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A gravidez na adolescência sob a perspectiva dos familiares: compartilhando projetos de vida e cuidado.

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Academic year: 2017

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A GRAVI DEZ NA ADOLESCÊNCI A SOB A PERSPECTI VA DOS FAMI LI ARES:

COMPARTI LHANDO PROJETOS DE VI DA E CUI DADO

Lucía Silva1 Vera Lúcia Pam plona Tonet e2

Silva L, Tonet e VLP. A gravidez na adolescência sob a perspect iva dos fam iliares: com part ilhando proj et os de vida e cuidado. Rev Lat ino- am Enferm agem 2006 m arço- abril; 14( 2) : 199- 206.

Estudo qualitativo, que obj etivou apreender o significado da gravidez da adolescente para seus fam iliares. Em pr egou - se a en t r ev ist a sem i- est r u t u r ada e discu r so do su j eit o colet iv o. A gr av idez da adolescen t e é representada com o problem a a ser enfrentado com o suporte fam iliar. As fam ílias preocupam - se e se m obilizam par a r esolv er as adv er sidades. Além do choque pela not ícia, im pot ência quant o à pr ev enção da gr av idez, conform ism o, alegria e m elhora no relacionam ent o fam iliar pela chegada do bebê, evidenciou- se a frust ração devido à int errupção/ m udança no proj et o de vida fam iliar em relação à adolescent e sem um relacionam ent o est ável com o pai da criança. Considera- se que, ao se valorizar a perspect iva dos fam iliares sobre a gest ação na adolescência, o cuidado profissional à adolescent e grávida e à fam ília pode se dar em parceria e sint onia com o cont ex t o fam iliar e social, facilit ando o enfr ent am ent o de conflit os e r econhecendo a fam ília com o suj eit o at ivo nesse processo.

DESCRI TORES: saúde da fam ília; relações fam iliares; gravidez na adolescência; enferm agem

ADOLESCENT PREGNANCY FROM A FAMI LY PERSPECTI VE:

SHARI NG PROJECTS OF LI FE AND CARE

This qualit at ive st udy aim ed t o apprehend t he m eaning of adolescent s’ pregnancy for t heir fam ilies, using sem ist r uct ur ed int er view s and collect ive subj ect discour se. Adolescent pr egnancy is r epr esent ed as a problem to be faced with fam ily support. The fam ilies worry and are m obilized to solve adversities. Besides the shock about t he new s, im pot ence as t o pr egnancy pr event ion, confor m ism , happiness and im pr ovem ent in fam ily relat ionships due t o t he baby’s arrival, part icipant s evidenced frust rat ion due t o t he int errupt ion/ change in the fam ily life proj ect in term s of the adolescent being pregnant without a stable relationship with the child’s fat her. I n valuing t he fam ily perspect ive on adolescent pregnancy, professional care t o pregnant adolescent s and t heir fam ilies can be delivered in part nership wit h t he fam ily and social cont ext , m aking it easier t o cope wit h conflict s and recognizing t he fam ily as an act ive subj ect in t his process.

DESCRI PTORS: fam ily healt h; fam ily relat ions; pregnancy in adolescence; nursing

EL EMBARAZO EN ADOLESCENCI A EN LA PERSPECTI VA DE LOS FAMI LI ARES:

COMPARTI ENDO PROYECTOS DE VI DA Y CUI DADO

Est e est udio cualit at ivo t uvo por obj et ivo aprehender el significado del em barazo de adolescent es para los fam iliar es, m ediant e ent r ev ist as sem iest r uct ur adas y discur so del suj et o colect iv o. El em bar azo de la adolescent e se represent a com o un problem a a ser enfrent ado con apoyo fam iliar. Las fam ilias se preocupan y se m ovilizan par a r esolver las adver sidades. Adem ás del sust o por la not icia, im pot encia en cuant o a la prevención del em barazo, conform ism o, felicidad y m ej ora en la relación fam iliar por la llegada del bebé, la frustración se evidenció debido a una interrupción/ cam bio en el proyecto de vida fam iliar por el adolescente no tener un relacionam iento estable con el padre del bebé. Consideram os que, cuando se valora la perspectiva de los fam iliares sobre la gest ación en la adolescencia, el cuidado profesional a la adolescent e em barazada y la fam ilia puede pasar en sint onía con el cont ext o fam iliar y social, facilit ando el enfrent am ient o de conflict os y reconociendo a la fam ilia com o suj et o act ivo en est e proceso.

DESCRI PTORES: salud de la fam ilia; relaciones fam iliares; em barazo en adolescencia; enferm ería

1 Enferm eira, Especialista em Saúde da Fam ília, Mestranda da Escola de Enferm agem de Ribeirão Pret o, da Universidade de São Paulo, Cent ro Colaborador

da Organização Mundial da Saúde para o desenvolvim ent o da pesquisa em Enferm agem , e- m ail: lucia_funes@yahoo.com .br; 2 Professor Assistente da

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I NTRODUÇÃO

A

adolescência é a fase de transição entre a infância e a idade adult a, quando o desenvolvim ent o d a se x u a l i d a d e r e v e st e - se d e f u n d a m e n t a l im p or t ân cia p ar a o cr escim en t o d o in d iv íd u o em dir eção à sua ident idade adult a, det er m inando sua auto- estim a, relações afetivas e inserção na estrutura social( 1).

Modificações no padr ão de com por t am ent o dos adolescent es, no ex er cício de sua sex ualidade, exigem atenção cuidadosa por parte dos profissionais, dev ido a suas r eper cussões, ent r e elas a gr av idez pr ecoce( 1).

Est i m a - se q u e, n o Br a si l , u m m i l h ã o d e adolescentes dão à luz a cada ano, o que corresponde a 2 0 % do t ot al de n ascidos v iv os. As est at íst icas t am bém com pr ov am que, a cada década, cr esce o núm ero de part os de m eninas cada vez m ais j ovens em t odo o m undo( 2).

Essas adolescen t es t êm sido con sider adas ci en t i f i cam en t e co m o u m g r u p o d e r i sco p ar a a ocorrência de problem as de saúde em si m esm as e em seus concept os, um a vez que a gravidez precoce p o d e p r e j u d i ca r se u f ísi co a i n d a i m a t u r o e se u crescim ent o norm al. Esse grupo t am bém est á suj eit o à eclâm psia, anem ia, t r abalho de par t o pr em at ur o, com plicações obst ét ricas e recém - nascidos de baixo p eso( 2 ). Além d os f at or es b iológ icos, a lit er at u r a

co r r e l a t a r e ce n t e a cr e sce n t a q u e a g r a v i d e z ad o l escen t e t am b ém ap r esen t a r ep er cu ssõ es n o âm bit o psicológico, sociocult ur al e econôm ico, que afet am a j ovem , a fam ília e a sociedade( 2).

Par ece hav er consenso no r econhecim ent o d e q u e u m a g r a v i d e z, n e ssa s ci r cu n st â n ci a s, con f igu r a- se com o u m pon t o de gr an de in t er esse social e at é com o um pr oblem a de saúde pública, dadas as conseqüências j á m encionadas, necessitando de atendim ento diferenciado nos serviços de saúde( 3).

Nesse sent ido, t em - se sugerido, sem pre que possível, a inclusão do pai do bebê, da fam ília ou até de outra pessoa significativa no acom panham ento das gest ant es adolescent es pelos serviços de saúde, no int uit o de gar ant ir um a gest ação pr azer osa e com m enor índice de int ercorrências( 3).

Te m - se , p o r p a r t e d a so ci e d a d e , a expectativa de que a fam ília produza cuidados a seus

m em bros e, nesse processo, pode est ar envolvida a utilização de cuidados do sistem a profissional de saúde p ar a ap oiá- la, f or t alecê- la e or ien t á- la( 4 ). I n clu ir

fam ílias no cuidado do enferm eiro não apenas exige a t en çã o esp eci a l à s i n t er a çõ es, a o i m p a ct o d a s v iv ências, m as t am bém ex ige conhecer dinâm icas, crenças e form as de adaptação a situações diversas( 5).

Logo, n a pr át ica da en fer m agem com fam ílias, os fenôm enos que env olv em os pr ocessos de saúde e d o e n ça d e se u s m e m b r o s d e v e m l e v a r e m consideração as expectativas, relações e os contextos fam iliar es.

Ao se r e v i sa r a l i t e r a t u r a ci e n t íf i ca q u e p r i v i l e g i a a g r a v i d e z n a a d o l e scê n ci a , so b u m a a b o r d a g e m co m p r e e n si v a * , d e p a r a - se co m a cr escent e pr eocupação em apr eender a per spect iv a das adolescent es sobr e esse fenôm eno, ent r et ant o, co n st a t a - se, a o m esm o t em p o , q u e ex i st e u m a produção ainda incipient e de pesquisas explorando a visão dos fam iliares quando vivenciam esse processo em suas fam ílias.

Assim , perant e os argum ent os apresent ados, a principal questão que im pulsionou a realização deste est udo foi: - O que t em significado para a fam ília a gr avidez da adolescent e?

OBJETI VOS

Em geral, t eve- se com o obj et ivo apreender o significado que os fam iliar es at r ibuem à gr avidez na adolescência, quando lev am em consider ação a a d o l e sce n t e g r á v i d a e su a p r ó p r i a f a m íl i a . Especificam ent e, buscou- se ident ificar e analisar as represent ações sociais elaboradas por esses suj eit os sobr e a descober t a de um a adolescent e gr ávida na fam ília e sobr e as m udanças ocor r idas na v ida da a d o l e sce n t e e n a v i d a f a m i l i a r e m r a zã o d e sse f en ôm en o.

Ao d e sv e n d a r e sse f e n ô m e n o so b a p e r sp e ct i v a d o s f a m i l i a r e s, co n si d e r a n d o su a s r e p r e se n t a çõ e s so b r e o m e sm o , t e v e - se co m o finalidade obt er subsídios par a r ealizar av aliação e pr opor int er v enções j unt o às fam ílias que o est ão v i v e n ci a n d o , p o r se a cr e d i t a r q u e é r e ce b e n d o cuidados que a m esm a poderá processá- los.

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ASPECTOS METODOLÓGI COS

Adotou- se, no presente estudo, a abordagem qualit at iv a, definida com o aquela que se pr eocupa co m u m n ív e l d e r e a l i d a d e q u e n ã o p o d e se r q u a n t i f i ca d o e q u e t r a b a l h a co m o u n i v e r so d e significados, m ot ivos, aspirações, crenças, valores e atitudes que, por sua vez, correspondem a um espaço m ais pr of u n do das r elações, dos pr ocessos e dos f e n ô m e n o s q u e n ã o p o d e m se r r e d u zi d o s à oper acionalização de v ar iáv eis( 7). E, par a at ingir os

obj et iv os pr opost os, pr ocur ou- se fundam ent ar est e e st u d o e m a l g u n s p r i n cíp i o s d o r e f e r e n ci a l d a s r epr esent ações sociais.

O term o representações sociais designa tanto um conj unto de fenôm enos quanto o conceito que os e n g l o b a e a t e o r i a co n st r u íd a p a r a e x p l i cá - l o s, i d e n t i f i ca n d o v a st o ca m p o d e e st u d o s p sicossociológ icos( 8 ). A t eor ia d as r ep r esen t ações

sociais p r ocu r a ab ar car u m f en ôm en o, sob r et u d o urbano, em que o hom em m anifest a sua capacidade invent iva para assenhorar- se do m undo por m eio de conceit os, afir m ações e ex plicações, or iginados no dia- a- dia, dur ant e int er ações sociais, a r espeit o de q u alq u er ob j et o, social ou n at u r al, p ar a t or n á- lo fam iliar e gar ant ir com unicação no int er ior de um gr u po e, t am bém , in t er agir com ou t r as pessoas e grupos( 6).

O est u d o f o i r ea l i za d o em d o m i cíl i o s d e fam iliares de gestantes adolescentes usuárias de um a unidade básica de saúde de um m unicípio do interior p a u l i st a , d e m é d i o p o r t e . Essa u n i d a d e q u e se configura com o um serviço- escola, abrange ext ensa área geográfica, com população diversificada em suas caract eríst icas sociodem ográficas e epidem iológicas. No decor r er do t r abalho de cam po, t am bém for am incluídos fam iliares de gestantes adolescentes usuárias d e o u t r a u n i d a d e b á si ca d e sa ú d e q u e , a o se r inaugurada no período de realização dest a pesquisa, passou a cobr ir par t e da ár ea de abr an gên cia do prim eiro serviço citado e que, por sua vez, configura-se com o unidade de saúde da fam ília que atende um a p o p u l a çã o co m m e n o r p o d e r a q u i si t i v o e co m pr oblem as sociossanit ár ios r elev ant es.

Par t icipar am fam iliar es que at ender am aos cr it ér ios de in clu são dest a pesqu isa, a saber, ser f a m i l i a r d e p r i m i g e st a s a d o l e sce n t e s, se m int ercorrências, at endidas pelas duas unidades acim a r ef er idas, sen do in dicados por essas j ov en s com o

p ot en ci ai s i n f or m an t es sob r e o i m p act o d e su as gestações no âm bito fam iliar e por serem os fam iliares m ais pr óxim os e significat ivos no acom panham ent o desse processo, j unt o às adolescent es grávidas.

Trat ando- se de est udo qualit at ivo, perant e o universo de fam ílias que corresponderam aos critérios acim a estabelecidos, a seleção da am ostra considerou a variabilidade e qualidade dos suj eitos entrevistados, a fim de que eles pudessem for necer dados r icos, i n t e r e ssa n t e s e su f i ci e n t e s p a r a e l a b o r a r a s r e p r e se n t a çõ e s a ce r ca d a g r a v i d e z a d o l e sce n t e v i v e n ci a d a . Fo r a m e x cl u íd o s, p o r co n se g u i n t e , som en t e os f am iliar es q u e n ão con cor d ar am em participar, em qualquer m om ento da realização desse t r abalho.

Os d a d o s f o r a m co l h i d o s n o p e r ío d o d e f ev er ei r o a set em b r o d e 2 0 0 4 . A q u an t i d ad e d e en t r ev ist as r ealizadas f oi def in ida n o pr ocesso do t rabalho de cam po, por m eio do crit ério de exaust ão das respost as obt idas. Por esse crit ério, const at a- se q u a n d o a s r e sp o st a s à s p e r g u n t a s d o t r a b a l h o com eçam a se repet ir, dem onst rando a suficiência do m a t e r i a l co l e t a d o p a r a a l ca n ça r o o b j e t i v o est abelecido( 7).

Com o inst rum ent o para colet a de dados, foi ut ilizada a ent revist a sem i- est rut urada. O rot eiro da en t r ev ist a f oi com post o por qu est ões r elat iv as ao m om ent o da descobert a da gravidez para a fam ília, m udanças no convívio fam iliar, a vivência da gravidez par a a fam ília e a possibilidade de m udar algo em relação a esse processo.

Par a car act er ização d os f am iliar es, f or am incluídas no r ot eir o da ent r ev ist a quest ões sobr e o ent revist ado com o sexo, idade, parent esco, anos de aprovação escolar, ocupação, renda m ensal e se esse f am iliar m or av a n o m esm o dom icílio da gest an t e. Al é m d e ssa s, f o r a m l e v a n t a d a s a l g u m a s caract eríst icas relat ivas à própria adolescent e com o o est ado civil, sit uação de t rabalho e est udo ant es e após a gravidez.

A p r e se n t e i n v e st i g a çã o f o i a v a l i a d a e aprovada por Com it ê de Ét ica em Pesquisa e t odos os fam iliares que assentiram em participar do m esm o receberam explicação det alhada sobre sua finalidade e obj et iv o e assinaram o Ter m o de Consent im ent o Liv r e e Esclar ecid o p ar a Par t icip ação em Est u d o Cient ífico.

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Pa r a a o r g a n i za çã o e a p r e se n t a çã o d o s dados, foi ut ilizado o m ét odo elaborado por Lefèvre e colaboradores, dando dest aque à ident ificação das expressões- chave, à apreensão das idéias cent rais e à con st r u ção d o d iscu r so d o su j eit o colet iv o. As ex pr essões- chav e são const it uídas por t r anscr ições lit er ais de par t e dos depoim ent os, que per m it em o r esgat e do que é essencial no cont eúdo discur siv o dos segm ent os em que se div ide o depoim ent o; a idéia central de um discurso pode ser entendida com o a ( s) a f i r m a çã o ( õ e s) q u e p e r m i t e ( m ) t r a d u zi r o essen cial do con t eú do discu r siv o ex plicit ado pelos suj eitos em seus depoim entos; e o discurso do suj eito colet ivo é a reconst rução, com pedaços de discursos individuais, de tantos discursos- síntese quantos forem n ecessár ios, p ar a ex p r essar u m d ad o p en sar ou represent ação social sobre um fenôm eno( 9).

RESULTADOS E DI SCUSSÃO

Fizeram part e do est udo um grupo de nove m u l h er es co m i d ad e en t r e 1 9 e 5 8 an o s, assi m const it uído: cinco m ães, um a sogr a, um a t ia, um a irm ã e um a avó. A m aioria delas possuía de cinco a oit o anos de aprovação escolar. Predom inant em ent e, ex er ciam at iv id ad e r em u n er ad a sen d o cit ad as as ocu pações: au x iliar de ser v iços ger ais, qu it u t eir a, em pregada dom éstica e faxineira aposentada. A renda m ensal v ar iou de cent o e v int e a m il r eais. Cinco fam iliar es, quat r o m ães e um a sogr a m or av am no m esm o dom icílio da gest ant e.

No t ocant e à caract erização das j ovens, t rês delas er am solt eir as e seis t inham r elacionam ent o est ável com o pai da criança, sendo que duas delas oficializar am essa união. A m aior ia não t r abalhav a no m om ent o em que descobr iu que est av a gr áv ida e , e m r e l a çã o a o s e st u d o s, m a i s d a m e t a d e int errom peu- os ao saber que est ava grávida.

Pa r t i n d o d e sse u n i v e r so d e su j e i t o s, e seguindo a pr opost a m et odológica, apr esent a- se, a seguir, os resultados e a análise dos dados. Para essa apresent ação, os discursos do suj eit o colet ivo ( DSC) f o r a m a g r u p a d o s p o r t e m a a b o r d a d o , q u e correspondem , basicam ente, aos obj etivos específicos propost os. A cada DSC, foi associada a idéia cent ral correspondente para que, dessa form a, fosse possível analisar os depoim entos colhidos, tendo por referência a lit erat ura cient ífica at ual sobre o assunt o.

A a b o r d a g e m d o s f a m i l i a r e s m a i s significativos para as j ovens iniciou- se pela busca das represent ações desses suj eit os sobre a const at ação pela fam ília do fato de se ter um a adolescente grávida.

Tem a A - A not ícia sobre a gravidez da adolescent e

Em r el ação ao sen t i m en t o d a f am íl i a n o m om ent o da descober t a da gr avidez, a análise dos discursos dest e est udo perm it iu que se ident ificasse que a notícia sobre a gestação da adolescente solteira, em um prim eiro m om ent o, represent ou um “ choque” p a r a se u s f a m i l i a r e s, p o r se t r a t a r d e u m acont ecim ent o inesper ado. Ent r et ant o, aos poucos, as fam ílias passaram a aceitar e a se conform ar com a sit uação, consoant e ilust ra o DSC 1.

Eles contaram prim eiro para o pessoal lá da vila, não

queriam contar, m as aí quando a gente ficou sabendo, a gente

ficou m uito nervosa. Na hora, a gente levou aquele choque, né? Foi

inesperado e aí, a gente ficou um pouco abalada. Ela estava

nam orando esse rapaz e aí, de repente, logo em seguida, ela

engravidou. Eu não gostei m uito... Não era para ter ficado grávida,

ainda m ais m oça assim ! Conversava tanto com ela sobre isso

dentro de casa. Falava para ela “ olha, cuidado, um filho não é

brincadeira” . Aconselhava, explicava, ensinava... Ela viu o que j á

passei com essas crianças dentro de casa. Tam bém , tive filho

cedo. Enfim , eduquei e ensinei; fiz m inha parte. Então, acho que

aconteceu m esm o por um descuido dela... Elas não ouvem o que

a m ãe fala, né? Já tenho outras duas m oças que tiveram filho... a

gente acaba acostum ando, né? Fazer o quê? Se tá na chuva é para

se m olhar... São m uito novas, m as a gente vai segurar elas com o?

A gente tem que acostum ar, não tem outro j eito, né? Tem que se

conform ar... (DSC 1 - I déia central - Choque e conform ism o diante

de um a gravidez precoce e inesperada) .

Por esse discu r so, pode- se apr een der qu e as fam ílias represent am a gravidez na adolescência com o u m p r ob lem a, an cor an d o, a p r in cíp io, esse j ulgam ent o nas próprias experiências prévias e com out ras adolescent es de suas fam ílias, deixando claro que não gostariam que suas filhas, sobrinhas ou netas se deparassem com as m esm as dificuldades.

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Além disso, o discurso deixa t ransparecer o sentim ento de conform ism o da fam ília, que se baseia n a f am iliar id ad e com a sit u ação e n a im p ot ên cia diant e da m esm a, fazendo- a aceit ar e se acost um ar com o fat o.

Mesm o ex er cendo o papel de infor m ant es, m uitas vezes, a rede de apoio fam iliar da adolescente m ostra- se falha em prestar esclarecim entos ou reduzir as incer t ezas das j ov ens. Além de despr epar ados, os int erlocut ores apresent am dificuldades associadas à falta de inform ação e à não aceitação da sexualidade a d o l e sce n t e( 1 0 ). E, co n f i r m a n d o e ssa f a l t a d e

com unicação ent re os fam iliares e adolescent es, no início do DSC 1, pode- se obser v ar que as pr ópr ias adolescent es que engravidam preferem se com unicar, por vezes, com pessoas fora do m eio fam iliar, ou sej a, da com unidade em que vivem , talvez por terem um a r e l a çã o m a i s si g n i f i ca t i v a . Ta l co m p o r t a m e n t o d e m o n st r a co e r ê n ci a co m a p r ó p r i a f a se d e desenvolvim ent o psicossocial do adolescent e, quando se e n co n t r a n o p r o ce sso d e d e f i n i çã o d e su a ident idade, independência e em ancipação, podendo surgir, por um lado, conflit os im port ant es em relação ao con t r ole p at er n o e, p or ou t r o, cu m p licid ad e e ident ificação em relação ao grupo de am igos( 11).

Em co n t r a p a r t i d a , n a s f a m íl i a s q u e r epor t ar am o desej o pr év io de qu e a adolescen t e e n g r a v i d a sse , l i g a n d o e ssa e x p e ct a t i v a a o r el a ci o n a m en t o f i x o d essa ú l t i m a co m o p a i d o concept o, coer ent em ent e, o im pact o da not ícia foi posit iv o, deix an do t r an spar ecer n os discu r sos dos fam iliares a sua grande alegria.

Foi aquela festa, a m aior felicidade do m undo, um a

alegria enorm e, porque a m inha nora já estava casada com o m eu

filho; eles estavam querendo filho desde o com eço do ano e agora

conseguiram . Tá todo m undo feliz lá em casa: as avós, as tias, os

tios. Logo vou ver o rostinho dele, ai Deus do Céu! O negócio é

esperar nascer e dar m uito am or pra essa criança porque acho que

pra neto o am or é o m esm o que pros filhos; ou até m aior... (DSC 2

- I déia central - Alegria perante um a gravidez desej ada) . Existem estudos que evidenciam as diferentes vivências da m at ernidade para as adolescent es. Para a l g u m a s d e l a s, e ssa e x p e r i ê n ci a é p l e n a d e si g n i f i ca d o s p o si t i v o s( 1 2 ). No p r e se n t e e st u d o ,

con st at ou - se t am b ém q u e, p ar a os f am iliar es, a g r av id ez n a ad olescên cia p od e ser p er m ead a p or significados posit iv os, se ocor r e em condições pr é-est abelecidas por elas m esm as. Ou sej a, em u m a sociedade que cult ur alm ent e adm it e o m at r im ônio com o condição prévia para a form ação de um a fam ília,

a união est ável da adolescent e com o pai da criança parece cont ribuir para a represent ação da gest ação precoce com o event o nat ural e desej ado.

Co n v é m r e ssa l t a r q u e a e x i st ê n ci a d e sign ificados posit iv os, n a com plex a r ede de in t er -relações que caract eriza a gest ação na adolescência, p o d e f a ze r p a r t e d e u m p r o j e t o d e v i d a d a adolescente, na tentativa de alcançar reconhecim ento e aut onom ia econôm ica e em ocional em r elação à fam ília de or igem( 13). At r avés do DSC 2, é possível

apr eender que essa afir m ação pode ser v er dadeir a t am bém , ao se considerar o proj et o de vida que os f am iliar es t êm em r elação aos seu s m em br os, n o sent ido de em ancipá- los par a t er em seus pr ópr ios núcleos fam iliares, dando cont inuidade e am pliando sua própria fam ília.

Tem a B - As m udanças fam iliares em decorrência da gr av idez da adolescent e

Ao se r epor t ar em ao t em a em quest ão, os ent revist ados apont aram suas represent ações quant o à s r ep er cu ssõ es d a g r a v i d ez d a a d o l escen t e n o âm bit o fam iliar, dest acando as m udanças ocor r idas quant o à aceit ação da not ícia, ao com port am ent o da adolescent e e às r elações e aos pr oj et os fam iliar es de vida.

À m edida que a not ícia da gravidez passa a se r d i f u n d i d a e n t r e o s m e m b r o s d a f a m íl i a , ex pr essam - se, ent r e eles, sent im ent os posit iv os de sat isfação, influenciando a convivência que passa a ser m ais tranqüila e denotando boas expectativas em relação ao nascim ento da criança, conform e pode ser observado pelo DSC 3, abaixo apresent ado.

Olha, m udou m uita coisa lá em casa... todo m undo era,

assim , m eio bravo, de um ficar gritando com o outro. Agora está

todo mundo mais calmo. Ficou uma beleza, porque está todo mundo

contente com o nenê que está vindo. Antes, todo m undo brigava

dentro de casa, era um xingando o outro, m as graças a Deus isso

acabou. Parece até que, agora, a gente está conversando m uito

m elhor do que antes; não é que a gente não se falasse, não é isso;

é que agora tá m elhor... ( DSC 3 - I déia central - Melhora no

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relacionadas à m elhoria dos cuidados dispensados à j ov em e m elh or aceit ação da gr av idez, v ist o qu e, nesse cont ext o, a gest ação na adolescência não era per cebida com o um pr oblem a e sim um obj et iv o a ser alcançado no proj eto de vida( 13). Assim , a aceitação

social do bebê, independente da idade m aterna, pode estar refletida no lar através de um a interação fam iliar harm ônica( 12).

O present e t rabalho perm it iu ident ificar que ocorrem m udanças específicas nas relações e práticas ent re os fam iliares e a gest ant e adolescent e, sendo que, int egr adam ent e, a fam ília pr eocupa- se com o bem - estar físico da adolescente e se m obiliza através do cuidado e do oferecim ent o de suport e durant e a gravidez e, tam bém , elabora planos para o m om ento após o nascim ent o da criança.

Ah, a gent e se preocupa m ais, né, fica com m ais

cuidado. Ela está tendo m uito enj ôo e não é tudo que consegue

com er e ela precisa se alim entar bem . Todo dia de m anhã ela

vom ita, então, a gente que é m ãe fica preocupada, né? Às vezes,

ela com eça a inchar, passa m uito m al, sabe? No que a gente pode

aj udar a gente aj uda, dá todo o apoio, porque não quer filha

desamparada. Ela não está sozinha nessa... Você tem que proteger.

Dei o m aior apoio; j am ais iria colocar na rua se falasse: “ m ãe, tô

grávida” . Sem pre passo para ver com o ela está. Está todo m undo

aj udando ela com as coisas... Quando precisa de algum a coisa, a

gente vê quem pode com prar, e dá um jeito. Agora, depois que (o

nenê) nascer, tam bém vai ser essa correria... Todo m undo vai

entrar na dança. Às vezes, vejo ela m eio pálida e pergunto se tem

algum a coisa que ela tá com vontade de com er e fico no pé pra ela

tom ar as vitam inas certinho. Quando ela vem aqui em casa eu

aconselho com o é o parto e falo assim : “agora você vai sentir isso,

vai sentir aquilo, vai sentir dor, m as é norm al, toda m ulher grávida

sente”. Vou querer batizar a criança; se for a m adrinha já falei que

com pro berço, com pro roupinha, com pro t udo! ( DSC 4 - I déia

central - Preocupações e cuidados da fam ília) .

Po d e - se p e r ce b e r q u e a s f a m íl i a s d e gest ant es adolescent es, realm ent e, m obilizam - se na f o r m a çã o d e u m a v e r d a d e i r a r e d e d e a j u d a . Atualm ente, na sociedade ocidental, é dever da fam ília of er ecer elem en t os qu e in clu am r elação am or osa, opor t u n idades par a a v in cu lação, con t in u idade da assist ência e carinho( 12).

Na per cepção das pr ópr ias adolescent es, o supor t e fam iliar r ecebido dur ant e a gr av idez pode ser co m p o st o p o r aj u d a f i n an cei r a, ex p l i caçõ es, con selh os, car in h o, ap oio em ocion al( 1 3 ). O DSC 4

exem plifica que os fam iliares represent am o suport e fam iliar da m esm a form a, deixando claro que a fam ília t em responsabilidades em relação à adolescent e e à

criança que irá nascer, independente de estar m orando j unto a ela.

Por out ro lado, em bora haj a a configuração dessa rede de apoio fam iliar, foi possív el ident ificar, a t r a v é s d e st e e st u d o , q u e o s f a m i l i a r e s t ê m e x p e ct a t i v a s e m r e l a çã o a o s p a p é i s a se r e m desem penhados pela adolescent e gr áv ida, est ando at ent os se ela est á assum indo as responsabilidades com sua gest ação, com seu com port am ent o social e, n o â m b i t o f a m i l i a r, se est á se p r ep a r a n d o p a r a assum ir suas r esponsabilidades com o filho que ir á nascer. O DSC 5 ilust ra essa afirm ação.

Acho que antes ela não tinha m uito juízo não. Agora, sei

lá, parece que ela está tendo m ais responsabilidade, pensa com o

vai cuidar do nenê... Apesar de ser criança ainda, ela está bem

responsável: cuida da casa, não fica saindo, faz com ida, sabe?

Acho que ela tá bem responsável para a idade dela ( DSC 5 - I déia

central - Aquisição de responsabilidade da adolescente diante do

papel de m ãe).

Par a as m ulher es, a adolescência pode ser car act er izada com o um a fase de t r ansição na qual ex ist e o con dicion am en t o e o t r ein am en t o de su a “ apt idão” par a o papel de m ãe e esposa que dev e ser assum ido na sociedade( 14).

Os f a m i l i a r e s e n t r e v i st a d o s p e r ce b e m o crescim ent o pessoal da adolescent e um a vez que ela se t orna m ais responsável com o acont ecim ent o da g r a v i d e z. As n o v a s r e sp o n sa b i l i d a d e s e o am ad u r ecim en t o p essoal são f at or es q u e p od em est im ular, inclusive, o cuidado ao recém - nascido( 12).

Em m u it as fam ílias, o cu idado das j ov en s com os bebês é percebido com o at encioso, zeloso, dedicado e supridor das necessidades básicas da criança( 15).

Torna- se necessário destacar que apenas um f a m i l i a r d e m o n st r o u se n t i r i se n çã o t o t a l d e r e sp o n sa b i l i d a d e , d e se j a n d o , i n cl u si v e , q u e a adolescent e solt eir a fosse m or ar com o nam or ado com o conseqüência do ocorrido.

Foi ela que arrum ou filho! Agora tem que ver se vai lá

m orar com ele, porque eles não m oram juntos ainda (DSC 6 - I déia

central - Total responsabilidade da adolescente diante do papel

de mãe).

As reações da fam ília diante da j ovem grávida t e n d e m a se r co n t r a d i t ó r i a s, se n d o co m u m a sobreposição de sent im ent os de revolt a, abandono e aceit ação do “ inevit ável”( 13).

(7)

d e se u s f a m i l i a r e s, q u e se f a z p r e se n t e f o r t e sent im ent o que diz r espeit o à fr ust r ação de se t er u m p r o j e t o d e v i d a f a m i l i a r i n t e r r o m p i d o e / o u m odificado para sem pre, conform e evidencia o DSC 7.

O ruim é que ela estava estudando... Falava para m im que iria fazer curso disso, curso daquilo. Mas não deu, né? I nsisti m ais com ela para ela não parar os estudos. Já tinha feito a

m atrícula dela na 5ª série...A gente fica triste com isso. Não queria que ela passasse pelo que passei. Porque, ela tinha toda um a vida pela frente... ( DSC 7 - I déia central - O proj eto de vida fam iliar frustrado) .

No t ocant e aos est udos, m u it os fam iliar es lam ent am o fat o de a adolescent e deix ar a escola em decorrência de seu estado gravídico. Esse achado m a n t ém co er ên ci a co m d a d o s d a l i t er a t u r a q u e m ost r am a gr av idez pr ecoce com o fat or que pode desencadear, além da baixa auto- estim a, o abandono da escola, do t rabalho e at é m esm o do lazer( 3).

Dent r e os fat or es que det er m inam a saída da adolescente da escola antes do nascim ento do filho est ão o const rangim ent o e as pressões de diret ores, p r o f e sso r e s, co l e g a s e p a i s d e co l e g a s. Ap ó s o nascim ento, o abandono dos estudos se deve ao fato de a j ovem ter de pagar, com seu trabalho dom éstico, à fam ília que abriga seu filho ou necessitar ganhar o su st en t o d e a m b o s. Nesse cen á r i o , a l g u n s p a i s co n t r i b u e m p a r a e sse a b a n d o n o a o p r e f e r i r e m esconder a sit uação vergonhosa da gravidez de sua filha( 14).

É im por t ant e r essalt ar que as r elações na fam ília se expressam através do significado dos vários papéis f am iliar es: m ãe, esposa, f ilh os, pais, e n o próprio ciclo de vida do lar, em que as traj etórias de v ida indiv iduais dev em ser conciliadas aos pr oj et os colet iv os e isso p er m eia t od a a v id a d om ést ica. Qu a n d o o s p l a n o s i n d i v i d u a i s t o m a m r u m o s diferenciados da t raj et ória de vida fam iliar ocorrem divergências entre o que é estabelecido com o obj etivo gr upal e os desej os indiv iduais( 16). Os pr oj et os da

fam ília são for m u lados de acor do com a t r adição, f or m ad a p elos h áb it os e p ad r ões q u e m old am os com port am ent os e pela influência “ do t odo sobre as p ar t es”( 1 7 ). Os com p on en t es d o g r u p o d om ést ico,

ger alm ent e m ar ido e esposa, or ganizam o pr oj et o coletivo no intuito de assegurar a m anutenção integral do grupo( 16).

Po r se u s d e p o i m e n t o s e p o r su a s caract eríst icas sociodem ográficas, pode- se inferir que os fam iliar es ent r ev ist ados ancor am seus pr oj et os d e v id a n as ex p ect at iv as d as f am ílias d e classes sociais m en os f av or ecid as q u e p lan ej am o f u t u r o fam iliar e de suas crianças e adolescentes a partir da p ossib ilid ad e d e com p let ar em seu s est u d os e se q u alif icar em p ar a o t r ab alh o d e on d e t ir ar ão seu sust ent o e o de out ros m em bros de suas fam ílias e que, at é ent ão, dev em per m anecer sob o sust ent o tutelado dos pais. Dessa form a, o evento da gravidez n a a d o l e scê n ci a i n t e r r o m p e / m u d a e sse cu r so , im pulsionando a adolescente e sua fam ília a refazerem seus proj et os de vida.

CONSI DERAÇÕES FI NAI S

Com a r ealização dest e t r abalh o, pode- se reafirm ar que a quest ão da gravidez na adolescência r e a l m e n t e n ã o d e v e se r m a r ca d a a p e n a s co m o ex per iência negat iv a e insalubr e par a as j ov ens e suas fam ílias.

Pa r a o s f a m i l i a r e s, e sse a co n t e ci m e n t o fam iliar e social, esperado ou não, deve ser assum ido e v iv en ciad o p ela j ov em , p or ém , com o su p or t e fam iliar, cada qual com suas responsabilidades quanto ao ciclo gravídico- puerperal e à m at ernagem . Nesse se n t i d o , co n si d e r a - se q u e a e x p e r i ê n ci a co m a g est ação p r ecoce, im p r eg n ad a p or sig n if icad os e v iv ências, por v ezes cont r adit ór ios, pode cont r ibuir não só para o desenvolvim ento global da adolescente, com o t am bém para o desenvolvim ent o global de sua fam ília.

E, lev ando em consider ação as cr enças, os v alor es e o m odo com o r epr esent a e age a fam ília p e r a n t e a si t u a çã o , o u se j a , co n si d e r a n d o a s potencialidades e os lim ites da fam ília, os profissionais t ê m a p o ssi b i l i d a d e d e e x e r ce r e m a e scu t a , o acolhim ento e o cuidado, tanto da adolescente grávida q u an t o d essa f am ília, in ser id os em seu con t ex t o fam iliar e social. Dessa form a, facilit a- se a aquisição e o desenvolvim ent o de recursos próprios, por part e do núcleo fam iliar, no enfr ent am ent o de m om ent os conflituosos, reconhecendo a fam ília com o suj eito ativo nesse pr ocesso.

REFERÊNCI AS BI BLI OGRÁFI CAS

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(8)

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