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Contabilização da inflação na empresa brasileira da Lei 6.404 a instrução 64 da CVM

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(1)

,

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ESCOLR DE RDMINISTRRÇRO

DE EMPRESRS

DE SRO PRULO

DR

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,

FUNDRÇRO GETULIO VRRGRS

,

RNTONIO, QUINTR (UNHR

~ ~

CONTRBILIZRÇRO

DR INFLRÇRO NR EMPRESR BRRSILEIRR

,

'"

ORLEI

6.404 'R INSTRUÇRO 64 DR CUH

Dissertaçio

~presentada

ao

(urso

de

P~s-Graduaç~o

da

ERESP/FGU

1

como

reQui-sito

para a

obtenção do tftulo

de

Mes

-tre em Rdministração.

, J

.-Rrea de Concentraçao:

Contabilidade

l

Finanças e Controle.

.,

ORIENTRDOR:

Professor

Doutor Joao Carlos

Hopp

S~o Paulo

FEU/1989

EAESP - FGV

SECRFTARIA ESCOLA~ DOS CPG . .~ Fundação Getulio Varg~s

Esco&a de A,dminisnç&O FG V de Empresas de SAo paulo

Biblioteca

\\\\\\\\\\\\\\\l\\\\"'"

I

(2)

iib51- ~

~~C~l.18,kZ. : 33'-V:

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Uy

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19)

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(3)

~ ~

CONTRBILIZRCRO

DR INFLRÇRO NR EMPRESR BRRSILEIRR

,

~

DR

LEI

6404 R INSTRUÇRO

64

DR eVM

Banca Examinadora:

Prof. Orientador

Or. Joao Carlos

Hopp

Prof. Jean JacQues

Salim

(4)

CUNHJ:I, J:ln~ónio Quinta. Con~abilização da inflação na empresa

brasileira - Da lei 6404 ~ lnstruç'o 64 da CVM. 5~0 Paulo.

---E~E5P IFGV . FEV, 1989.

Curso de Pós-Graduaçao con~abilidade, finanças

(Disserta~ao de Mestrado apresentada da E~E5PJFGV na área de concentração e Controle).

ao de

Resumo:

Começa-se por enfocar a Contabilidade apenas como modelo de

medição, isolada da sua sobredeterminaçao pelos modelos de

decisão de seus usuários. ~nalisam-se os seus pilares lógicos (princ[pios fundamentais), como instrumentos de Qircunscriçio do seu universo particular de observação. Derivam-se os sistemas cont~beis como ordenamentos alternativos de interpretaçio da realidade micro-econ5mica ...~companha-se a espiral de sua evolucio dialeticamente levando

à

reformulaç:ão do própri~-modelo, que' se alarga ao· incorporar a infli~io no ~mbito do seJ objeto de

avaliação. Para a detecç:ãó e evidência dos efeitos

inflacionirios, discutem-se os sistemas cont'beis corrigidos, lambem vistos como t~cnica viabilizadora da necessária constSncia na unidade de medida, perdi~a quando se antagonizam as duas funções da moeda, como padrão de aferição e como mercadoria de troca. Questiona-se o significado e adeqüacidade generalizadora

dos (ndices de. refer~ncia complementar monet6ria, que se

constituem no elo mais vulneravelmente viciador de toda a

restante consistência lógica daqueles sistemas, por mais

sofisticados que sejam.

Da panor~mica tedric~ avança-se para aplicaç5es pr'ticas, tipificadas pelas duas v~rs5es locais de sistemas corrigidos de

custos his~óricos. Detalha-se criticamente a sistemática de

~orrecao monetária implementada a partir da lei 6.404 que ainda

hoje regulamenta a contabilidade financeira e fiscal da

generalidade das empresas que operam no Brasil. Mostram-se os seus limites, procurando desfazerem-se diversos equívocos que a envolvem e as deturpações conceitual-contábeis que ela gera. Em especial, enfatiza-se a diferenca entre resultado da correçio monetária do balanço e resultado inflacionirio, contestando-se o absurdo diferimento da realizacão deste.

Finalmente, aborda-se a p~oposta de ·correção integral- da Comissão de Valores Mobiliários (instrução 64), ainda sem vínculo

tributário e apenas normativa para as companhias de capital aberto. Nela se assinalam a supera~ão das falhas técnicas da

sistemática anterior e sobretudo o crescente primado da

disciplina científica contábil sobre o casuísmo fiscal, que ela

pode vir a ensejar. O que ~ perspectivado como etapa de

transpar~ncia e autonomização descentralizadora, vital

à

(5)

Palavras-Chave

[amo sugest~o para eventual indexa~~o tem'tica: Modelo de

Medicão; Principios [ont~beis; Sistemas Contábeis; lnfla~ãoi Corr~cão

,

Monetária; Sistemas de Custo Histórico Corrigido.

~breviaturas

PGG~ = Princfpios de Contabilidade Geralmente aceitos ou Funda -mentais

CVM = Comiss~o de Valores Imobiliários

SBCM = Sistema Brasileiro de Correcão Monetária (Lei 6404)

ICUM = Instruçl; da CUM I

SBCI = Sistema Brasileiro de [orre~ão Integral (ICVM/64) CMB = Correção Monetária do Balanço

SCHC

=

Sistemas de Custo Histdrico Corrigido SCCC = Sistemas de Custo Corrente Corrigido

OCR)TN= ~brigação (Reajustável) do Tesouro Nacional I{N)PC= lndice (nacional) de Preços ao Consumidor (N)CZt= Cruzados (Novos)

(6)

Endereço

A todos em quem vi

o prazer de aprender.

Rgradecimentos

Pelos motivos mais diversos esta monografia deve

alguma coisa a:

Isabel, Rita, J a i l i eP ie t r a

Professores, Dr. Jo~o Carlos Hopp, Jean~Jac4ues

Salim e Sebastião Ferreira Santos

Empresas Coopers

&

Lybrand, Rutel Telecomunica- ., ~ões e lndelsul

Tânia e Renato

(7)

,

INDICE

,

..•

CRPITULO I - INTRODUÇRO

'1 • 1 Inflaçao01

1 . 1 . 1 lnflaç~o e Cotidiano .

1 .1 .2 Inflaç~o e Conhecimento ...•...

1 .1 .3 Contabilidade Inflacionária? ....

,

,

CRPITULO 11 - MODELOS E SISTEMRS CONTRBEIS

2.1 2.2 2.3 2.4 2.5 ti lntroduçao

Medição e Modelo .

En ti d ade Con t {nu a .

Patrimônio Cont~bil .

Resultado Cont~bit

2.6 Dependência Lógica entre Patrimônio e

2.7 2.8 2.9 2.10 2.1 '1 2.12 2.13 2.14 2.15 2 2 3 6 6 7 8 9 ResuLtado... 11

Sistemas de Custos Hist6ricos .

Consistência .

Conf ronto .

Sistema de Custo por Rbsorção .

Sistemas de Custos Vari~veis (Direct

CostinQ)

Realizaçâo

Sistema de Custo Corrente .

Denominador Comum Monetário

Sistemas de Custo Corrigido

(8)

2.16

2. '17

2. '18 2.19

;

Itens monetários: indexados

comerci-almente e de variaç~o espec{fica ...

Comparativo de Sistemas Histórico I

,

Paq.

30

Corrente versus Corrigidos... 32

,

1nd ic e s de P rec os .

Conclusão .- .

.

,

[~PITULO 111 - ~ SISTEM~TI[~ LEG~L BR~SILEIR~ DE

3.1

3.2

..

,

[ORREÇ~O MDNET~RI~ DO B~L~NÇO

Breve Perspectiva histórica .

3. 1 . 1

3.1 .2

3.1.3

3.1 .4

Principais marcos no paradiqma

37

43

45

norte-americano ... :... ... 45

~ evoluçao leqal no Brasil até

~ Lei 6404 .

1977 47

50

o

Decreto Lei 1598 .

CrIticas ~. atual sistem~tica .

3.2.1

3.2.2

3.2.3

,

lndice questionável

Técnica Simplifitada- .

53

54

54

59

3.2.2.1 Resultado lnfLacion'rio.~ 60

3.2.2.2 Resultado desinflacionado 62

3.2.2.3 Resultado da Correção

Mo-netária do Balanço... 64

Não correção dos estoques e do

re-sultado do exercrcio 65

(9)

3.3

3.2.4

3.2.5

3.2.6

Concejto LeqaL de hresuLtado infLa

cionário " '... 72

3.2.4.1 Conceito Teórico... 73

3.2.4.2 Conceito Técnico... 74

InterDretacio., Oeturpadora . . 79

Comunica~io FaLha

82

Conclusão . 91

,

,

CAPITULO

IV - A SISTEMATICA

BRASILEIRA

DE

CORRE-4.1

~

ÇAO INTEGRAL

Leitura Comentada ; . 93

4.2 Sistema Completo de Custos

Histó-ricos corriqidos... 93

4.2.1

4.2.2

4.2.3

RecLassificaç~o do' resultado

~a correç~o monet~ria do

ba-lanço... 94

Resultados diferentes entre

~s sistem~ticas leqal e

inte-..

qraL de correç:ao... 98

4.2.2.1 Pré-classificação

alarqada... 98

4.2.2.2 Diferenças tempor~rias e

imposto de renda

di-ferido... 103

lnterdepend~ncia entre o

prin-crpio da compet~ncia e o do

denominador comum monet:rio... 113

(10)

4.2.4

Soluça0 inteqrada - Mais uma

peça (ou jOQo) de

demonstra-..• t ' b .

çoes con a eis .

4.2.5 Concessões

à

Exeqüibilidade

4.2.5.1 Dilatação demasiada do

114

116

4.2.5.2

Taxa Inflacionária para

conceito de valor presente 116

descontos

futuros-crité-r io que st io n

á

vél

-4.2.5.3

OTN

como

indexador-soLu-çáo em aberto

118

118

4.2.6

Exemplo Global da

SBCI...

119

4.3 Primado do contábil sobre o fiscal .

, ~ ~

CAPITULO

V - CONCLUSOES

E SUGESTOES ...

131

137

BiblioQrafia 139

(11)

TUDO VRLE R PENR,

I

SE R RLMR NRO E PEQUENR

Fernando Pessoa

(12)

,

CAPITULO I

..•

INTRODUÇRO

(13)

1.1.1. Inflação e Cotidiano

Se buscassemos# unanimidades nacionais, provavelmente eleger-se-ia, de há longa data, a inflação como a mais expl{cita forma

de fatalidade para o cotidiano brasileiro. De parceria com a

criminalidade, nos "tops" das sondagens de oplnlao,

.

."

ela aparece caracterizada como marginal vilã contra o bem-estar

geral, te9it im an d o a ainb i

ê

n cia d o-v a Le tu d o (o r to o u h e te ro d oxo ) na guerra santa em seu nome feita.

~ ilusão monetária do valor, a confusão dos referenciais de

troca, enfim a turbulência Que ela provoca vem permitindo

violentos choques de barganha e reacomodação economlca,A • talvez

dificiLmente toleráveis pela coletividade,nao fosse a névoa cúm

-plice da inflaç;o.Nisto,a inflaç.o assemelha-se ~ função da

polí-tica,na acepção de Clausewitz,como sucedânea da guerra por outros

meios. ~o turvar-se a defecfio dos agentes que com ela ganham, ou

no mlnlmoI nela apostam, a sua realimentação aparece

contraditoriamente como de autoria anonlmaA • e geral.

O

Que, aliás,

acaba perversamente acontecendo quando incorporamos aos nossos

hábitos mecanismos de defesa contra ela e nos tornamos assim

transmissores do seu Vlrus~ mais epidêmico, ainda que nao'" causador: a indexação.

1.1.2. lnflaç:io e Conhecimento

Um dia nao haver~ mais inflação, ou porque extirpadas as

(14)

..

pressoes entre os preços relativos, por avallaçoes li mais

cientificas ou informadas sobre os termos de troca,- ou

aperfeiçoamentos no padrão monetário. Por algum destes motivos,

por todos eles juntos ou ainda por outros, um dia nao haverá mais

inflação. Porque, como ocorre com qualquer doença do corpo,

ffsico-som~1ico ou social, se terá generalizado o conhecimento

I

j

das suas regras de jogo, neste caso muito em especial Ja que• I uma delas

é

exatamente o viés que a inflação gera sobre a realidade

A •

economlca.

Nesse dia, parte do saber acumulado sobre como medir e

sobreviver

,

a inflação será superado por desnecessário. Outra

,

parte porem remanescera. Ro forçar ao limite as premissas sobre

I

I

as quais assentavam a contabilidade e o planejamento financeiro

previstos para situação de estabilidade na unidade monetária, a

inflação terá certamente contribuído para rupturas nos pontos

menos versáteis do nosso pensamento e para a implementação de

soluçoes mais estruturais, profundas e abrangentes, cuja validade

a ultrapassar;o no tempo.

I

1~.3.

Contabilidade Inflacionaria?

Nio efetuaremos neste trabalho a discussão das c au s as da

inflação brasileira. Rdmitiremos apenas Que o Vles I provocado pela inflaç:ão na leitura do economico,. possa ser uma delas.

Neste sentido, questionaremos o Vles

.

,

produzido pela

Contabilidade (Cap. li) e mais especificamente pelas sistemáticas

de correç;o monet~ria (Cap.lll) e de correç~o integral

como agentes de propagaç:io inflacion~ria.

(Cap.IV),

(15)

Recordando que j~ por diversas vezes o governo suspendeu

estas sistemáticas cont~beis de correção (no Plano Cruzado I de

1986 e Plano Verao de 1989) a pretexto de estancar a inércia da

exponencial inflacionária, procuraremos provar Quao

..

errada e

inadmissível ~ essa medida, sendo precisamente nessas alturas que

as empresas mais deveria preservar esses controles,deles nao

,..

oi

abrindo mao.

Se a contabilidade nao

é

um neutro instrumento técnico, ela

tamb~m pode tornar-se peca ~til no combate ~ inflaçio, para tanto

devendo melhorar-se a conformidade aos seus prlnClplOS.r

fundamentais, continuamente questionados para que se diminua o

-gap· Que a distanci~ da mais acurada mediç~o do seu objeto real.

4

(16)

,

CRPITUlO

li

,

(17)

2.1. Ln

t

ro.duçâc

R funç'o fundamental da contabilidade ( ... ) ~ prover os

usuários dos demonstrativos financeiros com informaçao ~til

para

a tomada de decisaes econ&micas ... 1(1)

~proveitamos esta citação para delimitar o nosso escopo. Neste

capítulo, nao

••

iremos abordar os objetivos últimos da

contabilidade, no contexto dos modelos de decisão.

limitar-nos-emos .•.a sua função mais elementar, como modelo de mediç~o, discutindo dois dos problemas Que mais especificamente se colocam

ao modelo contábil:

a) a necessidade de se avaliar em parâmetros discretos um ob

-jeto co n

t

Lnu or

bl a necessidade da sua expressio em unidades não constantes.

2.2. Medição e Modelo

Medir

é

quantificar a avaliação da qualidade. Tudo

quanto

é

mensurável possue uma ou mais qualidades. Quanto mais

for desagregar e isolar no objeto-real uma de su as

qualidades (ou um dos atributos de cada uma dessas qualidades>

para medição, mais subjetivo e inexato será o resultado.

(1) Rmerican Institute of Certified Public

·Objetives of financial statementsl Outubro, 1973.

r:tccountants.

(18)

gradual definiçâo do objeto-real produzida pelo

questionamento intrrnseco ao seu prdprio processo de l. OI

a'la laça0.

N~o obstante o objeto assim delineado tender a aproximar-se

da-quilo que nos parece ser a realidade, 0;0 deixa de ser um seu

suced;neo, um seu modelo, reconstrufdo com maior ou menor grau de

a r ti fic i a li d ade.

2.3. Entidade Contínua

Tomamos como paradigma do objeto-real uma entidade, indivíduo

ou empresa, vocacionada

,

a sequência contínua de transações

A •

economlcas. ~o faz~~lo, estamos introduzindo o postulado inicial

do processo de mediçSo cont~bil (1).

o

agente econ&micó~ aquele que tem o poder de dispor sobre a utilizaç~o dos recursds materiais, o qual pode ser juridicamente

definido ou nao.

.•

Por exemplo, a entidade tanto pode ser a

empresa, como um de seus departamentos.

~s transaçoes econômicas têm como característica deixar ao seu

final um resfduo (positivo, negativo ou nulo>, o qual materializa

..

a vocaçao da entidade como criadora de alguma utilidade para a

coletividade.

~ entidade cont'bil ~ assim um objeto contfnuo, composto de

simultâneas transaçóes em estágios de evolução diversos, a cada

(1) Usualmente apresentado de forma desdobrada, da entidade e da continuidade.

corno postulados

(19)

-momento. (omo não se admite que a entidade seja eterna (mas t~o

somente de duração indeterminada), o resultado discreto do seu

potencial reprodutor s& poderia ser conhecido com exatid;o ao

término da mesma. Isto

é,

quando se negar a sua força

.

,

.

slnerglca,

a essência da entidade em contabilização,e se apurar o patrimônio

residual pela mera soma de suas partes.

2.4. Patrimônio Contábil

o

patrim6nio

i

o

conceito que no modelo cont~bil expressa quantitativamente o conceito de entidade definido sobre o objeto

I'eal.

R

sua sinergia obriga-nos a consider'-lo pelo seu todo,

nele incluindo elementos como o n{vel organizacional de suas

atividades ou a criatividade e experiência de 'sua equipe

profissional, capazes de imprimir trajetórias diversas

à

empresa,

por m~ltiplas combinaç~es dos elementos patrimoniais f{sicos.Mais

do que estes ou do Que as condis:ôes externas, saooi aqueles elementos que tendem a determinar o futuro p~óximo da entidade.

Como conseq~~ncia. a quantificaç\o patri~onial dever~ ser uma

·soma sinérgica·, ou a soma aritmética dos seus elementos

físicos ponderada pela I'ela~ão para com o seu total sinérgico.

R

ci~ncia financeira Ja muito I tacteou neste sentido. Mas apenas

d Li 01 ,

lentamente os sistemas e ava laça0 al desenvolvidos v~m sendo

absol'vidos pelo modelo contábil, pl'eso a conservador formalismo,

pela simplicidade elementar a que obriga o seu uso generalizado,

(20)

Não chegaremos portanto a abordar neste trabalho talvez o maior dos desafios colocados ao modelo contábil: o de avaliar

pelo presente um potencial futuro, mGltiplo em seus

desdobramentos. Mas mesmo sem adentrar em seus aspectos

previsionais, resta-nos outro grande repto (aquele~ associado): a cont~bil de se avali~r "em parametros discretos a

continuidade da entidade, para a sua m~diç~o peri6dica.

2.5.

Resultado Cont'bil

~dmitamo5 assim que o patrimônio-entidade evolua através de

alteraçoes justapostas a que chamamos de resultados "(lucro ou

.

,

)

pre}U1ZO . Basta-nos por ora a sua definição" como mera diferença

aritmética entre os patrimônios da mesma entidade, avaliados em

dois momento distintos.

Chamemos de valor cont~bil a quantificaç~o do poder de troca

( 1 ) , definido no confronto entre mercadorias, e decomponhamos os

momentos da sua evolução num ciclo transacional.

---(1) Sterling salienta que o atributo visado pelo modelo cont~bil ~ o poder de troca, ·command over goods·, admitindo que s~ ele garante utilidade informativa ou interpretacional relevante para qualquer modelo de decisão. ·E~nos impossivel fornecer as medidas

para todos os atributos que todos investidores pensem ser

relevantes, ate porque tais atributos poder~o ser de nenhuma serventia para a decisão, não obstante o tomador da decisao os usar e considerar relevantes. Por isso a relev~ncia do atributo deve ser definida por relaç~o aos modelos de decisSo e n~o aos

agentes da decisão·.

Sterling, Roberl R. 8Relevanl financial reporling in an age of price changes·. The journal of accounlancy. Fev/1985.

(21)

aURDRO 2.1

---Dinheiro~ Mercadorias + variações da unidade monetária +

Variações espec{ficas de preços + varia~ão pela sinergia (margem de Lucro) - Dinheiro

acrescentada

---Nas trocas (apontadas por setas) mais que um confronto existe

uma equa~izaç~o de valor entre a empresa e o mercado, como que

checagem externa confirmando a progressao~ interna do valor (denotada por ft •• ). Daí a escolha inicial dos dois momentos de

troca como marcos patrimoniais para a avaliação do resultado.

Desconsideremos por ora as variações da unidade monetária (1)

para nos determos apenas nas variações espec{ficas de preços. Por

dedução lógica da premissa de flutuação nos precos, se

adquirirm~s o {tem ~ por $ 100, vendendo-o como B por -$ 150,

precisaremos comparar o valor assim gerado, novamente com outro

{tem A, para validar alguma conclus~o sobre o resultado. Tal como

um pedestre poderá nada avançar ao subir uma escada rolando em

movimento inverso ao seu, também o novo preço do

f

tem R poderia

ter chegado entretanto a $ 150, zerando o resíduo da transaç'o.

o

reconhecimento de que as mercadorias sofrem correntemente alteraç~es de val~r relativamente as outras mercadorias,· leva-nos

a inverter o esquema idealizado para a reproduçlo do capital. Em

vez de dinheiro-capital-dinheiro, deveremos adotar a sequência

capital-dinheiro-capital. Ao quadro 2.1, acrescentamos pois outro

momento, ~ da reposiçlo da mercadoria inicial.

---(1) Para tanto, imaginemos uma situação onde mercadorias flutuassem para cima e para baixo, de

todo o momento

Os

movimentos contrários entre si qualquer variaç~o no nível geral de preços.

os preços das tal forma Que a

neutralizassem

(22)

aUf:lDRO 2.2

--- Quadro 1

~ Dinheirol:uMercadoria

#

---2.6.

Depend~ncia L~gica entre Patrim~nio e Resultado

Supondo-se teoricamente (1) que dois indiv!duos só façam a

troca em igualdade de esperança sobre os benef{cios dos objetos

trocados, o que tomaremos como premissa da correta avaliaçao dos

patrimdnios nas trocas inicial e final, a correta avaliação do

resultado adviria como sua conseqü~ncia necessária.

Todavia ao assumirmos que no diversificado patrim~n(o de uma

empresa as mercadorias nao est;o sendo trocadas todas ao mesmo

tempo, os casos idênticos aos da mercado~ia do quadro

seguinte são a exceção e nao a regra.

---(1) Na prática, poucas vezes temos consciência do valor das

coisas, aceitando como - válido o que a concorrência estiver oferecendo. Isto

é

conseqüencia da complexa divis;o de trabalho, d~ diversidade de produtos e da perda de referenciais provocada pela inflação.

(23)

aUADRO 2.3

R

<D---r-0

B ~

C

<D----0

• I

D

0---+-®

111

MERCADORIRS

TEMPO

4 tipos de mercadorias: 1=1,B, C, D

2 Momentos de troca: 1

=

troca inicial; 2

=

troca final; 2 momentos ~arco-patrimoniais: I e 11

---As premissas adota~as (Quaisquer Que sejam) para a

dos restantes itens geram uma conseQuência lógica importante: a

correta ava l .laça0'" do resultado passa a naoo.J mais depender da correta avaliaç:~o dos patrimônios, nem a imp l ic

á

-t a como

...

Por exemplo, poderiam patrimônios inicial

conseQuencia. os

e final da empresa estar subavaliados pela mesma exata

quantida-de e ainda assim o resultado entre amb6s ser correto.

Tomando como critério a Qualidade lógica, podemos afirmar que

um bom sistema contábil deveria procurar transmitir a correta

avaliay~o de ambos: patrimônio e resultado. Veremos de seguida em

Que medida vários sistemas,desenvolvidos no contexto do modelo

contábil,o conseguem.

(24)

2.7. Sistemas de Custo Hist6rico,

Nos sistemas de custo hist~rico, as mercadorias permanecem

quantificadas pelo valor verificado no moment6 da aquisic=o,, at~ que se realize a sua troca finaL.

O

resultado

é

assim a diferença

entre os valores de compra (1) e de venda, o que pareceria

bastante lógico, embora so

,

o seja numa conjuntura de

estabilidade nos pre~os. ~ ausência deste contexto força este

sistema a premissas que tendem a:

a) subavaliar o patrimônio (2) para se poder obter um

resultado mais próximo ao apurável se a compra e a venda tivessem

sido efetuadas no dia da avaliação do balanço. Ex.: UEPSi

b) Subavaliar o resultado para se obter um patrimônio com uma

av at iaç ã o mais .contemporânea. EX.: PEPSi

Ou deixar ambos, patrimônio e resultado, distorcidos aleatoriamente. Ex.: Custo Médio.

Exemplo 2.1

Duas unidades da mesma mercadoria foram adquiridas por $ 20

uma e por $ 35 outra depois. Num terceiro tempo, uma 'delas foi vendida por $ 40. Quer $ 20, quer $ 35 são custos históricos.

Qual o valor da unidade que ficou no patrimônio e qual o

resultado?

(1) Compra considerada em sentido lato, de

lembrando-se que em Qualquer empresa,

transformadora, se compram mercadorias ffsicas

qualquer insumo,

comercial ou

e serviços.

(2) O patrimanio aqui como equivalente a {tens ativo, portanto no seu sentido mais leigo.

patrimoniais 'do

(25)

13-PREMISSt=I PATRIMONIO

,..

RESULTADO

-'

a) considerando Que a Ultima a

En-trar tenha sido a que Primeiro

Safu (UEPS), no patrim~nio ter~

ficado a que primeiro entrou .. $ 20 $ 5 = (40-35)

b) considerando que a Primeira a

Entrar foi a que Primeiro Sa{u

(PEPS), no patrimônio ter~ f i

-cado a Que entrou por

ú

l ti mo

...

$ 35 $ 20 =(40-20)

c) Pelo Custo M~dio, considerando

I

que tanto a que saIU como a que

ficou no patrimônio teriam o mes

mo valor calculado pela

aritmética do custo de ambas

$ 27,5 =(20 + 35)/2 $27,5 $12,5=(40-27,5)

2.8. Consistência

t=Icorreta apuração do resultado não deve ser entendida como a

simples confirmação da identidade ~Patrimônios (final - inicial)

= resultado·,porque esta

é

verific~vel at~ mesmo com a ado~~o de premissas inconsistentes.

(26)

Exemplo 2.2

Com o capital inicial de $

55,

,.J

contabilizamos a transaçao do

exempLo 2, pelo PEPS, considerando a situação patrimonial

resultante como Compramos uma nova unidade da mesma

mercadoria por $

40,

seguida da sua venda tambem

,

por $

40,

mas

cont:abilizada por UEPS.

A

PiHRH10NIO UM

,.

PATRIMONIO DOIS

CONTAS (PEPS) (UEPS) RESULnmo

Caixa

40

40

o

Capital

55

75

quer pela subtração do custo (4) da

rec e i

-t

a (4 O) ,

quer - pela

subtraç~o do patrimônio

líquido

inicial

(75)

do

final

(75)

Estoques

35

35

75

75

=======::=::===

---

---Lucro . 20

75

75

====c.:========

:=:====-=======

Esta mesma conclusão poderia ser obtida por qualquer outra

combinação inconsistente daquelas premissas. "Em patrimônios

,.

deformados (inicial e final) a correta apuraçao de resultados num

(

perlodo, s o' e' garantida pela consistência de erro

quantitativamente igual e nâo pela consistência de premissas de

l . "

avalaç:ao. Esta última destina-se apenas a lastrear de unidade

lógica a comparação de resultados entre diversas empresas.

r::ném

disso ela visa forçar a que nos perlodosI subsequentes~ se gerem

no resultado deformaçoes01 de sinal contrário, a prazo

tendencialmente neutralizadoras das dos per{odos anteriores.

(27)

2.9. Confronto

Permanece pois a questão:

..,

como conseguir a correta apuraçao

do resultado? VoLtamos a conceitu'-lo agora de forma autônoma,

abandonando a sua definição residual por referência aos

patrimônios.

A ess~ncia do princípio do confronto consiste em nos definir o

resultado como compo?to de uma receita e uma despesa e nos

"apontar como critério para a sua mais adequada apuraçao~

a---.

..,

preCisa0 conseguida na associaçao de cada receita com

respectiva despesa.

ocorr~ncia de ambas raramente

é

simultânea, costumando as

despesas- precederem no tempo a correspondente receita, que por

vezes sequer chega a existir ( o que provoca um resultado

neg~tivo). Al'm disso, enquanto a receita

é

bem identific'vel com

ja ~ mais difícil conectar

à

a mercadoria trocada, mer-cadoria

todas as diversas despesas que para ela especificamente

Em

particular, algumas despesas podem ter

contribuído nao s~ para as mercadorias

j:

vendidas, como também

para outras que ainda n~o obtiveram a sua receita.

Assim por exemplo os estoques e o imobilizado, vulgarmente

id ent í f icados como b f

I

ens lSlCOS, passam a ter no universo

cont:bil, sentido mais abstrato nascido do prinCipio

.

,.

do confronto: sao

••

despesas adiadas ou diferidas, aguardando o seu

(28)

2.10. Sistema de Custo por Rbsorçao

Por este sistema o confronto receita-despesa deve ser

preferencialmente estabelecido sobre a plataforma da mercadoria,

se utilizando alternativamente como denominador comum o

,

perlodo de tempo, nos casos em que aquela correlação for mais

difusa.

Com efeito, a mercadoria tanto nos individualiza

reconhecimento da receita, como se apresta a centro acumulador

das despesas, permitindo acompanhar quer a realizaçio quer a

expiraç~o da sua utilidade (1).

o

diferimento preconizado pelo princ{pio do confronto

é

assim

focalizado neste sistema para a absorção pela mercadoria do

maio r número possível de despesas a ela identificáveis.

R

forma

direta de correlaçlo despesa-receita ~ substitu!da pela forma

transitiva, mediada pela mercadoria: se uma receita diz respeito

à

mercadoria e a mercadoria diz respeito a algumas despesas,

ent;o tiis despesas dirio respeito \quela receita.

Em decorrência, ajusta-se a terminologia.

o

que em termos

---(1) R utilidade da despesa

é

a esperança da sua conversa0

lucrativa em receita. E' a utilidade que confere racionalidade ao sacrif{cio de algo, que a despesa representa. O valor, ou poder de troca de cada {tem patrimonial el

(29)

,

latos denominamos como despesa sera agora desmembrado em:

a) custos - quando o seu reconhecimento no resultado for

veiculado através das mercadorias;

b) E despesas propriamente dit as - quando aquele

reconhecimento, invi~vel através das mercadorias, for

residualmente regido pelo momento da sua ocorrência (1) ou da

ocorrência di sua receita ao longo do período de tempo.

o

"lay-outM do demonstrativo de resultados acompanha esta

hierarquia de "intimidade- com a receita:

Receita

(-) Custos

Resultado Bruto

(-) Despesas

Resultado Operacional

2.11. Sistema de Custo~. Vari:veis (Direct. Costing)

Tanto a generalidade dos te~ricos como algumas das principais

.

.

..

organlzaçoes de classe que normatizam a matéria c o n

t

áb Ll

consideram que este sistema afronta os Princ{pios de

Contabilidade Geralmente Rceitos (PCGR). Este n~o

é

o meu ponto

de vista.

Encaro o sistema de direct costing como mais uma resposta para

---(1) Nos casos em que

correspondente.

(30)

o princípio do confronto, de forma aliás mais profunda que o

sistema de custo por absorção, porque se preocupa em definir

primeiro o que deve informar o resultado' (1), para só depois

escolher a t~cnica de associação adequada para a sua apuraçao.~

50'

se po

d

e expressar um resultado positivo quando se ultrapassar

o ponto de equil{brio das vendas -

é

a premissa básica deste

sistema.

Consideramos dois tipos de custos/despesas:

a)

Os

fixos, cujo total não varia com o volume das mercadorias

vendidas;

b)

Os

varlavelS, I incorridos em proporçao~ unitariamente constante por cada unidade vendida.

~

regressao linear entre o resultado e quantidade de

mercadoria vendida

é

assim apresentada:

Y = -a + (b - c).X onde

Y

= resultado (variável dependente)

a

=

custos/despesas fixas totais

b = preço unitário de venda

c = custos/despesas unitárias variáveis

x

= volume de quantidades vendidas

o

resultado começa por ser negativo enquanto o vendas multiplicado pela margem de contribuiç~o

volume de

(b-c) for

---(1) ~ sua gradualizaç~o como positivo, nulo ou negativo.

(31)

inferior aos custos/despesas fixas totais~ Quando a = (b - c).X,

estamos no ponto de equilíbrio, de resultado nulo. Quando

(b - c). X a, passamos a obter resultado positivo, igual a

margem de contribuiçlo deixada por cada unidade vendida acima da

da quantidade de equil{brio.

Tecnicamente, este sistema caracteriza-se por diferir, ou

associar

à

receita futura apenas os custos/despesas varlavelS

.,

.

(reconhecendo de imediato em resultados os cus tos Ides pe s-a

s-fixos). Só deve r ão ativar-se (ou diferir-se) os custos cuja

.

",.

lncorrenCla hoje nao

..

volte a ser necessarlaI amanhã, para a

..

geraçao da receita futura ( 1) •

Os

custos/despesas fixos,

representativos da chamada capacidade instalada, tornam-se

irrelevantes para diferimento porquanto deverão repetir-se no

per{odo subseqüente para viabilizar a continuidade do neg~cio.

(amo os custos fixos em

t

ota l , tornam-se uni-tariamente

decrescentes com a elevaç~o do nível de produção, tmpos-se a sua

neutralização para que a empresa nao." reconhecesse lucros sobre o que produziu para estoque, antes de o ter vendido (2).

Exemplo

2.3

Durante 2 anos a e~presa pratica:

a) o mesmo preço unit:rio de $ 1,00;

---~---

---(11 Swalley,

R.

W.

nThe benefits of direct costingH

• Management

~ccounting. Set/1974.

(2) Esta eraa quest~o fundamental colocada em 1936 por Jonathan Harris, percursor do sist8ma, ao perguntar "What did we earn last

.month?H - N~~ Buttetin, J~N/1936.

(32)

b) o mesmo custo unitario variável de $ 0,80;

c) o mesmo custo fixo total de $ 100.000,00.

Rlém

disso, consideramos

a

seguinte evolu~ão das unidades

de

mercadorias:

2! ano

ano

Hipótese I Hipótese

11

--=---Produç~o 500.000 1.000.000 1.000.000

Venda 500.000 500.000 250.000

C.P/ Absorção

Direct

Costing

Resultado

ao Final

de 19X1

Vendas (500.000 x $ 1,00) . 500.000 500.000

Custo das Vendas

- Variivel (500.000x$O,861 ( 400.000 )

- Fixo .' .. ,. . ( 100.000 )

- {:tmbos

«$400.000t$100.000)/500.000)x500.000<500.000)

o

o

:::======

---

(33)

Note-se que nas 500.000 unidades vendidas estamos no ponto de

equil{brio atual desta empresa.

Em

$

C.PI

~bsorç~o Direct Costing

Resultado ao final de 1SX2-HiP.I

Vendas (500.000 x $ 1,00) . 500.000 500.000

Custo das Vendas

--Variável (500.000 x $ 0,80) .. < 400.000 )

- Fixo... ( 100.000 )

- I=lmbos

«SBOO.000.$100.000)j1000000)x500000< 450.000)

50.000

o

---

===========

Note-se que pelo custeio por absorção reconhecem-se como

resultados os ganhos de uso mais intensivo da capacidade

instalada, mesmo antes dos frutos dessa maior produtividade terem

sido vendidos.

Em

$

oJ

C.PI

~bsor~ao Direct Costing

Resultado ao Final de 1SX2-HIP.II

---Vendas (250.000 x S 1,00) . 250.000 250.000

Custo das Vendas

- Variável (250.000 x S 0,80) .

- Fixo ·

- I=lmbos

«tBOO.000+$100.000)/1000000)x250000

( 200.000 )

< 100.000 )

( 225.000 )

25.000 ( 50.000)

===========

=::.========

(34)

Note-se que o sistema de custos por absorç'o permite apurar

resultado positivo mesmo abaixo do ponto de equilíbrio de vendas.

o

sistema de custos variáveis

é

portanto o mais conservador no

.r e La t Lv c ao grau de realização do resultado. ~ntes de apresentarmos o menos conservador (o sistema de custos correntes)

analisemos a realizaçao em si.

2.12. Realização

Pretende-se definir o momento para o reconhecimento do

resultado, para cuja escolha colocam-se três alternativas:

a) Momento em que se completa a -transação financeira, pela

cobrança da receita ou pelo pagamento das despesas;

b} Momento em que se define a receita ( . quando da negoclaç:ao

.

..

comercial) ou se confirma a inviabilidade da sua ocorrenClaAo • face

ao mercado;

c) momento em que se altera o poder de troca do custo/despesa

representado por qualquer {tem patrimonial (do ativo ou passivo).

R

primeira opção

é

de imediato descartada, pelas dificuldades

que traria ao confronto necess~rio para a apuração do resultado.

Ao negá-la damos origem contábil a dois rtens patrimoniais

espe-l i ,

t '

ciais: o contas a receber e o contas a pagar. O que a las es a em

conformidade com as práticas usuais de cr~dito, suportadas pelo

direito comercial moderno.

(35)

enfatizando-se assim a maior certeza repassada ao resultado a

partir da sua confirmação externa pelo mercado. Rejeita-~e pois a

terceira alternativa pela maior subjetividade no reconhecimento

do resultado (antes de se encontrarem terceiros dispostos a

garanti-lo pelo compromisso na transaç~o).

Note-se porém que o resultado baseado nesta terceira alternativa

"

nao atentaria contra o princ{pio do confronto, como ate{ o

atenderia melhor. Se uma mercadoria adquirida por $ 100, num

momento seguinte estivesse valendo $ 120 no mercado ( 1 ) , mesmo

sem a termos vendido, poderíamos reconhecer o diferencial de $ 20

como receita para o confronto com a despesa presumidamente

ocorrida de manter essa mercadoria em estoque (2).

Se para financiar a manutenç~o do estoque a

t

r ás referido

tivéssemos incorrido numa despes. financ~ira r~al i~ada ~~ l 15,

pela aplicação exclusiva do princípio da realização obteríamos um

resultado falsamente negativo de $ 15, alem da subavaliação do ativo em $ 20.

Pela combinação mais liberal das alternativas b) e c)

t . ,

an erlores,passarlamos a ter um resultado positivo de $

5

(apesar

de OI

nao realizado (3) em $ 20) além do ativo mais correntemente

---(1) Com diminutas chances de reversibilidade.

(2) No m{nimo, equivalente \ lucratividade sacrificada dos

negócios que por esse motivo teriam deixado de ser feitos.

(3) Em~ora usuaLmente se considere que os sistemas de custo his -t&rico s~ geram resultados realizados j~ provamos pelo Direct [os ting que existem exceções. Uma outra e'conseqü~ncia da ·regrinha· (lud{cibus, op. citada, pago 26) de avaliação ·custo ou mercado, dos dois o menor-, pela qual se substituem os custos históricos

(de entrada) por valor mais pr6ximo do de realizaçáo (ou sarda)

com intuito conservador, reconhecendo-se perdas ainda não

realizadas.

(36)

avaliado por $120.

2.13. Sistema de Custo Corrente

Fundamentado neste relaxamento do princ{pio da realização,

pelo sistema de custo corrente, a c ad a alteração no valor da

- I .

mercadoria possulda, efetua-se o seu imediato reconhecimento quer

sobre o {tem patrimonial quer em resultados.

A

~ltima destas

alterações, Quando da realizacao (pela venda), ~ tratada como

apenas mais um resultado, do Qual J.'a foi implicitamente

descontado o custo de reposição (ou seja, o custo histórico mais

as alterações subseQuentes

-

ate o momento

,.

corrente da sua troca

por receita).

Este sistema visa permitir nao s~ a avaliaçio do patrimSnio

pelo valor atual de seus {tens pat~imoniais, como também a

avaliação do resultado pelo confronto de receita e despesa,

apuradas ambas pelos seus valores correntes, na mesma data. Este

avanço sobre os dilemas maniQue!stas dos sistemas de custo

histórico ( 1) eI pois a maior vantagem do sistema de custo corrente.

---(1) Onde se deturpavam a avaliação do resultado,

patrimoniais, ou de ambos.

ou dos {tens

(37)

Se aos sistemas de custo histórico critica-se a aleatoriedade

nas premissas de fluxo, ao de custo corrente condena-se a

subjetividade na avaliação anterior

,

a realizas:ão. Esta

subjetividade porém pode ser substancialmente diminu{da com a

adoção de índices específicos para a evolução dos preços dos

,

.

varlOS tipos de mercadorias. Ao serem usados por todas as

empresas, tais {ndices barganhariam maior objetividade para o

sistema de custos correntes .

Ele 50

perde definitivamente para os sistemas de custo

h Ls t o cico , na sua dificultosa execução prática, em especial no

processo de realização dos resultados antes pendentes de

realização, so, possivel mediante a duplicidade de controtes do

registro histórico e das alteraçoes subseqüentes.

2.14. Denominador Comum Monetário

Vimos at~ aqui que o modelo cont~bil e

,

um processo de

avaliação quantificada, objetivando captar a qualidade da

I

t

~

".. ,

entidade contInua vocacionada a ransa~oes economlcas, através do

atributo valor, definido como poder de troca,

Em particular fomos demonstrando as delimitações do objeto

cont~bil conforme os diversos sistemas inventados para contornar

t.•

'f'

as ques oes espeCl lcas colocadas a este modelo de medição.

Vejamos agora as colocadas pela sua unidade de medida.

(38)

Por esta deveria ser um segmento Cc'ns t an te,

divis(vel denominador comum dos demais elementos do conjunto, por

referência

..

a qual estes se tornariam matematicamente

operacionaliz~veis.

o

modelo de mediçâo cont~bil ~ linear e tem como unidade a

moed a, através da qual se traduz para uma escala I

unlca o atributo

comum (poder de troca) de diferenciados ítens. f:l moeda serve

..

a

oi

expressa0 das quantidades de cada um destes itens que se

equivalem entre si.

Exemplo 2.4

10 kg de farinha = $ 1.000,00 que seriam trocáveis

Podemos então afirmar

99 metros cJbicos de Igua

=

S 3.000,00

,

33 m3 de agu a..

10Kg de farinha por

avaliaç~o monetária' a premissa agregativa do modelo que,

"sem deixar de considerar os varlOS

,

. ativos em suas

essencialidades e como geradores espeCl, f .iCOS de fluxos de

serviços futuros para a empresa, consegue ( ... ) homogeneizar tais

(39)

27-elementos" (1).

~ medida que a troca se generalizou, desenvolveu consigo esta

necessidade de um denominador comum universal, a moeda, como

mercadoria padr~o de paridade para todas as outras mercadorias.

A

moeda portanto naooJ serve apenas como unidade de medida. Ela

I

e tambem uma mercadoria, com o seu valor continuamente aferido e

modificado pelo conjunto de todas as outras mercadorias.

Nesta função, a moeda apresenta um valor extrlnsecoI constante,

a que chamaremos de de contah

, para possibilitar

estabilidade de referencial às trocas cotidianas. Mas o seu valor

. t

'

ln rlnseco, ou valor de t~oca, e' v a ri"v el . Se por exemplo, com xis quantidade de unidades monet:rias, um consumidor cob'ria ontem

o seu orçamento dom~stico, dada a inflaç;o e o valor racial fixo

da unidade monet:ria, isso provavelmente custar-Lhe-ia hoje mais

deLta unidades monet-.frias.

o

valor intrfnseco da l!nidade

monet.fria teria pois baixado relativamente ~as mercadorias contidas naquele orçamento.

o

principio do denominador c6mum mon~t~rio apenas afirma a necessidade de se credenciar a unidade, definindo-se em que moeda

(cruzados, dolares,I milhões, miLhares) estão denominados os

nÚmeros em que se homogeneizou a avaliaç~o.

(40)

o normativamente, imprimindo-lhe um sentido l imJ tadoI' ,

consistente com o contexto de estabilidade nos pr~ços dos

sistemas de custo histórico. Para os que assim pensam, ~ unidade

monet&ria em que se expressa a contabilidade deveria ser a hmoeda

de

o

valor deveria ser mantido no~ registros contábeis

com base na quantidade de unidades monetárias contadas quando

da transação original .

Como c:onsequencla,• , A poderiamos chegar ••a desinformaçao

valorativa extrema de ter no patrimônio um trator e um seu

parafuso, contabilizados pela mesma quantidade de unidades

monetárias, bastando para isso que tivessem sido adquiridas em

tempos sucessivos, com forte depreciação do valor intr{nseco da

moeda nesse {nterim.

Rl~m de unidade de medida e de mercadoria-padrão, pela sua

liquidez a moeda deveria ser ainda o melhor dos instrumentos para

a conservação int~r-temporal do poder de troca. Todavia, aquela

oi

acepçao restritiva do prInCIpIO I. de denominador monetC:"io

impediria o modelo cont'bil de avaliar a pr&pria moeda, como

f

tem patrimonial de instrumento para aquele efeito.

2.15. Sistemas de Custo Corrigido

Estes sistemas tem como premissa o reconhecimento de que a

unidade monet:ria em que se expressa a quantificação patrimonial pode ainda ser heterog~nea no relativo a poder de troca.

(41)

Da! resulta a necessidade de se homogeneizar a a v a laça0,l. -.I

tanto dos {tens patrimoniais como do resultado, em de

contaft da mesma data, ou seja em unidades monetárias com o mesmo

poder de troca. Isto implica tamb~m na atualiza~~o do palrimBnio

inicial para o expressarmos em valores contemporâneos do

patrimônio final.

,

t'

.

2.16. Itens mone arlOS,

.

..

indexados comercialmente e de varlaçao

'f' espeCl lCi

Freqüentemente a infla~ã~ ~ definida como processo sistem~tico

e generalizado de subida de preços e diminuiç~o do poder

aquisitivo da moeda. Desta forma procura-se retratar a inflaçao,

apenas pelo lado do seu efeito l(quido sobre a moeda. Porém, se

..

tudo aumentasse ao mesmo tempo e na mesma proporçao, tornar-se-ia

absurdo imaginar a continuidade do processo inflacion~rio,

.

)a que

,

.

'

a nlnguem interessaria.

R

ess;ncia do fen3meno ~stá pois nas

diferentes taxas e tempos a que evoluem as variações relativas de

preços.

~dmitindo entretanto a conotaç~o da inflaçio com~ subida no

n~vel geral de preços (NGP) poderemos destacar por seu

comportamento face a ela, três tipos de mercadorias:

I

a)Itens Monetários-~queles cujo preço nao

..•

e alterado

,

pela infla

(42)

~ #

çao.Ex. :aRmoeda de conta".Em contrapartida,o seu poder de troca e

c,

direta a negativamente corrêlacionado com o NGP.Os ganhos ou

per-das que a inflação provoca sobre (respectivamente) os passivos ou

ativos monet~rios são reais e irreversfveis em termos de poder de

troca/ainda quando fiquem pendentes de transformação emDmoeda de

Por isso, tais resultados de exposição deveriam ser

com-putados no que chamamos de resultado distribu{vel (para efeito de

i.mposto de renda, dividendos e par

t

icí saç o e s de fundarn'Tio,sL

b)lndexados comercialmente-~queles cujo preço foi indexado

quando da transação comercial para variar confor-me o NGP, de

for-ma a nao sofrerem alteraç~es em seu poder de troca.Ex.:

empr~sti-mo em OTN.~5 variacoes monet~rias contabilmente realizadas em

moeda de conta",por efeito da inflação sobre esses f tens, nao~ sao...• ganhos ou perdas reais e-m termos de poder de troca, mas apenas

ajustes para manutenç~o da substância patrimonial da unidade mone

tC:ria.Como tal, essas variações em moeda de conta deveriam ser(

na apuraç~o do resultado distribu{vel, sob pena: desconsideradas

de com isso se estar afetando a própria substância patrimonial da

empresa.

c) De variaç~o específica-~queles cujo preço, ou valor de

realização, va r r a. de - ormaf esp e ci'f'ic a , acima ou abaixo do NGP.

Ex. e stoqu e s, imob iliz ado.

Pelos Sistemas de custo hist~rico corrigido (SCHC), adota-se como

i

t"

d t"t ' . h

prem ssa eorlca que o preço e al~ 1 ens no mlnlmo a~ompan e a

(43)

Pelo sistema de custo corrente corrigido (SCCC) nau

..

S<>Iao

, .

necessarias premissas ti.eoricas/ porquanto nele se cJptam as

• J ,

variaçoes especificas nos preços de tais {tens. Eles 5

..•

ao

atualizados a preço corrente em unidades monet~rias com poder de

troca corrente.

.As varlaçoes

.

~ em "moeda de conta- para ajuste cont'bil dos

preços nao

..

significam, no caso dos SCHC, resultados reais em

termos de poder de troca, pelo que deveriam ser também

desconsideradas para efeito de resultado distribufvel.

J~ no caso do SCCC/ as varlaçoes

.

..

relativas (1)de preços tradu-zemganhos ou perdas de Roder de troca, devendo como tal consti

-tuir resultado distribuível ap~s realizadas.

2.17. Comparativo de Sistemas Hist~rico/Corrente versus corrigidos

Exemplo 2.5

a) Abertura da empresa em 31.12.XO com:

caixa

=

$ 100; capital

=

$ 100.

b) Transações no exerClClO

,

.

contábil X1 com apenas uma mercadoria (al~m da moeda):

---(1) Acima ou abaixo da inflação.

(44)

Compra Venda Empr~stimo Indexado p/NGP

Data Otde. P.Unit. Otde. P.Unit. VLr.Tomado *Jur+Var.Monet

01/01/X1 2 t 50

30/06/X1 1 $ 120 $ 40

31/12/X1 $ 6

*

Juros de àproximadamente 4,5\ ao semestre

c) EvoLucão do n!vel geral de precos:

11 semestre = 20\; 2'! semestre = 10\; No exerC1ClO

,

.

=

32\

d) Evoluç~o dos preços de reposição da mercadoria:

01/01/X1 = $ 50

30106/X1 = $ 80

31/12/X1 = $ 90

••

POSIÇRO EM 31.12.X1 (EM $)

SI STEMI=IS DE CUSTOS

-Histórico Corrente

Historico Corrigido

Corrente Corrigido

Demonst.de Resultados

Receita 120 120 132 (d) 132 (d)

CMV 50> 80> (a) 66>(e) ( 88>(i)

Lucro Operacional 70 40 66 44

Ganhos r~alizados na

manut. de estoques 30 (b ) 22 (j)

Ganhos(ou perdas)nos

{tens monetários 16><f) ( 16Hf)

Despesas Financeiras ( 6) < 6> 2> (g) 2) (g)

Lucro Distribu!vel 64 64 48 48

Ganhos n~o real. na manut.de

esto-ques 40 (c) 24 (k)

---

---

---

---Lucro total 64 104 48

72

(45)

B~UiNCO

Caixa 160 160 160 160

Estoques 50 90 66 (e) 90 (l)

Total do ~tivo 210 250 226 250

========== ============ ========= =========

Empréstimo Indexado 46

CapitaL 100

Resultados Realizados 64

Resultados N~o Re a L .

---Tot al do Passivo 210

46 46 46

100 132 Ch) 132 Ch)

64 48 48

40 24

250 226 250

========== ============ ========= ========

Notas sobre os cálculos

Ca) 80

Custo de reposição em 30.06.X1

(b) 30 = 80 - 50

Diferença entre o custo corrente em 30.06.X1 e o histórico de

01.01.X1, no relativo a mercadoria vendida.

(c) 40

=

90 - 50

Diferença entre o custo corrente em 31.12.X1 e o histórico de

01.01.X1, no r~lativo a mercadoria ainda n~o vendida em 31.12.X1.

(d) 132= 120 x 1,1

~tualizaç~o da receita de 30.06.X1 para 31.12.X1.

(e) 66 = 50 x 1,32

~tualizaç~d do custo histórico de 01.01.X! para 31.12.X1, quer da

mercadoria vendida, quer da que ficou em estoque.

(f) 16

=

160 x 0,1

Perda de exposiç~o inflacionária do saldo de caixa. De 01.01.X1 a

30.06.X1 este saldo foi zero. De 01.07.X1 a 31.12.X1, este saldo

foi de 160 C120 da receita mais 40 do empréstimo tomado). Note-se

que n;o calculamos o ganho de exposif~o sobre o saldo do

(46)

atualização j~ que por força comercial ele

é

indexado pelo NGP.

Pelo mesmo motivo não evidenciamos a perda de variação monetária

do empréstimo, que embora realizada em amoeda de contaM naov traduz qualquer perda de poder de troca.

(g)

2

=

(40

x

1,1)

x

0,045

Juros calculados sobre o empr~stimo corrigido para

31.12.X1.

Ao

expurgarmos a monet~ria da despesa financeira,

expressamos o real poder de troca desta (1).

(hl 132

=

100

x

1,32

Atualiza~ão para

31.12.X1

do valor do patrimônio aportado ,a

empresa em

31.12.XO.

Note-se todavia que não faz sentido o seu

ajuste de histórico para corrente.

(i)

88

=

80

x

1,1

~tualização do custo de reposlçao• w verificado na data da venda

.(30.0S.X1),

para

31.12.X1.

(j)

22

=

[80 - (50 x 1,2)] x 1,1

Rtualizaç~o para

31.12.X1

do rec~lculo deste ganho em

30.0S.X1

(que se corrigido seria nesta data de

20

=

80 - (50

x

1,2)

e nao~

de

30

=

80 - 50).

(k)

24

=

90 - (50

x

1,32)

Diferença entre o custo corrente em

31.12.X1

e o histórico de

01.01.X1

corrigido para

31.12.X1.

(l> 90

.

~

Custo de repOSlçao em

31.12.X1.

---(1) Note-se que o pagamento da variação monetária equivale em termos de poder de troca a amortização parcial do principal do

empréstimo, não devendo pois ser considerado como despesa

financeira.

(47)

Comentc~rios

Note-se que o (resultado do) sistema de custos correntes e o

(resultado) hist&rico mais os ganhos ou perdas

oi

nao realizados

sobre os {tens nao

..•

Em

termos de resultado

distribuível por ambos sistemas se chega

..

a mesma conclus"áo.

Igualdade idêntica (entre resultados distribu{veis) se estabelece

entre as correspondentes modalidades corrigidas destes sistemas.

Neles apenas se acrescenta a'apuraç~o do resultado da inflação

sobre os {tens monetários.

o

que apenas implica na decomposição

do resultado e atualização do patrimônio líquido inicial na

passagem do sistema corrente para o corrente corrigido, Ja

.

,

que entre eles nao

••

se alteram os valores do ativo, passivo ou

patrimônio líquido.

Repare-se que se os estoques ou outros ítens não monetários

da empresa tivessem evoluído de acordo com o

NGP,

nao~ sot . os estoques como o ~atrimônio l{quido seriam iguais pelo sistema

corrente e -pelo sistema histórico corrigido (2).

---(1) De variação espec{fica, variação geral de preços.

ou seja com varia~~o relativamente a

(2) Sabendo-se por outro lado que apenas

respectivos patrimônios lrquidos

corrigidos para a mesma data.

(48)

FinaLmente observe-se Que entre o sistema hist6rico corrigido

e o apenas histórico,

,

,

a diferença fundamentaL esta apenas na

corref;o dos estoques e demais

f

tens n~o monet~rios com o efeito

contrapartida em resuLtados. No exemplo, os estoques foram

eLevados em $ 16 (= 66 - 50) e o resultado diminufdo em $ 16

( = 48 - 64), para deduzir a sua ainda naooi realização do patrimônio dquido, Que por sua vez foi o outro ~tem corrigido

(como se fosse integralmente imune a infla~~o).

Se na transi~ão dos sistemas de custo hist6rico para corrente ressaltamos oportunamente, como incremento de risco de erro, a

subjetividade de avaliação, no salto para os sistemas corrigidos

cumpre salientar a enorme depend~ncia em Que o modelo fica da

correta apuraç~o do {ndice de nlvel geyal de preços.

,

2.18. lndice de Preç:os

Em sentido restrito correção monetária .~ a homogeneização dos

demonstrativos contábeis de várias datas

I

a um unlCO denominador

comum monet~rio de uma data escolhida como baseD (1).

Para Itens nao monet'rios a avalia~~o do seu

feita mediante a observaç~o do preço atual de

valor corrente

pode ser um seu

similar de reposi~lo. Para avaliaç~o do valor corrente da unidade

---~---(1) h.d{cibus, o p . citada, p 218.

(49)

moneta'ria n~o h: outto processo sen~o atrav~s de índices medindo

a m~dia do poder aquisitivo da moeda a cada tempo ou período.

Os

{ndices gerais de preços refletem a evolução de grupos

específicos de mercadorias. seleção e pondera~'áo das

mercadorias para estas "cestas-padrãou deverão Qualificá-la como

amostra da estatfstica preços do respectivo conjunto universo. No

caso da unidade monetária, este universo deverá englobar todas as

restantes mercadorias do mercado nacional ande op~ra a entidade,

seus propriet~rios e agentes ou interlocuto"res (1).

Na medida em Que o poder de troca se configura em termos de

equivalência f{sica entre mercadorias, o modelo cont~bil Que o

persegue em unidades monetárias deve igualmente ser traduz{vel em

Quantidades f{sicas (conforme

sugeriramos no exemplo 2.4).

No caso espec{fico dos {tens monet'rios expostos ~ inflaç~o,as

perdas ou ganhos de poder de troca sao calculados em termos

, .

generlcos (por m~dias), pelo Que embora tenham correspondência

física (vide exemplo 2.6), esta pode não se aprestar a uma

interpretaç:ão precisa e única {vide exemplo 2.7),podendo tender

até para o abstrato (vide exemplo 2.8), Quando as mercadorias e

respectiva ponderaç~o usadas no {ndice de NGP n~o forem similares

ao perfil patrimonial da empresa.

---(1) Esta cesta, que no sentido acima

é

um instrumento de

avaliação cont~bil, poderia ser regida por outros grupos

específicos de mercadorias para efeito de modelos de decis~o.

Quatro exemplos: n{vel geral de precos de consumo ou de

para a empresa ou para os acionistas, ou n{vel geral de preços de investimento tamb~m ou para a empresa ou para os acionistas.

(50)

Exemplo 2.6

Imaginemos o mercado de apenas duas mercadorias, moeda e pao,'"

onde com $1000 iniciamos uma empresa, comprando 50 paes...• a $

10/cada, no momento X1. Vendemos 25 paes

..•

em X2 por $ 12/cada, e

com essa receita adquirimos ainda em X2, outros 25 p~es tamb~m a

$ 12/cada. Entre X1 e X2 a elevaç;o do n{vel geral de preços

••

(calculado apenas sobre o pao) foi de 20\.

Por qualquer dos sistemas (histÓrico corrigido, corrente ou

corrente corrigido) ter{amos:

Balanço de X1 em X1

Balanço de X1 em X2

Balanço de X2

Capital 1000 x 1,2 1200

I

500 I

I

600 I I

I 1200 I

1< 100>

I

Caixa 500 x 1,2 600

Estoque 500 X 1,2 600

Resultados

1000 1000 1200 I 1200 1100 1100

=====

======

------ ------

-

- -

-

-

-

--

--

=======

~

lnterpretaç:ao:

Com $ 1000 em X1 podiamos comprar

Demonstrativo de Resultados Em X2

100 pies (= $1000/ $10), Receita 300

Com $ 1100 em X2 podemos comprar Custo(250x1,2) 300>

apenas 91,7 pães (=$1100/$12);

o

Logo, ·a perda inflacionária sobre

Perda s/caixa

exposto ($500xO,2) 100>

o caixa foi de 8,3 pies (=100-91,7) Resultado 100>

========

ou seja t 1001$12.

(51)

Exemplo 2.7

Vamos agora a s s um r r um mercado de três mercadorias, m o e d a , paori

e queijo. Mantendo para o p~o a mesma evoLução de pteços do

exempLo anterior e fazendo o Queijo passar de t 125/Kg em X1 para

$ 200/Kg em X2, usamos metade do capital inicial para adquirir em

X1 25 p~es e 2Kg de queijo, metade dos quais venderemos e com a

mesma receita recompraremos em X2. Consideramos como indice geral

de preços 1,4 ponderado de acordo com o perfil de composiçio de

,

.

compras da proprla empresa:

1,4

=

[(2 x $ 200) t (25 x $ 12)] I [(2 x $ 125) + (25 x $ 10)J. Pelo sistema de custo histórico corrigido (neste caso com

resultado iguaL ao corrente corrigido) terfamos:

BaLanço de X1 em X1

---I

Caixa 500 I x 1,4

I

25 paes

..

250 I x 1,4

I

2kg de queijo 250 I x 1 ,4

1

CapitaL 11000 x 1,4

I

Resultados 1

Balanço de X1 em X2

Balanço de X2

I 700 I I 350 I 1 350 1 1 11400 I I 1 500 1 I 325 1 I 375 1 1 I 1400 1 1< 200>

1000 1000 1400 1400 1200 1200

- -

-

---

- -

--

======

=====

=======

------ ---

---Demonstrativo de Resultados

Receita 350

Custo

12,5 pãesx10x1,4 =

1kg queijo x $125x1,4

=

< 175> < 175>

o

Perda s/caixa exp.

($500xO,4) < 200>

Resultado < 200>

=======

(52)

'"

Interpretas:ao

Com $ 1000 em X1 poderíamos ter adquirido 100 p~es (= $ 1000/$10)

ou 8kg de Queijo (= $ 1000/$ 125). Com $ 1200 em X2 ainda podemos

comprar 100 paesoi (= $ 1200/$ 12) mas Ja so 6kg.'. I de queijo ( ::

$1200/$200). Se o poder de compra perdido foi de 2kg de queijo

por Que o resultado apresenta apenas a perda de 1 kg ou $ 200?

~ interpretação correta deste resultado tem de seguir outro

raciocfnio. Com os $ 500 que ficaram em caixa poder{amos

adquirir

Em X1 Em X2 Portanto a perda de

poder de troca em X2 foi

Paes $ 500/$10=50 $500/$12=41,7

-.I

paes

ou (B,3x$12)=$100

Kgs queijo $ 5001 125=4 $500/$200=2,5 (4~2,5)=1,5kg

quei-jo ou (1,5x$200) ::

:: $ 300

~ perda de $ 200 informada no sistema (calculada pelo {ndice

m~dio de 1 ,4) superavalia em $ 100 a perda medida em paes

,.,

e

subavalia em $ 100 a perda expressa· em Kgs de queijo.

ela ~ o ponto m~dio destas duas perdas.

Portanto

Exemplo 2.8

Retomemos o exemplo anterior, apenas lhe alterando o {ndice de

~

NGP. Considerando que o pao tem um peso mais significativo que o

(53)

queijo na "cesta real" de consumo, ponderemos a elevaçao01 de

preços a 0,75 para o pao

..•

e 0,25 para o queijo.

o

novo fndice resultante e 1,30 = [(O,75x1,2)t(O,25x1,6»).

Pelo sistema de custo corrigido, ter{amos:

Balanço de X1 em X1

Balanço de X1 em X2

Balanço de X2

25 pães 250 x 1,3

1 650 I 1 325 1 1 325 I 1 11300 I I 1 500 I 1 312,5 I 1 362,5-1-I 11300 I 1<125>

Caixa 500 x 1,3

capital

250 x 1,3

I

11000 x 1,3

I I

2kg queijo

ResuLtados

1000 11000 1300 11300 1175 11175

=====

======

=====

=======

-

- -

-

- --

- --

======

lnterpretas;ão Demonstrativo de Resultados

em X2

o

índice de NGP, no sistema de Receita 350

custo hist&rico corrigido,

po--

,

de pois adulterar nao 50 a perda

Custo das Vendas 12,5paesx$10x1,3 1kg q x$125x1,3

< 162,5> < 162,5>

inflacionária sobre os ítens mo-

25

netários (1) como tamb~m o pr&- Perda s/caixa

exposto $SOOxO,3 < 150 prio resultado operacional dos

125

ítens n~o monetarios (2) ---

---Enfim, após o fetiche da constância da moeda sob a forma de

úmoeda de contaro,a comunidade vira-se para um novo mito:a const~n

"

,

cia da moeda criada sob um lndice que so casualmente podera ser

---(1) Cuja expressão mais aceit~vel, modelo de medição seria $ 200.

nestes exemplos, em termos de

(2)[uja expressio quantitativa e financeira vimos nos exemplos anteriores ser zero e agora se apresenta como positiva em 50 unidades monettrias.

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