzolini, 1974; Freire, 1998), onde é comumente encontrado em ambientes de

(25)

25

Teixeira & Giovanelli, 1999; Teixeira, 2001). Neste trabalho foi encontrado sob folhas de

palmeiras e associado a cupinzeiros.

Das espécies restritas à borda da mata, Tropidurus hispidus e Tropidurus

semitaeniatus foram as mais abundantes, o que se deve provavelmente ao hábito heliófilo das

mesmas (Rocha & Bergallo, 1990; Van-Sluys, 1992; Hatano et al., 2001; Faria & Araújo,

2004)que dificulta a ocupação de áreas mais interiores. Tropidurushispidus é encontrado em

diversos hábitats na Mata Atlântica, Restinga, Caatinga, Cerrado e Floresta Amazônica

(Vanzolini et al., 1981; Rodrigues, 1987; Freire, 1996; Teixeira, 2001).

Embora Tropidurus semitaeniatus seja mencionado com distribuição para o bioma

Caatinga (Vanzolini et al., 1981; Vitt, 1995), a sua ocorrência na área estudada, deve-se à

presença de afloramentos graníticos, principalmente no entorno. Além disso, a mata estudada

encontra-se no limite entre a floresta ombrófila e a estacional (Assis, 2000). A sua presença na

Mata Atlântica de Alagoas já tinha sido registrada por Freire (2001) nesse tipo de hábitat.

Ophiodes striatus, Ameiva ameiva e Mabuya bistriata foram espécies também

abundantes na borda. Ophiodes striatus só foi obtida na borda da mata, e a alta freqüência

populacional (230 espécimes) é um fato incomum para esta espécie, que usualmente é pouco

abundante (ver Borges-Nojosa & Charamaschi, 2003; Nogueira et al., 2005; Quintela et al.,

2006). Por outro lado, embora Ameivaameiva seja primariamente de formações de vegetação

aberta (Vanzolini, 1972; 1974), pode ocorrer em ambientes periantrópicos, inclusive em

plantações (Ávila-Pires, 1995; Sartorius et al, 1999) e também no interior de florestas

(Vanzolini, 1972). Na área estudada a espécie foi encontrada no interior da mata apenas ao

longo de uma estrada, enquanto foi muito abundante na borda da mata. O lagarto Mabuya

bistriata é uma espécie heliófila que também ocorre na Amazônia (Vanzolini, 1988;

(26)

(Vanzolini, 1992). Neste trabalho a distribuição deste lagarto foi equitativa entre os dois

ambientes, estando sempre associada a troncos caídos sob sol direto.

No tocante à sobreposição no uso do hábitat e microhábitat para espécies que habitam

o interior da mata Acratosaura mentalis e Polychrus acutirostris, Mabuya macrorhyncha e

Polychrus acutirostris, Mabuyamacrorhyncha e Coleodactylus meridionalis,

sobrepuseram-se quanto ao uso de microhábitat. No entanto, estas espécies fora encontradas com baixa

freqüência e o fato de terem sido encontradas no mesmo microhábitat pode ser casual.

Acratosaura mentalis, por exemplo, tem hábito fossorial (Rodrigues et al., 2007) enquanto

que Polychrus acutirostris tem hábitos arborícolas (Moro & Abdala, 2004). A presença da

última espécie no solo pode ser atribuída à busca de alimento ou locais para oviposição

(Teixeira-Filho et al.,1995; Sartorius et al.,1999). Este comportamento foi observado para as

espécies do gênero Anolis neste estudo. Segundo Fitch (1970), as espécies desse gênero põem

um ovo por vez, e o fato de que foram encontradas desovas que continham de 8 a 17 ovos na

serapilheira da mata pode sugerir que as mesmas sejam comunais.

Sobreposições entre espécies ecologicamente diferentes foram observadas por Teixeira

(2001) & Araújo (1991), mais estes autores constataram uma clara divisão espacial entre

espécies de lagartos, já que estas podem utilizar de maneira diferente os hábitats e

microhábitats disponíveis. Um claro exemplo é o de Anolis nitens tandai onde o fato de ter

hábito arborícola não o impediu de utilizar a serapilheira com grande freqüência (Vitt et al.,

2001).

As sobreposições no uso do habitat e microhábitat entre espécies habitantes da borda

da mata como a de Ophiodesstriatus com Ameivaameiva ou com Tropidurushispidus foram

provavelmente favorecidas pela similaridade das mesmas no uso do espaço, corroborando os

dados obtidos por diversos autores (Vitt et al., 1996; Vitt et al., 1999; Vitt et al., 2003a,b). A

(27)

27

espécies de áreas abertas), não tinha sido observada, já que a primeira espécie, por ter hábito

semi-fossório não costuma ser observada se - deslocando (Borges-Nojosa & Charamaschi,

2003; Nogueira et al., 2005; Quintela et al., 2006). Por outro lado, sobreposições para

espécies com preferência por áreas de vegetação aberta tem sido registradas, principalmente

para lagartos de ampla distribuição geográfica como Tropidurus hispidus e Ameiva ameiva

(Teixeira, 2001; Mesquita et al., 2006a,b). Segundo Sartorius et al., (1999), espécies típicas

de áreas de vegetação aberta, como Ameiva ameiva, podem invadir áreas de florestas,

competindo por espaço, alimento e locais de postura, o que pode causar danos irreversíveis à

comunidade habitante de áreas florestadas . Duas desovas desta espécie foram localizadas no

interior da mata, em um barranco à beira da estrada, e sob material em decomposição na base

de uma palmeira, a última junto a ovos de Kentropyx calcarata e Anolis fuscoauratus. Não é

raro que espécies florestais como Kentropyxcalcarata eas do gênero Anolis venham habitar a

borda da mata (Teixeira, 2001; Mesquita et al., 2006a). Este foi também o caso de Enyalius

catenatus neste trabalho. Isto provavelmente ocorre pela destruição do hábitat natural

(Vanzolini, 1992; Vitt & Zani, 1998a; Teixeira, 2001; Mesquita et al., 2006b).

Dieta

Os índices de sobreposição mostraram que espécies de hábitos diferentes utilizaram de

maneira semelhante alguns recursos disponíveis. A sobreposição no uso do alimento por

Enyalius catenatus e Dryadosaura nordestina foi a mais evidente. No entanto, Dryadosaura nordestina é uma espécie fossorial e Enyalius catenatus é um lagarto arborícola que

eventualmente vem ao solo em busca de alimento ou locais para postura (Vitt et al., 1996;

Zamprogno et al., 2001). Assim sendo a diferença no uso dos microhábitats poderia

possibilitar a coexistência entre estas espécies.

Quanto ao item alimentar mais consumido Ophiodes striatus teve preferência por

(28)

a este item com Ameiva ameiva, se encontram segregados no uso do hábitat, uma vez que

Ophiodes só foi encontrado na borda.

Enyalius catenatus alimentou-se principalmente de Insecta e de Arachnida,

corroborando parte dos resultados obtidos por Vitt et al.,(1996) & Zamprogno et al., (2001),

embora os primeiros autores tenham constatado preferência por Dyctioptera, Homoptera e

Diplopoda e os segundos por Coleoptera e Formicidae.

Tropidurus hispidus e Tropidurus semitaeniatus, apresentaram um alto índice de

sobreposição, destacando-se pelo consumo de Formicidae, fato já registrado em vários

trabalhos (Araújo, 1987; Colli et al., 1992; Van-sluys, 1993a, 1993b; Bergallo & Rocha,

1994; Vitt & Zani, 1998b; Faria, 2004). Formicidae também foi o item mais abundante na

dieta de Ameivaameiva. Diferenças na alimentação deste lagarto são bastante comuns por ser

de hábito generalista e consumir uma variedade de presas, como artrópodes e inclusive

vertebrados (Vitt et al.,1999). Estes dados são condizentes com os encontrados por outros

autores (Magnusson et al., 1985; Vitt & Colli 1994; Vitt, 1995; Vitt & Carvalho,1995;

Teixeira, 2001; Mesquita et al., 2006b). Segundo Sartorius et al., (1999), isto se deve

provavelmente à disponibilidade e abundância de presas em determinados períodos do ano.

Quanto à sobreposição na dieta entre Ameiva ameiva e Ophiodes striatus foi minimizada

porque cada espécie consumiu uma maior quantidade especifica de presas (Formicidae para

Ameiva ameiva e Gastropoda para Ophiodes striatus).

Os itens encontrados na dieta de Gymnodactylus darwinii foram diferentes dos

encontrados por Teixeira (2001), mas similares aos encontrados por Vitt (1995), para

Gymnodactylus geckoides.

Quanto à dieta de Dryadosauranordestina, a mesma foi composta de 11 categorias de

presas, destacando-se Formicidae e Coleoptera. Esta composição foi similar àquela

(29)

29

família Gymnophthalmidae. Por outro lado, diferenças para espécies similares de

Gymnophthalmidae já foram registradas em espécies como Vanzosaura rubricauda,

Gymnophthalmus leucomystax, Bachia bressalaui, Leposoma percarinatum e

Gymnophthalmus underwoodi por Vitt (1995); Vitt & Carvalho (1995); Colli et al., (1997);

Vitt e Zani (1998) e Mesquita (2006b), respectivamente.

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