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Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 3 8 ( 5 ) :3 9 9 -4 0 1 , set-out, 2 0 0 5
ARTIGO/ARTICLE
Estudo de associação entre antígenos leucocitários
humanos e doença de Jorge Lobo
Study of the association between human leukocyte
antigens and Jorge Lobo’s disease
Elaine Valim Camarinha Marcos
1, Fabiana Covolo de Souza
1, Elza Araújo Torres
2,
José Roberto Pereira Lauris
3e Diltor Vladimir de Araújo Opromolla
4RESUMO
A d o e n ç a d e Jo rge Lo b o é u m a m i c o se c u tâ n e a /su b c u tâ n e a d e e vo lu ç ã o c rô n i c a , c a u sa d a p e lo f u n go Lac azia lo b o i. De vi d o à s c a ra c te rí sti c a s e p i d e m i o ló gi c a s e p o u c o s e stu d o s re la c i o n a d o s a o s a sp e c to s i m u n o ló gi c o s d e ssa d o e n ç a , o o b je ti vo d o tra b a lh o f o i i n ve sti ga r u m a p o ssí ve l a sso c i a ç ã o d a s e sp e c i f i c i d a d e s HLA d e c la sse II e m 2 1 p a c i e n te s p o rta d o re s d a d o e n ç a d e Jo rge Lo b o , c o m p a ra n d o c o m i n d i ví d u o s sa d i o s d e m e sm a e tn i a . As ti p i f i c a ç õ e s HLA f o ra m re a li za d a s p e lo m é to d o d e PCR- SSP. O re su lta d o n ã o re ve lo u q u a lq u e r ti p o d e a sso c i a ç ã o e n tre o s a n tí ge n o s HLA e d o e n ç a d e Jo rge Lo b o . Em b o ra se m si gn i f i c â n c i a e sta tí sti c a , f o i o b se rva d a a d i m i n u i ç ã o d a f re q ü ê n c i a d o a n tí ge n o HLA- DR7 n o gru p o d o s p a c i e n te s e m re la ç ã o a o s c o n tro le s ( 0 % x 1 8 %) , su ge ri n d o u m a a sso c i a ç ã o n e ga ti va ( p ro te to ra ) e n tre HLA- DR7 e d o e n ç a d e Jo rge Lo b o . Co n tu d o , e stu d o s d e ve m se r c o n ti n u a d o s, o b je ti va n d o m e lh o r e n te n d i m e n to n o s m e c a n i sm o s e n vo lvi d o s n a su sc e ti b i li d a d e e /o u p ro te ç ã o d e ssa d o e n ç a .
Pal avr as-chave s: HLA. Do e n ç a d e Jo rge Lo b o . Mi c o se . Im u n o lo gi a .
ABSTRACT
Jo rge Lo b o ’s d i se a se i s a c u ta n e o u s/su b c u ta n e o u s m yc o si s wi th a c h ro n i c c o u rse , c a u se d b y th e f u n gu s Lac azia lo b o i. Co n si d e ri n g i ts e p i d e m i o lo gy a n d th e f e w stu d i e s o n i m m u n o lo gi c a l a sp e c ts o f th i s d i se a se , th e o b je c ti ve o f th e p re se n t stu d y wa s to i n ve sti ga te a p o ssi b le a sso c i a ti o n b e twe e n HLA c la ss II sp e c i f i c i ti e s i n 2 1 Jo rge Lo b o ’s d i se a se p a ti e n ts, b y c o m p a ri n g th e m wi th h e a lth y i n d i vi d u a l o f th e sa m e e th n i c gro u p . HLA typ i n g wa s p e rf o rm e d u si n g PCR- SSP m e th o d . Th e re su lt d i d n o t sh o w a n y a sso c i a ti o n b e tw e e n HLA a n ti ge n s a n d Jo rge Lo b o ’s d i se a se . Alth o u gh n o t sta ti sti c a lly si gn i f i c a n t, a d e c re a se d f re q u e n c y o f HLA- DR7 wa s o b se rve d i n th e p a ti e n ts c o m p a re d to th e c o n tro ls ( 0 % x 1 8 %) . Th i s su gge sts a n e ga ti ve a sso c i a ti o n ( p ro te c ti ve ) b e twe e n HLA- DR7 a n d Jo rge Lo b o ’s d i se a se . Fu rth e r stu d i e s, h o we ve r, a re n e e d e d f o r a b e tte r u n d e rsta n d i n g o f th e su sc e p ti b i li ty a n d /o r p ro te c ti o n m e c h a n i sm s i n vo lve d .
Ke y-words: HLA. Jo rge Lo b o ’s d i se a se . Myc o si s. Im m u n o lo gy.
1 . Eq uipe Té c nic a de Imuno lo gia do Instituto Laur o de So uza Lima, B aur u, SP. 2 . Ho spital de Ano malias Cr ânio - Fac iais da Unive r sidade de São Paulo , B aur u, SP. 3 . Fac uldade de Odo nto lo gia da Unive r sidade de São Paulo , B aur u, SP. 4 . Divisão de Ensino e Pe sq uisa do Instituto Laur o de So uza Lima, B aur u, SP.
En de r e ço par a cor r e spon dê n ci a: Dr a. Elaine Valim Camar inha Mar c o s. Instituto Laur o de So uza Lima. Ro d. Co mandante J o ão Rib e ir o de B ar r o s, k m 2 2 5 /2 6 , Caixa Po stal 3 0 2 1 , 1 7 0 3 4 - 9 7 1 B aur u, SP.
Te l: 5 5 1 4 3 1 0 3 - 5 8 7 1 , Fax: 5 5 1 4 3 1 0 3 - 5 9 1 4 . e - mail: imuno lo gia@ ilsl. b r
Re c e b ido par a pub lic aç ão e m 4 /6 /2 0 0 4 Ac e ito e m 1 8 /6 /2 0 0 5
A doenç a de Jorge Lobo5 é uma mic ose c utânea/subc utânea
de evoluç ão c rônic a, c ausada pelo La ca zia lo b o i1 4, o qual se
assemelha filogenétic a e antigênic amente ao Pa ra co ccidio ide s b ra silie nsis2 . Há c asos desc ritos em vários países da Améric a
Latina, mas oc orre predominantemente na região amazônic a do Brasil, onde se enc ontram 2 9 5 dos 4 5 8 c asos já relatados7.
A mic ose tem sido observada em branc os, negros e índios, e uma pec uliaridade a ser ressaltada é que a doenç a de Jorge Lobo apresentava alta prevalênc ia entre a populaç ão indígena
da tribo Caiabi, quando eles habitavam o território situado entre os rios Arinos e Teles Pires, formadores do rio Tapajós no Estado do Mato Grosso. Ao serem transferidos para o Parque Nacional Indígena do Xingu não houve aparecimento de novos casos da doença entre os indivíduos da tribo. Esse dado sugere que outros fatores, como a pré-disposição genética, estejam envolvidos no aparecimento da doença4.
4 0 0
Mar co s EVC col s
conjugal e familiar. Mesmo entre os índios Caiabi, não existem evidências de transmissão inter-humana, ao longo de 20 anos4.
Lacaz cols4 chamaram a atenção para a variabilidade da resposta
do hospedeiro à infecção causada pelo L. lo bo i. Segundo os autores, alguns pacientes manifestam precocemente a forma disseminada da doença, enquanto outros apresentam lesão isolada ou localizada que assim permanece por longo tempo, ou indefinidamente. Entre essas duas situações haveria uma ampla variação no comportamento e na evolução da doença. Pouco se conhece sobre os aspectos imunológicos envolvidos nesta doença, possivelmente devido ao fato do agente etiológico não ser cultivável em meios artificiais até o momento1 4. Os mecanismos que favorecem a disseminação da
micose e como ela ocorre não são conhecidos.
Os genes do complexo principal de histocompatibilidade ( no homem, HLA) , iniciam e controlam a resposta imune específica ao s antígeno s pro téic o s3 sendo que a maio ria das do enç as
associadas ao HLA é resultado da interação entre fatores genéticos e o meio ambiente8 9 1 5. Assim, devido à alta prevalência da doença
de Jorge Lobo na região amazônica brasileira, na sua alta incidência dentre os índios da tribo Caiabi e no fato de não haver transmissão inter-humana4, nós acreditamos que possa haver uma associação
entre especificidades HLA e doença de Jorge Lobo.
Baseado nestas considerações e no pioneirismo deste tipo de investigação na doença de Jorge Lobo, nosso objetivo foi investigar a possível associação entre especificidades HLA e doença de Jorge Lobo, e comparar com indivíduos sadios de mesmo grupo étnico.
MATERIAL E MÉTODOS
Foram estudados 21 pacientes caucasóides brasileiros, portadores da doença de Jorge Lobo, oriundos do Estado do Acre, examinados pelo corpo clínico do Instituto Lauro de Souza Lima em Bauru, SP, com diagnóstico da micose confirmado pelo exame anatomopatológico.
O grupo c ontrole foi c onstituído por 5 0 indivíduos sadios, c auc asóides da populaç ão do Estado do Ac re, não aparentados, registrados c omo doadores de sangue do hemoc entro de Rio Branc o, AC.
Extr ação DNA. Fo i r e alizada a par tir de c é lulas b r anc as do sangue ve no so pe r ifé r ic o pe lo mé to do de sa lti n g- o u t6.
Tipificação do s antígeno s leuco citár io s humano s.
HLA- D R ( - D R 1 - 1 6 ; 5 1 , 5 2 , 5 3 ) e - D Q ( - D Q1 - 6 ) fo r a m de te r m inado s pe lo m é to do de PCR- SSP, utilizando - se k its c o me r c ias de b aixa e alta r e so luç ão ( One -Lamb da, USA) .
Análise estatística. As freqüências das especificidades HLA observadas em pacientes e controles foram comparadas por meio do teste exato de Fisher. Os valores corrigidos de P ( Pc) foram calculados multiplicando-se o valor de P pelo número de especificidades testadas13.
RESULTADOS
Os fenótipos HLA dos 21 pacientes são apresentados na Tabela 1. As fr e qüê nc ias antigê nic as o b se r vadas no s 2 1 pac ie nte s e no s c o ntr o le s, são apr e se ntado s na Tab e la 2 .
A associação significativa observada entre pacientes e controles, bem como o valor exato de P, são mostrados na Tabela 3 . A diferença
foi com relação à freqüência diminuída do HLA-DR7 , presente em 1 8 % dos controles e ausente nos pacientes ( P = 0 ,0 4 9 ) . O valor de P relativo a essa comparação não permaneceu significativo após correção para o número de especificidades testadas ( Pc = 0 ,8 8 2 ) .
Tabela 1 - Fen ótipo HLA dos 21 pacien tes com a doen ça de Jorge Lobo.
Pac. HLA – A HLA - B HLA - DR HLA – DQ
1 69 31 57 61 4 8 3 4
2 2 - 50 61 1 4 3 5
3 2 30 51 57 3 - 2
-4 2 3 7 38 15 14 5 6
5 3 29 7 - 15 9 2 6
6 2 68 44 75 13 8 3 6
7 25 32 44 35 1 4 3 5
8 2 - 51 17 11 - 3 5
9 24 31 62 35 1 11 5
-10 2 3 60 - 8 15 2 5
11 68 11 7 14 1 15 5 6
12 30 33 51 14 13 15 3 6
13 2 69 27 - 3 13 3 6
14 2 24 44 35 13 14 3 6
15 2 24 35 60 4 - 3
-16 2 3 42 52 8 15 3 5
17 1 3 18 57 1 4 3 5
18 2 29 44 60 13 15 3 6
19 29 31 35 62 4 16 3
-20 2 26 44 39 1 4 5
-21 2 30 7 39 9 16 2 5
Tabela 2 - Freqü ên cia fen otípica dos an tígen os HLA-DR e DQ n os 2 1 pacien tes e popu lação con trole do Estado do Acre.
HLA Doença de Jorge Lobo ( %) Acre* ( %)
DR1 2 8 ,6 2 0 ,0
DR3 9 ,5 1 6 ,0
DR4 3 3 ,4 3 4 ,0
DR7 0 ,0 1 8 ,0
DR8 1 9 ,0 1 6 ,0
DR9 9 ,5 4 ,0
DR1 0 0 ,0 4 ,0
DR1 15 9 ,5 1 4 ,0
DR1 25 0 ,0 0 ,0
DR1 36 2 3 ,8 2 0 ,0
DR1 46 9 ,5 6 ,0
DR1 52 3 3 ,4 1 8 ,0
DR1 62 9 ,5 1 8 ,0
DQ2 2 3 ,8 2 8 ,0
DQ3 5 7 ,1 7 4 ,0
DQ4 4 ,8 2 0 ,0
DQ51 4 7 ,7 3 2 ,0
DQ61 3 8 ,0 3 0 ,0
* Acre: população controle do Estado do Acre, N= 5 0
Tabela 3 - Diferenças estatísticas significantes observadas nas freqüências dos an tígen os HLA en tre pacien tes ( JL) e popu lação con trole do Estado do Acre ( Ac) .
HLA Freqüência doença Freqüência P Pc
de Jorge Lobo ( %) Acre ( %)
DR7 0 ,0 1 8 ,0 0 ,0 4 9 0 .,8 8 2 ns
P = valor de P, teste Exato de Fisher; P< 0 ,0 5
Pc = P corrigido; P < 0 ,0 5
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DISCUSSÃO
Neste trabalho, as freqüências dos antígenos HLA-DR e -DQ foram determinadas em 2 1 pacientes, com doença de Jorge Lobo. Dos pacientes estudados, 20 eram do sexo masculino com idade variando de 2 5 a 7 2 anos, e essa incidência pode ser explicada pelo fato de o homem dedicar-se mais às atividades rurais que as mulheres, ficando, assim, diretamente em contato com o agente etiológico.
A c o m p a r a ç ã o d a s fr e q ü ê n c i a s d o s a n tí ge n o s HLA observadas no grupo de pac ientes c om as determinadas nos c o ntr o le s, não r e ve lo u q ualq ue r tipo de asso c iaç ão e ntr e antíge no s HLA e do e nç a de Jo r ge Lo b o . Emb o r a a análise e statístic a não se j a signific ativa ( Pc > 0 ,0 5 ) , é impo r tante ressaltar a diminuiç ão na freqüênc ia do antígeno HLA-DR7 no grupo de pac ientes c om relaç ão ao grupo c ontrole ( 0 % x 1 8 % ) , uma vez que, talvez, seja um indíc io de uma assoc iaç ão negativa ( pr o te to r a) e ntr e HLA-DR7 e do e nç a de Jo r ge Lo b o . Par a c o nfir maç ão deste dado , to r na-se nec essár io uma amo str a maior de pac ientes e c ontroles.
Ainda que para algumas doenças infecciosas um gene principal de suscetibilidade tenha sido proposto, a suscetibilidade para o agente infec c ioso, bem c omo a patogênese da doenç a, são, geralmente, c arac terístic as multifatoriais. Em alguns c asos, o componente genético não foi esclarecido, como na doença de Jorge Lobo, mas, para a maioria das doenç as, os genes, seus produtos e o mecanismo de atuação estão sendo identificados. Dos genes que atuam na resposta imune, o HLA parece estar mais relac ionado à modulaç ão da forma e manifestaç ão c línic a da doença do que à suscetibilidade para infecção propriamente dita9.
Como exemplo, pode-se c itar a parac oc c idioidomic ose1 0 e a
hanseníase1 1 1 2. A modulação da forma clínica da doença depende
também, dos genes atuantes na imunidade inata, mas mecanismos protetores e de susc etibilidade dependem, provavelmente, de outros genes envolvidos e da natureza do patógeno9.
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