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Intervencionismo insensato

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Academic year: 2017

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INTERVENC IONISMO

INSEN ATO

O

Brasil atual precisa rever ideias ultrapassadas} que vira e

mexe voltam

à

tona através de políticos e burocratas reféns de

velhos dogmas} como os que pregam um Estado grande e forte.

Marcos Cintra *

revista inglesa The Economist publicou, na edição de 21 de janeiro de 2012, uma matéria especial com o títu lo "The

visible hand", onde informa que a crise do capi talismo liberal ocidental coincidiu com a ascen -são de uma poderosa forma de capitali smo de Estado nos mercados emergentes . No caso do Brasi l, a matéria cita que o país vive uma fase de intervencionismo insensato ao obrigar que a Pe-trobras utilize fornecedores locais, que têm cus-tos mais elevados, e determinar que a mineradora Vale mantenha funcionários que não necessita, e ainda afasta seu presidente, mesmo ele sendo re-conhecido como um executivo bem sucedido à

frente da empresa.

A questão colocada pela The Economist deve ser analisada com ponderação . Não deveria servir de parâmetro para o governo brasileiro usar como se

fosse uma tendência. Nela a revista enfatiza a China, cuja intervenção estatal envolve um elevado conteú-do ideológico, e alguns casos de países ricos, cuja atuação do poder público está restrita a alguns se-tores considerados estratégicos por eles.

Nas eleições de 201 O, o então presidente Luiz Inácio Lula da Si lva declarou que, para gerar de-senvolvimento econômico, os governos devem ser grandes e fortes. Dilma Rousseff, cand idata

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cres-cimento de suas econom ias. Tais governos investiram em bancos, indústrias e serviços de transportes e com unicação te ndo como padrão comparat ivo a Inglaterra, onde tais investimentos eram privados. Mas isso foi no século 19. Naquele momento a presença pú-blica tornou-se necessária para suprir a falta de cap itais privados, que eram escassos na Europa continenta l. Ass im, o papel substitu-tivo do Estado fo i essencial para alavancar o desenvolvimento naquelas econom ias . No Brasil ocorreu algo semelhante. O pro-cesso de desenvolvimento econômico com base na intervenção estatal direta fo i utiliza-do no governo de Getú li o Vargas, nos anos 1940, quando foram criadas empresas como a CSN, a Petrobras e a Va le do Ri o Doce. Naquela época seria impossível dar impu lso

à

industrialização brasi leira sem a ação do Estado .

O Brasi l atual não deveria adotar uma pos -tura intervencion ista sem limites, in sensato como classificou a The Economist. O país precisa rever ideias ultrapassadas, que vira e mexe vo ltam

à

to na através de po líticos e burocratas reféns de velh os dog mas, como os que pregam um Estado grande e forte nos moldes do século 19 na Eu,ropa ou dos anos 1940 no Brasil .

Hoje quem tem recursos e competência para produzir

e

gerar emprego é o setor privado. Historicamente, o poder público no Brasi l de-monstrou um inusitado apetite pelo endivida-mento e por impor ônus tri butário excessivo. O defunto redivivo da estatização implica o risco de to lher o desenvolvimento do país, além de custar muito caro ao co ntribu inte.

*M arcos Cintra

é

dou-tor em Economia pela Universidade Harvard (EUA), professor titu-lar e vice-presidente da Fundação Getulio Vargas. •

www.marcoscintra.org

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