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Características tecnológicas da Prosopis juliflora (Sw.) DC. e alternativas para o uso racional.

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v.11, n.5, p.537–542, 2007

Campina Grande, PB, UAEAg/UFCG – http://www.agriambi.com.br Protocolo 133.05 – 15/09/2005 • Aprovado em 18/05/2007

Características tecnológicas da P

rosopis juliflora

(Sw.) DC.

e alternativas para o uso racional

Juáres J. Gomes1, Romildo D. Toledo Filho2, José W. B. do Nascimento3, Valneide R. da Silva3 & Marcilene V. da Nóbrega3

RESUMO

Objetivando contribuir para maior conhecimento sobre as essências arbóreas existentes no nordeste brasileiro, buscou-se através deste trabalho determinar as características tecnológicas da algaroba (Prosopis juliflora (Sw.) DC eindicar alternativas de uso de sua madeira para construções rurais. A caracterização da espéciefoifeita conforme valores, refe-rentes à condição padrão de umidade (12%), obtidos em ensaios realizados de acordo com a NBR 7190 da Associação Brasileira de Norma Técnicas. Foram realizados ensaios de densidades básica e aparente, teor de umidade e de resistên-cia à compressão paralela, tração paralela e cisalhamento, paralelo às fibras. Os resultados foram analisados pela com-paração dos valores obtidos com aqueles encontrados na literatura, para outras madeiras. De acordo com os resultados, conclui-se que a madeira da algaroba se equipara em resistência e rigidez, às madeiras tradicionalmente utilizadas nas construções, no Brasil.

Palavras-chave: algaroba, propriedades físicas e mecânicas, construções rurais

Technological characteristics of

Prosopis juliflora

(sw.) DC.

and alternatives for its rational use

ABSTRACT

This work was carried out with the objective of increasing the knowledge on the existing wild trees species in north-eastern Brazil. The main purpose was to determine the technological characteristics of the Prosopis juliflora (Sw.) DC and to indicate alternative use of its wood for agricultural constructions. The procedures adapted for the characterization of the species were in agreement with the Brazilian Norm 7190 of Brasilian Association of Technical Norms referring to the standard conditions moisture content of 12%. Tests of basic and apparent densities were carried out, moisture content and parallel fibers resistance to compression, traction and shear, were measured. The results were analyzed through the comparison of the values obtained with those found in literature for other kinds of wood. In agreement with the results, it was concluded that the Prosopisjuliflora’s wood can be compared with other traditional kinds of wood used in Brazil.

Key words: Prosopis juliflora, physical properties and mechanical properties, rural buildings

1UFRPE. Rua Dom Manoel de Medeiros s/n, Dois Irmãos, CEP 52171-900, Recife. Fone: (81) 96041807. E-mail: juarescodaipeufr@zipmail.com.br 2COPPE/UFRJ. CP 68506, CEP 21945-970l, Rio de Janeiro. Fone: (21) 2562-8479. E-mail: toledo@labest.coc.ufrj.br

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I

NTRODUÇÃO

Utilizada, freqüentemente em conjunto e empregada pelo homem desde épocas pré-históricas, a madeira foi responsá-vel pela construção de majestosas e importantes obras de en-genharia. Porém, para seu uso racional na construção civil é imprescindível o conhecimento de suas propriedades físi-cas e mecânifísi-cas.

O Brasil é um dos países com maior diversidade produ-toras de madeira. As regiões norte e centro-oeste são os grandes centros fornecedores de madeira para as regiões sul e sudeste, grandes pólos consumidores; no entanto, o País dispõe de outras áreas onde a disponibilidade de matas nativas ainda não despertou o interesse de grupos econô-micos para uma exploração racional e sustentada (Nasci-mento, 2003).

O Nordeste 56% de sua superfície coberta com uma ve-getação denominada Caatinga, que se caracteriza por uma baixa produtividade madeireira e pequena diversidade de es-pécies em relação à floresta tropical úmida. Nessa região, pre-dominam os tipos climáticos árido e semi-árido, com um período seco de aproximadamente nove meses, sendo as pre-cipitações anuais de 250 a 1000 mm. A temperatura média é de 25 °C, não apresentando grandes variações; os solos são, em geral, rasos e de baixa fertilidade (Pires & Kageyama, 1985).

A Caatinga do nordeste do Brasil é região de espécies de madeira com grande potencial de manejo e desenvolvimen-to a curdesenvolvimen-to espaço de tempo; as árvores, ainda que desenvolvimen-tortuosas já oferecem, a partir de 7 anos, condições de uso (Maia, 2004); dentre essas espécies se destacam: angico (Anaderan-thera colubrina var. cebil), a jurema-preta (Mimosa tenui-flora) e algaroba (Prosopis julitenui-flora). Com relação a algaro-ba, é perfeitamente possível admitir que um planejamento florestal, conduzido com base nas mais recentes técnicas sil-viculturais, garanta a sustentabilidade para vários usos (Fa-rias Sobrinho, 2003)

A algaroba, pertencente à família Mimosaceae é uma ár-vore que atinge 18 m de altura (Mendes, 1987), de tronco curto e tortuoso, podendo atingir 8 m (Braga, 1976) e diâ-metro de até 0,8 m (Azevedo, 1984; Souza & Tenório, 1982); sua madeira é elástica, pesada, compacta e dura (Braga, 1976), mas apresenta facilidade de ser trabalhada, recebendo bem tintas e vernizes; além dessas característi-cas, Gomes (1999) e Karlin & Ayerza (1982) citam que a madeira tem boa textura, grã direita, boa durabilidade na-tural e apresenta estabilidade dimensional, sendo madeira de boa qualidade para carpintaria e marcenaria, sendo empregada para confecção de móveis rústicos, dormentes, postes, mourões, (Braga, 1976; Mendes, 1987), lenha e carvão (Barbosa, 1986).

A escolha de madeira de uma determinada espécie lenhosa para um determinado emprego somente poderá ser feita, com economia e segurança, com o conhecimento dos valores que definem o seu comportamento, tanto do ponto de vista físi-co físi-como de sua resistência, quando submetida a esforços mecânicos.

Para conhecimento sobre uma madeira é necessária a

re-alização de ensaios de qualificação. As características da madeira são condicionadas por uma estrutura anatômica e, exatamente por isso, devem-se distinguir as suas proprieda-des mecânicas com relação à orientação das fibras, como também distinguir estes valores a diferentes classes de umi-dade, conforme NBR 7190 (ABNT, 1997), que enquadra as madeiras em classes de resistência.

Um dos motivos do atraso no desenvolvimento da indús-tria madeireira é o desconhecimento das características pró-pria da matéria-prima (madeira) e os problemas relaciona-dos com sua produção, sendo varias as espécies produtoras de madeira, sobre as quais pouco se conhece, em termos de características tecnológicas, dentre elas a algarobeira (Gomes, 1999).

Sabendo-se que o conhecimento sobre as características da madeira é fator fundamental para sua correta utilização, objetivou-se com este trabalho determinar as característi-cas tecnológicaracterísti-cas da madeira de algaroba (Prosopis juliflo-ra (Sw.) DC.) pajuliflo-ra indicar alternativas de uso nas constru-ções rurais.

M

ATERIALEMÉTODOS

Seleção do povoamento e das árvores e identificação das espécies

Escolheu-se, para a realização deste trabalho, um povoa-mento de algarobeiras, situado no Município de Coxixola, latitude: 7° 37’ 36’ S e longitude: 36° 36’ 21’ W na micror-região dos Cariris Velhos, PB. A precipitação pluviométrica média local para o ano de 2005 foi de 788,6 mm, com tem-peratura média anual de 25 °C e altitude 475 m. Na classi-ficação de Köppen o clima é o Bsh árido, muito seco, com chuvas escassas; a vegetação caatinga varia de herbácea a arbustiva. Os solos predominantes da região são os Planos-solos e Podzólicos (que ocorrem nas superfícies planas a le-vemente onduladas) e os solos Litólicos que ocorrem nas ele-vações (Beltrão et al., 2005).

Foram selecionadas, no povoamento 5 árvores, das quais se escolheram materiais botânicos, como folhas, flores, fru-tos e sementes, com os quais foi feita a identificação botâni-ca, após analise da literatura concluiu que a espécie é Pro-sopis juliflora (Sw.) D.C. (Leguminosae Mimosoideae)*.

A idade das árvores foi estimada 10,8 anos, por intermé-dio da contagem dos anéis de crescimento e confirmada por informações fornecidas pelo administrador da propriedade, Senhor Manoel Constantino.

Confecção dos corpos-de-prova

Coletaram-se 10 toras que foram submetidas ao proces-so de cubagem, consistindo na medição direta de compri-mento da circunferência da base, meio e topo de cada tora; foi posteriormente determinado o diâmetro médio das to-ras que variou de 14,0 a 29,0 cm e o comprimento das mesmas que foi de 1,60 a 3,80 m. Estas foram transforma-das em peças de comprimento variáveis 1,00 a 2,50 m e

(3)

dimensões variáveis de 25 x 10 cm de seção transversal, para a confecção dos corpos-de-prova, os quais foram ex-traídos de posições intermediárias das peças, distanciadas a pelo menos 30 cm de suas extremidades, conforme deter-minações da NBR 7190 (ABNT, 1997).

As peças contendo defeitos como nós, rachaduras e peças encurvadas ou porções de alburno foram descartadas.

Determinação das propriedades físico-mecânicas

As propriedades físicas da madeira foram determinadas seguindo-se a metodologia descrita na Norma NBR 7190 (ABNT, 1997), através de ensaios de teor de umidade, den-sidade básica e aparente e da retratibilidade da madeira.

As características mecânicas da madeira foram determi-nadas por meio da resistência a compressão paralela às fi-bras, resistência a tração paralela às fibras e da resistência ao cisalhamento; utilizou-se a máquina de ensaio universal, com capacidade para 30 t, conforme recomendações da NBR 7190 (ABNT, 1997), 12 corpos-de-prova foram testa-das para cada propriedade avaliada.

Determinação do teor de umidade

Utilizaram-se 21 corpos-de-prova de 2 x 3 x 5 cm, com a maior dimensão na direção das fibras, com vistas à determi-nação das massas dos corpos-de-prova através de uma ba-lança com precisão de 0,01 g. As medições das faces trans-versais e do comprimento das amostras foram executadas com paquímetro digital com precisão de 0,001 mm e, para a se-cagem dos corpos-de-prova, utilizou-se uma estufa com cir-culação de ar, a temperatura regulada para 103 ± 2 °C, até massa constante.

Determinação da densidade básica e aparente e da retratibilidade da madeira

Quanto à determinação da densidade básica utilizaram-se 42 corpos-de-prova, de 2 x 3 x 5 cm, com a maior dimen-são na direção das fibras. O volume saturado dos corpos-de-prova foi determinado ao se medir suas dimensões; após terem sido saturados em água, após a determinação do vo-lume, os corpos-de-prova foram mantidos em estufa a uma temperatura de 103 ± 2 °C, até massa constante.

Para determinação da densidade aparente trabalhou-se com 21 corpos-de-prova, que tiveram suas massas e volu-mes determinados e, colocados em estufa, mantida sob con-dições já descritas. A cada três horas, as amostras eram retiradas e colocadas em um dessecador e, em seguida, eram pesadas e medidas. Este procedimento foi realizado até os corpos-de-prova a terem massa constante. Assim, determi-nou-se o teor da umidade dos corpos-de-prova em vários estágios, desde sua condição de úmidos a completamente secos. O volume de cada corpos-prova também foi de-terminado para as mesmas condições. De posse do volume da amostra em cada teor de umidade e do volume seco, determinaram-se a retração volumétrica em cada condição de umidade e a densidade aparente a um teor de umidade próximo de 12%.

Para se determinar a densidade a 12% utilizou-se a Eq. 2, recomendada pela MB-26 (ABNT, 1940).

em que:

D12– Densidade aparente a 12% de umidade, kg m-3

Dn– Densidade aparente na umidade corrente, g cm-3

δv– Coeficiente de retratibilidade volumétrica,

u – Umidade do corpo-de-prova, %

Determinação da resistência a compressão paralela às fibras Foram ensaiados 12 corpos-de-prova de 5,0 x 5,0 x 15,0 cm, maior a dimensão na direção das fibras, para obtenção da ten-são da ruptura e do módulo de elasticidade da algaroba.

Para determinação das deformações nas amostras, utili-zaram-se relógios comparadores, com precisão de 0,001 mm, fixados aos corpos-de-prova. Os registros das deformações foram feitos por dois operadores e para cada um dos pontos correspondentes à carga aplicada. Os relógios comparadores foram retirados a 70% da carga de ruptura estimada.

Determinação da resistência à tração paralela às fibras O ensaio foi determinado após testados 12 corpos-de-prova de 45,0 x 5,0 x 2,0 cm, maior dimensão na direção das fibras, a região central exposta ao esforço de tração foi de 18 x 5,0 x 0,5 cm. Para as deformações se empregaram os mesmos equipamentos e metodologias já descritos.

Determinação da resistência ao cisalhamento paralelo às fibras O ensaio foi determinado em 12 corpos-de-prova de 5,0 x 5,0 x 6,35 cm com maior dimensão na direção das fi-bras. Para a aplicação da carga de cisalhamento, foi utiliza-da uma rótula para aplicação de cargo axial.

Determinação da rigidez, valor característico, condição padrão de referência

Para estas determinações foi utilizada a metodologia des-crita na NBR 7190 (ABNT, 1997).

O valor da rigidez da madeira foi medido pelo valor mé-dio do módulo de elasticidade, determinado na fase do com-portamento elástico. Já o valor característico da resistência à tração paralela às fibras foi estimado pelo mesmo estima-dor e procedimento do ensaio de compressão.

Os valores especificados para as propriedades de resistên-cia e rigidez da madeira são os correspondentes à classe 1 de umidade, com umidade relativa do ar ambiente de 65 ± 5% e temperatura de 25 ± 2 °C, que constitui a condição padrão de referência, estando a madeira com teor de umidade de equilíbrio de 12%.

R

ESULTADOSEDISCUSSÃO

Características físico-mecânicas da madeira de algaroba O teor de umidade em base seca médio da madeira de alga-roba foi de 19,96%, com coeficiente de variação (CV) de 4,73%. Encontrou-se, para a densidade básica, o valor médio de 932,14 kg m-3 e um CV de 4,97%, enquanto para a

densida-de aparente o valor foi densida-de 1.068,58 kg m-3e CV de 6,60%.

Ao comparar a densidade aparente da algaroba com a de 23

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(4)

espécies (Calil Júnior et al., 2000), verifica-se que a algaro-ba apresentou valor superior a 70% (Tabela 1). Isto demons-tra que algaroba produz madeira com condições de ser utili-zada como material de construção e na produção de móveis.

Embora a densidade aparente da madeira de algaroba te-nha ficado próxima à de outras madeiras, Calil Júnior (1997) afirmam que madeiras de densidades praticamente iguais não possuem, necessariamente, as mesmas características mecâ-nicas, uma vez que suas estruturas anatômicas podem ser diferentes e exercer influências sobre as suas propriedades. Estudo comparativo da relação resistência a tração parale-la às fibras e da compressão paraleparale-la às fibras em função da densidade, para algumas espécies citadas por Calil Júnior (1997), as quais possuem densidade comparáveis às da alga-roba, confirma que a estrutura anatômica exerce influência sobre as propriedades da madeira (Tabela 2).

Resistência à compressão paralela às fibras

Segundo Dinwoodie (1981) as deformações de compres-são assumem a forma de dobras diminutas na estrutura mi-crofibrilar da madeira conduzindo, eventualmente, a flam-bagem lateral das paredes das células. Quando as tensões e deformações aumentam, as dobras se tornam proeminentes e aumentam numericamente, na ruptura. Estas dobras são visíveis, como representadas nas Figuras 1A e B.

No plano radial as dobras se manifesta ao longo de uma linha horizontal e, no plano tangencial entre os ângulos de 45 e 60° com o eixo vertical, por sua vez, a deformação pode ser observada nas faces dos corpos-de-prova da algaroba quando submetidos ao ensaio de compressão paralela às fi-bras (Figura 1A e B). A ruptura em compressão é um pro-cesso lento de plastificação em que ocorrem mudanças es-truturais progressivas na madeira. Segundo Dinwoodie (1981) embora mudanças estruturais já se manifestem a ten-sões tão baixas quanto 25% da tensão de ruptura (fc,0), as

mudanças mais marcantes ocorrem a partir de tensão apro-ximadamente de 60% de fc,0, que marca o fim do trecho

li-near-elástico da curva tensão deformação (Figura 2); ainda se nota na figura, o fim da linearidade entre as tensões e de-formações a uma tensão de 47 MPa, que corresponde a apro-ximadamente 66% da tensão de ruptura.

Nos estudos realizados por Pereira et al. (1976), para a determinação da resistência a compressão paralela as fibras da algaroba, o valor médio obtido ajustado para a umidade de 12% foi de 93,77 MPa; comparando-se este valor com o valor médio da resistência obtido no presente estudo, vê-se que a diferença é de apenas 8%.

Tabela 1. Médias das densidades aparentes (ρap kg m-3) de várias madeiras

r a g l u v e m o

N Nomecienítifco (ρρρρρapkgm-3) a

b ú it a

C Qualeaparaensis 1.221,00 o r r e F m il e g n

A Hymenolobiumspp 1.170,00 a b u d n a r a ç a

M Manlikaraspp 1.143,00

a ri p u c u

S Diplotripisspp 1.106,00 ú

r a m u

C Dipteryxodorata 1.090,00 a t a l u c i n a p o t p il a c u

E Corymbiapaniculata 1.087,00 á

b o t a

J Hymenaeaspp 1.074,00

a b o r a g l

A * Prosopisjuillfora(Sw.)DC. 1.068,58 ê

p

I Tabebuiaserratfioila 1.068,00 a r o d o i r ti c o t p il a c u

E Corymbiactiriodora 999,00 a t a t c n u p o t p il a c u

E Eucalyptuspunctata 948,00 a b u j a t a

T Bagassaguianensis 940,00 a t a l u c a m o t p il a c u

E Corymbiamaculata 931,00 s y r o c o r c i m o t p il a c u

E Eucalyptusmicrocorys 929,00 a i a c u r a u

G Petlophorumvogeilanum 919,00 a m i a r o r a p a r a

G Apuleialeiocarpa 892,00 a l u t s íf a n a

C Cassiaferrugina 871,00 a ri e u q o i d n a

M Qualeaspp 856,00

a b ú i p u

C Goupiaglabra 838,00

a r a ç a i a u

G Luetzelburgiaspp 825,00 a n a i z e o l c o t p il a c u

E Corymbiacloeziana 822,00 o l e t s a

C Gossypiospermumpraecox 759,00 a l e r a m a a c i c it i

O Clarisiaracemosa 756,00 a r d e p m il e g n

A Diniziaexcelsa 694,00 Fonte: Calil Júnior et al. (2000)

* Presente estudo

Tabela 2. Propriedades* da algaroba e outras madeiras

r a g l u V e m o

N fwt,0

) a P M (

fwc,0

) a P M

( (kgρρρρρamp-3) fwt,0/ρρρρρap fwc,0/ρρρρρap a b o r a g l

A ** 146,7 86,6 1068,6 137,3 81,1 á

b o t a

J 157,5 93,2 1074,0 146,6 86,6 a t a l u c i n a p .

E 147,4 72,7 1087,0 135,6 66,8 a b u d n a r a ç a

M 138,5 82,9 1143,0 121,2 72,5 u

r a m u

C 133,5 93,2 1090,0 122,3 85,5 a ri p u c u

S 123,4 95,2 1106,0 111,3 86,1 Fonte: Calil, Júnior et al. (2000)

* fwt,0 – resistência à tração, fwc,0 – resistência a compressão, ρap – densidade aparente ** Presente estudo

A. B.

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No módulo de elasticidade o valor obtido (Ec0= 22,33 GPa)

indica que a algaroba possui rigidez comparável à de madeiras como o jatobá (Hymenaea courbaril) (Ec0= 23,6 GPa),

sucupi-ra (Bowbichia nítida) (Ec0= 21,7 GPa) e angelim ferro

(Dini-zia excelsa) (Ec0= 20,8 GPa) estudadas por (Calil Júnior et al.,

2000). Com relação às espécies roxinho e maçaranduba, estu-dadas por Azevedo (1999), a algaroba apresentou valor superi-or a cerca de 7 a 10%, para o módulo de elasticidade.

Resistência à tração paralela às fibras

Na Tabela 4 se acham os resultados do ensaio da resis-tência à tração paralela às fibras da madeira de algaroba e outras espécies.

A resistência à tração paralela às fibras da algaroba foi em torno de 70% da observada no ensaio de compressão. Nos ensaios realizados com jatobá e maçaranduba (Calil Júnior et al., 2000), obtiveram-se relações de 1,69 e 1,67, respecti-vamente, que estão próximas, tal comportamento pode ser explicado em termos da microestrutura da madeira, consi-derando-se que as tensões de tração atuantes tendem a se alongar. A Figura 3 apresenta o ensaio de resistência à tra-ção paralela às fibras.

As rupturas ocorreram no trecho central dos corpos-de-prova, em função desta seção ter dimensões inferiores às seções transversal das extremidades dos corpos-de-prova. Para rigidez (Ewt,0) na tração paralela às fibras o valor

mé-dio do módulo de elasticidade foi determinado na fase do comportamento linear-elástico, de 20,62 GPa com um

coefi-ciente de variação de 11,74%. Ao se comparar esse valor obtido no ensaio de compressão paralela às fibras, observa-se que a diferença foi de ± 9%, o que demonstra uma boa relação entre os mesmos.

Na curva tensão deformação o trecho linear-elástico se es-tende até próximo de 10 MPa, quando então começa a ocor-rer a perda de linearidade; este nível de tensão corresponde ao fenômeno de achatamento das fibras, descrito por (Young et al., 1998). Nas curvas tensão deformação obtidas para a ma-deira de algaroba, as tensões ocorrem na faixa de 7-12 MPa. As deformações plásticas começam a ser observadas a partir desta tensão. No caso da curva tensão deformação apresenta-da na Figura 2 uma deformação plástica acentuaapresenta-da pode ser observada quando do primeiro descarregamento dos ciclos de carga-descarga realizados na tensão de 16,5 MPa.

Resistência ao cisalhamento paralelo às fibras

O valor médio da resistência ao cisalhamento paralelo às fibras da madeira de algaroba foi de 25,75 MPa, com CV de 12,37%, Pereira et al. (l976) encontraram o valor médio de 24,99 MPa. Ao se comparar esses valores com os da Tabe-la 5, verifica-se uma diferença de apenas 3,0%. A algaroba apresentou valor superior ao das madeiras tradicionais utili-zadas em construções.

Os tipos de ruptura observados nos corpos-de-prova uti-lizados no ensaio de cisalhamento paralelo às fibras, onde envolvem o deslizamento das microfibrilas paralelas nos seus próprios eixos, provocou ruptura principalmente em ligações secundárias.

0 10 20 30 40 50 60

0 1000 2000 3000 4000

Deformação (µε)

T

ensão

(MPa)

Figura 2. Curva de tensão x deformação da algaroba, obtida no ensaio de compressão paralela às fibras

r a g l u V e m o

N NomeCienítifco fwt,0(MPa) á

b o t a

J Hymenaeasp. 157,5

a t a l u c i n a p o t p il a c u

E Eucalyptuspaniculata 147,4

a b o r a g l

A * Prosopisjuillfora 146,7

a b u d n a r a ç a

M Manlikarasp. 138,5

u r a m u

C Dipteryxodorata 133,5

a ri p u c u

S Diplotripissp. 123,4

Fonte: Calil Júnior et al. (2000) * Presente estudo

Tabela 3.Valores médios da resistência à tração paralela às fibras da algaroba, comparandos-se a outras madeiras estudadas

0 20 40 60 80 100 120

0 2000 4000 6000 8000

Deformação (µε)

T

ensão

(MPa)

Figura 3. Curva de tensão-deformação obtidas no ensaio de tração paralela às fibras

Tabela 4. Valores da resistência ao cisalhamento paralelo às

fibras (fwt,0) algaroba e de outras madeiras

r a g l u V e m o

N NomeCienítifco fwt,0(MPa) a

b o r a g l

A * Prosopisjuillfora 25,75 á

b o t a

J Hymenaeaspp 15,70 il

a c u

E ptopaniculata Eucalyptuspaniculata 12,40 a

b u d n a r a ç a

M Manlikarasp 14,90 u

r a m u

C Dipteryx odorata 10,70 a

ri p u c u

S Diplotripissp. 11,80

(6)

C

ONCLUSÕES

1. A madeira de algaroba, no que diz respeito às suas ca-racterísticas tecnológicas, é de boa qualidade, equiparando-se às tradicionais e conceituadas madeiras de uso comum na construção civil.

2. Em função dos valores de resistência a compressão pa-ralela às fibras, resistência ao cisalhamento paralelo às fi-bras, módulo de elasticidade a compressão paralela às fifi-bras, densidade básica e aparente, a madeira de algaroba se apro-xima daquelas classificadas como pertencentes à classe C60. 3. A única propriedade que ficou abaixo dos valores esta-belecidos pela classe C60 foi o módulo de elasticidade que, mesmo assim, atingiu 90,2% do valor estipulado pela NBR 7190, para essa classe de resistência.

L

ITERATURACITADA

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Tabela 2. Propriedades* da algaroba e outras madeiras
Figura 2. Curva de tensão x deformação da algaroba, obtida no ensaio de compressão paralela às fibras

Referências

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