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O impacto da analgesia controlada pelos pacientes submetidos a cirurgias ortopédicas.

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Academic year: 2017

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REVISTA

BRASILEIRA

DE

ANESTESIOLOGIA

PublicaçãoOficialdaSociedadeBrasileiradeAnestesiologia

www.sba.com.br

ARTIGO

CIENTÍFICO

O

impacto

da

analgesia

controlada

pelos

pacientes

submetidos

a

cirurgias

ortopédicas

Aluane

Silva

Dias

a

,

Tathyana

Rinaldi

a

e

Luciana

Gardin

Barbosa

a,b,∗

aHospitaldaAssociac¸ãodeAssistênciaàCrianc¸aDeficiente-AACD,SãoPaulo,SP,Brasil

bTerapiaIntensiva,HospitaldasClínicas,FaculdadedeMedicina,UniversidadedeSãoPaulo(HC-FM-USP),SãoPaulo,SP,Brasil

Recebidoem10defevereirode2013;aceitoem10dejunhode2013

DisponívelnaInternetem26desetembrode2014

PALAVRAS-CHAVE

Analgesia; PCA; Dor;

Cirurgiaortopédica; Pós-cirúrgico; Reabilitac¸ão

Resumo

Introduc¸ão: Asdisfunc¸ões musculoesqueléticas,comunsatualmente,têmsidocadavezmais

tratadascirurgicamenteeadorépodeserumfatorlimitantenareabilitac¸ãopós-operatória.

Justificativa: Aanalgesiacontroladapelopaciente(PCA)controlaador,porémseusefeitos

adversospodeminterferirnoprocessodereabilitac¸ãoealtadospacientes.Estapesquisa torna--seimportante,poispoucosestudosavaliamessacorrelac¸ão.

Objetivos: Compararaevoluc¸ãodospacientesqueusaramenãousaramPCAnopós-operatório

decirurgiasortopédicasemrelac¸ãoàdor,ànecessidadedeO2(oxigênio)nãoprogramadaeao

tempodeimobilizac¸ãoeinternac¸ãohospitalar.

Métodos: Estudoobservacional,prospectivo,feitonoHospital daAACD demaioaagostode

2012.Obtiveram-sedadosdiáriospormeiodeavaliac¸ãoeentrevistadospacientessubmetidos àartroplastia totalde quadril(ATQ)ejoelho(ATJ),artrodesede colunatoracolombar (AVP longa),colunacervical(AVAcervical)ecolunalombar(AVPlombar).

Resultados: Oestudoevidencioualgumasdiferenc¸asentreosgrupos:onívelálgicofoimaior

nogruposubmetidoàAVPlombarsemPCAemrelac¸ãoaocomPCA(p=0,03)enogrupode AVPlongasemPCAnoprimeiropós-operatório.Nesseúltimogrupo,houveusodeO2pormais

tempo(p=0,09).

Conclusão:Nesteestudo,aPCAmostrou-seútilparaanalgesiaempacientessubmetidosàAVP

lombareprovavelmenteteriainfluêncianotempodeusodeO2nogrupodeAVPlongacasoa

amostrafossemaior.OusodaPCAnãoinfluenciounotempodesaídadoleitoedeinternac¸ão hospitalarnospacientesestudados.

©2014SociedadeBrasileira deAnestesiologia.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todosos direitosreservados.

EstudodesenvolvidonoHospitalAbreuSodré---Associac¸ãodeAssistênciaàCrianc¸aDeficiente,Moema,SP,Brasil.Autorparacorrespondência.

E-mail:gardinlu@gmail.com(L.G.Barbosa).

http://dx.doi.org/10.1016/j.bjan.2013.06.025

(2)

KEYWORDS

Analgesia; PCA; Pain;

Orthopedicsurgery; Postsurgical; Rehabilitation

Theimpactofpatientscontrolledanalgesiaundergoingorthopedicsurgery

Abstract

Introduction:Thecurrentlycommonmusculoskeletaldisordershavebeenincreasinglytreated

surgically,andthepaincanbealimitingfactorinpostoperativerehabilitation.

Rationale: PatientControlledAnalgesia(PCA)controlspain,butitsadverseeffectscan

inter-ferewithrehabilitationandinthepatientdischargeprocess.Thisstudybecomesimportant, sincetherearefewstudiesevaluatingthiscorrelation.

Objectives:TocomparetheoutcomesofpatientswhousedanddidnotusePCAin

postopera-tiveorthopedicsurgerywithrespecttopain,unscheduledneedforO2(oxygen),andtimeof immobilityandin-hospitallengthofstay.

Methods:This isanobservational, prospectivestudy conducted atAACD Hospital fromMay

toAugust2012.Thedatawasdailyobtainedthroughassessmentsandinterviewsofpatients undergoingtotalhiparthroplasty(THA)andtotalkneearthroplasty(TKA),thoracolumbarspine arthrodesis(longPVA),cervicalspinearthrodesis(cervicalAVA)andlumbarspinearthrodesis (lumbarPVA).

Results:Thestudy showedsomedifferences betweengroups,namely:thepainfullevelwas

higherinthegroup undergoinglumbarPVAwithoutPCAcomparedwiththegroup withPCA (P=0.03)andinthe groupoflongPVA withoutPCAinthe earlypostoperativeperiod. This lattergroupusedO2foralongertime(P=0.09).

Conclusion:Inthisstudy,PCAwasusefulforanalgesiainpatientsundergoinglumbarPVAand

probablywouldhaveinfluencedtheusagetimeofO2inthegroupoflongPVAinfaceofalarger sample.TheuseofPCAdidnotinfluencethetimeofleavingthebedandthein-hospitallength ofstayforthepatientsstudied.

©2014SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.PublishedbyElsevier EditoraLtda.Allrights reserved.

Introduc

¸ão

Asdisfunc¸õesmusculoesqueléticassãoumproblemacomum naatualidade.Emparte, issosedeveaofatodoaumento tanto daexpectativade vidacomo da incidência de obe-sidade na populac¸ão mundial. Essas disfunc¸ões trazem limitac¸õesfuncionais,queinvariavelmentetêmcaráter pro-gressivosenãotratadasadequadamente.1---3

Otratamentopodeserconservador,comcontroledos

sin-tomaspormeiodemedicamentos,dereabilitac¸ãofísicaou

cirúrgico,comcorrec¸ãoe/ousubstituic¸ãodasarticulac¸ões afetadas.2

Astécnicascirúrgicasvêmsendoaprimoradasdeforma

rápidanasúltimasdécadas,porémissonemsempreimpacta

a reabilitac¸ão pós-operatória dos pacientes. A

intensi-dade da dor e o tempo de internac¸ão, principalmente

quando somado a um estado de limitac¸ão prévio, além

decomplicac¸õesrelacionadasaoprocedimentocirúrgicoe

anestésico,4resultamem maiorperdafuncional5 e

morbi-mortalidadeepodemafetaroprognóstico.6---8

A dor é um dos principais fatores que limitam a

deambulac¸ão e causa o aumento do risco de

tromboem-bolismopelaimobilidade,alémdealterac¸õesmetabólicas,

queafetamváriosoutrossistemas.Porcontadisso,

torna--se fundamental o manejo individualizado da dor, com

o uso de técnicas analgésicas adequadas. Além disso, a

intervenc¸ão precocedareabilitac¸ão, com vistasà melhor recuperac¸ãopós-operatória,6,9---11 podereduzirotempode

internac¸ão hospitalar e o retorno às atividades de vida

diária.12,13

Existem diversas técnicas de analgesia, porém é cada

vez mais presente nos hospitais o uso de analgesia

con-troladapelopaciente(PCA---patientcontrolledanalgesia).

Essemétodo,consideradoseguroeeficaznotratamentoda

dor moderadaa intensa,6,14,15 é usadodesde adécada de

1970.

AsbombasdePCAsãoequipamentosdeinfusãoque

per-mitem grande número de modalidadesde programac¸ão e

administramomedicamentovia venosaouperidural,

con-tinuamente ou por meio de dispositivo para solicitac¸ão

de doses intermitentes (bolus) de demanda. O paciente

o aciona em caso de necessidade. Essa técnica de

anal-gesia é frequentemente usada em casosdedores agudas,

comoem pós-operatóriosdecirurgiasortopédicas,6ouem

dorescrônicas,comoemportadoresdeneoplasiasmalignas

avanc¸adas,emfasedecuidadospaliativos.

Em contrapartida, o uso da PCA pode estar associado

à hipotensão, à retenc¸ão urinária e ao bloqueio motor,

que limita a mobilizac¸ão e, em grandes doses de

opi-oides, pode resultar em sedac¸ão, depressão respiratória,

constipac¸ão, confusão, retenc¸ão urinária, náusea,vômito

e prurido.7 Vale ressaltar que a depressão respiratória é

o efeito adverso maispreocupante.É expressa porqueda

daSpO2(saturac¸ãoperiféricadeoxigênio)ediminuic¸ãoda

frequênciarespiratória,conformesugeridoporalguns

auto-res.Anecessidadedeoxigênioparacontroledahipoxemia

podeprolongar o tempode internac¸ão, com consequente

atrasonareabilitac¸ão.9,16,17

A literatura brasileira é escassa em estudos que

(3)

dos pacientesem pós-operatóriode cirurgiasortopédicas.

Oobjetivodesteestudofoicompararaevoluc¸ãodos

paci-entes submetidos àscirurgias ortopédicas com e sem uso

daPCA em relac¸ãoà necessidadede O2 nãoprogramada,

ao tempo de restric¸ão ao leito, ao tempo de internac¸ão

hospitalareaoníveldedor.

Dessaforma,torna-sepossívelidentificarsituac¸õesque

possaminterferirnotempoderetornodopaciente às

ati-vidades de vida diária, a fim de intervir com recursos

profiláticos, bem como aprimorar a reabilitac¸ão no

pós--operatório.Essessãofatoresimportantesparaaqualidade

doservic¸oprestado,alémdeimpactarnareduc¸ãode cus-tos,devidoaomenortempodehospitalizac¸ão.Osresultados

encontrados no estudo proposto também poderão servir

como guia para melhoria dos protocolos assistenciais do

servic¸o de fisioterapia, além decontribuir para o melhor

esclarecimentodosefeitosdaPCAnopacienteortopédico.

Métodos

Trata-se de estudo prospectivo, observacional, feito por

meiodeacompanhamentodospacientesinternadosno

Hos-pitaldaAACDdemaioaagostode2012.

Ospacientesforamincluídosapartirdeumatriagem

diá-rianomapadeocupac¸ãodohospital.Foramselecionados

todos os pacientes submetidos às cirurgias de

artroplas-tia total de quadril (ATQ), artroplastia total de joelho

(ATJ),artrodeseviaposteriordecolunatoracolombar(AVP

longa),artrodeseviaanteriordecolunacervical(AVA cervi-cal)eartrodeseviaposteriordecolunalombar(AVPlombar).

Emseguida,aamostrafoiseparadaemdoisgrupos,umcom

eoutrosemousodaPCA.

Foram excluídos os pacientes que não foram capazes

de quantificar a dor por meioda escalanumérica de dor

(END),18---20 pneumopatascrônicos(DPOC,comdoenc¸a

res-tritiva pulmonar ou de caixa torácica crônica, asma, O2

dependentes)eusuáriosdeventilac¸ãomecânicanão

inva-sivadomiciliar.

OtrabalhofoiaprovadopeloComitêdeÉticaemPesquisa

(CEP).Ospacientesselecionadosforamesclarecidossobreo

estudoeassinaramotermodeconsentimentolivree

escla-recido para ciência e autorizac¸ão. Foram acompanhados

diariamentepelospesquisadoresenvolvidos,que

preenche-ram umafichacom dadoscolhidosdoprontuário. Quando

não disponíveis em prontuário, os dados faltantes foram

coletadospormeiodeavaliac¸ãodopaciente.

Afichadecoletadedadosfoipreenchidaumavezaodia,

comopacienteemrepouso,desdeoprimeiropós-operatório

atéaaltahospitalar.Osdadosforamtabuladosemplanilhas,

pormeiodaferramentaMicrosoftExcel2010®,e

submeti-dosàanáliseestatística.OtestedeMannWhitneyfoiusado

paracompararosdadosdeidade, índice demassa

corpó-rea(IMC),tempodeinternac¸ão, tempodesaídado leito,

usodeO2edor.Paraavaliaradiferenc¸adedistribuic¸ãodo

sexodos pacientes, foi usadoo teste de Fisher. Ao

sepa-rarmosospacientes portempodeinternac¸ãoousaídado

leito,avaliaram-seasvariáveisdedor,IMC eidade como

testedeKruskal-Walliseopós-testedeDunnparamúltiplas

comparac¸ões.Paraanálisesadicionais,comoascorrelac¸ões

entreouso deO2 com o IMCe com aidade, foi aplicada

a correlac¸ão de Spearman. O nível de significância usado

foidep ≤0,05.Oprograma usadofoioGraphPadPrism®

versão5.

Paraaavaliac¸ãodiáriadospacientes,foramusados:

a) Fichadecoletadedados;

b) Oxímetrodepulso(sistemanãoinvasivodemedic¸ãoda

saturac¸ãodaoxi-hemoglobina);

c) Escala numéricadedor(END),que permitequantificar

a intensidade dador com números. Tem11 pontos de

0 a 10, o ponto 0 representa nenhuma dor e o 10 a

pior dor possível. Os demais pontos quantificam a dor

intermediária18---20.Nesteestudo,aENDfoiaplicada

ver-balmente.

Resultados

Participaramdesteestudo270pacientes,32foram

excluí-dosporfalhana coletadedadoserestouumaamostrade

238.Desses,170erammulheres,commédiade50,2anos,

e 68 eram homens, com média de 47,6 anos. A tabela 1

apresentaascaracterísticasdaamostraestudada.

Nacomparac¸ãodosgrupossubmetidosàATQeàATJque

usaramaPCAcomosquenãoausaram,nãohouvediferenc¸a

estatísticaquantoador,idade,IMC,usodeO2não

progra-mado,tempodesaídadoleitoediasdeinternac¸ão.Oúnico

dadocom significânciafoi quantoao sexo:foi constatado

que mais homens usaram a PCA em relac¸ão às mulheres

(p<0,0001).

NogrupodeAVPlonga,quantoaousonãoprogramadode

O2,houvevalorsignificativo(p=0,09),oqueindica

tendên-ciaaousodeO2pelospacientesquenãousaramaPCA,como

ilustradonafigura 1.Nomesmo gruponãofoiencontrada

diferenc¸aestatísticanasdemaisanálises.

NospacientessubmetidosàAVPlombarhouvediferenc¸a

estatisticamentesignificativaentreosgruposcomesemPCA

Tabela1 Caracterizac¸ãodaamostra

Cirurgias ncomPCA---sexo(f/m) nsemPCA---sexo(f/m) Médiadeidade Total ATQ 4(1/3) 19(12/7) 64 23 ATJ 23(20/3) 23(20/3) 67,5 46 AVPlonga 22(17/5) 8(8/0) 21,6 30 AVPlombar 23(14/9) 93(61/32) 46,8 116 AVAcervical 23(17/6) 50,9 23 Total 72(52/20) 166(118/48) 50,1 238

(4)

Sem PCA

Uso de O

2

15

10

5

0

Com PCA

Figura1 Relac¸ãodousodeO2comesemPCAempacientes

dogrupodeAVPlonga.

Sem PCA

Dor

6

4

2

*

0

Com PCA

Figura2 Relac¸ão dador come sem PCA em pacientesdo grupodeAVPlombar.*Diferenc¸aestatisticamentesignificante entreosdoisgrupos.

Tempo de internação (dias)

Dor

1 0 2 4 6 8 10

2 3 4

*

*vs 2

5 6

Figura3 Relac¸ãodadorcomotempodeinternac¸ãoapartir dopós-operatórioempacientesdogrupodeAVAcervical.

(p=0,031). A médiana END foi menor no primeiro grupo (fig.2).

OspacientessubmetidosàAVAcervicalnãousaramPCA.

Porém,quandoanalisadaaescaladedor,pôde-seobservar

queospacientesreferiramdormaisintensanoterceirodia

depós-operatórioem relac¸ãoaosegundodia(fig. 3).

Fez--seumaanáliseadicionalnosdadose,aosecruzarovalor

de IMC com o tempode saída do leito, encontrou-se um

valorpróximodosignificativo(p=0,068)entreoprimeiroe

o segundopós-operatórios,o que indica que ospacientes

dessaamostracommaiorIMCtenderamasairdoleitomais

tarde(fig.4).

Nacomparac¸ãodamédiadaENDdospacientesque

usa-ram a PCA com os que não a usaram noprimeiro dia de

pós-operatóriofoiencontradadiferenc¸aquasesignificativa

(p=0,058)entreosgruposcomesemPCAparaascirurgias

deAVPlombareAVPlonga(fig.5).ParaascirurgiasdeATJ eATQnãohouvediferenc¸aestatística.

Saída do leito (dias)

IMC (Kg/m

2)

1 0 10 20 30 40

2 3

Figura4 Relac¸ãodoIMCcomsaídadoleitoempacientesdo

grupodeAVAcervical.

Sem PCA

A

VP longa e lombar dor 1.º PO

Sem PCA 8

6

4

2

0

Figura 5 Relac¸ão da dor no primeiro pós-operatório entre

pacientescomesemPCAparacirurgiadeAVPlongaelombar.

Foi analisada a dor dos pacientes que usaram PCA em

relac¸ão o dia seguinte da suaretirada, porém não houve

diferenc¸asignificativa.

Estão descritosna tabela 2 osdados que foram

corre-lacionados com os respectivosvalores significativos (valor

p<0,05).

Discussão

Osresultadosdesteestudomostramquehouvepredomínio

demulherescomdiagnósticodeosteoartrose,oque

corro-boraaliteratura.21

Alémdisso,nãoseencontroudiferenc¸aestatísticaquanto

anenhumadasvariáveisanalisadasquandocomparadosos

grupos com e sem PCA submetidos àscirurgias de ATQe

ATJ. Devido ao papel da PCA no controle da analgesia,

esperava-sequeemrelac¸ãoàdorhaveriaalgumadiferenc¸a

considerável. Oquesepôdeobservarfoiqueospacientes

relacionama doraosperíodos demobilizac¸ãodomembro

operado, e não aosde repouso. Pelo fato de a coletade

dados não ter sido feita em atividade, pode ter havido

influência desse fator nos resultados, o que causa uma

limitac¸ãonoestudo.

Osresultadostambémevidenciaramque a maioria dos

pacientessubmetidosàAVPlongaerademulheresjovens.

Segundo Júnior et al.,22 as mulheres apresentam maior

magnitude da curva da coluna vertebral e é necessária

intervenc¸ãocirúrgicaparaimpedirsuaprogressão.

NessegrupodepacientessubmetidosàAVPlongahouve

uma diferenc¸a quase significativa quanto ao uso de O2

(p=0,09)entreosgruposcomesemPCA,quepoderiater

(5)

Tabela2 Correlac¸õesfeitas,commediana,1◦e3quartilevalorp

Dados Medianasem PCA/comPCA

1◦quartilsem

PCA/comPCA

3◦quartilsem

PCA/comPCA

Valorp

ATQidade 66/63,5 50/56 78/72,5 0,8076 ATQIMC 27/30 23/25,25 32/33,25 0,441 ATQtinternac¸ão 4/4,5 4/3,25 4/7,25 0,4182 ATQO2 0/0,5 0/0 0/1 0,3145

ATQsaídaleito 02/02 2/0 2/0 Precisademais de2porgrupo ATQdor 02/02 1/1,255 5/3,5 0,6847 ATJidade 70/70 65/59 75/73 0,7333 ATJIMC 27/30 24/27 32/33 0,307 ATJtinternac¸ão 4/4 4/3 5/5 0,8645 ATJO2 0/0 0/0 1/1 0,6289

ATJsaídaleito 2/2 2/2 2/2 0,23 ATJdor 3/4 1/2 4/5 0,1136 AVPlongaidade 14,5/16 14/13,75 16,75/22,25 0,6205 AVPlongaIMC 18/21 17/18 26/24,25 0,725 AVPlongatinternac¸ão 6/5 4,25/5 8,5/7 0,6804 AVPlongaO2 0/0 0/0 3/0 0,0956

AVPlongasaídadoleito 3/2,5 2/2 3/3 0,4215 AVPlongador 4/3,5 1,5/1 4/4,25 0,9066 AVPlombaridade 47,5/49 35/42 58,75/61 0,2455 AVPlombarIMC 27/27 24/25 30/31 0,384 AVPlombartinternac¸ão 3/3 2/3 4/5 0,4061 AVPlombarO2 0/0 0/0 0/0 0,2131

AVPlombarsaídadoleito 2/2 1/2 2/2 0,273 AVPlombardor 3,5/2 2/1 5/4 0,0311 ATJeATQdor1◦PO 2/4 0/2 5/7 0,1071

AVPlongaelombardor1◦PO 4/3 2/1 6/5 0,0583

comPCAesemPCA---mesmopaciente 3/3 0/1 4,5/5 0,3007

ATQ,artroplastiadoquadril;ATJ,artroplastia dojoelho;AVPlonga,artrodeseeviaposteriordacolunatoracolombar;AVPlombar, artrodeseeviaposteriordacolunalombar;IMC,índicedemassacorpórea;tinternac¸ão,tempodeinternac¸ão;O2,usodeoxigênio;1◦

PO,primeiropós-operatório.

fatormuitolimitantenessegrupodepacientes,por tratar--se de umacirurgia degrande porte, que abrange vários segmentosdacoluna,comenvolvimentodemúsculos aces-sórios darespirac¸ão, diminuia expansibilidadetorácica e impactanaSpO2,assimcomonotempoderestric¸ãoaoleito. Nosresultadosapresentadospercebeu-sequenãohouve valorestatisticamente significativocomrelac¸ãoao usoda PCAeaousonãoprogramadodeO2nosdemaisgrupos.

Comoumachadoadicional, percebeu-seque amaioria dos pacientes que usaram O2 tinha entre 60 e 80 anos. Possivelmente,porquepacientesidosostêmlimitac¸ões pré-vias pelo próprio processo do envelhecimento e quando somadasaumprocedimentocirúrgicopodemdificultarsua recuperac¸ãoelevaracomplicac¸õesrespiratórias.4

NosestudossobreopioidesembombasdePCAa

depres-sãorespiratóriaocorrecomumenteentreasprimeiras12a

24 horas.16 Porém,nesteestudo, osdadosforamcolhidos

apartirdoprimeirodiadepós-operatório.Provavelmente,

essefoiomotivodenãohavercasosdedepressão

respira-tórianessaamostra.

QuantoàscirurgiasdeAVPlombar,acausamaiscomum

foi a hérnia discal, o que vem ao encontro da

litera-tura atual, que mostra que essa é a principal razão das

cirurgias de coluna na populac¸ão adulta.23 Foi também a

maioramostradentreascirurgiasanalisadasnesteestudo.

AidademédiadospacientessubmetidosàAVPlombarfoide

46,8anos.CoincidecomoestudodeVialleetal.,23quediz

queahérniadiscalocorreprincipalmenteentreaquartae

quintadécadasdevida,apesardeserdescritaemtodasas

faixasetárias.

Os pacientes que usaram a bomba de PCA no

pós--operatóriodeAVPlombarparecemtersidoosquemaisse

beneficiaramdesserecurso.Issoporqueoníveldedor

refe-ridodurante otempodeinternac¸ão foimenorem relac¸ão

aosquenãoausaram.Talvezissosejajustificadopelofato

dequenascirurgiasdecolunaospacientessãoestimuladosa

mudanc¸adedecúbitofrequente.Issofazcomqueolocalda

cirurgiasejamobilizado,oquecausador.Noentanto,ouso

daPCApodeterimpactonomelhorcontroledessesintoma,

apesar de não ser possível afirmar isso com base nesses

resultados.Issoporqueosdemais medicamentos

analgési-cos e anti-inflamatórios, usados em conjunto com a PCA,

nãoforammonitoradosnesteestudo.Essaéoutralimitac¸ão encontrada.

Após analisar os grupos de AVP lombar e AVP longa,

juntos, quanto à variável dor, apenas no primeiro

pós--operatório,nacomparac¸ãodospacientescomesemPCA,

(6)

maisdor(p=0,058).Essaanálisefoifeitacomvalores abso-lutos.Dessaforma,oresultadoreforc¸ouobenefíciodaPCA

nessegrupo.

Naamostraestudada,ospacientessubmetidosàAVA

cer-vical não usaram bomba dePCA no pós-operatório e não

foi possível dividi-los em dois grupos, como nas demais.

Porisso,fizeram-secorrelac¸õesadicionaise,apesardenão

teremsidoobjetivodoestudo,optou-se porcitá-los aqui.

Correlacionou-se o IMC com tempode saídado leito,dor

com tempode saída do leito e, por fim, dor com tempo

deinternac¸ão.Encontrou-seque adorfoi maisintensano

terceiro dia de pós-operatório, com diferenc¸a estatística

emrelac¸ãoao segundo.Éprovável queissoacontec¸apelo

aumentodoníveldeatividades oupelatransic¸ãoda

anal-gesiaendovenosaparaavia oral,porproximidadedaalta

hospitalar.

Os sintomas relatados pelos pacientes poderiam ter

impactado no tempo de saída do leito. No entanto, não

se julgou necessário fazer essa correlac¸ão. Isso porque,

aoanalisar osresultados detodososgrupos, percebeu-se

queamaioria dospacientes tendeasairdoleitoemdias

pré-programados,casonãotenhamintercorrênciasclínicas,

o que segue um protocolo institucional para cada

cirur-gia,independentemente douso daPCA. Osprotocolosde

reabilitac¸ãoestão cada vezmaispresentes na prática

clí-nica,comoobjetivodereduzirperdasfuncionais,alémde

diminuirotempodehospitalizac¸ão.24

Tambémcomoumachadoadicionaldoestudo,

percebeu--sequeospacientescomIMC maiorsaíramantesdoleito

em relac¸ão aos com IMC menor (p=0,02). Isso pode ser

explicado pela presenc¸a de outro protocolo institucional,

queindicaqueospacientescomIMC>25sãoconsiderados

grupoderiscoparadesenvolvimentodeinsuficiência

respi-ratóriaquandorestritos aoleitopor umperíodomaiordo

que48horas.Dessaforma,háumcuidadodiferenciadoda

equipeparaprevenircomplicac¸õesrespiratóriasnessegrupo depacientes.

Deacordo com aslimitac¸ões encontradasno trabalho,

é recomendável que, para futuros estudos, sejam feitas

as mesmas análises a partir do pós-operatório imediato.

Ocontroledosmedicamentosanalgésicosusados,alémda

PCA, bem como a aplicac¸ão da END em repouso e em

atividade, também pode colaborar para resultados mais

concretos.

Conclusão

APCAmostrou-seútilparaoalíviodadorempacientes

sub-metidosàAVPlombar.Teveimportânciatambémnogrupode

pacientessubmetidoàAVPlonga,oquepodetercausadoo

menorusodeO2nãoprogramado,emborasemsignificância

estatística,porprovávelinsuficiêncianaamostra.Ousoda

PCAnãotevecorrelac¸ãocomotempodesaídadoleitoecom

otempodeinternac¸ãohospitalaremnenhumdosgruposde

pacientes.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

Referências

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Referências

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