FÁBIO LÚCIO SANTOS
SIMULAÇÃO E AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO
DINÂMICO DE FRUTOS DO CAFEEIRO NA DERRIÇA
Tese apresentada à Universidade Federal de Viçosa, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola, para obtenção do título de Doctor Scientiae.
VIÇOSA
FÁBIO LÚCIO SANTOS
SIMULAÇÃO E AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO
DINÂMICO DE FRUTOS DO CAFEEIRO NA DERRIÇA
Tese apresentada à Universidade Federal de Viçosa, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola, para obtenção do título de Doctor Scientiae.
APROVADA: 28 de janeiro de 2008.
Prof. Francisco de Assis de Carvalho Pinto
(Co-orientador)
Prof. Joseph Kalil Khoury Junior
Prof. Márcio Arêdes Martins Prof. Nilson Salvador
“Disciplina é liberdade; compaixão é fortaleza; ter bondade é ter coragem”
À minha esposa Valquíria.
Aos meus pais, Sérgio Camilo e Maria de Lourdes.
Ao meu irmão, Luís Sérgio.
Aos meus avós, Nazaré de Oliveira e Mo-Phodes Siervuli.
Ao meu avô José Neves dos Santos (in memoriam).
A todos familiares e amigos.
AGRADECIMENTOS
A Deus, pelo dom da vida.
Aos meus familiares pelo suporte e confiança.
Ao Prof. Daniel Marçal de Queiroz, pela orientação, pela confiança e,
sobretudo, pela amizade.
À Universidade Federal de Viçosa e ao Programa de Pós-Graduação em
Engenharia Agrícola, pela oportunidade de realização do curso.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
pela concessão da bolsa de estudos.
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) e
ao Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café (CBP & D café) pelo
suporte financeiro.
Aos professores Francisco de Assis de Carvalho Pinto, Nerilson Terra Santos e
Ricardo Capúcio de Resende pelo auxílio ao longo da realização do trabalho, pela
disponibilidade e pela amizade.
A todos os professores e funcionários do Departamento de Engenharia
Agrícola que, de alguma forma, ajudaram na realização desse trabalho.
Aos amigos de laboratório , Alisson, Alcir, Andréia, Antônio, Bruno, Diogo,
Élder, Douglas, Fabiane, Francelino, Geice, Gérson, Gislaine, João Cléber, Kelisson,
Leonardo, Mário, Murilo, Paula, Renato, Ronaldo, Selma, Wagner, Walter e Willian.
Em especial, ao amigo Enrique, pela disponibilidade, ajuda, paciência e,
principalmente, pela sincera amizade.
Ao professor Antônio Tavares da Costa Júnior, da Universidade Federal
Fluminense, pela disponibilidade, auxílio e suporte com o sistema operacional Linux e,
principalmente, pela amizade.
A todos os professores e funcionários do Curso de Engenharia Mecânica, da
Universidade Estadual de Maringá, pelo apoio e confiança.
BIOGRAFIA
FÁBIO LÚCIO SANTOS, filho de Sérgio Camilo dos Santos e Maria de
Lourdes Santos, nasceu em Lavras, estado de Minas Gerais, no dia 24 de dezembro de
1979.
Em janeiro de 2003, concluiu o curso de Engenharia Agrícola na Universidade
Federal de Lavras.
Em fevereiro de 2003, iniciou o Curso de Mestrado em Engenharia Mecânica,
área de concentração em Projeto Mecânico, na Universidade Federal de Minas Gerais,
defendendo a dissertação em fevereiro de 2005.
Em março de 2005, iniciou o Curso de Doutorado em Engenharia Agrícola,
área de concentração em Mecanização Agrícola, na Universidade Federal de Viçosa,
submetendo-se à defesa em janeiro de 2008.
Em setembro de 2006, foi contratado como professor assistente, no Curso de
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS ...ix
LISTA DE FIGURAS ...xiv
NOMENCLATURA ...xvii
RESUMO ...xxii
ABSTRACT...xxiv
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO ...1
1.1. Introdução...1
1.2. Objetivos ...3
1.3. Justificativas ...4
1.4. Disposição do Trabalho...4
1.5. Referências Bibliográficas ...5
CAPÍTULO 2 – SOLUÇÃO POR ELEMENTOS FINITOS ...7
2.1. Introdução...7
2.2. Método de Elementos finitos...8
2.2.1. Geração de Malhas ...9
2.2.2. Desenvolvimento das Matrizes Elemento ...11
2.3. Referências Bibliográficas ...20
CAPÍTULO 3 – FREQÜÊNCIAS NATURAIS E MODOS DE VIBRAÇÃO DO SISTEMA FRUTO-PEDÚNCULO ...23
3.1. Introdução...23
3.2. Revisão Bibliográfica ...25
3.2.1. Colheita por Vibrações Mecânicas ...25
3.2.2. Formulação do Problema de Autovalores e Autovetores ...28
Método de Jacobi Generalizado...34
Redução de Guyan ...37
Método do Subespaço ...40
3.3. Material e Métodos...41
3.3.1. Determinação das Propriedades Geométricas, Físicas e Inerciais do Sistema ...42
3.3.2. Geração de Malhas ...44
3.3.3. Modelagem por Elementos Finitos...46
3.3.4. Solução do Problema de Autovalor ...47
3.3.5. Fluxograma do Programa ...47
3.3.6. Validação do Modelo de Tridimensional em Elementos Finitos...48
3.4. Resultados e Discussão ...50
3.4.1. Propriedades Geométricas, Físicas e Inerciais do Sistema...50
3.4.2. Validação do Modelo Tridimensional em Elementos Finitos ...53
3.4.3. Determinação das Freqüências Naturais e Modos de Vibração do Sistema ...54
3.5. Conclusões...59
3.6. Referências Bibliográficas ...60
CAPÍTULO 4 – ESTUDO DAS TENSÕES NO SISTEMA FRUTO-PEDÚNCULO ...63
4.1. Introdução...63
4.2. Revisão Bibliográfica ...64
4.2.1. Colheita por Vibrações Mecânicas ...64
4.2.2. Discretização Numérica...66
Método da Diferença Central...67
Método de Newmark Beta ...70
Método da Superposição Modal ...71
4.2.3. Análise de Tensão de um Sistema ...73
4.3. Material e Métodos...75
4.3.1. Determinação das Propriedades Geométricas, Físicas e Inerciais do Sistema ...76
4.3.4. Fluxograma do Programa ...82
4.3.5. Validação do Modelo Tridimensional em Elementos Finitos ...84
4.4. Resultados e Discussão ...86
4.4.1. Propriedades Geométricas, Físicas e Inerciais do Sistema...86
4.4.2. Validação do Modelo Tridimensional em Elementos Finitos ...88
4.4.3. Resposta Transiente e Estudo de Tensões no Sistema Fruto-pedúnculo ...90
4.5. Conclusões...96
4.6. Referências Bibliográficas ...97
CAPÍTULO 5 – ENSAIOS DE DERRIÇA ...100
5.1. Introdução...100
5.2. Revisão Bibliográfica ...101
5.3. Material e Métodos...104
5.3.1. Ensaios de Derriça – Máquina Vibradora...104
5.3.2. Ensaios de Derriça – Delineamento Experimental ...106
5.4. Resultados e Discussão ...108
5.5. Conclusões...128
5.6. Referências Bibliográficas ...130
CAPÍTULO 6 – CONCLUSÕES...132
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1 – Fases e etapas que constituem a técnica de elementos finitos...9
Tabela 3.1 – Módulos de elasticidade empregados para determinação das
freqüências naturais e modos de vibração dos sistemas
fruto-pedúnculo ...44
Tabela 3.2 – Dimensões médias da geometria padrão do sistema
fruto-pedúnculo empregada na determinação das freqüência naturais e
modos de vibração ...45
Tabela 3.3 – Características do sistema empregado na validação do modelo
tridimensional em elementos finitos...49
Tabela 3.4 – Constante empregada para a determinação das freqüências
naturais de uma viga engastada ...50
Tabela 3.5 – Dimensões médias obtidas para os pedúnculos dos frutos de café
para as variedades Catuaí Vermelho e Mundo Novo ...50
Tabela 3.6 – Dimensões médias obtidas para os frutos de café para as
variedades Catuaí Vermelho e Mundo Novo ...51
Tabela 3.7 – Massa média obtida para os frutos de café para as variedades
Catuaí Vermelho e Mundo Novo ...52
Tabela 3.8 – Volume médio obtido para os frutos de café para as variedades
Catuaí Vermelho e Mundo Novo em cada grau de maturação...52
Tabela 3.9 – Massa específica média determinada para os frutos de café para
as variedades Catuaí Vermelho e Mundo Novo ...52
Tabela 3.10 – Comparação entre a solução do modelo em elementos finitos
tridimensional proposto e a solução analítica unidimensional
obtidas para o sistema de validação...53
Tabela 3.12 – Freqüências naturais obtidas, por elementos finitos, para o
sistema fruto-pedúnculo para a variedade Catuaí Vermelho...54
Tabela 3.14 – Intervalo determinado entre as freqüências naturais associada
aos modos de vibração, em Hertz, obtidas para os frutos cereja e
verde para as variedades Catuaí Vermelho e Mundo Novo ...55
Tabela 4.1 – Módulos de elasticidade empregados para a simulação do
comportamento dos sistemas fruto-pedúnculo submetidos a
vibrações mecânicas ...77
Tabela 4.2 – Dimensões médias da geometria padrão do sistema
fruto-pedúnculo empregada na análise do comportamento dinâmico
do sistema ...78
Tabela 4.3 – Freqüências naturais do sistema fruto-pedúnculo para a
variedade Catuaí Vermelho e para os graus de maturação verde e
cereja...82
Tabela 4.4 – Freqüências naturais do sistema fruto-pedúnculo para a
variedade Mundo Novo e para os graus de maturação verde e
cereja...82
Tabela 4.5 – Dimensões médias obtidas para os pedúnculos dos frutos de café
para as variedades estudadas nos graus de maturação verde e
cereja...86
Tabela 4.6 – Dimensões médias obtidas para os frutos de café para as
variedades Catuaí Vermelho e Mundo Novo para os graus de
maturação verde e cereja ...87
Tabela 4.7 – Massa média obtida para os frutos de café para as variedades
Catuaí Vermelho e Mundo Novo ...87
Tabela 4.8 – Volume médio obtido para os frutos de café para as variedades
Catuaí Vermelho e Mundo Novo ...88
Tabela 4.9 – Massa específica média determinada para os frutos de café para
as variedades Catuaí Vermelho e Mundo Novo ...88
Tabela 4.10 – Deslocamento “pico-a-pico” obtidos para o sistemas
fruto-pedúnculo com base em ensaios de vibração realizados em
laboratório...89
Tabela 4.11 – Comparativo entre os valores médios experimentais de
deslocamentos “pico-a-pico” e valores simulados
Tabela 4.12 – Tensões equivalentes de Von Mises obtidas para a região de
união entre o fruto e o pedúnculo para a variedade Catuaí
Vermelho e para os graus de maturação verde e cereja...91
Tabela 4.13 – Tensões equivalentes de Von Mises obtidas para a região de
união entre o fruto e o pedúnculo para a variedade Mundo Novo
e para os graus de maturação verde e cereja...92
Tabela 4.14 – Tensões equivalentes de Von Mises obtidas para a região de
união entre o fruto e o pedúnculo para as variedades Catuaí
Vermelho e Mundo Novo e para os graus de maturação verde e
cereja...93
Tabela 5.1 – Sistemas de colheita ...101
Tabela 5.2 – Características técnicas da máquina vibradora eletromagnética ...105
Tabela 5.3 – Níveis avaliados nos testes de vibração para determinação da
eficiência de derriça...107
Tabela 5.4 – Níveis avaliados nos testes de vibração para determinação da
eficiência de derriça...107
Tabela 5.5 – Análise de variância para a eficiência de derriça de ramos
coletados na variedade Catuaí Vermelho ...109
Tabela 5.6 – Resultados obtidos da análise de variância do desdobramento da
interação entre os fatores freqüência e grau de maturação com
relação à eficiência de derriça em ramos da variedade Catuaí
Vermelho ...110
Tabela 5.7 – Média da eficiência de derriça em função da freqüência de
excitação e do grau de maturação para ramos coletados da
variedade Catuaí Vermelho ...111
Tabela 5.8 – Resultados da análise de regressão para estudar o efeito da
freqüência de vibração em diferentes graus de maturação de
frutos na eficiência de derriça de ramos coletados da variedade
Catuaí Vermelho...111
Tabela 5.9 – Análise de variância para a eficiência de derriça de ramos
coletados da variedade Mundo Novo ...113
Tabela 5.10 – Resultados obtidos da análise de variância do desdobramento da
relação à eficiência de derriça em ramos da variedade Mundo
Novo ...113
Tabela 5.11 – Média da eficiência de derriça em função da freqüência de
excitação e do grau de maturação para ramos coletados da
variedade Mundo Novo ...114
Tabela 5.12 – Resultados da análise de regressão para estudar o efeito da
freqüência de vibração em diferentes graus de maturação de
frutos na eficiência de derriça de ramos coletados da variedade
Mundo Novo...114
Tabela 5.13 – Resultados da análise de regressão para estudar o efeito da
amplitude em diferentes graus de maturação de frutos na
eficiência de derriça de ramos coletados da variedade Mundo
Novo ...116
Tabela 5.14 – Resultados obtidos da análise de variância do desdobramento da
interação entre os fatores amplitude e grau de maturação com
relação a eficiência de derriça em ramos da variedade Mundo
Novo ...118
Tabela 5.15 – Médias para eficiência de derriça em função da amplitude de
excitação e do grau de maturação dos frutos para a variedade
Mundo Novo...118
Tabela 5.16 – Resultados obtidos da análise de variância do desdobramento da
interação entre os fatores freqüência e nº de frutos por
pedúnculo com relação a eficiência de derriça em ramos da
variedade Mundo Novo ...119
Tabela 5.17 – Média da eficiência de derriça em função da freqüência de
excitação e do nº de frutos por pedúnculo em ramos coletados da
variedade Mundo Novo ...119
Tabela 5.18 – Resultados da análise de regressão para estudar o efeito da
freqüência de vibração considerando o número de frutos por
pedúnculo na eficiência de derriça de ramos coletados da
variedade Mundo Novo ...120
Tabela 5.19 – Resultado da análise de regressão para estudar o efeito da
Tabela 5.20 – Análise de variância para eficiência de derriça de ramos
coletados da variedade Catuaí Vermelho ...123
Tabela 5.21 – Análise de variância para eficiência de derriça de ramos
coletados da variedade Mundo Novo ...124
Tabela 5.22 – Análise de regressão para eficiência de derriça de frutos cereja
para a variedade Catuaí Vermelho considerando freqüência e
amplitude ...124
Tabela 5.23 – Análise de regressão para eficiência de derriça de frutos cereja
para a variedade Mundo Novo considerando freqüência e
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 – Representação geométrica de elementos tetraédricos e
hexaédricos. ...10
Figura 2.2 – Representação geométrica de elementos tetraédricos e hexaédricos de ordem superior. ...10
Figura 2.3 – Representação geométrica de um elemento tetraédrico genérico...12
Figura 3.1 – Imagem sistema fruto-pedúnculo. ...42
Figura 3.2 – Representação das principais dimensões empregadas na geometria padrão, em que: Dp = diâmetro do pedúnculo; Cp = comprimento do pedúnculo; Cf = comprimento do fruto e De = diâmetro equatorial do fruto. ...45
Figura 3.3 – Malha emprega na determinação das propriedades modais do sistema fruto-pedúnculo. ...46
Figura 3.3 – Fluxograma do programa computacional elaborado. ...48
Figura 3.4 – Pontos de simulação empregados na determinação das propriedades modais do sistema fruto-pedúnculo. ...56
Figura 3.5 – Modo de vibração pendular do sistema fruto-pedúnculo. ...57
Figura 3.6 – Modo de vibração de torção do sistema fruto-pedúnculo. ...58
Figura 3.7 – Modo de vibração em contra-fase do sistema fruto-pedúnculo...59
Figura 4.1 – Representação das principais dimensões empregadas na geometria padrão em que: Dp = diâmetro do pedúnculo; Cp = comprimento do pedúnculo; Cf = comprimento do fruto e De = diâmetro equatorial do fruto. ...78
Figura 4.2 – Malha empregada na determinação das tensões no sistema fruto-pedúnculo durante o procedimento de derriça...79
Figura 4.2 – Fluxograma do programa computacional elaborado para análise transiente de sistemas. ...83
Figura 4.4 – Estrutura desenvolvida para fixação dos ramos plagiotrópicos de
café. ...85
Figura 4.5 – Deslocamento (“pico-a-pico”) do sistema fruto-pedúnculo
durante o ensaio de derriça: (a) deslocamento máximo à
esquerda, (b) sistema estático e (c) deslocamento máximo à
direita. ...89
Figura 4.6 – Tensão equivalente de Von Mises obtida para o sistema
fruto-pedúnculo submetido a uma freqüência de 26,67 Hz e amplitude
de 15 mm para a variedade Catuaí Vermelho no grau de
maturação verde...94
Figura 4.7 – Tensão equivalente de Von Mises obtida para o sistema
fruto-pedúnculo submetido a uma freqüência de 26,67 Hz e amplitude
de 15 mm para a variedade Catuaí Vermelho no grau de
maturação cereja. ...94
Figura 4.8 – Tensão equivalente de Von Mises obtida para o sistema
fruto-pedúnculo submetido a uma freqüência de 26,67 Hz e amplitude
de 15 mm para a variedade Mundo Novo no grau de maturação
verde. ...95
Figura 4.9 – Tensão equivalente de Von Mises obtida para o sistema
fruto-pedúnculo submetido a uma freqüência de 26,67 Hz e amplitude
de 15 mm para a variedade Mundo Novo no grau de maturação
cereja...95
Figura 4.10 – Evolução da distribuição de tensões ao longo do sistema
fruto-pedúnculo. ...96
Figura 5.1 – Sistema empregado nos ensaios de derriça: (a) gerador de sinais,
(b) amplificador e (c) máquina vibradora...105
Figura 5.2 – Estrutura desenvolvida para fixação do ramo de café. ...106
Figura 5.3 – Efeito da freqüência sob a eficiência de derriça nos diferentes
graus de maturação para a variedade Catuaí Vermelho. ...112
Figura 5.4 – Efeito da freqüência de vibração sob a eficiência de derriça nos
diferentes graus de maturação para a Variedade Mundo Novo...116
Figura 5.5 – Efeito da amplitude de vibração sob a eficiência de derriça nos
Figura 5.6 – Efeito da freqüência de vibração sob a eficiência de derriça para
diferentes números de frutos por pedúnculo para a variedade
Mundo Novo...121
Figura 5.7 – Efeito da freqüência de vibração sob a eficiência de derriça para
diferentes direções de vibração para a variedade Mundo Novo...122
Figura 5.8 – Superfície de resposta para variedade Catuaí Vermelho. ...126
Figura 5.9 – Superfície de resposta para variedade Mundo Novo. ...126
Figura 5.10 – Cortes na superfície de resposta para a eficiência de derriça em
função da freqüência de vibração para cada nível de amplitude
da variedade Catuaí Vermelho. ...127
Figura 5.11 – Cortes na superfície de respostas para eficiência de derriça em
função da freqüência de vibração para cada nível de amplitude
NOMENCLATURA
CAPÍTULO 2
ai coeficiente baseado nas coordenadas dos “nós”
bi coeficiente baseado nas coordenadas dos “nós”
[B] matriz elemento de deslocamentos nodais;
c coeficiente de amortecimento, N.s/m
ci coeficiente baseado nas coordenadas dos “nós”
[C] matriz amortecimento
di coeficiente baseado nas coordenadas dos “nós”
[D] matriz material
E modulo de elasticidade, N/m2 '(.)
f função transformada – coordenadas locais
[J] matriz Jacobiana
(.)
J determinante da matriz Jacobiana
[K] matriz rigidez
Li função de forma
[L] matriz operadores diferenciais
[M] matriz massa
[N] matriz função de interpolação
NG número de pontos de Gauss
U deslocamento nodal
V deslocamento nodal
V volume do elemento tetraédrico, m3
w deslocamento nodal
W fator peso de Gauss
µ coeficiente de Poisson
ρ massa específica do material, kg/m3 α expoente da função de forma L1
β expoente da função de forma L2
{ }
ε vetor de deformaçõesδ expoente da função de forma L4 γ expoente da função de forma L3
j
η pontos de integração de Gauss
i
ξ pontos de integração de Gauss
k
ζ pontos de integração de Gauss
CAPÍTULO 3
A área da seção transversal da viga, m2 E módulo de elasticidade, N/m2
'
[Dk] matriz de autovalores
I momento de inércia
l comprimento da viga, m
m massa do sistema, kg
m
m massa média dos frutos, kg
[M] matriz massa, kg
MG matriz massa reduzida
k rigidez do sistema, N/m
[ ]K matriz rigidez
KG matriz rigidez reduzida
[Rk] matriz de rotação
( )
R λ matriz reduzida
p índice para grau de liberdade primário
s índice para grau de liberdade secundário
s fator de tolerância.
t tempo, s.
m
V volume médio dos frutos, m3
α função da matriz de rotação método de Jacobi
i
β constante relativa a i-ésima freqüência natural
{ }
φ i autovetor associado a i-ésima freqüência natural γ função da matriz de rotação método de Jacobii k
λ i-ésimo autovalor do sistema na iteração k
[ ]
λ autovalores do sistema ρ massa específica do material, kg/m3m
ρ massa específica média, kg/m3 υ deslocamento do sistema, m
{ }
υ&& vetor aceleração, m/s2i
ω i-ésima freqüência natural do sistema, rad/s
CAPÍTULO 4
A amplitude de vibração, m
[ ]
C matriz amortecimento[D] matriz material ou módulo
E módulo de elasticidade, N/m2
n
F força variável ao longo do tempo, N
{
F t( )}
vetor de carregamentos externos[ ]
K matriz rigidezm massa do fruto, kg
[ ]
M matriz massat intervalo de tempo, s
Tn menor período de vibração do sistema de dimensão n
u deslocamento nodal
v deslocamento nodal
w deslocamento nodal
β parâmetro para controle do método de Newmark
{ }
ε vetor de deformaçõestc t
∆ intervalo de tempo crítico
[ ]
φ matriz de autovetoresµ coeficiente de Poisson
{ }
Λ vetor com as amplitudes modaise
σ tensão equivalente de Von Mises, MPa
xx
σ tensões normais na direção x, MPa
yy
σ tensões normais na direção y, MPa
zz
σ tensões normais na direção z, MPa
xy
τ
tensão de cisalhamento, MPaxy
τ tensão de cisalhamento, MPa
yz
τ tensão de cisalhamento, MPa
{ }
υ vetor deslocamento{ }
υ& vetor velocidade{ }
υ&& vetor aceleraçãoω freqüência de vibração aplicada, rad/s
i
ω i-ésima freqüência natural do sistema
i
ξ razão de amortecimento para o i-ésimo autovetor
CAPÍTULO 5
A amplitude, mm
Ed eficiência de derriça, %
Ed-ce eficiência de derriça para o graus de maturação cereja
Ed-l eficiência de derriça na direção de vibração longitudinal
Ed-pa eficiência de derriça para o grau de maturação passa
Ed-t eficiência de derriça na direções de vibração transversal
Ed-vo eficiência de derriça para o grau de maturação verdoengo
Ed-1f eficiência de derriça para um fruto por pedúnculo
Ed-2f eficiência de derriça para dois frutos por pedúnculo
RESUMO
SANTOS, Fábio Lúcio, D.Sc., Universidade Federal de Viçosa, janeiro de 2008. Simulação e avaliação do comportamento dinâmico de frutos do cafeeiro na derriça. Orientador: Daniel Marçal de Queiroz. Co-orientadores: Francisco de Assis de Carvalho Pinto, Nerilson Terra Santos e Ricardo Capúcio de Resende.
A colheita pode ser considerada uma das operações mais importantes nos
sistemas de produção de café devido ao seu elevado custo e ao impacto que tem na
qualidade do produto. Para reduzir os custos de produção, tem-se buscado formas de
mecanizar essa operação. As máquinas de colheita de café geralmente derriçam os
frutos por meio de vibrações mecânicas e impacto. Portanto, o estudo do
comportamento dinâmico dos sistemas fruto-pedúnculo dos frutos do cafeeiro é
fundamental para o desenvolvimento de máquinas adequadas a este tipo de prática. Este
trabalho foi desenvolvido com o objetivo de estudar o comportamento dinâmico de
sistemas fruto-pedúnculo do cafeeiro. Para tal foi empregado um modelo tridimensional
em elementos finitos baseado na teoria da elasticidade linear. Todos os programas
computacionais desenvolvidos foram implementados em linguagem FORTRAN 90. A
primeira parte do trabalho baseou-se no desenvolvimento e implementação do modelo
de elementos finitos. As características geométricas, físicas e inerciais do sistema foram
determinadas experimentalmente para a variedade Catuaí Vermelho e Mundo Novo
considerando diferentes graus de maturação. Um programa computacional foi
desenvolvido para a determinação das freqüências naturais e modos de vibração dos
sistemas fruto-pedúnculo para ambas as variedades estudadas e para os diferentes graus
de maturação considerados. Adicionalmente, foi realizado um estudo das tensões
geradas no sistema fruto-pedúnculo durante o processo de vibração. Para o estudo do
comportamento dinâmico do sistema, durante o procedimento de colheita, foram
determinadas as tensões equivalentes de von Mises. Ambos os modelos propostos foram
validados com base em metodologias específicas para cada caso. Na segunda parte do
trabalho foram realizados testes experimentais em uma máquina vibradora
derriça dos frutos do cafeeiro. Os fatores avaliados foram: a freqüência (13,33 a 26,67
Hz), amplitude (7,5 a 15,0 mm), direção de vibração (transversal ou longitudinal), grau
de maturação dos frutos (verde, verdoengo, cereja e passa), número de frutos por
pedúnculo (um e dois frutos) e comprimento dos ramos plagiotrópicos (5, 10 e 15 cm).
Foram executados dois experimentos para as variedades Catuaí Vermelho e Mundo
Novo: o primeiro com o objetivo de avaliar o efeito dos fatores de forma pontual (um e
dois frutos por pedúnculo) durante o processo de vibração sob a eficiência de derriça; o
segundo com o objetivo de avaliar a eficiência de derriça para os ramos com frutos
cereja sob o efeito de diferentes freqüências e amplitudes de vibração. A partir da
análise das características modais usando elementos finitos concluiu-se que, para a
variedade Catuaí Vermelho as três primeiras freqüências naturais obtidas foram de
23,21; 57,66 e 295,69 Hz para frutos verdes, de 21,81; 53,58 e 275,81 Hz para frutos
verdoengos e de 19,86; 50,37 e 254,18 Hz para frutos cerejas. Para a variedade Mundo
Novo as freqüências naturais obtidas foram de 23,17; 59,87 e 300,59 Hz para frutos
verdes, de 23,62; 55,63 e 292,79 Hz para frutos verdoengos e de 20,56; 49,57 e 257,44
Hz para frutos cerejas. A partir da análise de tensões foram determinados 23,75 e 13,36
MPa de tensão máxima na união entre o fruto e o pedúnculo para a variedade Catuaí
Vermelho e 34,67 e 19,50 MPa para a variedade Mundo Novo nos graus de maturação
verde e cereja, respectivamente, considerando uma freqüência de vibração de 26,67 Hz
e uma amplitude de 15,0 mm. A partir dos resultados experimentais, verificou-se que a
eficiência de derriça de frutos do cafeeiro está diretamente relacionada aos fatores
freqüência e amplitude de vibração. A freqüência de 26,67 Hz apresentou uma melhor
eficiência de derriça para todos os graus de maturação e variedades. As freqüências
entre 23,33 e 26,67 Hz e amplitudes variando entre 12,5 e 15,0 mm tenderam a
ABSTRACT
SANTOS, Fábio Lúcio, D.Sc., Universidade Federal de Viçosa, January, 2008. Simulation and evaluation of the dynamic behavior of the coffee fruits during harvesting. Advisor: Daniel Marçal de Queiroz. Co-Advisers: Francisco de Assis de Carvalho Pinto, Nerilson Terra Santos and Ricardo Capúcio de Resende.
Harvesting procedure can be considered one of the most important operations
in coffee production systems due the high cost and impact on quality of the product. To
reduce production costs, the producers have looked for ways to mechanize this
operation. Coffee harvesting machines, generally, uses mechanical vibrations and
impact to detach the fruits from the plants. Therefore, the dynamic behavior study of the
coffee fruit-stem systems is fundamental to design adequate harvesting machines for
this specific task. The objective of this work was to study the dynamic behavior of the
coffee fruit-stem systems. It was used a three-dimensional finite element numerical
model base on linear elasticity theory. All computational programs were developed in
FORTRAN 90 programming language. The first part of this work was based on
developing and implementation of the finite element model. Geometric, physical and
inertial characteristics were experimental determined for Catuaí Vermelho e Mundo
Novo varieties considering different ripeness stages. A computational program was
developed to determine the coffee fruit-stem natural frequencies and mode shapes for
both varieties and ripeness stages in this work. Another computer program was
developed to calculate the stresses generated in coffee fruit-stem system during the
vibration process. Equivalent von Mises stresses were determine to study the dynamic
behavior of the system during harvesting procedure. Both proposed models were
validated according specific methodologies developed for each case. In the second part
of this work, experimental tests were carried out using an electromagnetic shaker, to
determine the effect of several factors in coffee harvesting efficiency. The evaluated
factors were: frequency (13.33 to 26.67 Hz), amplitude (7.5 to 15.0 mm), direction of
vibration (transversal and longitudinal), ripeness stage (green, half-ripe, ripe, over
cm). Two experiments were performed for Catuaí Vermelho and Mundo Novo varieties:
the main goal of the first experiment was to evaluate the localized effect (one and two
fruits per stem) of the factors related to harvesting efficiency during the vibration
process; the goal of the second experiment was to evaluate the frequency and amplitude
effect in harvesting efficiency in branches with ripe fruits. From the modal analysis
using finite element technique for Catuaí Vermelho variety, the first three natural
frequencies were 23.21, 57.66 and 295.69 Hz for green fruits; 21.81, 53.58 e 275.81 Hz
for half-ripe fruits and 19.86, 50.37 e 254.18 Hz for ripe fruits. Natural frequencies
determined for Mundo Novo variety were 23.17, 59.87 and 300.59 Hz for green fruits;
23.62, 55.63 and 292.79 Hz for half-ripe fruits and 20.56, 49.57 and 257.44 Hz for ripe
fruits. From the stress analysis performed using the finite element technique, the stresses
in the region of union between the fruit and stem determined were 23.75 and 13.36 MPa
for Catuaí Vermelho and 34.67 e 19.50 MPa for Mundo Novo variety for green and ripe
fruits, respectively, these results were obtained using a frequency of vibration of 26.67
Hz and amplitude of 15.0 mm. From the experimental work, it was obtained that the
frequency of 26.67 Hz presented the highest harvesting efficiency for both studied
varieties and for all ripeness stages. Frequencies in the range of the 23.33 to 26.67 Hz
and amplitudes in the ranges of 12.5 to 15.0 mm presented highest harvesting efficiency
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO
1.1. INTRODUÇÃO
O Brasil é o maior produtor mundial de café, sendo que o estado de Minas
Gerais possui posição de destaque no cenário nacional, com cerca de 42% do total de
café produzido no país (MATIELLO et. al., 2002). Contudo, um dos principais
problemas enfrentados pela cafeicultura brasileira é o aspecto qualitativo do café. O
café é um produto cujo preço de mercado está associado a parâmetros de qualidade,
variando de forma significativa em função de sua qualidade, a qual pode estar
relacionada aos tratos culturais, a colheita, ao pré-processamento e ao beneficiamento
empregado no seu ciclo de produção. Segundo FILGUEIRAS (2001), as perdas
financeiras relacionadas à qualidade podem variar de 10 a 20% quanto ao aspecto do
produto, 40% em função da bebida e até 60% para café de mau aspecto e apresentando
bebida ruim.
Dentre as operações realizadas durante o ciclo de produção do café, a colheita
se destaca como uma das mais complexas em virtude de fatores como a arquitetura da
planta e a desuniformidade de maturação dos frutos. A colheita do café pode ser descrita
em três etapas: a primeira etapa refere-se a derriça ou catação, a segunda é composta
pela varrição e pelo recolhimento e a terceira, a abanação dos frutos. Durante a fase de
derriça, a árvore pode ser colhida de uma única vez ou de forma seletiva, em que
somente os frutos maduros são colhidos (SOUZA, 2004).
Segundo CORTEZ (2001), a colheita pode ser considerada a operação mais
onerosa relacionada à produção do café, devido ao fato desta exigir um grande
contingente de mão-de-obra e, também, por estar relacionada ao índice de qualidade
elevado exigido para a comercialização do produto.
Segundo SILVA (2001), a colheita mecanizada pode ser considerada como um
importante fator na redução de custos de produção do café, uma vez que a redução dos
custos é diretamente proporcional ao nível de mecanização empregado na execução das
operações. Além disso, com relação à qualidade final do café, estudos realizados por
CARVALHO JUNIOR et al. (2003) indicaram não existir diferenças significativas entre
trabalho avaliadas diferentes variações do sistema de colheita, dentre as quais pode-se
destacar a manual, semi-mecanizada e mecanizada.
A derriça total dos frutos presentes na planta pode proporcionar perda de
qualidade da bebida do café, caso não sejam tomadas providências no sentido de isolar
os frutos em cada estádio de maturação e de eliminar as impurezas de colheita, seja na
fase relativa à pós-colheita ou mesmo durante a fase de beneficiamento do produto
(CORTEZ, 2001).
A colheita mecanizada dos frutos do cafeeiro tem sido realizada por meio de
vibrações mecânicas. A partir da associação de fatores como freqüência e amplitude de
vibração, pode-se transferir energia vibracional suficiente para o desprendimento dos
frutos. Desta forma, a partir do conhecimento das propriedades modais do sistema
fruto-pedúnculo, pode-se empregar níveis de freqüência e amplitude adequados para a
realização da colheita seletiva dos frutos.
No entanto, vários fatores podem influenciar o sucesso do processo de
mecanização e o desenvolvimento de máquinas para colheita seletiva do café, por meio
de vibrações mecânicas. Dentre estes fatores, destaca-se a grande variabilidade existente
entre as variedades, a qual pode ser representada pela estrutura, forma e tamanho das
plantas (SRIVASTAVA et al., 1996). Devido a esse grande número de fatores e à
complexidade do problema, torna-se importante o uso de técnicas de modelagem
matemática para que uma análise mais detalhada de sistemas de colheita possa ser
realizada.
O processo de modelagem matemática consiste da utilização de ferramentas
matemáticas, as quais possibilitam a compreensão do comportamento e da dinâmica de
determinados sistemas físicos. Assim, a modelagem matemática e a simulação da
dinâmica de um sistema tornam-se ferramentas essenciais para a geração de cenários os
quais se pretende estudar (SOUZA, 2004). Desta forma, a técnica numérica de
elementos finitos surge como uma versátil ferramenta para a solução de modelos
matemáticos de sistemas físicos, possibilitando rápidas análises e simulações de
sistemas com elevado grau de confiabilidade. Segundo HUEBNER et al. (2001), a
modelagem tridimensional em elementos finitos permite a análise e solução de
complexos problemas de engenharia, por possibilitar a utilização de um maior número
de graus de liberdade na representação dos sistemas físicos.
verificar a viabilidade técnica e econômica de um determinado projeto, além de
possibilitar a identificação de problemas antes de sua ocorrência. Portanto, a
modelagem matemática e a simulação sistemas podem ser aplicadas no aprimoramento
e otimização de máquinas empregadas na colheita do café, bem como no estudo do
comportamento dinâmico desses sistemas durante o procedimento de colheita por
vibrações mecânicas.
1.2. OBJETIVOS
Este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de analisar o comportamento
dinâmico do sistema fruto-pedúnculo durante o processo de derriça dos frutos do
cafeeiro, a partir de modelos tridimensionais solucionados a partir do método de
elementos finitos e, também, por meio de ensaios laboratoriais de derriça por vibrações
mecânicas.
Os objetivos específicos deste trabalho foram:
- determinar as propriedades físicas, geométricas e inerciais dos sistemas
fruto-pedúnculo em diferentes estádios de maturação;
- desenvolver modelos tridimensionais fundamentados na teoria da elasticidade
linear, empregando a técnica de elementos finitos para a simulação da derriça e
determinação das propriedades modais do sistema fruto-pedúnculo;
- validar o modelo implementado, comparando os valores experimentais obtidos
com os valores simulados;
- analisar o processo de derriça, com base no modelo implementado, por meio da
distribuição das tensões atuantes no sistema fruto-pedúnculo durante este
procedimento;
- realizar ensaios laboratoriais do procedimento de derriça dos frutos do cafeeiro,
considerando diferentes graus de maturação, freqüências, amplitudes e direções
1.3. JUSTIFICATIVAS
O Brasil é o maior produtor mundial de café e o estado de Minas Gerais possui
significativa contribuição nesta produção. Considerando a importância que o processo
de colheita tem no custo de produção e na qualidade final do café, a relevância deste
trabalho apóia-se na contribuição para a construção de uma base teórica consistente,
sobre o comportamento dinâmico do sistema fruto-pedúnculo dos frutos do cafeeiro.
Uma vez que o estudo e o entendimento desses sistemas, é fundamental para o projeto
de máquinas otimizadas e eficientes, destinadas à colheita do café.
Contudo, o modelo matemático tridimensional desenvolvido e implementado
em elementos finitos, caracteriza uma contribuição para a solução de problemas de
engenharia, os quais envolvam a determinação de características modais (freqüências
naturais e modos de vibração) de um determinado sistema, bem como, a realização de
análises transientes e determinação das tensões atuantes neste sistema.
1.4. DISPOSIÇÃO DO TRABALHO
Este trabalho foi dividido em seis capítulos. Nesta seção é apresentada uma
breve descrição dos tópicos abordados em cada capítulo.
No capítulo 2, é apresentada a formulação teórica em elementos finitos, a qual
se baseia na obtenção das matrizes massa e rigidez para elementos de geometria
tetraédrica que foram empregadas na discretização do domínio do sistema estudado,
constituído pela geometria do sistema fruto-pedúnculo. Também, neste capítulo, é
apresentada uma revisão bibliográfica sobre a geração e as principais características de
malhas empregadas em análises por elementos finitos, a qual pode ser tratada como um
fator fundamental para a convergência numérica do método.
No capítulo 3, é apresentada uma revisão sobre os principais métodos de
determinação e solução de problemas de autovalor. Também é apresentada a
discretização do sistema fruto-pedúnculo e a associação das matrizes local em matrizes
massa e rigidez globais. Estas matrizes permitiram a determinação das freqüências
naturais e dos modos de vibração do sistema, a partir da solução do sistema pelo método
ressaltando os aspectos das características modais do sistema fruto-pedúnculo, bem
como, sua importância para o entendimento e desenvolvimento de sistemas de derriça.
Uma revisão bibliográfica sobre métodos de integração numérica, empregados
na análise transiente de sistemas fruto-pedúnculo é apresentada no capítulo 4. Os
resultados obtidos a partir do método de integração numérica de Newmark permitiram a
determinação das tensões geradas durante o processo de derriça por vibrações
mecânicas, sendo estes resultados importantes para o projeto de máquinas adaptadas a
colheita do café.
No capítulo 5, é apresentada uma metodologia de ensaios de derriça realizados
em laboratório. Neste capítulo, o efeito de fatores como freqüência, amplitude e direção
de vibração foram avaliados, bem como, o efeito do grau de maturação e do
comprimento dos ramos plagiotrópicos sobre a eficiência de derriça dos frutos do
cafeeiro. Os resultados apresentados caracterizaram a importância da associação
adequada de fatores como freqüência e amplitude de vibração na derriça de frutos do
cafeeiro.
Finalmente, no capítulo 6, é apresentada uma visão geral do trabalho, o qual foi
exposto e descrito detalhadamente nos capítulos anteriores, bem como, uma conclusão
geral sobre os resultados obtidos em cada capítulo abordado neste trabalho.
1.5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARVALHO JÚNIOR, C.; BORÉM, F. M.; PEREIRA, R. G. F. A.; SILVA, F. M. Influência de diferentes sistemas de colheita na qualidade do café (Coffea arabica L.).
Revista Ciência e Agrotecnologia, v.27, n. 5, p. 1089-1096, 2003.
CORTEZ, J. G. Efeito de espécies e cultivares e do processamento agrícola e
industrial nas características da bebida no café. Piracicaba, SP: ESALQ. 2001. 71p.
Tese de doutorado.
FILGUEIRAS, W. H. Modelagem da planta de café por elementos finitos para
estudos de colheita por vibração. Viçosa, MG: UFV. 2001. 81p. Dissertação de
Mestrado.
HUEBNER, K. H.; DEWHIRST, D. L.; SMITH, D. E.; BYRON, T. G. The finite
element method for engineers. Fourth edition. New York, EUA. John Wiley & Sons,
MATIELLO, J. B.; SANTINATO, R.; GARCIA, A. W. R.; ALMEIDA, S. R.; FERNANDES, D. R. Cultura de café no Brasil: Novo manual de recomendações. Rio de Janeiro, RJ: MAPA/PROCAFÉ, 2002. 387p.
SILVA, F. M. Colheita do café mecanizada e semi-mecanizada. Lavras, MG: UFLA. 2001. 88p. Boletim de Extensão.
SOUZA, C. M. A. Desenvolvimento e modelagem de sistemas de derriça e de
abanação de frutos do cafeeiro. Viçosa, MG: UFV. 2004. 123p. Tese de Doutorado.
SRIVASTAVA, A. K.; GOERING, C. E.; ROHRBACH, R. P. Engineering principles
of agricultural machines. Michigan: ASAE. 601p., 1996.
CAPÍTULO 2 – SOLUÇÃO POR ELEMENTOS FINITOS
2.1. INTRODUÇÃO
Os fenômenos naturais, de uma forma geral, podem ser descritos
empregando-se equações algébricas ou diferenciais. Segundo REDDY (1993), o estudo de sistemas
físicos envolve duas tarefas principais, a formulação e a análise do modelo matemático
desenvolvido para modelar o sistema ou fenômeno.
A modelagem matemática de sistemas físicos requer a aplicação de leis
fundamentais, as quais auxiliam a determinação das equações, comumente diferenciais,
que regem o comportamento de um sistema. Basicamente, o desenvolvimento de
modelos matemáticos tem como objetivo a descrição do comportamento e do
funcionamento de um sistema.
A solução do modelo matemático permite calcular as características do sistema
ou processo modelado. Contudo, com o advento do computador, simulações numéricas
têm sido cada vez mais utilizadas, o que possibilita o estudo e análise de sistemas mais
complexos. Dentre os vários métodos numéricos existentes, destaca-se o método de
elementos finitos. O método de elementos finitos pode ser definido como uma técnica
de análise numérica empregada na obtenção de soluções aproximadas de equações
diferenciais, ou modelos matemáticos, que regem o comportamento de um sistema
físico (REDDY, 1993; HUEBNER et al., 2001; ZIENKIEWICZ et al., 2005).
A análise por elementos finitos tem sido cada vez mais empregada na solução
de uma série de problemas de engenharia, como problemas de vibrações mecânicas em
estruturas, análise de tensões, transferência de calor, mecânica dos fluidos, entre outras
aplicações (SEGERLIND, 1984; REDDY, 1993; HUEBNER et al., 2001).
YUNG e FRIDLEY (1975) empregaram a técnica de elementos finitos no
estudo da resposta de uma planta, bem como de alguns de seus subsistemas, submetidos
a vibrações livres e forçadas. Os resultados permitiram o estudo dinâmico desse sistema
a partir da determinação de suas freqüências naturais, além de um maior entendimento
desse sistema durante o processo de vibração.
FILGUEIRAS (2001) desenvolveu um modelo para prever a dinâmica de uma
programa computacional ANSYS. Foram determinadas as freqüências naturais e os
modos de vibração da planta, além de alguns de seus subsistemas, como o tronco e os
galhos.
Segundo SOUZA (2004), as técnicas de modelagem matemática e de
simulação têm sido utilizadas no aprimoramento e otimização de máquinas empregadas
na colheita de café, principalmente devido à complexidade apresentada no
desenvolvimento de tal processo. Com a utilização de modelagem matemática e a
simulação de sistemas, é possível reduzir custos em avaliações, verificar a viabilidade
técnica e econômica de um determinado projeto, além de possibilitar a identificação de
problemas em potencial antes da sua ocorrência (WINSTON; 1994).
Este capítulo tem como objetivo apresentar, de uma maneira formal, a base
teórica empregada no desenvolvimento da técnica de elementos finitos. Na próxima
seção, será descrito o funcionamento da técnica, bem como, a formulação para a
obtenção das matrizes massa, rigidez e amortecimento, considerando um modelo
tridimensional baseado na teoria da elasticidade linear. Também serão abordados alguns
aspectos sobre a geração de malhas, a qual compõe uma etapa fundamental para o êxito
da técnica.
2.2. MÉTODO DE ELEMENTOS FINITOS
A análise por elementos finitos pode ser dividida em três fases:
pré-processamento, análise e pós-processamento. Em cada fase existem etapas fundamentais
a serem cumpridas. Na Tabela 2.1 são apresentadas as principais etapas realizadas em
cada fase para o desenvolvimento do método.
Segundo REDDY (1993), o método de elementos finitos permite a solução de
problemas com geometrias complexas e a utilização de diferentes materiais ou
propriedades em um mesmo domínio. Essa característica torna a técnica viável para a
solução de uma grande parcela dos problemas de engenharia. Entretanto, a convergência
do método de elementos finitos depende da discretização do sistema a ser analisado.
Portanto, na fase de pré-processamento, a geração da malha (discretização de um
Tabela 2.1 – Fases e etapas que constituem a técnica de elementos finitos
Fases Descrição Etapas
Discretização do contínuo
Pré-processamento
Definição das características do
modelo e das propriedades dos
materiais que o constituem
Aplicação das propriedades dos
materiais
Determinação das matrizes elemento
Montagem das matrizes globais
Aplicação das condições de contorno Análise Geração e solução das equações
Solução do sistema de equações
Determinação de parâmetros
adicionais importantes ao sistema Pós-processamento
Os resultados são expressos na forma
de gráficos, tabelas, ou na forma de
animações Apresentação dos resultados
2.2.1. Geração de Malhas
A geração de malhas computacionais é um importante passo para a
discretização de sistemas empregados em simulações numéricas e análises de problemas
de engenharia. Segundo CHENG (2006), uma malha pode ser definida como partição ou
discretização de um domínio em elementos poliédricos de simples geometria, sendo
estes quadriláteros e triângulos empregados na geração de malhas bidimensionais e
tetraedros e hexaedros empregados na geração de malhas tridimensionais.
As malhas podem ser divididas em estruturadas e não estruturadas. Malhas
estruturadas são malhas localmente ortogonais, obedecendo a um sistema coordenado
(norte, sul, leste, oeste) e, usualmente, empregam elementos quadrilaterais para malhas
bidimensionais e hexaédricos para malhas tridimensionais. Malhas não estruturadas são
malhas não ortogonais, desta forma, requerem informações sobre a conectividade entre
os elementos. Usualmente, as malhas não estruturadas são constituídas por triângulos na
geração de malhas bidimensionais e tetraedros para malhas tridimensionais
(ZIENKIEWICZ et al., 2005).
Malhas estruturadas possuem limitações quanto à complexidade geométrica do
domínio a ser discretizado. Desta forma, a utilização de malhas não estruturadas é mais
adequada na solução da maioria dos problemas de engenharia, uma vez que este tipo de
malha apresenta poucas restrições com relação à complexidade geométrica dos
acordo com ZIENKIEWICZ et al. (2005), existem vários algoritmos empregados na
geração de malhas não estruturadas, dentre os quais destacam-se a triangulação de
Delaunay e o método da frente de avanço.
Na Figura 2.1 são apresentados os elementos tridimensionais tetraédricos e
hexaédricos. Segundo HUEBNER et al. (2001), o elemento tridimensional mais
simples, empregado na geração de malhas tridimensionais, é o elemento tetraédrico com
quatro nós, os quais referem-se a interseção entre segmentos de retas que compõem os
elementos.
Figura 2.1 – Representação geométrica de elementos tetraédricos e hexaédricos.
Na Figura 2.2 são apresentados os elementos tetraédricos e hexaédricos de
ordem superior, esses elementos são obtidos a partir da adição de nós intermediários.
Esses nós adicionais alteram as funções de interpolação empregadas, as quais serão
compostas por polinômios de interpolação de ordem superior.
Figura 2.2 – Representação geométrica de elementos tetraédricos e hexaédricos de ordem superior.
A utilização de elementos finitos tridimensionais produz considerável melhora
nos resultados obtidos para a modelagem de determinados problemas de engenharia, por
possibilitar a utilização de um maior número de graus de liberdade na representação dos
sistemas físicos (HUEBNER et al., 2001; ZIENKIEWICZ et al., 2005). No entanto, de
acordo com REDDY (1993), a discretização de um sistema ou partes de um sistema
com exatidão. Portanto, em alguns casos, técnicas de refinamento e suavização devem
ser utilizadas para se aumentar a qualidade da malha empregada na análise por
elementos finitos.
Existem várias técnicas que podem ser empregadas para verificação da
qualidade de uma malha (LO, 1985; LO, 1989; EL-HAMALAWI, 2000). Usualmente
estas técnicas se baseiam na razão de aspecto da malha, a qual está associada a
topologia dos elementos.
A qualidade de uma malha pode influenciar a análise por elementos finitos,
uma vez que elementos altamente distorcidos (não regulares) podem afetar a
convergência e a precisão da resposta desta técnica numérica (EL-HAMALAWI, 2000).
Portanto, a utilização de um gerador de malhas eficiente e que gere elementos com boa
razão de aspecto é imprescindível para a eficácia do método. Existem diversos
programas computacionais para a geração de malhas, os quais podem ser comerciais ou
mesmo de domínio público.
Na seção seguinte será apresentada a formulação e o desenvolvimento
matemático para a obtenção das matrizes elemento para a massa, rigidez e
amortecimento de um sistema.
2.2.2. Desenvolvimento das Matrizes Elemento
Nesta seção será apresentada uma formulação teórica para a obtenção das
z
y
x
(x
1, y
1, z
1)
(x
3, y
3, z
3)
(x
4, y
4, z
4)
(x
2, y
2, z
2)
1
2
4
3
Figura 2.3 – Representação geométrica de um elemento tetraédrico genérico.
O elemento tetraédrico, conforme apresentado na Figura 2.3, apresenta três
graus de liberdade para cada um de seus nós. Logo, o campo de deslocamento do
elemento pode ser obtido a partir da interpolação linear entre seus nós. Os
deslocamentos nodais podem ser obtidos por meio da equação (2.1).
1 1 2 2 3 3 4 4 1 1 2 2 3 3 4 4 1 1 2 2 3 3 4 4 ( , , )
( , , )
( , , )
u x y z L u L u L u L u
v x y z L v L v L v L v
w x y z L w L w L w L w
+ + +
= + + +
+ + +
(2.1)
em que,
u, v e w = deslocamentos nodais;
Li = coordenada de área calculada pela equação:
1
( )
6
i i i i i
L a b x c y d z V
= + + + i = 1, 2, 3, 4;
V = volume do elemento tetraédrico, m3;
ai, bi, ci e di = coeficientes que dependem das coordenadas dos nós que compõem o
elemento.
O volume do elemento tetraédrico (V) pode ser calculado com base na equação
equação, uma vez que tais coeficientes, referem-se ao determinante da matriz de
co-fatores associada aos mesmos.
1 1 1
2 2 2
3 3 3
4 4 4
1
1 1
1 6
1
x y z
x y z
V
x y z
x y z
= (2.2)
em que,
xi, yi, e zi = coordenadas do nó i do elemento (e).
A matriz rigidez [K](e), para o elemento tetraédrico pode ser determinada a partir da relação entre a matriz de deslocamentos nodais [B](e) e a matriz material ou matriz módulo [D](e) relativo ao sistema analisado, de acordo com a equação (2.3).
( ) ( ) ( )
[ ]K e =([ ] ) [ ][ ]B e T D B eV (2.3)
em que,
[B](e) = matriz de deslocamentos nodais; [D](e) = matriz material;
V = volume do elemento.
A matriz [B](e), correspondentes aos deslocamentos nodais e as deformações, é dada pela equação (2.4), a qual relaciona a matriz com os operadores diferenciais e a
matriz função de interpolação.
( )
[ ]B e =[ ][ ]L N (2.4)
em que,
0 0 0
[ ] 0 0 0
0 0 0
T
x y z
L
y x z
z x y
∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ = ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ;
[N] = matriz função de interpolação representada por:
1 2 3 4
1 2 3 4
1 2 3 4
0 0 0 0 0 0 0 0
[ ] 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0
L L L L
N L L L L
L L L L
= .
Logo, a matriz [B](e) pode ser escrita na forma diferencial ou em função dos coeficientes ai, bi, ci e di, os quais dependem das coordenadas dos nós que compõem o
elemento tetraédrico, conforme apresentado nas equações (2.5) e (2.6), respectivamente.
3
1 2 4
3
1 2 4
3
1 2 4
( )
3 3
1 1 2 2 4 4
3 3
1 1 2 2 4 4
1 1 2 2
0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0
[ ]
0 0 0 0
0 0 0 0
0 0
e
N
N N N
x x x x
N
N N N
y y y y
N
N N N
z z z z
B
N N
N N N N N N
y x y x y x y x
N N
N N N N N N
z x z x z x z x
N N N N
z y z
∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ = ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂
∂ ∂ ∂ ∂ 0 3 3 0 4 4
N N N N
y z y z y
∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ (2.5)
1 2 3 4
1 2 3 4
1 2 3 4
( )
1 1 2 2 3 3 4 4
1 1 2 2 3 3 4 4
1 1 2 2 3 3 4 4
0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0
1 [ ]
0 0 0 0
6
0 0 0 0
0 0 0 0
e
b b b b
c c c c
d d d d
B
c b c b c b c b
V
d b d b d b d b
d c d c d c d c
= (2.6)
um material homogêneo e isotrópico, a partir das relações existentes entre deformação e
tensão, conforme a equação (2.7).
{ }
σ =[ ]{ }
D ε (2.7)em que,
{ }
σ = vetor de tensões;{ }
ε = vetor de deformações.A equação (2.8) refere-se a matriz módulo, a qual pode ser obtida com base no
módulo de elasticidade e no coeficiente de Poisson do material.
1 0 0 0
1 0 0 0
1 0 0 0
[ ]
0 0 0 (1 2 ) / 2 0 0
(1 )(1 2 )
0 0 0 0 (1 2 ) / 2 0
0 0 0 0 0 (1 2 ) / 2
E D
µ µ µ
µ µ µ
µ µ µ
µ µ µ µ µ − − − = − + − − − (2.8) em que,
E = modulo de elasticidade, N/m2; µ = coeficiente de Poisson.
Ao empregar a matriz material ou matriz módulo [D] para a determinação da
matriz rigidez [K](e), assume-se que as características elásticas do corpo ou sistema são homogêneas e isotrópicas. Características elásticas homogêneas implicam que qualquer
quantidade volumétrica elementar do corpo possui as mesmas propriedades físicas de
qualquer outra parcela volumétrica deste mesmo corpo. Por outro lado, características
elásticas isotrópicas, significam que as propriedades físicas do material são as mesmas
em qualquer direção (HUEBNER et al., 2001).
(ao longo do volume composto pelo elemento) realizada a partir da função de forma [N]
para o elemento tetraédrico específico.
( )
( )
[ ]e e [ ] [ ]T V
M =
∫
ρ N N dV (2.9)em que,
ρ = massa específica do material, kg/m3.
De forma similar a matriz massa [M](e), a matriz amortecimento [C](e) pode ser obtida a partir da equação (2.10).
[ ]
( )[ ] [ ]
( )e
e T
V
C =
∫
c N N dV (2.10)em que,
c = coeficiente de amortecimento, N.s/m.
Para o sistema de coordenadas empregado, pode-se obter a solução exata para
as integrais (2.9) e (2.10) a partir da equação (2.11).
1 2 3 4
! ! ! 6
( 3)
e
V L L L L dV V
α β γ δ α β δ
α β γ δ
=
+ + + +
∫
(2.11)em que,
α, β, γ e δ = expoentes de L1, L2, L3 e L4.
O desenvolvimento exposto acima emprega as coordenadas naturais do sistema
(L1, L2, L3 e L4). Entretanto, para a geração de elementos isoparamétricos, deve-se realizar a transformação de coordenadas naturais para as coordenadas locais (ξ, η, ζ ).
Elementos isoparamétricos empregam funções de interpolação de ordem superior com o
redução do número de elementos empregado na discretização destas geometrias
(SEGERLIND, 1984; HUEBNER et al., 2001; ZIENKIEWICZ et al., 2005).
Desta forma, no procedimento de transformação de coordenadas deve-se
escrever as expressões ∂Ni/∂x, ∂Ni/∂y e ∂Ni/∂z em termos de
ξ
,η
eζ
, por meio da regra da cadeia, conforme as equações (2.12).i i i i
i i i i
i i i i
N N x N y N z
x y z
N N x N y N z
x y z
N N x N y N z
x y z
ξ ξ ξ ξ
η η η η
ζ ζ ζ ζ
∂ =∂ ∂ +∂ ∂ +∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ =∂ ∂ +∂ ∂ +∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ =∂ ∂ +∂ ∂ +∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ (2.12)
As equações (2.12) podem ser escritas na forma matricial, conforme
apresentado na equação (2.13).
i i
i i
i i
N x y z N
x
N x y z N
y
N x y z N
z
ξ ξ ξ ξ
η η η η
ζ ζ ζ
ζ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ = ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ (2.13)
A equação (2.13) relaciona a transformação das coordenadas naturais em
coordenadas locais, a partir da definição de uma matriz Jacobiana [J], a qual tem como
função realizar tal transformação. Na equação (2.14) é apresentada a matriz Jacobiana
[J] definida para a transformação de coordenadas tridimensionais.
[ ]
x y z
x y z
J
x y z
ξ ξ ξ
η η η
ζ ζ ζ
Entretanto, quando se utiliza coordenadas locais, as funções a serem integradas
podem se tornar complexas a ponto de não se obter as soluções exatas. Desta forma, é
necessária a utilização de métodos numéricos para a determinação das matrizes
elementos para a massa [M](e), rigidez [K](e) e amortecimento [C](e) do sistema. Segundo ZIENKIEWICZ et al. (2005), para determinação das matrizes elemento deve-se
empregar o método numérico de integração de Gauss-Legendre.
O método de Gauss-Legendre para a integração numérica pode ser descrito
pela equação (2.15).
1 1 1
1 1 1 '( , , ) ( , , )
'( , , ) ( , , ) NG NG NG
i j k i j k i j k i j k
f J d d d
W W W f J
ξ η ζ ξ η ζ ξ η ζ
ξ η ζ ξ η ζ
− − − ≅
∫ ∫ ∫
∑∑∑
(2.15)em que,
'( , , )
f ξ η ζ = função transformada – coordenadas locais;
( , , )
J ξ η ζ = determinante da matriz Jacobiana;
Wi, Wj e Wk = peso de Gauss;
i
ξ , ηj e ζk = pontos de integração de Gauss;
NG = número de pontos de Gauss em cada direção.
Assim, a partir da transformação de coordenadas, pode-se obter as matrizes
elemento numericamente com base no método de integração de Gauss-Legendre.
Deve-se ressaltar que a convergência do método de elementos finitos está associada à precisão
da integração numérica empregada para o desenvolvimento das matrizes elemento
(REDDY, 1993; BATHE, 1996; HUEBNER et al., 2001; ZIENKIEWICZ et al., 2005).
A partir das matrizes elemento pode-se realizar a montagem das matrizes
globais massa, rigidez e amortecimento. A montagem das matrizes globais considera a
conectividade existente entre os elementos constituintes da malha e deve ser realizada
por meio de programas computacionais, uma vez que envolve centenas de elementos
(HUEBNER et al., 2001).
Após a montagem das matrizes globais, deve-se proceder à imposição das