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Subsídios para a implantação de um viveiro educador na Floresta Estadual Edmundo Navarro de Andrade (FEENA)

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Academic year: 2017

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INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS E CIÊNCIAS EXATAS - RIO CLARO

MARCELO ERIC DE ALMEIDA SANTOS

SUBSÍDIOS PARA A IMPLANTAÇÃO DE UM

VIVEIRO EDUCADOR NA FLORESTA

ESTADUAL “EDMUNDO NAVARRO DE

ANDRADE” (FEENA)

BACHAREL SEM ÊNFASE EM GEOGRAFIA

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MARCELO ERIC DE ALMEIDA SANTOS

SUBSÍDOS PARA A IMPLANTAÇÃO DE UM VIVEIRO EDUCADOR

NA FLORESTA ESTADUAL “EDMUNDO NAVARRO DE

ANDRADE” (FEENA)

Orientadora: Profa. Dra. Solange Terezinha Lima Guimarães

Co-orientador: Prof. Dr. José Luiz Timoni

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto de Geociências e Ciências Exatas como requisito para a obtenção do título de bacharel em Geografia.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço aos meus pais, Maria Ilza e Noedy, e aos meus irmãos, Caio e Tiago, por tudo o que eu sou nessa vida.

À Professora Doutora Solange Terezinha de Lima Guimarães, pela paciência, pela oportunidade de desenvolver uma pesquisa com a sua orientação, pela correção e revisão de todo o trabalho e pela chance de conhecer lugares onde nunca imaginei estar.

Ao Doutor José Luiz Timoni, pela oportunidade de estagiar na Floresta Estadual ―Edmundo Navarro de Andrade‖, por toda a ajuda profissional recebida e pela sua companhia, fonte de inspiração e admiração pela sua trajetória.

Aos meus amigos e amigas, pelo apoio moral e intelectual.

A todos os funcionários do Departamento de Manejo Florestal da Secretaria de Planejamento, Desenvolvimento e Meio Ambiente.

Aos senhores Osair e Zé Roberto, pela ajuda nas questões técnicas relativas aos viveiros e pela identificação botânica.

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Vá, sem demora. Deixe tudo que tiver a fazer. Nada de mais inadiável, porque nada de mais precioso você pode realizar nesta sua viagem a São Paulo, senão conhecer o Horto Florestal de Rio Claro. O resto, tudo é de reduzidíssima importância, mesmo insignificante, em confronto com o que espera você em Rio Claro.

Tudo mais importa pouco. Aqui em São Paulo você está vendo o que há no Rio, o que existe em tôda parte. Casas mais altas, prédios mais modernos, avenidas mais largas... Que importa tudo isso? Os homens são os mesmos. As coisas, iguais às de fora daqui. Mas em Rio Claro você vai encontrar o que não pode ver em parte alguma. E‟ tudo inédito, tudo gigantesco, tudo majestoso. Se você quer ter mesmo orgulho de ser brasileiro, mas orgulho merecido e justo e dos maiores – então vá a Rio Claro. E na volta siga direitinho para o Rio...Não tem mais nada a devassar quem conheceu a obra maravilhosa de um brasileiro cujo nome tão poucos conhecem: Navarro de Andrade.

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RESUMO

Esta pesquisa traz subsídios para a composição do Programa de Educação Ambiental da FEENA, especificamente a implantação de um Viveiro Educador. Consiste em uma leitura da paisagem desta Unidade de Conservação, fundamental para entendermos a sua situação atual, e traz também elementos que irão auxiliar na montagem deste programa.

Palavras-chave: FEENA. Unidades de Conservação. Viveiros Educadores. Educação e Alfabetização Ecológica.

ABSTRACT

This research introduces subsidies to the composition of the Environmental Education Program of FEENA, specifically the implantation of an Educator Seedling Nursery. It consists in a lecture of the FEENA’s landscape, essential to understand its current situation, and there are elements that will aid in the composition of the Program.

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LISTA DE SIGLAS

FEENA – Floresta Estadual ―Edmundo Navarro de Andrade‖ FEPASA – Ferrovias Paulista S.A.

FUNDAP – Fundação de Amparo à Pesquisa PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 9 2 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

2.1 A Floresta Estadual "Edmundo Navarro de Andrade" ... 12 2.2 O viveiro...26 3 O VIVEIRO FLORESTAL COMO ESPAÇO PARA EDUCAÇAO E

ALFABETIZAÇÃO ECOLÓGICA ... ....31 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS...39

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1 INTRODUÇÃO

Vivemos atualmente uma situação crítica em relação à gestão e conservação dos recursos naturais do planeta, e as florestas vêm sofrendo direta e indiretamente os impactos da ocupação humana, desde os primórdios do surgimento do homem na Terra.

A cada dia que passa, a humanidade se distancia mais da Natureza, ocupando cada vez mais os grandes centros urbanos e esquecendo a origem de todos os recursos presentes na vida cotidiana, como o ar puro que se respira, de onde vem o alimento que está na mesa, a madeira dos móveis, o combustível e os metais dos veículos de transporte, a água das torneiras, entre outros.

É inspirado neste cenário que torna-se cada vez mais urgente desenvolvermos trabalhos que valorizem a Natureza e tentem aproximar o ser humano do trabalho com a terra, essencial para a produção e reprodução da vida.

Este trabalho foi originado a partir de pesquisas realizadas no Laboratório de Interpretação e Valoração Ambiental do Departamento de Geografia, IGCE-UNESP, campus de Rio Claro, sob orientação da Professora Doutora Solange Terezinha de Lima-Guimarães, e também junto ao Departamento de Manejo Florestal, da Secretaria de Planejamento, Desenvolvimento e Meio Ambiente de Rio Claro, tendo como co-orientador, o Professor Doutor José Luiz Timoni. Seu desenvolvimento fundamenta-se em uma leitura paisagística da Floresta Estadual ―Edmundo Navarro de Andrade‖, tendo como referencial teórico-metodológico o campo da análise de paisagens, sob uma visão sistêmica, considerando os elementos destacados por Jordi Ribas Vilàs, no livro Manual de Ciencia del Paisaje (BOLÒS et al, 1992):

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Figura 1: Diagrama de los elementos del paisaje

Fonte: RIBAS VILÀS (p. 137, 1992).

Busca um resgate histórico da área, com o intuito de compreender os processos que levaram à formação de uma Unidade de Conservação no interior do estado de São Paulo (SP), originalmente coberta por vegetação típica de Mata Atlântica com fragmentos de Cerrado, mas agora com a quase totalidade da área composta por árvores da espécie Eucalyptus, originária da Austrália, simbolizando uma importante fonte de madeira para o Brasil, tanto para o consumo interno como para a exportação.

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de forma a compreender a interligação entre os elementos da Natureza e suas especificidades, além de resgatar a história do viveiro, que é um patrimônio cultural da cidade de Rio Claro e hoje encontra-se abandonado.

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1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

1.1A Floresta Estadual “Edmundo Navarro de Andrade”

A FEENA é uma área de proteção inserida no Sistema Nacional de Unidades de Conservação1 (SNUC), gerida, atualmente, pela Fundação para a Conservação e Produção

Florestal do Estado de São Paulo. De acordo com o SNUC, está enquadrada no grupo de ―Uso Sustentável‖, tendo como objetivo básico ―compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais‖; e na categoria ―Floresta Estadual‖, definida como ―área com cobertura florestal de espécies predominantemente nativas e tem como objetivo básico o uso sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em métodos para exploração sustentável de florestas nativas‖ (BRASIL, 2000). Sua área abrange 2.230,53 hectares, e está localizada nos municípios de Rio Claro e Santa Gertrudes, no estado de São Paulo (SP), com distância de 178 km da capital, a partir de Rio Claro (Figura 2), com acesso tanto pela Rodovia dos Bandeirantes como pela Rodovia Anhanguera, ambas no sentido da Rodovia Washington Luís.

As Unidades de Conservação (UCs) do Brasil devem seguir as regulamentações da Lei 9.985/2000, que instituiu o SNUC (BRASIL, 2000), e de acordo com seu Capítulo IV, Art. 27, após cinco anos da publicação da lei, elas deveriam possuir um plano de manejo2:

[...] documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma Unidade de Conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da unidade.(BRASIL, 2000).

1

Instituído pela lei n. 9.985, de julho de 2000, o SNUC foi regulamentado pelo Decreto Federal n. 4.340, de 22 de agosto de 2000, sendo constituído pelo conjunto das unidades de conservação federais, estaduais e municipais. Entende-se por unidade de conservação o ―espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção‖. (BRASIL, 2000)

2Conforme o Art. 2º, da Lei 9.985/2000, manejo é ―todo e qualquer procedimento que vise assegurar a

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Figura 2: Localização do município de Rio Claro.

Fonte: Google Earth (acesso em 20. Jan. 2014).

Sendo assim, utilizaremos o Plano de Manejo da referida unidade para caracterizar a área estudada. A origem da FEENA está ligada diretamente à gênese do município de Rio Claro, e se remete à formação e expansão de uma rota comercial, aproveitando o desenvolvimento das atividades mineradoras em Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás, atravessando o estado de São Paulo em direção oeste. Desse modo, em meados do século XIX, teve início a ocupação humana dos chamados ―Sertões do Morro Azul‖, como era conhecida a região de Rio Claro, estabelecendo moradias às margens do Córrego da Servidão, hoje canalizado e sob a principal avenida da cidade, a Visconde de Rio Claro.

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organização do espaço urbano e a dinâmica da vegetação nativa de Rio Claro, tendo como marco os anos de 1868, data da fundação da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, e 1876, quando a linha férrea chegou à cidade. Essa atividade transformou a paisagem do município, sendo acompanhada por processos de industrialização e aumento demográfico, por decorrência.

De 1800 a 1900, o número de cafeeiros praticamente duplica, passando de 220 para 520 milhões de pés. A safra de 1901 atinge perto de 8 milhões de sacas, crescendo quase cinco vezes em apenas cinco anos! Como corolário direto desta situação, elevam-se os índices de derrubadas anuais, com médias de 150.000 hectares, de tal forma que já em 1907 o Estado havia sido despido de 5.960.000 hectares, apresentando seu território um percentual ameaçador de 58% de mata. (VICTOR et al., 2005, p. 18)

Como a expansão da produção das culturas da cana-de-açúcar e do café, a atividade ferroviária impactou significativamente as áreas florestais nativas restantes no estado, ocasionando o erguimento de algumas vozes importantes da época em defesa do meio ambiente brasileiro. No final do século do XIX, estava em pauta na política a discussão sobre a preservação e reconstituição das matas nativas do estado de São Paulo:

No âmbito estadual, a passagem do século assinala o recrudescimento das discussões em torno da preservação das matas, cuja causa já havia conquistado algumas camadas intelectuais e dirigentes. Destaca-se por sua firmeza de convicções e grande combatividade, o ilustre naturalista Alberto Loefgren, autor de uma série de trabalhos científicos e outros de divulgação, sobre a importância das florestas e os riscos de sua exploração desordenada. Este cientista, juntamente com outros ilustres homens públicos, Orville Derby e Francisco de Paula Ramos de Azevedo, consegue em 1896, durante o Governo Bernardino de Campos, a criação do ―Horto Botânico‖

de São Paulo, instituição esta que em 1909, transforma-se em ―Horto Botânico e Florestal‖ e em 1911 já passa a ―Serviço Florestal‖, embrião do atual Instituto Florestal. Alberto Loefgren é nomeado o primeiro diretor. (VICTOR et al., 2005, p. 18-19)

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O que se sabe na realidade é que em outubro desse mesmo ano (1903), em Assembléia Geral da Cia. Paulista, como consequência direta ou remota da polêmica havida, fica deliberada a criação do Horto Florestal da Companhia que passará a se dedicar ao reflorestamento intensivo como forma também de proteger as matas nativas. (VICTOR et al., 2005, p.20)

Caminhando a passos largos rumo ao extermínio da vegetação, a Companhia Paulista decidiu seguir esta mesma tendência de conservação, visto que com o esgotamento dos recursos florestais disponíveis e o corte indiscriminado das árvores, a produção madeireira destinada à fabricação principalmente de móveis, vagões de trem e dormentes para os trilhos estava ameaçada, fato que poderia significar o fim das atividades ferroviárias.

Foi nessa perspectiva que, em 1909, a Companhia Paulista comprou a Fazenda Santa Gertrudes e, posteriormente, comprou também duas glebas de terra pertencentes às fazendas Cachoeirinha e Santo Antônio, originando o Horto Florestal de Rio Claro, administrado pelo recém-criado Serviço Florestal de Rio Claro. Este órgão era dirigido pelo Engenheiro Agrônomo Edmundo Navarro de Andrade, e suas pesquisas buscando espécies de crescimento rápido associado à boa qualidade de indivíduos arbóreos marcariam para sempre a história dessa floresta.

Entre 1916 e 1922, nos talhões 23 e 43, foram realizados estudos comparativos entre as espécies arbóreas nativas e as espécies de Eucalyptus, a última obtendo maiores taxas de crescimento e produção de madeira (SAMPAIO, 1961), fato que gerou a expansão das áreas cultivadas com essa espécie. Não há registros feitos em menção à vegetação nativa do local, podendo afirmar que o Arboreto, que é uma coleção de espécies nativas, só se manteve em função da ―preservação de seus valores históricos e ornamentais.‖ (SÃO PAULO, 2005, p. 42)

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Portanto, há na FEENA duas situações que se entrelaçam: uma floresta tipicamente australiana, composta na sua maioria por Eucalyptus L‟Her de diversas espécies, alguns centenários, como o Eucalyptus Grandis no início da Trilha dos 9 Km3,plantados de forma

planejada, e alguns por dispersão natural; e uma vegetação nativa, composta pelo Arboreto e pelo sub-bosque desenvolvido à sombra dos gigantes australianos nas áreas em que não havia cultivo induzido de indivíduos arbóreos.

Fotografia 1: Vista aérea da Floresta Estadual ―Edmundo Navarro de Andrade‖.

Foto: Osmar de Campos Ribeiro, 22/10/2007.

Entre as décadas de 1950/1960 teve início as atividades da Seção de Genética do Serviço Florestal, com sede no Horto de Rio Claro, estabelecendo uma ―coleção sistemática de espécimes botânicos através do processo de herborização‖ (SÃO PAULO, 2005, p. 44). Essa medida foi determinante para que as espécies arbóreas presentes na floresta passassem a

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ser estudadas e preservadas. Entretanto, apesar do esforço relativo à organização desta coleção:

não há registros nas fichas de exsicatas de quaisquer menções relativas a coletas realizadas em áreas do Horto de Rio Claro reconhecidas como sendo de vegetação indígena (ou nativa) mantidas com o intuito de preservação ou provenientes de processos de regeneração ou recuperação da vegetação (atividades, na primeira metade do século XX, ainda não desenvolvidas com bases científicas ou desconsideras como necessárias). (SÃO PAULO, 2005, p. 44)

Esse fato permitiu a existência de uma lacuna na história florestal da cidade de Rio Claro. Podemos, de modo geral, classificar a vegetação como sendo de uma área de transição de Mata Atlântica (Floresta Estacional Semidecidual) para Cerrado, onde se encontram espécies arbóreas associadas aos dois biomas, muitas delas desenvolvidas à sombra dos

Eucalyptus, como apontado por Schlittler (1984), que analisou a vegetação de sub-bosque associada ao talhão nº 91 (Eucalyptus Tereticornis), encontrando abundância de Esenbeckia febrífuga (crumarim, mamoninha-do-mato) em latossolo roxo, cuja ocorrência vai do ―Rio de Janeiro, Minas Gerais até Santa Catarina, na floresta semidecídua do Paraná e na parte elevada da Mata Atlântica‖ (LORENZI, 1992, volume II, p. 299) e Siparuna guianensis e

Piptadenia communis (pau-jacaré, angico-branco, monjoleiro) em latossolo vermelho-amarelo, cuja ocorrência vai do ―Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul até Santa Catarina, principalmente na floresta pluvial da encosta Atlântica‖ (LORENZI, 1992, volume I, p. 184).

Takahashi (1992) observou um talhão de Eucalyptus saligna, encontrando principalmente Esenbeckia febrifuga e Machaerium stipitatum (sapuva, jacarandá-roxo, canela-do-brejo), esta com ocorrência do ―Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul até o Rio Grande do Sul, principalmente na floresta latifoliada semidecídua‖ (LORENZI, 1992, volume I, p. 217).

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(TALORA, 1992), Piper glabratum, Schizolobium parahyba, Anadenanthera peregrina

(SCOLOWSKI, 2000), Piper amalogo (LEITE, 2002), entre outros.

Nishio (2004) concluiu que, ao longo dos cursos d’água que compõem a floresta – Ribeirão Claro e córregos Ibitinga, Lava-pés e Santo Antônio – onde ocorrem gleissolos háplicos Tb Distróficos, há presença marcante de uma vegetação típica de mata ciliar, e no sub-bosque do Bosque da Saúdehá uma mata de brejo, encontrada em solos encharcados. Já Stradioto (2003) estudou a vegetação aquática presente no Lago Central da FEENA, destacando-se as macrófitas aquáticas emersas, semi-emersas, submersas enraizadas, flutuantes e com folhas flutuantes.

Há ainda, na floresta, nos talhões 21, 86-A, 86-B, 86-C, 89, 90, 91-C, 91-D, 92, 93-B, 99-B e 104, plantações de pinus SP e demais coníferas, resultantes dos plantios realizados pela Ferrovias Paulista S.A.4 (FEPASA). De acordo com o Plano Básico de Manejo Florestal,

elaborado pela FEPASA em novembro de 1985, as espécies plantadas foram:

– Talhão 21: Pinus khasya, P. caribea, P. hondurensis, P. taeda, P. elliottii, P. ayacahuite, P. tropicalis, P. palustris, P. canariensis, P. ponderosa, P. marítima, P. montezumae, P. occidentalis, P. radiata, P. macrophylla, P. rígida, P. teocote, P. lútea, P. pinea, P. echinata, P. herrerai, P. durangensis, P. pinaster, P. oocarpa, P. sylvestri, P. halepensis, P. mitis, P. patula, P. desinflora, P. thunbergii. Araucária angustifólia, Cupressus sempervirens, Cunninghamia lanceolata, Callitris glauca, Agathis, Cupressus lusitânica, Taxodium, Cunninghamia SP, Podocarpus SP;

– Talhão 86-A: Pinus macrophylla, P. durangensis, P. lútea, P. elliottii, P. echinata, P. mitis, P. teocote, P. caribea, Cupressus sempervirens, Callitris glauca, Araucária angustifólia;

– Talhão 86-B: Pinus hondurensis;

– Talhão 86-C: Pinus caribea e P. hondurensis;

– Talhão 89: Pinus pinaster, P. montezumae, P. macrophylla, P. khasya, P. pseudostrobus, P. palustris, P. patula, P. halepensis, P. caribaca, P. taeda, P. tropicalis, P. elliottii, Cunninghamia lanceolata;

– Talhão 90: Pinus patula;

– Talhão 91-C: Pinus taeda;

4 Em 1971, a Companhia Paulista de Estradas de Ferro e toda a malha ferroviária do Estado de São Paulo foram

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– Talhão 91-D: Pinus SP;

– Talhão 92: Pinus patula, P. rígida, P. halepensis, P. montezumae, P. caribea, P. elliottii, P. echinata, P. pinaster, P. taeda, P. radiata, P. pínea, P. macrophylla, P. ayacahuite, P. khasya, P. lucea, P. durangensis, P. teocote, P. herrerai, P.

canariensis, P. occidentalis, P. palustris, P. ponderosa, P. marítima, P. insularis, P. thumbergii, P. desinflora, P. tropicalis. Cunninghamia lanceolata, Taxodium distichun, Araucária angustifólia, Cupressus lusitânica, Cupressus sempervirens, Callitris glauca, Podocarpus SP;

– Talhão 93-B: Pinus patula;

– Talhão 99-B: Pinus khasya;

– Talhão 104: Pinus elliottii e P. taeda. (SÃO PAULO, 1985, p. 5-7)

De acordo com o Plano Básico de Manejo Florestal, houve na FEENA áreas destinadas às essências indígenas, abrangendo os talhões 23, 39-C, 39-D, 40, 43-A, 46 e 49 (SÃO PAULO, 1985, p. 5-7). Entretanto, não restam mais informações sobre essas áreas.

Esse mosaico florestal, apesar de suas incongruências, abriga um grupo faunístico bem diversificado, como aponta o estudo realizado por Chagas (1997), indicando que a área oferece habitats favoráveis e disponibilidade de alimento que possibilitam a existência de diversas espécies de mamíferos, aves, anfíbios, répteis, peixes (ictiofauna) e artrópodes. Foram encontradas mais de vinte espécies de mamíferos, das quais apenas uma – Tayassu pecari – conhecida popularmente como queixada, não estava catalogada no Museu do Eucalipto5. Em relação às aves, foram avistadas mais de duzentos e cinquenta e cinco

espécies, sendo a maioria nativa. Em relação aos anfíbios, há vinte e uma espécies diferentes na FEENA, segundo estudo realizado por Toledo et al. (2003).

No presente temos uma insuficiência de estudos sobre répteis e a ictiofauna, pois estas sofrem os impactos negativos correlacionados aos desequilíbrios ambientais existentes nas bacias hidrográficas, das quais os córregos Lava-pés, Ibitinga, Santo Antônio e o Ribeirão Claro são contribuintes, visto os gradientes das degradações que as drenagens próximas à Floresta vêm passando. Com a cana-de-açúcar praticamente dentro dos córregos Ibitinga e

5 O Museu do Eucalipto está localizado na área de uso público da FEENA. É composto por dezesseis salas, e por

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Ribeirão Claro, o assoreamento e a consequente eutrofização desses cursos d’água é uma realidade constante, bastando ver uma foto do Lago Central da FEENA (Fotografia 2), formado pelo córrego Ibitinga.

Fotografia 2: Vista do Lago Central da FEENA.

Foto: Gabriel Mehreb Araújo, 05/11/2014.

No caso específico de Rio Claro e região, observa-se que a vegetação primitiva foi altamente mutilada, restando de uma maneira geral, apenas algumas capoeiras esparsas e pequenas matas galerias. Existem ainda duas áreas cobertas com matas primitivas, que sofreram obviamente algumas alterações, mas podem ser consideradas como representantes da flora nativa da região: são as matas da fazenda São José, em Rio Claro e da Fazenda Santa Gertrudes, em Santa Gertrudes, ambas em propriedade particular. (SCHLITTLER, 1984, p. 2)

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diferenciados problemas e conflitos ambientais que, em sete de abril de 1998, a FEPASA encerra suas atividades no Horto Florestal de Rio Claro.

Após quase uma década de abandono, em 7 de abril de 1998, devido várias tratativas da sociedade civil organizada de Rio Claro com o Governo do Estado de São Paulo, este autoriza entendimentos entre a Secretaria da Fazenda e a FEPASA para que o Horto Florestal seja administrado pela Secretaria do Meio Ambiente, ato formalizado no dia nove do mesmo mês. O Instituto Florestal é definido como o órgão gestor [...] (informação verbal)6 (TIMONI, p. 2, 2003).

É no contexto da tentativa de recuperação de uma área degradada ao longo dos dois últimos séculos que o objetivo da floresta é modificado, visando primordialmente à conservação do meio ambiente. Em 2000, com a criação e implantação do SNUC, que define o enquadramento em categorias de todas as UCs do Brasil, ocorre uma alteração de nomenclatura, passando de Horto Florestal de Rio Claro para Floresta Estadual ―Edmundo Navarro de Andrade‖.

O SNUC determina, no Capítulo IV, Art. 27, que ―as Unidades de Conservação devem dispor de um plano de manejo‖, e no parágrafo um que ele ―deve abranger a área da unidade de conservação, sua zona de amortecimento7 e os corredores ecológicos8, incluindo medidas

com o fim de promover sua integração à vida econômica e social das comunidades vizinhas‖. Dessa forma, este documento é quem determinará o planejamento futuro da unidade, pois, como traz o SNUC no Cap. IV, Art. 28, ―são proibidas, nas unidades de conservação, quaisquer alterações, atividade ou modalidades de utilização em desacordo com os seus objetivos, o seu Plano de Manejo e seus regulamentos‖. (BRASIL, 2000).

6

Retirado do texto ―O Legado de Edmundo Navarro de Andrade: o Horto Florestal de Rio Claro‖, de José Luiz Timoni. Este documento não foi publicado, pois foi escrito para uso interno do Departamento de Manejo Florestal da SEPLADEMA, no ano de 2003.

7 Conforme o Art. 2º, da Lei 9.985/2000, zona de amortecimento é ―o entorno de uma unidade de conservação,

onde as atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade‖. (BRASIL, 2000)

8 Conforme o Art. 2º, da Lei 9.985/2000, corredores ecológicos são ―porções de ecossistemas naturais ou

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Também é no Plano de Manejo que está afixado o zoneamento9 da unidade,

entendendo a importância deste instrumento, cuja função é determinar as diferentes áreas dentro da FEENA e recomendar quais técnicas de manejo são necessárias para estas áreas. O plano da referida unidade é datado de 2005, e foi elaborado quando a gestão da área ainda pertencia ao Instituto Florestal de SP. Em 2010, a Fundação Florestal assumiu a gestão da área, e manteve sem alterações ou atualizações o antigo Plano.

O recomendado é que este plano esteja sempre atualizado, pois como os processos ambientais na unidade são dinâmicos e interativos, seus objetivos devem ser sempre revisados. Por exemplo, no Volume I do plano de manejo da FEENA, item 9.1.3 Atividades de Proteção e Fiscalização, é descrito que não há corpo próprio de fiscalização das áreas naturais e para proteção dos próprios estaduais, havendo contrato com duas empresas terceirizadas, uma para fazer a vigilância da portaria, com seis porteiros, e uma para vigilância da área da unidade, com 18 vigilantes em turnos de 12 horas. Todavia, atualmente, esses números são diferentes: são seis porteiros e apenas oito vigilantes trabalhando em quatro turnos de dois, o que impossibilita a fiscalização dos limites da Floresta e ainda fornece informação errada e desatualizada para quem quer entender como funciona a administração da unidade.

Este déficit também dificulta o acompanhamento das atividades de manejo ocorridas na área ou que ainda serão desenvolvidas, como é o caso da Zona de Recuperação, que é temporária, devendo ser recuperada e integrada a alguma das outras zonas. Entretanto, quase dez anos após a formulação do plano, a informação ainda persiste, sem uma atualização.

Atualmente na FEENA trabalham 2910 funcionários, embora esta informação também não

esteja registrada no plano de manejo. São eles:

9 Conforme o Art. 2º, da Lei 9.985/2000, zoneamento significa a ―definição de setores ou zonas em uma unidade

de conservação com objetivos de manejo e normas específicos, com o propósito de proporcionar os meios e as condições para que todos os objetivos da unidade possam ser alcançados de forma harmônica e eficaz‖. (BRASIL, 2000)

10

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- Um gestor;

- Um pesquisador científico IV; - Um técnico de recursos ambientais;

- Um oficial de apoio à pesquisa científica tecnológica; - Três analistas de recursos ambientais;

- Um agente de recursos ambientais; - Três monitores ambientais; - Um estagiário FUNDAP;

- Três auxiliares de serviços gerais11;

- Seis porteiros12;

- Oito vigilantes13.

A FEENA tem uma particularidade: é uma floresta urbana, o que a torna uma área extremamente pressionada e impactada por atividades decorrentes de ações e interferências antropogênicas. Como podemos ver na figura 2, os setores sul e leste fazem divisa com área rural, na sua maioria plantações de cana-de-açúcar, enquanto que os setores norte e oeste são limítrofes à cidade. Essa localização gera uma série de problemas e conflitos com a população do entorno, tanto no sentido dos riscos (incêndios naturais ou provocados, por exemplo), quanto pelas atividades irregulares ou inadequadas (deposição de resíduos sólidos, pastoreio e práticas de pastagens, soltura de animais exóticos, etc.).

Um dos principais problemas é o pastoreio do gado bovino. Como não há cercas em muitos limites da unidade, os rebanhos adentram a área para pastarem, o que ocasiona a formação de trilhas rasas e profundas, endurecendo o solo e impermeabilizando-o, além da contaminação de cursos de água pela defecação. Neste contexto, também é verificada a geração de muitos incêndios que, embora não haja nenhuma confirmação formal, são causados muitas vezes pelos donos desses gados, pois com a queimada o capim rebrota, gerando alimento para os animais, entre outros transtornos.

A falta de cercas e fiscalização nos limites também causa problemas relativos à propriedade de terra, pois há na região muitos incidentes com invasores em busca de

11

Terceirizadas pela empresa ―Multiservice Nacional de Serviços EIRELLI‖ – CNPJ 60989654/0001-11

12 Terceirizados pela empresa ―Alabastro Serviços – CNPJ 00914430/0001-19

13

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ampliação de terrenos para pastagem e moradia, bem como roubo de madeira. Há também na FEENA incidências de caça e pesca, atividades terminantemente proibidas dentro de UCs.

Fotografia 3: Talhão de Eucalyptus recém-incendiado na zona norte da FEENA. É possível observar como o capim rebrota verdejante.

Foto: Marcelo Eric de Almeida Santos, 20/10/2014

Outra questão de significância expressiva é o descarte de resíduos sólidos domésticos ou não, no entorno da área. Há duas formas de acesso à unidade: a entrada principal, pela Avenida Edmundo Navarro de Andrade, e a entrada alternativa, pela Estrada Municipal, que é onde se concentra o problema, pois a todo o momento há diversos pontos com entulhos de diversas origens descartados ao longo dela.

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Fotografia 4: Estrada Municipal, um dos acessos à FEENA. Há grande ocorrência de descarte de resíduos nesta via.

Foto: Marcelo Eric de Almeida Santos, 21/10/2014.

Um ponto muito importante existente no Plano de Manejo da FEENA é o item 11 do volume 1, que trata da Zona de Amortecimento, que é definida no SNUC (2000) como ―o entorno de uma unidade de conservação, onde as atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade‖. Desta forma, esta zona envolve tanto a FEENA como a área em um raio de 10 km, em volta da UC. Portanto, todos estes conflitos presentes na área devem ser considerados para o planejamento da Zona de Amortecimento.

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Gráfico 1: Uso da terra no Entorno de 10 km da FEENA

Fonte: Plano de Manejo (SÃO PAULO, 2005, p. 104).

Utilizando o Gráfico 6 e o Mapa da Zona de Amortecimento (consultar o Plano de Manejo da unidade para mais informações), podemos verificar que a monocultura da cana-de-açúcar ocupa 36,84% da área pertencente à Zona de Amortecimento, bem como as fronteiras sul, leste e oeste da Floresta. No setor norte, algumas manchas de Campo Antrópico e Pastagens, sendo a área em que ocorrem mais conflitos entre a população e a unidade.

1.2 O viveiro

(27)

Na fotografia a seguir, é possível visualizar, ao fundo, o Lago Central da FEENA e o Jardim das Palmeiras, mais abaixo. Na parte inferior, à esquerda, vegetação pertencente ao viveiro. Ao centro, parte da antiga estrutura do viveiro, que era composta por dois prédios, sendo um deles a Seção de Genética do Serviço Florestal, dois barracões, duas caixas d’água, cinco sementeiras e diversos canteiros.

Fotografia 5: Vista aérea do viveiro de mudas da FEENA.

Foto: Osmar de Campos Ribeiro, 22/10/2007.

O acesso se dá pela entrada principal, localizada na parte de trás do Solar Navarro de Andrade. Nota-se, à esquerda (Figura 6), a presença de alguns indivíduos de Cariniana legalis

(Jequitibá-rosa), magníficos em beleza e imponentes em tamanho.

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Fotografia 6: Entrada principal do Viveiro de Mudas da FEENA.

Foto: Marcelo Eric de Almeida Santos, 21/08/2014.

Fotografia 7: Prédio outrora pertencente à Seção de Genética do Serviço Florestal. Hoje, a situação é de total abandono.

Foto: Marcelo Eric de Almeida Santos. Data: 21/08/2014

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Após o encerramento das atividades da FEPASA, a condição do patrimônio construído tornou-se ainda mais complexa, pois teve início o processo de desapropriação das casas que ainda tinham alguns moradores, pois os mesmos mantinham a conservação dos prédios e do entorno. Atualmente, são destacados os usos da casa no. 8 pelo Canil da Polícia Militar, da no. 13, onde funciona o Centro de Visitantes e a casa no. 7, que é a sede do Departamento de Manejo Florestal da Secretaria de Planejamento, Desenvolvimento e Meio Ambiente. Nota-se que os prédios que estão ocupados são os que ainda mantêm certo grau de conservação. O Solar Navarro de Andrade, depois de muitos empenhos e discussões, atualmente está sendo reformado pela Prefeitura Municipal de Rio Claro. O Museu do Eucalipto foi restaurado no ano de 2014, contando ainda a UC com um Centro de Convivência em bom estado. A Casa de Madeira – construída inteira de Eucalipto, até o telhado e o piso – e o Casarão Amarelo, construções que se destacam ao longo da zona de Uso Público, estão seriamente comprometidos em função do abandono.

Já na área dos talhões, em meio a algumas essências nativas, notamos a presença marcante de imensos eucaliptos, cujo crescimento e desenvolvimento não condizem mais com os objetivos de conservação da flora e fauna nativas da unidade. Imensos bambuzais escondem os canteiros do que um dia foi o principal viveiro de mudas da Cia Paulista de Estradas de Ferro.

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Foto: Marcelo Eric de Almeida Santos, 06/11/2014.

Fotografia 9: É possível notar as antigas sementeiras do viveiro, cobertas por mato e algumas com árvores crescendo dentro, comprometendo a estrutura.

Foto: Marcelo Eric de Almeida Santos, 21/08/2014.

(31)

2 O VIVEIRO FLORESTAL COMO ESPAÇO PARA EDUCAÇÃO E ALFABETIZAÇÃO ECOLÓGICA

A ideia de implantar um viveiro educador na FEENA se sustenta em função da potencialidade que o espaço tem, além de não haver na cidade e entorno nenhum registro de uma atividade desta natureza. Como vimos, há na área uma estrutura que outrora funcionava como o viveiro de mudas da FEPASA e, embora muito deteriorada em função do tempo e do abandono por parte da gestão da Secretaria do Meio Ambiente, algumas reformas, em alguns prédios e canteiros, permitirão que algum trabalho seja desenvolvido nesta importante área. Por viveiros florestais, adotaremos a definição de Paiva e Gomes apud Lemos e Maranhão (2008, p. 12):

Podemos caracterizar um viveiro florestal como um espaço estruturado, com características próprias, destinado à produção, proteção e manejo de mudas até que tenham idade e tamanho suficientes para resistirem às condições adversas do meio e terem um crescimento satisfatório quando plantadas em definitivo.

Ao visarmos à sensibilização, motivação e conscientização da população sobre a importância do ato de plantar e proteger as áreas florestais, para a qualidade ambiental e de vida das comunidades, em concordância com as diretrizes do Plano de Manejo da FEENA, deveremos desenvolver um projeto de educação e alfabetização ecológica que vise:

Proporcionar aos visitantes e a comunidade conhecimento, valores, habilidades, experiências que provoquem mudanças atitudinais e comportamentais no sentido pro ambiental; tornando-os apttornando-os a agir individual e coletivamente na solução de problemas ambientais locais, regionais e globais (SÃO PAULO, 2005).

Neste sentido, o objetivo é desenvolver algumas ideias que poderão ser utilizadas como subsídios, quando da implantação de uma atividade deste tipo na unidade. Para fundamentação deste trabalho, utilizamos a obra ―Viveiros Educadores: plantando a vida‖, de Lemos e Maranhão (2008), tomando a seguinte conceituação de viveiros educadores:

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segurança alimentar, inclusão social, recuperação de áreas degradadas entre outras possibilidades. (LEMOS; MARANHÃO, 2008, p. 10)

Considerada esta definição, é preciso esclarecer a visão geral que permeia este trabalho, pois a atividade de produção de mudas traz, por si só, uma carga de elementos cognitivos, afetivos e valorativos relacionados à experiência ambiental que não podem ser deixados para trás. Compreender os problemas atuais da sociedade e desenvolver trabalhos que visem uma mudança de concepção de mundo é um dos objetivos do viveiro educador. Entender que a conservação do meio ambiente não é uma opção, mas o único caminho possível para que se obtenha de fato uma qualidade ambiental e de vida adequada, na busca pelo equilíbrio entre produção e consumo. O fato de alguém que teve pouco ou nunca teve contato direto com a Natureza, coletar a semente, coloca-la na terra para a germinação, irriga-la e vê-la crescer podem ser os primeiros passos para que haja sensibilização, mediante um processo de ensino-aprendizagem crítico, emancipador e produtor de uma consciência ambiental, tornando o ser humano mais próximo do que é a origem de toda a vida: a Natureza.

A partir desta visão, o viveiro educador buscará o ―alcance da compreensão sistêmica que a questão ambiental exige‖ (LEMOS; MARANHÃO, 2008, p. 10), tanto para entendermos a crise ambiental global, como para entendermos os problemas regionais/locais, como os incêndios e o descarte de resíduos na própria unidade e a relação homem-desmatamento presente no Brasil há 500 anos e principalmente no estado de São Paulo que, com a explosão da urbanização e industrialização ocorrida no século XX, além dos séculos de exploração de minérios, madeira e agricultura, destruiu praticamente todas as suas florestas (ver figura 3).

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Figura 3 – Reconstituição da Cobertura Florestal do Estado de São Paulo.

Fonte: CAVALLI; GUILLAUMON; SERRA FILHO; VICTOR, 1975, p. 15, 21, 26 e 37.

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Ser ecologicamente alfabetizado requer uma nova forma de ver o mundo e uma nova forma de pensar, conhecida como concepção de sistemas ou conceitos sistêmicos. Significa pensar em termos de relacionamentos, encadeamento lógico e contexto. De acordo com esta visão, as propriedades essenciais, ou ―sistêmicas‖, de um organismo ou sistema vivo, são propriedades do sistema inteiro que só existem no todo.(CAPRA, 2000, p. 28)

Uma vez que a característica mais proeminente da biosfera é a sua capacidade inerente de sustentar a vida, uma comunidade humana sustentável terá que ser planejada de maneira tal que os seus estilos de vida, tecnologia e instituições sociais respeitem, apoiem e cooperem com a capacidade inerente da natureza de manter a vida. (CAPRA, 2005, p. 13)

Para ser ecologicamente alfabetizada, uma pessoa precisa ter no mínimo conhecimentos básicos de ecologia, de ecologia humana e dos conceitos de sustentabilidade, bem como dos meios necessários para a solução dos problemas. Levada à sua conclusão lógica, a meta de alfabetizar ecologicamente todos os nossos estudantes resgataria a idéia de que a educação é antes e acima de tudo uma ampla troca envolvendo aspectos técnicos, não apenas um conhecimento técnico. Qualquer que seja a situação da nossa pesquisa pedagógica, a vida da mente é e continuará sendo um processo misterioso e fortuito, só um pouco influenciado pela educação

formal (às vezes sem nenhum efeito positivo). Nesse amplo diálogo, nós resgataríamos para a disciplina da educação a importância que deram a ela todos os grandes filósofos, desde Platão, passando por Rousseau, até John Dewey e Alfred North Whitehead. A educação, como eles a viram, estava relacionada com a questão humana atemporal que trata de como viver. E, no nosso tempo, a grande questão é como viver à luz da verdade ecológica de que somos uma parte inextricável da comunidade da vida, una e indivisível. (ORR apud CAPRA, 2005, Prólogo, p. 11)

Dessa forma, quando Capra (2000) diz que ―ser ecologicamente alfabetizado, ou ecoalfabetizado, significa compreender os princípios básicos de organização das comunidades ecológicas (isto é, ecossistemas) e ser capaz de incluí-los na vida diária das comunidades humanas‖, entendemos que esse é o ponto para conseguirmos uma compreensão sistêmica da Natureza e dos processos socioecológicos, através de processos de ensino-aprendizagem em espaços não formais.

O que diferencia o viveiro florestal convencional do viveiro educador é a intenção de utiliza-lo como espaço de aprendizagem, orientado por elementos e procedimentos pedagógicos destinados à formação das pessoas que com ele interagem. (LEMOS; MARANHÃO, 2008, p. 10)

Na estruturação, implementação e organização dos viveiros educadores, alguns aspectos são essenciais para assegurar o alcance dos objetivos esperados. Nessa perspectiva, podemos destacar três pilares básicos: 1) Equipe pedagógica; 2) Projeto político pedagógico; 3) Procedimentos técnicos. (LEMOS; MARANHÃO, 2008, p. 18)

(35)

ecologia humana e os conceitos de sustentabilidade‖, bem como dominar os procedimentos técnicos necessários à operacionalização de um viveiro de mudas.

O processo de formação da equipe deve estar previsto e especificado no projeto político-pedagógico do viveiro, que por sua vez, deve ser elaborado de forma participativa, com a colaboração de todos os envolvidos e interessados. Ao longo do processo, é desejável que as pessoas envolvidas com o viveiro se apropriem dos conhecimentos e habilidades necessários à execução de outras funções, além das que já desenvolvem, o que proporciona o aprendizado e a qualificação nas diferentes áreas de atuação (LEMOS; MARANHÃO, 2008, p. 20).

Portanto, devemos incorporar a dimensão educadora à produção de mudas, tornando esta atividade capaz de trazer um entendimento integrado da Natureza presente no mundo, desde um ponto de vista local até o geral, compreendendo as relações ecossistêmicas até os biomas que compõem a região de Rio Claro. De acordo com Lemos e Maranhão (2008, p. 12): ―É nesse movimento de construção coletiva, em que as diversas possibilidades de abordagem e aprendizagem são exploradas e organizadas com o intuito de despertar o espírito crítico, que o viveiro passa a ter sua dimensão educadora exercitada‖.

Foi a partir desta ideia que foram pensados os critérios para a seleção das espécies que o viveiro poderá utilizar. É preciso inicialmente entender a divisão de biomas adotada pela Resolução SMA nº 21, de 21 de novembro de 2001, que ―Fixa orientação para o reflorestamento heterogêneo de áreas degradadas e dá providências correlatas‖ (SÃO PAULO, 2001), e a divisão de biomas do Brasil do Professor Aziz Ab’Saber (ano), na qual o município de Rio Claro está situado em uma faixa de transição entre o Domínio dos Mares de Morros Florestados e o Domínio dos Chapadões Recobertos por Cerrados e Penetrados por Floresta-Galeria (AB’SABER, 2003). (figura 4). Valendo-se destes dados, foi constatado predominância de Floresta Estacional Semidecidual, com manchas de cerrado que acompanham a pobreza do solo, como indicado no Inventário Florestal do Estado de São Paulo, publicado pelo Instituto Florestal, em 2005 (ANEXO A).

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ecossistema‖ (BARBOSA; MARTINS, 2003), do Instituto de Botânica do estado de São Paulo, contando com 589 espécies arbóreas, classificados de acordo com a região e bioma/ecossistema de ocorrência natural.

Figura 4: Domínios morfoclimáticos brasileiros (Áreas Nucleares) – 1965

Fonte: AB’SABER (2003).

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geomorfológica e dos grandes domínios climáticos do Estado de São Paulo, adaptado de Setzer (1966)‖. (BARBOSA; MARTINS, 2003, p. 11).

Quanto aos biomas ou ecossistemas de ocorrência natural das espécies, estes foram classificados, com base nas delimitações estabelecidas por Veloso et al. (1991), em: Floresta Ombrófila Densa; Vegetação de Restinga; Manguezal; Floresta Ombrófila Mista; Floresta Estacional Semidecidual, com duas sub-classes: ―de Cuesta‖, quando localizada sobre as cuestas basálticas, e ―Mata Ciliar‖, quando localizada às margens de corpo d’água; Mata de Brejo – localizadas sobre solos permanentemente inundados; Floresta Estacional Decidual e Cerrado. (BARBOSA; MARTINS, 2003, p. 11).

Figura 5: Delimitação das Regiões Ecológicas no Estado de São Paulo.

Fonte: BARBOSA; MARTINS (2003, p. 14).

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espécies selecionadas que poderão compor o projeto está no Apêndice A.

A escolha das espécies que, futuramente, um projeto de Viveiro Educador na FEENA poderá utilizar para as suas atividades, foi realizada dessa maneira por considerar os diversos cenários de vegetação que, infeliz e provavelmente, existiam na área. Através destes estudos – que podem apresentar equívocos e necessitam revisão por um especialista em Botânica – entendemos que são essas árvores que podem contar a história da devastação que ocorreu na região. Por meio delas podemos entender conceitos como bioma, ecossistema, equilíbrio ecológico, sustentabilidade, entre tantos outros, por serem as responsáveis pela geração de um ambiente equilibrado, capaz de abrigar uma grande variedade de fauna. E por estar situado emblematicamente dentro de uma Floresta de

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Embora sejam observadas discordâncias em relação aos conceitos e linhas de pensamento, podemos considerar a existência de uma relação dialógica entre as várias fontes citadas, no sentido da proteção ambiental e do exercício de práticas pro-ambientais, de educação não formal e de cidadania, bem como de recuperação, revitalização e consequente valoração do patrimônio natural e cultural.

Elucidamos que este trabalho não trata da implantação de um viveiro educador, mas sim de uma proposição no sentido de contribuir para os Programas de ―Uso Público‖ e ―Educação e Interpretação Ambiental‖ da UC, tendo em vista as instalações já existentes, embora seriamente afetadas pela deterioração que atinge todo o seu patrimônio edificado, a despeito do seu valor histórico-arquitetônico; bem como a relevância de sua finalidade pedagógica. Assim, devemos levar em conta a eficácia das políticas públicas e governamentais que efetivem ações nesta ótica, tanto por parte da Fundação para a Conservação e Produção Florestal do Estado de São Paulo, como da Prefeitura Municipal de Rio Claro14, ampliando as alternativas de espaços de aprendizagens e

vivências ambientais.

Com este objetivo principal, não apresentaremos planos para os programas da UC, mencionados aqui; contudo, a proposição de um viveiro educador está inclinada, dadas as características de suas atividades, a atender crianças das escolas públicas estaduais e municipais e particulares, integrando-se aos outros dois projetos de educação ambiental já existentes na unidade, coordenados pela equipe da BK15.

A necessidade de se integrar o ensino público com as atividades existentes nas UCs do estado

14 Embora a gestão da unidade seja estadual, a Prefeitura Municipal de Rio Claro participa parcialmente de

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de São Paulo é algo a ser sempre debatido. Dessa maneira, o projeto do Viveiro Educador viria somar-se aos já existentes na unidade, com a intenção de efetivar na prática os conteúdos que foram teorizados, proporcionando um contato direto, ―ao considerar a paisagem como um ambiente e uma ambiência que favoreçam o ensino-aprendizagem, propiciando experiências que se transmutam em vivências, isto é, experiências significativas de vida‖ (GUIMARÃES, 2007, p. 8), gerando uma gama de estímulos cognitivos, afetivos e valorativos correlacionados ao entorno, cooperando assim para a conservação ambiental.

É importante destacar a relevância dos viveiros educadores frente aos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e ao ensino de Geografia. Quando trabalhamos com esta temática, devemos consultar os documentos oficiais para que haja um maior esclarecimento sobre a questão pedagógica envolvida nesta atividade. Observando a definição trazida pelos PCNs é possível notar a necessidade urgente de se educar para a ―compreensão da realidade social‖, para a construção de uma cidadania e de uma consciência sobre os elementos que compõem a vida:

Os Parâmetros Curriculares Nacionais constituem um referencial de qualidade para a educação no Ensino Fundamental em todo o País. Sua função é orientar e garantir a coerência dos investimentos no sistema educacional, socializando discussões, pesquisas e recomendações, subsidiando a participação de técnicos e professores brasileiros, principalmente daqueles que se encontram mais isolados, com menor contato com a produção pedagógica atual. O compromisso com a construção da cidadania pede necessariamente uma prática educacional voltada para a compreensão da realidade social e dos direitos e responsabilidades em relação à vida pessoal, coletiva e ambiental. (BRASIL, 1997, p. 13)

Esta é a definição oficial dos PCNs. Portanto, este documento serve para justificar a importância de uma atividade de Educação e Alfabetização Ecológica aliada àquelas já desenvolvidas no âmbito das escolas, considerando a relevância dos espaços não formais de aprendizagem e de convivência, e sua relação com o completo desenvolvimento físico, intelectual e emocional das crianças: ―A escola não muda a sociedade, mas pode, partilhando esse projeto com segmentos sociais que assumem os princípios democráticos, articulando-se a eles, constituir-se não apenas como espaço de reprodução, mas também como espaço de transformação‖. (BRASIL, 1997, p. 23 ).

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sociedade, mas não estão completamente contemplados nos outros conteúdos programáticos. Os critérios adotados para seleciona-los foram: a) urgência social, b) abrangência nacional, c) possibilidade de ensino e aprendizagem no ensino fundamental e d) favorecer a compreensão da realidade e a participação social. Assim, foram selecionados os seguintes temas: Ética, Saúde, Meio Ambiente, Orientação Sexual, Pluralidade Cultural, Trabalho e Consumo. Apesar de todos estes estarem interligados, é no tema transversal ―Meio Ambiente‖ que o Viveiro Educador insere-se, trazendo conceitos relativos à temática ambiental e que poderiam ser desenvolvidos mediante o uso de técnicas lúdico-pedagógicas, contribuindo como fator de melhoria das relações ensino-aprendizado, como também ampliando a acuidade perceptiva a partir da experiência direta e a construção de escalas valorativas pertinentes à proteção do meio ambiente:

O Brasil, além de ser um dos maiores países do mundo em extensão, possui inúmeros recursos naturais de fundamental importância para todo o planeta: desde ecossistemas importantes como as suas florestas tropicais, o pantanal, o cerrado, os mangues e restingas, até uma grande parte da água doce disponível para o consumo humano. Dono de uma das maiores biodiversidades4 do mundo, tem ainda uma riqueza cultural vinda da interação entre os diversos grupos étnicos — americanos, africanos, europeus, asiáticos — o que traz contribuições para toda a comunidade. Parte desse patrimônio cultural consiste no conhecimento importantíssimo, mas ainda pouco divulgado, dos ecossistemas locais: seu funcionamento, sua dinâmica e seus recursos. (BRASIL, 1997, p. 22)

A principal função do trabalho com o tema Meio Ambiente é contribuir para a formação de cidadãos conscientes, aptos para decidirem e atuarem na realidade socioambiental de um modo comprometido com a vida, com o bem-estar de cada um e da sociedade, local e global. Para isso é necessário que, mais do que informações e conceitos, a escola se proponha a trabalhar com atitudes, com formação de valores, com o ensino e a aprendizagem de habilidades e procedimentos. (BRASIL, 1997, p. 25)

Deste modo, a proposta da implantação de um viveiro educador na área da FEENA, parte de experiências pedagógicas, nas quais são destacados os valores de herança natural e cultural; do cuidado e proteção das espécies de fauna e flora; do significado da interdependência da vida humana com os recursos naturais; e da interação entre os diferentes elementos da Natureza, entre outros aspectos. Aqui, cabe lembrar que alguns dos principais fundamentos dos viveiros educadores têm em suas bases, os ideais de uma construção coletiva, do compartilhar experiências, da solidariedade e do companheirismo, do desenvolvimento de solicitudes em relação à Terra e outros seres humanos, contribuindo para uma educação holística e uma cidadania realmente participativa, por parte das crianças.

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REFERÊNCIAS

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BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental – SEF. Parâmetros Curriculares Nacionais: apresentação dos temas transversais, ética. Brasília: MEC/ SEF, 1997.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental – SEF. Parâmetros Curriculares Nacionais: meio ambiente. Brasília: MEC/ SEF 1997.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental – SEF. Parâmetros Curriculares Nacionais: introdução aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1997.

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Rio Claro, 13 de fevereiro de 2015.

Marcelo Eric de Almeida Santos

Profa. Dra. Solange T. de Lima Guimarães

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APÊNDICE A

Lista das espécies indicadas para reflorestamento no Estado de São Paulo, na região do município de Rio Claro.

Família/Espécie Nome Popular FES16 MC17 CR18

ANACARDIACEAE

Astronium graveolens Guaritá, Guaritá-do-cerrado X X X

Lithraea molleoides Aroeira-brava, Aroeira-do-cerrado,

Aroeira-branca X

Tapirira guianensis Peito-de-pomba, Peito-de-pombo,

Copiúva X X X

Tapirira obtusa Pau-pombo X X

ANNONACEAE

Annona cacans Araticum, Araticum-cagão,

Fruta-do-conde X X

Annona coriacea Araticum, Araticm-bóia, Marolo X

Annona cornifolia Marolo-do-cerrado X

Annona crassiflora Marolo X

Annona dioica Anona-dioica X

Duguetia furfuracea Duguetia X

Guatteria lanceolata Pindaíva, Pindaíba X X

Guatteria nigrescens Pindaúva-preta X X X

Rollinia sericea Araticum-alvadio X

16 Floresta Estacional Semidecidual.

17 Mata Ciliar.

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Rollinea sylvatica Cortiça-amarela, Araticum-do-mato X X

Xylopia aromatica Pimenta-de-macaco X X

Xylopia Brasiliensis Pau-de-mastro, Pindaubuna X X

Xylopia emarginata Pindaíba-d’água X

APOCYNACEAE

Aspidosperma

cylindrocarpon Peroba-poca, Peroba-rosa X X

Aspidosperma parvifolium

(A. olivaceum) Guatambu-oliva, Guatambu-amarelo, Guatambu X X

Aspidosperma polyneuron Peroba-rosa X X

Aspidosperma subincanum Guatambu-vermelho, Guatambu X

Aspidosperma tomentosum Peroba-do-campo X X

Hancornia speciosa Mangabeira X

Himatanthus obovatus Tiborna X

Malouetia cestroides Pé-de-coelho X

Rauvolfia sellowii Casca-d’anta X

Tabernaemontana hystrix

(Peschiera fuchsiaefolia) Leiteiro, Jasmin-do-campo, Leiteiro-vermelho, Gancheira X X X AQUIFOLIACEAE

Ilex amara (I. dumosa) Caúna-lisa, Congonha-miúda X

Ilex cerasifolia Congonha X X X

Ilex paraguariensis Erva-mate X X

ARALIACEAE

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Didymopanax calvum Mandioqueiro X

Didymopanax macrocarpum Mandioqueiro-do-cerrado X

Didymopanax morototonii Mandioqueiro, Morototó, Mandiocão X

Sciadodendron excelsum Carobão, Lagarto X

ARECACEAE

Acrocomia aculeata (A.

sclerocarpa) Macaúba, Palmeira-macaúba X X

Attalea geraensis Palmeira-indaiá-do-cerrado X

Bactris setosa Palmeira-coco-de-natal X

Euterpi edulis Palmito-juçara, Palmiteiro, Palmito-doce,

Jussara X X

Syagrus flexuosa Palmeira-acumã X

Syagrus orelacea Gueivora, Gueroba, Gariroba, Guariroba,

Palmeira-guariroba X X

Syagrus romanzoffiana Jerivá, Palmeira-jerivá, Coco-jerivá,

Baba-de-boi, Jaruvá X X X

ASTERACEAE

Baccharis dracunculifolia Alecrim-do-campo X X

Gochnatia barrosii Gochnatia X

Gochnatia polymorpha Candeia, Cambará, Cambará-branco X X X

Gochnatia pulchra Cambará X

Piptocarpha axillaris Vassourão-branco X X

Piptocarpha macropoda Piptocarpa X

Piptocarpha rotundifolia Candeia X

(49)

Vernonia ferruginea Vernonia X

Vernonia polyanthes Cambará-guaçu X X X

BIGNONIACEAE

Cybistax antisyphilitica Ipê-da-flor-verde, Ipê-verde,

Caroba-da-flor-verde, Caroba X

Jacaranda macrantha Carobão, Caroba, Carova,

Jacarandá-caroba

X X

Jacaranda micrantha Caroba-miúda, Jacarandá-carobão,

Caroba X

Jacaranda puberula (I.

semisserrata) Carobinha, Caroba-do-cerrado, Carova-do-brejo X

Tabebuia alba amarelo-da-serra, ouro,

Ipê-amarelo, Ipê-da-serra X

Tabebuia aurea (T. caraíba) Ipê-amarelo-craibeira,

Ipê-amarelo-do-cerrado X

Tabebuia chrysotricha amarelo-da-mata, do-campo,

Ipê-amarelo-cascudo, Ipê-amarelo-paulista X

Tabebuia impetiginosa Ipê-roxo, Ipê-roxo-de-bola, Ipê-rosa X

Tabebuia ochracea Ipê-amarelo, Ipê-amarelo-do-cerrado,

Ipê-do-campo, Ipê-amarelo-grande X

Tabebuia umbellata Ipê-amarelo-do-brejo, Ipê-amarelo X

Tabebuia vellosoi Ipê-amarelo-casca-lisa, Ipê-amarelo-liso, amarelo-da-mata, tabaco, Ipê-caroba

X X

Zeiheria digitalis Saco-de-bode X

Zeiheria tuberculosa Ipê-felpudo, Ipê-tabaco X X

BOMBACACEAE

(50)

Paineira-vermelha

Eriotheca candolleana Embiruçu-do-litoral X X

Eriotheca gracilipes Paineira-do-campo X

Pseudobombax grandiflorum Embiruçu-da-mata, Embiruçu X X

Pseudobombax longiflorum Imbiruçu, Embiruçu-do-cerrado X

BORAGINACEAE

Cordia ecalyculata Café-de-bugre, Claraíba X X X

Cordia sellowiana Chá-de-bugre, Louro-mole X X X

Cordia superba Babosa-branca, Baba-de-boi, Cordia,

Grão-de-galo X X

Cordia trichotoma Louro-pardo X X

Patagonula americana Guaiuvira, Guajuvira X X

BURSERACEAE

Protium heptaphyllum Almecega, Almecegueira X X X

Protium spruceanum Almecegueira-do-mato-grosso,

Almecegueira-do-brejo X X X

CARICACEAE

Carica quercifolia Mamoeira-do-campo X

Jacaratia spinosa (J.

dodecaphylla) Jacaratiá, Jaracatiá, Mamão-do-mato X

CARYOCARACEAE

Caryocar brasiliense X

CECROPIACEAE

Cecropia glazioui Embaúva-vermelha

Cecropia hololeuca Embaúba, Embraúva,

(51)

branca

Cecropia pachystachya Embaúba, Embaúba-branca,

Embaúva-branca X X X

CELASTRACEAE

Austroplenckia populnea Marmeleiro-do-campo X

Maytenus aquifolium Maytenus X X

Maytenus evonymoides Maytenus X X

Maytenus gonoclada Maytenus X X

Maytenus ilicifolia Espinheira-santa X

Maytenus robusta Cuinha, cafezinho X X

CHRYSOBALANACEAE

Couepia grandiflora Fruta-da-ema X

Hirtella gracilipes Irtela X

Hirtella hebeclada Macucurana X X

Licania humilis Marmelinho-do-cerrado X

CLETHRACEAE

Clethra scabra Guaperô X

CLUSIACEAE

Calophyllum brasiliense Guanandi, Mangue X X

Garcinia gardneriana

(Rheedia gardneriana) Bacupari, Mangostão, Vacupari, Limãozinho X

Kielmeyera coriacea Pau-santo X

Kielmeyera corymbosa Pau-santo X

Kielmeyera rubriflora Rosa-do-campo X

(52)

COMBRETACEAE

Terminalia argentea Capitão-do-cerrado, Capitão-do-mato,

Capitão X X

Terminalia brasiliensis Cerne-amarelo, Capitão-do-campo,

Amarelinho X X X

Terminalia triflora Capitãozinho, Amarelinho X X

CONNARACEAE

Connarus regnellii Camboatã-da-serra X

Connarus suberosus Cabelo-de-negro X

CUNONIACEAE

Lamanonia ternata Guaperê, Canjiquinha X X

EBENACEAE

Diospyros hispida Fruta-de-boi X

Diospyros inconstans Marmelinho X X

ELAEOCARPACEAE

Sloanea monosperma Sapopema X X

ERYTHROXYLACEAE

Erythroxylum ambiguum Eritroxilum X X

Erythroxylum argentinum Mercúrio-branco X

Erythroxylum campestre Eritroxilum X

Erythroxylum cuneifolium Fruta-de-pomba X X X

Erythroxylum deciduum Fruta-de-pomba X X

Erythroxylum pelleterianum Eritroxilum X

Erythroxylum suberosum Fruta-de-pomba-do-campo X

Imagem

Figura 1: Diagrama de los elementos del paisaje
Figura 2: Localização do município de Rio Claro.
Gráfico 1: Uso da terra no Entorno de 10 km da FEENA
Figura 3 – Reconstituição da Cobertura Florestal do Estado de São Paulo.
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Referências

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