Bolm Inst. oceanogr., S. Paulo, 29 (2), 209 - 215,1980
ESTUDO SOBRE A PRODUTIVIDADE PRIMÁRIA DE UMA ESTAÇÃO FUNDEADA NO ESTUÁRIO DO
RIO CURO (CEARÁ-BRASIL), NO PElÚODO DE SETEMBRO DE 1977 A MAIO DE 1978
VERA LUCIA MOTA KLEIN e
MARIA ACY MOURA FRANCA
Laboratório de Ciências do Mar. Universidade Federal do Ceará. Fortaleza, CE, Brasil
SYNOPSIS
The study of primary production from phytoplankton in estuarine regions is of basic importance, to projects of culture of oysters, shrimps and fishes. In this paper a study was made of the primary production in the Rio Cu1Ú 's estuary (Ceará-Brasil), during the period from September. 1977 to May, 1978. We used the Winkler's method to make the measurement of productions. The data obtained on oxygen pro-duced varied from 0.03 to 0.04 m Q 02 IQI hour of light, for net production and 0.01 to 0.04 mQ 02 IQI hour of light for the total production. Qualitative and quantitative studies were also made to obtain the dominant species and the most abundant and most frequent species.
Introdução
Atualmente, quando as vistas estão voltadas para um apro-veitamento racional das disponibilidades alimentares e energéti-cas, o estudo da produtividade primária pelo fitoplâncton, em estuários, torna-se da maior importância, quando se visa fornecer su.bsídios para projetos de aqüicultura, nos cultivos de ostras, camarões e peixes.
O Rio Curú nasce na parte setentrional da serra do Macha-do e, depois de um curso muito sinuoso, orientaMacha-do de SSO para NNE, despeja no oceano, onde forma um pequeno estuário. A bacia mede 6.761/km2 e o desenvolvimento do rio principal ele-va-se 220 quilômetros (Pompeu Sobrinho, 1962).
Como os demais no Nordeste brasileiro, o Rio Curú é in-tluenciado pelo regime pluvial; sua vazão é variável, apresentan-do suas descargas máximas no períoapresentan-do chuvoso (janeiro-julho), durante o período de estiagem (agosto-dezembro), sofre maior mfluência das marés. A relativa importância de seu estuário se deve à sua produção de camarões da espécie Penaeus schmitti
Burkenroad, 1936 e de ostras da espécie Crassostrea rhizophorae
(Guildilg, 1828), ambas muito apreciadas pelo mercado consumi-dor.
Durante o período de setembro de 1977 a maio de 1978, foram efetuadas coletas, em uma estação fundeada no estuário do Curú, tendo como objetivos a determinação da produtivida-de primária e o conhecimento do plâncton local.
Material e Métodos
Este estudo foi baseado nos dados referentes a 14 excur-sões realizadas ao estuário do Rio Curú, durante o período de setembro de 1977 a maio de 1978.
Os métodos por nós empregados nem sempre foram os considerados ideais, mas os que dispunhamos no momento.
As amostras foram obtidas com o auxílio de garrafa de Nansen; as medidas de produção primária foram feitas baseadas na produção de oxigênio, utilizando-se o método de Winkler (Strickland & Parsons, 1960).
Após a determinação do oxigênio inicial, procedemos nova coleta de água, fazendo-se em seguida a incubação "in situ" das garrafas (clara e escura), por 12 horas a uma profundidade que variou de 1,60 a 4,30 m, dependendo das condições de marés_ As garrafas ficaram suspensas por meio de uma forquilha de ma-deira.
Efetuamos coletas de superfície e de fundo ainda com a garrafa de Nansen, para determinações de salinidade, pH e tempe-ratura, bem como para os estudos quanto-qualitativos do plâncton local.
A salinidade foi determinada com auxílio de densímetros, usando-se o fator de correção de temperatura; o pH com o papel indicador Carlo Erba 'ti a temperatura por meio de termômetros de inversão acopiadas à garrafa de Nansen.
Para as análises quanto-qualitativos as amostras após fixa-das em formol a 4% neutralizado com bórax, foram decantadas em provetas graduadas durante 24 horas; terminado este período, flZemos a leitura direta do volume de plâncton decantado e redu-zimos a amostra (água + fixador + plâncton) para um volume padrão de 50 mQ, sendo posteriormente homogeneizado e reti-rada uma aliquota de lmQ, para contagem total do microplânc-ton,
Procedemos à ゥ、・ョエゥヲゥ」。セッ@ com aux!1io de bibliografia espe-cializada (ref. n<? sI-lI, 13, 15 - 19) e contagem em microscópio ótico binocular.
Os cálculõs de número de células, colônias ou organismos por litro, foram feitos mediante uma série de 3 regras de três sim-ples. Após os cálculos de número de colônia por litro, estimamos o número de células por colônia, para elaboração dos gráficos.
Em virtude da grande variedade de espécies existentes, utilizamos os seguintes critérios para apresentação dos resultados:
espécies abundantes - espécies com ocorrência maior ou igual a
10% do fitoQlâncton por dia de coleta;
espécies dominantes - aquelas que apresentassem uma ocorrência
correspondente no mínimo ao dobro das espécies abundantes;
espécies freqüentes - as que ocorreram no mínimo em 50% das
coletas.
Os dados referentes às contagens, servirão apenas para dar uma idéia da participação de cada espécie no total do plâncton examinado, não se prestando para estudos comparativos com a produção, já que não foi calculado o volume de cada espécie en-contrada.
Resultados e Discussão
Os dados referentes à hidrologia local, revelaram uma tem-peratura média de 26,280C, mantendo-se praticamente constan-te duranconstan-te todo o período de amostragem, tanto nas coletas de superfície como nas de fundo, o que nos leva a acreditar que ha-via uma mesclagem em toda a coluna d'água; a salinidade média correspondeu a 22,7 0/00 tendo variado de 3,6 a 32,40/00 esta variação se aeve à mudança dos regimes de chuvas e influên-cia das condições de marés; o pH teve um valor médio de 8,1, com um mínimo de 7,3 e um máximo de 8,8; a quantidade mé-dia de oxigênio dissolvido na água foi de 8,58 mQ,lQ, com um mí-nimo de 6,4 mQ/Q e um máximo de 9,7 mQ,lQ, (Tab. I, Fig. 1).
Os valores de 02 produzido, utilizados como medida de produção, foram os seguintes:
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Prod. aparente
Prod. total
Média
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0,45mQ02
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A baixa produção de 02, referido no limite mínimo se deveu ao fato das garrafas, por ocasião da incubação, terem per-manecido por baixo da vegetação de mangue, fato este, obser-vado somente, quando as mesmas foram retiradas. As produções máximas ocorreram no período chuvoso (Tab. I, Fig. 4).
O fitoplâncton presente, mostrou-se muito variado, mas com poucas espécies dominantes (Tab. UI).
As classes que compuseram o fitoplâncton local foram: Ch1orophyceae, Bacillariophyceae e Myxophyceae (Tab. U).
CiãSSe
Chlorophyceae - esteve presente com 19 espéciespertencentes a 15 gêneros, sua participação mais expressiva foi nas últimas coletas, ocasião em que a salinidade apresentou seus mais baixos valores. Com relação à freqüência de incidência, este-ve ausente em duas coletas de superfície e em três de fundo. As espécies desta classe consideradas abundantes foram:Coeglizstrum sp., Dictiospharium sp., Pediastrum sp., Planktosphaeria 1(elatinosa,
Protococcus sp., Scepedesmus acuminatus, Scénedesmus
quadrl-cauda, Schizogonium sp. e U/othrix sp. a única espécie
dominan-te da classe foi Planktosphaeria gelatinosa e a mais freqüente, U/othris sp.
TABELA I - Alguns dados sobre a hidrologia, volume de plâncton e produção primária no estuário do Rio Curú (Ceará - Brasil), por dia de coleta
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17/11/77 06:00 pm 4,00 2,70 25,2 26,0 31,5 8,5 0.7 0,6 0,15 0,29
05/12/71 06:15 bm 2,00 0,70 26,4 26,4 19,7 7,9 1.3 1,0 0,31 0,36
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20/02/78 06:00 bm 2,00 0,70 26,0 26,0 15,2 7,9 0.9 0.8 0,37 0,47
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20/03/78 06:00 bm 2,00 0,70 26,8 26,8 5,2 7,3 1.6 1,0 0,40 0.45
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Fig . 1 - Alguns dados sobre a hidrologia do estuário do Rio Curú (Ceará - Brasil), durante o período setembro 77 - maio 78, relacionados com o número de células e/ou organismos por litro do plâncton.
LEGENDA
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Fig. 3 - Participação das diferentes classes do fitoplâncton de fundo, no estuário do Rio Curú (Ceará - Brasi\), durante o período setembro 77 - maio 78.
LEGENDA O Produção Bruta
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TABELA III - Espécies mais abundantes e dominantes no fitoplâncton estuarino do Rio Curú (Ceará - Brasil), por dia de coleta.
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Tabela 11 - Valores do número de células por litro. nas diferentes classes de fitoplâncton no estuário do Rio Curú, por dia de amostragem e tipo de coleta
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FRANCA: Estudo sobre a Produtividade Primária de uma Estaçã'o Fundeada no Estuário do Rio Curú ,
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Classe Myxophyceae -foi a que apresentou a menor va-riedade de representantes, com apenas quatro gêneros; dos pre-sentes, apenas Anabaena foi considerado abundante, tendo sido, dominante em algumas coletas e o único com freqüência superior a 50% das coletas.
Os valores máximos de número de células por litro, para a classe Bacillariophyceae ocorreram no período de estiagem para os dois tipos de coleta (superficie e fundo); entretanto as classes Chlorophyceae e Myxophyceae apresentam uma maior quanti-dade de células por litro no período chuvoso, tanto para as co-letas de superfície como as de fundo (Tab. lI, Figs. 2 e 3).
Das espécies presentes no fitoplâncton total, verificiill10s que algumas delas, ocorreram em um único dia de coleta (, com participação irrelevante, outras tiveram uma ocorrência regular mas numericamente inexpressivas e aquelas que participaram de modo efetivo tanto em freqüência como em abundância.
Foi observado que, no decorrer do período de coletas, houve a substituição de espéCies na ordem de abundância, che-gando algumas vezes mesmo, ao completo desaparecimento nas amostras analisadas, isto talvez explique pela estação do ano em que foi realizada a coleta, se no período de estiagem Uulho - de-zembro) ou no períOdO chuvoso (agosto - dede-zembro).
A participação do zooplâncton nas amostras examinadas, foi quase sempre muito reduzida, sendo composto de elemento s pertencentes aos mos: Protozoa (Radiolaria, Acantharia e Cilia-ta) ; Aschelminthes (Rotifera) ; Chaetognatha ; Annelida (larvas de Polychaeta); Arthropoda exclusivamente com representantes da classe Crustacea: Copepoda (adultos, larvas e ovos), Cirripedia, Euphausiaceae e Decapoda (em estágio larvar); e Chordatha (ovos de peixes).
Procuramos relacionar a maior ocorrência do zooplâncton com o aumento no consumo de 02 pela respiração, entretanto. verificamos que apenas uma vez esta relação foi válida.
Conclusões
O Rio Curú apresenta um regime de vazão influenciada pelas estações, chuvosa Uaneiro - julho) e seca (agosto - dezembro). Os dados hidrológicos demonstraram uma temperatura média de 26,280C, mantendo-se praticamente constante durante todo o período de amostragem, tanto nas coletas de superfície como nas de fundo, o que nos leva a concluir, que houve uma mesclagem em toda a coluna d 'água. A salinidade variou de 3,6 a 32, 40 /00 sendo influenciada pelas condições de marés e regime de chuvas, os valores mínimos corresponderam às coletas no pe-ríodo chuvoso. O pH variou de 7,3 a 8,8.
A produção primária líquida ou produção aparente variou de 0,03 m2 02
121
hora de luminosidade a 0,40 m2 0212 1
hora de luminosidade; a produção total ou produção bruta variou de 0,10 m2 0212 1
hora de luminosidade a 0,40 m2 0212 1
hora de luminosidade.O titoplâncton esteve sempre em maior quantidade que o zooplãncton; as classes que o compuseram foram: Chlorophy-ceae, Bacillariophyceae e Myxophyceae. Observamos haver uma variedade muito grande de espécies havendo, entretanto, poucas espécies dominantes.
A classe Bacillariophyceae foi a mais variada e quase sem-pre, também a mais abundante do fitoplâncton, contando com a participação de 42 gêneros com mais de 99 espécies, a mêdia de número de céll!las _por litro, por dia de coleta para esta classe foi de 21.300 cel/2, para coletas de superfície e de 17 .975 cel/ Q, para coletas de fundo, com um mínimo de 7.550 cel/2 em coleta de superfície e de 4.000 cel/Q em coleta de fundo; os máximos valores obtidos foram 63.800 cel/Q e 58.000 cel /Q em coletas de superfície e fundo respectivamente .
A classe Chlorophyceae esteve presente com 19 espécies, pertencentes a 15 gêneros, sendo a segunda mais variada, seus componentes se apresentaram solitários ou formando colônias. No que diz respeito à abundância, apenas em um dia de coleta, sobrepujou em ocorréncia as demais classes. Com relação à fre-qüência, esteve ausente em algumas coletas.
A classe Myxophyceae foi a que apresentou a menor va-riedade de representantes com apenas quatro gêneros. .'
Durante o período chuvoso houve um acrescuno nas es-péCies pertencentes às classes Chlorophyceae e Myxophyceae, tanto sob o ponto de vista qualitativo como no ponto de vista quantitativo.
As espécies dominantes do fitoplãncton foram Asterionella japonica, Coscinodiscus commutatus e Me/osira nummuloides das Bacillariophyceae; Planktosphaeria gelatinosa das Chlorophyceae e o gênero Anabaena das Myxophyceae.
A participação do zooplâncton foi muito reduzida, os ele-mentos encontrados pertenciam aos mos: Protozoa (Radiolaria, Acantharia e Ciliata); Aschelminthes (Rotifera); Chaetognatha; Annelida (larvas de Polychaeta); Arthropoda, exclusivamente com a classe Crustacea: Copepoda (adultos, larvas e ovos), Cir-ripedia, Euphausiaceae e Decapoda (em estágio larvar) e Chor-datha (ovos de peixes).
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