Focalizam as características dos serviços da
biblioteca moderna que se acha numa etapa
de transição, mais do que os conteúdos da
coleção digital.
São os serviços de acesso remoto, isto é,
todos os serviços que a biblioteca torna
disponíveis em rede para o usuário remoto, os
que caracterizam a evolução da biblioteca
Nem sempre se tem a posse, muito menos física, do acervo; O acesso remoto do utilizador, através de um computador
conectado em rede às fontes de informação;
A utilização simultânea do mesmo documento por duas ou mais
pessoas;
A inclusão de produtos e serviços de uma biblioteca ou centro de
informação;
A existência de coleções de documentos correntes onde se pode
ter acesso não somente a referências bibliográficas como também ao seu texto completo.
A provisão de acesso em linha a outras fontes externas de
informação (bibliotecas, museus, bancos de dados, instituições públicas e privadas);
A biblioteca local não necessita ser proprietária do documento
solicitado pelo utilizador;
A utilização de diversos suportes de registro da informação tais
como texto, som, imagens e números;
A existência de unidades de gestão do conhecimento, que inclui
sistemas inteligentes ou especialistas para ajudar na recuperação de informação mais relevante.
A organização da biblioteca mudou do paradigma just in
case para o novo paradigma just in time muito antes do
advento do mundo digital, no momento em que as
bibliotecas se deram conta de que não podiam recolher em
suas coleções todos os documentos existentes e portanto
não podiam ser auto-suficientes.
Just-in-case conduz a que se produza segundo a máxima
capacidade de produção dos recursos, Antecipando a demanda futura sob a forma de estoques.
O sistema Just-in-time freqüentemente é associado a uma política de redução de estoque de matérias-primas através da sua entrega em intervalos
As bibliotecas construíram sistemas cooperativos baseados em
catálogos coletivos e certos serviços, como o empréstimo interbibliotecário e o fornecimento de documentos.
O acesso remoto a uma coleção que não se possui representa, pode-se
dizer, o desenvolvimento natural dos sistemas de empréstimo interbibliotecário e de fornecimento de documentos.
A tecnologia digital somente nos trouxe o instrumento para oferecer
Caracteriza os serviços da biblioteca digital onde o usuário não
precisa mais ir até uma biblioteca para ter acesso à informação e, sobretudo, não mais se dirigir ao bibliotecário para solicitar um serviço.
As bibliotecas renunciaram ao papel
essencial de fornecedoras de serviços de acesso?
Podemos daí deduzir que o valor adicional oferecido pelos serviços da biblioteca digital em comparação com os serviços da biblioteca tradicional seja o autoserviço (self-service)?
As bibliotecas aceitaram implicitamente esta visão do serviço e se propuseram de novo como simples depósitos de conteúdos?
Proliferação de serviços gratuitos ou pagos oferecidos por
instituições públicas ou privadas, que não são bibliotecas,
que se apresentam diretamente ao usuário final.
Concorrência entre bibliotecas digitais e as instituições.
O que se pode deixar de fazer?
O que é importante para se continuar a fazer?
Como renovar, substituindo algumas atividades?
Alerta contra a tendência a delegar os serviços às tecnologias renunciando ao papel de mediação.
Buscar aproveitar do melhor modo possível as oportunidades trazidas pelas tecnologias para dispersar, de forma bem-sucedida, o papel de mediação. Com a ajuda das tecnologias em muitas das atividades e serviços atuais, as bibliotecas poderão estender sua função à de facilitadoras da aprendizagem, como um suporte ativo aos indivíduos e às comunidades na sociedade da aprendizagem.
Vai além de usar uma rede para transferir informações e
documentos, pois implica a necessidade de colaborar com
outras instituições e fornecedores privados.
A biblioteca pode oferecer ao usuário uma série de serviços
que utilizam a Rede, bem como outros serviços baseados
na Rede mas que vão muito além da mera publicação de
recursos digitais e digitalizados.
Os usuários não são apenas consumidores de informação,
O que diferencia a evolução dos serviços é a maior ou menor
interação permitida ao usuário.
Passivo na consulta ao catálogo
Ativo nos serviços personalizados junto com a interoperabilidade entre aplicações diversas, como a agregação funcional de várias bibliotecas digitais, coleções digitais e impressas, de vários serviços até de fornecedores externos.
O sítio da Rede e OPAC, o catálogo da biblioteca em linha;
O portal, preparados pela biblioteca;
Os serviços de fornecimento de documentos e de referência
digital, que permitem ao usuário interagir e se comunicar
com o pessoal da biblioteca;
Os serviços avançados e personalizados, que permitem
realizar em linha todas as transações que lhes são
pertinentes, e até mesmo integrá-los com outros serviços
da instituição a que a biblioteca esteja subordinada.
Sítio na Rede – acesso único
OPAC – Online Public Access Catalogue
É por meio do sítio na Rede que os usuários remotos entram de modo
virtual na biblioteca e, do mesmo modo que numa biblioteca tradicional, devem encontrar facilmente os catálogos, as informações sobre os serviços disponíveis, a orientação inicial sobre a organização.
O OPAC é diferente das bases de dados, em conteúdo e estrutura. Muitas
vezes baseia-se em programas proprietários e oferece geralmente as seguintes funcionalidades:
Bucas nos registros catalográficos relativos aos itens presentes no acervo; Rolagem de listas (tesauros, entradas de autores, etc.);
Possibilidade de aplicar filtros e outros limites à busca, a fim de diminuir o ruído
Poupar o tempo do leitor
O desafio que se coloca é o de permitir o modo de navegação do
catálogo para as bases de dados e vice versa, e do catálogo para os sistemas de fornecimento de documentos, com uma mesma
interface para o usuário.
O design dos sítios das bibliotecas pode ser de leitura difícil, de
modo que muitas vezes se desperdiçam as oportunidades
oferecidas pela tecnologia, e o acesso ao OPAC torna-se mais um obstáculo do que um fator facilitador. O usuário é levado a navegar por diversas páginas da Rede antes de chegar ao que lhe interessa.
A organização dos recursos digitais nos sítios das bibliotecas nem
sempre é planejada para o usuário (numa biblioteca tradicional também tem que ser pensada para o usuário).
Um serviço novo atualmente possível é a ampliação do
catálogo do acervo de uma única biblioteca à condição de
‘portal’ de um universo de recursos de informação que
reúne:
Os acervos de outras bibliotecas;
As bases de dados que fornecem acesso a artigos de periódicos;
As bases de dados e os recursos digitais produzidos pela própria biblioteca; Por meio da internet, o acesso a uma grande variedade de recursos digitais.
Tipos:
Gateways – recursos informacionais na Rede.
Networking – trabalho colaborativo em rede, oferece a possibilidade de um
único ponto de acesso com uma única interface para uma busca unificada numa variedade de recursos da biblioteca, internos e externos.
É um instrumento que cria listas, guias ou roteiros de pesquisa de
modo a orientar o usuário a encontrar os recursos apropriados.
O sistema ideal de acesso à biblioteca digital deveria permitir que
todos os serviços e todos os recursos digitais disponíveis em rede fossem acessíveis ao usuário final no momento da consulta e com interfaces talhadas segundo as necessidades de um grupo preciso de usuários ou do pesquisador individual.
Assim como na biblioteca tradicional organizam-se o espaço e as
estantes de forma a orientar a consulta, geralmente empregando a classificação de assuntos para arrumar as publicações, a
finalidade do ‘catálogo de acesso’ é organizar o espaço
informacional do usuário, empregando se possível até as mesmas classificações de assuntos tradicionais.
Até há pouco, fornecer um documento, no original ou cópia, que
estivesse presente no acervo ou por meio de empréstimo
interbibliotecário, era o único serviço possível. Hoje em dia, o fornecimento de um documento passou a ser o acesso ao
documento digital.
Os pedidos de fornecimento do documento por via eletrônica
podem partir de usuários remotos e externos, inclusive outras bibliotecas, que tenham acesso à biblioteca em rede.
O fornecimento do documento por via eletrônica abrange
os seguintes serviços:
Fotocópia de recursos impressos e impressão de recursos eletrônicos;
Transmissão dos recursos eletrônicos como resultado imediato da busca;
Fornecimento eletrônico de documentos por meio de uma rede; Empréstimo e transmissão de recursos impressos ou de
suportes off line pelo correio;
Digitalização de recursos impressos e transmissão em rede; Transmissão de documentos de outras bibliotecas por
empréstimo interbibliotecário ou outros esquemas cooperativos.
Na ótica da biblioteca digital, o acesso aos documentos dos quais muitas
vezes não tem a posse, é, o serviço essencial.
O usuário poderá, na mesma sessão, identificar que existe o documento
que responde à sua necessidade e imediatamente acessá-lo.
Do ponto de vista organizacional, a seção de empréstimo interbibliotecário
não será mais responsável pelo fornecimento eletrônico dos documentos, pois isso passará para a seção de aquisição ou o bibliotecário de referência que se tornará o principal responsável pela evolução do serviço.
O fornecimento eletrônico de documentos pode ser
prestado apenas nos limites de usos permitidos pelo
detentor de sua propriedade intelectual.
As bibliotecas deverão acompanhar a evolução do direito
de autor para não incorrerem em infrações da lei.
Difícil distinguir entre edição digital e fornecimento de
Serviço de informação bibliográfica e de referência a recursos digitais
onde pode ser encontrada a informação solicitada, fornece ao usuário uma assistência pessoal que o ajuda a encontrar aquilo que precisa.
Serviço de referência é o processo pelo qual se estabelece o contato entre
o leitor e seus documentos de modo personalizado. Seus documentos significa todos e exatamente os documentos de que precisa naquele
momento. Significa também todos os documentos que provavelmente serão úteis naquele momento. Significa ainda estabelecer o contato sem perda alguma de tempo para ele. Não é possível fazer tudo isso para um leitor sem ter uma compreensão profunda de seu interesse exato naquele
O serviço de referência caracteriza-se por três funções, que
podem ser oferecidas de forma combinada ou isoladamente:
O serviço de informação que fornece ao usuário a informação de que ele
necessita ou a citação dos recursos onde pode encontrar a informação que procura, como resposta a demandas precisas;
A capacidade do usuário por meio de cursos para aprender a fazer pesquisas e
usar os recursos digitais;
A orientação do usuário, na qual se ajuda, de forma ativa, o usuário a identificar
exatamente os recursos e os serviços de que ele precisa, por meio de listas ou serviços como o balcão de referência virtual.
A internet possibilitou implantar o serviço de referência em linha. A internet propiciou novos recursos e serviços que os
responsáveis pela biblioteca deveriam levar em conta
atentamente. Por exemplo, há um grande número de serviços de referência, gratuitos ou comerciais, que a biblioteca pode indicar para os usuários ou utilizar em seu serviço. Classificam-se em três grupos:
Serviços de informação oferecidos pelas editoras, fornecedores de informação e
instituições especializadas;
Serviços de informação oferecidos pelas bibliotecas e especialistas individuais
por meio da internet;
Serviços de informação em que o usuário tem à sua disposição um certo número
de fontes de informação, mas deve fazer uma busca para encontrar a informação de que precisa.
Serviço que mostra a relação dos serviços com a
nova função da biblioteca como facilitadora da
aprendizagem.
Uma função importante das bibliotecas digitais na sociedade da
aprendizagem refere-se à capacitação do usuário.
Capacitação básica (deverão ser alfabetizados) (alfabetizados
digitalmente)
Esta capacidade abrange mais do que a busca de informação e inclui
também o saber pensar criticamente, o saber tomar decisões, o
saber contribuir com novos conhecimentos para a sociedade baseada na aprendizagem.
Dois significados:
Competências dos usuários no uso das bibliotecas digitais.
Participação das bibliotecas digitais nos processos de aprendizagem em sentido
geral, incluindo, portanto, outras competências essenciais da alfabetização, como ler, escrever e contar.
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