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Digressões, transgressões, agressões: a Bíblia nos contos de Machado de Assis

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(1)

S

2008

(2)

ANTONIO HENRIQUE CORR

Disserta

em Letras,

Portuguesa junto ao Programa de P-Gradua do Instituto de Bioci s, Letras e Ci !" Universidade Estadual Paulista, campus de S

Preto.

Orientadora: Prof#$%#$&'(

S

)**+,%*-*!.*

2008

(3)

ANTONIO HENRIQUE CORR

Disserta

em Letras,

Portuguesa junto ao Programa de P-Gradua do Instituto de Bioci / 0 ias Exatas da Universidade Estadual Paulista, campus de S

Preto.

: Prof#$%#$&'(

!" # $ : Professor P-Doutor H Seixas Guimar

% # $ : Prof#$ %r#$ 0 Tommasello Ramos

S SP, 18 de janeiro de 2008.

(4)

Agrade

A

por tudo;

A meus pais

e

, pela vida, forma

/

incentivo;

A meus irm

e

, pela for

1

A minha noiva

, pelo companheirismo, carinho, compreens

encorajamento;

Aos amigos

,

,

,

,

e

,

simplesmente, pela amizade.

A minha orientadora

!

, pela confian

/ //

pela amizade;

2

professoras

" # $

e

%

, cujas sugest

345561

Ao professor

#& '" (

, por, gentilmente, apontar novos

caminhos para a continuidade desta pesquisa;

2

'

, que contribuiu decisivamente para a realiza

($

(5)

&

Este trabalho pretende apresentar uma leitura intertextual de alguns contos de )& (1882) de Machado de Assis, a partir de suas rela3 *+. Para isso, extrairemos dos contos as cita337-las com os textos originais de onde foram retiradas e, a partir da compreens""/5" machadiano para caracterizar como a intertextualidade coopera com a sua constru$ 8 hip 4 5 " 4 / 9 9

religiosa, al "/5

sobre //5/tc., na vida em sociedade, assim como sobre a reflex4

prop3$

contos, intertextualidade, Machado de Assis,*+

(6)

% )) , )) ) " ,

)& -.//012 , 3 *4 % 352 3 3

" 6 , ) 3 "

, 3 7 3 34 , 3 "2

3 3 5 " $ 3 "7 ) 3

4 8 7) " 2 )

4 2 5 ) , " )

2 2 4 , , 7 3 , )) 7

3 7 )4

9 %2 "72 2 *4

(7)

&'

"() 8

*+",- * 13

*+",.)/ "$% /", 27

*+",0!1 !1!1 49

3.1. Digress3 49

3.1.1.*: 49

3.1.2.* : 61

3.2. Transgress3 71

3.2.1..6: 71

3.2.2.6: 86

3.3. Agress3 101

3.3.1.*: 101

3.3.1.1. Sim; 103

3.3.1.2. Sim; 105

3.3.1.3. Sim; 109

3.3.1.4. Sim; 113

3.3.1.5. Sim;%$!5 119

3.3.2.*!6: 127

*+",2 % % (),3 * ,4% 141

54% 6,!35%

152

De Machado de Assis 152

Sobre Machado de Assis 152

Geral 156

(8)

"()

Este trabalho come 6 55 (

Inicia07$8/0376<*+,

Deus e o Diabo:/37"

e uma cr=6>!5: #:, (%:

#: e *+%: ) e a *+, examinando as

caracter%:%:$479

na ocasi/ 7 6 4 3 5

brasileiro s &/ 4 7camente com o processo de composi textual.

Em vista das id 6 5

intertextualidade, sendo o conto machadiano um g " ( 6 destaque a partir dos anos 1880, pensamos em elaborar um trabalho de Mestrado que estudasse

algumas das rela35""$*(5

geral seria compreender melhor a fun3"

ficcionista, em suas formas de cita/////5

livros da *+. Os objetivos espec7<"6" b>3/3/3?@154e forma as alus33

colaborar com a constru 1 5 6 " *+

colabora com a composi654&/

pois acreditamos que a an s processos intertextuais entre o texto machadiano e o texto

: 5 7 5 $ !

&(57-se em v6aos quais faremos

(9)

refer cia no primeiro cap6que perceberam e justificaram a importA

estudar a recupera 4 79 $ '

Pinheiro Passos (1995), entre outros trabalhos1, analisou a presen 7ncesa no romance

: : * 0, concluindo que conhecer as refer

machadiano <

No mais, a complexidade do todo intertextual se faz necess 4

po o empr B

todo ficcional. Talvez, hoje j 6 7

cita3 7 ; 0$ - A 5/ cada momento, o estimulante jogo de que cada um de n79/

que conhe 7 3 /

longo do romance. Essa / / 7 /

alargar a compreens 7= o, como tamb

recupera6>$CD@$

Num dos principais momentos de sua an/ 5 7 4 ;

Cubas se :"7$07/ terada de

acordo com as necessidades do pr/4557/5

nA7"/5/4543

e formais v : >++*+/ CEED/ $FE@$ ditamos que o procedimento

executado por Br0//5 55

v)& para realizarem a:"$

Para reafirmarmos a importAssa tese, extrairemos dos contos as cita33 b 7-las com os textos originais de onde foram retiradas e, a partir da

1 Gilberto Pinheiro Passos estudou as rela3 7 6

francesa. Essa pesquisa resultou na publica 5< )& 9 ); , :

: * ; < 9 ; 9 =:

;>)( *,9 ; , ? * e)

,9 ; ; .

2

(10)

compreens " "/ 5 " 6 caracterizar como a intertextualidade coopera com a sua constru$86 4 movimento textual que recupera, reutiliza e atualiza a tradi / conta do processo de composi "/ 5 e entraremos nessa discuss

isso for fator de contribuialgumas id //5/

etc., na vida em sociedade. Cremos que nosso trabalho contribuir Machado de Assis pelo fato de os textos serem analisados a partir de rela3 " pouco exploradas no obra do escritor: as cita33$

Inicialmente, nossa inten 3 de )& e #:

, por / 55 6/ que o elevado n&

contos no ) prejudicaria as an/ 9-las simplesmente B identifica*+. Por isso, decidimos focalizar nosso olhar em)& . Nossa escolha baseou-se principalmente no argumento de John Gledson (1998) de que esse livro de contos de 1882 inauguraria a fase madura de Machado de Assis no g /

: : * no romance. Al / 74

de)& que o escritor brasileiro procurou desenvolver uma t 7

conto (Cf. GLEDSON, 1998, p. 30-31). Portanto, gostar 5 4 7 intertextualidade colaborou com o desenvolvimento dessas inova3$

Para uma melhor clareza da exposi / 5 6

cinco cap$8/.:/

dos cr4>"/"e na

obra de Machado de Assis, cr6 /&/@$

No segundo cap/!5<5:/4/

3

(11)

pois foram as constata34" principalmente, a verifica Machado de Assis dialoga com o texto b que nortearam o rumo de nossa pesquisa.

%3/3/3: /45

partes: %3:/ 4 B 4

tradi3/7/77/"*

Pol: * :1 .3: 4 .

medalh: hinela turca: / 5 "/

constru77613:/*

alienista: * 6:/ 4 4 3 " *+

revelam de que maneira o autor l "$84/8<

cria : cuja an 4 6/ preenchendo um59:@pretendemos valorizar o que acreditamos ser uma

descoberta em rela 7 6/ 4 6

vi "13$

Em rela B 7 Cosme Velho (aqueles que, em )&

, cont 33@/959 , cujo

trabalho de sele/ 7 9 6'$!65/

pois uma das preocupa3 do cr 7 5 7/

atualizando apenas a ortografia, B / 9 6

Assis. Al / 4 7 / 5

Aguilar da8 ), na qual se encontram os contos.

Para realizarmos um trabalho preciso de compara"6*+,

buscamos encontrar uma vers " 4/ 5/ 6

pudesse ter lido e consultado. Por meio de nossas pesquisas, conclu495

(12)

*+ traduzida pelo Padre Antonio Pereira de Figueiredo como fonte de suas cita34. Em

decorr / 6

*+pela editora Garnier do ano de 18815. Portanto, recorreremos a ela para fazer o trabalho de

compara "/ / / " 6

est $ ! 5 6 9 *+ Cata Apost

Romana como fonte de suas cita3 3/ 59 B .

doutrinada por essa institui66"4

autor est96. Desse modo, ser"/para esta pesquisa, as introdu3 as notas de rodap *+ =& (1985), pois elas orientar :

cita334$%A

*+ (1997), pois, por meio dele, compreenderemos melhor o contexto hist

trechos b6$

4 Em nossa investiga/ / " *6 de Jean-Michel

Massa, a presen// *+traduzida por Antonio Pereira de Figueiredo, edi

do ano de 1866. A partir desse dado, fizemos nossas investiga3/"'

Leitura, no Rio de Janeiro, que possui uma edi CGDH *+ em quest/ 7-nos que uma das

cita3 4 5) desse livro, chegamosB 4 " 9

Machado de Assis para as cita3mesmo *+traduzida por Antonio Pereira de Figueiredo.

5Por meio do mesmo procedimento

comentado na nota anterior, isto /"

um conto com seu trecho correspondente na vers46certificamo-nos que a ediCGGC

conserva a mesma linguagem da tradu53CGDHCGII$

6

Como sabemos, a *+, como livro liter 3 7/ / 5

caracter5/7i3-la de acordo com suas doutrinas. No Brasil

do s J-J/-(07!//"6>

ainda hoje) o interm / //7/=/6//$

Conforme veremos a seguir, Machado de Assis encara o texto religioso como livro liter/

permite que ele utilize a*+ como bem entender, assim como o faz com os outros textos da tradi /

liter/7/77/$//4/45

sentido b/ / 4 5 4 7

5dadeiro:$ % / que segundo Beth Brait (1996), 7

(13)

*+",- *

Teoricamente, o conceito de intertextualidade desenvolvido neste trabalho est por autores como Bakhtin, Julia Kristeva, Laurent Jenny, Borges e Antoine Compagnon. Como

se sabe, Bakhtin "/ 7

elabora3/ 5 / 4 K5 >CELH@ laborou o

conceito de intertextualidade. Assim a autora formula, a partir dele, que "

como mosaico de cita3/" 7"$!

no (5/ -se a de " e a linguagem po -se pelo menos como )a: >K5/ CELH/ $ IH@$ 05 4/ &

)&6, Kristeva (1974b) substitui o termo intertextualidade por :$

Segundo a pesquisadora, este termo designa melhor o fen=5

sistemas de signos em outros, pois 54

um outro exige uma nova articulaMdo posicionamento enunciativo e denotativo: (KRISTEVA, 1974b, p.60)7.

Entre aqueles que deram seqN "/ 6

Laurent Jenny (1979), que afirma que a obra liter/ 7 "/

incompreens5/ 5 de sua rela

arqu / 4 79 4 9/

transforma $ / 7 5 4/

depararmos com uma cita/6s diferentes:seguir a leitura 5

apenas no texto um fragmento como qualquer outro:/5":5

as rela3 4 " " >07$ !88O/ CELE/ $PC@$

7

(14)

segunda proposta, percebemos que a cita 5 / / reconstruir num outro texto, ela desempenha uma nova fun45$

isso, 7///6

rela"stente entre o texto original e seu aparecimento em um novo texto e contexto, o que auxilia na amplia"5$

Borges (1993), em suas reflex3 / 4 9

reuni&mais diversos autores. Desse modo, todos os textos se formariam

a partir de seus precursores. ,5/"/7

no : / 4 4/ 9/"tos de alguma forma se interligam com outros. Essas observa37

cr -nos averiguar a importA 3

intertextuais, pois ao desvendarmos as :rminado autor, poderemos

ler sua obra com mais seguran/ 4 5 6 6

para criar sua composi$

Finalizando esse r 5 "/

Compagnon (1996) que confirma as teses de Bakhtin, Kristeva, Jenny e Borges. No texto 8

;(, ele afirma que todos os textos sofrem o processo de intertextualidade, isto / quando escrevemos, na realidade, n9/"5/de outros textos que fizeram parte de nossa leitura; por isso, a express "

cita64/4N/

no ato da reescrita.

Com rela textualidade na obra de Machado de Assis, a cr

tradicionalmente tem admitido a importA$! '5

553/ 46B

(15)

processo de cria&5:>'/CEDG/ p.97). Assim, ele ressalta uma das particularidades da escrita de Machado, a de utilizar a id

dos outros como sugest/ 3 4 5vimento

imprevisto.

De acordo com Alfredo Bosi e Antonio Candido, esse procedimento desenvolvido por

Machado 5$0!46

Assis:/ 5itor brasileiro, a partir de sua

leitura de alguns romances e contos da fase madura do autor. Com rela / 0 afirma que Machado de Assis

(...) cultivou o el//7/55

bisbilhotice saborosa, lembrando ao leitor que atr 5 59 convencional. Era uma forma de manter, na segunda metade do s J-J/ caprichoso de Sterne, que ele prezava; de efetuar os seus saltos temporais e brincar

com o leitor. Era tamb 664:/BQ/

e era sobretudo o seu modo pr " / 5 criando certas perplexidades n5>08%-%*/CEED/$PI@$

Dessa forma, percebemos que Antonio Candido, ao apresentar o estilo machadiano,

recorre ao : / 4 0 Q6 7/

demonstrando que a an"66

leitura da presen54uieto de Machado de Assis.

Alfredo Bosi (2000), em 9 , discute alguns temas

filos7546$+4/

tema mais recorrente 46a entre apar $!

de suas hist//7/6

da rela 6 /

instauram no plano da apar e n $ / 6

(16)

:/ / /7"$

Al / 53/ ; 5 6 4 6 / segunda fase de sua obra, teria criado contos teorias.

Mais recentemente, John Gledson (1998), no artigo*6< machete e o violoncelo:8, que configura uma introdu 9 , aponta algumas caracter 6no. Entre elas, ele observa o fato de que na segunda fase dos:/ /)& (1882):

(...) o poder da prosa de Machado ganha uma intensidade e uma confian in $,/7/5 7 novos, uma m& 5$ . 4 4

limites de g /7/$,5

que criar uma forma pr < / 6/ /

longos, m / $ /

parte por conta do humor (GLEDSON, 1998, p. 30-31).

Tratando mais especificamente do tema da intertextualidade da obra de Machado com a

tradi / " brar de sua rela

-americano Edgar Alan Poe. Esse contato entre os autores pode ser percebido, principalmente, na

composi$Q4(/

inclusive alguns dos autores comentados acima, fazendo um breve apontamento da exist

interliga $ / 6 7

assunto. Podemos citar, entre outros, o artigo de S= ;R >CELI@/!

Machado de Assis:/49".6+R7%$.

Prof. Fether://*:6/

em suas hist$ . S5>CEGI@/ Machado: Conto e

8Como sabemos, esse artigo foi republicado recentemente por John Gledson (2006) em

(17)

Cat7:/ 4 $ + / 6/ contos, recuperou a teoria do efeito & / / 5-a e, com isso, criou uma teoria do7:$

Patr S 0nha (1998), em seu livro 9

) :), faz uma rela6$!5

assuntos abordados por ela, gostar7"37

como Machado-se://6$8

de seu trabalho, Flores da Cunha recupera as teorias do pr/74

Edgar A. Poe praticamente elaborou um manual te7rtas de

composi$8 , , movido por uma inten

exclusiva, a ou de express"( ou do

texto s 4/ / 4 $

Habilmente entrela/ 7 /

espa69:$

(FLORES DA CUNHA, 1998, p. 18)

Em seguida, a pesquisadora demonstra que Poe e Machado estabeleceram pontos de

conflu 5/ / 6/

literatura nova em seus respectivos pa/ $ 0 7 apontado acima, Poe criou uma:4achado de Assis dialogou, por o autor brasileiro deu-lhe nova forma. Por exemplo, a teoria do efeito & 5

por Machado, que cria a teoria do n7/(656

Fl5$/S0unha mostra que:

Portanto pode-se afirmar certamente que, com respeitoB/

contribui567/"/

conceptuais de Edgar A. Poe sobre o assunto. Essa conflu 79tudo de

forma estrutural e tem/ 44 6 M pois

coexistem vM permite intrinsecamente uma leituraB5$8

seu pr79/6/7

(18)

as fontes que primeiro o impulsionaram. Essa caracter

inovadora da literatura produzida por Machado de Assis M uma literatura em constante situa / / >@ M seria uma das raz3 4/ & / 65e sempre a possibilidade de que ele trabalhasse conscientemente, no m/"M uma literal, outra(s) impl>@ M provocando concomitantemente

duplicidade/ambigNT3>S*!+%0U8V/

1998, p. 66).

Desse modo, segundo a autora, Poe aparece na obra de Machado por meio da lat /

:$ 0 / 7

cr/45ginalidade foi as

variadas formas como ele recuperou a tradi $ * 4

procedimentos para a realiza " 5 :

A:$

Enilton S >CEGE@/ 8 )&, aponta que o autor brasileiro recuperou esse procedimento de transgress>55@

S A$ / 79 5 6

desenvolvimento dessa tradi na literatura at 6 6 / ( podemos perceber, principalmente nos textos de segunda fase, a influ Samosata.

De fato, neles encontramos sempre o hibridismo gen 5

art/9a31"

liberdade de imagina 7/ B "

artistot 1 -moralizante do ) , em contraste com o moralismo da s1/finalmente, o emprego sistem de vista ir=A5)ou do observador distanciado (SW!'*/CEGE/$ 191).

Segundo o cr/6//55

que superasse tanto o Romantismo quanto o Realismo naturalista. Com rela &/ +

(19)

Rego mostra que o autor brasileiro tinha uma vis = 6/ 4 5 objetivismo cientificista buscado pelas principais correntes da filosofia do s J-J$/ para o crtico,

Machado apresenta em sua obra de fic-realista da hist/ afastando-se nisso ao mesmo tempo da po 56

das vis3 95$ 8/ / 6 "

tanto de uma po tica da fantasia, tA/45

hist75/5

hist 5>+W!'*/CEGE/$CEP-193).

Concordando com S46filiou BA/

Adolfo Hansen, em seu artigo *56:/5%9,

desenvolve a teoria de que o conto *:7

fant$+iva,

o g 7 " 5< / seu efeito, pois sua mat -ser. Seu destinat54 de representar o inacredit5-ser e do n-existente, aceitando, contudo, a realidade da conven 7$ 8 6 7/ " 4

acreditar, a n6 53

g 47$* 5 4555

situa3prov5>V8+!8/PXXI/$IX@$

Devido B 9 /V4(

verossimilhan$!*:/46%$

Le iliza3 5 $ 0 /

segundo o cr/6547 95/

9 Devido B " 6 / 5% (6/7, 2006), volume

organizado por H +"'/-se totalmente ao escritor brasileiro. Sua primeira parte, Dossi

* 6 :/ 4

machadiana. O fio que une esses artigos 554

(20)

em que todos os sistemas de representa 7 / 5

defini5o5

pl/ 56 A 55/ 5 / / =: >$ 73). Dessa forma, convergindo com a opini+/V4/rar o

g 7/ 4 56/ 6

autonomia de uma liberdade est /49:>$LL@$

Como se p= 5/ 4 a nossos

estudos da intertextualidade na obra de Machado de Assis. Por /5 74"

outros trabalhos cujas reflex3/7/ $!

eles, citamos os estudos das 7 :6iana principiados por Eug '

em B,@ B e Raimundo Magalh&

e em . Como informamos em nossa

introdu/ 7 7e madura de Machado de Assis sistematicamente analisada nos livros de Gilberto Pinheiro Passos. Destaca-se tamb sentido, o livro 8 +6 "de Marta de Senna que estuda as influ $

9 ,;( -C !1 de L& '(

pontos importantes da quest " = 6$ %

maneira indireta, as edi3 = 6 '

valorizam o tema das rela34"6"/B

que identifica as refer $84"

como o de Alcides Villa/6:>47

com mais detalhes em algumas an@ S/+* :$

Ao mencionar mais detalhadamente a Fortuna Cr7/(/" outros tantos artigos, assim como a in& 3 ses importantes, entre as quais,

(21)

destacamos a de Maria Celeste Tommasello Ramos que, em );( :

: * @ D, apresenta, entre outras coisas, temas e

artiftores brasileiro e italiano.

Ap 5 5 6 4/ 7/

privilegiam o processo intertextual na obra de Machado de Assis, conv 4 outro tema essencial para nossa pesquisa: a :$ 0

coment 6 S 06 >CEEG@/ ! 55

teoria sobre a composi$+7377

composi:45tar a constru*05:/

-se-ia tamb $ 8 "/ 4

:/: 5: 7 (

efeito, que geralmente se manifesta pela sensa6/44" atingiu os objetivos da literatura. Como observamos, alguns cr4 desenvolve esse princ $ ! / & 09/ 4/ 7a de

traduzir os contos de Poe para sua l/

autor norte-americano, a partir da teoria por ele mesmo criada. Cort9 4

escolheu o conto como g 45ade:

uma for45$//

Compreendeu que a efic

acontecimento puro, isto /4>4

forma de descri3//3/

alimentam um corpo de um romance e de um conto ruim) deve ser radicalmente suprimido. Cada palavra deve confluir, concorrer para o acontecimento, para a coisa que ocorre e esta coisa que ocorre deve ser s (...) ou pretexto para generaliza3/ /$U uma verdadeira m4 >0*.WY/ CEEF/ $ CPP -123)

(22)

Tamb mentar o trabalho de Ricardo Piglia (1994) que, em 8

: , institui as onze regras do conto a partir de sua leitura de autores como Edgar Alan Poe e Tchekhov. Todas elas se voltam para a primeira que define que o conto deve

narrar duas hist$6/

fragment:$*7467

final da primeira hist$

Assim, como informamos em nossa introdu/ nossos objetivos espec7 apurar de que forma os narradores dos contos machadianos apropriam-se da *+. Para n/ conforme apresentamos anteriormente, o trabalho intertextual revela que o texto b recuperado por meio de 3:/ress3: 3:$ % / 5

mostrar com mais detalhes de que forma compreendemos esses conceitos.

Como sabemos, o conceito de digress/6/7

v / / '6 4 >CEL2), Augusto Meyer (1986) e, mais

recentemente, S >PXXL@$ . 4

digressivo empregado por Machado de Assis em sua obra, principalmente em :

: * , seja uma forma de :de uma tradi 3:

desenvolvidas por Sterne, Xavier de Maistre e Almeida Garret. Para nosso trabalho, interessam-nos os apontamentos de Rouanet que, no cap%57:10, apresenta algumas formas de o narrador Br0as gerar a digress:$+/

obras dos autores mencionados acima, as digress37"5:5:$ No primeiro caso, o narrador interrompe sua hist 7 5/ 79

comentios 4 / / 7 : >*U8!./

10S *U8!./ : a forma shandiana em Sterne, Diderot, Xavier de Maistre, Almeida

(23)

2006, p. 62). No segundo caso, temos apenas a hist5

por hist$!"/574ecupera"

b493/6

B5797$

J principalmente, ap s estudos bakhtinianos sobre dialogismo, polifonia, carnavaliza indica uma viola/ "/ fronteiras e normas. De acordo como M 06 >CELP@/ ( ", no processo de transgress/ 6 as condi3 " 4 9

pr / 9

ambigN/5 7735

linguagem:>$CL@$*5icos da obra de Machado de Assis mostram que o autor realiza a

transgress/ 5 " / 4

invers 7 / -os formalmente. Nesse caso, os

textos : -significa $ 07 5

em nosso trabalho, esse 9

.6:06:$8/33contribu

desenvolvimento da transgress$

O conceito de:-se na teoria do narrador vol&555 Schwarz em E ), ). De acordo com o cr "/

: : * , Machado desenvolveu um narrador que se considera

superior a tudo e a todos. Em v 6 / 7 +6Z9/

superioridade agride o leitor; em outros, ela afronta textos e fatos hist 4 3 cultura ocidental. Como exemplo, temos a compara4;07

de narrar suas mem7 5. Em sua leitura

(24)

do trecho, Schwarz mostra que a atitude de rebaixar e vexar o texto bnterpretada como um aviso do narrador de que ele n 5 1 4 passar da conta (Cf. SCHWARZ, 1990, p.21-22).

Convergente com a opini +6Z9 T

: : * , mas focalizado na relaT/6

H +"'>PXXH@4/;"9:5

8 9 ) & .F,

demonstra que o narrador, Br 0/ 5 /

que, em seu romance,

(...) o leitor passe a ser abertamente provocado, insultado, ultrajado, injuriado, desfiado, escarnecido, inferiorizado, humilhado, transformado em objeto de

chacota e for5$

Sem jamais chegarB/4595/;0-se

ora como um ser superior ora como um vizinho malcriado que, postado do lado de

l/577

contra o interlocutor que imagina existir do lado de c/

seu. O relacionamento, no entanto, n7$*

7/

detr45

a condi55-versa (p.175).

Diante dessas informa3/4/ntetextualmentepensando na rela4 estabeleceremos entre os contos e a *+, a agress < primeira, o narrador (personagem) recria ou reinterpreta o texto b/ 9-o e, conseqN/ 4 seus mitos e os valores morais veiculados a partir dele; na segunda, o narrador ao aludir a um trecho (nome, imagem) b numa atitude aparentemente sem importA promove o questionamento da pr " b$ 8 / 7uldade de reconhecer a origem desse procedimento pode ser considerada como mais uma das afrontas promovidas pelo autor, por meio de seus narradores.

(25)

Conforme demonstraremos ao longo deste trabalho, algumas cita33 podem caracterizar simultaneamente os procedimentos de digress/ $ Assim, uma cita 11 pode se desenvolver simultaneamente por meio dos tr

procedimentos. Portanto, a divis 4 6 7

apenas de possibilitar que enfoquemos com mais detalhes um desses procedimentos em determinados contos machadianos.

Tratando-se de um trabalho cuja perspectiva "/ " terminar esse cap 4 mos em nossa pesquisa. Em

B )) ),G, Beth Brait (1996), sustentada pelas id [6/3

a defini5$+;/7

como um discurso que atrav mecanismos dial 7-se basicamente como

argumenta / " 5/

afrontamento de id /

como estrat 75:>$58).

Especificando um pouco mais seus argumentos, Brait demonstra a fun " recuperado por outro, quando o objetivo do autor do& <

as formas de recupera (-dito com o objetivo ir=/

tal, a fun/5

simples ornamento. Ao contr/ 7 /

subvers 5 4 5

qualificam o sujeito da enuncia/ 4 47 determinados elementos. (...). Assim sendo, o processo de participa

constitui = 5 7

11 Como sabemos, Gerard Genette (2006), em )9 (, define que as rela3

transtextuais podem ocorrer a partir de cinco t 7$ ! / "/

como a presen75"$/-nos a forma como ele define cita<a

forma [intertextualidade] mais expl > /

refer "@ >$$$@ 7 " / / (

compreens 3 percep / 4

(26)

autoridade, mas relativizar valores estabelecidos, produzindo um efeito humorado

gra B A /

investimentos contradit>$CXL-108).

As id ; que, como informamos anteriormente, se postulam a partir dos

estudos bakhtianos j7s por v4

Machado de Assis. Tangenciada a proposta de Brait, existe uma corrente anal " machadianos que acredita que o autor brasileiro desenvolveu sua ironia apropriando-se da

tradi menip $U !+>CEGE@/4/

conforme j/58 )&, entre outras coisas, aponta algumas particularidades da ironia machadiana que est"Bas da s menip $

(27)

*+",.)/ "$% /",

No in!5:/746

na Bahia, no per/ /:>++-+/CEEG/5$2, p. 274).

Essa informa / / 4 ( 6 / 7

creditar mais autoridade ao escrito e, ao mesmo tempo, fazer com que o narrador se afaste dos fatos, o que o 5: 5 mesmos12. Em !5:/

temos uma narrativa em abismo. Na primeira hist/4+6 Engenho,

tendo algumas pessoas B / 55/

lambareiro, um certo doce particular. Ele quis logo saber o que era; a dona da casa

chamou-lhe de curioso. N 7 1 5

discutindo a curiosidade, se era masculina ou feminina, e se a responsabilidade da perda do para5!5>$PLH@$

Para resolver tal impasse, uma das personagens, o juiz de fora, iniciou a narrativa de uma

nova hist:/4 5/4775

a hist 5 @, pois, em sua vers/ 6 6resistiram B

tenta5$*5:

ser um bom exemplo de como o autor brasileiro realiza a:5/75

no primeiro cap6/6ia:a reuni5

casa de dona D. Leonor 6 5 / 7 6

Veloso. Sergio P. Rouanet (2007), afirma, em seu estudo do livro : : *

, que, tirando as digress39;0/4 :

12V(//!R+8 )&e

(28)

(ROUANET, 2007, p. 105). Como podemos ver, o mesmo ocorre em !5:/

narrativa do juiz de fora que desenvolver&$

Apresentaremos nossa an/ jo foco " " b/ >@ / 4 " $ Primeiramente, queremos nos concentrar no fato de que a curiosidade por saber de quem era a

culpa pela perda do para 7 6 narrada,

especificamente, nos primeiros cap 5 @ de que, ao ser tentada pela

serpente, a mulher n 7 5 /

seguida, ofereceu-o ao homem, que tamb 5$0/4N

ato de desobedi 7"B/

para seus descendentes.

Essa hist/religi3(-crist/"/

literalmente, como se deu a 0: 6 7

0:$ 8 / / " 5 <

saber de quem $/":

conversa distra/(7 645

sobremesa. Portanto, h / 4 5 96$ 4/

conv os que alguns cr6(

autor brasileiro. Alcides Villa/6/:/

da an :/ 55 5 6 4 os

procedimentos que constitui a novidade da obra madura do escritor do Cosme Velho 9

5:/66//

analogias e equival $ + / 5 echos da obra machadiana, podemos observar que o narrador realiza o trabalho de um :< 3 4

(29)

constituem seu repert/45*+e de Homero, da AntigN dos te 5/ 4 or Dante, Maquiavel, Montaigne, Cervantes, Shakespeare, Pascal, pelos enciclopedistas, por Schopenhauer, pela literatura brasileira e acaba caindo no colo de uma dama fluminense ou num chap 5$!4>$$$@ marca de fogo de sua fase madura, quando a ironia se torna princ

possibilidade de composi: >Q-\/ CEEG/ $ CX@$ 6 ' >CEEG@/ 8

9 , entre outras coisas, destaca a habilidade

dos narradores machadianos de criarem hist/

de circunstA96>07$$CD-16). Gledson sintetiza bem essa id /4 suas observa3*6:<

Numa primeira abordagem desse momento central da obra machadiana, e

que sem d&57/

dizer que ele se defrontava com um problema estil $V

indica3/ fins da d CGLX/ 4

preocupava em como configurar sua obra: que atitude, que tom, que g $ Me agrada pensar que as palavras de In o tr 5 *

machete: > 6 / 4 avaquinho),

histCGLG>&5/@, cuja mulher foge com um m& / 7 / solu< 79 51

violoncelo e machete:$ 7/ 5

zombeteiro: uma mistura, tamb /

(p.27-28).

Como podemos ver, os procedimentos apontados por Villa ' e que Jos Miguel Wisnik (2004) tamb senvolve em sua longa an*6:U homem c :13 podem ser percebidos em !5:/ / /

discuss :/ "/

13

(30)

doce, o que tem como efeito a banaliza " / curiosidades ao mesmo n5$

Segundo o narrador, o carmelita e o juiz de fora estiveram de fora da discuss 4/ calor do debate, foram questionados sobre o assunto. O frei respondeu que apenas tocava viola e,

de acordo com o narrador, 56/4:>$PLH@$

J(97/4/4655 /

pois, de acordo com ele, o livro do @ era ap7654 realmente havia acontecido. Isso causou espanto entre os ouvintes e risos do carmelita que

6(97(/4 m

jovial e inventivo, e at 6/5947/5/

era grav:>++-+/CEEG/5$P/$PLH@$

Antes de passarmos ao relato do juiz de fora, gostar7953$

primeira (9 e fora. , 4 6

verossimilhan6/5$/

hist (9 7: 6 / ( 4

jurca a quem ( 6 5 7 (

dever7:$/!5:/"6/

essa confiabilidade deve ser questionada. Outro fator que faz com que desconfiemos das palavras

do juiz 77:$4(97:

para os magistrados brasileiros do tempo colonial, devemos nos lembrar que, de acordo com John Gledson (1986), em 9 ,;( :, os nomes colaboram com a constru das artimanhas do escritor brasileiro. Sendo assim, o complemento nominal 7: 79-nos

pensar na posi54 4$

Al /5embrar que, antes de ser questionado sobre o assunto, o juiz estava de

(31)

7:5/$85

personagem, que tamb 7/ <-se do

carmelita. Na hist/5(9:4/466

da Teologia ci 4//5

mas ele retira de si essa responsabilidade e n$ m do n

assunto, o padre n 5 6 +$ Q/ 7 4 6

outros livros. Para esta an/ 5 6 S

Bento. Ele n76pini/4/4/

havia necessidade de uma explana :5@, uma vez que a curiosidade em

quest / 4N/75 -(0

respeito da relao entre o divino e o humano. Por isso,:46(9/(

cuja pulha o frei conhecia, fosse narrada, pois era descomprometida, como dissemos, com uma

determinada verdade; era um :$8/s, leitores

de Machado, esse :/ 59 7 7:

que ironicamente tenta":5&56$

Com a permiss/6Q576ria da

Cria$ - 9 4 7 % 4 / %/ / momento, foi interrompido porque D. Leonor, dona da casa, pediu para que ele n 7 esse nome, ent<

Seja o Tinhoso. Foi o Tinhoso que criou o mundo; mas Deus, que lhe leu no pensamento, deixou-lhe as m 5/

atenuar a obra, a fim de que ao pr75

ou do benef$!5-se logo porque, tendo o Tinhoso criado as trevas, Deus criou a luz, e assim se fez o primeiro dia. No segundo dia, em que

foram criadas as /731

tarde baixaram do pensamento divino. No terceiro dia foi feita a terra, e brotaram

dela os vegetais, mas s 5 7 7/ 6/5

(32)

que matam como a cicuta; Deus, por /5775 que nutrem ou encantam. E tendo o Tinhoso cavado abismos e cavernas na terra, Deus fez o sol, a lua e as estrelas; tal foi a obra do quarto dia. No quinto foram criados os animais da terra, da$06"/4 que redobrem a aten>$PLD@$

Observamos que a ordem da cria/"/ texto b$+ o livro do@, no primeiro dia, Deus criou o c /7991/9

foi chamado dia e o per5/$8/!

//a terra que separou as1 /6

-a de verdur-a e, -assim, n-ascer-am -as577$%/4</

e, no quinto dia, Ele habitou o mundo de animais terrestres, mar 14. Apresentamos esse resumo, apenas para comprovar que a ordem da 0:" $ /

not5 4 & 7-se, pois, na vers (9 7/ 7 % 4 criou o mundo, e Deus desempenhou apenas o papel de equilibrar essa cria$0 duas escrituras, percebemos que o personagem juiz de fora, na realidade, faz algumas

3:"/5/(4

texto b :715.

Por tratar de assuntos ligados ao transcendental, o@ n56$ De acordo com Auerbach (1999), os textos religiosos da cultura judaica, geralmente, s6 de59:/ 44/45/gundo o te/

B(%$67" 4

14Cf.@1, 1-23

15 De acordo com a

- : *+ =&, existe uma teoria de que a composi

liter/54o@, se deu pela compila4/7

quanto B $ + < 3 5:/!: / %=:

+:$ % "/ 5 B / rceber claramente a pluralidade

dessas correntes, isto 75/3/A6

desde as primeiras p' :> *+ =&, 1985, p. 23).

(33)

s 74473B1

o restante fica na escurid$*5

&146 1

indefinidos e precisam de interpreta1

aparecem inexpressos: s

fragment$*do, dirigido com m"

e, por isso mesmo, muito mais unit/ segundos planos (AUERBACH, 1999, p. 9).

Desse modo, esses59://56m a f $8

entanto, Machado, ao escrever o conto, 6: 59 56//

isso, a alus " 79 4 5 0:/ 6

concretude. Nesse contexto, podemos retomar os conceitos de Compagnon (1996) sobre a cita$%7 <

Fen=/ " 6 / 55 / /

manifesta-colar (a caneta re&

tesoura e da cola); sentido, ele 746$,

por isso que o trabalho 7 < 7

deslocamento, o sentido e o fen=$/4

mesma uma for / privilegiado do trabalho do

texto; ela lan/ A 7=$

(COMPAGNON, 1996, 41)

Machado parece utilizar esse recurso, pois recorta o texto b"/ momento a partir do qual esse adquire um novo sentido: n " 4 7 religiosos, mas um texto que serve de sustenta 5 / 4 % criador. E essa nova teoria surge, como dissemos, a partir dos vazios do texto b$U

exemplos desse 5nto: " 5:

descri:/(97$

Seja o Tinhoso. Foi o Tinhoso que criou o mundo; mas Deus, que lhe leu no pensamento, deixou-lhe as m5/o somente de corrigir ou atenuar a

(34)

obra, a fim de que ao pr 75 benef$ ! 5 -se logo porque, tendo o Tinhoso criado as trevas, Deus criou a luz, e assim se fez o primeiro dia (ASSIS, 1998, v.2, p. 275).

Se compararmos essa cita"/4

igualB*+. Al //5:5"9$

1. No principio creou Deos o c $

2. A terra por 559/57R/!

de Deos era levado sobre as aguas.

3. E disse Deos: Fa-se a luz. E foi feita a luz.

4. E vio Deos que a luz era boa, e dividio a luz das trevas.

5. E chamou 9 vas noite; e da tarde e da manh 79 primeiro (@1, 1-4)16

Comparando esses dois trechos, notamos que o@, no vers/74 trevas existiam antes da luz e, de acordo com os te/ vina, j

aquelas s$%7/"<

pode haver a nega>5@>9@?0/"

fato, apontando como respons5 5 / uni 4 3

composi*+, por "564

preencheria os seus vazios e, quando cria seu conto, aproveita-se dessa76:5:

e cria a sua :/"<5/5"

luz porque o criador do universo era o Diabo; Deus apenas equilibrou sua obra, e fez a luz para

que no mundo n$05/um

processo criativo do escritor brasileiro. Em sua leitura do @, o texto n

plagiado, o que o contista faz 76/(/6*+como

um texto liter47557bula ou verossimilhan/7/

16Conforme dissemos na introdu/9 *+de tradu$S>

(35)

o que opera um rebaixamento do car *+, o que 79 preenchimento dos vazios deste trecho com suas pr

homem. Esse conceito de rebaixamento / / % S$ 09 J&>PXXP@/5/& , 9 G

. De acordo com o autor, que se ap;[6/9

realiza da par "/ " / /

transpostos para um plano material. Assim, tudo que 5:

ao plano material17.

Continuando, de acordo com o(9:/"/.hoso fez o homem e a mulher,

inserindo-lhes seus instintos ruins, por -lhes alma, ent % -lhes alma e sentimentos nobres, puros e grandes. Fazendo novamente uma compara" b/ 5 4 6/ 59/ proveita-se de uma passagem b

para : 6 $ 8@, o relato da hist 0 realizado na terceira pessoa do singular. Quando o narrador quer expressar uma ordem de Deus, Este fala na terceira pessoa do singular do imperativo e, no vers PI deste livro, justamente no momento de ordenar a cria6/7579:

primeira pessoa do plural do imperativo.

26. E disse: Fa6emelhan/4

peixes do mar, 5 /45

terra, e domine em toda a terra.

27. E creou Deos o homem 1%16

e f >@1).

Como podemos ver, Deus emprega a express7:$ % . cat/ % 5 . >S6 !

17

(36)

Santo), ou com uma legi($ /(/*+ feita

literalmente pelo escritor brasileiro, e n$/6/

haver nenhuma men " / 5

divina, um outro criador, o Diabo, que fez o homem e a mulher, mas precisou do aux% para que suas criaturas tivessem alma. Dessa maneira, o autor machadiano parece(7:

emprego do verbo na primeira pessoa do plural, pois, de acordo com seu juiz de fora, a cria foi realizada por um:<%e o Diabo. Aqui notamos como o autor interpreta ironicamente

a constitui66//"46

cria4%5/(4%:7/

seja, completou a cria %$ - "

contradit 6/ 5

moral e at 746$"est<

de acordo com a hist+$Q/45$

No conto, Deus, ao dar alma e sentimentos bomB/

fez-lhes um para$ V 6 5 55 $Q5 qui, disse-lhes o Senhor, e comereis de todos os frutos, menos desta5/4 ;: (ASSIS, 1998, v.2, p. 276). Ambos ouvem submissos a condi4%63$_ ficaram s/ 6-se admirados, pois ambos estavam diferentes. Esse espanto aconteceu

porque !5 4 % 6 7 / 5

Ad/6-la:>$PLI@$

O trecho do conto exposto acima est 7 6 ndente, pois de acordo com o livro do @, depois de ter criado o mundo em cinco dias; no sexto, Deus modelou o homem (e apenas este)B6$S/

(37)

8. Ora o (S)enhor Deos tinha plantado desde o principio um paraiso, ou jardim delicioso, no qual poz ao homem que tinha formado.

9. Tinha tambem o Senhor Deos produzido da terra toda a casta d5

formosas5(75/55

paraiso, com a arvore da sciencia do bem e do mal (@2).

Desse modo, a Sagrada Escritura 77467

que a mulher, e que Deus rezou a:5$6

foi criada depois que Deus percebeu a solid6/

21. Infundio pois o Senhor Deos um profundo somno a Ad/ / 4 estava dormindo, tirou uma das suas costellas e encheo de carne o lugar d

tinha tirado.

22. E da costella que tinha tirado d 7 +6 % 6

trouxe a Ad>@2).

Como podemos ver, fazendo uma compara6">*+) e do texto novo (conto), atentaremos para uma diferen 4 " :

cria 6 6/ / conte& 6/

refuta a id !/4!5$8>6

e mulher) s$!7 6

para apresentar de maneira sutil uma id 6

homem. Muitos estudiosos da obra machadiana reconhecem que as personagens femininas do autor s "418. Dessa forma, ao recriar a hist da Cria/coloca o surgimento dos dois no mesmo tempo, com isso, n64

18 Entre outros: John Gledson em 9 ) ; Ingrid Stein em ,

(38)

as duas personagens est / 7 *+, que apresenta o homem em um n5B619.

A decis5665, no conto de Machado, mais duas rupturas

com o texto b %. A primeira 4/6(97/6

e mulher ouviram de Deus a condi/4"7

apenas o homem, que, se sup3/5 -la transmitidoB6$+56

b/45955

momento em que Deus apresentou a situa 6 , o que corresponde, justamente, B segunda ruptura que Machado vai fazer com o texto b$ 5

id /5 45/%

a serpente, criado por ele, vai enriquecer nossas conclus3e essa perspectiva.

Ao saber da : %/ 4 5-as ao para/

Diabo ficou furioso, mas, n /465/5

id 6<MVem c//7eiro, pe66/4 embaixatriz de teu pai, para reaver as obras de teu pai:>++-+/CEEG/5$P/$PLI@$0/ a serpente fez um sinal positivo e, ao se aproximar do Diabo, este resolveu dar-lhe fala. Ela

respondeu que iria onde ele a mandasseM B/6//

lhe confiasse o segredo de respirar na M ao fundo da terra, se lhe ensinasse o talento da formiga:>$PLI-277).

O diabo interrompeu-a e disse que queria que ela fosse at para!5$ A serpe desaprovou a id / 9<M Oh! Detesto-os. Ad !5? 8/ / -me a

19 De acordo com *+ =&, o Pentateuco foi escrito depois de Mois ; as tradi3 (5

(base do @) foram combinadas em Jud74$*/"

judaica do s J---0/ vel n74"561 4

a ordem da0:66/55/46

precisa de uma mulher para nascer.No> %, essa ordem serada e darTB

(39)

outro lugar. Detesto-os! S579-me padecer muito. N64467

mal . . .:>$PLL@$!/id 4!:64

justamente isso que ele queria, que ela fosse l79-lhes mal. MDeveras? Ent517 tudo o que quiseres, meu senhor e pai. Anda, dize depressa o que queres que fa$_

calcanhar de Eva? Morderei. . .:>$PLL@$77/

pois o nascimento de Jesus M que para os crist/ 5

homem, isto / / de Satan M foi

profetizado por Deus, no livro do @, quando Ele amaldi<! inimizades entre ti e a mulher, entre a tua posteridade e a sua d$!/

armar 3 6:20 (@ 3, 15). De acordo com os te/ 6 b ( 5 5 6/ /

Evangelho:.0$0/

se d ulher, cujo sofrimento 79 +/ >

%, no trecho em que Jos 5 -nascido ao templo:!-aqui

est5-/54

atire a contradic1 ! 4 / 7

descobrirem os pensamentos que muitos ter3:>2, 34-35). Dessa

maneira, de uma perspectiva:/-se a m/ia:

20 Nesse trecho b/

6 7: 6 7

calcanhar de Aquiles e tentamos esbo 4 6 e os mitos das

diferentes tradi3$0//4//

deusa T /6!/7/(5554

molhava nela. Entretanto, o calcanhar por onde T

continuou vulner5$ % 4/ " "

intertextualidade entre o@e Mitologia Grega, pois segundo Eug`>CEIC@em sua introdu

livro B+ M os Troianos tiveram contato com o imp 6 J---/ + -

Rams --$ 07 6/ 7 &745hebreu se libertou do Egito.

Dessa forma, o povo hebreu tamb 5 / ( 4 5

(40)

esmagar a cabe7:769//776:

com o mesmo sacrif/5B76$/(

muito mais ir=4/lariza:-Evangelho b/"

toda a simbologia da met7 7 6/ 7 -lo

literalmente. Portanto, para a serpente do conto, ferir o calcanhar de Eva 6-la fisicamente, assim, da maneira como 5/ 7 6 6

desprovido de qualquer sentido simb/$85/

parte do autor, a cria"/(79

que o trecho do conto torne-se ir=$

O diabo a interrompe e apresenta sua verdadeira inten<47

e Eva e fa 4 5 :/ ( "

Para$6mo instante sua empreitada: Q17/

falarei a Eva:>++-+/CEEG/5$P/$PLG@$05//76

perante o homem n 7/7-la e manipul-la. Na

realidade, segundo@, foi exatamente o que aconteceu: a mulher foi tentada primeiramente e depois isso foi feito em rela 621. Como veremos melhor adiante, no conto machadiano, a serpente fez um julgamento apressado ou equivocado, pois, quando tentada, a

mulher tomar7"::

humanidade. No entanto, antes de discutirmos essa id /555 o sim de sua serva:

MSim, o pr5$Vai, serpe das minhas entranhas, flor do

mal, e se te sa / ( 4 6 / 4

humana, porque ter6!54/

21

(41)

em que deitar v$$$Q/5/4s . . .(ASSIS, 1998, v.2, p. 277).

Analisando esse trecho, verificamos que o Diabo tamb 79-evangelho:/

ele prometeB6/(/65

do Proto-Evangelho b$ % com essa promessa, nem a mulher e nem o homem

esmagar/(6766

o v$/46 -se:

seu conto, pois a ordem dos acontecimentos /475/

at 56$

Diante de tal promessa, no conto, a serpente vai at 75 da ci do mal. Eva, ao ver a atitude da serpente, chama-a desgra$ pe6/ / " " 5 !5<M Justamente. Conhe agora tudo, a origem das cousas e o enigma da vida. Anda, come e ter terra:>. 278). Eva se recusa a comer, ent555<

N a 4 ? !-me, faze o

que te digo, e ser / 7 / 6-te- 0/ %/

Sem/ 6 eu ventre, e ser 0 < 5 59 / ser % 1 +7$ ! / % 4 B /

escolher6/6-te-89 $_4?

Realeza, poesia, divindade, tudo trocas por uma estulta obedi $8

isso. Toda a natureza te far$0765/

c 9/55//676$

noite, de porfia com o sol, vir s cabelos. Os filhos do teu seio

tecer65/7/5

dar/7///$$$>$PLG@$

Nesse momento, a serpe promete B 6 ias da vida. Notamos, nesse trecho, que a serpente adquire o talento da previs/ 6 4 futuro (se considerarmos, como tempo presente, a hist (9 7@

(42)

transformar 6 6/ s, Ad !5/4:$ 6

escolhidas pelo narrador para exemplificar a realeza e a divindade femininas realmente foram muito importantes, tanto B / 4 B 6$ 6 0 Q--22, Dido23 e

Sem24 t sabilidade pela reconstru $87

figuras simplesmente representativas, mas : : 4 75

seus povos. Em seguida, s$ % /4/

segundo a *+ (exatamente no livro dos =+$), foi profetiza e ju9 5 -/

provavelmente, no s J-- $0$ /

antigas das ' : 0A % : >=+$, 5). A segunda +7/ tisa

grega de 625M580 a.C., que n5:5-6Z6/%(/

criatividade para escrever nove livros compostos por poemas de amor. Como podemos perceber, o autor, mais uma vez, faz equivalerem-se as artes religiosa e profana, pois tanto Safo como D " $ % / 4 5

liter/ / A 0A % :/ -o

22Cle 6/xandria (69 a.C.), governou como rainha do Egito de 51 a

30 a.C. Em 48 a.C, conheceu C / / 5 6 S$ %

reinado, foi casada com o imperador C /655$ morte do imperador,

ela retorna ao Egito e fortalece seus ex $ 8 / = 4 5

territ/4794=7485b:$8/FC$0$

a derrota da batalha de Action, Cle7!/$>07$! %

Larousse, 1970, p. 1720)

23

Dido, assim como Cle/ 6$.//7

sua terra por causa de seu irm/4/+4$%W7/

ela reivindicou um peda476$/

boi em tiras bem estreitas e estas, unidas pelas pontas, deram para rodear um espa45$

fundou Cartago, que com o passar dos s $%/&

com o rei dos maxitapranos, comete suic/6-se no alto de uma Pira f&$7

venerada como deusa, e seu culto confundiu-se com o de Afrodite. Al /Q9-a como personagem

na sua epop !:/ / % de amor

En $!67/"56$>07$

Enciclop %/CELX/$PCGD@

24Sem76

:$%/sido a fundadora da Babil=$

Al / ( -lhe atribu$+

constitu+>GPF-810 a.C.) e que foi regente durante a menoridade de seu filho:

(43)

apenas como um poema liter//ali/45/

j $ / < 0

Maria de Nazar /6(6$0 25foi a

m . e Caio Craco. Ambos lutaram para a realiza 7:

Roma, por (75/594

das terras que os irm 4 $ * / 7essa

causa. Por &/ 89 4/ 56/

Jesus: :$ , 5

destino de Maria, pois ele difere do argumento das' . De acordo com a*+,

a partir da interpreta / 4 ! 5

%:>=( 1, 29), isto /56 eterna (do inferno), por lesmente enuncia que Maria ser6%/

no dia que Este quiser B:$!"//9"

b/ 6/ & 4 %

religi3 rist/ / . 0 > 3 @/

Deus n: B / -se:/ 7 5 5 <!

Verbo se fez carne e habitou entre n1 >$$$@: >C/ CH@$ % 7/ "o 4 %

quiser descer a terra: 7 %/ 44

inten57:$

25 Corn 7 4 55 CGE-110 a.C. M 9 76/ 5

crian/ <na e dois rapazes: Tib 00$*7

peble num per&$!77//

alcan(5/ /$ Tib /45

133 a.C., foi assassinado, apc/$!0/47

empossado em 123 a.C., pediu para que um escravo lhe matasse ap 7 5o que tentava

impor sua proposta pela for$>07$! U5-!-Americana).

(44)

Como vimos, a serpente apresenta o destino maravilhoso da 7: 7

meio de mulheres que geraram os reinos mais poderosos da antiguidade, de poetisas que geraram poemas que marcaram as origens da arte liter46(

ideais ser76$ /67

eternizada pela humanidade, o que refor A /

descend $ 8 / 6 / "

nomes das mulheres acima para atacar uma das fragilidades humanas mais apontadas pelos

narradores machadianos, a :$ 8 / (

encarado como instinto natural, pois a condi 79 4 alguma forma perpetuar nosso nome na hist/4:$/

nomeada: 6 4: 6/ / 5

serpente. Esta apresenta a Eva a possibilidade de ser a : personalidades que, mais do que executarem grandes feitos, tiveram os seus nomes consagrados pela hist$ 4/ 7-se a ironia, pois o que a serpe realmente prop3 !5

imortalidade ou, melhor, a perpetua///65

7 5 cia: -se mortal. Desse modo, h 5

tenta 6 +$ Q< 7

imortalidade. Portanto, no conto, mais uma vez, o autor iguala um conceito religioso,

:/ to n /:1 7 / 4

primeiro trata da exist > @$ 0 6 Q 7

verdadeira, Ad!566/7r

meio do :/ (-crist/ 4 :

eternidade e:$

(45)

A tenta$! !57

vaidade: a preocupa r 7/ 5 4 6 6

vestiduras e compor 7 4 "A

beleza da mulher, fazendo com que estas se aproximem ao m"5$%/ uma das fun3 tenta e, talvez, a que o autor privilegiou, uma vez que seu reconhecimento d-se apenas numa leitura das entrelinhas seja apresentar uma s

manifesta556$

Mesmo diante de tal tenta/!5-se a comer do fruto. Ad / isto / 6$ %/ 5 6

dedica +: / 4 ( 7

buscarem-nas. Quando chegaram ao c /%ou dizendo:

M Entrai, entrai. A terra que deixastes, fica entregueB.6/

aos animais ferozes e mal 7/B66//

B 5 A$ 4 (/ ( /

nenhuma criatura igual a v

piedade (ASSIS, 1998, v. 2, p. 279).

Como podemos ver, mais uma vez, o autor realiza a dessacraliza*+, pois fica

evidente que, em sua hist/erfeitas s6

conjunto de Deus e do Diabo. Esse fato, ironicamente, se contrap3@, em que Deus, ser

de suprema perfei/79797:$87/4

sobre a verdade dos seus ditos, o juiz de fora de repente afirma n4//

segundo suas pr 5/ 5 /

4/4/5/:>.279).

Esse desfecho faz com que percebamos que o juiz de fora apresenta sua hist

maneira a que nos prendamos ao fato narrado como se sua ocorr 75

(46)

formular hip 4N 7$ ! 4to (esse nosso envolvimento com o enredo do conto) se d & / / +$

Veloso, na forma de contar sua hist/5 @,

e o trabalho intertextual realiza um movimento de aproxima7"/ fazendo com que a diferen"9-se a partir do modo como ele, ou o pr autor, interpreta alguns trechos da*+. Portanto, como pudemos ver, uma an" fundamental para uma leitura mais abrangente dessa hist$ S / 4

percebemos uma outra caracter6<$+

observarmos bem, notaremos que o Sr. Veloso narra sua vers e servido por D. Leonor simultaneamente. Outra constata 4 convivas era saber os ingrediente que compunham o doce. Desse modo, podemos levantar a hip 4/ 6/ 5 9 autor impl:26 de

que a fic 45$8 7-se em alguns dados do

pr"$/574/6/(9

fora simplesmente a desmente e volta a falar do doce. Nesse gesto, aparentemente, ele demonstra n&6/-lhe pouca importA/ fosse realmente um recreio no momento da sobremesa, ou melhor, fosse ela tamb sobremesa para os ouvidos dos convivas. No entanto, mesmo utilizando alguns recursos para atenu-lacomo, por exemplo, o humorsua narra5/

5 5 6 6/ / 5

origem blica do mundo e do ser humano, cuja rela55/

26No artigo

*aura: ): * :"V

W59/ -se no conceito desenvolvido por Wayne C. Booth, define que autor impl7

exist (/7/-a segundo oA7

trazendo aos olhos5459//

(47)

da presen %$ 8 / 6 5

@, conforme mostramos durante a an$ % / 4 descren

juiz de fora em sua pr5 /5/9/

que 7 4 5 5 6$ 4 / reconhecer a forma utilizada para a composi ve agu 3 leitura com a mesma intensidade com a qual os personagens querem saber os ingredientes do doce, servido na sobremesa, e que lhes agu $ / correlacionar os conjuntos: refeiT lidade/fic/ 57 4

refei 4 53 9 73

convidados, conseqN/55

cotidiano; j 06:/9"

Bento Santiago27 h / $ 8

ambiente, 5 / 5/ -se da *+ para

compor fic$+/ 547//

fun3 44$8!5:/

Sr. Veloso parece criar uma :6no, uma vez

que homem seria mais ou menos uma cria5$8/

-se, quando, no fim de sua narrativa, ele nos informa que Ad !5 / pr / 7 / 5 %< 4 "tes, fica entregue B

Tinhoso(...):>$PLE@$ 0 7/ 5 4 4 4N

humanidade nesse novo mito. O enigma talvez seja uma solu nunca apresentar uma teoria fechada ou simplista. A ambigN

dessas doutrinas metaf $ % / 7 6

27

(48)

propB:/4( 797

ela. O final suspenso, ou em aberto, exige que o leitor retorne ao texto para encontrar-lhe um

sentido.,534

livro ) , buscando comprovar que um dos fios que une os contos da coletA metalinguagem, que, entre outros procedimentos, pode ser percebida por meio da intertextualidade com a*+.

(49)

*+",0!1 !1!1

07-7!1

07-7-7 ,,+%

No conto*es:/6<:Y:1

histJ5/:/4$:

prop3-se a apresentar o lado interior de Xavier, relatando histJ5/cuja

transmiss 7 7 $ 0 / J5/ :/ (5

criatividade, era um grande construtor de imagens novas, ousadas e engenhosas; al / articul-las habilmente; no entanto, devido B 55/ ele espalhava suas id B toa, ao acaso e, por isso, ficou pobre delas. Ap/ criar uma m"5"9:/-a ao mar das id 5 ela voltava para ele. Dessa forma, imita os mesmos gestos de Pol ( 6:

apresenta resumidamente a Y:/ 4 6 7 J5/

/$$$:>++-+/CEEG/5$C/$FLG@$87/:74J5

diferentemente de Pol/47//9/7

restitununca mais conseguiu recuperar sua m"$

Como vimos, assim como no conto !5:/ * :/

narrativa em abismo em que o di:Y: &55

de apoio para que a hist J5 ( :$ *

motivado pelo fato de que ele e o outro conhecem perspectivas diferentes da personalidade de

Xavier: : 5 9 / ( Y: 6$ %

(50)

apontamentos preliminares, conv 4 7 5$ * : 7

publicado pela primeira vez em dois de junho de 1882, acreditamos que os argumentos desse

conto : "/ *

Espelho:/$0/*!6:/

boa parte da cr 6/ o um conto teoria ou filos7 > utilizado por Alfredo Bosi, 2000, p.83). De acordo com essa perspectiva, a teoria de Jacobina

compreendida como a forma ir= / / 7

volubilidade humana, na qual, num n5 7/

narradores. Da 4 * :

esbo*6:// 5"6/&

tamb nstr 5 $ . 5

seqN / 4 5

exterior (alma exterior).

Tentando apresentar a Y: J5/: creve um personagem praticamente sublime. Para isso, ele interliga uma s "5 cujos sentidos, em alguns casos, aparentemente, s talvez tentando reproduzir, em sua

pr7/45J5$

Rico e pr/ -lhe eu. Bebia p $ 0 l "$ 8 -borr/ 6-lo vulgar e mercantil; empregava areia nas cartas, mas uma certa areia feita de p diamante. E mulheres! Nem toda a pompa de Salom 4 Xavier nesse particular. Tinha um serralho: a linha grega, a tez romana, a

exuberA / 73 / /

tudo era admitido no har J5$U-se loucamente de uma senhora de alto coturno e enviou-lhe de mino tr 09/4

contava sete, e n4744 -rapado. N6$*

portador foi um dos arcanjos de Milton, que o Xavier chamou na ocasi4 ele cortava o azul para levar a admira656 $! assim o Xavier. Capeava os cigarros com um papel de cristal, obra fin/ /

(51)

para acend -los, trazia consigo uma caixinha de raios do sol. As colchas da cama eram nuvens purp&as, e assim tamb 4757/

poltrona da secret$+46797 /6?/

com aqueles mesmos dedos cor-de-rosa, que Homero lhe p=$J5a. o que o capricho e a riqueza podem dar, o raro, o esquisito, o maravilhoso, o

indescrit5/5/55/469/

e um bom cora>$FLC-372)28.

Se nossa leitura estiver correta, a exuberA7

que elas s:45J5

antes de sua escassez de id $ - 5/ &

situacional, a hist J5/ :/ / 7ada:

Xavier, isto /:767/645

Xavier. No entanto, n &/: /

hist/ 7 4J5ria lhe narrado os acontecimentos ocorridos com ele. Nossa hip7-se a partir da leitura do trecho do conto em que o personagem

:574J5"<

Saiu de casa, encontrou um amigo, travou conversa, escolheu assunto, e acabou dizendo o que era a vida, um cavalo xucro ou manhoso, e quem n75

que o pare$%/75971J55

de descrever primeiro a sua tristeza, o desconsolo dos anos, o malogro dos

esfor/ 7 5 / 4 " 7

aberta, digo, quando a como6/746

anel, e fugiu a meter-se em casa (p. 378).

Como vemos, Xavier antes de lanar sua m"///

/4/673/6

28 Lembramos como curiosidade que Machado de Assis deixou expresso

por meio da nota D de sua primeira

edi)& conforme recupera John Gledson no P:9 que o

personagem Xavier era uma&6ur de Oliveira. Dessa forma, as imagens espetaculares

criadas pelo autor, por meio da boca do personagem:/

(52)

do ouvinte. Com isso, ele 9: / /

m"/ 4 seu grande objetivo. Ao lermos o conto, percebemos que :

mesmo procedimento para lan"J5Y:/4N//$

Primeiramente, ele apresenta os infort& 7 J5 ar a hist "$ % 7/ J5 4: 7

argumentativo para convencer seus ouvintes. Ao reconhecermos esse movimento seqN/ mesmo tempo, imitativo, que se d 7 4 no conte&/

constataremos que pode haver a7/4

forma de composi$U5 7

hist 6$ Q 4e ela & personagem, mas intermediada por outros tantos, pois :/ -la, cita Xavier, que cita

Pl/4>$$$@$/476/

que no conto &7 resgatada, com a hist:/54

algum momento dessa transmiss55/6:

omitir6$/57

entre Xavier e:/594/:/J5

-lhe seu 6:>$FLE@$%7/""

qual dos dois est7$8a recupera*

Pol:/ /95:

o significado da hist 5 / 4N 9

objetivos.

A partir dessa&erva/45"

mais detalhada, conv 473"$0

vimos, nele s 4 B /

(53)

liter/7fica e hist$!-se por meio da cita personagens, de escritores, de poetas, de imagens, e, at / 6 5 4 comp3 3 $ '/ 7 3 exto.

Dessa forma, o leitor n:7 /5

cuidado com a forma e o sentido que elas adquirem no texto machadiano. Al / leitor o trabalho de averiguar os limites da apropria4s autores machadianos no caso desse conto, as personagens Xavier e : fazem de outros textos para concretizar seus objetivos. Explicaremos melhor, retornando ao caso da compara6

Pol:J5:. Como sabemos, o &79

dessa narrativa, dizendo que foi o pr J5 4 6 65 / / / Pl$

Pol556+$!79179/4

come alguma viravolta da Fortuna, e, para aplac-la antecipadamente,

determinou fazer um grande sacrif<4/

alguns, lhe servia de sinete. Assim fez; mas a Fortuna andava t cumul-lo de obs 4/4nel foi engolido por um peixe, o peixe pescado e mandado para a cozinha do rei, que assim voltouB$87 a respeito desta anedota; foi ele quem me contou, citando Pl/ citando... (ASSIS, 1998, v.1, 377-378).

De acordo com nossas pesquisas (e com a nota de rodap 4 6 ' conto na dos contos machadianos selecionados por ele), a hist

pode ser encontrada em v//5#: de Pl/Q6o.

Como vimos na cita / 7 :

quando afirma que Xavier citou Pl / $ 0

histJ5/4 nticas. No entanto, na hist / " 5 59

(54)

futuros. De acordo com Pl/

sacrif 4 95 6 Bsa:/ 4 /

prosperidade para seu reino. Desse modo, o fato do rei reencontrar seu anel 4

:7//429. Assim,

apl/5744J5>7

: -a) entre seu azar e a felicidade de Pol 7(/ / 5/ hist7>J5T:@4/ao narrar a

hist / / $

disso, devemos nos atentar para o fato de que Xavier (:@/6/

pretere a rela+5$!enhum momento da narra/6

de que o gesto de lan 7 B $ 0 /

notamos que, assim como ocorre com as cita33>6@/ mito do anel de Pol essacralizado:30. Novamente, forma como o autor realiza o processo do recortar/colar. Portanto, conhecendo em sua totalidade

a cita/74J5 /

igualdade. Acreditamos que a omiss 6

personagens Xavier e : 7 / 5

Xavier, uma vez que ele B7:$/bjetivo de Xavier

(ou:@$

Assim, nesse trabalho intertextual de recuperar a fonte da cita/-aB7 desenvolvida pelos narradores machadianos, observamos que ela se tornou um instrumento de

29 PLINE.# > . Traduction nouvelle par M. Ajasson de Grandsagne. Tomo Vingti $<

C.L.F. Panckoucke, 1833.

30As sugest37#$%#$0.

que atualmente, estuda as rela3"

entre os mitos greco/romanos e o livro de contos)& em virtude do Exame de Qualifica/7

(55)

manipula/ / > 5/ 59 4

hist Y:@5$-4//7

credibilidade ao discurso ou a narrativa de quem a utiliza, no entanto, na obra de Machado de

Assis, como v(7/ 47

e sentido completamente diferentes que os de sua fonte. Sabemos que essa constata evidente, pois, como dissemos, v / !ug '/ (

assunto. No entanto, chamou-nos a aten743>

alus3@ 6 7 / 9 6$

Citando/aludindo, assim como ocorre com a recupera6:/

trabalha com a possibilidade de algu //6

de Pl$ - ( 4 -narrador : *

Poltes:/ J5 Y:/ -se a partir dos princ

6:/ " . 6:$ 07 5

conto, com rela B / 6 76 7 /

aprendendo e sabendo apenas o necess 5-discuss: 5

entre uma refei$/4/6

anel de Pol/7-se a seguinte cadeia: Xavier 7:lj4

do autor pode ter sido pregui/4(/transmitiu

a hist:4/59/445646

foi contada, (re)narrou a Y: / amente, aos leitores. Caso nossas observa3 ( corretas, veremos que o sucesso dessas transmiss3/((5 5/ no fato de que nessa cadeia quase todos s63:$/7

retode ser uma sinaliza75$

(56)

anel de Pol: 7 4 to, de mesmo nome, se constitua. Com isso, descobrimos que um dos elementos que integra a maneira nova, como afirma John Gledson, de Machado de Assis compor fic 3

(alus3@/:6Btradi3/6/

cient7/77///$/ 5/

provocante, em que o trabalho intertextual, geralmente, culmina na ironia.

Conclu 59 4 5 tos B 3 " 4

Machado realiza em seu texto. No caso de nosso trabalho, a aten 5-se para as cita3 b$ ! * :/ 6 6 4 3 $

Primeiramente, ao apresentar Xavier, : -humano, que bebe

:1 ":/

diamante:16/(1

de cristal:1-se em camas, poltronas e redes feitas de nuvens; e toma caf 7 Aurora (p. 371-372). Especificamente, em relaB6/:7<

E mulheres! Nem toda a pompa de Salom 4J5 nesse particular. Tinha um serralho: a linha grega, a tez romana, a exuberA

turca, todas as perfei3 / /

admitido no har J5>++-+/CEEG/5$C/$FLC@$

Como podemos ver, temos um recorte do texto b-aventurans em que, no final de seu serm6/<

28. E porque andais v5?0

do campo: elles n67$

29. Digo-vos mais que nem Salam( como

um d>L@$

(57)

Como / 56/ 5 5$ Para isso, entre outras imagens, ele recupera a figura de Salom/ -o aos l

campo. Salom76%5/, e seu reino foi um dos mais ricos do oriente.

Desse modo, ao criar a express +:/

caracter76%5/49/5. J6/

recuperar a expressa pompa de Salom:/:49/4

desenvolvido por Jesus no Evangelho, por um outro sentido, o da poligamia desse personagem b6/4 5, no qual se afirma que Salom 5 6 9 31. No caso desse conto, ao utilizar a

imagem da +:/ 6 / 6 /

caracter4 +65$%7/ autor cria

uma forma l&79B+:/"/ /5>

verbo) > %, j " 6 4

caracter76%5livro dedo %.

Al / 5 4/ * :/ : 9

mesmo procedimento : / < 9 : +

para elucidar suas formula3$0raremos em nossa an.6:/

uma das caracter " 6/ / 5

47: (5/5$!//

31 Al *+, existem outras fontes textuais e arqueol 4 5" +$+

hist/ 76%5/jogo de interesses pol/6/-se o

terceiro rei da Monarquia Israelita Unificada, com o apoio de sua m/; /78$+/V

Cazelles, em#: + B, diferentemente do pai, Salom7i um rei guerreiro; em seu reinado,

prevaleceu a sabedoria diplom5$ /5-se pela riqueza, que propiciou,

entre outras coisas, as grandes constru3/"/. . O rei de

Israel tamb A 6 $ + *+, Salom 5 6

trezentas concubinas. De acordo com Roland de Vaux, emB;< B %,

(58)

dissolvidos em imagens constru$,+:$/

conto, ela "A4674J56/

vez que ele -45"46$

Durante a leitura do conto veremos que as afirma3:Y:J5

d4&47/J54

ele conhece 6 4 6 1 n

presenteia mulheres porque n15/"$5

esse desentendimento, o personagem:"4J5 // falando sobre o lado interior (mas ns, ao ler de maneira mais aprofundada

o conto, em d&557/

interlocutores):

Creio; esse J5"$556$Q 7

Marta, eu falo-lhe de Maria; falo do Xavier especulativo... (p. 372).

Nesse instante, temos a recupera6<0/

por meio da cita19//

atrav $0se sabe, os evangelistas Marcos, Mateus e Lucas comentam a tenta que Jesus sofreu do diabo, durante os quarenta dias que ficou retirado no deserto em jejum. Os dois&56$+32, nesse per, o diabo veio tent-lo; percebendo a fome Dele, desafiou-O, mandando que transformasse

algumas pedras em p75476%$

32 Em raz465B9/6 "

para comentarmos sobre a tenta$86compromete a interpreta6//

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