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Membrana amniótica: fonte alternativa de células-tronco mesenquimais em diversas espécies animais.

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RESUMO.- O crescente interesse do uso de células-tronco (CTs) na medicina regenerativa, estão baseadas na sua capacidade de autorrenovação, reparação tecidual e imu-nomodulação. A terapia utilizando células-tronco é uma ciência em formação considerada uma alternativa terapêu-tica promissora no tratamento de diversas patologias

dege-nerativas, hereditárias e inflamatórias. A busca por fontes

alternativas de CTs que possuam características como fácil obtenção e isolamento, tem levado ao estudo dos mais va-riados tecidos, onde se inclui os anexos embrionários como

a membrana amniótica. Porém, para sua efetiva aplicação

terapêutica são necessários estudos de suas características “in vitro”, além de testes pré-clínicos e clínicos. Com isso, o objetivo deste trabalho é realizar uma revisão

bibliográ-fica sobre a caracterização e aplicação clínica das células

--tronco da membrana amniótica em diversas espécies de

animais domésticos.

TERMOS DE INDEXAÇÃO:Células-tronco, âmnio, células mesen-quimais.

INTRODUÇÃO

Com o avanço dos métodos de diagnóstico em doenças crô -nicas e degenerativas, houve um consequente crescimento nos estudos que visam terapias e tratamentos inovadores. Dentro desse novo contexto, a utilização das células-tronco (CTs) tem sido alvo de grande interesse da comunidade

científica e uma possível esperança para melhoria da qua -lidade de vida para as mais diversas afecções de diversas espécies (Nardi & Meirelles 2006).

O interesse no uso de CTs em novas terapias é basea-do nas características que envolvem a imunomodulação

e reparação tecidual. As CTs podem ser classificadas em

células-tronco embrionárias (CTEs) e células-tronco somá-ticas (CTSs), segundo sua origem. As CTEs são derivadas da

massa celular interna do blastocisto. Por sua vez, as CTSs

são obtidas a partir de tecidos adultos, e podem ser

classi-ficadas como CTSs hematopoiéticas e CTSs mesenquimais

(Del Carlo et al. 2008). Considerando os diferentes tipos de CTs, as células-tronco mesenquimais (MSCs) das mais di-ferentes espécies animais têm sido alvo de estudos devido suas características, como a plasticidade, auto-renovação e diferenciação em distintas linhagens celulares.

(Mende-low et al. 1980, Pittenger et al. 1999, Pountos & Giannou -dis 2005). Essas células de alto poder regenerativo, vêm

Artigo de Revisão

Membrana amniótica: fonte alternativa de células-tronco

mesenquimais em diversas espécies animais

1

Thalita Faita2, Verônica N. Silva2, William R. Sattin2, Alessandra O. Pinheiro2

e Carlos E. Ambrósio2*

ABSTRACT.- Faita T., Silva V.N., Sattin W.R., Pinheiro A.O. & Ambrósio C.E. 2016. [ Amni-otic membrane: alternative source of mesenchymal stromal cells in several animals species.] Membrana amniótica: fonte alternativa de células-tronco mesenquimais em di -versas espécies animais. Pesquisa Veterinária Brasileira 36(6):520-525. Departamento de

Medicina Veterinária, Universidade de São Paulo, Rua Duque de Caxias Norte 225, Campus Fernando Costa, USP, Pirassununga, SP 13635-900, Brazil. E-maol: ceambrosio@usp.br

The increasing interest for the use of stem cells in regenerative medicine, is based on their self-renewal capacity, tissue repair and immunomodulation. The therapy with stem cells is a science in formation considered a promising therapeutic alternative for the

tre-atment of various degenerative, hereditary and inflammatory disorders. The search for

alternative sources of stem cells of easy obtention and isolation has led to the study of va-rious tissues, includng embryonic attachments such as the amniotic membrane. However for effective therapeutic application are needed studies of the characteristics in vitro and preclinical and clinical trials. Thus, the aim of this study was a literature review regarding the characterization and clinical application of stem cells from the amniotic membrane in several domestic animal species.

INDEX TERMS: Stem cells, amnion, mesenchymal cells.

1 Recebido em 12 de fevereiro de 2016. Aceito em 15 de março de 2016.

2 Departamento de Medicina Veterinária (ZMV), Universidade de São Paulo (USP), Rua Duque de Caxias Norte 225, Campus Fernando Costa, Pirassunun

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sendo utilizadas na medicina reparativa, objetivando-se o aprimoramento e desenvolvimento de técnicas capazes de utilizar seu potencial de regeneração de forma segura para diferentes tipos de injúria tecidual (Watt & Hogan 2000, Le-michka 2005).

Devido às barreiras técnicas e éticas envolvidas na uti-lização de células-tronco embrionárias, busca-se por fontes alternativas de tecidos somáticos, sendo os anexos fetais

como o fluído amniótico, cordão umbilical e membrana am

-niótica (Zucconi et al. 2010) fontes promissoras de MSCs com

grande potencial de aplicação na medicina regenerativa. Em

cultura, as células-tronco derivadas de membrana amniótica e de líquido amniótico humano apresentam características

semelhantes relacionadas com a expressão de marcadores de MSCs, tais como alta plasticidade, marcação

imunofeno-típica positiva para marcadores mesenquimais como CD73,

C90 e CD105, potencial de pluripotência, diferenciação em diversas linhagens celulares, além de propriedade angiogê-nicas, citoprotetoras, imunomoduladoras e anti-teratogêni-cas. (Favaron et al. 2015, Martinelli et al. 2016). Quanto às

diferenças entre a membrana amniótica e o líquido amnió

-tico podemos citar a diversidade citológica identificada no líquido amniótico devido a sua estreita relação com o feto. No líquido amniótico podemos identificar a presença de cé

-lulas epiteliais, cé-lulas da mucosa respiratória e digestiva,

camadas genito-urinário e outros elementos que entram em contato com este líquido (Favaron et al. 2015).

Células-tronco: utilização, características e classificações

Desde a década de 60, as CTs são utilizadas na

medici-na humamedici-na em transplantes de medula óssea e atualmente existem diversas pesquisas e hipóteses relacionadas à suas capacidades terapêuticas (Gavaghan 2001). Seu uso foi ba -seado em estudos antigos das células hematopoiéticas, que ganharam destaque ao se descobrir o poder regenerativo do transplante de medula em ratos (Ford et al. 1956). Al-guns estudos demonstram novos potencias terapêuticos como no tratamento de doenças neurodegenerativas e

me-tabólicas humanas, como a Doença de Parkinson e a Diabe

-tes Mellitus Tipo 1 (Gavaghan 2001).

As células-tronco possuem como características a capa-cidade de diferenciação celular, o que as permitem originar os mais diversos tecidos a partir de resposta a estímulos externos, gerando linhagens celulares mais especializadas

como tecido muscular esquelético, ósseo, cartilaginoso e adiposo (Souza et al. 2003, Pereira 2008, Yarak & Okamoto,

2010). Além disso, possuem o poder de auto-renovação e diferenciação ilimitado (Watt & Hogan 2000) característica que pode estar associada à presença da enzima telomerase durante a replicação celular (Chiu et al. 1996, Odorico et al. 2001). Elas podem ser encontradas tanto no tecido em-brionário como no extra-emem-brionário, e podem permane-cer quiescentes até a fase adulta, se diferenciando confor-me a necessidade de substituição e reparação (Souza et al.

2003). Essas características justificam o grande e crescente

interesse em seu estudo, sendo o mecanismo regenerativo dessas células já utilizado em situações de lesões ou injúria. O que se busca, portanto, é aprimorar as técnicas envolvi-das no controle da diferenciação celular (Lemichka 2005).

As células-tronco podem ser classificadas quanto sua

potencialidade em totipotentes, pluripotentes, multipo-tentes e unipomultipo-tentes. As totipomultipo-tentes apresentam como característica a capacidade de gerar todos os tecidos do

organismo e do folheto embrionário; as classificadas como

pluripotentes apresentam a capacidade de gerar todas as linhagens celulares, porém não originam células da mem-brana extra embrionário; por sua vez, as multipotentes

ori-ginam células do próprio tecido isolado e diversas células de tecidos somáticos (Souza et al. 2003) e as células-tronco

unipotentes originam apenas um tipo celular do folheto

(Yarak & Okamoto 2010).

Outra classificação é realizada de acordo com a sua ori -gem em tronco embrionárias (CTEs) e as células--tronco somáticas (CTSs). As CTEs são obtidas da massa interna do blastocisto. As células-tronco somáticas são con-sideradas células multipotentes que possuem potencial de se diferenciarem em múltiplas linhagens celulares, sendo

classificadas em células hematopoiéticas e mesenquimais.

São consideradas relevantes no uso da terapia celular devi-do sua facilidade de isolamento de quase todevi-dos os tecidevi-dos adultos, cultivo e formação de banco de células (Dominici

et al. 2006, Del Carlo et al. 2008, Nery et al. 2013).

As Células-tronco mesenquimais (MSCs) são células multipotentes, que durante muitos anos foram obtidas

majoritariamente da medula óssea. Porém na atualidade,

já são isoladas de diversos tecidos adultos, como o adipo-so, renal, pancreático e muscular (Meirelles et al. 2006), e

fetais como o âmnio, cordão umbilical e líquido amniótico

(Miglinoet al. 2006, Cremonesi 2011). Por terem algumas

características desejáveis como sua aderência ao plástico que facilita seu cultivo “in vitro”, sua alta plasticidade, uma vez que geram tanto tecidos mesodermais como não-me-sodermais (Zago & Covas 2004), e permanecerem com as características proliferativas e de auto renovação mesmo

após o isolamento (Brooke et al. 2007), tem sido utilizada

como uma fonte segura para estudos e aplicação terapêuti-ca das células-tronco, mesmo quando inoculadas em tera-pias celulares em humanos (Horwitz et al. 2006).

Membrana amniótica: estrutura, morfologia e funções

Animais vivíparos completam seu desenvolvimento embrionário dentro do útero, sendo esse período chamado de prenhez, o qual está intimamente relacionado com a nu-trição e desenvolvimento do feto. A prenhez ou a gestação corresponde ao período que ocorre desde o

acasalamen-to até o momenacasalamen-to do paracasalamen-to, podendo ser influenciada por

diversos fatores gerais, tais como: fatores maternos, fetais, genéticos e ambientais, além das diferenças relacionada com cada espécie (Hafez et al. 2004).

A placenta é a justaposição das membranas fetais com o

endométrio, que permite as trocas fisiológicas entre a mãe

e o feto, os quais são ligados pelo cordão umbilical. O tama-nho e a função da placenta mudam continuamente durante a prenhez, sendo sua morfogênese intimamente relaciona-da às membranas extraembrionárias (Hafez et al. 2004).

As membranas fetais participam da formação da

pla-centa de forma associada ou isolada, sendo o âmnio, córion,

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con-sideradas comuns na maioria das espécies vivíparas. Essas

membranas fetais originam os três tipos de classificação de

placentas, que são diferenciadas pelas membranas fetais

envolvidas (coriônica, corioalantóide e vitelina). As mem

-branas fetais corioalantóide originam-se da fusão do alan

-toide com o córion, sendo esta membrana característica de todos os animais domésticos (Hafez et al. 2004, Bertassoli et al. 2013)

A membrana amniótica já foi utilizada em diversos tipos

de terapias em animais e humanos, através do tratamento de lesões de pele secundárias a queimaduras químicas,

le-sões penfigóides cicatriciais, síndrome de Stevens Johnson,

úlceras corneanas persistentes, dentre outras. Tem-se de-monstrado características antiadesivas, antibacterianas, imunomoduladoras, e de proteção da ferida, além de facilitar a adesão e migração de células epiteliais basais melhorando

a restauração do fenótipo epitelial (Moreira et al. 2000).

O âmnio é a membrana extraembrionária mais

inter-na que envolve o feto e delimita a cavidade amniótica re

-pleta do fluído amniótico proporcionando um nicho para

o desenvolvimento do concepto e conferindo proteção e

resistência ao impacto (Figura 1 e Figura 2). Geralmente o âmnio é descartado após o parto sendo considerada uma

fonte alternativa de MSCs que possuem a vantagem de

es-tar isentas de barreiras éticas (Pereira et al. 2011, Cardoso

et al. 2014).

Essa membrana é constituída por uma camada epitelial

de células cubóides (AECs) que delineiam a camada interna da cavidade amniótica, denominada ectoderma amniótico.

Estas células derivam do epiblasto (também denominadas amnioblastos) antes da gastrulação e se diferenciam em

AECs. Logo a seguir do ectoderma amniótico encontra-se uma fina camada da mesoderme adjacente ao forro meso

-dérmico do córion. As células amnióticas mesenquimais

(AMCs) encontram-se aleatoriamente distribuídos na matriz extracelular, tendo uma origem mesodérmica extraembrio-nária. São ricas em colágeno e laminina e apresentam

aspec-to fibroblastóide (Chang et al. 2010, Pereira et al. 2011).

CTs de membrana amniótica canina

O âmnio canino se apresenta como uma fonte promis-sora de MSCs, com alto potencial para utilização em tera-pia celular, sendo que estas células podem ser criopreser-vadas e propagadas em cultivo com várias passagens sem alteração de suas qualidades funcionais e sem que haja redução de suas características imunofenotípicas (Cardoso et al. 2014). Células-tronco multipotentes foram isoladas

e identificadas em membranas amnióticas de cães, carac -terizando o âmnio como uma rica fonte de células-tronco, com possíveis utilizações em terapia celular na medicina

veterinária regenerativa (Park et al. 2012). MSCs coletadas do fluído amniótico de fetos caninos no terceiro trimestre

gestacional apresentaram diferenciação in vitro em linha-gens celulares condrogênicas, adipogênicas, osteogênicas e neurogênicas, demonstrando potencial progenitor (Fer-nandes et al. 2012). Estas células também demonstram es-tabilidade cromossomal e possível utilização como modelo de estudo de células-tronco, e apresentam aplicação em programas terapêuticos (Filioli et al. 2011).

CTs de membrana amniótica felina

Estudos preliminares relatam que fluídos e membranas

fetais podem se apresentar como uma fonte alternativa de MSCs em espécies felinas (Iacono et al. 2012).

A membrana amniótica de felinos domésticos possui células mesenquimais com morfologia e fenótipo típicos de

células progenitoras, apresentando a capacidade de propa-gação em cultivo celular sem que haja perda de suas qua-lidades funcionais, e com possível diferenciação em

múlti-plas linhagens específicas, sendo relatadas a diferenciação

em linhagens osteogênicas, condrogênicas e adipogênicas (Cardoso et al. 2014).

Além disso, as MSCs isoladas da membrana amniótica

de gatos domésticos não apresentam carcinogenicidade,

Fig.2. Feto canino de 35 dias de idade gestacional (a) cinta placen

-tária, (b) hematoma marginal, (c) membrana corioalantóide

vascularizada, (d) saco vitelino, (e) membrana alantoâmnio e

(f) feto canino de 35 dias de idade gestacional. Fonte: Pinheiro

A.O. (2016).

Fig.1. Feto canino de 35 dias de idade gestacional envolto pelas

membranas fetais: (a) cinta placentária, (b) hematoma

mar-ginal, (c) saco vitelino (d) membrana corioalantóide com pre

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fato concluído a partir da injeção de células mesenquimais

indiferenciadas em ratos imunodeficientes e com verifica

-ção da não forma-ção de teratomas após quatro semanas (Vidane et al. 2014). Dessa forma, a membrana amniótica

de felinos domésticos se apresenta como uma importante fonte de células-tronco mesenquimais, com aplicações na medicina regenerativa, em especial para reposição de

teci-dos ou células em casos crônicos e em doenças degenerati -vas (Filioli et al. 2011).

CTs de membrana amniótica equina

Em equinos a fonte de MSCs mais utilizada é a

medu-la óssea, porém devido à diminuição dessas célumedu-las com o

avanço da idade do animal, e ao declínio de seu potencial terapêutico com o tempo, busca-se fontes alternativas, sen-do que as células provenientes de anexos fetais têm ganha-do destaque (De Vita et al. 2012).

Células progenitoras isoladas da membrana amniótica

equina apresentam morfologia epitelial poliglonal. Estas células são caracterizadas por alta plasticidade e possi-bilitam diferenciação in vitro em linhagens osteogênicas, adipogênicas, condrogênicas e neurogênicas. Além disso, permitem congelamento e recuperação sem perda

funcio-nal morfológica. Em estudo in vivo, essas células injetadas em três equinos que apresentavam lesões tendíneas, leva-ram a uma rápida redução da lesão, avaliada por meio de

acompanhamento ultrassonográfico. Dessa forma, essas

células são importante recurso para terapia celular (Lange--Consiglio et al. 2011).

CTs de membrana amniótica bovina e bubalina

Em búfalos, estudos demonstraram que MSCs deriva-das do âmnio podem ser isoladeriva-das e propagaderiva-das em cultivo com várias passagens, podendo ter aplicações em diversas

áreas como reprodução assistida, desenvolvimento bioló

-gico e medicina regenerativa (Yadav et al. 2011, Mann et al. 2013). Além disso, foi relatado que células derivadas da membrana amniótica expressam pluripotência e marcado -res de células-tronco mesenquimais, e são propensos a se diferenciarem em células de linhagem mesenquimal com

diferenciação in vitro (Ghosh et al. 2015).

Em bovinos, âmnio e fluído amniótico são fontes de

MSCs amplamente utilizadas, sendo coletadas de maneira não invasiva e com baixo custo. Estas células se apresentam como promissoras no tratamento de doenças, especialmen-te devido à sua imunogenicidade reduzida e alto poespecialmen-tencial

anti-inflamatório. Estudos demonstraram que quando ade -quadamente induzidas, estas células podem se diferenciar em linhagens ectodermais e mesodermais (Corradetti et al.

2013).

CTs de membrana amniótica ovina e caprina

Em ovinos, as MSCs derivadas do fluído ou da membra

-na amniótica apresentaram proliferação, pluripotência e se

diferenciaram in vitro em linhagens osteogênicas e de mús-culo liso. Assim, estas células caracterizam uma fonte alter-nativa de MSCs, de fácil coleta e cultivo in vitro. Podem ser utilizadas em estudos pré-clínicos para o desenvolvimento de futuras terapias aplicadas à humanos (Mauro et al. 2010).

MSCs derivadas do fluido amniótico de caprinos de -monstram alto nível de proliferação in vitro, e em condições apropriadas se diferenciam em linhagens adipogênicas, os-teogênicas e condrogênicas, com acentuada propriedade de pluripotência, representando uma fonte promissora para

múltiplas terapias regenerativas (Pratheesh et al. 2013).

CTs de membrana amniótica suína

O âmnio suíno contém células primitivas únicas, com facilidade de coleta e propagação in vitro, sendo este tecido um candidato atrativo como fonte de células-tronco para

pesquisas biomédicas e biotecnológicas (Lange-Consiglio

et al. 2014).

As células mesenquimais isoladas e caracterizadas do

fluido amniótico suíno são capazes de se diferenciarem in vitro em neurócitos, adipócitos e cardiomiócitos. Além dis -so, não apresentam potencial teratogênico, demonstrando assim uma excelente fonte alternativa de MSCs com po-tencial de utilização em medicina regenerativa (Chen et al. 2011).

Perspectivas de terapias celulares em animais

A aplicação de MSCs obtidas a partir do âmnio ou fluído amniótico na medicina regenerativa requer estudos exten -sivos quanto à sua aplicação clínica (Rosner et al. 2012).

Para a efetiva aplicação em terapias celulares em modelos in vivo, são necessários estudos quanto à caracterização dessas células por meio de marcadores funcionais e

feno-típicos específicos, além de estudos experimentais pré-clí -nicos e clí-nicos, para entendimento de aspectos quanto ao

seu mecanismo de ação (De Bakker et al. 2013).

CONCLUSÕES

As MSCs obtidas a partir do âmnio ou fluído amniótico

apresentam características desejáveis para a aplicação em terapias celulares.

Tais características incluem facilidade de coleta, possi-bilidade de criopreservação; propagação em cultivo sem

perda de qualidade funcional, morfológica ou fenotípica;

alta plasticidade; diferenciação em diferentes linhagens celulares; estabilidade cromossomal; não apresentação de carcinogenicidade; imunogenicidade reduzida e alto

po-tencial anti-inflamatório.

Dessa forma, essas células possuem aplicação promis-sora e potencial especialmente em medicina regenerativa,

pesquisas biomédicas e bioctecnológicas. Porém, para sua

efetiva aplicação terapêutica são necessários estudos pré--clínicos e clínicos, com determinação de suas característi-cas e mecanismo de ação.

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