• Nenhum resultado encontrado

Curso supletivo de primeiro grau : um estudo de caso sobre a evasão escolar no municipio de Porto Alegre, RS, 1981

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Curso supletivo de primeiro grau : um estudo de caso sobre a evasão escolar no municipio de Porto Alegre, RS, 1981"

Copied!
110
0
0

Texto

(1)

NO MUNIC!PIO DE PORTO ALEGRE, RS, 1981

(2)

UM ESTUDO DE CASO SOBRE A EVA~SAO ESCOLAR NO MUNICíPIO DE PORTO ALEGRE, RS, 1981

IDEN~IA SILVEIRA DOS SANTOS

Tese submetida corno requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em E-ducação.

RIO DE JANEIRO FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS

INSTITUTO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM EDUCAÇÃO

(3)
(4)
(5)

Meus agradecimentos

Ao.6 pJto

n e.6.6 oJte.6 Gaudê.nc.-i.o F Jt-i.g otto e Vtt. FeJtnã.ndo A.

da.

SilvÚfLa. -

.Ro

c.ha ,_

pela solicitude em participarem da Banca Examinadora.

Ao.6 pttone.6.6oJte.6 do In.6t-i.tuto de E.6tudo.6 Avançado.6

em Educ.ação da Fundação Getúl-i.o VaJtga.6.

à Ann-i.ta GueJtJta Ramo.6,

pelo interesse e diálogo

crítico.

Ao Velc.-i.o H-i.lton

e

Mattlene Campante,

pelo

conví-vio amigo e colaboração prestada.

à Mattlene Ramo.6 Fetttte-i.tta,

datilógrafa incansável.

A

todo.6 0.6 am-i.go.6

que direta ou indiretamente me incentivaram para a realização do presente trabalho e que, por seu grande número, deixo de mencionar.

(6)

Pago

1. INTRODUÇÃO

1. 1 - Definição do Problema

1. 2 - Imnortãncia do Estudo ... . . . . . . . . 4

1. 3 - Objetivo do .Es~udo... 5

1. 4 - Deliini tação do Estudo . . . 5

1. 5 - Indagações a que se Pretende Responder . . . . 6

1. 6 - Procedimentos Metodo16gicos ... . . 6

1. 7 - Área de Execução da Pesquisa .. . . . . . 7

1. 8 - Tamanho da Amostra . . . 7

1. 9 - Instrumento de Coleta de Dados . . . 8

1.10 - Coleta de Dados . . . 9

1.11 - Tratamento EstatIstico . . . 11

2. REVISÃO DA LITERATURA 2. 1 - Retrospectiva Hist6rica do Ensino Supletivo 2. 2 - A Situação Atual do Curso Supletivo no Rio Grande do Sul: Legislação 2. 3 - A Evasão Escolar: Algumas CaracterIsticas .. 3. APRESENTACÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS . . . • . 3.1 - CaracterIstícas do Universo . . . . 3.2 - O Perfil da População Estudada . . . . 3.3 - Evidências sobre o Caráter e a peculiaridade da Evasão no Curso Supletivo 12 12 23 29 32 32 :í11 49 3.4 - Perspectivas de Prosseguimento dos Estudos.. 62

3.5 - Ouiras Evidências • . . . : . . . 66

4. CONCLUSÕES • . . . 70

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 74

(7)

6.1 - Definição dos Termos e Siglas . . . • . • • 6.2 - Questionário para coleta de dados

VII

83

(8)

TABELAS: 1 - DISTRIBUIÇÃO SEGUNDO O NÚMERO DE MATRI CULAS E EVASÃO DOS ALUNOS DO NíVEL 3 DOS CURSOS SUPLETIVOS DAS ÁREAS EDUCA-CIONAIS, MUNICíPIO DE PORTO ALEGRE,RS, 1976-1980 . . . . 2 - DISTRIBUIÇÃO SEGUNDO O NÚMERO. DE ~~TRI

CULAS E EVASÃO DOS ALUNOS DO N!VEL 4 DOS CURSOS SUPLETIVOS DAS ÁREAS EDUCA-CIONAIS, MUNICíPIO DE PORTO ALEGRE,RS,

pago

34

1976-1980... 37 3 - DISTRIBUIÇÃO SEGUNDO O NÚMERO DE MATRí

CULAS E EVASÃO DOS ALUNOS DO NíVEL 3 DO CURSO SUPLETIVO DA ESCOLA ESTADUAL DE 19 GRAU ARAÚJO PORTO ALEGRE -

MUNI-CíPIO DE PORTO ALEGRE, RS, 1975-1980.. 39 4 - DISTRIBUIÇÃO SEGUNDO O NÚMERO DE MATRI

CULAS E EVASÃO DOS ALUNOS DO NíVEL 3 DO CURSO SUPLETIVO DA ESCOLA ESTADUAL DE 19 GRAU ARAÚJO PORTO ALEGRE -

MUNI-CíPIO DE PORTO ALEGRE, RS - 1975-1980.

40

5 - DISTRIBUIÇÃO DOS ALUNOS POR FAIXA

ETÁ-RIA E POR SEXO. MUNICíPIO DE PORTO A-LEGRE, RS, 1981 . . • . . . 6 - DISTRIBUIÇÃO DOS ALUNOS POR ESTADO

CI-VIL E POR SEXO. MUNICíPIO DE PORTO

A-~1

LEGRE , RS, 1 9 8 1 . . . 44.

7 DISTRIBUIÇÃO ooS ALUNOS POR SITUAÇÃO PRO -FISSIONAL E POR SEXO. MlT:NIC!PIO DE PORTO ALE

GRE, RS, 1981... 45

(9)

TABELAS: 8 - DISTRIBUIÇÃO DOS ALUNOS POR RENDA MEN

SAL E POR SEXO. MUNICíPIO DE PORTO A

LEGRE, RS, 1981... 46

9 - DISTRIBUIÇÃO DOS ALUNOS POR

ESCOLARI-DADE ANTERIOR E POR SEXO. MUNICíPIO

DE PORTO ALEGRE, RS, 1981... 49

10 - DISTRIBUIÇÃO DOS ALUNOS POR PERIoDO

DE INTERRUPÇÃO DOS ESTUDOS E POR SEXO.

MUNICíPIO DE PORTO ALEGRE, RS, 1981. 51

11 --DISTRIBUIÇÃO DOS ALUNOS POR IDADE EM

QUE INTERROMPERAM OS ESTUDOS E POR SE

XO. MUNICIPIO DE PORTO ALEGRE,RS~981 53 12 - DISTRIBUIÇÃO DOS ALUNOS POR MOTIVOS

DE INTERRUPÇÃO DOS ESTUDOS E POR SEXO.

MUNICíPIO DE PORTO ALEGRE, RS, 1981.

13 - DISTRIBUIÇÃO DOS ALUNOS POR IDADE DE

INGRESSO NO MERCADO DE TRABALHO E POR

SEXO. MUNICíPIO DE PORTO ALEGRE, RS,

5~

1981 . . . 56

14 - DISTRIBUIÇÃO DOS ALUNOS POR HORAS DE

TRABALHO E POR SEXO. MUNICíPIO DE

PORTO ALEGRE, RS, 1981 . . . 57

15 - DISTRIBUIÇÃO DOS ALUNOS POR DIFICULDA

DES PARA CURSAR O NíVEL 4, DO CURSO

SUPLETIVO E POR SEXO. MUNICíPIO DE

PORTO ALEGRE, RS, 1981... 58

16 - DISTRIBUIÇÃO DOS ALUNOS POR NÚMERO DE

VEZES EM QUE INTERROMPEU O CURSO SU

-PLETIVO E POR SEXO. MUNICIPIO DE POR

TO ALEGRE, RS, 1981... 59

(10)

TABELAS: 17 - DISTRIBUIÇÃO DOS ALUNOS POR MOTIVOS PA RA CURSAR O SUPLETIVO E POR SEXO. MUNI

CíPIO DE PORTO ALEGRE, RS, 1981... 62

18 - DISTRIBUIÇÃO DOS ALUNOS POR

EXPECTATI-VAS DE CONTINUAR OS ESTUDOS E PQR SEXO. 63

19 - DISTRIBUIÇÃO DOS ALUNOS POR PREFERtN -CIA DE CURSOS E POR SEXO.

DE PORTO ALEGRE, RS, 1981

MUNICíPIO

20 - DISTRIBUIÇÃO DOS ALUNOS POR EXPECTA-VAS FUTURAS E SEXO. MUNICíPIO DE

POR-64

TO ALEGRE, RS, 1981... 65

21 - DISTRIBUIÇÃO DOS ALUNOS POR IDADE E ES COLARIDADE ANTERIOR. MUNICíPIO DE POR

TO ALEGRE, RS, 1981.:. . . . 67

22 - DISTRIBUIÇÃO DOS ALUNOS POR ESCOLARIDA DE ANTERIOR E SITUAÇÃO PROFISSIONAL.

MUNICíPIO DE PORTO ALEGRE, RS, 1981... 68

23 - DISTRIBUIÇÃO DOS ALUNOS POR IDADE EM QUE INTERROMPERAM OS ESTUDOS E IDADE ATUAL.' MUNICíPIO DE PORTO ALEGRE, RS,

1981 . . . 69

(11)

LISTA DE GRÂFICOS:

1 - DISTRIBUIÇÃO POR IDADE DOS ALUNOS DO SEXO MASCULINO. MUNICíPIO DE PORTO

ALEGRE, RS, 1981 . . . 43

2 - DISTRIBUIÇÃO POR IDADE DOS ALUNOS DO . "

SEXO FEMININO. MUNICIPIO DE PORTO

ALEGRE, RS, 1 9 8 1 . . . 43

3 - SALÁRIO DOS ALUNOS DO SEXO MASCULINO ..

MUNICíPIO DE PORTO ALEGRE, RS, 1981. 48

4 - SALÁRIO DOS ALUNOS DO SEXO FEMININO.

MUNICíPIO DE PORTO ALEGRE, RS, 1981. 48

5 - ANO DE INTERRUPÇÃO DOS ESTUDOS DOS ALUNOS. MUNICíPIO DE PORTO ALEGRE,

RS, 1981

XI

(12)

Esta pesquisa teve por objetivo caracterizar o a-luno matriculado no nível 4 do Curso Supletivo, em 1981, na Escola Estadual de 19 Grau Araújo Porto Alegre, do municí -pio de Porto Alegre, RS, bem como levantar possíveis ~ato

res que estejam relacionados com a sua evasão escolar e perspectivas de estudo.

A amostra constituiu-se de 88 alunos, que foram caracterizados quanto ao sexo, idade, estado civil, situa -ção profissional, renda mensal, número, motivos e período de interrupções de escolaridade anterior, idade de ingresso no mercado de trabalho, dificuldades para freqüentar o Cur-so Supletivo e perspectivas de continuidade dos estudos.

o

instrumento de coleta de dados foi um question~ rio, aplicado pela própria pesquisadora.

Para análise dessas variáveis, utilizou-se o tra-tamento estatístico descritivo, com cálculo de médias, va-riância e desvio-padrão. A associação entre algumas variá-veis foi estudada pela aplicação do teste do qui-quadrado

(X2), a nível de significância de 0,05, e pelo coeficiente de correlação de Pearson.

Os resultados permitiram concluir que o nível 4do Curso Supletivo funciona como uma nova oportunidade de est~

do oferecida a alunos jovens, na faixa etária de "15 a 19 anos", solteiros, que abandonaram a escola por razoes so-cio-econômicas, alguns exercendo atividades de trabalho des de os 10 anos.

Ao freqüentá-lo, os alunos, de modo geral, naoes peram que o certificado de 19 grau venha conseguir-lhes em prego ou promoção no emprego atual.

(13)

ensino de 29 grau e, posteriormente,a um Curso Universitá-rio.

Verificou-se, ainda, que o abandono do sistema formal é um-antecedente que depois se repete na trajetória escolar dos alunos no Curso Supletivo. ,

A incidência mínima de evasão no nível 4, do Curso Supletivo, da escola em estudo, é um fato que constata -mos também nas outras escolas das quatro areas educacionais.

(14)

Cette recherche a pour but de caractériserl 'éleve inscrit au niveau 4 du Curso Supletivo, en 1981,à l'Escola Estadu~l de 19 Grau Arafijo Porto Alegre, a Porto Alegre,RS,

aussi bien que de découvrir les facteurs qu-i le ooussent

ã

a-bandonner l'école et les possibilités ou'il a de continuer ses études.

L'échantillon a été constitué de 88 éleves carac-térisés selon les donnés suivants: le sexe, l'âge, l'état civil, la

causes et térieure, ficultés

r_ivo) et

situation professionnelle, le salaire mensuel,les la période de l'interruption de la scolarité an -l'âge d'accés dans le marché de travail, les dif-retrouvées pour suivre le cours (Curso Suple les possibilités de continuer les études.

L'enquêteur s'est servi d'un questionnaire pour récolter les donnés utiles à sa recherche.

Pour l'analys~ de ces variables on a utilisé le trai tement statistigue descriptif en employant le calcul des móyennes, la variance et la déviation étalon. L'associa-tion existante entre quelques variables a été analysée par l'application du test du Khi-carré (X2) au senil de 0,05 et par le coefficient de corrélation de Pearson.

Les résultats obtenus nous autorisent a conclure que le niveau 4 du Curso Supletivo a surtout le but de pe~

mettre aux éleves entre 15 et 19 ans, célibataires et qui avaient ab~ndonné l'école pour des raisons d'ordre socio-économiques, de reprendre les études. Quelques uns d'entre eux travaillent depuis l'âge de 10 ans.

D'une façon générale, le fait de fréquenter ce cours ou d'avoir obtenu un diplôme, ne signifie pas que les éleves esperent obténir forcément un emploi ou meme une promotion dans leur travail.

(15)

tement

à

d'autres niveaux de l'enseignement du second degré et, apres, à l'Université.

On a constaté que l'abandon du systeme de l'en

seignement formel c'est um fait qui se répete pendant le

déroulement de la vie scolaire des éleves du Curso

Supleti-vo.

L'incidence minime de l'évasion au niveau 4 du

cours (Curso Supletivo), de l'école en question, c'est un

phénomene qu'ôn a vérifié aussi dans les autres écolesdes

quatre Âreas Educacionais de Porto Alegre,jusqu'à 1980.

(16)

No presente estudo interessa-nos apresentar os r~

sultados de uma pesquisa sobre a evasão de alunos em escola do município de Porto Alegre, RS. Trata-se de um estudo de caso, onde tomamos uma amostra de alunos que estavam ma triculados, em 1981, no nível 4 do Curso Supletivo em esco la pública do primeiro grau.

O trabalho permite penetrar numa situação concre ta, a escola pública, e averiguar, por instrumento como ocorre a evasao.

Preocupa-nos em saber se de fato a evasao do sis tema regular de ensino formal é um antecedente que depois se repete na trajet6ria escolar dos alunos no Curso Suplet!

VOe Neste sentido, não s6 nos preocupamos com as taxas de

matrícula e evasão, mas também com o conjunto de indicado res apontados pelos pr6prios alunos observados.

Tomamos como apoio um esquema te6rico de diversos estudos, utilizados aqui em linhas gerais,que mostram a influê,!! cia da origem social do indivíduo sobre o desempenho esco lar. Vale a pena lembrar um importante estudo realizado por FRIGOTTO et alii1 onde os autores também fazem referências ao problema da evasão, enfatizando certos aspectos socio16-gicos ligados ao ambiente familiar.

Nosso interesse pelo tema evasao surge a partir de um trabalho que vimos realizando há quatro anos como inte grante do Grupo de Supervisores do Curso Supletivo, na 8a. Delegacia de Educação de Santa Maria, RS. Â equipe de Su pervisores cabe a responsabilidade de assessoramento e pIa nejamento para a implantação e implementação dos referidos cursos nas escolas públicas e particulares, sob a jurisdi-çao da 8a. DE. No decorrer de nosso trabalho, na D.E. te

(17)

mos constatado que a evasão vem se tornando uma interferên-cia muito importante no sistema de Ensino Supletivo, pois tem tido um crescimento acentuado desde a implantação do re ferido sistema nas e~colas.

No capítulo introdutório referimo-nos especialme~

te a descrição do âmbito da pesquisa, da amostra, do instru trumento utilizado e dos procedimentos de análise.

o

capítulo 11 dedicamos a uma retrospectiva hist~

rica sobre o Ensino Supletivo no Brasil, em especial no Rio Grande do Sul e à questão da Evasão Escolar, de modo geral.

No capítulo 111 analisamos e discutimos os resul-tados obtidos. Traçamos um perfil do aluno estudado. Os da dos revelam tratar-se de alunos evadidos do ensino regular e do próprio Curso Supletivo.

Tentamos encontrar diante desta situação os fato-res que possam impedir a frequência ao curso e os princi pais motivos de evasão escolar. Os resultados demonstraram que há, entre outras razões, influência das condicões

cio-econômicas.

so-As perspectivas de continuidade dos estudos estão associadas, de imediato, a um curso de 29 grau e, no futur~

a um curso universitário.

Finalmente no capítulo IV apresentamos as conclu-soes mais importantes que o estudo nos proporciona.

Para que o trabalho fosse realizado, muito se de-ve a todos os alunos que motivaram a realização do mesmo, bem como a todo o pessoal da Escola Estadual de 19 Grau A

-raújo Porto Alegre, que nos receberam de maneira interessa-da e cordial.

(18)

Leal, Élia P. Figueiró, Cilce Agne Domingues e Olga Mirailh Moreira, pelo estímulo que amenizou o difícil início para a realizacão do Curso de Mestrado.

(19)

CAPITULO I

1. INTRODUÇÃO

1.1 - Definição do Problema

Observa-se que, nos últimos

constante o aumento quantitativo dos

anos, torna-se urna

que buscam os Cursos

Supletivos. Se, por um-lado, tem sido elevado o numero de

adolescentes e adultos que se matriculam, por outro, tem

si-do também bastante significativo o numero dos que se

eva-dem. Isso nos leva a escolher corno terna de estudo o

proble-ma da evasão no Ensino Supletivo.

Para tanto procura-se caracterizar os alunos

ma-triculados no nível 4 do Curso Supletivo, em 1981,quanto a:

a) sexo, faixa etária, estado civil, situação pr~ fissional, faixa salarial;

b) evidências sobre o caráter e peculiaridade da e

vasão no Curso Supletivo;

c) perspectivas de prosseguimento dos estudos.

Fica definido, para os fins a que se destina o pr~

sente estudo, que o evadido deve ser entendido corno o aluno

que está matriculado, ~m 1981, no nível 4 do Curso Supletivo,

por ter abandonado o ensino regular ou sofrido, em anos

an-teriores, uma ou mais interrupções de escolaridade.

1.2 - Importância do Estudo

O presente estudo tem relevância e se mostra

opor-tuno na medida em que pretende contribuir para a comp~~e~

são do problema da evasão numa realidade de ensino: a su

(20)

1.3 - Objetivo do Estudo

A partir da necessidade de caracterizar o aluno ma-triculado no nIvel 4 do Curso SupletiVo, em 1981, e levantar possIveis fatores que estariam relacionados

à

existência de um contingente de alunos que abandonaram a escola e depo~ ~

tornaram, este trabalho tem o propósito de oferecer subsIdios para reflexão acerca do problema da evasão escolar.

1.4 - Delimitação do Estudo

Pretendemos nesse trabalho, reunir, analisar dados e informações sobre fatores que possam estar interferindo na evasão escolar no Curso Supletivo.

Os sujeitos da pesquisa sao alunos da Escola Esta -dual de 19 Grau Araújo Porto Alegre, matriculados no

4, em 1981.

nIvel

É importante lembrar que estamos trabalhando com a-lunos do Curso Supletivo que abandonaram" a escola regulardes quais cerca de 30% interromperam uma ou mais vezes o próprio Curso Supletivo.

As explicações da evasao que buscamos são aquelas d~ das pelo próprio aluno. Obviamente, mesmo que não estejamos

.

.-

.

contemplando aqui todos os indicadores da matriz de varlavelS que estudos vêm apresentando como condicionantes de bloqueios da trajetória escolar ou do próprio rendimento, ela está aqui subentendida.:!

2CASTRO, cláudio de Moura et alii. A edu~ação

na

Amêhi~a

Latina:

tudo

~ompahativo

de

e~to

e

e6iei~neia. Rio de Janeiro, F.G.V.,

(21)

1.5 - Indagações a que se pretende responder

Ao enfocar a evasão escolar num estabelecimento de ensino, com o Curso Supletivo, nIve1 4, em 1981, procura -se responder às seguintes indagações:

Como se caracteriza o aluno do nIvel 4 do Curso Su-pletivo, em termos de sexo, faixa etária, estado civil, si tuação profissional, faixa salarial e fatores que possam im-pedir a freqüência ao curso? Quais os principais motivos de evasão escolar indicados pelos alunos? Quais as perspecti -vas dos alunos do nIvel 4 do Curso Supletivo? Buscam eles a Universidade?

1:6 - Procedimentos Metodo16gicos

Para a realização do nosso trabalho, procedemos em duas fases distintas: Pesquisa Bibliográfica e Pesquisa de campo.

Na Pesquisa Bibliográfica procuramos materiais ref~ rentes ao Ensino Supletivo no Brasil e, em particular no Rio Grande do Sul, e à Evasão Escolar nas seguintes fontes: Re vistas especializadas; artigos, pareceres e r~soluções.

Efetuamos uma organização crono16gica do material, para dar uma apresentação mais compreensIvel.

Na Pesquisa de campo foram realizadas visitas, com a participação ~1reta da pesquisadora, em escolas da rede es tadual com nIvel 4 do Curso Supletivo e, às vezes acompanha-da acompanha-da supervisora acompanha-da área educacional. Escolhido o estabele cimento de ensino, busca-se reunir dados e informações so -bre os alunos que freqüentam o nIvel 4 do Curso Supletivo,em 1981. Analisamos o material, selecionando aquelas informa -ções que eram consideradas significativas a partir dos s~

(22)

indicado-tivo e expectativas da clientela.

Optamos por um estudo de caso. Tal metodologia p~

rece ser a mais adequada por se tratar de uma análise quali-tativa.

1.7 - Área de Execução da Pesquisa

O presente estudo de caso desenvolve-se na Escola Estadual de Primeiro Grau Araújo Porto Alegre, localizada no bairro Sarandi, periferia do Município de Porto Alegre, RS. A referida escola foi criada pelo Decreto n9 8741, de 11 de fevereiro de 1958, para atender ao ensino regular correspon-dente ao atual Primeiro Grau. Está sob a jurisdição da 3a. Área Educacional.

Com o Parecer CEE n9 330/74 e Portaria n925.7l4/ 74, de 28/11/74, foi autorizada a implantação do Curso Supleti -vo, ampliando-se, assim, as oportunidades educacionais,já que se criou uma possibilidade para todos aqueles egressos que d~

sejam recuperar a escolaridade. O horário de aula é noturno e o curso e dado de forma intensiva, duas séries em cada ano letivo. Na ocasião em que foi realizada a pesquisa a escola contava com 12 professores em regê~cia de turma e 5 em.ou tras funções, no Curso Supletivo. Integram a equipe pedagó-gica da escola, além do Diretor, os assistentes de turno e um Orientador Educacional que exerce a função de Supervisor Escolar.

1. 8 - Amostra

Com a finalidade de realizar um estudo de caso,no~

(23)

Também serviram de informantes os responsáveis p~ la Direção e Supervisão, Professores, Secretárias e outros funcionários que direta ou indiretamente se envolvem e cola boram para o aumento da produtividade do sistema educativo.

A escolha desta escola com o Curso Supletivo pre~

deu-se ao fato de ser nela bastante representativo tanto o numero de matriculas quanto a taxa de evasão escolar ..

1.9 - Instrumento de Coleta de Dados

Para atender aos objetivos propostos pelo estudo, o principal instrumento elaborado pela autora foi o questiQ nário que serviu para a coleta de informações sobre o alu-no, abrangendo: caracterização do aluno; expectativas de continuidade escolar; motivos para evadir-se do curso. (Ane xo 2).

o

instrumento elaborado foi extenso em função da própria natureza das informações requeridas.

Utilizou-se, também, a observação das reaçoes dos professores em momentos variados e entrevistas informais, feitas sob forma de conversas, pela pela própria pesquisa-dora. De modo geral, as perguntas eram sobre suas caracte-risticas pessoais, seu trabalho, formação, treinamentos pa-ra o Curso Supletivo, o que pensam sobre o curso, corno o comparam com outras experiências de ensino.

Embora esses dados nao tivessem sido incluidos co mo variáveis no presente estudo, optou-se por coletá-los na tentativa de, através de comparaçoes, caracterizar os recur sos humanos a partir das alternativas de preparação desses recursos oferecidos pela Secretaria de Educação.

(24)

1.10 - Coleta de Dados

Os dados que fazem parte deste trabalho foram co letados através do questionário, observações, bem como do resultado de pesquisa de campo e bibliográfica.

Para conseguir entrar nas escolas, a primeira providência tomada foi solicitar urna autorização, através de ofício endereçado

à

Diretora do Departamento de Educa -ção Especializada (DEE), da Secretaria de Educa-ção, com s~ de em Porto Alegre, RS. Com o recebimento da autorização nos dirigimos à titular da la. Delegacia de Educação, que nos deu uma apresentação para que nossa presença se fizes-se tanto nas Âreas Educacionais como em estabelecimentos de ensino. Durante esta etapa, no período compreendido entre março e maio de 1980, realizamos os primeiros contatos,qu~

se diários, com os Supervisores envolvidos diretamente com o Curso Supletivo à nível de Ârea Educacional e escola.

A tarefa seguinte, o trabalho de campo, sob a re~

ponsabilidade da pesquisadora, foi iniciada com as informa çoes estatísticas coletadas no grupo de Informática da la. D.E. e levantamentos da rede de estabelecimentos com Cur-sos Supletivos.

Autorizada a pesquisa e escolhida a escola, pe-diu-se à direção como fonte inicial,

in loeo,

a relação no minaI dos sujeitos, arquivada na Secretaria do estabeleci-mento de ensino. Na ocasião, procurou-se listar todos os alunos matriculados no nível 4, sua vida escolar, seus res pectivos endereços e local de trabalho. Em seguida houve um estudo acurado desses dados.

o

instrumento elaborado foi inicialmente pré-te~

(25)

o

tempo para a pesquisa de campo compreendeu o p~

ríodo de agosto a dezembro de 1980, recomeçando em abril de 1981, quando se aplicou o questionário.

veu-se ao período de férias escolares.

A interrupção de

A amostra aleatória e estratificada foi extraí -da, sorteando-se 50% do total de alunos matriculados, por turma, no nível 4, em 1981.

A aplicação do questionário pela pesquisadora foi iniciada no dia 22 de abril de 1981 e concluída em 24 de a-bril do mesmo ano.

Só o horário de aulas foi utilizado, para facili-tar o contato com os informantes. Neste caso, o próprio professor se prontificou a assumir a turma com a pesquisad~

ra, durante o período de aplicação do instrumento, tornan-do-se mais fácil a tarefa.

A aplicação foi feita pela pesquisadora, mediante a distribuição individual, na sala de aula, com algumas re comendações preliminares, para a execução da tarefa.

Alguns alunos demonstraram curiosidade e interes-se pelos resultados da pesquisa, manifestando interes-seu deinteres-sejo de

"TomalLa que. me..e.holLe. o c.ulL.60".

Para responder ao instrumento, cada turma gastou em média 45 minutos, não surgindo dificuldade em se ajustar a disponibilidade de horário do professor.

A reação inicial ao trabalho foi sempre um misto de confiança e troca de idéias (curiosidade).

(26)

1.11 - Tratamento Estatístico

Os dados coletados através do questionário foram manualmente tabulados. Foi utilizado um tratamento descri-tivo, com o cálculo de médias, variância. Os resultadoses tão apresentados em tabelas simples e de dupla entrada, re ferindo-se a cada unidade de análise segundo a variável e sexo. Em alguns resultados, para melhor evidenciá-loa,

uti-"

lizam-se histogramas e polígonos de freqüência. A associa -ção entre algumas variáveis foram estudadas pela aplica-ção

\ 2

do Teste X , a nível de significância 0,05, mediante a se -guinte equação:

X2 = (fe

-

ft)2 ft

onde:

fe freqüências ~

= emplricas

ft = freqüências teóricas Calculamos o Coeficiente de Correlação de Pearso~

para a descrição de relação entre as duas variáveis, matrí-cula e evasão, nas áreas educacionais. Este coeficiente foi calculado através da fórmula seguinte:

r= (Xi -

X)

(Yi -

Y)

V ,

-

2 \~ -

2

(Xi- x) ."

V

(Yi-Y) \

onde:

Xi=matrícula Ni= evasao

X = média 'da matrícula Y = média da evasão.

(27)

CAPITULO 11

2. REVISÃO DE LITERATURA

Este capítulo compõe-se de duas partes: na prime~ ra é feita urna retrospectiva histórica do Ensino Supl~tivo

no Brasil e, em particular no Rio Grande do Sul e na segun-da estusegun-da-se a questão segun-da EVASÃO ESCOLAR de modo geral.

2.1 - Retrospectiva Histórica do Ensino Supletivo

As preocupações em favor da educação de adolescen-tes e adultos, se repetem com alguma freqüência no Império, primeira República e mesmo nos anos do Estado Novo, 1930-1945.

Os acontecimentos mais marcantes que indicam a pr~

ocupaçao do governo em "oferecer educação para todos", nos primeiros tempos desse período, foram os seguintes:

a criação do Ministério da Educação e Saúde Pú -blica em 1930;

- a fixação da idéia de um plano nacional de educa ção na Constituição de 1934;

- a criação do Instituto Nacional de Estudos Peda-gógicos, no Ministério da Educação e Saúde, em 1938.

(28)

- os resultados do recenseamento geral do Brasil em 1940;

- a Instituição do Fundo Nacional de Ensino Supl~ tivo, em 1942, e sua regulamentação, em 1945;

- a criação de um Serviço de Educação de Adultos, no Ministério da Educação e Saúde, em 1947:

Tais fatos3 nao estão isolados, pois é perceptí-vel a influência da UNESCO (Organização das Nações Unidas p~ ra a Educação, Ciência e Cultura), desde a sua criação, em 16 de novembro de 1945, estimulando a realização de progra-mas nacionais, alguns bastante ambiciosos, de educação de adultos analfabetos.

Com efeito, tais idéias suscitam fervorosos adeE tos que procuram estabelecer que a educação de adultos de-veria ser vinculada às prioridades sócio-políticas brasile! raso A própria base industrial agiu dentro da sociedade brasileira corno agente pressionador a nível dos interesses da classe dominante.

As consequencias desses movimentos, que nao estão distantes, são de extrema relevância. As repercussões vão sendo sentidas com as.Campanhas~ empreendidas para elevar o nível cultural da população e também para a erradicação do analfabetismo:

3Veja-se a esse respeito, BEISIEGEL, Celso p~. são Paulo, Pioneira, 1974, pp. 68

~Veja-se a esse respeito, PAIVA, Vanilda.

de

aduttoh.

são Paulo, Layola,

1977.

Rui.

Ehtado

e edueação

p~ e 80.

(29)

- Campanha da Educação de Adultos e Adolescentes - CEAA (1947-1963);

- Capanha Nacional de Educação Rural -CNER (1952-1953);

- Movimento de Educação de Base - MEB (1961-1965) ; - Comissões de Cultura Popular e o Programa'Naci~

nal de Alfabetização (1963);

- Movimento Brasileiro de Alfabetização - MOBRAL (1967 em diante) .

No caso do Rio Grande do Sul, nao cabem dúvidas de que as informações a respeito do Ensino Supletivo são as publicadas pelo Serviço de Educação de Adultos, do Depart~

mento Nacional de Educação, Ministério de Educacão e Saú-des. Cabe ressaltar que as informações, a nosso ver, ainda são bastante limitadas, constituindo um obstáculo para a ~ posição da retrospectiva histórica tanto a nível escolar quanto a nível do próprio Estado.

Dispondo dessas informações, ternos urna idéia c1a ra de que o primeiro sinal de preocupação do governo da Pro víncia do Estado do Rio Grande do Sul com a tarefa do ensi-no de adultos data de 1857. O quadro referente a educação de adultos vai se a1~erando. Os levantamentos do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos indicam que na década de 1920 e principalmente, após a Revolução de 1930, quase to -dos os Esta-dos acabam por realizar alguns esforços nesta Ârea de Serviços Educacionais. Assim, no Rio Grande do Sul em 1939

SMINISTÊRIO DA EDUCAÇÃO E SAÚDE. Departamento Nacional de Educação. Histórico da educação de adultos no Brasil. Rio de Janeiro, Publi~a­

(30)

a legislação dispôs sobre cursos noturnos, em especial nas escolas anexas a quartéis 6. Escolas deste gênero chamam-se

escolas regimentais, instaladas mediante entendimento com os respectivos comandos, oferecendo instrução primária elementar aos soldados analfabetos e ministrada por professo -res civis escolhidos pelo Comandante da Guarnição Militar. Determinava-se um programa-padrão, desenvolvido em 10 horas semanais, num período letivo de abril a novembro. Veremos, mais adiante, o que levou o Estado a instalar cursos em es tabelecimentos militares.

o

papel dos Estados seria orientado no sentido de estimular todas as iniciativas do Governo da União que vi~ sassem ao p~esso do país. Postula-se na época, a nível n~ cional, a educação para todos. Todos os brasileiros deve-riam ser alcançados pelo processo educativo. O governo par ticipa do início de um movimento nacional voltado a exten -são de oportunidades educacionais a todos os brasileiros, a dolescentes e adultos analfabetos.

"O~ ~e~viço~ de eduQaç~o, e ent~e ele~

o

en~ino~u

pletivo, viniam

aQ~e~Qenta~-~e

a

out~o~ ~e~viço~

no~ ~eto~e~

da

a~~i~tênQia ~oQial,

da

habitaç~o,

- 7

do

t~abalho,

da

~aude

... etQ."

Com a política de extensão dos serviços da educa-çao a todos os adole~centes e adultos sem escolaridade, se faz necessária uma série de medidas atinentes a esse campo no Rio Grande do Sul.

A Secretaria de Educação, se antecipa na implant~

ção do Serviço de Educação de Adolescentes e Adultos (SEAA), através do Decreto n9 1259 de dezembro de 1946.

6Ver a esse respeito, Rev~ta ~~ileina de E~tudo~ PedagõgiQo~,op.cit~

p. 151 e Ministerio da Guerra Militar do Sul, 3a. Região Militar,--Nota de Instrução n9 8c/março de 1948.

(31)

Os Acordos entre a União e o EstadoB favorecem a descentralização da responsabilidade de instalação da quan-tidade"necessária de cursos vespertinos ou noturnos de ensi no primário supletivo para adolescentes e adultos em estabe lecimentos militares (quartéis), ou em núcleos de popula-ções rurais construídos com os recursos da FNEP. A outra ~ te interessada no acordo é o Ministério de Educação e Saúde, que se obriga a elaborar o planejamento geral, a orientação técnica, controle geral dos serviços e prestação de "auxílio f lnancelro . , , 9

Corno medidas oficiais de obrigatoriedade de cursos para maiores de 14 anos, destacam-se as "Instruções para o~ ganização e funcionamento dos cursos de Educação de Adultos do Estadol~ cujos objetivos básicos são:

a) atualizar valores humanos pelo despertar e de senvolver de possibilidades intelectuais e so ciais, dirigidas no sentido do amadurecimento individual e coletivo;

b) levar o aluno à vida de comunidade, através de sua gradual integração às exigências sociais, pelo favorecer de novos recursos e nadrões de conduta;

c) garantir, um clima escolar de natureza especif! camente vocacional;

d) favorecer a prática de cidadania eficiente a -través da integração do processo escolar da le gislação trabalhista vigente;

BSECRETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA, RS, Superintendência do Ensino Primá-rio, Doc. n9 111/49, cláusula Primeira, p.1.

9 SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA, RS, Superintendência do Ensino

(32)

é) integrar a atuação individual às vantagens e e xigências da sociedade democrática em suas ins tituições básicas;

-f) ampliar a compreensao da dignidade do traba-lho, qualquer que ele seja.

o

Curso Supletivo de grau primário processa-se em :três s~ries sucessivas. Começando pelo aprendizado de ler, escrever, rudimentos de cálculos e noções gerais, na primei ra série. Daí em diante, as séries seguintes suplementam a educação recebida na escola primária comum e/ou na primeira s~rie do curso supletivo.

Cria-se tamb~m através dessas Instruções, al~m da alfabetização dos adolescentes adultos, um curso de admis -sao com a duração de um ano letivo, orientado pelo programa oficial de admissão ao ginásio, em unidades escolares que possuem recursos.

Na Constituição de 1937, Artigos. n9 127 e 128 está explícito o que estabelece o conteúdo da Instrução qu~ to a dar ênfase ao trabalho manual.

No entanto, à medida que o modelo capitalista in dustrial implantado passa a exigir um maior contingente de mão-de-obra especializada para as novas funções abertas p~ lo mercado, a política educacional brasileira, principalme~

te a partir de 1956, tudo faz para atrelar o sistema educa-cional ao processo de acumulação de capital e de reprodução da força de trabalho.

Note-se a importância desses princípios como di-retrizes não só para formulação dos objetivos da educa~ão

(33)

Apesar de não dispormos de dados sobre as causas da continuidade da ampliação ou não da rede de escolas com aqueles cursos, o fato de existir, em muitos municípios,uma unidade delas nos permite supor que tenha havido condições de alcançar a concretização dos objetivos propostos no pe -ríodo de 1960-1974. Sabe-se inclusive que no período de 1961 a 1971, esses cursos estiveram em parte ligados ao sis terna formal de ensino entendidos corno ensino primário hotur no, com características do ensino regular, oferecendo qua -tro níveis de aprendizagem: Iniciação; Fundamental A, Funda mental B e Complementação. Em 1972, a clientela que então cursava o nível correspondente

à

2a. série do primário, pô-de continuar seus estudos através do PEI*, que oferece cur-so de 2a. a 4a. série do 19 grau.

Cabe, finalmente, lembrar que nos anos 60 entra em vigor a Lei n9 4024/61, fixando as diretrizes e bases da educação nacional, que assim se refere ao exame de madure -za:

Art. 99 - Aos maiores de dezesseis anos sera per-mitida a obtenção de certificados de con clusão do curso ginasial, mediante a pre~ tação de exames de madureza em dois anos, no mínimo, e três anos, no máximo, apos estudos realizados sem observância de r,egime escolar.

Parágrafo único - Nas mesmas condições,permitir-se-á a obtenção do certificado de conclusão de curso colegial aos maiores de dezeno ve anos.

(34)

mo ainda é um entrave ao sistema sócio-econômico do país. O alto índice de analfabetos no Brasil suscitava preocupaçao em melhorar a imagem do país entre as demais nações. Em ter mos de produtividade do sistema econômico, o problema devia ser atacado com prioridade na década de 70, "de modo a c.on

tJt..tbu..tJt paJta a modeJtn..tzaç.ão da I.:>oc...tedade bJtal.:>..tleiJta"ll.

A-contece ent~o uma nova tentativa de mudança, tanto na orie~

taç~o econômica como na escolar. Discurso novo. Falam em educa,ç~o e "Jteduç.ão da maJtg i nal..tz aç.ão c.ultuJtal I.:> o c.ial e ec.o

n~mic.a doI.:> el.:>tJtatol.:> mail.:> ba..txol.:> da populaç.ão"·12.

O governo se encarrega, pela primeira vez, de implantar Movimento Brasileiro de Alfabetizaç~o - MOBRAL, que visa

um

~

a alfabetizaç~o da força de trabalho e

à

elevaç~o, mesmo por um mínimo, de seu nível de qualificaç~o. Fortifica-se o con ceito de que o acesso a um emprego mais bem remunerado e a uma classe social mais elevada seria obtido através do estu do. Vale a esse respeito observar que n~o é a primeira cam panha, mas é a partir dessa que, em diversos momentos, o Es tado compromete-se com a conquista de novos espaços em area supletiva. Encarrega-se da infra-estrutura, particularme~

te quanto aos recursos humanos, implicando na expansao qu~

litativa e quantitativa dos cursos "mobralenses".

De 1971, para ca, como se falou anteriormente, o Ensino Supletivo começa a ganhar destaque no cenário das preocupações governa~entais, com a promulgaç~o da Lei n9 5692/71. Parece que as medidas e prioridades da política educacional do regime capitalista apontam para a continuida de de projetos educativos de importância para o desenvolvi-mento global do país no sentido de "mascarar" a desiguald~

de real, reforçando o modelo econômico gerador dessas desi-gualdades. Seus objetivos passam a ser:

l1'Politica para o Ensino Supletivo, Rev.L6ta 8JuL6ile..tJta de EI.:>tu.dol.:> PedagÉ..

g..tC.O.6. Rio de Janeiro, 59(131) jul/set. 1973~ p. 505. 12 ARA" uJO, M1gue . 1 G. Operar10s e ~ .

tomará a educação brasileira?

p.15.

educadores se identificam. Que rumos

(35)

- Suprir a escolarização regular para adolescentes e adultos que não a tenham seguido ou concluído na idade própria e,

- Proporcionar, mediante repetida volta

à

escola, estudos de aperfeiçoamento ou atualização para os que tenham seguido o ~nsino regular no todo ou em parte12 •

Através do Parecer n9 699/72 do Conselho Federal de Educação, o Ensino Supletivo constitui-se num sub-sistema do Sistema Educacional. A legislação educacional em vigor des-taca para o Ensino Supletivo as seguintes funções básicas:

a) Suplência - que supre a escolaridade regular não cumprida em idade própria:

b) Suprimento - que constitui a educação permanen-te e destina-se aos que buscam o aperfeiçoamen-to ou atualização de conhecimenaperfeiçoamen-tos em qualquer nível:

c) Qualificação

-

que visa a '

-preparaçao para o tra balho em cursos de duração variável e que nao e xigem grau de escolaridade (PIPMO) :

d) Aprendizagem - que objetiva a formação metódica no trabalho, ministrada pelas empresas a seus empregados de 14 a 18 anos (SENAI/SENAC).

Das funções do Ensino Supletivo, o curso de suplê~

cia a nível de 19 grau é o que mais interessa ao presente tra balho, no qual a escola é a agência sistematizadora dos

(36)

nhecimentos dos alunos. Legalmente, da funcão de mera su-plência, por exemplo, a prestação de exames de madureza pre

~

vista no art. 99 da Lei n9 4024/61, o supletivo passa a efe tiva condição de suprimento da escolarização. A repetida vo! ta

à

escola abrange desde a alfabetização até várias formas de educação continuada.

A suplência passa a assumir papel de vital impor-tância na vida educacional do país, urna vez que visa a reg~ larizar a situação escolar de indivíduos, através de cursos e exames, de forma que continuem seus estudos.

"O EI1.6,tl1o Sup.te-t,tvo ablLal1gelLá. c.UIL.60.6 e ~xame.6 a

.6elLem olLgal1,tzado.6 110.6 vá.IL,tO.6 .6,t.6-tema.6 de ac.olLdo

c.om a.6 1101Lma.6 ba,txada.6 pe.to.6 lLe.6pec.-t,tvo.6

COI1.6e-.tho.6 de Educ.ação" 14, •

Por um lado, com o desafio proposto no Capítulo IV da Lei n9 5692/71, tem-se a organização desse grau de ensi-no, fazendo com que a educação de adultos seja revestida de características próprias. Por outro lado, o Parecer CFE n9 699/72 supoe urna nova concepção e funções do Ensino Suplet~

vo, na medida em que:

a) define-o corno um sistema integrado, independe~

te do ensino regular mas com este intimamente relacionado, que em perspectiva mais ampla su~

ge como parte do Sistema Nacional de Cultura;

b) propoe urna perspectiva dupla, de enriquecimen-to individual integral e de participação no de senvolvimento sócio-econômico cultural;

c) estabelece sua vinculação ao esforço do desen-volvimento nacional;

(37)

d) aponta para a necessidade de criação de uma me todologia ajustada às suas características.

Esse tipo de ensino pretende oferecer oportunida-des de retorno ao sistema educacional para um contingente

de

"Jtepe.ten.te.6 e a.tJta/.}ado.6 em Jtelaç.ão a uma -i..dade padnão de

e/.}eolaJt-i..zaç.ão"15,

que inclusivej~ participam ativamente da força produtiva do país, para usarmos a expressão de Castro.

As possibilidades de o ensino supletivo desempe-nhar a nova função que lhe foi atribuída parece depender da clientela que não foi à escola na época apropriada e inicia o curso regular, mas nao consegue passar da 4a. série, e/ou a abandona antes de concluir o curso.

A grande expansao das matrículas nos cursos de su plência de 19 grau, certamente, deve-se a esse fator. Isso tem acontecido freqüentemente. Confirmam-no os exemplos d~ dos por Castro16: "56%

daquele/.} que -i..n-i..e-i..am a pJt-i..me-i..Jta

/.}e-Jt-i..e eon/.}eguem Jtealmen.te pa/.}/.}aJt

à

/.}egunda

e apena/.} 30% eon/.}e

guem ehegaJt ao b-i..nal da quaJt.ta • .• "

Se se pensou na expansao do Ensino Supletivo, e particularmente dos cursos de suplência de 19 grau, nao se pensou, por outro lado que a expansão e diversificação de suas programações traz como decorrência problemas de eva -são e repetência.

15CASTRO, Claudio de Moura (coord.) et alii.

A

edueaç.ão na Amêh-i..ea La.t-i..

na: um e.ó,tudo

eompaJta.t-i..vo de eM.to e eb-i..uênua.

Rio de Janeiro,

FGV-:-1979, p. 108.

(38)

2.2 - A Situação Atual do Curso Supletivo no Rio Grande do Sul: Legislação

-Um estudo sobre a evasao de alunos matriculados no Curso Supletivo de Educação Geral a nive1 de 19 grau

-ve1 4, num estabelecimento de ensino da rede estadua1- do mu nicipio de Porto Alegre, RS, necessita da revisão de alguns aspectos gerais e legais. Para que isto seja possível ana lisa-se a evolução dos cursos, a nível estadual, na década de 1970 e início da de 1980.

Na legislação educacional do Rio Grande do Sul,e~

contram-se dispositivos que tratam especificamente sobre os Cursos Supletivos. Assim, a Resolução n9 92/72, do Conse lho Estadual de Educação,estabelece as normas para os exa -mes supletivos de 19 e 29 graus e a Resolução n9 96/72 reg~ lariza a situação dos cursos supletivos de 19 grau já exis-tentes.

A experiência dos ginásios intensivos noturnos de dois anos, amparada pela Resolução n9 72/69 - CEE/RS, com o objetivo de atender egressos do curso primário na faixa etá ria estabelecida, demonstrou-se válida. Serviu de base ao Conselho Estadual de Educação, a partir de 72, para fixar o currículo e a duração dos Cursos Supletivos de Educação Ge ra1 a nível de 19 grau.

o

Curso Supletivo, em questão, é organizado com a avaliação no processo de aprendizagem, isto é, ensino dire-to que atende

à

função de SUPL~NCIA, já explícito no Capít~

(39)

depende dos estabelecimentos de ensino a possibilidade de in troduzí-los ou não. A duração do curso é de 180 dias leti -vos e a freqüência anual mínima, de 75%. O curso funciona somente à noite e oferece matrícula em dois níveis. O pri -meiro, nível 3, corresponde às primeiras séries do ensino de 19 grau. O outro, nível 4, corresponde às últimas séries do ensino de 19 grau.

Entretanto, além da comprovaçao de uma idade míni-ma exigida, é aplicada umíni-ma prova prévia obrigatóri~7 , a fim de que os candidatos sem histórico escolar não tenham mais uma barreira tão tradicional na vida escolar. A política a-dotada é a de não recusar escola. Não cabe discutir neste trabalho a validade ou não da prova prévia, que, a grosso m~ do, pode ser considerada satisfatória. Embora sejam exíguas as informações disponíveis, tem-se conhecimento da formação de excedentes, por não conseguir acesso em estabelecimentos de ensino. Discrepância entre a lei e a prática existe. A prova prévia é a lei. Nesse caso, cumpre-se rigorosamente, ainda que seja seguindo as disposições da Resolução CEE/ n9 96/72.

Em 1974, no Estado, já se havia instalado um total de 437 cursos, sob o controle de 26 Delegacias de Educação.

Somente em 1975, em cumprimento ao disposto no Pa-recer CEE, n9 540/74,. que estabelece provas de validação de estudos, a Secretaria de Educação e Cultura consegue regula-rizar os Cursos Supletivos em funcionamento, ewbora sem auto rização. Para cumprir o disposto no Parecer, mobiliza recur sos humanos da SUT, DEE, DEM, DEF*, num total de 53 profis sionais, distribuídos em subcomissões para tratar de diver -sos aspectos, desde a coordenação até os programas.

17

-Resoluçao CEE/n9 96/72, art. 8.

(40)

Sobre estas provas, que foram realizadas em um só período, de 15 a 17 de janeiro de 1975, em todas as escolas, e sobre o número de alunos inscritos, encontram-se regis-tros no Parecer CEE n9 971/7518 • Segundo dados deste

Pare-cer, essa prova teve 11.167 alunos inscritos para o nível 3 e 13.102 para o nível 4 . Deste total, houve uma abstenção de 10,9% para o nível 3 e 5,2% no nível 4 . O índice de

no nível 3 ~

20,4% nível 4, 52,0% ..

aprovaçao e e no

A partir de então, o número de estabelecimentos com cursos autorizados no Estado sofre uma grande redução. No final do ano 7519 havia 91 estabelecimentos em 30 municí pios pertencentes a oito (8) Delegacias de Educação. Esse total sofreu um aumento de 77,2% em 1979, passando para 118 escolas públicas e particulares, em 54 municípios, perten -centes a 22 Delegacias de Educação. Nestas duas fases, au mentou o número de municípios que implantam os Cursos Supl~

tivos e o número de Delegacias de Educação. Em Porto Ale -gre existe, hoje, uma rede de 33 escolas estaduais e 5 par-ticulares que ministram Cursos Supletivos.

Desde 1975 até 1981, promulgou-se uma gama de Pa-receres e Resoluções, cada um deles dando um passo a frente para a execução de alternativas propostas pelo Conselho Es-tadual de Educação para a educação de adultos, através do ensino indireto e semi-indireto (à distância), sob o contro le do Departamento d~ Educação Especializada da Secretaria de Educação (DEE/SE): Rádio EducativaiTVEi Centro de Estu -dos Supletivos (CES) i Centros Rurais de Ensino Supletivo

(CRES)i Habilitação de Docentes Leigosi Exames de Suplência

Profissionalizante a Nível de 19 e 29 Graus; Programa de E-ducação Integrada.

(41)

ção extra-escolar, encaminhando os adultos "alfabetizados"

d - d 20 . 1 ..

para o Programa da E ucaçao Integra a , equlva ente as qu~

tro primeiras séries do primeiro grau com duração de 12 me-ses. O Programa de Educação Integrada é ministrado em esc~ las estaduais, mediante o Convênio MOBRAL e Secretaria de Educação, e em outras mantidas pelos Municípios.

o

Parecer n9 578/7821 e a Resolução n9 137/7822 ,

do CEE, respectivamente propõem medidas alternativas de mo-dificação da estrutura e metodologia dos Cursos Supletivos a serem implantados. Deixa de existir a Resolucão CEE n9 96/72. Segundo o Parecer e Resolução já mencionados, podese caracterizar o Curso Supletivo como um curso em eta -pasi com ensino à distância, mediante o uso de módulos de ensino e matrícula por disciplina.' Quanto à organização e funcionamento desses cursos, sugere o favorecimento à deman da da clientela que costuma ter acesso a exames supletivos.

Mais recentemente, em 28/5/1981, o C.E.E. apro vou o Parecer CEE/283/81, que trata do plano de Adaptação Gradativa de Cursos Supletivos, regidos pela Resolução CEE/ 137/78 e modificações a serem introduzidas, no período de 1981 até 1984, nos planos pedagógicos desses cursos.

Este Parecer constituiu o desfecho de um longo processo de estudos visando ao aprimoramento das alternati-vas de ensino, o que tem bastante peso na escolha da opera-tividade por parte da escola.

20Decreto CFE/n9 44/73 e Parecer CFE/n9 96/81.

21Parecer CEE/n9 578/78, estabelece diretrizes para a execuçao da Reso lução CEE, 137 de 28 de julho de 1978, que fixa normas para a organi zação de cursos supletivos de educação geral do ensino de 19 gra~.

22

(42)

Paralelamente às tentativas de maior oferta qua~ titativa de oportunidades educacionais no ensino supletivo, a Secretaria de Educaçio cria NGcleos de Orientaçio do Ens! no Supletivo (NOES). Estes nGcleos constituem projetos que 'sio vistos como fatores importantes para adolescentes e a

dultos que buscam, pelo estudo uma melhoria de seu padrio de vida. Esse projeto abrange a área de jurisdiçio das 36 Delegacias de Educaçio. Somam um total de vinte e sete (27) os nGcleos imolantados até o final de 1981.

Nota-se nessas medidas da política educacional que a tendência do governo do Estado é a de assumir a universa lizaçio da oferta de matrículas. Diante disso, impõe-se a expansio de Cursos Supletivos para alcançar um maior número de adultos e adolescentes, "{ ... J t~ndo ~m vi~ta a~ diniQu~

dad~~ qu~ o ~i~t~ma ~duQaQional ~nQont~a pa~a o at~ndim~nto

da~ n~Q~~~idad~~ d~ todo~ aqu~l~~ qu~ têm di~~ito

ã

~duQa­

ção at~avê~ da~ m~ta~ ~duQaQionai~ ... ,,23

Sabe-se que, também, nesse período, há dinamiza-çao dos projetos de capacitaçio de recursos humanos, propoE cionando aos participantes que exercem a funçio de Diretor, Supervisor e Inspetor a nível de Secretaria de Educaçio, De legacia de Educaçio e Escola de Professores, encontros,tre! namentos e cursos (Projeto 9.4 MEC/CETEB) procurando aten der aos que prescrevem os arts. 32 e 38 da Lei n9 5692/71.

"O pessoal .docente do Ensino Supletivo terá prep~

ro adequado às características especiais desse t! po de ensino de acordo com as normas estabeleci das pelos Conselhos de Educaçio".

"Os sistemas de ensino estimulario, . mediante pl~ nejamento apropriado, o aperfeiçoamento e atuali zaçio constantes dos seus professores e especia-listas de Educaçio".

23CUNHA , Luiz Antonio.

A

~duQação ~ d~envolvimento ~o~al no ~il.

(43)

No entanto, a realidade encontrada nas Âreas Educa cionais, em especial na 3a. Ârea, não parece estar de acordo com o que prescrevem os artigos citados. HS ausincia de re cursos humanos, principalmente de profissionais técnicos,tais como Inspetores e Supervisores escolares. Notase a desas -sistincia a que estão relegadas as escolas pertencentes a es sa Ârea. Isto é tão verdadeiro que no período necessSrio p~ ra a pesquisa de campo observamos a ausincia desse recurso humano a nível de escola.

Procurando saber algo sobre a dinamização dos re -cursos humanos a nível de Ârea Educacional e escola, foram realizadas entrevistas informais, feitas sob forma de

conver-sas, com os professores, na própria escola.

Dos professores do nível 4 do Curso Supletivo a ~ se totalidade era de mulheres, jovens, casadas. Observou-se que esses professores, em geral, tim formação universitSria completa e um regime de trabalho de 22 horas. Na maioria dos casos, os professores declararam que lecionam em outras esco las, públicas, particulares e/ou municipais. Isto sugere que os professores encontram-se ocupados com atividades do magistério.

Quanto ao acesso a cursos de aperfeiçoamento do cor po docente, em fase das exigincias legais supracitadas, no-ta-se que os professo~es nunca participaram de treinamentos oferecidos pela Secretaria de Educação, isto é, cursos que se supõe teriam dado oportunidade de maior atualização e pr~ paro para a responsabilidade que lhes é confiada: ministrar aulas a alunos do Curso Supletivo. Nas conversas com os pr~

fessores pode-se destacar, em boa parte, as predisposições positivas em relação ao seu desempenho e rendimento dos seus alunos.

(44)

em Orientação Educacional.

As informações sao questionáveis. Sugerem um ex~ me da distribuição qualitativa e quantitativa dos recursos humanos docentes e não-docentes nesse estabelecimento de en sino.

2.3 - A Evasão Escolar: Algumas Características

Nesta seção focalizamos algumas características da evasão escolar considerando diversos estudos que mostram a influência da origem social do indivíduo sobre o desempenho escolar.

Estes estudos evidenciam a importância da influên-cia do

baekgnound

familiar, cujas variáveis dizem respeito

à

estrutura, natureza e funcionamento da unidade familiar: características do domicílio e existência de bens de consu-mo duráveis que indicam padrões de conforto e bem-estar ma-teriali nível ocupacional do pai e da mãe, posição ocupada pelo pai em seu trabalho que permitem situar o indivíduo na sociedade dentro de uma hierarquia de prestígioi o nível de instrução do pai e da mãe que pode oferecer explicações teó ricas ao desenvolvimento cognitivo dos indivíduos.

O prosseguimento ou permanência na escola depende nao só do nível sócio-econômico a que pertencem esses indi-víduos mas também das diferenças existentes entre ospa&Xes e valores culturais, sociais e educacionais vigentes em seu meio. Em outras palavras, as características familiares e xercem influência sobre a formação, o caráter e atitude dos educandos, repercutindo fortemente na sua escolaridade.

(45)

Os alunos provenientes de ambientes favorecidos têm maiores possibilidades de sucesso do que aqueles que pr~ vêm de'ambientes de nível sócio-econômico ·baixo.

Quanto maior o número de repetências, menor a ren-da familiar pe~ eapita~ o que significa que existe maior ade quação da escola àqueles que tem renda mais elevada.

O abandono da escola, está por outro lado, estatis ticamente associado ao mau desempenho do aluno. O estudante fracassa porque não consegue corresponder ao que a escola e-xige em termos de aprendizagem e aos gastos, por parte das famílias, com o ensino.

A exclusão da escola está também sendo explicada pela impossibilidade efetiva de o indivíduo conciliar estudo e trabalho. Ao atingir os 14 e, sobretudo, os 18 anos, mui tos alunos relegam a escolaridade a segundo plano. ~ nessa faixa etária que há índices de abandono da escola. No Brasil, aproximadamente 57,0% dos jovens de 15 a 19 anos estão incor porados à força de trabalho. E na medida em que o trabalho prejudica o rendimento escolar, o aluno acaba abandonando a escola pelo acúmulo de reprovaçoes.

Esses estudos, adernais, sugerem que o sistema edu-cacional pode concorrer, em certa medida, para a solução de alguns desses problem~s, principalmente através da adequação do ensino ao tipo de clientela a que se destina. Para que is so seja possível é necessário olhar a escola por dentro. ~ preciso conhecer os mecanismos e o modo de funcionamento des sa engrenagem, que se limita a reproduzir no seu interior a desigualdade de oportunidades: a exclusão do sistema escolar.

Portanto, esses estudos sobre a influência da ori-gem social do indivíduo em seu desempenho escolar representa ram contribuição significativa para o nosso trabalho.

(46)

xas de evasao, reprovação e repetência são elevadas nos sis temas regular e supletivo de 19 grau. Veremos, por exemplo, que aqueles que retornam

à

escola para o Curso Supletivoten deriam em geral a ser os alunos que fracassaram no ensino regular ou que foram forçados a interromper os estudos por motivo de trabalho.

(47)

CAPITULO 111

3. APRESENTAÇÃO E ANALISE DOS RESULTADOS

Neste capítulo procuramos, primeiro caracterizar o Universo da pesquisa, no que se refere

à

matrícula e eva-sao nas respectivas áreas educacionais e escolas. Em ~egui­

da, tratamos especificamente de alguns fatores que, em

nos-o.. \ , .

50 entender, podem constituir indicadores do caráter e das

peculiaridades da evasão no ensino supletivo: sexo e idade, estado civil, situação profissional, renda mensal, escolari dade anterior, ano e idade em que interromperam os estudos, motivos para interromperem os estudos, idade em que ingres-saram no mercado de trabalho, número de horas de jornada no emprego atual, dificuldades para freqüentarem o curso supl~

tivo, número de vezes em que repetiram o curso supletivo.

Finalmente, passamos a estudar os fatores de de -manda do curso supletivo e os que condicionam a continuida-de dos estudos.

Após o exame das informações fornecidas pelo gru-po de alunos que freqüentam o nível 4 do curso supletivo na Escola Estadual de 19 Grau Araújo Porto Alegre, em 1981, a-presentamos os dados coletados em Tabelas, de acordo com o sexo, por pretendermos fazer uma análise comparativa do pr~ blema entre homens e mulheres. Para determinadas variáveis apresentamos gráficos (histogramas e polígonos de freqüên -cia) a fim de melhor compreensão do assunto posto por elas. Quando possível utilizamos o teste do Qui~drado para exa-minar o grau de relação entre as variáveis.

3.1 - Caracterização do Universo

(48)

-nais (l~, 2~, 3a e 4a), sob a jurisdiç~o da l~ Delegacia de

Educaçio, localizada no Municipio de Porto Alegre, RS, em

1981.

Para as Âreas Educacionais, temos um Universo for

mado somente, por escolas públicas de ensino regular que

a-tendem, também, alunos dos niveis 3 e 4 do Curso Supletivo.

A matricula e a evasao das Âreas Educacionais fo

ram analisadas, no periodo de 1976 a 1980. Na escola em es

tudo, esses dois indicadores foram analisados a partir de

1975, inicio do funcionamento do Curso Supletivo, em esco

-las, autorizados pela Secretaria de Educaçio e Cultura, até

(49)

TABELA 1

Distribuição segundo o numero de matrículas .~ evas,ao dos alunos do nível 3 dos cursos supletivos.

Municlpio de Porto Alegre, RS

ARFA

N9 DE tMATRíCUIAI '. EVASÃO MATR!

ANO

CIONAI ESCOlAS I INICIAL

ABSOLUTO % FINAL CUIA

1976 1218 336 27,6 882

1977 1323 587 44,4 736

1~ 8 1978 1249 525 42,1 724

1979 1220 519 42,5 701

1980 1166 510 43,7 656

1976 1039 579 55,7 460

1977 1030 505 49,1 525

2~ 7 1978 1071 582 54,3 489

1979 1090 594 54,5 496

1980 987 459 46,5 428

1976 688 314 46,0 374

1977 740 371 50,1 369

3~ 5 1978 704 368 52,3 336

1979 821 454 55,3 367

1980 562 275 48,9 287

1976 1923 1146 59,6 777

1977 1834 973 53,1 861

4~ 13 1978 1679 967 57,6 712

1979 1592 872 54,8 720

1980 1733 1005 58,0 728

FONTE: Levantamento de dados dos cursos supletivos de pri- . meiro grau, nlve1 3. Grupo de Informática da Pri-meira Delegacia de Educação. Município de Porto

(50)

Os dados da Tabela 1 apresentam-nos, o número de Areas Educacionais, escolas, matrículas e evasão.

Em termos gerais, os índices de matrículas e evasao no nível 3 do Curso Supletivo, das trinta e três esco -las públicas pertencentes às quatro Areas Educacionais, período de 1976 a 1980 são bastante elevados.

Entre as oito escolas públicas pertencentes à Area, observamos que há uma média de 1235 matrículas.

\

outro lado, a evasão é de 40,0%. A relação escola-aluno a de maior significado, 1:154.

no

l~

Por

~

e

Na 2~ Area, a situação é diferente. As escolas, em numero de sete apresentam uma média de 1043 matrículas. Os índices de evasão são de 52,0%. A relação escola-aluno é de 1:149. Tudo indica que existe uma relação entre o nú-mero de escolas e sua localização. Possivelmente, a locali

zação dessas escolas em zona central,"cidade baixa" ou ad-jacências facilite o acesso dos alunos ao seu local de estu do e trabalho.

Na 3~ Area o total de matrículas em cinco escolas de bairros periféricos apresenta um número sensivelmente me nor. Assim, entre as escolas, temos uma média de 703 matrí cuIas. Embora não se verifique excesso de alunos entre as escolas dessa Area, o percentual de evasão de 50,5%, é sem~ lhante ao da 2~ Area. A relação escola-aluno é de 1:140.

Quanto às escolas da 4~ Ârea uma observação faz-se necessária. ~ a Area com maior número de escolas, treze, e de matrículas (média de 1752 alunos), totais amplamente su periores quando comparados às demais Âreas.

56,6% também é bastante significativa em todo lisado. A relação escola-aluno é de 1:134.

(51)

cionais, situadas em bairros mais distan.tes de Porto Alegre. As diferenças podem estar determinadas pelo fato de que na

4!

Area, o número de escolas existentes ultrapassa o dobro dos estabelecimentos de ensino da 3a Area Educaciona~.

As evidências da tabela mostram que existe uma re lação entre o total de matriculas e o total de evasão. Apl! cando o coeficiente de correlação linear de Pearson encon-tramos ~= 0,76 o que i uma correlação relativamente alta entre a matricula inicial e a evasão de alunos no nivel 3 do Curso Supletivo nas diferentes Areas Educacionais de Porto Alegre, no periodo de 1976 a 1980.

Os dados da Tabela 2 apresentam-nos ~

o numero de Areas Educacionais, escolas, matriculas e evasao. Passamos agora a examinar a matricula e a evasao no nivel 4 do Curso Supletivo de escolas públicas, no mesmo periodo de 1976 a 1980.

Em termos midios, nas escolas e Areas Educacio -nais, o nivel 4 do Curso Supletivo apresenta matricula e e vasao pouco semelhantes às encontradas no nivel 3 do Curso Supletivo.

Na la Area observamos que há, entre as oito esco-las, uma midia de 1611 matriculas e uma evasao de 37,4%. A relação escola-aluno i de 1:201.

Na

2!

Área, a

~idia

de matriculas, entre as sete escolas, i de 1076 e a evasao 44,6%. A relação escola-alu-no i de 1:153.

Observamos que apesar da midia de matriculas na

. a a .

Imagem

GRÁFICO  5

Referências

Documentos relacionados

Além desta verificação, via SIAPE, o servidor assina Termo de Responsabilidade e Compromisso (anexo do formulário de requerimento) constando que não é custeado

Com a mudança de gestão da SRE Ubá em 2015, o presidente do CME de 2012 e também Analista Educacional foi nomeado Diretor Educacional da SRE Ubá e o projeto começou a ganhar

A relação entre educação e participação social tendo como um terceiro elemento a Educação Ambiental são aportes que nos auxiliam a compreender a relação sociedade e

Para um maior detalhamento dos principais problemas encontrados no setor de Oxicorte foram analisados documentos fornecidos pelo setor de PCP, os quais são

(e) T2-weighted FatSat coronal MR image, 10 months latter from image B. In the follow-up 10 months later, some loss of thickness and fissuring are seen in the

k) uso de equipamentos e técnicas de proteção; l) participação do servidor em atividades comunitárias. Observa-se que as questões atribuídas aos quatro níveis de

Em seguida, identifica um conjunto de Unidades de Convergências que são elementos elaborados para determinar a convergência dos fatores relevantes dentro da Acessibilidade

sector revenue sector attractiveness innovative capability product attractiveness adoption from word of mouth adoption rate + + firms revenue average Non-R&D Funds sales + + +