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Técnicas de geoprocessamento aplicadas à análise morfométrica

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Academic year: 2017

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(1)

TÉCNICAS DE GEOPROCESSAMENTO

APLICADAS À ANÁLISE MORFOMÉTRICA

Carlos Henrique Grohmann

Orientador: Prof. Dr. Mario da Costa Campos Neto

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

Programa de Pós-Graduação em Geoquímica e Geotectônica

(2)

“Todas as ciências exatas são dominadas pela idéia da aproximação”

(3)

Resumo...i

Abstract ...ii

Agradecimentos...iii

1 – Introdução... 1

1.0 – Da organização desta dissertação... 1

1.1 – Apresentação ao tema... 1

1.2 – A escolha da área de estudo... 2

1.3 – Contexto Geológico... 2

2 – Materiais e Métodos ... 7

2.1 – Os programas utilizados...7

2.2 – O Modelo Digital de Terreno ...7

3 – Análise morfométrica em Sistemas de Informação Geográfica: aplicações dos softwares livres GRASS e R... 9

4 – Análise de superfícies de tendência de parâmetros morfométricos... 10

5 – Discussão... 11

6 – Conclusões ... 16

7 – Referências Bibliográficas... 17

(4)

Figura 1 - Localização da área de estudo ...5

Figura 2 - Relevo sombreado da área de estudo...5

Figura 3 – Mapa geológico simplificado...6

Figura 4 – Lineamentos interpretados e diagrama de rosácea...11

Figura 5 – Perfis em varredura; localização sobre imagem de relevo sombreado. ...12

Figura 6 – Mapas morfométricos com estruturas inferidas sobrepostas...13

Figura 7 – Vista tri-dimensional da superfície de base ...14

(5)

Anexo 1 - Morphometric analysis in Geographic Information Systems: applications of

free softwares GRASS and R

Artigo submetido ao periódico internacional Computers & Geosciences

Anexo 2 - Trend-surfaces analysis of morphometric parameters

Artigo submetido ao periódico internacional Computers & Geosciences

Anexo 3 - DXF_Lin

Listagem de programa de computador escrito em linguagem Delphi para cálculo de orientação e comprimento de lineamentos a partir de arquivo vetorial em formato DXF exportado pelo GRASS-GIS

Anexo 4 - Grad_Hidro

Listagem de programa de computador escrito em linguagem Delphi para cálculo de gradiente hidráulico, para ser usado em conjunto com GRASS-GIS

Anexo 5 - Serra do Caraça (Quadrilátero Ferrífero, MG): parâmetros morfométricos e

considerações tectônicas preliminares

Resumo apresentado ao III Workshop Científico de Pós-Graduação do IGc-USP (abril de 2003)

Anexo 6 - Serra do Caraça (Quadrilátero Ferrífero, MG): morphometric parameters

and preliminary tectonic considerations

Resumo expandido apresentado ao IX Simpósio Nacional de Estudos Tectônicos / III International Symposium on Tectonics (maio de 2003)

Anexo 7 - Análise morfométrica em Sistemas de Informação Geográfica: aplicação dos

softwares livres GRASS e R

(6)

Resumo

Neste trabalho, buscou-se o desenvolvimento e adequação de técnicas de análise

morfométrica em Sistemas de Informações Geográficas. Como base de trabalho, foram

utilizados os programas livres GRASS-GIS e a linguagem estatística R. Os parâmetros

morfométricos estudados foram hipsometria, declividade, orientação de vertentes, perfis em

varredura, densidade de lineamentos e de drenagem, rugosidade de relevo, isobases e gradiente

hidráulico.

A área de estudo localiza-se na borda leste do Quadrilátero Ferrífero (MG), e possui

unidades geomorfológicas distintas: um relevo montanhoso a oeste (Serra do Caraça), separado

por uma escarpa de centenas de metros de terrenos caracterizados por dissecação fluvial, que

abrigam em sua porção central, um planalto sustentado por conglomerados ferruginosos

cenozóicos.

O elemento principal da análise morfométrica é o Modelo Numérico de Terreno (MDT),

que pode ser interpolado a partir de curvas de nível ou de pontos cotados. Há ainda a

possibilidade de utilizar MDTs produzidos pela agência espacial americana (NASA),

disponíveis gratuitamente via internet.

A metodologia proposta envolve principalmente operações básicas de SIG, como

conversão entre formatos vetorial e matricial, operações matemáticas simples em mapas raster e

interpolação de valores pontuais em superfícies contínuas.

Análise de superfícies de tendência foi realizada para verificar a possibilidade de uso do

método em estudos de morfotectônica. Foram ajustadas superfícies polinomiais de 1º a 6º grau,

e as significâncias estatísticas de cada polinômio e do incremento do grau polinomial foram

verificadas com análise de variância.

Os mapas morfométricos produzidos permitiram a identificação de estruturas

provavelmente relacionadas com a configuração atual da paisagem. Os mapas de resíduos para

as superfícies de tendência mais representativas possuem boa correlação com as estruturas

inferidas.

A metodologia proposta pode ser adaptada aos diversos pacotes SIG existentes no

mercado. O uso de programas livres e de código aberto garante o acesso a todos, e sua crescente

(7)

Abstract

This work aims on developing and adaptation of morphometric analysis in Geographic

Information Systems. Free softwares GRASS-GIS and R statistical language were used as main

applications.

Studied morphometric parameters were hypsometry, slope, aspect, swath profiles,

drainage and lineament density, surface roughness, isobase and hydraulic gradient.

The study area is located in the eastern border of Quadrilátero Ferrífero (MG), and has

distinct geomorphological units: a mountainous relief to west (Serra do Caraça), separated by a

scarp with hundreds of meters of fall from fluvial dissected terrains, with a flat plateau in its

central portion, the Chapada de Canga.

The main element for morphometric analysis is the Digital Elevation Model (DEM),

which can be interpolated form contours or scattered points. There is also the possibility of

utilize NASA' s DEMs, freely available via internet.

The proposed methodology deals mainly with basic GIS operations, like conversion

between raster and vector, simple mathematic operations on raster maps and interpolation of

discrete values into continuous surfaces.

Trend-surface analysis was carried out o verify the possibility of use the method for

morphotectonic studies. Polynomial surfaces from 1st to 6th degree were adjusted; the statistical

significance of each surface and the significance of increasing polynomial degree were verified

with analysis of variance.

Produced morphometric maps allow identification of structures probably related with

present-day landscape configuration. Residuals maps for most representative trend-surfaces

keep good correlation with inferred structures.

The proposed methodology can be adapted to the variety of GIS packages available in

the market. The use of free and open-source softwares guarantees access to everyone, and its

(8)

Agradecimentos

Se escrever os agradecimentos de um Trabalho de Formatura já não foi fácil, quando se chega no Mestrado é mais difícil ainda. Como sempre, há muitas pessoas que estão ligadas à realização deste trabalho, direta ou indiretamente.

Em primeiro lugar, agradeço à minha família, que sempre esteve ao meu lado nestes anos. Especialmente a minha mãe, meu irmão e meu pai, obrigado mesmo.

Ao professor Mario da Costa Campos Neto, pela amizade, orientação e constante apoio em todos os momentos.

Ao CNPq, pela concessão de bolsa de mestrado (proc. 130777/2002-1), e à FAPESP, pelo auxílio para trabalhos de campo (proc. 02/03131-4).

Aos professores Oswaldo Siga Jr, Claudio Riccomini, Jorge Kazuo Yamamoto, Marcelo Rocha, Teodoro Isnard, Marcos Egydio Silva, Hans Schorscher, Paulo Boggiani, Ivo Karmann e à geóloga Mônica Perrota.

A todo os usuários da lista de discussão eletrônica do GRASS-GIS, pela ajuda no aprendizado dos programas e pelas valiosas discussões, em particular a Hamish Bowman, Glyn Clements, Roger Bivand e Markus Neteler.

Aos funcionários do IGc, sempre presentes quando necessário, José Carlos, Wagner, Tadeu Caggiano, Reynaldo Castellon, Ana Paula Cabanal, Magali Rizzo e Henrique.

A todos os amigos da pós-graduação e da graduação, da USP e de todas as outras escolas de geologia do país, pelos momentos vividos durante esses dois anos de trabalho: Frederico Bambi, Sérgio Aracy, Luciana Dolly, Leonardo Pareja, Neivaldo Castro, Anelise Lima, Eduardo Kagão, Janaína Mosketão, Thiago Aji, André Futinha, Caroline Bráulio, Paula PI, Marcos Zequinha, Arthur Sarita, Gilberto Coma, Carolina Preta, Marcelo Ceará, Cristiano Chiessi, Lucas Falcon, Márcia Gomes, Cesar Vinasco, Augustin Cardona, Werner Weber, Hélcio Prazeres, Josiane Aline, Gelson Sapão, Letícia Polegar, Fabrício Passivo, Pedro Skroto, Carolina Urtiga, Fernando Lampião, Anderson Feitchera, Fernando Sagui, Ingo Lalas, Camila Montana, Renato Lesma, Bruno Melado, Samir Samar, Fabrício Krusty, Adriana Bisteka, Márcio Genérico, Fabrizzio Condorito, Charazed, Rafael Cofrinho, Jonas, Jorge Perdido, Sydnei Schaberle, Daniel Klein, Alexandre Nunsei, Eduardo Deby, Paulo Tibúrcio, Murilo Boi, Sabrina Bifão e Maurício, Lilian, Roberta, Eva Kaide, Itamar Laffond, Nickie Unonius, Murilo Valle, Leandro Vida, Fernando 99, Alexandre Lobo, Rogério Padial, Hermann, Augusto Auler, Ezio Rubbioli, Leda Zogbi, Carolina Anson, Luciana Alt e demais amigos do GBPE; da UFRJ: Elisa, Neo e Gizelli; Silas e todos os amigos da UFRRJ; Bam-Bam, Piu, Vagnão, Flávia, Ane II, Alice e demais da UFPR; Barba, Buda e etc da UERJ; Tripa e Popeye da UFMG, Risadinha e demais da UFOP, Aninha da UFBA, Rodrigo Meireles da UFMT/UFPE, da UNICAMP: Daniel Fictício, Alexandre Baleia; de Los Andes 2004: Wagner Lobinho, Edu Liminha, Carlos Isopor, Seu Creisson, Carmela, Zaka, Vivian, Adriano Rejeito, Vanessa, João, Marcio, Paulo, Noele, Ana Lícia, Alexandre Caveira, Daniel, Ticiano, Giorgio Basilici e Silvio Peralta.

(9)

1 - Introdução

1.0 – Da organização desta dissertação

A apresentação de dissertações de mestrado e teses de doutorado na forma de artigos

científicos é prática recente nas geociências brasileiras, e implica em algumas adaptações

quanto à forma com relação ao modelo tradicional.

O desenvolvimento principal deste trabalho encontra-se em dois artigos científicos

submetidos a periódico internacional, e que por serem redigidos em língua estrangeira não são

incluídos no corpo do texto, mas anexados ao fim deste.

O capítulo inicial traz uma breve apresentação ao tema abordado, seguida dos motivos

que influenciaram na escolha da área de estudo. O segundo capítulo descreve os programas de

computador utilizados e conta com uma pequena revisão de um assunto considerado muito

importante para análise morfométrica, a modelagem digital de terreno. O terceiro e quarto

capítulos referem-se aos artigos científicos submetidos, e são apresentados apenas os resumos

em português. Os dois capítulos seguintes contemplam as discussões sobre os dados produzidos

e as conclusões finais do trabalho.

Anexos ao texto encontram-se os dois artigos já mencionados, as listagens de dois

programas de computador escritos durante o desenvolvimento das análises, e três trabalhos

resumidos, de aspectos referentes à pesquisa, apresentados em eventos científicos durante o

decorrer do projeto.

1.1 – Apresentação ao tema

A confecção e interpretação de mapas morfométricos é uma importante ferramenta em

estudos ligados a neotectônica e geomorfologia, onde a resposta da paisagem natural frente à

dinâmica interna do planeta é muitas vezes mascarada pela rápida ação dos agentes

intempéricos. A presença de anomalias na rede de drenagem e de descontinuidades no padrão de

relevo podem refletir movimentações recentes do terreno (Deffontaines 1989,1991; Zuchiewicz

1991; Rodriguez 1993; Salvador & Riccomini 1995; Hiruma & Riccomini 1999; Hiruma et al 1999).

A metodologia empregada na confecção destes mapas depende das ferramentas

disponíveis e do grau de conhecimento de cada pesquisador com relação aos programas de

computador utilizados. Assim, é comum a utilização de diversos programas para diferentes

etapas da análise morfométrica, tais como vetorização de drenagens e curvas de nível,

(10)

portanto, a necessidade de integração dessas ferramentas, visando, além de maior simplicidade

na obtenção dos dados, também a diminuição do custo total envolvido.

Essa integração é possível com uso de um Sistema de Informação Geográfica (SIG),

que, resumidamente, é uma ferramenta capaz de armazenamento, manipulação e análise de

dados referenciados geograficamente.

O objetivo deste trabalho foi o desenvolvimento e adequação de técnicas de análise

morfométrica em Sistemas de Informações Geográficas. A escolha dos programas utilizados foi

de grande importância, uma vez que as técnicas, para serem utilizadas amplamente, devem ser

baseadas em operações básicas de um SIG, evitando-se a utilização de ferramentas ou extensões

específicas de determinados fabricantes.

Foi feita a escolha pela utilização conjunta do GRASS-GIS (Geographic Resources Analysis Support System) com a linguagem estatística R, ambos programas livres e de código-aberto, disponíveis via internet em http://grass.itc.it e http://cran.r-project.org, respectivamente.

1.2 – A escolha da área de estudo

A área de estudo escolhida para este trabalho localiza-se na borda leste do Quadrilátero

Ferrífero, MG, e compreende a área da folha topográfica 1:50.000 Catas Altas (SF-23-X-B-I-1)

(Figura 1).

A região se mostra propícia ao desenvolvimento de técnicas de análise morfométrica,

pois existem diversos trabalhos que evidenciam a ação de tectônica cenozóica (Sant´Anna &

Schorscher 1995,1997; Sant´Anna et al. 1997; Lipski et al. 2001; Lipski 2002), e há um forte contraste entre unidades geomorfológicas: um relevo montanhoso a oeste de uma área mais

dissecada, que abriga um planalto sustentado por conglomerados ferruginosos cenozóicos em

sua porção central (Figura 2), separados por uma escarpa de centenas de metros.

1.3 – Contexto geológico

O sul do Cráton do São Francisco (CSF) é dominado por complexos domeados

granito-gnáissicos arqueanos (ca. 2,8-2,7 Ga), penecontemporâneos ao greenstone belt Rio das Velhas (Machado et al 1992), que exibem registros isotópicos de retrabalhamento de uma crosta siálica mais antiga (ca. 3,0-2,8 Ga; Teixeira et al 1998). Encontram-se engajados, mais a sul e a leste, em um cinturão metamórfico paleoproterozóico (cinturão Mineiro, Teixeira & Figueiredo

1991), definido enquanto um orógeno acrecionário há ca.2,1 Ga e caracterizado pela presença de um arco magmático plutônico, cálcio-alcalino do tipo TTG, associado a granitos

(11)

As unidades basais do Super Grupo Minas (Grupos Tamanduá, Caraça, Itabira e

Piracicaba; Door 1969; Chemale et al 1994) representam depósitos plataformais de uma margem continental passiva, com fácies distais a SE, dos quais as rochas carbonáticas

Gandarela, formação superior do Grupo Itabira, são tidas há 2,4 Ga (Babinski et al 1995). Rochas turbidíticas, diamictíticas e vulcanoclásticas do Grupo Sabará, derivadas de uma

área-fonte a E-SE (Renger et al 1995), repousam em discordância angular sobre o Grupo Piracicaba. A idade máxima da deposição Sabará encontra-se há 2,12 Ga (Machado et al 1996).

Uma estruturação em domos e bacias (dome-and-keel, Marshak et al 1992), tida como extensional, é admitida como resultado do colapso do orógeno após a colisão entre a margem

passiva Minas e a placa/microplaca do arco magmático Mineiro. Uma estruturação do tipo

foreland fold-thrust belt, vergente para noroeste, aparentemente não metamórfico, precederia o colapso e controlaria a deposição tipo flysch do Grupo Sabará. O Grupo Itacolomi representaria molasóides sin-extencionais (Alkmim & Marshak 1998).

No entanto, a foliação metamórfica principal do Super Grupo Minas poderia registrar a

chegada, de oeste para leste, do cinturão de cisalhamento dúctil por cavalgamento, das nappes

“gondwânicas” de orógeno Brasiliano (como em parte proposto por Corrêa Neto & Dayan

1998). Um front oeste para a deformação Brasiliana foi delineado por Alkmin & Marshak (1998), coerente com o registro K-Ar exposto por Endo (1997).

A aglutinação Brasiliana domina e controla o cenário tectônico (Fischel et al 1998). De leste chega por cavalgamento, ou por transpressão lateral oblíqua (Ebert & Hasui 1998), uma

lâmina metassedimentar (Grupo Dom Silvério) aparentemente extensão sul da Faixa Araçuaí,

orógeno controlado por subducção e colisão, segundo Cunningham et al. (1996), Pedrosa-Soares et al (1998). Encontra-se no front dos Gnaisses Mantiqueira, que estão completamente envolvidos e retrabalhados nesta deformação e metamorfismo (Rettinger et al 1997) e marca o limite oriental dos terrenos granite-greestone e da margem passiva Minas. Brueckner et al. (2000) consideram o Grupo Dom Silvério como uma unidade metassedimentar e meta-ígnea

oceânica, em parte derivada de uma fonte Paleoproterozóica e metamorfisada durante a

deformação Brasiliana. Os gnaisses tidos como Mantiqueira (Figueiredo & Teixeira 1996),

paleoproterozóicos e com assinatura isotópica tanto juvenil, quanto arqueana, ainda estão mal

definidos. Seus limites são incertos, por incerto ainda ser o conhecimento de sua assembléia

litológica e do contraste com as litologias adjacentes. Seus limites e sua estruturação final

encontram-se, no entanto, intensamente controlados pelas deformações neoproterozóicas.

A Plataforma Brasileira foi afetada em toda sua extensão por deformações tectônicas

cenozóicas que aproveitaram linhas de fraqueza preferenciais herdadas de eras geológicas

anteriores, resultando em uma compartimentação neotectônica de unidades delimitadas por

(12)

principais lineamentos precambrianos brasileiros, como é o caso da Descontinuidade Crustal

Dois "Brasis" (DCDB), a partir da qual se organizou a hidrografia moderna e consequente

evolução geomorfológica cenozóica (Hasuy 1990; Saadi 1993).

A porção sul do CSF é marcada por uma zona de cisalhamento de direção N50W,

denominada de Descontinuidade Crustal do Alto Rio São Francisco (DCASF: Saadi 1991),

apresentando atividade recorrente desde o Pré-cambriano até o Quaternário (Saadi 1993). Um

eixo de arqueamento N-S passando por Arcos e Bom Despacho (MG) provoca o reativamento, a

leste e oeste, de empurrões associados a planos de descolamento (detachment) que estruturam a cobertura Proterozóica do Grupo Bambui, imprimindo uma morfologia de blocos basculados em

direções divergentes (Saadi 1993).

Segundo Varajão (1991), testemunhos de superfícies de erosão no Quadrilátero

Ferrífero possuem estreitas relações com os domínios litoestruturais. Reativações, com

movimentação vertical, de falhas antigas seriam as responsáveis pelos desnivelamentos

altimétricos atuais (King 1956; Barbosa 1980)

Evidências de tectônica cenozóica no Quadrilátero Ferrífero são observadas em diversos

depósitos sedimentares, e indicam a ação de três eventos deformacionais com campos de

tensões distintos. O primeiro evento extensivo, de orientação NNE-SSW e provavelmente

relacionado a estruturas em horsts e grabens orientados ESE-WNW. Um segundo evento, de maior expressão, predominantemente compressivo NW-SE. O terceiro evento é considerado

(13)

Figura 1 – Localização da área de estudo, com relação ao Quadrilátero Ferrífero. Relevo sombreado com iluminante a N45º, inclinação de 20º

(14)

Asb Asb Asb Asb Arv Arv Arv Arv Arv Asb Asb Pd Pd PPg PPg PPm PPm PPm MPei Qa Qa Qa Ql Ql Ql Nf Nc Nc Nc Nc Asb Asb Asb Asb Arv Arv Arv Arv Arv Asb Asb Pd Pd PPg PPg PPm PPm PPm MPei Qa Qa Qa Ql Ql Ql Nf Nc Nc Nc Nc PPm PPm

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Sta Rita Durão

Bento Rodrigues

0

5 5 km

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Sta Rita Durão

Bento Rodrigues

0

5 5 km

Q ua te rná ri o (Q

) Qa - Coberturas aluvionares Ql - Coberturas lateríticas Nc - Fm. Chapada de Canga: ortoconglomerados oligomíticos cimentados por óxido-hidróxidos de ferro Nr - Fm. Fonseca: Sedimentos arenosos, argilo-arenosos e argilosos Pd - Diques e corpos básicos intrusivos MPei - Grupo Espinhaço/Itacolomi arenitos com estratificação cruzada, conglomerados polimíticos PPy - Granitos tipo S

PPm - Supergrupo Minas: metapelitos, metarenitos, itabiritos, carbonatos, metavulcânicas, metaconglomerados Arv - Supergrupo Rio das Velhas:

metavulcanossedimentares, metapelitos Asb - Complexo Santa Bárbara: gnaisses tonalítico-trondhjemíticos Ce noz ói co N eóge no (N ) P rot eroz ói co P al eo (P ) M es o (M P ) A rque ano (A )

P

G

K

Convenções geológicas

Contato, contato aproximado Falha ou zona de cisalhamento Zona de cavalgamento

Anticlinal Sinclinal Sinclinal invertido

Escala 1:175.000

Projeção Universal Transversa de Mercator Origem da quilometragem: Equador e Meridiano 45º W Gr. acrescidas as constantes 10.000km e 500km, respectivamente NG

NM

22º

(2004) (a declinação magnética cresce -5,5´ a cada ano)

(adaptado de Dorr 1969,CPRM 1993, Sant´Anna 1994, Campos Neto et al 2004)

(15)

2 – Materiais e Métodos

2.1 – Os programas utilizados

O SIG utilizado foi o GRASS-GIS (Geographic Resources Analysis Support System) versão 5.0.3, um projeto livre e de código-aberto (U.S. Army CERL 1993; Neteler 1998;

Neteler & Mitasova 2002; GRASS Development Team 2002) gratuitamente distribuído via

internet em http://grass.itc.it, e que oferece um ambiente integrado de análise matricial (raster) e vetorial, processamento digital de imagens e criação de mapas e gráficos.

A organização do banco de dados se faz com “locations” e “mapsets”; a location compreende toda a área de trabalho, enquanto que o mapset é a porção ativa e utilizada para análise, que pode ser do mesmo tamanho ou menor que a location; vários mapsets podem ser definidos para a mesma location (Neteler 1998).

Um conceito importante dentro do GRASS é o de “region”, que define, dentro do mapset, a área de interesse e a resolução espacial dos mapas raster. Tanto a resolução espacial quanto as coordenadas do retângulo envolvente da region podem ser facilmente alteradas com o comando g.region sem a necessidade de reinicialização do sistema ou a criação de novos

projetos.

A análise estatística dos parâmetros morfométricos foi realizada com a linguagem

estatística R (Ihaka & Gentleman 1996; Grunsky 2002; R Development Core Team 2003), através de uma interface com o GRASS (Bivand 2000) que permite que mapas raster e de pontos sejam tratados como variáveis para análise.

Existem diversos pacotes extras para a linguagem R, que adicionam ao pacote básico funcionalidades como métodos de interpolação por krigagem, ajuste de superfícies polinomiais,

análise de agrupamento etc. Tanto a base do programa quanto os pacotes extras, além de extensa

documentação, podem ser obtidos via internet na CRAN (The Comprehensive R Archive Network, http://cran.r-project.org).

2.2 – O Modelo Digital de Terreno

O elemento principal na análise morfométrica em SIG é o Modelo Digital de Terreno

(MDT), que pode ser construído a partir da interpolação de pontos cotados ou de curvas de

nível, estejam elas em formato raster ou vetor.

A representação de superfícies tri-dimensionais complexas em SIGs, pode ser feita de

(16)

As Redes Triangularizadas Irregulares (Triangulated Irregular Network – TIN) é uma estrutura em que pontos cotados irregularmente distribuídos são conectados por uma rede de

arestas que formam triângulos não-sobrepostos; os pontos são conectados geralmente de acordo

com a triangulação de Delaunay, que une os centros de polígonos Thiessen vizinhos (Thiessen

1911, Delaunay 1934 apud Kumler 1994; Yamamoto 1988).

As grades regulares são estruturas mais simples, normalmente representadas por

matrizes de valores de elevação, onde há a localização (coordenadas) de um único ponto e o

espaçamento da grade e sua orientação determinam a localização horizontal de todos os outros

pontos (Kumler 1994). Este tipo de estrutura tornou-se conhecida como DEM (Digital Elevation Model), após o serviço geológico dos Estados Unidos (USGS) adotá-la como padrão para distribuição de dados de elevação.

Como alternativas ao processo de interpolação de dados para geração de MDTs, hoje

pode-se optar por DEMs produzidos pela agência espacial americana (NASA) por

interferometria de radar (SRTM - Shuttle Radar Topographic Mission), e disponibilizados gratuitamente com 30m de resolução espacial para a área dos Estados Unidos e 90m de

resolução para outros países, no sítio http://seamless.usgs.gov.

Outra opção, ainda de uso limitado devido ao alto custo, é o da telemetria a laser (Lidar

Light detection and ranging ou ALSM – Airborne Laser Swath Mapping), onde pulsos de laser são emitidos de bases aeroportadas para determinação da distância ao solo e a posição da

aeronave é obtida por DGPS (Differential Global Positioning System) (Carter et al. 2001). Experimentos com essa tecnologia mostram que pode-se produzir MDTs muito precisos mesmo

em áreas densamente florestadas (Haugerud et al. 2003), com resolução suficiente para identificação de pequenas escarpas, ligadas à atividade tectônica recente, que não haviam sido

(17)

3 – Análise morfométrica em Sistemas de Informação Geográfica: aplicações dos softwares livres GRASS e R.

Resumo do artigo “Morphometric analysis in Geographic Information Systems: applications of free softwares GRASS and R” submetido ao periódico internacional Computers & Geosciences (Anexo 1).

O desenvolvimento e a interpretação de mapas morfométricos são ferramentas

importantes em estudos relacionados a neotectônica e geomorfologia; Sistemas de Informação

Geográfica (SIG) permitem maior precisão e rapidez neste processo, mas a metodologia

empregada depende das ferramentas disponíveis e do grau de conhecimento de cada pesquisador

sobre os programas utilizados.

Uma metodologia para integração de SIG e estatística em análise morfométrica é

apresentada para os parâmetros morfométricos mais comumente utilizados – hipsometria,

declividade, orientação de vertentes, perfis em varredura, densidade de lineamentos e de

drenagem, rugosidade de relevo, isobases e gradiente hidráulico.

O SIG utilizado foi o GRASS-GIS 5.0.3, um projeto livre e de código-aberto que provê

um ambiente integrado de análise raster e vetorial, processamento de imagens e criação de

mapas e gráficos. A análise estatística foi realizada com a linguagem estatística R, através de

uma interface com o GRASS que permite que mapas raster e de pontos sejam tratados como

variáveis para análise.

O elemento básico para produção de mapas morfométricos é o modelo digital de terreno

(MDT), que pode ser interpolado a partir de pontos cotados ou curvas de nível, tanto em

formato raster como vetorial; também é possível utilizar os MDTs produzidos pela NASA, com

30m de resolução espacial para os Estados Unidos e 90m de resolução para outros países.

A metodologia proposta pode ser adaptada de acordo com as necessidades e ferramentas

disponíveis. O uso de programas livres e de código-aberto garante o acesso a todos, e sua

(18)

4 – Análise de superfícies de tendência de parâmetros morfométricos.

Resumo do artigo “Trend-surfaces analysis of morphometric parameters” submetido ao periódico internacional Computers & Geosciences (Anexo 2).

Análise de superfícies de tendência foi realizada em dados dos parâmetros

morfométricos gradiente hidráulico e isobase. A área de estudo, localizada na borda leste do

Quadrilátero Ferrífero, sudeste do Brasil, possui duas unidades geomorfológicas principais, uma

caracterizada pela dissecação fluvial e outra de relevo montanhoso, com uma escarpa de

centenas de metros separando-as.

Os mapas morfométricos foram produzidos com GRASS-GIS e a análise estatística foi

feita com o pacote spatial, da linguagem estatística R. Análise de Variância (ANOVA) foi efetuada para testar a significância do incremento no grau da superfície polinomial.

Os melhores resultados foram obtidos com superfície de 2ª ordem para gradiente

hidráulico e de 6ª ordem para isobase. A forma e orientação dos contornos dos mapas de

resíduos para as superfícies escolhidas foram comparadas com estruturas inferidas a partir de

(19)

5 – Discussão

A interpretação de mapas morfométricos visa a identificação de estruturas que possam

ter uma relação com a configuração atual da paisagem.

Os lineamentos interpretados apresentam orientações principais segundo NE-SW, e

NNE-SSW em toda a área, com orientações secundárias em N-S, NNW-SSE e NW-SE (Figura

4). Na porção norte da área, ocorre um predomínio de vertentes voltadas para NE, com valores

de declividade entre 0º e 10º, enquanto que as escarpas voltadas para SW apresentam

declividade entre 10º e 20º, em uma configuração de vales assimétricos alinhados NW-SE, com

vertente abrupta para SW, o que pode ser relacionado com a atitude geral da foliação

metamórfica nessa área.

Figura 4 – Lineamentos interpretados e diagrama de rosácea.

Perfis em varredura (ou perfis projetados de Baulig 1926, apud Tricart & Cailleux 1957) permitem uma visão mais ampla do comportamento do relevo (Figura 5) e mostraram a

presença de nivelamentos altimétricos em 2050m, entre 1650-1700m, e um ‘degrau’ no planalto

da Chapada de Canga entre 850-900m, ligado a uma falha normal de direção E-W com

(20)

curvas do mapa de isobase e sua presença já havia sido apontada anteriormente (Sant' Anna

1994, Sant' Anna et al 1997).

Figura 5 – Perfis em varredura; localização sobre imagem de relevo sombreado.

Com a análise morfométrica, diversas estruturas puderam ser inferidas na área de

estudo, e estão representadas na Figura 5, sobrepostas aos mapas morfométricos.

Os mapas de densidade de drenagem (Fig. 6A) e de lineamentos (Fig. 6B) mostram a

presença de áreas com maior ou menor densidade separadas pelas estruturas inferidas; o

planalto da Chapada de Canga apresenta baixos valores em ambos os mapas.

Na porção sul da Serra do Caraça há uma densidade muito baixa de drenagens em

comparação com altos valores para lineamentos, o que pode ser visto como resultado da

instalação de um sistema de drenagem subterrânea responsável pela formação de extensas

cavernas. Essas cavernas, como a Gruta do Centenário, que abriga o maior desnível conhecido

na Terra em quartzito (Dutra 1997), são condicionadas por falhas verticais ou subverticais, de

direção WNW-SSE (Dutra et al. 2002).

Os mapas de rugosidade de relevo, isobase e gradiente hidráulico apresentam, de modo

geral, comportamentos similares. No mapa de rugosidade de relevo (Fig. 6C) nota-se que a área

central do mapa tem relevo mais arrasado, com valores mais baixos, enquanto que as Serras do

Caraça (a oeste) e do Pinho (a leste) possuem maior rugosidade. A presença de valores baixos

(21)

Figura 6 – Mapas morfométricos com estruturas inferidas sobrepostas.

(22)

As linhas de isobase delimitam superfícies erosionais, portanto as superfícies de base

estão relacionadas a estágios erosionais, ou manifestações de eventos tectono-erosionais,

principalmente os mais recentes (Golts & Rosenthal 1993). Pode-se pensar em isobases como

uma “visão simplificada” do relevo atual, do qual foi retirado o “ruído” do entalhamento

causado pelas drenagens mais recentes, de primeira ordem. Nas figuras 6D e 7, pode-se notar

um relevo suave com drenagem para SE na porção centro-sul da área, mais alta que a área a

norte, e separada desta por um desnível de cerca de 100m.

Figura 7 – Vista tri-dimensional da superfície de base, a partir de ESE. Exagero vertical de 10 vezes. Iluminante a N135º, inclinação de 45º.

O mapa de gradiente hidráulico (Figura 6E) ressalta principalmente as escarpas da Serra

do Caraça; áreas com baixos valores nas regiões sul e sudeste também apresentam baixas

densidades de lineamentos. Dentre os modelos de regressão linear aplicados aos parâmetros

morfométricos obtidos, o que apresentou melhores resultados foi entre gradiente hidráulico e

rugosidade de relevo. Apesar de uma considerável dispersão dos dados, há uma correlação

positiva entre estes.

A análise de superfícies de tendência é uma técnica matemática usada para separar

dados mapeáveis em duas componentes, a de natureza regional das flutuações locais (Davis

1986, Landim 1998). A componente regional é representada por uma superfície polinomial,

enquanto que as flutuações locais, ou resíduos, são dados pela diferença aritmética entre o

(23)

reconhecimento de armadilhas estruturais, feições paleogoegráficas ou “quebras” no estilo

estrutural de formações sucessivas (Merrian & Harbaug 1963; Merrian & Lippert 1966;

Sutterlin & Hastings 1986; Davis 1986).

A análise de superfícies de tendência dos parâmetros morfométricos gradiente

hidráulico e isobase foi realizada com o intuito de verificar o potencial deste método no estudo

de feições morfotectônicas. Foram calculadas superfícies polinomiais de 1º a 6º grau, e análise

de variância (ANOVA) foi utilizada para verificar a significância estatística de cada superfície e

a significância do incremento no grau do polinômio.

Os melhores resultados obtidos correspondem à superfície de 2ª ordem para os dados de

gradiente hidráulico e de 6ª ordem para os de isobase.

A correlação entre os mapas de resíduos e os mapas morfométricos é boa, e várias

feições interpretadas como estruturas podem ser vistas em ambos produtos. A escarpa da Serra

do Caraça é marcada por valores positivos nos resíduos do gradiente hidráulico e valores

negativos nos resíduos de isobase.

O planalto da Chapada de Canga, apesar de ser uma importante feição topográfica, não

é bem marcado nos mapas morfométricos utilizados para análise de superfícies de tendência,

provavelmente pelo fato de que esses parâmetros se baseiam nas relações entre a topografia e a

rede de drenagem, e o planalto tem densidade de drenagem muito baixa.

(24)

6 – Conclusões

A análise morfométrica é uma ferramenta importante nos estudos de neotectônica e

geomorfologia; a integração dos procedimentos necessários para obtenção dos mapas

morfométricos em Sistemas de Informações Geográficas é apresentada com uso do GRASS-GIS e da linguagem estatística R, ambos programas livres e de código aberto.

A área escolhida para o desenvolvimento da pesquisa se mostrou bastante favorável,

pois existem diversos trabalhos que evidenciam a ação de tectônica cenozóica e há um forte

contraste entre unidades geomorfológicas: o relevo montanhoso da Serra do Caraça, separado

por uma escarpa de centenas de metros de uma área marcada por dissecação fluvial, que abriga

um planalto sustentado por conglomerados ferruginosos cenozóicos (Chapada de Canga) em sua

porção central.

A partir dos mapas produzidos, foi possível inferir diversas estruturas provavelmente

ligadas à configuração atual do relevo. Perfis em varredura mostraram a presença de

nivelamentos altimétricos em 2050m, entre 1650-1700m, e um ‘degrau’ no planalto da Chapada

de Canga entre 850-900m, devido a uma falha normal de direção E-W com abatimento do bloco

sul. Na porção sul da Serra do Caraça, uma densidade muito baixa de drenagens em comparação

com alta densidade de lineamentos, deve estar relacionada a um sistema de drenagem

subterrânea, responsável pela formação de extensas cavernas.

A análise de superfícies de tendência foi realizada para verificar o potencial deste

método no estudo de feições morfotectônicas. Foram ajustadas superfícies de 1º a 6º grau aos

dados de gradiente hidráulico e isobase. Análise de variância foi utilizada para verificar a

significância estatística de cada superfície e a significância do incremento no grau do polinômio.

Os melhores resultados obtidos correspondem à superfície de 2ª ordem para os dados de

gradiente hidráulico e de 6ª ordem para os de isobase.

O planalto da Chapada de Canga, apesar de ser uma importante feição topográfica, não

é bem marcado nos mapas de gradiente hidráulico e de isobase, pelo fato de que esses

parâmetros se baseiam nas relações entre a topografia e a rede de drenagem, e o planalto tem

densidade de drenagem muito baixa.

A metodologia proposta pode ser adaptada aos diversos pacotes SIG existentes no

mercado; o uso de programas livres e de código-aberto garante o acesso a todos, e sua crescente

(25)

7 – Referências Bibliográficas

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(30)

Morphometric analysis in Geographic Information Systems:

applications of free softwares GRASS and R

(31)

1. Introduction

Development and interpretation of morphometric maps are important tools in studies related to neotectonics and geomorphology, where the answers of natural landscapes to planet’s interior dynamics is

often masked by fast action of weathering, and the presence of drainage network anomalies and relief

pattern descontiniuties may be related with recent terrain movements (Zuchiewicz, 1991; Rodriguez, 1993;

Salvador and Riccomini, 1995; Hiruma and Riccomini, 1999; Hiruma et al, 1999).

Geographic Information Systems (GIS) allows this process to be fast and precise (Hiruma and

Riccomini, 1999), but the applied methodology depends on available tools and degree of knowledge of

each researcher about engaged softwares (Grohmann, 2003).

This work aims an avaliation of necessary proceedings to development and correlation of morphometric maps with integrated utilization of GRASS-GIS (U.S. Army CERL, 1993) and R statistical

language (Ihaka and Gentleman, 1996), both distributed as free software under the GNU Public License.

Examples will be presented from the Serra do Caraça region, eastern border of Quadrilátero Ferrífero,

southeastern Brazil.

applications of free softwares GRASS and R

Carlos Henrique Grohmann

Pós-Graduação - Instituto de Geociências - Universidade de São Paulo, Brasil Rua do Lago, 562. 05508-800. São Paulo, SP

Phone: +55-11-30914216; fax: +55-11-30914258. E-mail address: guano@usp.br, carlos_grohmann@yahoo.com.br

Abstract

Development and interpretation of morphometric maps are important tools in studies related to neotectonics and geomorphology, and Geographic Information Systems (GIS) allows speed and precision to this process, but the applied methodology will depend on available tools and degree of knowledge of each researcher about engaged softwares. A methodology to integrate GIS and statistics in morphometric analysis is presented for the most usual mophometric parameters: hypsometry, slope, aspect, swath profiles, lineaments and drainage density, surface roughness, isobase and hydraulic gradient. The GIS used was the Geographic Resources Analysis Support System (GRASS 5.0.3), an open-source project which ofers an integrated environment for raster and vector analysis, image processing and maps/graph-ics criation. Statistical analysis of parameters can be carried out on R, a system for statistical computation and graphmaps/graph-ics, through an interface with GRASS that allows raster maps and points files to be treated as variables for analysis. The basic element for deriving morphometric maps is the digital elevation model (DEM). It can be interpolated from scat-tered points or contours, either in raster or vector format; it is also possible to use DEMs from NASA’s Shuttle Radar Topographic Mission, with 30m of ground resolution for the USA and 90m for other countries. The proposed method-ology can be adapted according to necessities and available tools. The use of free and open-source tools guarantees access to everyone, and its increasing popularization opens new development perspectives in this field.

Keywords: Morphometric analysis; Neotectonics; Geographic Information Systems; Open source software;

(32)

Figure 1 – Simplified geological map of southeast São Francisco craton (modified from Campos Neto et al, 2004). 1-Quaternary Chapada de Canga Fm. (itabiritic conglomerate); 2-Miocene Fonseca Fm. (lacustrine deposits); 3-Itacolomi/Espinhaço Gr. (coarse and cross-stratified sandstone, polymitic conglomerate); 4-Minas Supergroup (basal Moeda and Batatal Fms – sandstones and metapelites -, Cauê and Gandarela Fms – banded-iron formations and carbonates- and uppers Piracicaba and Sabará Grs – metapelites, sandstones, metavolcaniclastic rocks, conglomerates); 5-Rio das Velhas Supergroup (Archaean -2.7Ga- basalt, komatiite and ryolitic lavas intercalated with sedimentary units); 6-SE São Francisco craton gneiss (gneiss/migmatite complex, calc-alkaline granitoid plutons and Espinhaço-related syenite and alka-line-like granite-gneiss); 7-Dom Silvério Gr. (metapelites and quartzites with calcsilicated rocks and manganese-rich metasediments); 8-Mantiqueira gneisses (amphibole-biotite orthogneisses and migmatites with titanite-rich synorogenic metabasic-intermediate rocks. Acaiaca enderbite and kinzigite and Santo Antonio do gama amphibolite); 9-Juiz de Fora granulites (orthogranulites from a charnockitic suite, kinzigites and migmatites); 10-Study area.

2. Geological and geomorphological context

The Quadrilátero Ferrífero region, south São Francisco Craton, is characterized by Arquean

gran-ite-gneiss domed complexes coeval to Rio das Velhas greenstone belt (Machado et al, 1992), engaged to south and east in a Paleoproterozoic metamorphic belt (Mineiro belt, Teixeira and Figueiredo, 1991)

de-fined as an acrescionary orogen of ca. 2.1 Ga (Figure 1). A dome-and-kell structure (Marshak et al, 1992),

extensional, is admitted as result of orogen collapse after the collision of Minas passive margin and plate/

microplate of Mineiro magmatic arc.

The study area presents two geomorphological units: the Quadrilátero Ferrífero and the Minas

Gerais center-south and east Highlands. The first unit shows average altitudes of 1400-1600m, with

maxi-mum in the Serra do Caraça, at 2064m. The second unit is characterized by fluvial dissection. The scarp

that limits this units has hundreds of meters of fall, and leads to believe not only erosional processes, but also post-cretacic tectonic movements contributed in the morphological evolution.

According to Varajão (1991), remains of planation surfaces in the Quadrilátero Ferrífero have close

relations with lithostructural domains. Reactivations with vertical displacement of ancient faults would be

responsible for present day altimetric differences (King, 1956; Barbosa, 1980).

Evidences of Cenozoic tectonics in the Quadrilátero Ferrífero are observed in several sedimentary

deposits and indicate three deformational events with distinct tension fields. The first event, extensive,

oriented NNE-SSW and probably related with horsts and grabens oriented ESE-WNW. A second and more

expressive event, mainly compressive NW-SE. The third event is considered to be the relaxing of previous event structures. (Lipski et al, 2001).

aaaaaaaa aaaaaaaa aaaaaaaa aaaaaaaa aaaaaaaa aaaaaaaa aaaaaaaa aaaaaaaa aaaaaaaa aaaaaaaa aaaaaaaa aaaaaaaa aaaaaaaa aaaaaaaa aaaaaaaa aaaaaaaa aaaaaaaa aaaaaaaa

20 30'0 20 30'0

7 60 7

60 42 30'0 42 30'0

20 00'0 20 00'0

Alvinópolis Acaiaca PONTE NOVA PONTE NOVA Rio Casca Rio Casca 7 00 7 00 7 20 7 20 7 40 7 40 OURO PRETO OURO PRETO MARIANA Ouro Branco Ouro Branco 77 20 77 20 Belo Vale Belo Vale CONGONHAS 6 60 6 60 6 80 6 80 6 40 6 40 6 20 6 20 600 600

0 10 40 km

Brumadinho Ibirité Sabará Caeté Nova Lima Nova Lima Raposo ITABIRITO 44 30'o

44 30'o

5 60 5 60 78 00 78 00 77 80 77 80 7760 7760 5 80 5 80 77 40 77 40 Bação dome Bonfim dome Caeté dome

Santa Rita dome Belo Horizonte

dome

Moeda

syncline

Ouro Branco syncline

Gandarela syncline

Serrado Curral

(33)

Formation and the Precambrian basement (Sant’Anna and Schorscher, 1995). Cenozoic deposits are cut by NE and NW brittle faults and joints, related to reactivation of pre-existing structures in Precambrian

base-ment, process that strongly influenced the development of present day landscape morphology and drainage

network (Sant’Anna et al, 1997).

3. Methods

The GIS used was the Geographic Resources Analysis Support System (GRASS 5.0.3), an open-source project (U.S. Army CERL, 1993; Neteler, 1998; Neteler and Mitasova, 2002; GRASS Development

Team, 2002), freely available through the internet at http://grass.itc.it, running on a Linux machine. GRASS

ofers an integrated environment for raster and vector analysis, image processing and maps/graphics criation.

The database organization is related to “locations” and “mapsets”; the “location” involves all the work area, while the “mapset” is the portion active and used for analysis, it can be smaller or have the

location’s same size; several mapsets can be defined for the same location (Neteler, 1998).

The “region” is an important concept in GRASS and defines, inside the mapset, the area of interest

and the spatial resolution for raster maps. The coordinates of the region’s enveloping rectangle can be easily changed with g.region, a command used in several steps of morphometric analysis. In this paper, we

worked on a default region with 50m of spatial resolution, and created others with resolutions of 1m, 25m,

500m and 1000m.

Statistical analysis of the evaluated parameters can be carried out on R, a system for statistical computation and graphics (Ihaka and Gentleman, 1996; Grunsky, 2002; R Development Core Team, 2003),

through an interface with GRASS (Bivand, 2000) that allows raster maps and sites (points) files to be

treated as variables for analysis.

There are a number of extensions to R, which adds to the base system alternative interpolation and analyze methods, such as kriging or akima splines. The R core package and extensions, as well as related

documentation, can be obtained from CRAN (The Comprehensive R Archive Network,

http://cran.r-project.org).

The concept of convex hull of interpolation is still of little use in the geosciences. According to Eddy (1977), the convex hull of a points (sites) dataset is the minimum area convex polygon which

con-tains all the data, and represents the limits of spatial validity for the interpolating function. The s.hull

command provides the convex hull for a sites file; this polygon can be converted to raster and used as a

mask, thus limiting the interpolation.

Morphometric indices evaluated were: hypsometry, slope, aspect, swath profiles (Baulig, 1296 cited

in Tricart and Cailleux, 1958) lineaments and drainage density (Horton, 1945), surface roughness (Hobson,

1972; Day, 1979), isobase (Filosopov, 1960 cited in Jain, 1980, Golts and Rosenthal, 1993) and hydraulic

gradient (Rodriguez, 1993).

The basic element for deriving morphometric maps is the digital elevation model (DEM). It can be

interpolated from scattered points or contours, either in raster or vector format.

Sites interpolation can be done by inverse distance weighting with s.surf.idw, or by

(34)

Alternatively, one might use DEMs from NASA’s Shuttle Radar Topographic Mission, with 30m of ground resolution for the USA and 90m for other countries, freely available at http://seamless.usgs.gov.

Drainage network must be in vector format and two additional layers must be prepared, one with 2nd

and 3rd-order streams for extraction of isobases and the second with 2nd-order streams from its heads, for

calculus of hydraulic gradient. All needed adjusts and classifications are performed on the vectorial edition module v.digit; v.extract command is then applied to create a new vector layer with the selected

drainage orders only.

3.1. Lineament Analysis

For interpretation of morphostructural lineaments, shaded relief maps are generated with the script

shade.rel.sh and tracing is made in v.digit. This approach has advantages over the use of satellite

imagery, since its possible to set up the position (azimuth and inclination) of scene illumination, thus

emphasize the several existing lineament orientations, due the enhancement of directions perpendicular to

lighting, in spite of parallels ones (Liu, 1987; Riccomini and Crósta, 1988; Grohmann and Campos Neto,

2002).

The properties of orientation and length for each lineament are calculated with DXF_Lin, a

soft-ware written by the author in Delphi language (Kylix environment) which reads a DXF file exported from

GRASS and writes a text file that can be used as input in structural geology softwares.

In this work four shaded relief maps were used, with lighting 20° above the horizon at N90° N45°, N00°and N315°. Figure (2) shows interpreted lineaments and rose diagrams for frequency and length, at

10° interval.

5

10% 5 10%

Length Frequency

(35)

Figure 3 – 3D visualization of study area (view from SSE). Note the scarp of Serra do Caraça in the left of image, and the flat plateau of Chapada de Canga in the center.

0

10

20

30

40

50

60 A

50

100

150

200

250

300

350 B

Figure 4 – A) Slope map. B) Aspect map.

The hypsometric map is quickly obtained from reclassification of DEM with r.reclass; colors are adjusted with r.colors and contours are extracted in vector format with r.contour. DEM 3-D

visualization (Figure 3) can be done with d.3d or in NVIZ, where one can interactively adjust positioning

of view, lighting and several others parameters.

Slope (Figure 4A) and aspect (Figure 4B) are calculated with r.slope.aspect; slope can be expressed in degrees or percentage and aspect is counted counterclockwise from east by default, in cartesian

angles. To adjust aspect values to compass angles, one can use a script (Appendix A) written by M. Hamish

Bowman (Department of Marine Sciences, University of Otago, New Zealand).

In Figure (4B), the three highlighted subsets represent regions used for analysis of slope as function of aspect. First, subregions are created with g.region; then, r.resample is used to create raster layers

with data only inside the subregions. Density plots can then be made to show aspect variation in each

subregion (Figure 5A).

Aspect map can also be reclassified and crossed with slope. In this work aspect was classified into four categories: NE (0-90º), SE (90-180º), SW (180-270º) and NW (270-360º), in separate layers.

Multi-plying these layers with slope, using r.mapcalc, provides a way to analyse slope variations in each

(36)

1800

altitude

(m) 1400

1000

600

0 5 10 15 20 25 dist. (km)

Swath Profile 1

0 5 10 15 20 25 dist. (km)

1800 altitude (m) 1400 1000 600

2200 Swath Profile 2

1000 600 400 800 altitude (m)

0 5 10 15 20 25 dist. (km)

Swath Profile 3

W E WNW ESE NNW SSE SP.1 SP.1' SP.3' SP.3 SP.2 SP.2'

Figure 6 – Swath profiles. Localization of profiles on the shaded relief image.

3.3. Swath profiles

Altimetric swath profiles (or projected profiles of Baulig, 1926, cited in Tricart and Cailleux, 1957)

are those were intersections of contours with equally spaced profile lines are marked within a swath, or

band. This kind of profile can provied a broader view of altimetric behaviour, and help to determine

incli-nation of large topographic features in planaltic regions (Meis, 1982). The d.profile command outputs up to four ASCII files with cumulative length in meters, raster value (elevation), east and north coordinates.

In this work, three swath profiles were made, with 500m of distance between each profile line (Figure 6).

3.4. Drainage and lineament density

Drainage density maps (Horton, 1945) express the ratio beetwen accumulated length per area (km/km²) and was calculated for 1000x1000m cells (Figure 7A). The same specifications were used in the

lineament density map (Figure 7B).

Slope (degrees) 0 10 20 30 40

0.00

0.01

0.02

0.03

Density

0 10 20 30 40 50 60 70

0.00

0.01

0.02

Slope (degrees)

Density

-5 0 5 10 15 20 25 30

0.00

0.02

0.04

Slope (degrees)

Density

0 100 200 300

0.000 0.001 0.002 0.003 Aspect (degrees) Density

(37)

the lines a unitary value, and then converted to sites.

The resolution is changed for that choosed to calculate density (e.g. 1000m) and s.cellstats is

used with the “sum” option to count how many points are in each cell. The result is converted to raster and

multiplied, with r.mapcalc, for a value that represents the ratio of the cell size in high resolution and the

area of low-resolution cell, to achieve the desired relation of length/area, in km/km². For example, if the vector map was converted to raster with 25m resolution, and one searches density for 1000m cells:

density = nº points x (25m/1000) (1)

or, simply

density = nº points x 0.025 (2)

This map is finally converted to sites; the resolution is turned back to default value and the sites are

interpolated.

0.5

1.0

1.5

2.0

2.5

3.0

3.5

4.0

4.5 A

0.5

1.0

1.5

2.0

2.5

3.0

3.5 B

Figure 7 – A) Drainage density map. B) Lineament density map.

3.5. Surface roughness

The surface roughness map (Hobson, 1972; Day, 1979) was calculated as the ratio beetwen the

surface (real) area and the planar (flat) area of cells with 1000x1000m (Figure 8A). This method is useful

for morphological compartimentation since it considers the shape and not the altitude. Thus, tilted reliefs have their expression showed, while it could be masked in a hypsometric map, as consequence of altimetric

variations (Grohmann and Campos Neto, 2002, 2003).

The surface area of cells is gotten from the geometric relations between the regular grid and slope

(38)

B

a= grid cell size = slope (degrees)

a

a a b

c

a

a

2 2 ((tan ) a) a

c= + a ´

a b=tana´

a =2

flat area real area

= ´c a

Figure 8 – A) Surface roughness map, for cells with 1000x1000m. B) Geometric relations between regular grid and slope. 50*(sqrt((exp((tan(A)*50), 2)) + 2500)) (3)

Where A is the slope map.

The map for cells planar area can be achieved reclassifying any preexisting raster layer with a unique value.

Both maps are then converted to sites; grid resolution is adjusted to the desired value (e.g. 1000m)

and s.cellstats is used with the “sum” option to get the surface and planar areas; the results are

converted to raster and ratio is calculated in r.mapcalc. This result is converted to sites and interpolated with default resolution.

1.00

1.05

1.10

1.15

1.20

1.25

1.30

A

3.6. Isobase

The map of isobase (Filosopov, 1960 cited in Jain, 1980; Golts and Rosenthal, 1993) was made

from the intersections of contours with 2nd and 3rd-order stream channels (drainage orders according to Strahler, 1952a,b).

First, vector contours and streams are converted to raster, to produce maps with values 1 and null

for the streams, and altitude and null for topography. This allows that maps, when multiplied (r.mapcalc),

present result only where there is an intersection of features. The resulting raster is converted to sites and interpolated (Figure 9A). Additionally, manual interpolation was made (Figure 9B) and maps compared

Imagem

Figura 1 – Localização da área de estudo, com relação ao Quadrilátero Ferrífero. Relevo sombreado com  iluminante a N45º, inclinação de 20º
Figura 3 - Mapa geológico simplificado da área de estudo
Figura 4 – Lineamentos interpretados e diagrama de rosácea.
Figura 5 – Perfis em varredura; localização sobre imagem de relevo sombreado.
+7

Referências

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