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Hedge Funds como Potencializadores de Ataques Especulativos

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FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS

ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS CENTRO DE FORMAÇÃO ACADÊMICA E PESQUISA

CURSO DE MESTRADO EXECUTIVO EM GESTÃO EMPRESARIAL

HDGE FUNDS COMO

POTENCIALIZADORES DE ATAQUES

ESPECULA TIVOS.

DISSERTAÇÃO APRESENTADA À ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE

ADRIANA MARQUES VILHENA

(2)

FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS

ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

CENTRO DE FORMAÇÃO ACADÊMICA E PESQUISA

CURSO DE MESTRADO EXECUTIVO

TÍTULO

HEDGE FUNDS COMO POTENCIALIZADORES DE ATAQUES ESPECULATIVOS

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO APRESENTADA POR:

ADRIANA MARQUES VILHENA

E

APROVADO EM

15

/OG / :)

Qo

3

PEL COMISSÃO EXAMINADORA

PhD em Business Administration

ALEXIS TORIBIO DANTAS

(3)

Resumo

Esta dissertação tem por objetivo investigar a hipótese de que os Hedge

Funds, com sua maneira agressiva de operar e de se alavancar nos mercados

financeiros, seriam capazes de potencializar os ataques especulativQs so.fIidos

por diversos países nos últimos anos. Como referencial teórico, foram

apresentados os modelos maIS discutidos de CrIses cambiais de pnmeIra,

segunda e terceira geração. Ainda para sustentar a conclusão de que os Hedge

Funds potencializam os ataques especulativos, apresentamos o papel

desempenhado pelos Hedge Funds nas recentes cnses cambiais como

referencial prático. Esta dissertação está estruturada em três seções, além da

Introdução, da Conclusão e da Bibliografia. A primeira apresenta a Indústria

dos Hedge Funds e seus principais conceitos; a segunda apresenta alguns dos

modelos de crises cambiais mais discutidos na literatura e os modelos de

Calvo de 1999 e Corsetti et aI. (2000); e a terceira fala sobre as crises

cambiais recentes e o papel desempenhado pelos Hedge Funds nestas crises.

Abstract

The main goal of this dissertation is to investiga te the hypothesis that the

Hedge Funds, with their aggressive way of trading and of leverage

themselves, would be capable to increase some of the speculative attacks that

happened at several countries in the last few years. We will present the most

(4)

Funds roles in some recent crisis. We conc/ude that they are capable to

increase the speculative attacks. This dissertation has three sections, beúdes

the introduction, the conc/usion and the bibliography. The first section

presents the Hedge Fund industry and its characteristics; the second presents

some crisis models and the Calvo (1999) models and Cm'seU et aI. (2000);

and the third section analyses some of the recent crisis and the role played by

(5)

Sumário

1. Introdução ... 3

2. Hedge Funds ... 5

2.1. Definição ... 5

2.2. Origem ... 6

2.3. Classificação... ... ... 8

2.4. Mitos e Verdades ... 1 O 2.5. Estratégias de Investimento ... 12

2.5.1. Estratégias de Investimento Estabilizadoras ... 12

2.5.2. Estratégias de Investimento Desestabilizadoras ... 13

2.6. O Mercado de Câmbio e os Hedge Funds ... 15

2.6.1. O Mercado de Câmbio ... 17

2.6.1.1. O Regime de Flutuação Pura ... 18

2.6.1.2. O Regime de Câmbio Fixo ... 19

2.6.2. Exemplos de Estratégias de Investimento dos Hedge Funds no Mercado de Câmbio ... 20

2.6.2.1.Venda a Termo de Moeda a Descoberto ... 20

2.6.2.2. Mercados Futuros de Moeda ... 23

2.6.2.3. Opções de Venda de Moeda ... 26

2.7. Preocupações Devido ao Crescimento dos Hedge Funds ... 28

2.7.1. O caso LTCM ... 30

3. Os Modelos Teóricos de Crises Cambiais ... 33

3.1. O Modelo Fundamentalista ... 34

3.2. Os Modelos de Segunda Geração ... 39·

3.2.1. Contágio ... 44

3.2.2. Os Modelos de Calvo ... 47

3.3. Os Modelos de Terceira Geração ... 51

3.3.1. Os Modelos de Corsetti - o papel dos "Grandes Jogadores" nas crises cambiais ... 55

3.3.1.1. Modelo com Equilíbrio Múltiplo"; ... 57

(6)

Múltiplo ... 59

3.3.1.3. Modelo com Informação Incompleta ... 60

3.3.1.4. Modelo com Informação Incompleta só com "Pequenos Jogadores" ... 61

3.3.1.5. Modelo com Informação Incompleta com "Grandes Jogadores" ... 63

4. As Crises Cambiais Recentes e os Hedge Funds ...•... 65

4.1. A crise européia de 1992 ... 67

4.2. A Crise do México (1994 - 1995) ... 71

4.3. A crise da Ásia em 1997 ... 75

4.4. Algumas questões polêmicas sobre a atuação dos Hedge Funds nas crises recentes ... 79

5. Conclusão ... 85·

6. Bibliografia ... 87

(7)

1. Introdução

Na última década, várias cnses cambiais, como a da Europa em 1992, do

México em 1994, da Ásia em 1997, da Rússia em 1998 e do Brasil em 1999,

chamaram a atenção da mídia e dos pesquisadores pela procura de

explicações, causas e efeitos destas crises. Como resultado, o interesse pelo

estudo das crises cambiais tem crescido, assim como a publicação de artigos e

trabalhos científicos sobre este tema.

Considerados vilões de diversas crises, os Hedge Funds vêm sistematicamente

sendo lembrados como sendo um dos principais responsáveis pelas crises ou

um instrumento de potencialização das crises.

Em várias ocasiões, lemos que os Bancos Centrais de diversos países foram,

usando algumas expressões do boxe, postos no córner pelos Hedge Funds,

tendo sido mais tarde obrigados a jogar a toalha e implementar medidas

amargas como a desvalorização de sua moeda ou a mudança de regime de

taxas cambiais. Tais medidas só teriam sido tomadas devido ao ataque

especulativo dos Hedge Funds, que sendo administrados por profissionais

mais bem informados e mais espertos que o resto do mercado, com maior

capacidade de operar em grandes lotes devido ao fácil acesso ao crédito e na

busca de distorções macroeconômicas nos mais diferentes países, seriam

capazes de desestabilizar os mercados.

o

objetivo desta dissertação é demonstrar através das 'características

principais dos Hedge Funds e do estudo dos modelos das crises cambiais

desenvolvidos desde o artigo pioneiro de Krugman de 1979 e -em "especial OS"

modelos de Calvo (1999) e de Corsetti et aI (2000), que os Hedge Funds

(8)

Esta dissertação está estruturada em três seções, além da Introdução e da

Conclusão. A primeira apresenta a Indústria dos Hedge Funds e seus

principais conceitos e características; a segunda apresenta alguns dos modelos

de crises cambiais mais discutidos na literatura, destacando os modelos de

Calvo (1999) e Corsetti et aI (2000); e a terceira comenta as crises cambiais

recentes e o papel desempenhado pelos Hedge Funds nestas crises.

(9)

2. Hedge Funds

Nesta seção procuramos descrever os Hedge Funds, expondo suas

características mais marcantes. Como começaram, porque têm chamado tanta

atenção da mídia e dos especialistas, como costuma operar e quais suas

estratégias mais marcantes. No item 2.3., tentamos entender um pouco do

mito que envolve os Hedge Funds e quanto pode ser considerado verdade. No

item 2.6, explicamos especificamente as operações dos Hedge Funds no

mercado de câmbio, que acabam criando grande polêmica durante e após as

crises cambiais. Depois, apresentamos as preocupações que afligem as

autoridades quanto ao crescimento e a falta de regulação dos Hedge Funds e

por fim, temos um caso real de Hedge Fund que saiu completamente do

controle de seus administradores, trazendo prejuízos para seus acionistas,

investidores e contrapartes.

2.1. Definição

Para Einchengreen et Mathieson (1998), Hedge Fund é um eclético conjunto de

investimentos, organizados como uma sociedade particular, com investimentos estrangeiros

por motivos de imposto e regulação, cujos administradores são pagos baseados em sua

(10)

2.2. Origem

O pnmeIro Hedge Fund - lhe Jones Hedge Fund - foi criado em 1949 por

Alfred Winslow Jones. Ele combinou duas estratégias de investimento,

alavancagem e vendas a descoberto, consideradas estratégias agressIvas se

consideradas separadamente mas que combinadas criaram um sistema de

investimento conservador. Segundo (Chadha et Jansen, 1998), Jones percebeu

que existem dois tipos distintos de origem para os riscos em investimentos em

ações: na escolha individual das ações e no risco geral do mercado. Ele

buscou separá-los. Ele visualizou a manutenção de uma cesta de ações

variadas, como é necessário em uma alocação de ativos, para se proteger de

uma queda no nível geral do mercado. Depois, controlado o risco do

mercado, ele usou alavancagem para ampliar seus retornos através da escolha

de algumas ações. A estratégia era comprar algumas ações, ou seja, ficar

"comprado" e vender outras a descoberto. Ao comprar ações que estavam

sub-valorizadas e vender as ações que estavam super-valorizadas a

expectativa era que o fundo ganharia, não importando para que direção o

mercado se movesse. O fundo era considerado protegido, porque tinha uma

carteira dividida entre ações que se valorizariam se o mercado subisse e

posições "vendidas" que ganhariam se o mercado caísse. Daí surgiu o termo

Hedge Fund.

Ainda de acordo com Chadha et Jansen (1998), havia outras duas notáveis

características do Jones Hedge Fund: uma estrutura de remuneração vinculada

ao lucro e todo o seu capital próprio era investido no fundo. A remuneração

paga ao administrador era fixa em 20% dos lucros realizados. Ao contrário

dos Fundos Mútuos da época - e como são até hoje - não havia uma taxa de

administração vinculada ao patrimônio do fundo.

(11)

Conforme Einchengreen et Mathieson (1998), os Hedge Funds proliferaram a

partir de 1966 quando foi publicada uma reportagem sobre Jones e seu Hedge

Fund na revista Fortune detalhando seus retornos, que foram superiores aos

melhores Fundos Mútuos da época. De 1966 até 1968, foram criados 140

Hedge Funds segundo um estudo da Securities Exchange Commission (SEC).

Estes novos fundos concentraram seus investimentos em ações de corporações

e se utilizaram mais do instrumento de alavancagem do que das vendas a

descoberto. Devido a isso ficaram muito vulneráveis quando o mercado teve

uma queda extensa a partir do fim de 1968. Estima-se que os ativos sob

administração dos 28 maiores Hedge Funds perderam 70% de seu valor até o

fim do ano de 1970. Cinco dos 28 maiores fundos encerraram suas atividades.

Os fundos que sobreviveram e os novos entrantes desta indústria

experimentaram uma nova onda de popularidade a partir dos anos 80. O

ressurgimento foi associado à liberalização financeira, que abriu novas

oportunidades de investimentos, encorajando os administradores a construir

(12)

2.3. Classificação

Como a classificação do que é Hedge Fund é muito difícil, considerando todas

as possibilidades de investimento envolvidas, várias empresas especializadas

em Hedge Funds possuem diferentes padrões para melhor defini-los.

Utilizaremos neste artigo a classificação da Mar/Hedge por Chadha et Jansen

(1998) e que define os tipos de Hedge Funds como podendo pertencer às

seguintes categorias:

• Macro Funds - operam posições em mudanças na economIa global

refletidas em preços de ações, moedas e taxas de juros.

Global Funds - são os que investem nos mercados emergentes e aqueles

dedicados a regiões específicas no mundo. Enquanto "tomam" posições

em movimentos direcionais como os Macro Funds fazem, eles tendem a

ser mais orientados a escolher ações em alguns mercados individuais.

Eles tendem a utilizar menos índices derivativos do que os Macro Funds.

• Long Only Funds - são os fundos tradicionais de ações que são

estruturados como Hedge Funds, ou seja, utilizam alavancagem e

remuneração vinculada ao lucro.

• Market-neutral Funds - tentam reduzir o risco de mercado operando

posições compradas e vendidas e são, neste sentido, talvez o mais perto

da filosofia de investimento do Hedge Fund original, o Jones Hedge

Fund. Eles agora abrangem Fundos que investem em uma enorme gama

de instrumentos, incluindo arbitragem, ativos conversíveis, e outros.

Sectoral Hedge Funds - têm um foco em um tipo de indústria:-- saúde,

serviços financeiros, alimentação, mídia e comunicações, petróleo e gás,

imóveis, tecnologia, transportes e serviços.

(13)

• Dedicated Short Sales Funds - emprestam títulos que eles julgam estar

super-valorizados e vendem no mercado, esperando comprá-las depois a

um preço menor. Estes fundos atraem investidores que desejam se

proteger de posições compradas de ações ou os que acreditam que o

mercado vai cair.

• Event-driven Funds - investimento baseado em capitalizar algum evento

ou situação especial. Eles abrangem ativos de empresas em processo de

reorganização ou falência e arbitragens envolvendo aquisições ou fusões.

Estas arbitragens consistem em compras de ações da companhia que está

sendo adquirida e vendas das ações da companhia que está adquirindo

simultaneamente.

• Funds of Funds são Hedge Funds que alocam sua carteira de

investimentos, às vezes com alavancagem, entre diversos outros Hedge

(14)

2.4. Mitos e Verdades

De acordo com Brown et aI (1997), alguns poucos administradores altamente

bem sucedidos nas últimas duas décadas chamaram a atenção para a

relativamente pequena mas muito interessante classe de investimentos

conhecida como Hedge Funds. O caso mais notável é o fundo multi-bilionário

administrado por George Soros - o Quantum Fund, cujo retorno tem excedido

30% por ano há mais de duas décadas.

Embora impressionante, esta performance conseguida por George Soros não

deve ser considerada comum entre os Hedge Funds. Muito pelo contrário

afirmam Brown et aI (1997), já que de acordo com os dados coletados em sua

pesquisa, para administradores e fundos a probabilidade de sobrevivência dos

Hedge Funds e de seus administradores por sete anos é menor que 20%. Para

análises de performance, a taxa de sobrevivência é particularmente importante

na avaliação de performance passadas dos Hedge Funds e ao escolher o guia

anual para os Offshore Hedge Funds - The U.S. Ofshore Funds Directory, que

publica informações sobre a maioria dos Hedge Funds em operação desde

1990, Brown et aI (1997) aponta que apenas 25 fundos dos 108 fundos

listados em 1990 continuam ativos e que o número de fundos cresceu de 78

em 1989 para 399 no fim de 1995, com um crescimento de capital sob

administração que cresceu de 4,7 bilhões de dólares para 40,3 bilhões no

mesmo período. Esta busca por ganhos maiores do que a dos outros tipos de

fundos pode explicar o motivo por que muitos fundos não sobrevivem por

vários anos. Alguns Hedge Funds acabam aceitando correr riscos que fundos,

regulados não podem assumir e por isso acabam sendo liquidados ou

simplesmente absorvidos por outros fundos, já que grandes riscos

podem-gerar grandes lucros mas também grandes prejuízos.

Logo, podemos concluir que embora muito considerados e invejados pelo

mercado, os administradores do Hedge Funds nem sempre conseguem atingir

a performance desejada e muitos fundos são fechados ou absorvidos por

outros fundos após pouco tempo em atividade, embora novas fundos estejam

sempre surgindo e novos tipos de investidores tenham decidido investir em

(15)

Hedge Funds. Enquanto no passado o perfil dos investidores de Hedge Funds

fossem os investidores sofisticados e com alto poder aquisitivo (High Net

Worth investor), nas últimas décadas os investidores institucionais têm

incluído os Hedge Funds nas suas opções de investimentos. Lembramos que

os investidores institucionais (fundos de pensão, seguradores e etc.) possuem

enormes montantes de capital sob sua administração e isso explicaria o

enorme crescimento de capital investido nos Hedge Funds nos últimos vinte

anos.

Para Brown et aI (1997), claramente os administradores dos Hedge Funds são

pagos para assumir riscos e os investidores acreditam que o administrador

tem o conhecimento e a agressividade para atingir seus objetivos de altos

retornos.

No entanto, os autores (Brown et aI, 1997) encontraram um retorno médio nos

investimentos dos Hedge Funds de 13,26% de 1989 até 1995, enquanto o

retorno do S&P 500 (índice mais utilizado para análises de performance de

renda variável, já que mostra a variação dos preços das 500 ações que mais

representam a economia americana e são operadas na bolsa de Nova York),

foi de 16.47% no mesmo período. Logo, os Hedge Funds quando analisados

em grupo não podem ser caracterizados pelo retorno espetacular conseguido

(16)

2.5. Estratégias de Investimento

Segundo Kodres (1998), os Hedge Funds podem operar tanto como

especuladores como hedgers, ou seja, buscando proteção, e como as

estratégias de investimento dos Hedge Funds possuem apenas os limites

impostos por seus próprios prospectos, não é nenhuma surpresa que suas

estratégias cubram uma extensa quantidade de mercados e instrumentos. Os

instrumentos de investimento mais utilizados são:

(1 )spot ou instrumentos à vista;

(2) futuros, a termo ou swaps;

(3) opções ou concessões eventuais.

As estratégias escolhidas pelos diferentes tipos de Hedge Funds vão depender

da característica principal do fundo, de sua classificação e de seus principais

objetivos, que são determinados por seus prospectos. Algumas das estratégias

maIS importantes podem ser classificadas como estabilizadoras ou

desestabilizadoras dos mercados financeiros.

2.5.1. Estratégias de Investimento Estabilizadoras

Segundo Kodres (1998), entre os tipos de estratégias estabilizadoras maIS

importantes estão as arbitragens e as estratégias contrárias.

As arbitragens, por serem operações baseadas em pequenas distorções de

preço nos mercados, são estabilizadoras por natureza. Ao identificar uma

distorção e efetuar ganho em cima desta distorção, as operações de arbitragem

naturalmente direcionam os preços para um novo equilíbrio, até. que a

arbitragem deixa de existir.

(17)

Quanto às estratégias contrárias, são estratégias que somente os Hedge Funds

costumam utilizar devido às suas características de atuação que favorecem

este tipo de investimento. Os Hedge Funds não precIsam se preocupar, ao

contrário dos Fundos Mútuos, por exemplo, com o aumento considerável de

pedidos de resgates que costumam acontecer após seguidos períodos de queda

nos mercados. A estrutura dos resgates nos Hedge Funds costuma ser de

longo prazo, normalmente de 6 meses a um ano após a solicitação do resgate.

Logo, enquanto um administrador de um Fundo Mútuo é obrigado a vender

ativos em um mercado em queda para poder honrar suas necessidades de caixa

devido ao aumento no números de pedidos de resgate, fortalecendo o

movimento de queda do mercado, os Hedge Funds podem comprar ativos que

eles consideram que estejam sub-valorizados, ajudando a recuperação dos

mercados. Em um mercado em alta, as estratégias se mantêm em pontas

contrárias. No caso dos Fundos Mútuos, os administradores passam a conviver

com um aumento de aquisições por parte de seus investidores, obrigando-os a

comprar mais ativos e empurrando mais ainda o mercado para cima. Os Hedge

Funds, com aquisições que normalmente só podem ser feitas mensalmente ou

trimestralmente e pouco sensíveis aos movimentos de mercado, podem então

vender os ativos em carteira que estiverem super-valorizados.

2.5.2. Estratégias de Investimento Desestabilizadoras

De acordo com Kodres (1998), os tipos de estratégias desestabilizadoras mais

importantes são:

(1)0 hedge dinâmico;

(2)stop loss;

(3)as chamadas de margem e de colateral e;

(4)0 "efeito de manada".

Embora estas estratégias não sejam exclusivas dos Hedge Funds, mas comuns

a todo o mercado, elas fazem parte do dia-a-dia dos administradores deste

(18)

o

hedge dinâmico é quando um ativo está protegido com algum outro tipo de operação (que pode ser através de futuros ou de opções) e este hedge precisa

ser constantemente ajustado para acompanhar as variações de preço do ativo

que acontecem no mercado. Algumas vezes, esta dinâmica pode provocar a

necessidade de venda do ativo, integral ou parcialmente, em um momento de

queda do mercado.

Stop Loss é uma prática de todo o mercado, não apenas dos Hedge Funds, e

que sempre contribui para potencializar a queda dos mercados. Ao determinar

um stop 10ss, os administradores de fundos e os operadores dos mercados

financeiros determinam que se o ativo atingir aquele preço limite, o ativo

deve ser vendido imediatamente para que o prejuízo ou para que o lucro seja

realizado, não importando se o mercado está em queda ou não. Com um

mercado em queda, as diversas instruções de venda que são determinadas pelo

stop 10ss jogam o mercado mais para baixo.

As chamadas de margem e colateral são quando os ativos ou os montantes

financeiros que estão em garantia de algum outro ativo ou operação não são

mais suficientes para cobrir os riscos envolvidos. Neste caso, os fundos são

chamados em margem ou são obrigados a depositar mais ativos, que eles

podem não possuir naquele momento. Assim, os administradores podem ser

obrigados a vender ativos em um mercado em queda. No caso dos Hedge

Funds, como eles costumam ser fundos altamente alavancados, estas

chamadas de margem e de colateral podem ser de volumes altíssimos.

o

"efeito de manada" é quando os participantes do mercado resolvem seguir a tendência de outros participantes mesmo que sem ter nenhum tipo de

informação que justifique esta atitude. Por acreditar que outIOS paIticipantes

podem ter algum tipo de informação que eles, por serem menores ou não

serem especializados neste tipo de mercado, podem não estar sabendo, muitos

participantes escolhem seguir um líder e imitá-lo para não perder o que pode

ser um grande negócio, criando um efeito manada que pode acabar gerando

um movimento que afeta todo o mercado.

(19)

2.6. Hedge Funds e o Mercado de Câmbio

Nesta seção começamos explicando o mercado de câmbio e seus regImes

cambiais e depois analisamos e exemplificamos os tipos de operações mais

comuns praticadas pelos Hedge Funds nos mercados de câmbio. Estes tipos de

operações, que basicamente são apostas contra a moeda de um determinado

país, são responsáveis pela fama de potencializadores de ataques

especulativos dos Hedge Funds.

De acordo com Eichengreen et Mathieson (1998), as decisões de investimento

dos Hedge Funds são influenciadas por alguns fatores determinantes:

Primeiro, os administradores dos Hedge Funds procuram identificar países em

que os fundamentos macroeconômicos estão distorcidos, e que mudanças nos

preços dos ativos neste país serão bruscas e grandes quando vierem a ocorrer.

Investidores sabem que os Hedge Funds assumem considerável risco, pelo

qual eles esperam consideráveis retornos. Os administradores,

consequentemente, são incentivados a identificar casos aonde eles

antecipariam grandes mudanças nos preços dos ativos.

Segundo, administradores são especialmente atraídos para investimentos onde

o risco de grandes perdas de capital é quase nula. Por exemplo, vender a

descoberto uma moeda que pode ser desvalorizada mas que de modo algum

será valorizada. Isto explicaria seu foco em países com câmbio controlado ou

fixo.

Terceiro, Hedge Funds podem operar grandes posições quando o custo da

captação de recursos (funding) está baixo. Esta captação barata permite que

eles operem e mantenham uma posição mesmo que eles não tenham certeza do

momento em que a mudança no preço dos ativos vai ocorrer. Por exemplo,

eles podem acreditar que um determinado país vai ter que desvalorizar a sua

moeda mas o momento em que isso irá ocorrer é incerto. Quando a captação

de recursos está barata, eles podem se manter posicionados, neste-

(20)

com os custos que este tipo de posição provoca, como chamadas de margem e

de colateral.

Quarto, administradores de Hedge Funds são atraídos para mercados líquidos,

aonde eles podem fazer grandes operações a custos baixos.

No caso dos Hedge Funds como participantes de ataques especulativos a

mercados com taxa de câmbio fixa ou controlada pelo governo, o quarto fator

determinante descrito acima é o maior problema que os administradores

precisam analisar antes de decidir vender grandes posições. Nos mercados

emergentes em particular, liquidez limitada e tamanho limitado de operação

aceitas pode reduzir a habilidade dos Hedge Funds e dos outros investidores

de operar algumas posições "vendidas". Nos países em que o governo controla

o movimento de capital ou restringe a habilidade dos bancos domésticos de

fazer negócios com contrapartes estrangeiras, os Hedge Funds podem ter

dificuldade de operar. Finalmente, os administradores dos Hedge Funds não

gostam de ser identificados como operando contra um governo ou país por

medo de retaliações e permanecer anônimo é particularmente difícil em um

mercado pequeno e com pouca liquidez.

Embora os Hedge Funds tenham facilidade e flexibilidade para vender

grandes posições, tendo conseguido sua fama de vilões do mercado financeiro

graças a diversos destes tipo de operações contra moedas de diversos países,

lembramos que eles são também os primeiros a comprar grandes contratos de

moedas que estão depreciadas devido a um ataque especulativo, garantindo

liquidez e ajudando a moeda a se recuperar.

(21)

2.6.1. O Mercado de Câmbio

O Mercado de câmbio é composto pelas "atividades cambiais realizadas entre

as diversas nações. As motivações que levam as empresas e as pessoas à

realização dessas operações são as mais variadas: comércio e troca de bens e

serviços; pagamento de principal de empréstimos e de juros da dívida;

viagens; e outras transações internacionais (Kasznar, 1990)".

Conforme Carvalho et aI. (2000): no mercado de câmbio, as operações ali

realizadas refletem a demanda (e oferta) por cada uma das moedas. E o preço

da mercadoria nele negociada é a taxa de câmbio, ou seja, é o valor da moeda

estrangeira medido em unidades da nacional.

Para melhor entendermos o funcionamento do mercado de câmbio para

futuramente entendermos como o Hedge Funds podem atuar neles vamos

explicar resumidamente os regimes cambiais.

Para Carvalho et aI. (2000), um regIme cambial é definido fundamentalmente

pela regra estabelecida para a formação da taxa de câmbio. Os dois tipos

puros extremos são: a flutuação pura e a paridade fixa imutável.

Na vida real, estes dois tipos de regimes cambiais são muito difíceis de serem

encontrados mas o entendimento de como eles funcionam, torna possível o

entendimento do regImes cambiais intermediários que são adotados

normalmente pelos diversos países e que são basicamente combinações destes·

dois regimes extremos.

"Segundo o levantamento do Fundo Monetário Internacional, divulgado no

periódico International Financiai Statistics, metade de pouco. mais,. de 180,

economIas acompanhadas tinham, em 1999, regimes cambiais intermediários,

estando a outra metade dividida quase que ao meio entre as adeptas de

paridades fixas e aquelas que seguem a flutuação. Cabe considerar,

entretanto, que nem todos os regImes classificadas- como flutuantes

(22)

monetárias, da mesma maneira que sob a classificação de regImes de câmbio

fixo estavam economias que haviam desvalorizado suas moedas nos últimos

10 anos (Carvalho et aI., 2000)".

2.6.1.1. O Regime de Flutuação Pura

Segundo Carvalho et aI. (2000), um regIme de flutuação cambial pura (ou de

câmbio perfeitamente flexível) é caracterizado pelo fato de que a taxa de

câmbio é determinada, exclusivamente, através da operação das forças de

mercado. Esta é a característica mais importante do regime de flutuação pura:

a taxa de câmbio é determinada exclusivamente pelas forças de mercado. Um

desequilíbrio incipiente no mercado de câmbio, motivado, por exemplo, por

um deslocamento da demanda é resolvido "instantaneamente" através de uma

mudança na taxa de câmbio (ver Figura 1 abaixo). A segunda característica é

que, na medida em que o Banco Central não intervém no mercado, ele não

precisa dispor de reservas internacionais.

E

O

Figura 1: A Flutuação Pura no Mercado de Câmbio

D]US$

DoUS$

Fonte: CarvalhO-etal. (2000)

(23)

2.6.1.2. O Regime de Câmbio Fixo

De acordo com Carvalho et aI. (2000), um regime de câmbio fixo é aquele em

que uma paridade entre moeda doméstica e a estrangeira é estabelecida

através de uma decisão do governo ou de uma lei. A manutenção da taxa de

câmbio no nível fixado torna-se uma responsabilidade das autoridades

monetárias. Para evitar que as pressões de mercado - isto é a disputa entre os

compradores de moeda estrangeira escassa - façam a taxa de câmbio subir, o

governo deve oferecer no mercado aquela quantidade de divisas que estaria

faltando. Isto significa que o Banco Central deve estar disposto a intervir

passivamente no mercado de câmbio para vender (no caso de escassez de

divisas no mercado) ou comprar (no caso de abundância) moeda estrangeira à

paridade oficial. E para que possa desempenhar este papel a autoridade

monetária deve pOSSUlf um estoque suficiente de reservas em moeda

estrangeira.

Neste tipo de regime, o Banco Central precisa eliminar o desequilíbrio entre a

oferta e demanda por moeda estrangeira através de outros instrumentos como

um ajuste no balanço de pagamentos que podem vir a gerar problemas

macroeconômicos para o país e atrair os ataques especulativos se os

(24)

2.6.2. Exemplos de Estratégias de Investimento dos Hedge Funds no Mercado

de Câmbio

Os exemplos abaixo vão explicar algumas das operações maIS comuns dos

Hedge Funds nos mercados de câmbio quando eles acham que um certa moeda

será desvalorizada, segundo Kodres (1998). Apostas em desvalorizações são

normalmente operadas pelos Macro Funds.

2.6.2.1. Venda a Termo de Moeda a Descoberto

As operações no mercado a termo podem ser realizadas em ambiente de

pregão ou diretamente entre as partes. As operações envolvendo moedas e

câmbio costumam ser realizadas com intermédio de um banco ou de um

participante do mercado de câmbio. Os contratos a termo têm a vantagem de

serem ajustáveis às vontades dos compradores e dos vendedores. Eles têm a

flexibilidade de determinar, dentro de limites estabelecidos pelas Bolsas e

orgãos reguladores de cada país, o prazo e o tamanho dos contratos, bem

como outras condições que julguem ser de seu interesse. Com o objetivo de

assegurar o bom funcionamento e adimplência das operações, as Bolsas

exigem dos participantes com posições que oferecem risco de inadimplência

garantias financeiras que possam ser utilizadas se o participante não cumprir

com suas obrigações - as coberturas ou margens. Quando o vendedor a termo

deposita o ativo-objeto (ativo que deve ser vendido pelo vendedor do contrato

e comprado pelo comprador na data de vencimento do contrato a termo), como

garantia de que terá o ativo para entregar na data da liquidação do contrato,

ele estará realizando uma cobertura. Ao realizar a cobertura, o vendedor fica

dispensado de realizar garantias adicionais. Os compradores e os vendedores

não cobertos, terão que depositar margem de garantia. No Brasil, po.dem ser

depositados como margem: dinheiro, ouro e, a critério das Bolsas, títulos

públicos e privados, cartas de fiança, ações, apólices de seguro e etc. As

Bolsas têm a prerrogativa de recusar algum título se o considerar de alto risco

(Marins, 2001).

FUNDAÇÃO GETÚUO VARGAS

(25)

Como funciona um contrato a termo? Ele regulamenta operações de compra e

venda de um ativo-objeto, entre comprador e vendedor, podendo prever uma

liquidação física - com a efetiva entrega do ativo-objeto, por parte do

vendedor, para que o comprador o receba no vencimento do contrato; ou uma

liquidação financeira - sem a liquidação física do ativo-objeto. Comprador é

o participante do contrato que se compromete a comprar um determinado

ativo a um preço pré-determinado em contrato em um determinada data no

futuro. Vendedor é o participante que se compromete a vender este mesmo

ativo a este mesmo preço nesta data no futuro. Ativo-objeto, é o ativo que

será comprado e vendido pelos participantes na data de vencimento do

contrato.

Como os Hedge Funds vendem moeda a termo a descoberto? Quando os

administradores dos Hedge Funds começam a identificar sinais, através de

análises macroeconômicas ou de movimentos de mercado, de que algum

governo pretende desvalorizar a sua moeda em algum momento no futuro, eles

começam a vender a termo esta moeda. Ao vender uma moeda a termo que

acaba sendo desvalorizada antes do vencimento do contrato, o administrador

terá conseguido um lucro proporcional ao tamanho da desvalorização, já que

ele estará vendendo a moeda a um preço calculado e determinado

anteriormente à desvalorização. Por vender a descoberto, ou seja, sem possuir

o ativo-objeto para depositar como cobertura, os Hedge Funds precisam

depositar margem em dinheiro ou em títulos mas isso não costuma ser um

problema para seus administradores já que eles possuem fácil acesso ao

crédito e muitos ativos em carteira.

Esta é uma típica estratégia usada pelos Hedge Funds, vender uma moeda a'

um determinado preço em uma determinada data no futuro quando o

administrador do Hedge Fund espera que ela irá se deprec.iat. Embora.

normalmente estas operações sejam intermediadas por bancos, Hedge Funds

podem encontrar contrapartes como grandes corporações ou bancos centrais,

dispensando os serviços dos bancos como intermediários. Um banco irá

normalmente estabelecer uma linha de crédito com o Hedge Fund, o que

(26)

montante, baseado em uma análise de crédito do Hedge Fund. Dentro das

estratégias comuns de investimento dos Hedge Funds, eles podem se

alavancar junto a estes bancos e usar esta alavancagem para operar contratos

a termo, garantindo uma venda no futuro de uma moeda a um determinado

preço e seguir rolando estas posições até que a desvalorização aconteça. No

caso típico, o Hedge Fund deposita um certo montante no banco como

garantia da operação (5%) para iniciar a posição.

Enquanto contratos a termo normalmente não necessitam liquidação financeira

até sua data de vencimento, a malOna dos bancos que operam com Hedge

Funds (e outras contrapartes) eXIgem acordos em que são feitos ajustes

diários e as perdas que ocorrem devido aos movimentos dos preços das

moedas são pagos pelos Hedge Funds aos bancos. Na ponta contrária, ou seja,

se os Hedge Funds estiverem tendo lucros com as suas posições vendidas, os

bancos pagam os ajustes aos Hedge Funds. Estas estratégias tipicamente são

feitas para que os contratos a termo liquidem baseados na perspectiva dos

administradores dos Hedge Funds de quando irá acontecer a depreciação da

moeda. No entanto, isso é muito difícil de prever e algumas vezes os Hedge

Funds usam contratos de curto prazo e os renovam se o movimento de

desvalorização esperado não acontecer antes destes contratos expirarem.

No caso da cnse asiática, os Hedge Funds parecem ter atuado através de

diversas contrapartes para estabelecer suas posições "vendidas" da moeda

tailandesa. Alguns Hedge Funds se posicionaram no início de 1997 e

seguiram renovando suas posições até a desvalorização em meados deste

mesmo ano.

(27)

2.6.2.2. Mercados Futuros de Moeda

Os mercados futuros possibilitam a redução de risco dos agentes econômicos,

de forma semelhante aos mercados a termo. Estes mercados podem ser vistos

como uma evolução, ou ainda, como uma adaptação dos mercados a termo, à

possibilidade de transferência das posições em mercado secundário

favorecendo, dessa forma, a sua liquidez (Marins, 2001).

As operações no mercado futuro são realizadas nos pregões (ou telepregões)

das Bolsas. Enquanto nos mercados a termo os contratos são intransferíveis,

nos mercados futuros os contratos podem ser amplamente negociados e é

possível que as posições compradas e vendidas sejam encerradas antes do seu

vencimento, através da realização de operações lllversas (o operador

comprado vende e/ou o operador vendido compra) por parte dos compradores

ou dos vendedores.

Como funciona o mercado futuro de uma certa moeda? As Bolsas

normalmente oferecem algum tipo de contrato padronizado da moeda local e

de outras moedas. No Brasil, o mercado futuro de dólar é um dos mais

operados na Bolsa de Mercadorias e Futuros e pOSSUI as seguintes

características:

Datas de vencimento: primeiro dia útil de cada mês.

Último dia de negociação: dia útil imediatamente anterior ao dia do

vencimento.

Meses em que há vencimento: todos os meses do ano.

Unidade de negociação: US$ 50.000.

Liquidação: exclusivamente financeira.

Forma de apregoação: quantidade de reais por US$ 1.000, com até. três. casas

(28)

Caso um Hedge Fund acreditasse que uma certa moeda seria desvalorizada em

algum momento incerto no futuro, como ele poderia vender esta moeda no

mercado futuro?

Antes desta suposta desvalorização, os contratos futuros desta moeda estariam

apenas demonstrando a variação da taxa de juros sobre esta moeda. Ou seja, o

futuro desta moeda variaria de acordo com o seu vencimento e com a taxa de

juros esperada pelo mercado para o período deste contrato futuro. Quando

algum investidor acredita na desvalorização ele começa a vender contratos

futuros desta moeda e vai pagando ou recebendo os ajustes diários de acordo

com as variações da taxa de juros deste país até o vencimento deste contrato.

Se ele achar que ainda vai demorar a desvalorização, pode zerar sua posição

comprando contratos futuros com as mesmas características do contrato

vendido anteriormente. Assim, um investidor pode seguir se mantendo

vendido por longos períodos, sempre vendendo contratos que só liquidarão no

futuro. Em caso de desvalorização durante o período em que uma destas

operações estiver em aberto, ou seja, o investidor estiver "vendido a futuro",

ele conseguirá vender no futuro a moeda local a um nível· de preço anterior à

desvalorização, ou seja, além da taxa de Juros, ele ganha toda a

desvalorização acontecida, já que a moeda no futuro estará valendo muito

menos do que quando ele iniciou a operação.

Com o objetivo de dar liquidez aos mercados futuros e torná-los

intercambiáveis, as Bolsas adotam a padronização dos lotes de negociação,

bem como das datas de vencimento dos contratos, e padronizam o

ativo-objeto. Além de possuir mais liquidez e de ser mais fácil de encerrar suas

posições, os mercados futuros possuem um mecanismo de ajuste's "diários;

fazendo com que as margens de garantia exigidas sejam bastante inferiores às

exigidas para os mercados a termo.

(29)

Os ajustes diários do valor das posições são os pagamentos diários das perdas,

em dinheiro, pelos que sofrem ajustes negativos e, os recebimentos diários

dos ganhos, em dinheiro, pelos que auferem ajustes positivos. São as Bolsas,

através de suas câmaras de liquidação e de custódia, que pagam ou exigem os

ajustes diários dos comitentes (Marins, 200 I).

Ao apostar na desvalorização de uma determinada moeda, os Hedge Funds

podem vender contratos futuros desta moeda e arcar com os ajustes diários até

que ocorra a desvalorização. Embora seja um mercado com maior liquidez e

com maior facilidade para encerrar posições, tem a desvantagem de eXIgIr

ajustes diários em dinheiro, não podendo ser depositadas garantias em ativos

apenas. Se a desvalorização demorar muito a acontecer, o custo de prejuízos

seguidos nos ajustes diários dos "contratos vendidos" podem tornar a

(30)

2.6.2.3. Opções de Venda de Moeda

Outra maneira de investir quando acredita-se que uma moeda será

desvalorizada é comprando opções de venda desta moeda. Opção é um

contrato que dá a seu detentor, ou comprador, direito sobre algo, mas não uma

obrigação.

As opções podem ser normalmente de dois tipos:

1) Tipo americano - o titular tem o direito de comprar (quando a opção é de

compra - call) ou vender (quando a opção é de venda - put) o ativo-objeto

por um determinado preço (preço de exercício) até o vencimento do

exercício ou;

2) Tipo europeu - o titular tem o direito de comprar (quando a opção é de

compra - call) ou vender (quando a opção é de venda - put) o ativo-objeto

por um determinado preço (preço de exercício) no vencimento do

exercício.

Alguns conceitos:

1) Titular - quem compra a opção. Aquele que paga o prêmio e tem somente o

direito de exercer;

2) Lançador - quem vende a opção. Aquele que recebe o prêmio e tem

somente a obrigação de vender (no caso da call) ou de comprar (no caso de

put) o ativo-objeto, se o titular decidir exercer o seu direito;

3) Ativo- Objeto - ativo que o titular tem o direito de comprar e o lançador a

obrigação de vender (call), ou que o titular tem o direito de 'vender e o'

lançador a obrigação de comprar (put);

4) Preço de exercício - preço ao qual o titular tem o direito de ·exetcer o. seu ..

direito de comprar (call) ou de vender (put) o ativo-objeto;

5) Prêmio - é o preço da opção (Marins, 2001).

(31)

Ao comprar uma opção de venda, o Hedge Fund passa a ter o direito mas não

a obrigação de vender a um determinado preço (o preço de exercício) durante

um certo período de tempo que expira no dia determinado para o vencimento

da opção, no caso da opção de tipo americano. Para obter este direito de

vender, o comprador da opção deve pagar ao vendedor um prêmio, que reflete

a probabilidade da moeda depreciar até um preço inferior ao preço de

exercício da opção. Se a moeda está estável e com poucas possibilidades de

desvalorização, a volatilidade da opção será baixa

relativamente barato.

e o prêmio será

Após pagar o prêmio da opção, ou seja, o titular paga ao lançador um prêmio

que garante ao primeiro o direito de exercer o segundo até o vencimento do

exercício (no caso da opção de tipo americano) ou no vencimento do exercício

(no caso da opção de tipo europeu). Assim, o investidor determina o preço

em que a moeda será operada no futuro. Se não acontecer a desvalorização

que o titular acreditava que iria acontecer, ele perde o valor do prêmio pago,

porque não será um bom negócio exercer a opção e vender a moeda pelo preço

de exercício. Caso aconteça a desvalorização, o titular exerce seu direito de

vender a moeda com preços muito acima dos que estarão sendo praticados

naquele momento. O lucro da operação será a diferença entre o valor de venda

do exercício menos o valor atual da moeda menos o prêmio pago no início da

operação acrescido da taxa de juros do período.

Novamente, este era o caso das opções operadas com a moeda tailandesa antes

da crise. Muitos grandes bancos venderam opções de venda da moeda

tailandesa para os Hedge Funds antes da desvalorização e como elas

apresentavam pouca volatilidade, operar opções era barato para os Hedge'

Funds que acreditavam na desvalorização. Quando a desvalorização acabou

acontecendo, alguns Hedge Funds mas não todos, confoJ:me. veremos a ... seg.uir

(32)

2.7. Preocupações Devido ao Crescimento dos Hedge Funds

Segundo o relatório "Implications of the Growth of Hegde Funds" feito pela

U.S. Securities and Exchange Commission (Comissão) em Setembro de 2003,

um número aproximado de 6,000 a 7,000 Hedge Funds operam nos Estados

Unidos administrando montantes que totalizam entre 600 e 650 bilhões de

dólares em ativos. Nos próximos cinco até dez anos, os ativos administrados

pelos Hedge Funds devem chegar a um trilhão de dólares. O crescimento dos

Hedge Funds ocorreu devido ao aumento de interesse dos investidores

institucionais, como fundos de pensão, fundações e etc, que buscam

diversificar suas carteiras de ativos com investimentos em veículos capazes

de assegurar retornos positivos em mercados em alta ou em baixa, ou seja, no

longo prazo.

Este relatório foi o resultado do reconhecimento por parte da Comissão da

falta de informação sobre os administradores dos Hedge Funds e sobre os

fundos que eles administram, já que ambos não são registrados ou regulados.

Devido a isso a Comissão se preocupa com a sua inabilidade para examinar as

práticas dos administradores e o efeito que elas podem provocar nos

mercados. Preocupa-se ainda que a falta de regulação possa gerar falta de

informação das estratégias de investimentos dos administradores para seus

investidores.

Embora os administradores dos Hedge Funds estejam sujeitos às provisões

anti-fraude das leis federais, eles não estão sujeitos a nenhum tipo de

obrigação em reportar suas atividades de maneira padronizada e não estão

sujeitos a investigação por parte da Comissão. Consequentemente, a Comissão

tem apenas

operacionais.

informação indireta sobre estas entidades e suas práticas

A Comissão identificou as seguintes preocupações devido ao aumento dos

ativos sob administração dos Hedge Funds e do número de Hedge Funds

ativos:

(33)

a) devido à falta de regulação e à falta de informação confiável sobre os

Hedge Funds e seus administradores, a Comissão reconhece sua

inabilidade para detectar fraudes e outras condutas impróprias nos estágios

InICIaIS;

b) a valorização dos ativos das carteiras dos Hedge Funds: a ausência de

necessidade de auditorias independentes e a necessidade de performance

positiva pode gerar incentivos para que a precificação dos ativos sob

administração dos Hedge Funds seja feita de maneira pouco realista;

c) os tipos de investidores: como resultado de maior divulgação na mídia

devido a algumas performances positivas impressionantes, a Comissão

teme que o aumento dos Hedge Funds pode ser devido ao aumento de

investidores não sofisticados e pouco informados sobre como funcionam os

Hedge Funds que estarÍam investindo neste tipo de fundo e também que o

aumento de investimentos feitos pelos investidores institucionais estaria

aumentando a exposição dos seus beneficiários aos Hedge Funds. Por

exemplo, um fundo de pensão que sofresse perdas significantes em

investimentos nos Hedge Funds, poderia não ser capaz de cumprir suas

obrigações com seus pensionistas;

d) a ausência da necessidade por parte dos Hedge Funds de uma divulgação

mínima sobre suas operações e seus ativos pode gerar falta de informação

para seus investidores;

e) conflitos de interesses: não é uma preocupação nova e nem exclusiva com

os Hedge Funds mas que pode ser potencializada devido à busca constante

por melhores performances pelos administradores dos Hedge Funds e a

ausência de informações sobre suas operações;

f) a proliferação de informação sobre os Hedge Funds que vem

acompanhando o seu crescimento: alguns participantes podem nãcr estar

seguindo os procedimentos que proíbem a divulgação e o esforço de venda

dos Hedge Funds nos Estados Unidos;

g) a regulação e as leis federais que regem as atividades das companhias de

investimento registradas as impedem de investir com a flexibilidade dos

Hedge Funds e as impedem de alcançar retornos tão expressivos quanto os

(34)

Este capítulo e este relatório divulgado recentemente demonstram a

preocupação crescente das autoridades com os Hedge Funds e sua maneira de

operar nos diversos mercados. O medo que eles provocam e o espaço que eles

vêm ganhando na mídia especializada ou não mostra a importância dos Hedge

Funds no futuro dos mercados financeiros. A seguir vamos apresentar um dos

casos mais famosos de falência entre os Hedge Funds e que acarretou enormes

prejuízos para diversos participantes do mercado entre investidores, bancos e

sócios do próprio fundo. As informações e os dados que serão apresentados

são baseados no artigo "Risk Management Lessons from Long-Term Capital

Management" de Philippe Jorion de junho de 1999.

2.7.1. O caso LTCM

John Meriwether comandava um grupo de operadores e acadêmicos que

trabalhavam na Salomon Bros. operando arbitragem de títulos de renda fixa

do mercado secundário (bonds) aonde eram responsáveis por bilhões de

dólares de lucro. Ele deixou a Salomon em 1991 e fundou o Long Term

Capital Management (LTCM) em 1994, trazendo da Salomom vários antigos

subordinados seus. Juntos eles criaram o L TCM para ser um Hedge Fund com

princípios similares aos que eles vinham operando na Salomon.

Inicialmente, a nova aventura se mostrou muito lucrativa. O capital

administrado cresceu de 1 bilhão de dólares para mais de 7 bilhões em 1997.

O fundo cobrava taxas de 2% ao ano sobre o capital do fundo e 25% dos

lucros, taxas essas muito acima das normalmente praticadas pelo mercado. Os

16 sócios do L TCM haviam investido aproximadamente 1,9 bilhões de dólares

de capital próprio no fundo.

O L TCM conseguia "alavancar" seu patrimônio através de contratos de venda

com recompra (repos) com bancos comerciais e de investimento.

(35)

o

que é "alavancar" seu patrimônio e como ISSO é feito através de operações

de repos?

Quando um fundo compra um band e o mantém em sua carteira de ativos, ele

está trocando um ativo - moeda, por outro ativo - o band. Para que o fundo

possa se alavancar com este ativo, ele faz um contrato de venda com recompra

com alguma contraparte, normalmente bancos. Então o fundo recebe dinheiro

à vista e se compromete a recomprar este band da contraparte em uma

determinada data a um determinado preço. Ou seja, consegue um empréstimo

bancário dando em garantia um band que já possui em carteira. Normalmente,

os bancos não emprestam o valor total do banco, eles usam um sistema

chamado de haircut, que faz com que, em caso de queda no preço no band, o

empréstimo ainda possa ser integralmente pago através da liquidação do band

no mercado. No caso do L TCM, no entanto, ele conseguia haircut próximos a

zero, por ser considerado um fundo seguro pelos emprestadores. Assim o

empréstimo conseguido pelo fundo era quase que o valor total do band. Esta

postura arriscada dos emprestadores em relação ao L TCM deve ter sido pela

absoluta ignorância destes em relação à extensão das operações praticadas

pelo LTCM.

A estratégia principal do L TCM poderia ser descrita como de

"arbitragem-convergente", tentando conseguir vantagem em pequenas diferenças de preços

entre bands quase idênticos. Ou seja, procurando pequenas distorções de

preços entre bonds similares mas com períodos e/ou taxas diferentes.

Esta estratégia gerou performances excelentes para o LTCM em 1995 e 1996,

com retornos líquidos de taxas superiores a 40% ao ano. As apostas do fundo

se concentravam na convergência entre as taxas dos diversos países europeus

em relação ao Sistema Monetário Europeu.

Em 1997, no entanto, a convergência aconteceu na Europa com a moeda

comum européia - o Euro - que foi adotado em janeiro de 1997. As operações

de "arbitragem-convergente" se tornaram pouco lucrativas. Em 1997, os

(36)

Para voltar a atingir os 40% anuais a que estava acostumado, o fundo resolveu

ficar mais "alavancado". Então, o L TeM devolveu 2,7 bilhões de dólares aos seus investidores em 1997, embora tenha mantido o total de ativos

administrados em 125 bilhões. Ao encolher a base do fundo para 4,7 bilhões,

a taxa de alavancagem do fundo aumentou, ampliando os retornos para os

investidores que permaneceram no fundo. Obviamente, ISSO aumentou

consideravelmente os riscos do fundo.

Em 17 de agosto de 1997, a Rússia anunciOU que estava reestruturando sua

dívida em bonds, ou seja, anunciou um calote. O acesso ao crédito foi

imediatamente afetado com o aumento das taxas e haircuts praticados e o

mercado de ações despencou.

O L TeM perdeu 550 milhões de dólares em um dia - 21 de agosto. Durante o

mês de agosto, o L TeM perdeu 52% em comparação a 31 de dezembro de

1996. A taxa de alavancagem subiu de 27 para 50 para 1. Isto significa que

para cada 1 dólar em ativo o fundo havia se "alavancado" em 50 vezes.

As perdas só cresceram. Em 21 de setembro, o fundo perdeu outros 500

milhões, devido ao aumento da volatilidade dos mercados de ações. As

contrapartes começaram a eXlgu maiOres margens e maiores colaterais do

fundo.

Em setembro de 1997, o fundo já havia perdido 4,4 bilhões, sendo 1,9 dos

sócios, 700 milhões do Union Bank of Switzerland e 1,8 bilhões de outros

investidores, e acabou sendo liquidado logo depois.

(37)

3. Os Modelos Teóricos de Crises Cambiais

Nesta seção vamos descrever resumidamente os modelos teóricos maiS

importantes desenvolvidos na tentativa de explicar as crises cambiais

enfrentadas pelos diversos países nas últimas décadas. Por ser um material

muito rico e vasto, apresentaremos apenas os modelos que consideramos mais

representativos de suas gerações para fundamentarmos teoricamente esta

dissertação. Primeiro o modelo fundamentalista, que foi o primeiro a tentar

explicar em forma de modelo uma crise cambial. Depois vieram a segunda e a

terceira geração de modelos, que traziam novos elementos (devido às novas

crises que não podiam ser explicadas pela geração anterior de modelos) e

enriqueceram a discussão sobre as crises.

Damos especial destaque na segunda geração para os modelos de Calvo, que

acreditamos explicar de forma simples e eficaz os efeitos de participantes

informados (que seriam os Hedge Funds) e dos participantes desinformados

(todo o resto) nas crises cambiais; e na terceira geração para o modelo de

Corsetti et all (2000), que foram desenvolvidos com a participação dos

"grandes jogadores" que são os participantes altamente alavancados como os

Hedge Funds, e procurou analisar as conseqüencias desta participação nas

(38)

3.1. O Modelo Fundamentalista

Nos anos 90, várias CrIses cambiais, como a da Europa em 1992, do México

em 1994, da Ásia em 1997, da Rússia em 1998 e do Brasil em 1999,

chamaram a atenção da mídia e dos pesquisadores pela procura de

explicações, causas e efeitos destas crises. Como resultado, o interesse pelo

estudo das crises cambiais tem crescido, assim como a publicação de artigos e

trabalhos científicos sobre este tema.

O prImeuo artigo que procurava explicar as CrIses cambiais foi escrito por

Krugman em 1979 e recebeu uma importante contribuição de Flood e Garber

(1984). Este artigo de nome "A Model of Balance-of-Payments Crises" é

citado em praticamente toda a literatura como sendo o primeiro modelo que

buscou através de fundamentos macroeconômicos explicar uma crise cambial

e deu origem ao que é hoj e considerada a "primeira geração" dos modelos das

crises cambiais. deu origem ao que é hoje considerada a "primeira geração"

dos modelos das crises cambiais. Este artigo apresentou o modelo

fundamentalista de crises cambiais e foi derivado de um modelo canônico de

crises cambiais desenvolvido por Salant e Henderson (1978), que se

preocupava com os métodos de estabilização que estavam sendo

implementados para os preços de commodities. Segundo eles, a criação de

agências internacionais que comprassem e vendessem bens a um preço

determinado estariam sujeitas a ataques especulativos devastadores.

Krugman (1979) defendia que o governo pode fixar a taxa de câmbio da sua

moeda corrente através de diversos tipos de políticas diferentes mas que todas

as políticas disponíveis são sujeitas a limites e um governo 'que' tentlIS"se

evitar a depreciação da sua moeda poderia exaurir suas reservas e sua

capacidade de captar novos empréstimos. Quando o governo nã.o fossec,mais.

capaz de defender o câmbio fixo, aconteceria uma crise no seu balanço de

pagamentos.

(39)

Devido à sua enorme importância para o estudo e toda a discussão posterior

sobre as crises cambiais, vamos apresentar a seguir um resumo do modelo de

Krugman (1979).

o

modelo de Krugman (1979) tinha duas características:

(1) a demanda doméstica por moeda depende da taxa de câmbio;

(2) a taxa de câmbio que "clears" o mercado doméstico de moeda muda com o

tempo.

Ele assumia ainda que estamos lidando com um país pequeno produtor de um

bem apenas, que estrangeiros não possuem estoque de moeda doméstica e que

o preço P seria definido pela paridade do poder de compra, como segue:

P = sP*

Onde:

P

=

nível de preços doméstico;

s

=

taxa de câmbio entre a moeda local e a estrangeira.

A economia estaria no nível Y ótimo de emprego:

Onde:

B

=

balanço real das operações;

G = gastos do governo;

T

=

impostos;

W = riqueza das famílias = M / P

+

F;

M = estoque doméstico de moeda;

F

=

estoque de moeda estrangeira.

(1)

(40)

Como ele assume que o estoque desejado de moeda doméstica é proporcional

à riqueza, a condição para o equilíbrio seria:

M / P = L (n) , W (4)

Onde:

n = taxa esperada de inflação.

Dentro de um regime de taxas de câmbio flexíveis, tanto o governo quanto os

estrangeiros não vão trocar moeda estrangeira por doméstica e não existe uma

maneira de os residentes domésticos alterarem a composição da sua carteira

agregada. Se eles quiserem alterar a composição da sua carteira, devido a um

aumento da taxa esperada de inflação, por exemplo, o efeito vai ser uma

mudança no nível de preço (taxa de câmbio). Como F não pode mudar, P

aumenta e o equilíbrio vai de A para B, conforme demonstrado no Gráfico 1.

M/P

F

Gráfico 1 Fonte: Krugman (1979)

Isto muda se o governo tem uma reserva de capital estrangeiro (R) e se propõe

a trocar moeda estrangeira pela doméstica a um preço fixo'. Residentes

domésticos podem agora trocar livremente sua riqueza (WW). Um aumento da

taxa esperada de inflação provoca uma mudança na carteira dos residentes

domésticos e o equilíbrio move de A para C no Gráfico 1.

Imagem

Figura  1:  A  Flutuação  Pura  no  Mercado  de  Câmbio
Gráfico  1  Fonte:  Krugman  (1979)
Figura  2a  - Jogo  das  Altas  Reservas  (R=20)  Operador 2
Figura  2b  - Jogo  das  Baixas  Reservas  (R=6)  Operador  2

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