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Fisiologia e produtividade do algodoeiro em solo encharcado na fase de plântula.

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Academic year: 2017

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Fisiologia e produtividade do algodoeiro em solo

encharcado na fase de plântula

(1)

José Gomes de Souza(2), Napoleão Esberard de Macêdo Beltrão(2)

e José Wellington dos Santos(2)

Resumo – O algodoeiro herbáceo (Gossypium hirsutum L. r. latifolium Hutch.) é uma planta

conside-rada sensível à deficiência de oxigênio do solo. O objetivo deste trabalho foi avaliar a fisiologia e produtividade do algodoeiro cultivar CNPA 7H, em casa de vegetação, submetido à anoxia, por encharcamento do solo, na fase de plântula. Foram conduzidos dois experimentos em blocos ao acaso, com sete períodos de encharcamento e seis repetições. No encharcamento de quatro dias ocorreu uma redução na atividade da invertase de 76,69%, da b-amilase de 77,37% e da redutase do nitrato de

51,10%. A fotossíntese foi afetada a partir do primeiro dia e alcançou decréscimo de 58,63% no déci-mo quarto dia de encharcamento; os carboidratos foram acumulando-se nas folhas, caule e raízes. O rendimento de algodão em caroço foi reduzido em 35,76% no décimo dia do estresse anoxítico. Termos para indexação: Gossypium hirsutum, metabolismo, anoxia, relação planta-água.

Physiology and yield of cotton in flooded soil at the seedling stage

Abstract – Annual cotton (Gossypium hirsutum L. r. latifolium Hutch.) is known as a sensitive plant to

oxygen deficient soil. The purpose of this work was to investigate the physiology and yield of cotton CNPA 7H cultivar, grown under greenhouse conditions and exposed to oxygen shortage, by soil flood-ing, at seedling stage. Two experiments were carried out and the experimental design was a randomized complete block with seven flooding periods and six replications. At the fourth day of flooding regime a decrease of 76.69% invertase activity, 77.37% of b-amilase, and 51.10% of nitrate reductase was

observed. The photosynthesis activity was affected from the first day, being reduced to 58.63% in the fourteenth day of flooding; the carbohydrates were accumulated on leaves, stem and roots. Cotton yield was reduced to 35.76% at the tenth day of flooding stress.

Index terms: Gossypium hirsutum, metabolism, anoxia, plant water relations.

(1)Aceito para publicação em 21 de junho de 2000.

(2)Embrapa-Centro Nacional de Pesquisa de Algodão, Caixa

Pos-tal 174, CEP 58107-720 Campina Grande, PB. E-mail: gomes@cnpa.embrapa.br, jwsantos@cnpa.embrapa.br, nbeltrao@cnpa.embrapa.br

Introdução

O algodoeiro herbáceo (

Gossypium hirsutum

 L. r.

latifolium

Hutch.) é uma planta que apresenta

modi-ficações no seu comportamento fisiológico quando

cultivada em solo com deficiência de oxigênio.

Evidências de profundas modificações no

meta-bolismo da planta, afetando o crescimento, o

desen-volvimento e a produtividade têm sido registrados

como efeitos do estresse anoxítico. Beltrão et al.

(1997) observaram redução no rendimento e na

pre-cocidade da cultivar CNPA Acala 1. Na cultivar

CNPA 7H, a deficiência de oxigênio causou efeitos

nas atividades enzimática, fotossintética,

respirató-ria e no rendimento, além de afetar o acúmulo dos

teores de proteína e carboidratos na planta; outras

cultivares de algodoeiro, como CNPA 3H e CNPA

Precoce 1,

também sofreram efeitos, reduzindo a área

foliar e a produção (Souza et al., 1997).

Outras modificações de natureza fisiológica e

bioquímica também foram detectadas,

destacando-se a redução da atividade da redutadestacando-se do nitrato e o

aumento no teor de prolina (Bharambe & Varade,

1983), decréscimo da transpiração e da turgescência

(Reicosky et al., 1985) e do potencial hídrico da

fo-lha (Souza et al., 1997).

(2)

cres-cimento radicular (Tackett & Pearson, 1964; Huck,

1970) e reduções nos teores de N, Ca, K e Cu nas

fo-lhas (Meek et al., 1980).

O algodoeiro herbáceo poderá ser uma das

op-ções agrícolas para as áreas irrigadas do Nordeste,

que dispõe de cerca de 4,7 milhões de hectares de

terras I, II e III na classificação de capacidade de uso

passíveis de serem irrigadas (Silva et al., 1988).

Quando cultivado em solos compactados, é uma

plan-ta sensível ao encharcamento, e nessas condições são

escassos os resultados de pesquisa, principalmente

com relação à fisiologia e bioquímica.

O objetivo deste trabalho foi estudar o

comporta-mento fisiológico e a produtividade do algodoeiro

herbáceo, cultivar CNPA 7H, cultivado em casa de

vegetação e submetido a estresse anoxítico, por

encharcamento do solo, na fase de plântula.

Material e Métodos

Foram conduzidos dois experimentos em condições de casa de vegetação, na Embrapa-Centro Nacional de Pes-quisa de Algodão (CNPA), em Campina Grande, PB, em 1998. Foi usada a cultivar CNPA 7H de algodoeiro herbá-ceo (Gossypium hirsutum L. r. latifolium Hutch.).

A unidade experimental foi constituída de um vaso de plás-tico com um dreno no fundo e capacidade para 10 kg de material de solo, ficando apenas uma planta após o des-baste, que foi realizado aos 15 dias após a semeadura; o vaso foi preenchido com material de solo, deixando-se 3 cm livres, no qual foram aplicadas as lâminas de água. Os experimentos foram conduzidos em blocos ao acaso, com sete períodos (1, 2, 3, 4, 7, 8, e 10 dias) de enchar-camento e uma testemunha, em seis repetições. Foram analisadas as seguintes variáveis: atividade da

b-amilase, da invertase e da redutase do nitrato, potencial hídrico, fotossíntese e respiração das folhas, açúcares so-lúveis e amido, proteína solúvel, aminoácidos e peptídeos, altura da planta, número de capulhos por planta, produ-ção, e abertura da primeira flor. A aplicação dos tratamen-tos e a determinação das variáveis foram iniciadas aos 28 dias após a semeadura, na formação dos primeiros botões florais.

Após a conclusão de cada período de estresse anoxítico foi retirado o excesso de água do vaso, permanecendo o solo próximo à capacidade de campo.

A proteína solúvel foi medida no sobrenadante do ex-trato foliar após a precipitação com o ácido tricloroacético a 10%, e no precipitado foram medidos os aminoácidos e

peptídeos, usando-se o método de Lowry et al. (1951); a redução dos açúcares solúveis resultantes da atividade da

b-amilase e da invertase a pH 5 foi medida pelo método de Bernfeld (1955), e o potencial da água da folha foi ava-liado pela câmara de pressão (PMS Instrument Company – Corvallis, Oregon USA). A fotossíntese foi medida em discos foliares, por meio da liberação de O2 em uma

at-mosfera em equilíbrio com NaHCO3 1M a pH 9, e a

respi-ração no escuro, pela absorção de O2. As medidas foram

feitas utilizando-se um analisador de O2 (Hansatech Ltd

Kings Lynn England), modelo C.B.1 (Walker, 1987), en-quanto os açúcares solúveis, amido e atividade da redutase do nitrato, foram analisados pelo método de McCready et al. (1950), Ashwel (1957) e Bilal & Rains (1973), res-pectivamente.

Os dados obtidos foram analisados por regressão polinomial (Pimentel-Gomes, 1985); considerou-se até o último componente significativo. Como teste de média, utilizou-se o de Tukey, a 5% de probabilidade.

Resultados e Discussão

A atividade das enzimas

b

-amilase e invertase, no

quarto dia, foi reduzida significativamente em

77,37% e 76,69%, respectivamente, em relação à

tes-temunha (Tabela 1). Souza et al. (1997) observaram

que a atividade da

b

-amilase foi pouco influenciada

β-Amilase(2)Invertase(2) Redutase do

nitrato(3) Período de

encharcamento (dias)

(µg cm-2 h-1de glucose) (µmol g-1 h-1)

0 232,41a 12,44a 0,96ab

1 199,02a 9,10ab 0,85ab

2 189,02a 12,12ab 0,85ab

3 173,27a 5,92bc 0,75ab

4 52,60b 2,90cd 0,47bc

7 - 0,81db 0,46bc

8 - - 0,37c

10 - - 0,36c

Média 169,27 7,21aa 0,63aa

C.V. (%) 22,14 32,05aa 27,40aa

Tabela 1. Teor médio de b-amilase, de invertase e de

redutase do nitrato em algodoeiro cultivar CNPA 7H, a partir dos 28 dias após a semeadura, em solo com vários períodos de encharcamento(1).

(1)Em cada coluna, médias seguidas de mesma letra não diferem entre si

pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. (2)Avaliações feitas na

superfí-cie da segunda folha a partir do ápice. (3)Avaliação feita na superfície da

(3)

quando o algodoeiro foi encharcado em fase adulta,

mas a invertase foi drasticamente reduzida.

A atividade da redutase do nitrato também foi

influ-enciada a partir do primeiro dia de estresse anoxítico

e atingiu no quarto e décimo dia, em relação à

teste-munha, reduções significativas de 51,0% e 62,5%,

respectivamente. O decréscimo na atividade da

redutase do nitrato possivelmente promoveu o

acúmulo de aminoácidos e peptídeos, reserva

tem-porária de N, relacionado com a redução do

cresci-mento verificado na fase de formação dos botões

florais. Bharambe & Varade (1983) verificaram

re-dução de 67,8% da atividade da redutase do nitrato

quando o algodoeiro foi submetido ao estresse

anoxítico.

O encharcamento causou maior acúmulo de

açú-cares solúveis no caule e na raiz do que na folha; o

amido acumulou-se mais na folha e no caule do que

na raiz (Tabela 2). O acúmulo dos carboidratos nos

órgãos de reserva pode ter ocorrido em razão da

re-dução significativa das enzimas

b

-amilase e invertase

responsáveis pela hidrólise e transporte dos

carboidratos. Souza et al. (1997) obtiveram

resulta-dos semelhantes no algodoeiro em fase adulta.

O teor de proteína solúvel não foi muito afetado

quando o estresse anoxítico foi aplicado em fase de

plântula; os aminoácidos e peptídeos foram

influen-ciados já a partir do quarto dia, e alcançaram, no

décimo dia, aumento significativo de 118,51% em

relação à testemunha (Tabela 3). A produção de

peptídeos também foi relatada por Millar & Dennis

(1990), citados por Stewart (1991), quando o estresse

anoxítico foi aplicado em fase de plântula.

O potencial da água na folha aumentou a partir

de oito dias de tratamento, mas na respiração não

houve diferença entre os tratamentos (Tabela 4).

Entretanto, Reicosky et al. (1985) e Souza et al.

(1997) verificaram redução do potencial hídrico das

folhas de planta encharcada na fase adulta e

con-cluíram que a redução da transpiração e do

murcha-mento foliar foi decorrente do decréscimo do

po-tencial hídrico.

A atividade fotossintética foi influenciada nos

tra-tamentos aos sete, oito e dez dias de encharcamento

e atingiu neste último um decréscimo significativo

de 58,63%, comparando-se com a testemunha

(Ta-bela 4).

Souza et al. (1997) também verificaram que a

ati-vidade fotossintética sofreu rápido decréscimo

quan-do as plantas permaneceram em solo encharcaquan-do, e

foi maior quando o estresse anoxítico ocorreu em

fase adulta; a redução da fotossíntese como

conse-qüência do estresse anoxítico talvez seja

decorren-te, em pardecorren-te, do acúmulo do amido na folha do

algo-doeiro, como foi observado na Tabela 2 e relatado

por Mauney et al. (1979). Em condições normais de

Açúcares solúveis Amido

Período de encharcamento

(dias) Folha Caule Raiz Folha Caule Raiz

---(µg g-1)

---0 66,40abc 102,58c 135,24d 133,06c 57,86c 41,45ab

1 33,15c 120,59bc 134,34d 171,11b 73,81de 37,38b

2 46,13abc 148,61abc 154,04bc 198,44b 90,94cd 30,66b

3 58,55aba 150,61a 148,48c 206,42a 105,10c 33,36b

4 39,24bc 140,73ab 160,66b 205,98a 107,76c 30,16b

7 46,00abc 137,47ab 168,99a 206,97a 144,41b 39,98ab

8 42,00bc 134,50ab 171,78a 214,11a 182,62a 46,77ab

10 61,91abc 148,95a 171,58a 196,87ab 163,82ab 61,39a

Média 49,20 135,51 155,64 191,62 115,79 40,14

C.V. (%) 26,40 8,85 2,86 8,48 13,00 36,76

Tabela 2. Valores médios de açúcares solúveis e amido nas folhas, no caule e na raiz do algodoeiro cultivar CNPA 7H, a partir dos 28 dias após a semeadura, em solo com vários períodos de encharcamento(1).

(4)

plantas. Almeida et al. (1992) relataram que cinco

dias de encharcamento na fase do botão floral não

causaram efeito na altura, embora tenham reduzido

a área foliar em 30%.

O número de capulhos planta

-1

e rendimento de

algodão em caroço (grama planta

-1

) decresceram de

28,0% e 35,8% em relação à testemunha,

respecti-vamente, em virtude do efeito da saturação hídrica

do meio edáfico aos dez dias de encharcamento

(Ta-bela 6). Esses resultados estão de acordo com os de

crescimento o algodoeiro é considerado uma

espé-cie acumuladora de amido (Marur et al., 1996).

O estresse anoxítico só teve efeito na altura da

planta, aos 40 e 80 dias com 8 e 10 dias de

enchar-camento, mas aos 90 dias a planta se recuperou

(Ta-bela 5). Souza et al. (1997) obtiveram resultados

se-melhantes, ou seja, o encharcamento aplicado na fase

de início de floração não afetou o crescimento das

Dias após semeadura Período de

encharcamento

(dias) 40 60 80 90

0 21,16a 49,16a 78,00a 95,66a

1 19,00ab 50,50a 80,83a 103,66a

2 17,41abc 52,66a 87,33a 111,00a

3 18,66abc 47,50a 78,16a 110,16a

4 16,00abc 47,33a 84,00a 109,83a

7 16,66abc 45,00a 79,83a 108,00a

8 12,66c 32,33a 62,66b 103,00a

10 13,50bc 31,66a 66,16b 105,00a

Média 16,88 44,52 77,12 105,91

C.V. (%) 19,14 25,98 7,74 10,23

Tabela 5. Valores médios de altura de planta (cm) aos 40, 60, 80 e 90 dias após a semeadura em algodoeiro cultivar CNPA 7H, em solo com vários períodos de encharcamento(1).

(1)Em cada coluna, médias seguidas da mesma letra não diferem entre si

pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Tabela 6. Número de capulhos por planta, produção de algodão em caroço e número de dias para abertura da pri-meira flor, na cultivar CNPA 7H, em solo com vários pe-ríodos de encharcamento(1).

Período de encharcamento

(dias)

Capulhos/ planta

(no)

Algodão em caroço

(g planta-1)

Número de dias para

abertura

da 1a flor

0 12,50a 47,98a 75,33b

1 10,33ab 47,34a 76,00b

2 10,83ab 44,92a 75,33b

3 11,50ab 44,67a 77,16ab

4 11,00ab 39,92ab 76,16b

7 11,50ab 43,59ab 77,33ab

8 10,00ab 37,83ab 80,33ab

10 9,00b 30,82b 82,00a

Média 10,83 42,13 77,45

C.V. (%) 16,04 16,71 3,88

(1)Em cada coluna, médias seguidas de mesma letra não diferem entre si

pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Tabela 4. Valores médios de potencial hídrico, fotossíntese e respiração em algodoeiro cultivar CNPA 7H, a partir dos 28 dias após a semeadura, em solo com vários períodos de encharcamento(1).

Fotossíntese(2) Respiração(2)

Período de encharcamento (dias) Potencial hídrico(2) (Mpa)

---(µmol m-2 s-1

)---0 -1,30c 19,29a 2,12b

1 -1,15bc 16,39ab 2,73b

2 -0,80abc 16,92ab 2,60b

3 -1,00abc 18,15a 2,36b

4 -0,95abc 16,60ab 2,66b

7 -1,13bc 12,71bc 3,53ab

8 -1,01b 9,05c 2,32b

10 -1,07b 7,98c 2,03b

Média -1,05 14,64 2,54

C.V. (%) 0,98 18,24 14,97

(1)Em cada coluna, médias seguidas da mesma letra não diferem entre si

pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. (2)Avaliações na superfície da

segunda folha, a partir do ápice. Período de

encharcamento (dias)

Proteína

solúvel(2)

(µg cm-2)

Aminoácidos e

peptídeos(2)

(densidade ótica)

0 167,44ab 0,27c

1 154,05b 0,27c

2 171,47ab 0,27c

3 164,57ab 0,31c

4 170,58ab 0,45bc

7 180,08ab 0,50ab c

8 170,06ab 0,51abc

10 167,68ab 0,59ac

Média 168,24 0,39

C.V. (%) 6,67 15,18

Tabela 3. Teor médio de proteína solúvel e aminoácidos e peptídeos no algodoeiro cultivar CNPA 7H, a partir dos 28 dias após a semeadura, em solo com vários períodos de encharcamento(1).

(1)Em cada coluna, médias seguidas de mesma letra não diferem entre si

pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. (2)Avaliações na superfície da

(5)

Hodgson (1982), Almeida et al. (1992), Beltrão et al.

(1997) e Souza et al. (1997) que verificaram

redu-ção da produredu-ção quando o encharcamento foi

apli-cado na fase de botão floral.

A precocidade, medida pela abertura da primeira

flor, também foi afetada significativamente no

tra-tamento onde as plantas permaneceram dez dias

encharcadas, em relação à testemunha. Beltrão et al.

(1997) também observaram que o estresse anoxítico

ampliou o período de floração do algodoeiro.

As modificações no metabolismo do algodoeiro

descritas acima, acarretando a redução de

ativida-des enzimáticas que são responsáveis pela

mobili-zação das reservas, ocorridas durante o

enchar-camento das plantas, possivelmente influenciaram

o acúmulo dos carboidratos, e, como conseqüência,

o decréscimo significativo na assimilação

fotossin-tética, como observado por Mauney et al. (1979).

Glinski & Stepniewski (1985) também relataram

que, dependendo do estádio do desenvolvimento, o

estresse anoxítico causa profundas alterações

bio-químicas e bio-químicas nas plantas, que se refletem na

produção biológica, na partição dos assimilados, e,

conseqüentemente, na produção econômica.

Conclusão

O algodoeiro herbáceo, cultivar CNPA 7H, é

sen-sível à anoxia, mesmo temporária, e acarreta

profun-das modificações no seu metabolismo e na produtividade.

Referências

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Imagem

Tabela 2. Valores médios de açúcares solúveis e amido nas folhas, no caule e na raiz do algodoeiro cultivar CNPA 7H, a partir dos 28 dias após a semeadura, em solo com vários períodos de encharcamento (1) .
Tabela 4. Valores médios de potencial hídrico, fotossíntese e respiração em algodoeiro cultivar CNPA 7H, a partir dos 28 dias após a semeadura, em solo com vários períodos de encharcamento (1)

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