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(1)

SOCIEDADE BRASILEIRA DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA

w w w . r b o . o r g . b r

Artigo

Original

Influência

das

fraturas

do

fêmur

proximal

na

autonomia

e

mortalidade

dos

pacientes

idosos

submetidos

a

osteossíntese

com

haste

cefalomedular

Rodrigo

Souto

Borges

Petros

,

Paula

Emília

Valente

Ferreira

e

Rafael

Souto

Borges

Petros

CentroOrtopédicoTraumatológicoTijuca,HospitalTijutrauma,RiodeJaneiro,RJ,Brasil

informações

sobre

o

artigo

Históricodoartigo:

Recebidoem30denovembro de2016

Aceitoem26dejaneirode2017

On-lineem13dejulhode2017

Palavras-chave:

Fraturasdoquadril Fraturasdofêmur Vidaindependente Deambulac¸ão Idoso

r

e

s

u

m

o

Objetivo:Determinaraautonomiaeamortalidadedepacientesidososapósfraturado qua-drilsubmetidosaosteossíntesedofêmurproximalcomhastecefalomedular.

Métodos:Estudoretrospectivocom61pacientescomfraturadofêmurproximalsubmetidos aosteossíntesecomhastecefalomedular.Osprontuáriosforamanalisadoseosregistros clínicosdopré-operatórioforamcoletados.Ospacientesforamreavaliadoseperguntados emrelac¸ãoador,autonomiapós-operatóriaegraudesatisfac¸ão.Foiverificadoonúmero totaldeóbitos.Osresultadosforamentãocorrelacionados.

Resultados: Amédiadeidadefoide84anos,compredominânciadosexofeminino(82%). Naavaliac¸ãopós-operatória,45%dospacientesapresentarampioriaemseunívelde auto-nomia. A maioriados pacientesapresentou dor leve(61%) pelaescala EVA.A taxa de mortalidadeencontradafoide24,6%eotempomédiodeinternac¸ãopré-operatóriafoide trêsdias.Osfatoresqueapresentaramsignificânciaestatísticaquantoàautonomia pós--operatóriaforamotempodecorridodotraumaatéomomentodacirurgia,escoreASA, estabilidade dafraturaeestadofuncionalpréviodopaciente.Ataxademortalidadefoi associadaa trêsfatoresprincipais:idade avanc¸ada,escore ASAe tempode internac¸ão pré-operatória.

Conclusão:Aautonomiapréviadopacienteinfluencioupositivamenteoresultadofuncional earecuperac¸ãopós-operatória.Fraturasinstáveisapresentarampioresresultadosparador edeambulac¸ãoemumseguimentode27meses.Afraturadoquadriléumfatorderisco associadoàmortalidadeediminuic¸ãodaindependênciaempacientesacimade65anos.

©2017PublicadoporElsevierEditoraLtda.emnomedeSociedadeBrasileirade OrtopediaeTraumatologia.Este ´eumartigoOpenAccesssobumalicenc¸aCCBY-NC-ND (http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

TrabalhodesenvolvidonoHospitalTijutrauma,CentroOrtopédicoTraumatológicoTijuca,RiodeJaneiro,RJ,Brasil.

Autorparacorrespondência.

E-mail:rodpetros@yahoo.com.br(R.S.Petros).

http://dx.doi.org/10.1016/j.rbo.2017.06.011

(2)

Influence

of

proximal

femur

fractures

in

the

autonomy

and

mortality

of

elderly

patients

submitted

to

osteosynthesis

with

cephalomedullary

nail

Keywords:

Hipfractures Femoralfractures Independentliving Ambulation Elderly

a

b

s

t

r

a

c

t

Objective: Todeterminetheautonomyandmortalityofelderlypatientssubmittedto proxi-malfemoralosteosynthesiswithcephalomedullarynailafterhipfracture.

Methods:Retrospectivestudywith61patientswithproximalfemoralfracturessubmittedto cephalomedullarynailosteosynthesis.Theauthorsanalyzedthemedicalrecordsand col-lectedinformationfromthepreoperativeperiod.Patientswerequestionedregardingpain, postoperativeautonomy,anddegreeofsatisfaction.Thetotalnumberofdeathswasverified. Theresultswerethencorrelated.

Results: Themean agewas84years, predominantlyfemale(82%).Inthepostoperative evaluation,45%ofthepatientspresentedworsenedlevelsofautonomy.Themajorityof patientspresentedmildpain(61%)ontheVASscale.Themortalityratewas24.6%,and themeantimeofpreoperativehospitalizationwasthreedays.Thefactorsthatpresented statisticalsignificanceregardingpostoperativeautonomywerethetimeelapsedfromthe traumauntilthemomentofsurgery,ASAscore,fracturestability,andpreviousfunctional statusofthepatients.Themortalityratewasassociatedwiththreemainfactors:advanced age,ASAscore,andpreoperativehospitalizationtime.

Conclusion: Thepatient’spreviousautonomypositivelyinfluencedthefunctionaloutcome andpostoperativerecovery.Unstablefracturespresentedworseresultsforpainand ambu-lationinafollow-upof27months.Hipfractureisariskfactorassociatedwithmortality anddecreasedindependenceinpatientsover65yearsofage.

©2017PublishedbyElsevierEditoraLtda.onbehalfofSociedadeBrasileirade OrtopediaeTraumatologia.ThisisanopenaccessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense (http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

Introduc¸ão

Aincidênciadasfraturasdofêmurproximalaumentou sig-nificativamentenas últimasdécadasedeveráduplicar nos próximos25anosdevidoaoaumentodaexpectativadevida dapopulac¸ão.Aidadeavanc¸adaeascomorbidades associa-dassãoresponsáveispelaelevadamorbimortalidadeepelo elevadocustodotratamentoedahospitalizac¸ão.1Dentreas

fraturasdofêmurproximal,astranstrocantéricas represen-tam um importante grupo, já que são comuns e incidem geralmenteempacientesdebilitadosecomidadeavanc¸ada.2,3

Essasfraturassãodefinidascomoaquelasqueocorremnaárea queseestendedaregiãoextracapsulardabasedocolofemoral atéumaregiãoproximalaolongodotrocantermenor.4

Essetipodefraturaécomumnapopulac¸ãoidosadevido àosteoporose,associadaprincipalmenteaotraumadebaixa energia,comoaquedadaprópriaaltura.Estima-sequenove emcada10fraturastrocantéricasocorramemindivíduoscom maisde65anos.5,6

Afraturadequadriléumalesãodevastadoraempacientes idosos,afetaoequilíbriofísico,mental,funcionalesocial.Ela refleteoprocessodeenvelhecimentodapopulac¸ãoetraz con-sequênciaspermanentesnasobrevidaeindependênciados pacientes.

Quantoaomanejo,aestabilizac¸ãocirúrgicaéaopc¸ãode escolhaparaa fraturatrocantérica, independentemente do tipooupadrãododesvio.Ametadotratamentocirúrgicoé obterreduc¸ãoefixac¸ãoestáveisquepropiciemaopaciente mobilizac¸ãoativaepassivaprecoces.Umavezquenoidosoa

deambulac¸ãosemcargasobreomembrofraturadonem sem-preépossível,pelascondic¸õespreexistentes,aestabilizac¸ão dafraturadevesersuficienteparapermitircertacargatolerada pelopaciente.7

Estudosmostramqueaté50%dospacientescomfraturado fêmurproximalmorremdentrodosprimeirosseismesesapós o traumaemuitosdospacientes submetidos atratamento cirúrgico nãorecuperam suafunc¸ãodelinhade baseesua independência.8

Esteestudoobjetivadeterminaraautonomiaea morta-lidade dospacientes idosos submetidos a osteossíntesedo fêmurproximalcomhastecefalomedularapósfraturado qua-dril.

Métodos

Foi feitoum estudolongitudinal, retrospectivoe descritivo com61pacientescomfraturadofêmurproximalsubmetidos aosteossíntesecomhastecefalomedulardemarc¸ode2012a marc¸ode2014,noHospitaldeOrtopediaeTraumatologiado RiodeJaneiro,Tijutrauma.

Foramanalisadososprontuáriosdospacientesecolhidas asinformac¸õesdosregistrosclínicosdopré-operatório, atra-vésdaevoluc¸ãoclínicaeriscocirúrgico.

(3)

Feminino 82% P<(0,0001) Masculino

18%

Figura1–Frequênciaporgênerodosidosossubmetidosa tratamentocirúrgicocomfraturatranstrocantérica.

2-Deambulador comunitário com auxílio, 3- Deambulador domiciliarsemauxílio,4-Deambuladordomiciliarcom auxí-lio,5-Não deambuladorou cadeirante.Os prontuáriosdos pacientesqueapresentavamdadosincompletosparaoestudo foramretiradosdaamostra.

Após a coleta dos dados pré-operatórios completos, os pacientes foram convocados para entrevista e submetidos à avaliac¸ão clínica, foram perguntados com relac¸ão à dor, através da escala analógicade dorEVA, deambulac¸ão pós--operatória egraude satisfac¸ão.Durantea convocac¸ão,foi verificado o número totalde óbitosapós tratamento cirúr-gico,paraavaliac¸ãodataxademortalidade.Foramexcluídos pacientesquenãocompareceramàentrevistaouquetiveram perdadoseguimento.

Fez-seentãoacorrelac¸ãodosdadoscoletadosnoprée pós--operatóriocommortalidadeecomainfluêncianaautonomia dospacientes.

Para a análise estatística dos resultados, foram usadas tabelascomdistribuic¸ãodefrequênciaabsolutaerelativa.As associac¸õesforamtestadaspelotestequi-quadradode Pear-sonouotesteexatodeFisher,anormalidadedasvariáveis foramtestadaspelotestedeShapiro-Wilk,asvariáveis contí-nuaspormeiodotestetdeStudenteAnova.

Resultados

Amédiadeidadedospacientesdesteestudofoide84anos, (± 7,2),entre 67 e97.O grupo masculino apresentou uma idademédialigeiramentemaiselevada,86anos(±8,0), com-paradacomamédiade83anos(±7,0)dogrupofeminino,sem significânciaestatística(p=0,260).Alateralidadedoquadril afetadofoisemelhante(50,8%e49,2%,respectivamente).

Houvediferenc¸asignificativanaprevalênciaentreossexos (p<0,001),amaioriaeradosexofeminino(82,0%),ouseja, foramfeitos,emmédia,4,5vezesmaisprocedimentos cirúr-gicosdefraturadefêmurproximalemmulheresdoqueem homens(fig.1).

Emrelac¸ãoàclassificac¸ãodafraturas,24pacientes(39,3%) apresentaramTronzotipoIII.SeguidopelotipoIIcom24,6% (tabela1).

Tabela1–Correlac¸ãoentrepacienteoperados eclassificac¸ãotipoTronzo

Tronzo n %

I 5 8,2

II 15 24,6

III 24 39,3

IV 12 19,7

V 5 8,2

Total 61 100

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20

V IV

III II

I

Di

a

s

Tronzo

Comparação da classificação de tronzo x tempo de internação

Internação pre operatória Internação total

Figura2–Comparac¸ãoentreclassificac¸ãodeTronzoe

tempodeinternac¸ão.

Amédiadediasde internac¸ãofoide novedias,de dois a27.Otempodeinternac¸ãomédioantesdacirurgiafoide trêsdias,entreume14.PacientesclassificadoscomoTronzo tipoVforamosquetiverammaiormédiadeinternac¸ão pré--operatória:setedias(p=0,0047)(tabela2efig.2).

Naavaliac¸ãopré-operatória,21pacienteseram deambula-dorescomunitáriossemauxílio.Apósacirurgia,15pacientes (71,4%) mantiveram essa condic¸ão e 33,3% pioraram sua deambulac¸ão.Dospacientesqueeramdeambuladores comu-nitárioscom auxílio,seis(50%)mantiveramsuacondic¸ãoe 50%pioraram.Emrelac¸ãoaospacientesdeambuladores domi-ciliares semauxílio (10),44,4% mantiveramsuacondic¸ãoe 55,6% pioraram.Dos pacientes deambuladoresdomiciliares comauxílio,60,0%mantiveramsuacondic¸ãoe40,0% piora-ram.Portanto,aocompararoníveldedeambulac¸ãogeralantes dacirurgiacomadeambulac¸ãoapósprocedimentocirúrgico, verificamosque45%tiveramquedanonívelde independên-ciafuncional(tabela3).Apósacirurgia,foiaplicadooteste da escala analógica de dor(EVA). A maioria dos pacientes apresentoudorleve(60,9%),seguidadedormoderada(37,0%). Apenasumpaciente(2,2%)relatoudorintensa.Aoser pergun-tadossobreograudesatisfac¸ão,90%estavamsatisfeitoscom oresultadodacirurgiaeos10%restanteestavam insatisfei-tospornãodeambularouviveremasilos,nãoretomaramsua independênciaprévia.

Ospacientescomumaclassificac¸ãomaisgravedeTronzo tiveramumamédiada EVAmaior,porémsemsignificância estatística(p=0,057).

(4)

Tabela2–Comparac¸ãoentreclassificac¸ãodeTronzoemédiadetempodeinternac¸ão

Tronzo Médiadainternac¸ão pré-operatória

p Médiadainternac¸ãototal p

I 1,8 0,0047 6,6 0,0020

II 3,6 10,3

III 2,0 7,0

IV 3,3 9,3

V 7,0 18,0

Total 3,1 9,1

Tabela3–Correlac¸ãoentrestatusdedeambulac¸ãopré epós-operatória

Tipodedeambulac¸ão Avaliac¸ão

Pré-operatório Pós-operatório

n % n %

Deambuladorcomunitário, semauxílio

21 45,7 15 32,6

Deambuladorcomunitário, comauxílio

6 13 8 17,4

Deambuladordomiliciar semauxílio

9 19,6 3 6,5

Deambuladordomiliciar comauxílio

10 21,7 13 28,3

Nãodeambulador,cadeira derodas

0 0 7 15,2

Total 46 100 46 100

0 2 4 6 8 10 12

Moderaou intensa Leve

Dias

EVA

Comparação da EVA x Tempo de internação

Tempo de internação pré operatória Tempo de internação total

Figura3–Comparac¸ãoentreníveldedor,EVAcomtempo

deinternac¸ãohospitalar.

naescalaEVA(p=0,016)equantomaiorotempodeinternac¸ão total,maioradornaescalaEVA(p=0,026)(fig.3).

Daamostra,58pacientes(95,1%)apresentarampelomenos umacomorbidadenopré-operatório.Apenastrêspacientes (4,9%)nãotinhamdoenc¸apré-existente.

Ascincodoenc¸asmaiscomunsencontradasforam:HAS (39pacientes;63,9%),seguidopeladislipidemia(14pacientes, 22,9%),diabetes(10pacientes,16,4%),cardiopatia(sete paci-entes,11,5%)ehipotireoidismo(setepacientes,11,5%).

Ataxademortalidadeencontradanoestudofoide24,6% (15óbitos).Foramidentificadostrêsfatorescomsignificância estatísticaemrelac¸ãoàmaiormortalidadenessespacientes: idade avanc¸ada, escore ASA e tempo de internac¸ão pré--operatória (tabela4). Aidade dospacientes que vieram a óbitoeraemmédia87,6anosversus82,5dospacientesque estãovivos(p=0,016).OspacientesclassificadoscomASAIII

Tabela4–Fatoresassociadosamaiortaxa demortalidade

Variável Vivon=46 Óbiton=15 p

Idade–média(±DP) 82,5(±6,7) 87,6(±7,5) 0,016

Gênero–n(%)

Masculino 7(63,3%) 4(36,4%) 0,810

Feminino 39(78,0%) 11(22,0%)

Tronzo–n(%)

Estável 16(80,0%) 4(20,0%) 0,561

Instável 30(73,2%) 11(26,8%)

ASA–n(%)

IeII 26(86,7%) 4(13,3%) 0,045

IIIeIV 20(64,5%) 11(35,5%)

Tempodeinternac¸ãopré-operatória–n(%)

Até48horas 30(85,7%) 5(14,3%) 0,030

Acimade48horas 16(61,5%) 10(38,5%)

Comorbidadesassociadas–n(%)

De0a3 35(81,4%) 8(18,6%) 0,093

Acimade3 11(61,1%) 7(38,8%)

Tempodeinternac¸ãototal–n(%)

Até7dias 25(78,1%) 7(21,9%) 0,605

Acimade7dias 21(72,4%) 8(27,6%)

ouIVtiveramtaxademortalidadesuperioraosclassificados comASAIouII:35,5%versus13,3%.Emrelac¸ãoaotempode internac¸ãopré-operatória,ataxademortalidadedos pacien-tesqueoperaramematé48horasfoide14,3%.Jánospacientes queoperaramacimade48horas,ataxademortalidadesubiu para38,5%.

Osfatorescomoclassificac¸ãodeTronzo,gênero,númerode doenc¸asassociadaseotempodeinternac¸ãototalnão mostra-ramterinterferênciaemrelac¸ãoàmortalidade.

Discussão

Asfraturastranstrocantéricasdofêmurconstituemasfraturas mais frequentemente operadas e com maiortaxa de mor-talidadepós-operatória,tornaram-seumaquestãodesaúde pública,devidoaoaltocustodotratamentoeàdificuldadede recuperac¸ãoeindependênciafuncionalpós-cirúrgica.4

Operfilepidemiológicodosindivíduosemnossaamostra nãodiferemuitodosencontradosnostrabalhosnacionaise internacionais.Emnossoestudoencontramosuma predomi-nânciadosexofeminino,emumaproporc¸ãode 4,5:1,com médiade84anos.Emsériesnacionaisverificamosque Hun-gria Neto et al.2 encontraram predominância de mulheres

naproporc¸ãode2:1emédiade78,2anoseRamalhoetal.9

(5)

Noestudoobserva-se queograude autonomiadiminui apósotratamentocirúrgico.8 Diantedisso,observamosque

55%dos pacientesrecuperaram seu nívelfuncional. Resul-tadosemelhantefoiencontradoporHerreraetal.,10emseu

trabalhocom250pacientes,tratadoscomhaste cefalomedu-lar,emquecercade50%recuperaramasuacapacidadeprévia dedeambulac¸ãoapósumano.

A autonomia prévia do paciente influenciou positiva-menteoresultadofuncionalearecuperac¸ãopós-operatória. Verificamosque71,4%dospacientesdeambuladores comuni-táriossemauxíliomantiveramseunívelapósacirurgia.Isso demonstra que pacientes mais independentes fisicamente apresentarammelhoresresultados.Zuckermanetal.11,12

apre-sentaramemseuestudoqueogrupodepacientescommelhor escorepré-fraturarecuperoupraticamente100%da capaci-dadefuncional.

Emrelac¸ãoàintensidadedadorapósotratamento cirúr-gicodafraturatranstrocantérica,observamosqueamaioria dos pacientes (60%) operados apresentou dor leve, dados semelhantessãoencontradosnaliteraturanacional.13

Ataxa demortalidadenesteestudofoide24,6%emum seguimento médio de 27 meses.Rosso etal.,14 em estudo

com 1.448 pacientes, encontraram taxa de mortalidade de 18,8%,emumanodeseguimento,enquantoDousaetal.,15em

estudocom4.280pacientes,obtiveramumataxade30%de óbitos.

Cooperetal.16afirmaramqueentreasconsequênciasde

umafratura dequadrilestão amorteprematura, emtorno de20%emumano,perdadafunc¸ãoem30%,incapacidade paradeambulardeformaindependenteem40%eperdade pelomenosumaatividadecotidianaindependenteem80% dospacientestratados.

Algunsfatoresmostraram-seestatisticamente significati-vosnamortalidade,comootempodecorridodotraumaatéo momentodacirurgia,oescoreASA,aestabilidadedafratura eaidadenomomentodotrauma.

Nonosso estudoospacientes comtempodeinternac¸ão pré-operatóriomaiordoque48horasapresentaram38,5%de mortalidade,enquanto pacientes submetidos a tratamento cirúrgicoematé48horasapresentarammenortaxa,14,3%. Em relac¸ão ao tempo de atraso cirúrgico, Hamlet et al.17

demonstraram que pacientes operadosdentro das primei-ras24horasdaadmissãotiverammortalidademenordoque aqueles operados depois de 24 horas, independentemente do escore pré-operatório ASA. Maior taxa de mortalidade relacionadaaoatrasocirúrgicodemonstraaimportânciado tratamentoprecoce dessa fraturas,hoje sãotratadas como emergênciasortopédicas.Algunsfatoresprejudicamo apri-moramentodessetratamento,taiscomoasuperlotac¸ãodos hospitaispúblicos, a burocraciapara autorizac¸ão cirúrgica, aliberac¸ãode materiaisnecessárioseadisponibilidadede equipemédica.

Outrofatorquesemostrouestatisticamentesignificativo paramortalidadefoioescoreASA.PacientesASAIeIItiveram somentequatroóbitos(6,5%),enquantopacientes classifica-doscomoASAIIIeIVapresentaram11óbitos(18%).Michel

etal.18demonstraramqueogrupoqueapresentavaoescore

ASAIIIouIVteveumriscoquasenovevezesmaiordemorte noprimeiroanopós-operatóriodoqueo grupoASAI ouII

(p<0,001).

Conclusão

Aautonomiapréviadopacienteinfluencioupositivamenteo resultadofuncionalearecuperac¸ãopós-operatória.

Fraturasinstáveisapresentarampioresresultadosparador edeambulac¸ão,emumseguimentode27meses.

Afraturadoquadriléumfatorderiscoassociadoa morta-lidadeediminuic¸ãodaindependênciadospacientesacimade 65anos.Essasfraturassãolesõesdevastadorasedevemser tradascomoemergênciaortopédica.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

r

e

f

e

r

ê

n

c

i

a

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Imagem

Figura 1 – Frequência por gênero dos idosos submetidos a tratamento cirúrgico com fratura transtrocantérica.
Figura 3 – Comparac¸ão entre nível de dor, EVA com tempo de internac¸ão hospitalar.

Referências

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