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Decomposição de resíduos vegetais de plantas de cobertura e produtividade da cultura de milho

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Academic year: 2017

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DECOMPOSIÇÃO DE RESÍDUOS VEGETAIS DE PLANTAS

DE COBERTURA E PRODUTIVIDADE DA CULTURA DE

MILHO

Maria da Conceição Bezerra da Silva Matias

Engenheira Agrônoma

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA - UNESP CAMPUS DE JABOTICABAL

DECOMPOSIÇÃO DE RESÍDUOS VEGETAIS DE PLANTAS

DE COBERTURA E PRODUTIVIDADE DA CULTURA DE

MILHO

Maria da Conceição Bezerra da Silva Matias

Orientador: Prof. Dr. José Frederico Centurion

Coorientador: Prof. Dr. Francisco Edinaldo Pinto Mousinho

Tese apresentada à Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias – UNESP, Campus de Jaboticabal, como parte das exigências para a obtenção do título de Doutor em Agronomia (Produção Vegetal).

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M433a Decomposição de resíduos vegetais de plantas de cobertura e produtividade da cultura de milho / Maria da Conceição Bezerra da Silva Matias. – – Jaboticabal, 2013

xii, 80 p. ; 28 cm

Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, 2013

Orientador: João Frederico Centurion

Coorientador: Francisco Edinaldo Pinto Mousinho

Banca examinadora: Itamar Andrioli, José Carlos Barbosa, José Ricardo Mantovani, Edson Cabral da Silva.

Bibliografia

1. Adubação mineral. 2. Gramínea. 3. Leguminosa. 4. Plantio direto I. Título. II. Jaboticabal-Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias.

CDU 633.15:631.543.8

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DADOS CURRICULARES DO AUTOR

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Nas grandes batalhas da vida,

o primeiro passo para vitória

é o desejo de vencer

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DEDICO

Aos meus pais,

Amando Oliveira da Silva e Delfina Bezerra da Silva, que sempre me incentivaram na busca de meus ideais.

Aos meus familiares (Irmãos, cunhados, tios, sobrinhas e primos), pelo amor, carinho, incentivo e principalmente pelo ombro amigo nos momentos mais difíceis.

Ao meu querido esposo

Edvar

pelo estímulo e sobretudo pela paciência e compreensão.

Aos meus amados filhos

Amando

e

Amanda

À minha Neta

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AGRADECIMENTOS

A Deus, que na grandeza da sua obra fortalece minha caminhada para superar os obstáculos e vencer as batalhas com saúde e paz.

À Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Campus de Jaboticabal, pela acolhida.

À Universidade Federal do Piauí pela oportunidade de cursar o Doutorado em Agronomia por meio do programa DINTER UNESP/UFPI.

Ao Prof. Dr. José Frederico Centurion, pelas orientações, liberdade de ação na condução dos trabalhos, atenção e confiança.

Ao Prof. Dr. Francisco Edinaldo Pinto Mousinho pelas orientações, sugestões, amizade e ajuda inestimável na realização deste trabalho, minha eterna gratidão.

Aos Coordenadores do Programa de Pós-graduação, Prof. Dr. Arthur Bernardes Cecílio Filho e Prof. Dr. Jairo Osvaldo Cazzeta pela atenção, presteza e consideração.

Ao Prof. Dr. Luiz Evaldo de Moura Pádua, pelo porto seguro, dedicação, comprometimento e apoio na realização do doutorado.

Ao Prof. Dr. José Carlos Barbosa pela valorosa colaboração na realização das análises estatísticas deste trabalho.

Aos Profs. Drs. Itamar Andrioli e José Ricardo Mantovani e, em especial, ao Pesq. Dr. Edson Cabral da Silva pela participação na banda de defesa de Tese, ensinamentos e sugestões de melhoria deste trabalho.

Aos Gestores dos Colégios Técnicos de Teresina e de Floriano, Prof. Dr. Francisco de Assis Sinimbu Neto, Prof MSc. José Bento de Carvalho Reis, Prof. Esp. Aroldo de Carvalho Reis, Prof. MSc. Gilmar Pereira Duarte e Prof. MSc. Everardo de Sousa Luz, pela colaboração e apoio no decorrer das atividades deste trabalho.

Aos Servidores dos Colégios Técnicos de Teresina e de Floriano, Marlúcia, Ilusca, Eliete, Assis, Ilda, Ana Cleide, Rosângela, Evanda, Renata e Mauro, pelo convívio e apoio técnico.

Aos funcionários do Departamento de Solos da UNESP – Jaboticabal: Célia Regina, Luís, Gomes e Cristiano, pela acolhida e colaboração neste trabalho.

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Ao Prof. MSc e amigo Francisco Antonio de Melo Silva. Obrigada pela amizade e ajuda em todos os momentos.

Ao Eng Agro. Dr. e amigo Francisco Luis Gonçalves de Abreu pela amizade e por estar sempre atento às necessidades dos colegas. Muito obrigada.

Aos Colegas do DINTER: Benvindo, Galvão, Gandara, Laurielson, Reinaldo, Carlota, Cristiane e Jaqueline, Juçara e Ana zélia, pela amizade e convívio durante essa caminhada.

Aos alunos do Curso Técnico em Agropecuária do Colégio Técnico de Teresina, Carmem, Gustavo, Valfrim, Wendel, João Soares, Bento, dentre outros, pela ajuda nas atividades de campo deste trabalho.

Aos alunos do Curso de Agronomia da UFPI, Alionardo, Neto, Aberlandio, Carlos, Adeilton, Lenildo, Gisele, Miguel e Valbério, que voluntariamente auxiliaram na execução deste trabalho.

Ao pessoal de apoio do Colégio Técnico de Teresina, José, Martinho, Babi, Baixinho,dentre outros, que muito colaboraram nas atividades de condução do experimento.

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SUMÁRIO

Páginas

LISTA DE TABELAS... ix

RESUMO... x

ABSTRACT... . xii 1. CAPÍTULO 1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS... 1

1.1. INTRODUÇÃO... 1

1.2. REVISÃO DE LITERATURA... 4

1.2.1. Importância da cultura do milho... 4

1.2.2. Sistemas de manejo do solo e plantas de cobertura... 7

1.2.3. Efeito de plantas de cobertura na produtividade do milho ... 12

1.3. REFERÊNCIAS... 16

2. CAPÍTULO 2 – DECOMPOSIÇÃO DE PLANTAS DE COBERTURA CULTIVADAS NA PRESENÇA E AUSÊNCIA DE ADUBAÇÃO SOB CULTIVO DE MILHO EM PLANTIO DIRETO.. 25

RESUMO... 25

2.1. INTRODUÇÃO... 26

2.2. MATERIAL E MÉTODOS... 29

2.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO... 34

2.4. CONCLUSÕES... 42

2.5. REFERÊNCIAS... 43

3. CAPÍTULO 3 - PRODUTIVIDADE DE GRÃOS DE MILHO EM SUCESSÃO A PLANTAS DE COBERTURA NA PRESENÇA E AUSÊNCIA DE ADUBAÇÃO... 49

RESUMO... 49

3.1. INTRODUÇÃO... 50

3.2. MATERIAL E MÉTODOS... 52

3.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO... 57

3.4. CONCLUSÕES... 64

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LISTA DE TABELAS

CAPÍTULO 2

Tabela 1. - Atributos químicos do solo na camada de 0,00-0,20 m anterior à instalação do experimento... 30 Tabela 2. - Atributos físicos do solo na camada de 0,00-0,20 m anterior à instalação do experimento... 30 Tabela 3. - Constante de decomposição (k) e tempo de meia vida (T1/2) da massa seca dos resíduos vegetais das espécies de cobertura do solo sob a cultura do milho em dois cultivos... 35 Tabela 4. - Teores de carbono (C), nitrogênio (N) e relação C/N de plantas de cobertura, com e sem adubação mineral, em um Argissolo Vermelho Amarelo, em dois cultivos... 37 Tabela 5. - Quantidades de massa seca remanescente (MSR) dos resíduos culturais de plantas de cobertura num período de 105 dias de avaliação... 40

CAPÍTULO 3

Tabela 1. - Atributos químicos do solo na camada de 0,00-0,20 m anterior à instalação do experimento... 53

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DECOMPOSIÇÃO DE RESÍDUOS VEGETAIS DE PLANTAS DE COBERTURA E PRODUTIVIDADE DA CULTURA DE MILHO

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DECOMPOSITION OF VEGETABLE RESIDUES FROM COVER CROPS AND CORN YIELD

ABSTRACT - The production and permanence of crop residues at the soil surface provide favorable conditions to crop productivity and the maintenance of soil quality, mainly in hot regions where the high temperatures accelerate the decomposition process these residues.The objective of this work was to evaluate the decomposition of vegetable residues from different cover crops (CC) , with mineral fertilizer and without mineral fertilizer and their influence on the corn yield, in the deployment of no-tillage system. An experiment was conducted in two dates, between January 2011 and May 2012, in Ultisol in the municipality of Teresina-PI,

Brazil. The experimental design was a randomized block “split plot”, with four

replications. In the plots was used sunnhemp (SU), cowpea (CO), pigeon pea (PP), lab lab (LL), millet (MI), velvet bean (VB) and spontaneous vegetation (SV). In the subplots were used managements systems: fertilized (500 kg ha-1 of NPK 5-30-15 + Zn 0.3%), and non-fertilized.Decomposition and remaining dry mass (RDS) of cover crops were evaluated in polyethylene bags (litter bags), collected at time intervals of 0, 15, 30, 45, 65, 85 and 105 days after desiccation. At 105 days, sunnhemp and velvet bean were the species that showed a lower rate of decomposition. The mineral fertilization had positively influenced under the amount of RDS in the first thirty days of evaluation. The different species of cover cops did not affect the productivity of grains of corn in the second cultivation. The mineral fertilization resulted in increase of dry matter accumulation by cover crops, but did not influence the productivity of grains of corn growing in succession. The straw production with fertilization and behavior of cover crop is dependent of cultivation period.The velvet bean and millet were the species that had less influence of the growing season for dry matter productivity.

Keywords: mineral fertilization Grass, Leguminous, No-tillage.

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CAPÍTULO 1 - Considerações gerais

1.1 INTRODUÇÃO

Por ser o solo um dos recursos naturais de fundamental importância para a produção de alimentos e matéria prima, o seu manejo racional são primordiais para a sua preservação e manutenção de sua qualidade. Nesse sentido, vários sistemas de manejo têm sido estudados visando a manutenção da fertilidade do solo e controle da erosão, com o objetivo de reduzir custos operacionais e aumentar a renda líquida, contribuindo para uma agricultura sustentável (MORETI et al., 2007). Portanto, para toda e qualquer iniciativa de agricultura tecnificada, o ponto de partida é o conhecimento dos atributos do solo e suas implicações no manejo destes, uma vez que, solos diferentes irão se comportar de modo diferente sob o mesmo sistema de manejo, o que certamente irá refletir na produtividade das culturas.

A movimentação intensiva do solo pelo preparo convencional e a reposição inadequada de nutrientes exportados podem promover a deterioração gradativa das suas propriedades físicas, químicas e biológicas, possibilitando a intensificação dos processos de erosão e compactação, tornando-se assim, fatores limitantes à manutenção e aumento da produtividade das culturas. Por outro lado, o sistema plantio direto, fundamentado em bases conservacionistas, vem sendo adotado em várias regiões do Brasil como tecnologia de exploração agropecuária que favorece o meio ambiente. Verifica-se que a produção e permanência dos resíduos vegetais na superfície do solo é um dos fatores que contribui significativamente para manutenção da sustentabilidade desse sistema (GONÇALVES; CERETTA, 1999), sendo o aporte de elevada quantidade de resíduos ao solo um dos principais requisitos desse sistema em condições tropicais e subtropicais (SANTI; AMADO; ACOSTA, 2003).

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ambiente mais propício à ciclagem dos nutrientes por meio da decomposição desses restos vegetais.

No Brasil, a maioria dos estudos que sustenta a eficiência do sistema de plantio direto foi conduzida na região Sul do País, onde normalmente não há estação seca definida havendo distribuição regular de chuvas durante todo o ano e temperaturas amenas, que possibilitam o fácil estabelecimento das coberturas vegetais e a decomposição mais lenta de seus resíduos (FABIAN, 2009).

Ainda são poucos os estudos de campo sobre a decomposição da palhada acumulada por plantas de cobertura nas regiões mais quentes do país, principalmente no Estado do Piauí, onde as elevadas temperaturas aceleram o processo de decomposição desses resíduos. Outro fator importante que se observa na região é a irregularidade na distribuição de chuvas, cuja maior concentração ocorre no período de janeiro a março, sendo considerado este, o período chuvoso na região (BASTOS; ANDRADE JÚNIOR, 2008), e que, aliado às elevadas temperaturas, contribui para a rápida decomposição de resíduos vegetais depositados sobre o solo. Além disso, no Piauí, os solos são em geral de média a baixa fertilidade natural, com predominância de latossolos, os quais ocupam cerca de 40% do total da área do Estado. Geralmente os solos são ácidos e com baixos estoques de matéria orgânica (SOUZA et al., 2006), necessitando, desta forma, de correção da acidez e da fertilidade (AZEVEDO et al., 2007).

A manutenção de resíduos vegetais sobre o solo e sua posterior decomposição é uma variável importante na ciclagem de nutrientes e o conhecimento da sua dinâmica é fundamental para compreensão do processo, podendo resultar em maior eficiência na utilização dos nutrientes pelas culturas subseqüentes (FABIAN, 2009). O manejo dos resíduos culturais resulta em diferentes velocidades de decomposição (TORRES et al., 2005). A susceptibilidade dos resíduos vegetais à decomposição está associada à sua composição química e às relações entre constituintes, como a relação C/N (AITA; GIACOMINI, 2003; ESPINOLA et al., 2006).

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a cobertura do solo, refletindo na produtividade das culturas (AMABILE; FANCELLI; CARVALHO, 2000; VARGAS et al., 2004; CARVALHO; AMABILE, 2006). Por outro lado, quanto mais rápida for sua decomposição, maior será a velocidade de liberação de nutrientes, diminuindo, entretanto, a proteção do solo (KLIEMANN; BRAZ; SILVEIRA, 2006).

Estudos indicam benefícios da aplicação de adubos verdes de forma combinada com fertilizantes minerais quando comparada ao uso exclusivo, podendo resultar em maiores rendimentos das culturas. Scivittaro et al. (2003), relataram que a associação da úréia com a mucuna-preta (Mucuna aterrina) intensificou o

aproveitamento do nitrogênio do fertilizante mineral pelo milho.

Com base nesse enfoque, o conhecimento da dinâmica de decomposição de resíduos vegetais de diferentes plantas de cobertura, cultivadas na presença ou ausência de adubação mineral, e seus efeitos na cultura do milho se justifica diante da necessidade de mais informações obtidas em condições específicas de cada ambiente, especialmente nas regiões do Nordeste do Brasil, e mais precisamente no Estado do Piauí, onde estas informações ainda são insuficientes.

Neste contexto, estabeleceu-se que a adubação de plantas de cobertura aumenta sua produtividade de matéria seca, influencia a taxa de decomposição dos resíduos e aumenta a produtividade do milho cultivado subsequentemente.

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1.2 REVISÃO DE LITERATURA

1.2.1 Importância da cultura do milho

O milho (Zea mays L.) é considerado uma das mais importantes e antigas

culturas agrícolas. Tem origem nas Américas, mas é cultivado desde a Rússia até a Argentina, em diferentes latitudes (ALVES; AMARAL, 2011). É também o cereal mais eficiente para a produção de grãos (FANCELLI; DOURADO NETO, 2000). A cultura ocupa na atualidade, o primeiro lugar em produção e produtividade e o terceiro lugar em área semeada no mundo entre as principais culturas produtoras de grãos (FORNASIERI FILHO, 2007). São cultivados anualmente cerca de 160,6 milhões de hectares, os quais contribuem para a produção de aproximadamente 816 milhões de toneladas de grãos (USDA, 2011).

Embora o milho seja cultivado em diversos países, apenas três (Estados Unidos, China e Brasil) concentram aproximadamente metade (48%) da área plantada e 67% da produção. O Brasil se destaca na terceira posição com 13,7 milhões de hectares plantados com a cultura, representando 8,6% da área mundial (ALVES; AMARAL, 2011) é também o terceiro produtor mundial, produzindo 56,06 milhões de toneladas de grãos colhidos (FAO, 2011).

No Nordeste, o milho constitui-se numa das principais culturas agrícolas. Segundo dados do censo agropecuário (2006) a região detém a maior parcela dos estabelecimentos familiares que exploram a cultura do milho no País, aproximadamente 58% dos estabelecimentos, seguida pela Região Sul, aproximadamente 26%. No entanto, sua produtividade é baixa, inferiores a 2000 kg ha-1 (safra 2011/2012), muito menor aos obtidos nas outras regiões, como Sul (4.897 kg ha-1), Sudeste (5.942 kg ha-1) e Centro-Oeste (7.697 kg ha-1), por a maioria dos produtores praticarem agricultura na forma de policultivos (CONAB, 2012).

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desenvolvimento da cultura, associados, em algumas áreas, aos efeitos de temperaturas elevadas e a não utilização de genótipos mais tolerantes ao déficit hídrico.

A demanda mundial por milho vem aumentando nos últimos anos impulsionada pelo crescimento econômico dos países asiáticos e pela utilização do cereal nos Estados Unidos para a produção de etanol. Além disso, o consumo interno também tem aumentado de forma considerável em decorrência do crescimento do setor de carnes, mais especificamente, de aves e suínos. (PAVÃO; FERREIRA FILHO, 2011).

O uso do milho em grão na alimentação animal representa a maior parte do consumo desse cereal, aproximadamente 70% do consumo em todo o mundo. No Brasil, esse consumo varia de 60 a 80%, dependendo da fonte que faz a estimativa e de ano para ano (DUARTE, 2010). Ainda segundo o mesmo autor, embora a maior produção de milho não seja destinada à alimentação humana, o uso desse cereal em regiões de baixa renda constitui fator importante. Em algumas situações, o milho constitui ração diária de alimentação. No Nordeste do Brasil, por exemplo, é a fonte de energia para muitas pessoa que vivem no semi-árido.

Segundo Silva (2005), a importância econômica do milho é caracterizada principalmente pela geração de emprego e renda e pelas diversas formas de sua utilização, que vai desde a alimentação animal até a indústria de alta tecnologia, inclusive na indústria farmacêutica com base na produção de antibióticos.

Nos últimos anos, a cultura do milho no Brasil vem passando por importantes mudanças tecnológicas, resultando em aumentos significativos da produtividade e produção. Entre as tecnologias adotadas, destacam-se a utilização de sementes de cultivares melhoradas (variedades e híbridos), alterações no espaçamento e na densidade de semeadura de acordo com as características das cultivares (FORNASIERI FILHO, 2007). Além disso, tem-se focalizado os sistemas de produção agrícola sustentável, baseados na conservação do solo, diversificação de culturas, reciclagem de nutrientes e práticas alternativas no sentido de promover a produtividade com a conservação do ambiente (SALMI; SALMI; ABBOUD, 2006).

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convencional usado na abertura de novas áreas e em outras que estavam estabelecidas pastagens. Entre os pequenos produtores ainda predomina o sistema convencional, embora seja crescente a adoção do plantio direto (CONAB, 2011).

Na região Nordeste, principalmente no Estado do Piauí, ainda predomina o sistema tradicional, ou seja, roças no toco, que se caracteriza pelo preparo do solo com a derrubada e queima da mata, sendo cultivada por uma safra, e no ano seguinte abertura de uma nova.

Segundo Cardoso et al. (2003), as condições de solo e clima prevalecentes na região Meio-Norte do Brasil permitem, com sucesso, a exploração da cultura do milho. Esses mesmos autores, avaliando a adaptabilidade e a estabilidade de produção de diversos híbridos de milho, constataram que as produtividades médias alcançadas mostram o grande potencial da região para a produção do milho, destacando-se como mais favoráveis ao cultivo desse cereal os municípios de São Raimundo das Mangabeiras, no Maranhão e, Baixa Grande do Ribeiro, Teresina e Parnaíba, no Piauí.

O advento da adubação mineral possibilitou o uso mais intensivo do solo. Porém, a elevação nos preços dos insumos básicos, principalmente dos fertilizantes dependentes de petróleo, associada à queda na produtividade das culturas, decorrente do mau uso do solo, evidencia hoje a necessidade de se buscar alternativas tecnológicas que, sem onerar a produção, ofereçam possibilidade de aumento na fertilidade, como forma de melhor aproveitamento e até melhoria dos recursos naturais (ARF et al., 2000).

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Considerando o exposto, o cultivo do milho em sucessão a plantas de cobertura apresenta-se como uma alternativa tecnológica capaz de aumentar a produtividade e reduzir os custos de produção.

1.2.2 Sistemas de manejo do solo e plantas de cobertura

O crescimento populacional tem aumentado a necessidade de se incrementar a produção de alimentos e, com isso, novas áreas estão sendo exploradas. Por ser o solo um dos recursos naturais de fundamental importância para a produção de alimentos e matéria prima, a conservação e/ou recuperação para manutenção de sua capacidade produtiva são primordiais à sustentabilidade (MORETI et al, 2007).

A retirada da cobertura vegetal original e a implantação dos cultivos agrícolas, associadas às práticas de manejo inadequadas, promovem o rompimento do equilíbrio entre o solo e o meio, modificando suas propriedades químicas, físicas e biológicas (CENTURION; CARDOSO; NATALE, 2001; ROSA; OLSZEVSKI; MENDONÇA, 2003). Além disso, a movimentação intensiva do solo pelo preparo convencional e a reposição inadequada de nutrientes exportados podem promover a deterioração gradativa do solo, possibilitando a intensificação dos processos de erosão e compactação, tornando-se assim, fatores limitantes à manutenção e aumento da produtividade das culturas. Por outro lado, no sistema plantio direto, os resíduos vegetais depositados na superfície do solo contribuem para mineralização microbiológica e diminuição das perdas de matéria orgânica por erosão (AMADO; MIELNICZUK; AITA, 2002; BAYER et al., 2004).

Assim, deve-se optar por sistemas conservacionistas, que reflitam diretamente na melhoria da fertilidade do solo, potencializando a redução futura do uso de corretivos e fertilizantes, reduzindo os índices de poluição e criando condições favoráveis para o cultivo por tempo indefinido sem esgotar o solo (MATIAS et al. 2009).

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Planta de cobertura é o termo utilizado para designar culturas que dão proteção e melhoram o solo entre os períodos normais de cultivo (SOIL SCIENCE SOCIETY OF AMERICA, 1997),proporcionando melhoria nas características físicas, químicas e biológicas do solo tais como, diminuição das temperaturas máximas e da amplitude térmica (TORRES; PEREIRA; FABIAN, 2008), proteção permanente contra os agentes causadores da erosão dos solos, (LEITE et al., 2010), fornecimento de N pela fixação biológica (RODRIGUES; GAMA-RODRIGUES; BRITO, 2007) e controle de vegetação espontânea (SILVA; HIRATA; MONQUERO, 2009). Seu cultivo tem sido uma das alternativas utilizadas nos sistemas agrícolas como forma de melhoria e manutenção da qualidade do solo, proporcionando condições favoráveis ao desenvolvimento das plantas, o que possibilita a obtenção de melhores rendimentos das culturas sucessoras, pois além da proteção do solo, outras funções importantes dessas plantas é a reciclagem de nutrientes (AITA et al., 2001; NUNES et al., 2006) e fornecimento gradativo dos mesmos para as culturas comerciais durante a decomposição (AMADO; MIELNICZUK; FERNANDES, 2000).

Sem cobertura o solo se compacta mais facilmente, retém menor quantidade de água, atinge facilmente altas temperaturas e fica mais susceptível à erosão (BERTIN; ANDRIOLI; CENTURION, 2005). Esses mesmos autores destacam que, a solução para esses problemas pode ser conseguida através do uso de plantas de cobertura. Desta forma, a cobertura do solo passa a ser um dos fatores mais eficientes na minimização dos efeitos indesejáveis que advêm da exploração dos solos agrícolas, devido, especialmente, à ação protetora proporcionada pelos resíduos orgânicos deixados pelas culturas, os quais atuam interceptando as gotas de chuva e dissipando sua energia cinética (MARTINS; ROSA JÚNIOR, 2005). Ressalte-se que são disponíveis várias espécies de plantas para a cobertura de solo com potencial para melhorar os atributos químicos, físicos e biológicos do solo, e consequentemente promover incrementos na produtividade de grãos dos cultivos em sucessão.

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conservacionistas, elas favorecem o controle da erosão e, ao mesmo tempo, podem resultar em melhoria de atributos físicos, químicos e biológicos do solo que refletem na produtividade (FORNASIERI FILHO, 2007).

As plantas de cobertura, durante o seu crescimento e desenvolvimento, contribuem efetivamente para a proteção do solo, (SCHICK et al., 2000), adicionam carbono fotossintetizante, aumentam a CTC e os teores de nutrientes desses solos (AMADO; MIELNICZUK; FERNANDES, 2000), sendo estes alguns dos fatores que propiciam condições favoráveis para obtenção de maiores rendimentos das culturas sucessoras. De acordo com Boer et al. (2007), a liberação de nutrientes apresenta duas fases distintas: a primeira ocorre de forma rápida, entre 0 e 120 dias, e é relativa à liberação dos nutrientes das folhas e dos materiais menos lignificados; a segunda é mais lenta, entre 120 e 240 dias, e é relativa à decomposição de compostos mais resistentes, sendo que, de modo geral, o clima controla o processo de decomposição dos resíduos vegetais, em escala regional, enquanto a composição química domina o processo em escala local (BERG, 2000). Para Ceretta et al.( 2002), o sucesso do plantio direto se caracteriza pela produção e manutenção desses resíduos vegetais na superfície do solo

O uso de espécies vegetais tolerantes ao estresse hídrico e com decomposição mais lenta favorece a cobertura do solo e o fornecimento de nutrientes (CARVALHO; AMABILE, 2006). As gramíneas, com destaque para o milheto, por apresentar maior resistência ao déficit hídrico, maior produção de biomassa bem como baixo custo das sementes têm sido utilizadas como plantas de cobertura (SILVA et al., 2006). Essa gramínea, segundo Bernardi et al (2004), devido à sua adaptação a área de maior déficit hídrico, contribuiu significativamente para a expansão do plantio direto na região dos Cerrados.

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contaminação do lençol freático por N de origem mineral (BERTIN; ANDRIOLI; CENTURION, 2005).

A relação C/N reflete a velocidade com que a decomposição do material pode se processar. Resíduos com relação C/N maiores que 25 (gramíneas) formam coberturas mais estáveis no solo, enquanto que os menores que 25 (leguminosas) decompõem-se mais rapidamente (WIEDER; LANG, 1982; SÁ, 1995). Geralmente, na época de pleno florescimento, a relação C/N das gramíneas está em torno de 40:1, enquanto que nas leguminosas na faixa de 20:1 (MONEGAT, 1991).

Arf et al. (2000), avaliando o efeito da semeadura da mucuna-preta e do lab- lab em cultivo solteiro, verificaram que não houve diferença entre as culturas no que se refere a produção de matéria seca, entretanto, no consórcio, a quantidade de matéria seca produzida pela mucuna-preta foi bem superior à do lab - lab e a maior quantidade de matéria seca total foi produzida no sistema de consórcio milho + mucuna-preta semeada aos 75 dias após a semeadura.

Amábile, Fancelli e Carvalho (2000), em Senador Canedo, MG, constataram

que o atraso da semeadura, em relação ao início da estação chuvosa, reduziu os

rendimentos de fitomassa seca de crotalária-juncea e guandu. Santos et al. (2001),

por sua vez, indicam o guandu como espécie recuperadora de solos degradados em virtude da sua capacidade de promover aumento nos teores de carbono orgânico total e na CTC.

Em Argissolo Vermelho-Amarelo, distrófico, sob irrigação, Sousa (2010) observou o efeito de sistemas de cultivo e doses de nitrogênio na produção de matéria seca, nitrogênio na planta, nitrogênio foliar, produtividade de grãos e eficiência do nitrogênio no milho, sendo obtidas as seguintes produtividades médias para a semeadura direta e plantio convencional: 7.042 kg ha-1 e 6.294 ha-1 em 2008 e 6.930 ha-1 e 6.286 ha-1 em 2009, demonstrando melhores resultados para a semeadura direta nos dois anos avaliados.

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vegetação local justificado pela presença de plantas adaptadas às condições da área e com capacidade de produzir biomassa, tendo em vista que a área para a implantação do experimento estava em pousio. Além disso, segundo os autores, outro fator que contribuiu para esse resultado foi o manejo das plantas nas parcelas, uma vez que as sementes de leguminosas foram semeadas nas linhas enquanto a vegetação espontânea se desenvolveu de forma natural, ocupando toda a área útil.

Considerando que o aporte abundante e contínuo de resíduos vegetais é necessário ao sucesso do sistema de plantio direto em conservar ou melhorar a qualidade do solo (SANTI; AMADO; ACOSTA, 2003), há necessidade de se verificar a real contribuição das diferentes espécies produtoras de palhada com a finalidade de manter ou elevar a fertilidade do solo na área cultivada em sistema de plantio direto e melhorar a produção das culturas comerciais. De acordo com Calegari et al. (1993), o uso de plantas de cobertura do solo com os sistemas de produção específicos de cada região deve ser avaliado, a fim de viabilizar o sistema de semeadura direta. Para que se obtenha uma eficiente proteção do solo, Bayer e Mielniczuk (1999) afirmam que a produção de biomassa seca de resíduos das espécies de cobertura deve ser estimada em 11.000 a 12.000 kg ha-1 ano-1.

Boer (2008), objetivando avaliar a produção de biomassas verde e seca, a porcentagem de cobertura do solo e a dinâmica de decomposição do amaranto, milheto e capim-pé-de-galinha como plantas de cobertura, cultivadas em safrinha, em solo de Cerrado, constataram que o milheto e capim-pé-de-galinha foram as espécies que propiciaram as maiores produções de biomassa seca e maior relação C/N, demonstrando que essas espécies apresentam potencial para serem utilizadas como cultura de cobertura devido à maior permanência dos seus resíduos no solo.

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não interfere na decomposição da massa seca das coberturas vegetais e que as duas culturas de cobertura apresentaram massas semelhantes aos 30; 70 e 125 dias após a semeadura, diferindo aos 97 dias, época na qual a crotalária apresentou maior quantidade de massa seca sendo este resultado atribuído à escassez de chuvas e ao rápido crescimento inicial dessa espécie. Aos 30; 51 e 71 dias após o manejo, as massas secas das culturas foram semelhantes.

Spagnollo et al (2001) em análise econômica sobre a utilização de leguminosas na cultura do milho, concluíram que o cultivo de leguminosas para a cobertura do solo demonstrou-se uma alternativa viável para aumentar significativamente a receita líquida da cultura do milho. Além disso, constataram que as espécies capazes de se destacar em relação ao seu efeito nesta receita foram a mucuna cinza, o feijão-de-porco e o guandu anão.

Para algumas regiões do Brasil, ainda são poucos os resultados de pesquisas referentes às recomendações de plantas de cobertura mais adaptadas às condições locais, em se tratando, especificamente do Estado do Piauí, as dificuldades são ainda maiores.

1.2.3 Efeito de plantas de cobertura na produtividade do milho

O rendimento de uma lavoura de milho é resultado do potencial genético da semente, das condições edafoclimáticas do local de semeadura e do manejo cultural (FORNASIERI FILHO, 2007).

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As leguminosas têm sido bastante utilizadas como planta de cobertura do solo pela capacidade de fixar o N2 da atmosfera e pela estreita relação C/N, que confere uma rápida mineralização do N de seus resíduos culturais (STUTE; POSNER, 1995), o que pode reduz a necessidade de adubo nitrogenado (AMADO; MIELNICZUK; AITA, 2002). As gramíneas, por outro lado, com maior relação C/N, proporcionam um período maior de cobertura do solo, devido à sua decomposição mais lenta (CERETTA et al., 2002), sendo estas mais utilizadas como plantas de cobertura nas regiões onde as elevadas temperaturas associadas à alta umidade no verão promovem rápida decomposição dos resíduos vegetais de baixa relação C/N (SOUSA; LOBATO, 2004). Na região do cerrado, Lara Cabezas et al. (2004), destacam milheto e braquiárias como as mais utilizadas, pela maior tolerância destas espécies ao déficit hídrico e maior produção de biomassa.

De uma maneira geral, a escolha das espécies de leguminosas que apresentam rápido desenvolvimento inicial, tolerância ao Al tóxico, sistema radicular profundo e produção de fitomassa suficiente para a cobertura do solo, baixa taxa de decomposição e a relação C/N apropriada às culturas subsequentes é que favorecerá o grau de sucesso obtido com a utilização dessas plantas como cobertura do solo (FERNANDES; BARRETO; FILHO, 1999).

Ao avaliar o uso de gramínea, leguminosa e pousio no inverno, Aita et al. (2001) evidenciaram a possibilidade de redução das quantidades de N mineral aplicada ao milho, quando cultivado depois das leguminosas. Maiores produtividades de milho foram obtidas por Corá (2006), em Jaboticabal-SP, quando cultivado em sucessão com leguminosas.

Estudos realizados no cerrado com diferentes coberturas vegetais, principalmente com gramíneas e leguminosas, tem demonstrado existir grande variabilidade de resultados (FABIAN, 2009).

(28)

grãos foi obtida pelo cultivo de milho em sucessão à crotalária-juncea que sobre o milheto, sendo este resultado atribuído ao maior sincronismo na liberação de nutrientes da crotalária com a demanda da cultura do milho, comparado ao milheto. Ainda segundo os mesmos autores, embora não tenham encontrado diferença significativa para a produção de milho, não recomendam o lab-lab como espécie de cobertura para a região nordeste do Estado de São Paulo devido a pouca eficiência da espécie como produtora de biomassa nessa região. Sob as mesmas condições experimentais, Sousa Neto et al. (2008), constataram que a produtividade de milho foi semelhante entre os sistemas de semeadura direta com utilização de plantas de cobertura e o sistema convencional depois do pousio, exceto na utilização da espécie lab-lab, que proporcionou a menor produtividade. Scivittaro et al. (2000) observaram que o rendimento de grãos do milho obtido pela utilização de mucuna- preta associado a 100 kg ha-1 de N-uréia foi superior em 82% ao verificado para a testemunha sem adubação verde e química. O mesmo resultado foi encontrado por Spagnollo et al. (2001), entretanto, em comparação ao tratamento testemunha, as leguminosas, dentre elas o feijão-de-porco, aumentaram o rendimento do milho de 17 a 93% (423 a 2.256 kg ha-1).

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CAPÍTULO 2 – DECOMPOSIÇÃO DE PLANTAS DE COBERTURA CULTIVADAS NA PRESENÇA E AUSÊNCIA DE ADUBAÇÃO SOB CULTIVO DE MILHO EM PLANTIO DIRETO

RESUMO - O objetivo deste estudo foi avaliar a produtividade de matéria seca (MS) e a decomposição de resíduos vegetais de plantas de cobertura (PC), cultivadas na presença ou ausência de adubação mineral, sob cultivo de milho, na implantação do plantio direto. O experimento foi conduzido em dois cultivos sucessivos, entre janeiro de 2011 e maio de 2012, em Argissolo Vermelho-Amarelo espessarênico, município de Teresina, PI. O delineamento experimental foi em blocos casualizados, com parcelas subdivididas, com quatro repetições. Nas parcelas foram utilizadas crotalária-juncea (CJ); feijão-caupi (FC); guandu-anão (GU); lab-lab (LL); milheto (MI); mucuna-preta (MP) e vegetação espontânea (VE); nas subparcelas o manejo: adubado (500 kg ha-1 do formulado NPK 5-30-15 + Zn 0,3%), e não adubado. Após o corte das PC, nos dois cultivos, foi semeado o híbrido de milho Truck com população final de 62.500 plantas ha-1. A decomposição e a massa seca remanescente (MSR) das plantas de cobertura foram avaliadas em bolsas de polietileno (litter bags), contendo resíduos vegetais, coletadas nos intervalos de tempo de 0, 15, 30, 45, 65, 85 e 105 dias após a dessecação. No primeiro cultivo, as PC adubadas, GU, MP e CJ apresentaram menor taxa de decomposição, com tempo de meia vida (T ½) de 102, 80 e 70 dias, respectivamente, sendo superiores ao observado para o MI que apresentou T ½ de 64 dias. No segundo cultivo, a VE apresentou as menores taxas de decomposição. A quantidade de MSR foi maior para CJ no primeiro cultivo e para MP no segundo cultivo. Aos 105 dias de avaliação, CJ e MP foram as leguminosas que apresentaram menor velocidade de decomposição. A adubação mineral das PC influenciou positivamente nas suas quantidades de MSR nos primeiro trinta dias de avaliação.

(40)

2.1 INTRODUÇÃO

O cultivo de plantas de cobertura possibilita melhores rendimentos das culturas sucessoras, pois além de proteger o solo, contribui para a ciclagem de nutrientes (AITA et al., 2001; NUNES et al., 2006) e fixação biológica de nitrogênio, no caso de leguminosas (CARVALHO; AMABILE, 2006, CARVALHO et al., 2008; CARVALHO et al., 2011), fornecendo gradativamente esses nutrientes às culturas comerciais durante o processo de decomposição (AMADO; MIELNICZUK; FERNANDES, 2000). Sendo a qualidade do resíduo vegetal responsável direto pela taxa de decomposição e imobilização/mineralização do N (MURAOKA et al., 2002). Os teores de carbono e nitrogênio, bem como a relação C/N são alguns dos parâmetros mais utilizados em estudos sobre decomposição de resíduos vegetais (MELLILO et al, 1982).

As leguminosas tem sido bastante utilizadas como plantas de cobertura do solo, pelo potencial de produção de fitomassa, pela capacidade de fixar o N2 da atmosfera em simbiose com bactérias principalmente dos gêneros Rhizobium e

Bradyrhizobium e, pela estreita relação C/N que confere uma rápida mineralização

do N de seus resíduos culturais (AITA et al., 2001; DA ROS; AITA, 1996; STUTE; POSNER, 1995), o que possibilita reduzir a necessidade de adubo nitrogenado (AMADO; MIELNICZUK; AITA, 2002). Em se tratando do milho, isto é um fator relevante, pois fertilização nitrogenada é componente importante do custo de produção da cultura (AITA et al., 1994; ACOSTA et al., 2011). Além de promover economia na adubação nitrogenada, o fornecimento de N pelas leguminosas também reduz o risco de contaminação do lençol freático por N de origem mineral (BERTIN; ANDRIOLI; CENTURION, 2005).

As gramíneas, por outro lado, com maior relação C/N, proporcionam um período maior de cobertura do solo, devido à sua decomposição mais lenta (CERETTA et al., 2002), fator favorável ao seu cultivo nas regiões onde as elevadas temperaturas associadas à alta umidade no verão promovem rápida decomposição dos resíduos vegetais de baixa relação C/N (SOUSA; LOBATO, 2004).

(41)

compatibilizar a máxima persistência dos resíduos culturais na superfície do solo com o fornecimento adequado de N ao milho, uma vez que o nitrogênio é o nutriente exigido em maior quantidade pela cultura, sendo o que mais frequentemente limita a produtividade de grãos (FARINELLI; LEMOS, 2012).

Estudos com diferentes espécies de cobertura vegetal têm demonstrado que a velocidade de decomposição da biomassa varia entre gramíneas e leguminosas. De acordo com Kliemann et al. (2006), quanto maiores os índices de decomposição dos resíduos sobre o solo, tanto mais frágeis são considerados os materiais e vice-versa. As condições físico-químicas do ambiente, as quais são controladas pelo clima e pelas características edáficas do sítio; a qualidade (orgânica e nutricional) do substrato, que determina sua degradabilidade; e a natureza da comunidade decompositora, os macro e microrganismos, são os três grupos de variáveis que regulam a decomposição de resíduos vegetais na superfície do solo (HEAL et al., 1997; CORREIA; ANDRADE, 1999). De modo geral, o clima controla o processo de decomposição em escala regional, enquanto a composição química domina o processo em escala local (BERG, 2000).

Na região do cerrado, Lara Cabezas et al. (2004), destacam milheto e braquiárias, pela maior tolerância destas espécies ao déficit hídrico e maior produção de biomassa. Silva et al. (2006), destacam também o milheto pela decomposição mais lenta quando comparada às leguminosas. Essa gramínea, segundo Bernardi et al (2004), contribuiu significativamente para a expansão do plantio direto no cerrado.

(42)

Torres et al., (2005) constataram maior produção de massa seca, maior acúmulo e liberação de N para a crotalária-juncea e o milheto. Aos 100 dias de avaliação, Leite et al. (2010) verificaram maior resistência à decomposição nas palhadas de vegetação espontânea e milheto que reduziram 18 e 34%, respectivamente.

Em Argissolo Vermelho-Amarelo distrófico, Sousa (2010) observou o efeito de sistemas de cultivo e doses de nitrogênio na produção de matéria seca e eficiência do nitrogênio no milho, demonstrando melhores resultados para a semeadura direta nos dois anos avaliados.

Sabe-se que o sucesso do sistema plantio direto depende do aporte abundante e contínuo de resíduos vegetais (SANTI et al., 2003), associado à rotação de culturas (ALTMANN, 2010; CARVALHO et al., 2011), assim, o uso de plantas de cobertura do solo com os sistemas de produção específicos de cada região deve ser avaliado, a fim de viabilizar esse sistema de cultivo (CALEGARI et al.,1993).

(43)

2.2 MATERIAL E MÉTODOS

O estudo foi conduzido entre janeiro de 2011 e maio de 2012, na área experimental do Colégio Agrícola, da Universidade Federal do Piauí (UFPI), município de Teresina, Piauí, a 5° 05’ de latitude Sul, 42° 48’ de longitude Oeste e altitude média de 72 m.

O clima do local, de acordo com a classificação de Koppen é do tipo Aw’, tropical quente e úmido com estação chuvosa no verão. As médias anuais de temperatura do ar, de umidade relativa do ar e precipitação pluviométrica são de 28,2 ºC, 72,6% e 1.336 mm, respectivamente, concentrando a maioria das chuvas nos meses de janeiro a abril (BASTOS; ANDRADE JÚNIOR, 2008). As precipitações pluviais, bem como as temperaturas do ar ocorridas ao longo do período de experimentação são apresentadas na Figura 1.

Figura 1 - Precipitação pluvial mensal (mm) e temperatura média do ar (ºC) no

período de condução do experimento. Fonte: INMET (2012).

O solo da área experimental é Argissolo Vermelho-Amarelo espessarênico, A moderado, relevo suave ondulado, textura arenosa/média (EMBRAPA, 2006), com histórico de aproximadamente cinco anos em pousio.

(44)

seguida, foi realizada amostragem de solo na camada de 0,00-0,20 m de profundidade para determinação de pH (CaCl2), teores de matéria orgânica (MO), P (resina), K, Ca, Mg e H + Al, segundo metodologia de Raij et al. (2001). Também foram calculados os valores da capacidade de troca de cátions (CTC) e da saturação por base (V), cujos resultados são apresentados na Tabela 1.

Tabela 1 - Atributos químicos do solo na camada de 0,00-0,20 m anterior à

instalação do experimento.

Camada pHCaCl2 MO P resina mg dm-3

K Ca Mg H+Al CTC V

m g dm-3 __________mmolcdm-3_____________ %

0,00 - 0,20 4,7 8,5 7,5 0,9 9,5 2,5 22 34,9 37

Para avaliação das condições físicas do solo, foram determinadas a granulometria pelo método da pipeta (Day, 1965), a densidade do solo (Ds), conforme método do anel volumétrico (BLAKE; HARTGE, 1986), a porosidade total (PT), a macroporosidade (Ma) e a microporosidade (Mi) pelo método da mesa de tensão (EMBRAPA, 1997), cujos resultados das análises são apresentados na Tabela 2.

Tabela 2 - Atributos físicos do solo na camada de 0,00-0,20 m anterior à instalação do experimento.

Camada Argila Silte Areia Ds Ma Mi PT

Fina Grossa Total

m ___________________g kg -1__________________ kg m-³ %

0,00 - 0,20 70 30 630 280 900 1590 21,30 16,90 38,20

(45)

O delineamento experimental foi em blocos ao acaso, em parcelas subdivididas, com quatro repetições. Nas parcelas (10 x 4 m) foram utilizadas as plantas de cobertura: crotalária-juncea – IAC-KRI (Crotalaria juncea L.) - CJ;

feijão-caupi – BR 17 Gurguéia (Vigna unguiculata) - FC; guandu anão – IAPAR-43

(Cajanus cajan) - GU; lab-lab - Rongai (Dolichoslab lab) - LL; milheto – AD 7010

(Pennisetum glaucum) - MI; mucuna-preta - Comum (Mucuna aterrima) - MP e

vegetação espontânea - VE. Nas subparcelas (5 x 4 m) foram aplicados o manejo: adubado, utilizando-se 500 kg ha-1 da fórmula NPK 5-30-15 + Zn 0,3%, no espaçamento entre sulcos de 0,50 m; e não adubado.

As PC foram semeadas manualmente entre 14 e 17 de janeiro de 2011, utilizando-se espaçamento de 0,50 m entrelinhas na densidade de 27, 20, 12, 55, 10 e 4 sementes/m para CJ, GU, LL, MI, FC e MP, respectivamente. Antes da semeadura da MP foi feita a quebra de dormência de suas sementes pelo método descrito em Wutke et al. (2007), que consistiu em colocar as sementes em água aquecida de 60 a 80 ºC, por cerca de 30 segundos.

(46)

O material amostrado para determinação da matéria seca, bem como os resíduos vegetais coletados das bolsas de decomposição a cada coleta, foram pesados e levados ao laboratório, colocado em estufa de circulação de ar forçada a 65 ºC por 72 h, sendo determinada, respectivamente a MS e a massa seca remanescente (MSR). Logo após a secagem, esse material foi pesado e moído em moinho tipo Wiley equipado com peneira de 40 mesh.

No resíduo vegetal, seco e moído, determinaram-se a concentração de N por digestão úmida e a destilação por meio de destilador de arraste de vapor semimicro-Kjeldahl (BATAGLIA et al., 1983) e o teor de carbono orgânico analisado pelo

método Walkley e Black, descrito por Tedesco et al. (1985). Com os valores obtidos foi calculada a relação C/N dos materiais.

Para avaliação da taxa de decomposição dos resíduos vegetais produzidos pelas coberturas foi aplicado o modelo matemático exponencial X = X0 e-kt, descrito por THOMAS e ASAKAWA (1993), em que X é a quantidade de massa seca remanescente (hg ha-1) existente no tempo t em dias; X0 é a fração de massa seca potencialmente decomponível quando t é igual a zero e k é a constante de decomposição do resíduo (g g-1 dia), obtendo-se assim, para cada planta de cobertura, em cada subparcela experimental, uma equação, aplicando-se o logaritmo neperiano (ln): k = ln(X/X0)/t. Com o valor obtido de k foi calculado o tempo de meia vida (T1/2), sendo este o tempo necessário para que ocorra 50% de decomposição.

Antes da semeadura do milho foi aplicado herbicida à base de glifosato para dessecação das plantas daninhas e das plantas de cobertura que rebrotaram.

Em 09/04/2011, na palhada das plantas de cobertura, foi feita a adubação de semeadura para a cultura do milho, seguindo a recomendação de Raij e Cantarela (1997) para uma expectativa de produtividade de 6 a 8 t ha-1. Nas subparcelas, no espaçamento entre sulcos de 0,80 m, abertos com auxilio de enxada, foram aplicados 500 kg ha-1 da fórmula NPK 05–30–15+Zn 0,3%.

(47)

ficando as subparcelas compostas de cinco linhas de plantas com 5,0 m de comprimento e 0,80 m entre fileiras.

A adubação de cobertura, parcelada em duas aplicações, foi realizada manualmente a 0,20 m das fileiras das plantas e incorporada a 0,05 m de profundidade. A primeira aplicação foi feita quando as plantas apresentavam de 4 a 5 folhas, sendo utilizados 60 kg de N ha-1 na forma de uréia e 50 kg de K2O ha-1 na forma de cloreto de potássio. A segunda ocorreu no estádio de 8 a 10 folhas, completamente desenvolvidas, com 60 kg de N ha-1 também na forma de uréia. Assim, totalizando 145 kg ha-1 de N, 150 kg ha-1 de P205 e 125 kg ha-1 de K2O.

Após a colheita das espigas, os restos culturais do milho foram cortados rente ao solo, e após serem picotados em uma ensiladeira, retornaram ao campo e redistribuídos em suas respectivas parcelas e subparcelas.

A área experimental foi irrigada utilizando sistema de irrigação por aspersão convencional fixo com aspersores espaçados 12 m x 12 m, vazão de 0,597 m3 h-1 a uma pressão de serviço de 250 kPa. O turno de rega foi diário, utilizando lâminas de irrigação baseadas na demanda evapotranspirométria da cultura do milho, atingindo-se lâminas d’água cerca de 8 mm dia-1 nos estádios V18 a R3.

No período de 03 a 10/09/2011, utilizando-se também o sistema de plantio direto e o mesmo esquema de distribuição dos tratamentos nas parcelas e nas subparcelas, seguindo os mesmos procedimentos usados no cultivo anterior, as plantas de cobertura foram novamente semeadas e após o corte e manejo (janeiro de 2012) foi cultivado o milho de 21/01/2012 a 19/05/2012 (segundo cultivo).

Os tratos culturais e fitossanitários foram realizados de modo a manter a área livre de plantas invasoras, insetos-praga e doenças, conforme proposto por Fornasieri Filho (2007).

(48)

2.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Durante a realização do experimento, a temperatura média do ar se manteve entre 26 e 28 °C (Figura 1), dentro da faixa recomendada para a cultura do milho (FORNASIERI FILHO, 2007) e plantas de cobertura, sendo que desta forma não houve estresse térmico que pudesse promover diferenças significativas no desenvolvimento das plantas em função da época do ano, à exceção do lab-lab, cuja temperatura ótima para o seu desenvolvimento, segundo Wutke et al. (2007), deve estar entre 18 e 25 °C.

No primeiro cultivo, as plantas de cobertura tiveram seu desenvolvimento no período mais chuvoso do ano na região (janeiro a abril), enquanto no segundo cultivo, na época mais seca (setembro a dezembro), sendo a demanda de água das culturas suprida pela irrigação. Já em relação ao milho, no primeiro cultivo a semeadura ocorreu no final do período chuvoso, enquanto que no segundo o mesmo ocorreu no inicio da estação chuvosa, sendo em ambos os casos a demanda hídrica suplementada pela irrigação.

(49)

Tabela 3 – Constante de decomposição (k) e tempo de meia vida (T1/2) da massa seca dos resíduos vegetais das espécies de cobertura do solo sob a cultura do milho em dois cultivos

adubado não adubado

Cobertura do solo

k T1/2 r² k T1/2 r²

g g-1 dia-1 dia g g-1 dia-1 dia - - - primeiro cultivo - - - -- - -

CJ 0,0099 70 0,98 0,0112 62 0,93

FC 0,0179 39 0,90 0,0141 49 0,97

GU 0,0068 64 0,92 0,0168 41 0,94

LL 0,0130 53 0,97 0,0093 75 0,93

MI 0,0108 102 0,96 0,0055 127 0,97

MP 0,0086 80 0,96 0,0094 73 0,93

VE 0,0195 36 0,86 0,0195 36 0,92

- - - -- -segundo cultivo- - - -- - -- - - -

CJ 0,0106 65 0,97 0,0093 75 0,94

FC 0,0105 66 0,93 0,0103 67 0,93

GU 0,0172 40 0,90 0,0182 38 0,97

LL 0,0223 31 0,99 0,0221 31 0,94

MI 0,0194 36 0,97 0,0130 53 0,85

MP 0,0075 92 0,93 0,0086 81 0,94

VE 0,0028 248 0,81 0,0050 138 0,89

CJ – Crotalária juncea; FC - Feijão caupi; GU – Guandu anão; LL – Lab lab; MI – Milheto; MP – Mucuna preta; VE – Vegetação espontânea; PC ad – Planta de cobertura adubada; PC nad– Planta de cobertura não adubada.

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