• Nenhum resultado encontrado

Ventilação controlada por pressão com I-gel em unidade de terapia intensiva: relato de caso.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Ventilação controlada por pressão com I-gel em unidade de terapia intensiva: relato de caso."

Copied!
3
0
0

Texto

(1)

RevBrasAnestesiol.2016;66(2):219---221

REVISTA

BRASILEIRA

DE

ANESTESIOLOGIA

PublicaçãoOficialdaSociedadeBrasileiradeAnestesiologia www.sba.com.br

INFORMAC

¸ÃO

CLÍNICA

Ventilac

¸ão

controlada

por

pressão

com

I-gel

em

unidade

de

terapia

intensiva:

relato

de

caso

Belgin

Akan

,

Deniz

Erdem,

Mahinur

Demet

Albayrak,

Esra

Aksoy,

Fatma

Akdur

e

Nermin

Gogus

DepartamentodeAnestesiologiaeReanimac¸ão,NumuneTrainingandResearchHospital,Ankara,Turquia

Recebidoem13desetembrode2013;aceitoem16deoutubrode2013 DisponívelnaInternetem16desetembrode2014

PALAVRAS-CHAVE

I-Gel;

Máscaraslaríngeas; Manuseiodasvias aéreas;

Ventilac¸ãocom pressãopositiva intermitente; Unidadedeterapia intensiva

Resumo

Justificativaeobjetivos: OdispositivosupraglóticoI-gelparaomanejodasviasaéreastemum

manguitonão insuflávelfeitodeumelastômerotermoplásticosemelhanteao gel.Hárelato sobreousodoI-gelempacientessobanestesiaparaaventilac¸ão,espontâneaoucompressão

positivaintermitente.Porém,hápoucosrelatospublicadossobreousodoI-gelcomventilac¸ão

controladaporpressão.

Conteúdoeconclusões: DescrevemosnesterelatodecasoousododispositivosupraglóticoI-gel

durante48horasemunidadedeterapiaintensivaparaomanejodasviasaéreasempaciente queprecisoudeventilac¸ãomecânica,masnoqualaintubac¸ãotraquealnãopôdeserfeita. ©2013SociedadeBrasileira deAnestesiologia.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todosos direitosreservados.

KEYWORDS

I-Gel; LMA;

Difficultairway; Pressure-controlled ventilation; Intensivecareunit

PressuresupportventilationwiththeI-gelinintensivecareunit:casereport

Abstract

Backgroundandobjectives: TheI-gelsupraglotticairwayhasanon-inflatablecuffmadefrom agel-like thermoplasticelastomer.TheuseoftheI-gelduringanesthesiafor spontaneously breathingpatientsorintermittentpositivepressureventilationhasbeenreported.Butthere areafewpublishedreportsabouttheuseoftheI-gelwithpressure-controlledventilation.

Contentsandconclusions:In thiscase reportwe describedtheuse oftheI-gel supraglottic airwayalong48hinintensivecareunitforthemanagementofventilationinapatientneeded mechanicventilationbutinwhomtrachealintubationcouldnotbeperformed.

© 2013SociedadeBrasileirade Anestesiologia.Publishedby ElsevierEditoraLtda.Allrights reserved.

Autorparacorrespondência.

E-mail:belginakan@yahoo.com(B.Akan).

0034-7094/$–seefrontmatter©2013SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todososdireitosreservados.

(2)

220 B.Akanetal.

Introduc

¸ão

I-geléumnovodispositivosupraglótico,nãoinsuflável,para

omanejodasviasaéreas,projetadoparaventilac¸ão

espon-tâneaoucompressãopositivaintermitente.Suaintroduc¸ão

na práticaclínica foi em 2007 noReinoUnido.1 I-geltem

potenciaisvantagens,incluindoinserc¸ãoeusomaisfáceis,

risco mínimo de compressão tecidual e não alterac¸ão da

posic¸ãoapósainserc¸ão.Asdiretrizes dasociedadeparao

manejodeviaaéreadifícilrecomendamousodemáscara

laríngea(ML)paragarantiraventilac¸ãoeaoxigenac¸ãoapós

tentativasmalsucedidasdelaringoscopiadiretaotimizada.2

O uso do I-gel em pacientes durante a anestesia para

respirac¸ãoespontâneatambémfoirelatado.3vários

rela-tos publicados sobre o uso do I-gel durante a ventilac¸ão

controladaporpressão(VCP)emsaladeoperac¸ão.4Porém,

háumnúmerolimitadoderelatossobreo usodoI-gelem

unidadedeterapiaintensiva(UTI).

Nesterelatodecaso, descrevemoso usododispositivo

supraglóticoI-gel durante 48horas na UTI para o manejo

daventilac¸ão em umpacienteque precisoudeventilac¸ão

mecânica.

Relato

de

caso

Paciente do sexo feminino, 49 anos, 40kg, internada em

UTI por causa de febre e problemas respiratórios com

durac¸ãode umasemana. Apaciente esteve em programa

de atendimento domiciliar depois de várias cirurgias em

decorrência de glioblastomamultiforme em estágio final.

Aodar entradano hospital,a monitorac¸ão hemodinâmica

da paciente incluiu frequência cardíaca, pressão

arte-rial sistêmica, saturac¸ão de oxigênio e CO2 expirado. A

intubac¸ãotraquealfoinecessáriaporcausadainsuficiência

respiratória. A paciente apresentou abertura adequada

daboca, mas quando a laringoscopia foi feitaatribuiu-se

à paciente o escore 4 de Mallampati.5 Três tentativas

de intubac¸ão traqueal com um guia introdutor falharam.

Um dispositivo I-gel de tamanho 3 (Intersurgical Ltda.,

Wokingham, Berkshire,RU) foiinserido comfacilidade na

primeira tentativa e, em seguida, o pulmão da paciente

foiventilado mecanicamente comventilador DragerEvita

4.Oxigenac¸ãoeventilac¸ãosatisfatóriasforamconfirmadas

via monitoramento contínuo por oximetria de pulso e

capnografia. O monitor de capnografia apresentou um

capnograma quadrado e saturac¸ão arterial de oxigênio

estável, acima de 95%. Como havia movimento torácico

visívelsemvazamento emtorno dodispositivo,ainserc¸ão

foiconsideradabem-sucedida.Apósoretornodarespirac¸ão

espontânea,os pulmões forammecanicamente ventilados

compicoinspiratóriomáximo(25cmH2O),comousodeVCP

aumafrequênciade12rpmerelac¸ãoinspirac¸ão-expirac¸ão

de 1:2, sem pressão expiratória final positiva. A sonda

gástricafoipassadaatravésdocanalespecialdodispositivo

com facilidade e, em seguida, o estômago foi esvaziado.

Gasometriaarterialfoicolhidaacadaduashoras.

Traqueos-tomianãofoinecessáriaporqueaventilac¸ãocomoI-gelera

suficiente.Apaciente ficouem observac¸ãonaUTIdurante

48horas com o I-gel até evoluir para óbito por choque

séptico.

Discussão

ML edispositivossupraglóticossemelhantes commanguito

inflável podem ser usados para ventilac¸ão mecânica. Um

doseventosindesejadosmaisfrequentesdecorrentesdouso

dessesdispositivoséodeslocamentododispositivodurante

a insuflac¸ão, porque a parte distal em forma de cunha

da máscaraé forc¸adapara fora do esôfago superior. O

I--gel é feito de um elastômero termoplástico semelhante

ao gel e tem potenciais vantagens, incluindo inserc¸ão e

uso fáceis, risco mínimo de compressão tecidual e

esta-bilidade após a inserc¸ão.3 Richez et al. conduziram um

dos primeiros estudos que avaliaram o I-gel e

descobri-ram que a taxa de sucesso de inserc¸ão foi de 97%. A

inserc¸ão foifácil e obtidana primeira tentativaem todos

ospacientes.6 estudosque apoiamoseu usocomoum

dispositivo potencial em reanimac¸ão7 e de resgate na via

aéreadifícil.8EmmericheDummlerrelataramomanejode

viaaéreaduranteainduc¸ãodaanestesiageralemum

paci-ente com dificuldades conhecidas paraa intubac¸ão. Após

tentativasmalsucedidasdelaringoscopiadiretaotimizada,

a ventilac¸ão foi garantida com sucesso com o I-gel.9 No

presentecaso,trêstentativasdeintubac¸ãotraquealforam

feitas porum anestesiologistaexperiente. O grau de

difi-culdade paraintubac¸ão davia aéreafoi4,deacordocom

aclassificac¸ãodeMallampati. Odispositivosupraglótico

I--gelfoi facilmentecolocadona primeiratentativa. I-gelé

usadoemcenárioambulatorialoucirurgiaseminternac¸ão

ecomodispositivoprimárioparaomanejodasviasaéreas

em procedimentos de curta durac¸ão sob anestesia geral.

Helmyetal.comparamMLeI-geleavaliaramafacilidade

deinserc¸ão,apressãodevazamento,ainsuflac¸ãogástrica,

o CO2expirado, asaturac¸ão deoxigênio,ahemodinâmica

eascomplicac¸õespós-operatóriasdosdispositivosem

paci-entesadultosanestesiadoseespontaneamenteventilados.

Osautoresrelataramqueainserc¸ãodoI-gelé

significativa-mentemaisfácilerápidadoqueainserc¸ãodaML.Apressão

devazamentodoI-gelfoisignificativamentemaiordoque

adaML;logo,aincidênciadeinsuflac¸ãogástricafoi

signifi-cativamentemenorcomoI-gel.10Bordesetal.compararam

VCPeventilac¸ãocontroladaporvolume(VCV)emcrianc¸as

com ML erelataram que a VCP émaiseficiente doque a

VCVpara ocontrole daventilac¸ão comML.11 Uppaletal.

compararam I-gele tubotraquealconvencionalcom ouso

de VCP nomesmo grupo depacientes. Acomparac¸ão dos

dispositivos foi por meiodovazamento degás e os

auto-res relataram que o I-gelfoi tão eficientee seguro como

o tubo traquealnomodoVCP.4 Nopresentecaso, o modo

VCP foi usado após o retorno da respirac¸ão espontânea.

Por causadaadequac¸ãodovolumecorrente,volumemais

baixo de vazamento, capnograma e saturac¸ão periférica

deoxigênionormais,aventilac¸ão continuouasermantida

comoI-gel.

O I-gel também foi desenhado para separar os tratos

gastrointestinalerespiratório.OI-gelpermiteapassagem

de uma sonda gástrica para o estômago e possivelmente

evita,dessemodo,osproblemasderegurgitac¸ãoe

poten-cialaspirac¸ão.12 Nopresentecaso, essa facilidadenos foi

benéficaparaadescompressãodoestômago.

Deacordocomonossoconhecimento,nãohárelatosobre

ousoprolongadodoI-gelemUTI.Nãoencontramosqualquer

(3)

Ventilac¸ãocontroladaporpressãocomI-gel:relatodecaso 221

nomodoVCP.NossosresultadosmostramqueoI-gelpode

serusadoparaobterocontroledasviasaérease,por

conse-guinte,manter aventilac¸ãomecânicaemcasosdifíceisde

intubac¸ãotraquealemUTI.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

Referências

1.DeLloydL,HodzovivI,VoiseyS,etal.Comparisonoffiberscope guidedintubationviatheclassiclaryngealmaskairwayandI-gel inamanikin.Anaesthesia.2010;65:36---43.

2.Henderson J,Popat M, Latto IP, etal. Difficult Airway Soci-etyguidelinesfor managementoftheunanticipateddifficult intubation.Anaesthesia.2004;59:675---94.

3.GatwardJJ,CookTM,SellerC,etal.Evaluationofthesize4 I-geltrademarkairwayinonehundrednon-paralysedpatients. Anaesthesia.2008;63:1124---30.

4.UppalV,FletcherG,KinsellaJ.Comparison oftheI-gelwith cuffedtrachealtubeduringpressure-controlledventilation.Br JAnaesth.2009;102:264---8.

5.MallampatiSR,GattSP,GuginoLD,etal.Aclinicalsignto pre-dictdifficultlaryngoscopy:aprospectivestudy.CanAnesthSoc J.1985;32:487---90.

6.Richez B, Saltel L, Banchereau F. A new single use supra-glottic device with a noninflatable cuff and an esophageal vent: an observational study of the I-gel. Anesth Analg. 2008;106:1137---9.

7.GabbottD,BeringerR.TheI-gelsupraglotticairway:apotential roleforresuscitation?Resuscitation.2007;73:161---2.

8.Frova G, Sorbello M.Algorithmsfor difficultairway manage-ment:areview.MinervaAnesthesiol.2009;75:201---9.

9.Emmerich M, Dummler R. Use of the I-gel laryngeal mask for management of a difficult airway. Anaesthesist. 2008;57:779---81.

10.Helmy AM, Atef HM, El-TaherEM, et al. Comparativestudy betweenIgel,anewsupraglotticairwaydevice,andclassical laryngealmaskairwayinanesthetizedspontaneouslyventilated patients.SaudiJAnesth.2010;3:131---6.

11.BordesM,SemjenF,DegryseC,etal.Pressure-controlled ven-tilation is superior to volume-controlled ventilation with a laryngeal mask airway in children. Acta Anaesthesiol Scand. 2007;51:82---5.

Referências

Documentos relacionados

Estes websites chamam atenção das organizações que possuem perfis e atividades diversas: são empresas de comércio eletrônico, são instituições públicas e

Em amostra de 61 docentes de escolas publicas de Canos/RS, Silva e Carlotto (2003) observaram que entre as professoras 86,7% afirmou levar trabalho da escola para

Após o ataque as fibras ficam inviáveis para manuseio. Em 1996 houve alta infestação de uma nova praga, a lagarta rosada (Pectinophora gossypiella) que destrói os capulhos ainda

Coeficientes de correlação linear simples (r) entre os dados de massa de mil sementes (M1000), teor de proteína (TPT), germinação (G), primeira contagem (1ªC), condutividade

A utilização da internet e mídias digitais torna comum o que não é comum para todas as pessoas, exercitando assim não somente a comunicação textual, mas também melhorando cada

Ainda que isso não bastasse, diversos são os outros princípios expressos e até implícitos que dão base à existência do princípio da insignificância dentro

Considerando o aumento recente de casos positivos que tem demandado tempo excessivo para confirmação de residências junto aos municípios, o Estado prevê o preenchimento correto de

fato, o problema do Caixeiro Viajante está em NP. Dentro da classe NP os pesquisadores têm dividido os problemas em duas classes principais, os problemas ditos NP -