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Análise da adequação da teoria do relacionamento interpessoal em grupos conduzidos por enfermeira.

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ANÁLISE DA ADEQUAÇÃO DA T EORIA DO RELACIONAMENTO

INTERPESSOAL EM GRUPOS CONDUZIDOS POR ENFERMEIRA

1

RESUMO

Lorita Mar lena Freitag Pagliuca3 Maria Adelane Alves Monteiro2

A Teoria do Relacionamento Inter pessoal em Enfer magem ( Peplau, 1993) descreve relações entre a enfer magem e o paciente. Neste estudo objetivou-se analisar a adequação desta teoria par a aplicação em gr upos conduzidos por enfer meira. Estudo analítico apoiado em modelo de análise de teorias de enfer magem. A metodologia constou da seleção de ar tigos disponíveis no MEDLINE com delimitação de tempo de 1996 a 2006, usando os descritores psicoter apia de gr upo e teoria de enfer magem e a palavra-chave grupos. Apenas um ar tigo aplicou a teoria em discussão, e sua análise demonstrou que a relação enfer meira-cliente e as fases e papéis da Teoria do Relacionamento Inter pessoal em Enfer magem são adequados a inter venções gr upais.

Palavr as-chave: Teoria de Enfer magem. Psicoter apia de Gr upo. Enfer magem.

Abst ract

Resumen

La Teoría del Relacionamiento Inter per sonal en Enfer mería ( Peplau, 1993) describe relaciones entr e la enfer mería y el paciente. La finalidad de este estudio fue analizar la adecuación de esta teoría para aplicación en gr upos conducidos por enfer mer a. Estudio analítico apoyado en el modelo de análisis de teorías de Enfer mería. La metodología consistió en la selección de ar tículos disponibles en MEDLINE con delimitación de tiempo de 1 9 9 6 a 2 0 0 6 y usando los descriptores psicoterapia de gr upo y teoría de enfer mería, además de la palabr a clave gr upos. Sólo un ar tículo aplicó la teoría en discusión y su análisis demostró que la relación enfer mer a-cliente y las fases y papeles de la Teoría del Relacionamiento Inter per sonal en Enfer mería son adecuados a inter venciones gr upas.

Palabr as clave: Teoría de Enfer mería. Psicoter apia de Gr upo. Enfer mería.

The Theory of Inter personal Relations in Nur sing (Peplau, 1993)

describes relations between nur sing and patients. This study

aimed to analyze the adequacy of this theor y for application in

groups led by a nur se. We car ried out an analytic study, based

on model analysis of theories of Nur sing. The r esear ch

methodology included the selection of ar ticles available in

MEDLINE which were published between 1996 and 2006, using

the descriptor s psychotherapy group and nur sing theor y as

well as the keyword. Only one ar ticle applied the theor y under

study, and its analysis demonstrated that the nurse-client relation

and the phases and roles of the Theory of Inter personal Relations

in Nur sing are adequate for group inter ventions.

Keywords: Nur sing Theor y. Psychotherapy Gr oup. Nur sing.

Anal ysis of t he Adequacy of Int erpersonal Rel at ions Theory in Nurse-Led Groups¹

Análisis de la Adecuación de la Teoría del Relacionamient o Int erpersonal en Grupos

Conducidos por Enf ermera¹

1 Tr abalho r ealizado na disciplina Análise Cr ítica de Teor ias de Enfer magem do Pr ogr ama de Pós- Gr aduação em Enfer magem da Univer sidade Feder al do Cear á. 2Mestr e em

Enfer magem. Dout or anda em Enfer magem do Pr ogr ama de Pós- Gr aduação em Enfer magem da UFC. E- mail: adelanemont eir o@ hot mail.com. 3Enfer meir a, Dout or a, Pr ofessor a

Tit ular d o Dep ar t ament o d e Enfer magem d a Univer sid ad e Fed er al d o Cear á, Pesq uisad o r a d o CNPq . E- mail: p ag liuca@ ufc.b r.

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INTRODUÇÃO

REFERENCIAL TEÓRICO-METODOLÓGICO

Por necessidade, o homem é um ser de natureza gregária, antes mesmo de ter consciência deste fato. Como é notório, gr ande par te das atividades cotidianas do ser humano é desenvolvida em gr upo. Tal constatação denota a exigência de estudos sobre o tema1.

No dia-a-dia do enfer meiro, o tr abalho gr upal é uma realidade vivenciada em todo o período da sua for mação acadêmica e traz benefícios como estratégia para a atividade profissional de enfer magem2. Confor me evidenciado, o gr upo

é um instr umento de gr ande valia par a o enfer meir o no planejamento de sua inter venção, sobre tudo por propiciar caminhos par a o cuidado emocional3. Neste estudo, gr upo é

entendido como uma entidade em si, com qualidades que podem diferir daquelas de cada membro em par ticular. Isoladamente não é possível analisar um gr upo, especialmente quando se trata de utilizá-lo como método de ajuda entre pessoas2.

Ao se desenvolver a disser tação de mestr ado na qual se investigou, por meio do tr abalho em gr upo, a vivência de p uér p er as q ue aco mp anhavam o filho r ecém- nascid o hospitalizado, foi possível verificar que a literatura dispõe de trabalhos sobre a experiência da utilização da estratégia de gr upo nas mais diver sas situações4. Entretanto, poucos são

os estudos que testam a aplicação de teorias na abordagem gr upal elaborados por enfer meiros5-10 de for ma a contribuir

para a constr ução de estratégias de cuidado eficazes. Segundo se percebeu, a fundamentação dos estudos existentes sobre processo gr upal advém da psicoter apia.

Uma teoria deve ser capaz de direcionar a prática, caracterizando e apontando os componentes essenciais que darão identidade aos fenômenos da profissão11. De acordo

com o entendimento da autora, as teorias devem guiar a prática, assim como o conhecimento que dá origem às teorias nasce dessa prática. Logo, conhecimento, prática e teoria estão inter-relacionados. No entanto, antes de ser aplicada na realidade profissional, uma teoria deve ser estudada. Deste modo, se evitará aceitá-la sem nenhuma reflexão, discussão ou exame. Contudo, o julgamento não deve ser analisado sob o ponto de vista negativo, pois a crítica é o primeiro passo para se melhorar uma teoria11.

Diante destas exigências, escolheu-se para este estudo o seguint e objet ivo: analisar a adequação da Teor ia do Relacionamento Inter pessoal em Enfer magem de Peplau, a par tir da sua aplicação em gr upos conduzidos por enfer meira.

O p r esent e est ud o t eve co mo r efer encial t eó r ico -metodológico um método de análise de teorias, o qual consiste num processo que envolve a classificação e definição da estr utur a da teoria e um julgamento posterior. Questiona-se quanto ao ambiente onde a teoria ocor r e, sobr e seus elementos e o que se espera alcançar com o seu uso, compreendendo sua estr utura ( conteúdo, contexto, processo

e metas) . Este é um exercício a ser realizado por todo enfer meiro antes de aplicar deter minada teoria par a identificar seus objetivos e se ela dir eciona a prática de enfer magem. Reconhecer o nível de desenvolvimento da teoria, classificando-a como descritivclassificando-a ou explclassificando-anclassificando-atóriclassificando-a; investigá-lclassificando-a segundo seu princípio ( essência) , inter pretação ( visão de mundo do autor, cenário onde a teoria se insere – existencial ou essencial) e método ( dialético, logístico, problematizador ou operacional) são passos fundamentais para a escolha da teoria adequada a cada situação11.

Analisada e classificada a teoria, tor na-se necessário julgá-la. Esse julgamento pode par tir de duas posições: simplesmente questão de gosto pessoal ou mediante utilização de critérios distintos que constituem a crítica inter na ou exter na. A crítica inter na lida com os componentes de clareza, consistência, adequação, desenvolvimento lógico e nível de desenvolvimento da teoria. A exter na tr ata dos elementos de convergência, utilidade, impor tância, discriminação, extensão e complexidade da teoria. Optou-se nesse estudo pelo critério de adequação, ou seja, quando uma teoria consegue contemplar o assunto com que se pretende trabalhar, seja este amplo ou limitado. As prescrições de uma teoria adequada devem cobrir a extensão estipulada pelo autor. Conseqüentemente este critério pode refletir tanto a crítica inter na quanto a exter na11.

A Teoria do Relacionamento Inter pessoal em Enfer magem foi elabor ada a par tir da experiência teórica de tr abalho com pacientes hospitalizados e com distúrbios de relacionamento, na qual sua inter venção se volta par a a relação enfer meir a-paciente, uma relação humana entre uma pessoa que está necessitada de cuidados de saúde e uma enfer meir a com for mação especializada em r econhecer e r esponder às necessidades de ajuda12.

Nesta teoria, enfer magem é definida como um processo inter pessoal e ter apêutico, consistindo em ações que exigem a par ticipação entre duas ou mais pessoas que se beneficiam desta inter ação. Saúde é descrita como símbolo lingüístico, movimento progressivo da per sonalidade na busca de uma vida constr utiva, pr odutiva, pessoal e comunitária. A r elação inter pessoal é aquela em que duas pessoas passam a se conhecer suficientemente bem de for ma que seja possível enfr entar os problemas que surgem de for ma cooper ativa12.

Não há referência direta à sociedade ou ambiente, mas a é enfer meir a estimulada a consider ar a cultura e os costumes das pessoas envolvidas no processo de interação13.

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capaz de lidar com o problema que o aflige. Essa transfor mação diminui os sentimentos de desamparo e cria motivação para o enfrentamento da sua necessidade; ( 3) exploração – neste momento o paciente começa a perceber vantagens do encontro terapêutico, isto é, ele começa a controlar o problema, e recebe ajuda. Como par te de suas atribuições, cabe à enfer meir a utilizar instr umentos de comunicação, como o esclarecimento, a escuta, a orientação, a inter pretação, entre outros, par a oferecer recur sos favoráveis à adaptação do paciente; ( 4) resolução – momento em que as necessidades do paciente já fo r am sup r id as p elo s esfo r ço s co njunt o s. Nessa fase, enfer meir a e paciente devem desfazer os laços e pôr fim ao relacionamento terapêutico. Quando a relação é bem sucedida, o paciente afasta-se da enfer meir a, e tor na-se independente, for te e amadurecido12.

Cada uma destas fases se caracteriza por papéis ou funções desempenhadas pela enfer meira, à medida que ela e o paciente aprendem a trabalhar conjuntamente para resolver dificuldades. Entre estes papéis mencionavam-se os seguintes: o de estr anho, o de recur so, o de professor, o de substituto, o de conselheiro e o de líder.

O papel de estranho é desempenhado durante o contato inicial ( fase de orientação) e implica aceitação do paciente pela enfer meir a e vive-ver sa. Neste deve haver r espeito e inter esse positivo. O de r ecur so é quando se ofer ecem infor mações específicas par a compreensão de um problema ou situações novas e a enfer meir a proporciona respostas específicas às perguntas habitualmente for muladas em relação a um problema maior. O de professor é quando se compar tilham conhecimentos sobre uma necessidade ou interesse. Neste caso, o ensino avança sempr e a par tir do que o paciente já conhece e se desenvolve em tor no do seu interesse. No papel de substituto, o paciente considera inconscientemente a enfer meir a como outr a pessoa, a qual pode simbolizar uma figur a mater na ou substituir o papel de uma ir mã do paciente, por exemplo. O papel de conselheiro é desempenhado quando se auxilia outra pessoa no reconhecimento, enfrentamento, aceitação e solução de problemas; e o de líder é desenvolvido por meio da capacidade da enfer meira de sentar-se junto ao paciente, obser var, compreender como uma situação pode afetá-lo, analisar o que sucede no íntimo do paciente e apreciar o desenvolvimento da relação inter pessoal entre ambos12.

A teoria de Peplau não se limita à seleção enfer magem-paciente, pois uma per spectiva mais ampla estendeu a relação terapêutica aos membros familiares, outros profissionais e pessoas com problemas semelhantes14. Confor me se entende,

as relações entre pessoas com problemas semelhantes podem se desenvolver via gr upos e nesse tipo de relacionamento podem ocor rer apoio mútuo, compar tilhamento, validação e desenvolvimento de papéis positivos. No entanto, a experiência apresentou esta abordagem em relação a um paciente individualmente, ressaltando apenas a possibilidade deste tipo

de relação, e não a aplicação da teoria em gr upos.

PERCURSO METODOLÓGICO

Tr ata-se de um estudo analítico, com coleta de dados bibliográficos realizada em novembro de 2006. A investigação foi efetuada via Inter net, junto à BVS/ BIREME ( Biblioteca Vir tual em Saúde do Centro Latino-Americano e do Caribe de Infor mação em Ciências da Saúde) , onde for am pesquisados os ar tigos de periódicos de 1996 a 2006, indexados na base de dados MEDLINE ( Literatura Inter nacional em Ciências da Saúde) . A lista dos Descritores em Ciências da Saúdes ( DeCS) , edição 2006, foi consultada e apresentava como descritor aproximado par a gr upo prática de gr upo e psicoterapia de gr upo. Como obser vado, o primeiro é definido nos DeCS como uma for ma de organização de tr abalho da classe médica, o que fundamentou a escolha do segundo, que diz respeito a uma for ma de ter apia da qual dois ou mais pacientes par ticipam sob a orientação de um ou mais psicoter apeutas com o propósito de resolver problemas emocionais, sociais ou psíquicos. Optou-se também pela palavr a-chave gr upos. Quant o à int enção d e d esco b r ir r efer enciais t eó r ico s embasando a abordagem gr upal, decidiu-se por teoria de enfer magem como descritor.

Na busca inicial utilizou-se como primeiro descritor psicoterapia de gr upo. Sob esta denominação, encontrar am-se 1.880 ar tigos. Ao am-se proceder à am-seleção com o am-segundo descritor, teoria de enfermagem, somente cinco trabalhos foram identificados. Outr a tentativa empr egou como pr imeir o descritor teoria de enfer magem. Neste caso localizaram-se 2 .1 4 2 publicações. No refinamento com a palavra-chave gr upos, identificar am-se 47 ar tigos.

Os dois gr upos for am somados com a posterior leitur a detalhada dos resumos dos 52 ar tigos obtidos. Detectou-se que apenas 10 destes relatavam a experiência da abordagem gr upal a par tir da testagem de teorias, entr e os quais um estudo ilustrava a aplicação da teoria de Peplau em gr upos de psicoterapia9.

APLICAÇÃO DA TEORIA DO RELACIONAMENTO

INTERPESSOAL DE ENFERMAGEM EM GRUPOS

DE PSICOTERAPIA

Fases da relação enfermeira-pacient e em grupos

de psicot erapia

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Uma vez estabelecidos estes parâmetros, enfer meir a e p acient e id ent ificam e co mp r eend em as d ificuld ad es e necessidades afetadas do paciente. Nessa fase, é essencial a enfer meira trabalhar em cooperação com o paciente, no sentido de que, juntos, reconheçam, esclareçam e definam o problema existente13. No ar tigo analisado, porém, não há referência de

que nessa fase seja possível a identificação dos problemas de relacionamento do paciente em conjunto, ou seja, enfer meir a e paciente chegam a um consenso, mesmo se esse processo ocor rer antes da par ticipação do paciente no gr upo.

No gr upo, os par ticipantes do processo inter pessoal são o paciente, a enfer meir a e todos os outros membros. Par a exemplificar a fase de identificação, a autora assim se pronuncia: é possível que um membro do gr upo se perceba identificando seu problema ou limitação. Do mesmo modo, os outros membros do gr upo começam a identificá-lo a par tir da sua característica mais expressiva, o que nor malmente cor responde ao seu pr oblema. Em seguida, por meio do discur so diário desse membro, todos os par ticipantes identificam seu padrão de relacionamento e sua necessidade inter pessoal par a manter suas relações saudáveis9.

A teoria se refere à fase de identificação da seguinte for ma: nesse momento se declara a primeira impressão do paciente e este acredita perceber quem pode oferecer-lhe algo, e então selecio na aq ueles cap azes d e ajud á- lo , d emo nst r and o segurança. Os pacientes se reconhecem facilmente nas pessoas que os aceitam e, deste modo, se identificam totalmente com as enfer meiras. Além disso, confor me esperam, estas atenderão seus desejos sem exigir nada em troca. Ao se identificarem com as enfermeiras, os pacientes o fazem com base nos ser viços a eles prestados e que consideram úteis12. Por tanto, deve haver

uma identificação positiva do paciente com a enfer meira e dos membros do gr upo com esta e entre si. Contudo, isto não é mencionado no ar tigo.

Na fase seguinte, o paciente explor a todos os diver sos bens e ser viços existentes à sua disposição, com vistas a seus interesses e necessidades. Com esta finalidade, faz pleno uso dos ser viços então oferecidos. Par a ele, porém, os problemas de enfer magem mais complexos derivam da explor ação da situação, e não da base de identificação positiva com as enfer meir as ou da liber dade de fazer uso dos ser viços prestados12.

Consoante a teoria, e segundo o ar tigo discor re, nessa fase o paciente especula o conhecimento e habilidade da enfer meir a par a mudar relações problemáticas. O como e o porquê do problema devem ser explorados. Igualmente, o membro do gr upo deve ser questionado sobre como ele chegou a esse padrão de compor tamento. Par a isso, é fundamental a enfermeira manter uma atmosfera desinibidora da comunicação, ajudando o paciente na exploração de todos os caminhos que o levam ao bem-estar. Confor me a autor a evidencia, na fase de exploração o uso dos passos do processo de aprendizagem no gr upo pode ajudar o membro a descrever seu passado, obser var seus efeitos no presente, analisar suas relações, for mular um modo de mudança, validar suas for mulações e buscar a validação dos outros membros9.

De acordo com o exemplo anterior, a autora ressalta que o membro do gr upo na fase de resolução começa a demonstr ar que ele poderia testar, integr ar e utilizar o conhecimento ali adquirido. Ele passa a assumir a ansiedade em controlar-se par a não continuar cometendo os mesmos er ros e já é capaz de perceber quando assume deter minados padrões. Nessa fase, o membro do gr upo já começa a tentar resolver seu problema9.

Como obser vado, a autora do estudo em análise não refere que essa última fase do processo inter pessoal proposto na Teoria de Relacionamento Inter pessoal em Enfer magem12 é

caracterizada pelo momento em que as necessidades do paciente já foram supridas pelos esforços conjuntos e ele se sente capaz de cuidar-se. Assim, a fase de resolução implica a liberação gradual das pessoas que lhe proporcionaram ajuda e a criação e for talecimento da capacidade de atuar por si mesmo. Ainda como obser vado, o afastamento do paciente da enfer meir a, ao se tor nar independente, assim como a for ma como ele ocorre ou deve ocor rer no grupo não são mencionados no ar tigo.

Papéis da enfermeira em grupos de psicot erapia

Segundo mencionado, durante a evolução do processo de relacionamento inter pessoal no gr upo, a enfer meir a assume diferentes papéis, tais como:

O de est ranho

Os pacientes que par ticiparão de um gr upo, antes de iniciarem esta atividade, fazem terapia individual, embora sejam apenas algumas sessões. Nas primeiras sessões, enfer meir a e paciente são estr anhos um ao outro. Durante est e p er ío d o, é imp o r t ant e a enfer meir a r esp eit ar a necessidade de distância do paciente. Quando este entra no gr upo, as infor mações sobre a enfer meir a e sobre ele próprio vão aumentando9. Em vir tude deste fato, em um mesmo gr upo

pode haver pacientes e enfer meir a estr anhos um ao outro e membros que conhecem a enfer meir a por mais tempo. Desta for ma, a entr ada de um novo paciente no gr upo constitui para o líder um grande aprendizado de negociação tanto sobre o conteúdo da vida do paciente quanto em relação aos padrões de relacionamento inter pessoais dos par ticipantes.

Nessa per spectiva, ao se tr atar de gr upos aber tos, nos quais a entrada e a saída dos membros são eventos freqüentes, o papel de estranho também é desempenhado pelo novo membro ao entr ar no gr upo em relação aos outros membros, mas estes também se constituem estranhos ao recém-chegado.

O de recurso

No papel de pessoa de recur so, a enfer meir a “ proporciona respostas específicas às perguntas nor malmente for muladas co m r elação a um p r o b lema maio r ”1 2 :4 7. Esse p ap el é

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O de professor

De modo geral, o papel de professor de um terapeuta de gr upo envolve assuntos inter pessoais. A melhor maneir a de ensinar compor tamento inter pessoal é pelo exemplo da enfer meir a, da mesma for ma como é experienciado com os pais. Um dos ensinamentos da enfer meir a aos pacientes em ter apia de gr upo é a tolerância a um novo compor tamento, tendo em vista a diver sidade de per sonalidades e experiências vivenciadas pelos membros de um mesmo gr upo9.

O de subst it ut o

Freqüentemente os pacientes atribuem às enfer meir as papéis de substitutos. O paciente associa a relação mantida com a enfer meira com a de alguém com quem já tenha se relacionado, seja um membro familiar ou uma figura conhecida r e p r esen t at i v a ( p r o f esso r, o u t r a en fer m eir a, et c.)1 2.

Inevitavelmente a enfer meir a deve ser vista como uma mãe ou o gr upo como uma família substituta do paciente. Por meio do processo de tr ansferência, este associa a enfer meir a e os membros do gr upo mais próximos a pessoas do seu contato, considerando o apoio recebido9. Esse fenômeno é muito comum

em gr upos.

O de conselheiro

Esse papel é desempenhado quando a enfer meir a auxilia outra pessoa no reconhecimento, enfrentamento, aceitação e solução dos problemas.

No papel de conselheiro, o ter apeuta de gr upo exercita a psicoterapia inter pessoal propriamente dita. Juntamente com os membros do gr upo, a enfer meir a examina os problemas de relacionamento inter pessoal destes, guiando-os pelos passos d o p r o cesso d e ap r en d iz ag em , d u r an t e as fases d e relacionamento. Ela deve evitar fazer ter apia individual. Mas os membros do grupo devem conduzir os trabalhos sob a direção sutil de líder, ajudando um ao outro a reconhecer e solucionar problemas inter pessoais9.

Confor me se per cebe, esse papel ocor r e com maior freqüência na fase de exploração do relacionamento interpessoal em enfer magem em relação aos gr upos de psicoter apia, nos quais a contribuição do enfer meiro tor na-se fundamental. Tal papel, entretanto, deve per mear todo o processo, pois num mesmo gr upo pode haver pacientes em fases diferentes da r elação. Crê-se ainda que esse papel também possa ser assumido pelos membros do gr upo, em especial por aqueles q ue já alcançar am um melho r nível d e r elacio nament o inter pessoal.

O de líder

Ao analisar uma situação que pode estar afetando o paciente em seu r elacionamento inter pessoal, a par tir da r elação desenvolvida entre ambos, a enfer meira desempenha o papel de líder. Sua capacidade de compreender essa situação é o que sustenta esse papel.

O papel do líder em um gr upo é estimular os membros a expressar seus padrões inter pessoais de relacionamento. Par a a teorista, existe o líder democrático, e ela o descreve como aquele que per mite ao paciente ser um par ticipante ativo no p lanejament o d e mud ança1 3. Est e mo d elo é b ast ant e

tr abalhado em ter apia de gr upo quando a enfer meir a per mite

ao s p acient es co nd uzir o g r up o, não d et er minand o programação ou assuntos para serem discutidos pelos pacientes. Neste caso, a dinâmica do gr upo acontece natur almente, a enfer meir a obser va as interações e guia os pacientes para explorá-las9.

Em u m g r u p o, a s exp e r iê n cia s vi ve n cia d a s sã o compar tilhadas entre os par ticipantes, e por meio delas é possível identificar e analisar o padrão de relacionamento. Desta for ma, pode-se inferir que o papel de líder é inerente a qualquer inter venção baseada na abordagem gr upal, quando se executa o processo de estabelecimento e manutenção das metas do gr upo, mediante interação, e compreende-se que, nesse caso, não necessariamente este deva ser desempenhado somente pela enfer meira coordenador a do gr upo. A qualquer momento, pode haver a mudança de protagonista.

ANÁLI SE REFLEXI VA DA ADEQUAÇÃO DA

T EORI A EM GRUPOS CONDUZI DOS POR

ENFERMEIRA

O desenvolvimento deste estudo per mitiu compreender que as fases do relacionamento inter pessoal propostas na Teoria do Relacionamento Inter pessoal de Enfer magem também ocor rem no processo gr upal, embora muitas vezes não se possa prever o que irá acontecer em um gr upo. Estas fases, assim como exposto pela teorista, também acontecem no gr upo com momentos sobrepostos e inter-relacionados. Contudo, no caso de grupos com características de per manente e ab er t o, as fases d e r elacio nament o p o d em não se desenvolver seqüencialmente.

Segundo se considera, a fase de orientação é aquela na qual as necessidades e os problemas de relacionamento do paciente são identificados. Ela se dá no contato inicial da enfer meir a com o paciente e se entende até as primeir as se ssõ e s d o g r u p o , p o is, co n so a n t e se e n t e n d e , o compar tilhamento de experiências pode suceder durante todo o processo do gr upo, e este é um fator que per mite evidenciar as necessidades do paciente, tanto pela enfer meira quanto pelos outros membros.

No ar tigo em estudo, como obser vado, alguns aspectos da teoria não for am mencionados. Entr etanto, confor me se acredita, eles podem perfeitamente acontecer no ambiente do gr upo. Em qualquer tipo de r elacionamento terapêutico, a finalização do encontro terapêutico, quando o paciente consegue resolver seu problema e tor na-se independente, é o resultado esperado e desejável.

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Referências

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