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Conceitos e Teorias na Enfermagem.

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RESUmo

O arcabouço teórico da ciência da enferma-gem constrói-se em um processo dinâmico que tende a nascer da práica e que se repro-duz na pesquisa, especialmente por meio da análise e do desenvolvimento de conceitos e teorias. O presente arigo tem como objei-vo apresentar uma relexão teórica sobre a construção do conhecimento em enferma-gem e apontar subsídios para futuras pesqui-sas na área. A inter-relação entre a teoria, a pesquisa e a práica clínica é necessária para a coninuidade do desenvolvimento da en-fermagem como proissão e como ciência. Idealmente, a práica deve ser baseada nas teorias que são validadas pela pesquisa. As-sim, teoria, pesquisa e práica afetam-se de maneira recíproca e conínua.

dESCRiToRES Teoria de enfermagem Formação de conceito Filosoia em enfermagem Pesquisa em enfermagem

Conceitos e Teorias na Enfermagem

E

studo

t

Eórico

AbSTRACT

The theory framework of nursing science is built in a dynamic process that arises from pracice and is reproduced through research, mainly by analysis and develop-ment of concepts and theories. This study presents a theory relecion on nursing knowledge construcion and points out subsidies for future studies in the area. The interrelaion among theory, research, and clinical pracice is required for coninuous development of nursing as a profession and science. Ideally, the pracice must be based on theory that is validated by re-search. Therefore, theory, research, and pracice afect each other reciprocally and coninuously.

dESCRiPToRS Nursing theory Concept formaion Philosophy, nursing Nursing research

RESUmEn

El marco teórico de la ciencia de enfermería se construye en un proceso dinámico, que suele nacer de la prácica y que se reprodu-ce en la invesigación, especialmente a tra-vés del análisis y el desarrollo de conceptos y teorías. Este ariculo iene como objeivo presentar una relexión teórica sobre la cons-trucción del conocimiento de enfermería, y ofrecer subsidios para futuras invesigaciones en el área. La interrelación entre la teoría, la invesigación y la prácica clínica es necesaria para el coninuo desarrollo de la enfermería como profesión y como ciencia. Lo ideal se-ría que la prácica se base en teose-rías que son validadas por la invesigación. Por lo tanto, la teoría, la invesigación y la prácica se afectan de manera recíproca y coninua.

dESCRiPToRES Teoría de enfermería Formación de concepto Filosoía en enfermería Invesigación en enfermería Regina Szylit bousso1, Kátia Poles2, diná de Almeida Lopes monteiro da Cruz3

NURSING CONCEPTS AND THEORIES

CONCEPTOS Y TEORÍAS EN ENFERMERÍA

1Professora Livre-Docente, Departamento de Enfermagem Materno-Infantil e Psiquiátrica, Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil. szylit@usp.br 2Enfermeira. Professora Adjunta, Universidade Federal de São João Del-Rei, MG, Brasil. kpoles@usp.br 3Professora Titular, Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica, Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil. dinamcruz@usp.br

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inTRodUção

O arcabouço teórico da ciência da enfermagem constrói-se em um processo dinâmico, que tende a nascer da práica e que se reproduz na pesquisa, especialmente por meio da análise e do desenvolvimento de conceitos e teorias. Ao se considerar que a ciência é consituída pelo movimento do senso comum à consciência críica dos conceitos que, em muitas situações, aparecem mal deinidos ou inadequada-mente empregados, o esclarecimento de determinado con-ceito pode contribuir para a construção do corpo de conhe-cimentos da área. Desse modo, a falta de clareza de alguns conceitos resulta em uma ciência menos consistente do que o desejável. A busca pelo esclarecimento e a preocupação em nomear os fatos da práica, a im de facilitar a relexão e a ação sobre ela, tem sido o fato moivador do desenvolvimen-to de conceidesenvolvimen-tos em enfermagem(1-2).

Os fenômenos veriicados na experiência práica dos enfermeiros precisam ser estudados em pesquisas, para que seus atributos sejam reconhecidos. Para que o enfer-meiro possa examinar em profundidade um fenômeno, o modo mais lógico e efeivo de começar é deinindo o conceito de interesse. Isso possibilita o desenvolvimen-to de teorias que têm como objeivo direcionar a práica clínica(3). A maneira correta de fazer isto é, inicialmente,

deinir o fenômeno ou o conceito, para posteriormente examiná-lo em profundidade(4).

A ênfase na análise e desenvolvimento de conceitos na enfermagem tem aumentado na úlima década, pois os pesquisadores têm se proposto a elucidar problemas que anteriormente permaneciam no senso comum. Isto ocor-re porque alguns conceitos, que podem até ser óbvios, incluem terminologia vaga, ambiguidade de deinições e inconsistência entre as teorias(1,5).

Assim, a análise e o desenvolvimento de conceitos estão inimamente relacionados à evolução e expansão de conhecimentos na enfermagem. Como resultado da reformulação conínua e do reinamento de conceitos, a enfermagem vai se alicerçando em bases sólidas de co-nhecimento. Portanto, um dos pontos importantes na en-fermagem, assim como em outras disciplinas, é tratar de conceitos. Para isto, inúmeras estratégias e métodos de análise e desenvolvimento de conceitos têm sido propos-tos e usados pelos estudiosos de enfermagem.

Existem diversos métodos de análise e desenvolvimen-to de conceidesenvolvimen-tos(3). Os mais comumente uilizados na

enfer-magem são: Análise de Conceitos, proposto por Walker e Avant(6), Método Evolucionário de Análise de Conceitos,

elaborado por Rodgers(7), e o Modelo Híbrido de

Desen-volvimento de Conceitos(4).

o QUE É Um ConCEiTo?

Não há consenso sobre o que são os conceitos. Eles têm sido descritos como abstrações, formulações

men-tais, imagens mentais e palavras que descrevem imagens mentais. Desta forma, os conceitos não são auto-eviden-tes ou se referem ao mesmo ipo de coisa(8-10). Outros

autores acrescentam que os conceitos têm vários signi-icados, usos e deinições, que são usualmente descritos em palavras(11).

Considera-se que um conceito é uma ideia ou constru-ção mental elaborada acerca de um fenômeno, sendo es-sencial no desenvolvimento de pesquisas, assim como na construção de teorias(12). Os conceitos compreendem

atri-butos abstratos da realidade e, consequentemente, repre-sentam mais do que palavras ou imagens mentais, pois estas não capturam a natureza complexa dos conceitos(5).

Podem ser entendidos ainda como representações cogni-ivas e abstratas da realidade percepível, formados por experiências diretas ou indiretas(13). Assim, um conceito

deve estar inserido em um contexto, de modo que o sig-niicado e a aplicação sejam possíveis, podendo contribuir para o avanço do conhecimento em determinada área.

Para comunicar um conceito uiliza-se a linguagem, com a intenção de que as palavras, termos ou expres-sões, representem a ideia envolvida. Palavras, termos ou expressões não são o conceito em si, mas uma represen-tação dele. Um dos principais requisitos da palavra que designa o conceito é que ela seja capaz de expressar atra-vés de seu signiicado o que realmente ocorre na realida-de empírica, ou seja, a palavra usada para realida-designar um conceito deve signiicar ideias muito semelhantes para diferentes pessoas, deve releir o mesmo conceito para diferentes pessoas(14).

Os conceitos podem ser abstratos (cuidado, respei-to, colaboração) ou relaivamente concretos (febre, dor, fadiga). São formulados por palavras que possibilitam às pessoas comunicar o signiicado da realidade no mundo e conferem signiicado aos fenômenos que po-dem, direta ou indiretamente, ser experimentados(10).

Um conceito pode ser uma palavra (luto, empaia), duas palavras (isolamento social, dor crônica) ou uma frase (comportamentos promotores da saúde, trabalho em equipe mulidisciplinar).

Os conceitos equivalem aos ijolos de uma parede e emprestam sua estrutura à ciência. Desta forma, a in-vesigação cieníica trata de explorar ou testar possíveis ariculações entre esses tijolos, com a inalidade de pro-duzir evidências que conirmem, neguem ou modiiquem as teorias(15).

PoR QUE oS ConCEiToS nECESSiTAm SER ESTUdAdoS?

Os conceitos devem ser construídos por meio do signi-icado das palavras. O estudo dos conceitos é considerado essencial por três razões principais:

1) Os conceitos são usados no desenvolvimento das

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assim, a elaboração do signiicado dos conceitos é vital para a construção das teorias(8).

2) Os conceitos podem ser operacionalizados – a análise

de conceito permite ao pesquisador especiicar a deinição do conceito para posterior aplicação práica, por exemplo,

respeito(13), colaboração(16), morte digna(17).

3) Aprimoramento da práica – por meio da análise de

conceitos os proissionais podem ter uma compreensão mais clara do que certos termos correntes signiicam. Por exemplo, uma pesquisa que se dedicou a explorar o con-ceito de dignidade possibilita o aumento da consciência dos enfermeiros sobre a importância desse aspecto, en-corajando a apreciação da posição de vulnerabilidade da-queles que estão sob seus cuidados(18).

Pode-se entender a análise e o desenvolvimento de con-ceitos como um impulso para melhorar a práica clínica. Um dos problemas na enfermagem é que muitos dos seus ter-mos centrais, que estão em uso no dia a dia, estão repletos de imprecisões e ambiguidades. Desse modo, palavras como

cuidado, respeito e dignidade, que têm um signiicado

espe-cial na enfermagem, devem ser consideradas sem ambigui-dades ou confusão(11) para que possam alcançar um status

semelhante ao de outros termos técnicos.

Tem-se como exemplo uma pesquisa que se dedicou analisar e desenvolver o conceito de morte digna. A morte digna da criança na UTI pediátrica é um fenômeno com-plexo, cuja deinição permaneceu vaga ou altamente vari-ável. A falta de clareza deste conceito resultou em seu uso em uma variedade de situações inapropriadas. A invesi-gação dedicou-se a fornecer melhor compreensão do ter-mo, oferecendo subsídios tanto para assistência à criança e à família, quanto para o avanço do ensino e da pesquisa sobre os cuidados de inal de vida em pediatria(17).

Mas, como isso pode ser feito? De que forma o con-ceito morte digna ou qualquer outro concon-ceito relevante para a enfermagem pode ser clariicado? Como pode-mos garanir que o uso de terpode-mos se torne adequada-mente inequívoco?

A análise de conceito pressupõe que ele já tenha sido introduzido na literatura de enfermagem para, posterior-mente, ser testado nas pesquisas de campo. Esse processo implica que o conceito será decomposto em sua essência e, então, reconstruído para contribuir para o conhecimento da enfermagem(9). O objeivo da análise é trazer o conceito

pró-ximo ao uso na pesquisa ou na práica clínica e, inalmente, contribuir para o desenvolvimento e o teste de teorias.

AnÁLiSE dE ConCEiTo X dESEnVoLVimEnTo dE ConCEiTo

Enquanto a análise de conceito usualmente tem sido considerada um trabalho teórico baseado na literatura, o desenvolvimento de conceito propõe um trabalho de análise teórica e trabalho de campo, favorecendo uma

compreensão mais aprofundada do conceito(19). Assim, a

análise de conceito antecede o desenvolvimento de um determinado conceito, pois a invesigação terá início com a análise críica da literatura e será coninuada com o es-tudo da manifestação práica do conceito.

Uma vez que a análise de conceito tenha sido realizada, o pesquisador deve testá-lo nos estudos descriivos, paricu-larmente nos qualitaivos, para melhor desenvolver o con-ceito e tornar explícito seu uso nas situações reais(3).

dEComPondo o ConCEiTo

Análise críica da literatura

O primeiro passo na exploração de um conceito con-siste na análise críica da literatura. A análise críica da literatura é importante para demonstrar o rigor da pes-quisa, reduzir os preconceitos do pesquisador, bem como clariicar a natureza do problema conceitual e ajudar o pesquisador a determinar o seu foco de estudo(4-5). Todas

as abordagens para exploração de conceitos têm em co-mum a análise críica da literatura como primeira etapa da pesquisa. Esta fase permite a ideniicação da essência do conceito, ou seja, dos seus atributos, os quais represen-tam a real deinição do conceito(5).

Uma análise críica da literatura difere da revisão de literatura, na qual o pesquisador detém-se em um tópi-co paricular. Na avaliação críica, o pesquisador criica ou desaia as ideias de outros autores, contribuindo para a pesquisa por explorar e desenvolver o conceito que será invesigado(13). Além disso, tal avaliação promove

informa-ções sobre as várias conceitualizainforma-ções do conceito e em quais contextos ele foi uilizado por outros pesquisadores. Finalmente, promove informação sobre as suposições im-plícitas ou exim-plícitas e a evolução da coerência do concei-to. Essa análise resulta em novos insights, questões signi-icaivas e direções a serem tomadas na pesquisa(13).

A exploração do conceito implica a ideniicação dos atributos, antecedentes e consequências, conforme apre-sentado a seguir(4).

Atributos

O objeivo da análise de conceito é ideniicar os atri-butos que o deinem. Os atriatri-butos são as palavras e/ou expressões uilizadas com frequência pelos autores para descrever as caracterísicas do conceito(7).

O primeiro passo da exploração do conceito consis-te em analisar os variados usos do conceito, por meio da consulta a dicionários e da literatura relevante, tanto den-tro como fora da enfermagem. A questão-chave é desilar

os atributos a parir da análise críica da literatura, produ-zindo uma ordem conceitual a parir do caos(6).

Antecedentes

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antecedentes auxiliam na compreensão do contexto so-cial no qual o conceito é geralmente uilizado, bem como favorece o seu reinamento(7).

Consequências

As consequências do conceito dizem respeito a even-tos ou situações resultantes da sua uilização(7).

forma, o diagnósico é uma estrutura úil para guiar a prá-ica de enfermagem e para organizar o conhecimento so-bre o qual essa práica se fundamenta(21).

Apesar de o potencial dos sistemas padronizados de linguagem ser muito evidente, o trabalho de desenvolvi-mento das categorias diagnósicas e dos sistemas de clas-siicação ainda está em estágios iniciais, destacando-se as questões referentes à clareza conceitual de cada diagnós-ico. Os diagnósicos de enfermagem só têm signiicado se olharmos para cada diagnósico como um conceito que denota um fenômeno especíico(14).

Ressalta-se que, na práica clínica, diferenciar um diag-nósico de outros pode ser uma tarefa extremamente diícil. Desse modo, é imprescindível considerar cuidado-samente as manifestações do paciente e as deinições de cada diagnósico(14).

Estudos que tratem de cada diagnósico como um con-ceito e que analisem as relações entre diagnósicos que expressam conceitos relacionados podem oferecer susten-tação para as decisões diagnósicas na enfermagem e, conse-quentemente, para o avanço da práica proissional(14).

Padronizar os termos diagnósicos signiica buscar um acordo no interior da enfermagem sobre que nomes ou ítulos atribuídos às situações que são o foco da práica clínica da proissão(14).

ConCEiToS E TEoRiAS

As palavras são carregadas de teoria e o principal mo-ivo da proliferação dos signiicados é a proliferação das teorias(22). A teoria determina o signiicado do conceito.

Assim, uma palavra que signiica uma coisa no contexto da teoria A pode signiicar outra coisa no contexto da teo-ria B, e a diferença pode ser mais ou menos suil.

Considera-se que as teorias são palavras estruturadas, ou seja, é a estrutura das palavras que dá senido à teoria. Assim, o local de cada palavra dá senido àquela teoria espe-cíica. Se mudarmos a estrutura das palavras ou adotarmos palavras diferentes, muda-se o signiicado da teoria.

A única forma de clariicar um conceito é explicitar a teoria na qual ele está inserido. No entanto, adotar uma teoria especíica não colocará im nos conlitos. Se o mesmo termo aparece em diferentes teorias, isso ainda poderá gerar conlito. Para resolver esse problema meto-dológico, é necessário veriicar o conceito nas diferentes teorias em que ele aparece. A clariicação de um conceito não ocorrerá sem um compromisso teórico, por meio da revisão de diferentes teorias, na tentaiva de deinir o con-ceito nos diferentes contextos em que ele aparece(22).

ConSidERAçÕES FinAiS

A maioria dos autores considera a análise de conceito a primeira etapa de um trabalho sobre conceitos. Porém,

Conceito Consequências Antecedentes

Atributos

Figura 1 – Relação entre antecedentes, atributos e consequências

diAGnÓSTiCoS dE EnFERmAGEm Como ConCEiToS

O diagnósico de enfermagem é uma forma de expres-sar as necessidades de cuidados que se ideniicam na-queles de quem se cuida, tornando possível a aplicação de intervenções de enfermagem. Possibilitam a uniformiza-ção da linguagem entre enfermeiros e contribuem para o desenvolvimento do conhecimento em enfermagem.

A classiicação da NANDA Internaional(20) é uma

cole-ção de diagnósicos de enfermagem. Assim, a linguagem da NANDA-I é uma forma de ajudar os proissionais na co-municação das experiências vividas pelo paciente. Além disso, aumenta a contribuição ao cuidado do paciente por meio da classiicação dos fenômenos perinentes à enfer-magem, uniformizando a linguagem entre os enfermeiros. Os diagnósicos de enfermagem são interpretações cieníicas dos dados levantados, usados para orientar o planejamento, a implementação e a avaliação de enfer-magem. A uilização dos diagnósicos de enfermagem possibilita ao enfermeiro maior visibilidade, considerando que anteriormente o foco do atendimento de enferma-gem era invisível ou sem denominação(20).

As caracterísicas deinidoras e fatores relacionados compõem os diagnósicos de enfermagem. As caracterís-icas deinidoras são os indícios passíveis de observações e veriicação. Neste senido, as caracterísicas deinidoras podem ser entendidas como os atributos do diagnósico ou conceito. Os fatores relacionados correspondem à cau-sa ou eiologia que desencadeou o diagnósico(20). Assim,

os fatores relacionados são entendidos como os

antece-dentes do diagnósico de enfermagem.

Os diagnósicos de enfermagem visam orientar as in-tervenções de enfermagem, com o objeivo de aingir os melhores resultados(20). Considerando cada diagnósico de

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acreditamos que sem um compromisso relexivo dos pes-quisadores, o esclarecimento conceitual é um exercício arbitrário e vazio, ou seja, o pesquisador precisa, primei-ramente, estabelecer o conceito de interesse para, em seguida, analisar a sua aplicabilidade e relevância para o avanço do conhecimento e da práica clínica.

Considerando o potencial que as pesquisas teóricas podem ter para o avanço da ciência, ressalta-se a impor-tância da escolha de modelos adequados para a análise e o desenvolvimento de conceitos pouco explorados na literatura.

Embora anteriormente se pensasse que os conceitos poderiam ser deinidos para sempre, ou seja, que eles não eram passíveis de contestação, essa ideia tem sido ques-ionada. Atualmente, entende-se que os conceitos são di-nâmicos, variáveis e dependentes da estrutura teórica da

qual fazem parte. Isso implica que os conceitos variam de acordo com seu uso e o contexto em que estão inseridos. Como o conhecimento está em desenvolvimento coní-nuo, é necessário que os conceitos sejam constantemente invesigados e reinados, pois eles também evoluem.

Toda teoria consiste em um conjunto de conceitos que projetam a visão sistêmica do fenômeno. As teorias ser-vem para descrever, explicar, diagnosicar e/ou prescrever medidas para a práica assistencial, oferecendo respaldo cieníico para as ações de enfermagem.

A inter-relação entre a teoria, a pesquisa e a práica clí-nica é necessária para a coninuidade do desenvolvimen-to da enfermagem como proissão e como ciência. Ide-almente, a práica deve ser baseada nas teorias que são validadas pela pesquisa. Assim, teoria, pesquisa e práica afetam-se de maneira recíproca e conínua.

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