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Projeto de dispositivo digital para cálculo do fator de potência

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Academic year: 2021

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(1)

COORDENAC¸ ˜AO DE ENGENHARIA ELETR ˆONICA CURSO DE ENGENHARIA ELETR ˆONICA

ˆ

ANGELO POLOTTO

PROJETO DE DISPOSITIVO DIGITAL PARA C ´ALCULO DO FATOR DE POT ˆENCIA

TRABALHO DE CONCLUS ˜AO DE CURSO

TOLEDO 2015

(2)

PROJETO DE DISPOSITIVO DIGITAL PARA C ´ALCULO DO FATOR DE POT ˆENCIA

Trabalho de conclus ˜ao de curso de graduac¸ ˜ao apresentado `a disciplina de Tra-balho de Conclus ˜ao de Curso 2, do Curso de Engenharia Eletr ˆonica da Coordenac¸ ˜ao de Engenharia Eletr ˆonica - COELE - da Universidade Tecnol ´ogica Federal do Pa-ran ´a - UTFPR, Campus Toledo, como re-quisito parcial para obtenc¸ ˜ao do t´ıtulo de Engenheiro Eletr ˆonico.

Orientador: Prof. Dr. Felipe W. D. Pfrimer

TOLEDO 2015

(3)

TERMO DE APROVAÇÃO

Título do Trabalho de Conclusão de Curso No 026

Projeto de Dispositivo Digital para Cálculo do Fator de

Potência

por

Ângelo Polotto

Esse Trabalho de Conclusão de Curso foi apresentado às 15:50 h do dia 24 de novembro de 2015 como requisito parcial para a obtenção do título Bacharel em Engenharia Eletrônica. Após deliberação da Banca Examinadora, composta pelos professores abaixo assinados, o trabalho foi considerado APROVADO.

________________________________ _______________________________

Prof. M. Cassius Rossi de Aguiar Prof. M. Rodrigo da Ponte Caun

(UTFPR-TD) (UTFPR-TD)

________________________________ Prof. Dr. Felipe Walter Dafico Pfrimer

(UTFPR-TD) Orientador

Visto da Coordenação

____________________________ Prof. M. Alessandro Paulo de Oliveira Coordenador da COELE

Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Câmpus Toledo

(4)
(5)

mantemos fi ´eis a n ´os mesmos.

(6)

Agradecimentos ao professor Felipe W. Pfrimer pela sugest ˜ao do tema e apoio ao longo do trabalho. A Universidade Tecnol ´ogica Federal do Paran ´a pela opor-tunidade de formac¸ ˜ao profissional.

(7)

POLOTTO, ˆAngelo. Projeto de Dispositivo Digital para C ´alculo do Fator de Pot ˆencia. 2015. 58 folhas. Trabalho de Conclus ˜ao de Curso de Graduac¸ ˜ao (Bacharelado em Engenharia Eletr ˆonica) – Universidade Tecnol ´ogica Federal do Paran ´a. Toledo, 2015.

O fator de pot ˆencia (F P ) ´e um dos par ˆametros relacionados `a qualidade de energia, cujos valores inadequados ocasionam: aumento das perdas el ´etricas in-ternas e quedas de tens ˜ao na instalac¸ ˜ao; reduc¸ ˜ao do aproveitamento da capacidade dos transformadores e motores; condutores aquecidos; entre outras. Visando uma aplicac¸ ˜ao na ´area de qualidade de energia, esse trabalho prop ˜oe o desenvolvimento de um dispositivo capaz de mensurar o F P de circuitos lineares e n ˜ao lineares (espe-cificamente retificadores monof ´asicos com cargas resistivas). O projeto do prot ´otipo ´e composto por um microcontrolador, sensor de efeito Hall para medida de corrente e um circuito para condicionamento dos sinais de tens ˜ao e corrente. O software desen-volvido e embarcado no sistema ´e respons ´avel por amostrar as grandezas envolvidas e calcular o F P , atrav ´es de m ´etodos num ´ericos, e torn ´a-lo acess´ıvel ao usu ´ario em uma interface. O funcionamento do medidor ´e comparado com dados de simulac¸ ˜oes.

Palavras-chave: qualidade de energia, fator de pot ˆencia, sistemas embarcados,

(8)

POLOTTO, ˆAngelo. Digital Device Design for Power Factor Calculation. 2015. 58 p. Trabalho de Conclus ˜ao de Curso de Graduac¸ ˜ao (Bacharelado em Engenharia Eletr ˆonica), Federal University of Technology - Paran ´a, Toledo, 2015.

The power factor (P F ) is one of the parameters related to power quality whose inadequate values cause: increasing internal power losses and voltage drops in the facility; reduction of usable capacity of transformers and engines; heated drivers; among others. Aiming for an application in the power quality area, this study proposes the development of a device capable of measuring P F of linear and nonlinear circuits (particularly single-phase rectifiers with resistive loads). The prototype will consist of a microcontroller, a Hall effect sensor to measure current and a circuit for conditioning the voltage and current signals. The embedded software developed for the system is responsible for sampling the involved quantities and, through numerical methods, calculate P F and make it accessible to the user on an interface. The operation of meter is compared with simulation data.

(9)

Figura 1 – Ilustrac¸ ˜ao do Projeto Proposto. . . 4

Figura 2 – Ponto de Medic¸ ˜ao do Fator de Pot ˆencia. . . 7

Figura 3 – Representac¸ ˜ao Vetorial das Pot ˆencias para CL. . . 8

Figura 4 – Representac¸ ˜ao Vetorial das Pot ˆencias para CNL. . . 9

Figura 5 – Distorc¸ ˜ao Harm ˆonica da Corrente. . . 10

Figura 6 – Corrente com distorc¸ ˜ao harm ˆonica no dom´ınio da frequ ˆencia. 10 Figura 7 – Circuito com Resistor e Indutor em S ´erie. . . 12

Figura 8 – Circuito com Resistor e Capacitor em S ´erie. . . 14

Figura 9 – Retificador Monof ´asico Meia Onda. . . 15

Figura 10 – Sinal Cont´ınuo e Sinal Amostrado. . . 17

Figura 11 – Sinal Amostrado, Reconstru´ıdo e Erro de Quantizac¸ ˜ao. . . . 18

Figura 12 – Regra dos Trap ´ezios para Sinais Discretos. . . 19

Figura 13 – Circuito Detector de Cruzamento por Zero. . . 20

Figura 14 – Circuito Deslocador de Tens ˜ao. . . 21

Figura 15 – Divisor de Tens ˜ao com Buffer. . . 22

Figura 16 – Placa de Desenvolvimento Tiva™C Series. . . 27

Figura 17 – Sensor de Corrente ACS712. . . 28

Figura 18 – M ´odulo com o Sensor de Corrente ACS712. . . 28

Figura 19 – Diagrama do Circuito do Medidor. . . 31

Figura 20 – Diagrama do Circuito das Cargas. . . 32

Figura 21 – Layout da PCI do Circuito Condicionador de Sinais. . . 34

Figura 22 – Vista Inferior da Placa (Sem os Componentes). . . 34

Figura 23 – Vista Superior da Placa. . . 35

(10)

Figura 26 – Fundo de Escala da Tens ˜ao. . . 37

Figura 27 – Fundo de Escala da Corrente. . . 38

Figura 28 – Fluxograma do C ´odigo do Microcontrolador. . . 42

Figura 29 – Componentes Robustos. . . 44

Figura 30 – Diagrama do Completo do Circuito das Cargas. . . 45

Figura 31 – Cargas de Teste. . . 45

Figura 32 – Terminal de Comunicac¸ ˜ao. . . 46

Figura 33 – Diagrama do Sistema de Medic¸ ˜ao. . . 47

Figura 34 – Sistema de Medic¸ ˜ao Montado. . . 48

Figura 35 – Gr ´afico Obtido no Terminal com o CRI. Curva de tens ˜ao (su-perior); curva de corrente (inferior). . . 50

Figura 36 – Gr ´afico Obtido no Terminal com o CRC. . . 51

(11)

1 Resultados das Simulac¸ ˜oes. . . 25

2 Lista de Componentes Medidos. . . 48

3 Valores Te ´oricos e Medidos com o CRI. . . 50

4 Valores Te ´oricos e Medidos com o CRC. . . 51

(12)

F P Fator de Pot ˆencia

T HD Total Harmonic Distortion

A/D Conversor de Anal ´ogico para Digital AmpOp Amplificador Operacional

CA Corrente Alternada CC Corrente Cont´ınua CL Circuitos Lineares CM Cargas Monof ´asicas CNL Circuitos n ˜ao Lineares

CRC Circuitos com Resistor e Capacitor CRI Circuitos com Resistor e Indutor DFT Discret Fourier Transform

FFT Fast Fourier Transform FPU Floating Point Unit LED Light Emitting Diode

PCI Placa de Circuito Impresso

PROCEL Programa Nacional de Conservac¸ ˜ao de Energia El ´etrica RAM Random Access Memories

RGB Red, Green and Blue

RMMO Retificadores Monof ´asicos Meia-Onda RMOC Retificadores Monof ´asicos Onda Completa UART Universal Asynchronous Receiver/Transmitter

(13)

P Pot ˆencia Ativa S Pot ˆencia Aparente VRM S Tens ˜ao Eficaz IRM S Corrente Eficaz Q Pot ˆencia Reativa

ϕ Angulo entre os vetores da pot ˆencia ativa e aparenteˆ D Pot ˆencia de Distorc¸ ˜ao

S0 Projec¸ ˜ao do Vetor S

λ Angulo entre a pot ˆencia parcial e pot ˆencia aparenteˆ v(t) Tens ˜ao instant ˆanea

i(t) Corrente Instant ˆanea

T HDI Taxa de distorc¸ ˜ao harm ˆonica da corrente R Valor de resist ˆencia

L Valor da indut ˆancia

Θ Angulo de defasagem da correnteˆ Vp Tens ˜ao de pico

Ip Tens ˜ao de pico

t Instante de Tempo (segundos) Ts Per´ıodo de amostragem

(14)

1 INTRODUC¸ ˜AO . . . . 1

2 DELIMITAC¸ ˜AO DO TEMA . . . . 3

3 OBJETIVOS (GERAL E ESPEC´IFICO) . . . . 4

3.1 OBJETIVO GERAL . . . 4

3.2 OBJETIVOS ESPEC´IFICOS . . . 4

4 JUSTIFICATIVA . . . . 6

5 REFERENCIAL TE ´ORICO . . . . 7

5.1 FATOR DE POT ˆENCIA . . . 7

5.2 CARGAS LINEARES (CL) . . . 12

5.3 CARGAS N ˜AO LINEARES . . . 15

5.4 TAXA DE AMOSTRAGEM . . . 16

5.5 QUANTIZAC¸ ˜AO DE UM SINAL DISCRETO . . . 17

5.6 C ´ALCULO DE INTEGRAIS PELA REGRA DOS TRAP ´EZIOS . . . 18

5.7 CIRCUITOS DETECTORES DE CRUZAMENTO POR ZERO . . . 19

5.8 CIRCUITO DESLOCADOR DE TENS ˜AO OU POSITIVADORES DE TENS ˜AO 20 5.9 CIRCUITOS DIVISORES DE TENS ˜AO . . . 22

6 DESENVOLVIMENTO E TESTE DAS ROTINAS NUM ´ERICAS . . . 23

6.1 ROTINAS NUM ´ERICAS DESENVOLVIDAS . . . 23

6.2 RESULTADO DO TESTE DAS ROTINAS NUM ´ERICAS . . . 24

6.3 CONCLUS ˜AO PARCIAL . . . 25

(15)

9 CIRCUITO CONDICIONADOR DE SINAIS . . . 29

10 CIRCUITO DAS CARGAS DE TESTE . . . 32

11 HARDWARE DESENVOLVIDO . . . 33

11.1 PLACA DE CIRCUITO IMPRESSO . . . 33

11.2 CONSTRUC¸ ˜AO DO MEDIDOR . . . 34

11.3 CALIBRAC¸ ˜AO DO MEDIDOR . . . 35

11.4 IMPLEMENTAC¸ ˜AO DO C ´ODIGO DO MICROCONTROLADOR . . . 40

11.4.1 Configurac¸ ˜ao da FPU (Floating Point Unit) . . . 40

11.4.2 Configurac¸ ˜ao do Conversor A/D . . . 40

11.4.3 Retirada de Amostras . . . 40

11.4.4 Determinac¸ ˜ao do Fundo de Escala . . . 41

11.4.5 Comunicac¸ ˜ao . . . 41

11.4.6 Fluxograma do C ´odigo . . . 42

11.5 CONSTRUC¸ ˜AO DO CIRCUITO DAS CARGAS DE TESTE . . . 43

11.6 TERMINAL DE COMUNICAC¸ ˜AO . . . 43

11.7 DIAGRAMA DE BLOCOS DO SISTEMA DE MEDIC¸ ˜AO . . . 44

12 RESULTADOS EXPERIMENTAIS . . . 49

12.1 MEDIC¸ ˜OES FEITAS COM O CRI . . . 49

12.2 MEDIC¸ ˜OES FEITAS COM O CRC . . . 51

12.3 MEDIC¸ ˜OES FEITAS COM O RMMO . . . 52

12.4 DISCUSS ˜OES E CONCLUS ˜OES . . . 52

13 CONCLUS ˜AO . . . 54

13.1 PROPOSTAS PARA TRABALHOS FUTUROS . . . 55

(16)

1 INTRODUC¸ ˜AO

Ao final do s ´eculo XIX, iniciou-se grandes debates sobre como deveria ser transmitida a energia el ´etrica aos consumidores finais. Uma parte dos engenheiros eletricistas defendiam a transmiss ˜ao atrav ´es da corrente cont´ınua (CC) a outra atrav ´es da corrente alternada (CA) [1]. Entretanto, a transmiss ˜ao em CA se demonstrou muito mais eficiente para longas dist ˆancias, e consequentemente, grande parte dos sistemas atuais s ˜ao feitos dessa forma.

Em contrapartida, sistemas com correntes e tens ˜oes variantes no tempo possuem o problema de absorc¸ ˜ao de pot ˆencia atrav ´es da linha de transmiss ˜ao, devido `a suas caracter´ısticas reativas `a frequ ˆencia. Um problema adicional ´e o fato de ser invi ´avel mudar as caracter´ısticas presentes nestas linhas. Al ´em disso, o consumidor pode conectar `a rede cargas que agravam esses valores, ou seja, provocam aumentos nos valores da corrente e, consequentemente, as perdas na rede el ´etrica [2].

Uma forma de monitorar esse tipo de perda, ´e a apurac¸ ˜ao do fator de pot ˆencia (F P ). Definido como a raz ˜ao entre a pot ˆencia ativa P (geradora de traba-lho) e a pot ˆencia aparente S (total consumida pelo sistema), tem-se uma proporc¸ ˜ao na qual valores pr ´oximos a uma unidade denotam um melhor aproveitamento da ener-gia fornecida. Na pr ´atica, o F P n ˜ao pode ser obtido de forma direta, sendo necess ´ario o c ´alculo atrav ´es das formas de onda de tens ˜ao e corrente ao longo do tempo [3].

Nota-se, ainda, que cargas n ˜ao lineares conectadas a um sistema de pot ˆen-cia podem causar distorc¸ ˜oes na forma de onda da corrente. Isso resulta no surgimento de problemas relacionados `a qualidade de energia, entres esses est ˜ao: aquecimento de condutores e motores, falha em controladores de velocidade, torque n ˜ao cont´ınuo em motores, falhas em detectores de cruzamento por zero e super dimensionamento de transformadores de pot ˆencia. Uma forma de medir essas distorc¸ ˜oes ´e o c ´alculo da taxa de distorc¸ ˜ao harm ˆonica (T HD) [4].

Consequentemente, desenvolver m ´etodos para se obter de forma digital, a partir de valores amostrados de tens ˜ao e corrente, as grandezas P , S, F P e T HD n ˜ao ´e um processo simples devido as complexidades dos c ´alculos envolvidos e s ˜ao de

(17)

grande import ˆancia para distribuir a energia el ´etrica com qualidade e poucas perdas. Dessa forma, este trabalho prop ˜oe o desenvolvimento de um prot ´otipo de sistema embarcado capaz de medir o fator de pot ˆencia de cargas monof ´asicas, line-ares e n ˜ao lineline-ares, atrav ´es de m ´etodos num ´ericos utilizando os valores amostrados de tens ˜ao e corrente na entrada de alimentac¸ ˜ao dos circuitos.

(18)

2 DELIMITAC¸ ˜AO DO TEMA

O assunto abordado por esse trabalho ser ´a o projeto e implementac¸ ˜ao de um dispositivo capaz de calcular o fator de pot ˆencia atrav ´es de m ´etodos num ´ericos. O medidor ser ´a projetado e constru´ıdo com t ´ecnicas de eletr ˆonica embarcada e proces-samento digital de sinais, para examinar os sinais de tens ˜ao e a corrente na entrada de alguns circuitos predefinidos. Al ´em disso, ser ´a limitado `a capacidade de mensurar o FP em cargas monof ´asicas lineares e n ˜ao lineares b ´asicas, mais especificamente, retificadores monof ´asicos com cargas n ˜ao chaveadas.

Como j ´a abordado na Sec¸ ˜ao 1, a transmiss ˜ao da maior parte da energia el ´etrica ´e feita em corrente alternada por quest ˜oes pr ´aticas. Como as perdas s ˜ao eminentes, estudar m ´etodos de mensur ´a-las e reduzi-las s ˜ao necess ´arios para a qua-lidade do sistema el ´etrico como um todo. Embora as autoridades respons ´aveis pela qualidade da energia no Brasil controlem perdas relativas ao fator de pot ˆencia somente para grandes consumidores, o estudo de como medi-lo ´e abrangente para qualquer n´ıvel de pot ˆencia. O prot ´otipo proposto neste trabalho ´e capaz de mensurar o F P para cargas alimentadas com tens ˜oes alternadas monof ´asicas menores ou iguais a 220 V e com correntes de no m ´aximo 5 A.

(19)

3 OBJETIVOS (GERAL E ESPEC´IFICO)

3.1 OBJETIVO GERAL

O objetivo desse trabalho ´e a construc¸ ˜ao de um dispositivo embarcado que pode ser acoplado entre a fonte de alimentac¸ ˜ao e a carga de teste (monof ´asica) capaz de calcular o fator de pot ˆencia (Figura 1), com base em valores amostrados de tens ˜ao e corrente na entrada (cargas analisadas ser ˜ao retificadores monof ´asicos e circuitos lineares). Carga de Teste (Linear ou Não Linear) Medidor Digital (P, S, FP e THD) Alimentação

Figura 1 – Ilustrac¸ ˜ao do Projeto Proposto. Fonte: Adaptado de POMILIO (2014).

3.2 OBJETIVOS ESPEC´IFICOS

O foco do projeto ´e o desenvolvimento do hardware e software necess ´arios para medir o fator de pot ˆencia (F P ) para cargas monof ´asicas (CM) lineares: circuitos com resistor e indutor (CRI); circuitos com resistor e capacitor (CRC); retificadores monof ´asicos meia-onda (RMMO) e retificadores monof ´asicos onda completa (RMOC). O processo de medic¸ ˜ao iniciar ´a ap ´os a identificac¸ ˜ao de um cruzamento ascendente por zero do sinal da tens ˜ao, assim sendo, os valores de tens ˜ao e corrente ser ˜ao amostrados pelo sistema por um certo per´ıodo m´ınimo. Consequentemente, o algoritmo iniciar ´a os c ´alculos de tens ˜ao eficaz (VRM S), corrente eficaz (IRM S), pot ˆencia

(20)

ativa (P ), pot ˆencia aparente (S) e fator de pot ˆencia (F P ). Uma vez obtido o F P , o dispositivo o disponibilizar ´a atrav ´es de uma interface para o usu ´ario. Esse processo dever ´a se repetir, enquanto houver alimentac¸ ˜ao, ao se pressionar um bot ˜ao.

Os resultados obtidos pelo prot ´otipo ser ˜ao comparados com valores obtidos atrav ´es de simulac¸ ˜oes dos circuitos utilizados como carga (CRC, CRI e RMMO).

(21)

4 JUSTIFICATIVA

O monitoramento do F P ´e necess ´ario tanto para quem produz ou distri-bui energia el ´etrica quanto para quem a consome. Quando esses s ˜ao abaixo de 0,92, como previsto por lei [5], surgem os seguintes problemas: aumento das per-das el ´etricas internas da instalac¸ ˜ao, queda de tens ˜ao na instalac¸ ˜ao, reduc¸ ˜ao do apro-veitamento da capacidade dos transformadores e aquecimento de condutores. Para ajudar no controle do bom uso da energia, s ˜ao cobradas multas proporcionais ao con-sumo total e ao F P , medido no dia da tarifac¸ ˜ao. Segundo o Programa Nacional de Conservac¸ ˜ao de Energia El ´etrica (PROCEL), somente consumidores do grupo A s ˜ao tarifados por fator de pot ˆencia, ou seja, empresas atendidas em m ´edia tens ˜ao (> 2300 V). Como exemplo, tem-se: ind ´ustrias, shopping centers e alguns edif´ıcios comerciais [6].

A motivac¸ ˜ao principal desse trabalho surgiu mediante a necessidade de se conhecer mais a fundo m ´etodos e pr ´aticas para se calcular o fator de pot ˆencia de forma digital, ou seja, atrav ´es de amostras de tens ˜ao e corrente; al ´em do processamento de dados em dispositivos microcontrolados. Adicionalmente, informa-se que o uso de equipamentos anal ´ogicos para medir essa grandeza, como o cossef´ımetro anal ´ogico, prejudicam a exatid ˜ao pois a leitura ´e feita de maneira indireta, usualmente atrav ´es do posicionamento de um ponteiro sobre uma escala.

Apesar de haver medidores digitais de energia, pot ˆencia e F P no mercado (um bom exemplo ´e o PowerLogic s ´erie DM6000 produzido pela empresa Schneider--Electric1) e haver muitos estudos sobre sua aplicac¸ ˜ao na ind ´ustria, existem poucos trabalhos abordando a construc¸ ˜ao e o funcionamento do software e hardware associ-ados. Um motivo para tal d ´efice, ´e o fato desses serem propriet ´arios, portanto, seus projetos s ˜ao mantidos em sigilo.

(22)

5 REFERENCIAL TE ´ORICO

O medidor descrito na Sec¸ ˜ao 3 possui, basicamente, fundamentos te ´oricos nas ´areas de: instrumentac¸ ˜ao el ´etrica, eletr ˆonica de pot ˆencia, condicionamento de sinais el ´etricos, processamento digital de sinal e c ´alculo num ´erico. Para ambientar o leitor e resumir o trabalho, escolheu-se os conceitos mais relevantes de cada ´area.

5.1 FATOR DE POT ˆENCIA

Primeiramente, precisa-se de uma breve contextualizac¸ ˜ao sobre circuitos estacion ´arios de corrente alternada. A an ´alise ´e feita sempre desconsiderando os transientes, tanto os iniciais como os finais. Isso contribui na modelagem matem ´atica do F P [7].

Para todos os casos estudados, sempre ser ´a considerada uma carga aco-plada a uma fonte de tens ˜ao senoidal. Al ´em de ser a mais presente em sistemas de pot ˆencia, contribui tamb ´em para simplificac¸ ˜oes. Vale ressaltar que o F P sempre ´e cal-culado como ilustra a Figura 2, ou seja, as formas de onda da tens ˜ao e da correntes vindas da fonte de alimentac¸ ˜ao.

v(t)

Carga de Teste

(Linear ou Não

Linear)

Fa

tor

de

Pot

ên

cia

i(t)

Figura 2 – Ponto de Medic¸ ˜ao do Fator de Pot ˆencia. Fonte: Adaptado de POMILIO (2014).

O uso de fonte senoidal traz as seguintes contribuic¸ ˜oes: a frequ ˆencia da tens ˜ao ser ´a a mesma para qualquer parte do circuito para circuitos lineares (CL). As

(23)

curvas de tens ˜ao e corrente em qualquer ponto ser ˜ao sempre senoidais com a mesma frequ ˆencia da fonte. Tamb ´em para CL, as curvas de tens ˜ao e corrente da entrada do sistema podem estar deslocadas entre si e possu´ırem diferentes valores de pico [8].

Observac¸ ˜ao: Essas condic¸ ˜oes n ˜ao s ˜ao v ´alidas para circuitos n ˜ao lineares (CNL).

Para CL, ´e poss´ıvel obter tr ˆes tipos de pot ˆencias: pot ˆencia ativa (P ), pot ˆen-cia reativa (Q) e pot ˆenˆen-cia aparente (S). Usa-se a representac¸ ˜ao vetorial para relacio-nar essas tr ˆes grandezas (Figura 3) [9]. A vari ´avel ϕ ´e o ˆangulo entre os vetores de pot ˆencia ativa e aparente.

S

Q

P

Potência

Aparente

Potência

Reativa

Potência

Ativa

φ

=acos(FP)

Figura 3 – Representac¸ ˜ao Vetorial das Pot ˆencias para CL. Fonte: Adaptado de DORF (2010).

A representac¸ ˜ao vetorial das pot ˆencias em CNL deve incluir a pot ˆencia de distorc¸ ˜ao (D), gerada pelas componentes harm ˆonicas. Essa ´e perpendicular `a projec¸ ˜ao do vetor S (S0); formando assim, um tetraedro com uma nova pot ˆencia apa-rente apresentado pela Figura 4 [10]. O simbolo λ ´e o ˆangulo entre a pot ˆencia apaapa-rente e sua projec¸ ˜ao e o ϕ ´e ˆangulo entre a pot ˆencia ativa e S0. Para CL essa representac¸ ˜ao tamb ´em pode ser usada, pois a pot ˆencia de distorc¸ ˜ao ´e nula. Sendo assim, S ser ´a igual ao S0, ou seja, um tri ˆangulo de pot ˆencias.

A grandeza P representa a energia realmente convertida em trabalho (pot ˆencia ativa). Essa ´e calculada usando a equac¸ ˜ao (5.1.1), tando para CL como para CNL [11].

P = 1 T

Z T 0

v(t)i(t)dt (5.1.1)

onde: T ´e o per´ıodo de v(t), v(t) ´e a tens ˜ao instant ˆanea e i(t) ´e a corrente instant ˆanea. A vari ´avel Q representa a pot ˆencia absorvida em componentes reativos `a

(24)

S

Q

P

Potência Aparente Potência Reativa Potência Ativa φ

S'

λ

D

Potência de Distorção Projeção do Vetor S

Figura 4 – Representac¸ ˜ao Vetorial das Pot ˆencias para CNL. Fonte: Adaptado de COTRIM (2009).

corrente alternada, como indutores e capacitores. Essa pode ser calculada atrav ´es da an ´alises trigonom ´etricas que ser ˜ao abordadas mais a frente.

A pot ˆencia S ´e a total do ponto de vista da fonte, essa ´e definida pela equac¸ ˜ao (5.1.2) [12]. Por sua vez, os valor de VRM S e IRM S s ˜ao calculados atrav ´es das equac¸ ˜oes (5.1.3) e (5.1.4), respectivamente; tanto para CL como para CNL [13].

S = VRM SIRM S (5.1.2) VRM S = s 1 T Z T 0 v(t)2dt (5.1.3) IRM S = s 1 T Z T 0 i(t)2dt (5.1.4)

A T HD ´e um m ´etodo usado para estimar o qu ˜ao distorcida em ampli-tude uma forma de onda ´e com relac¸ ˜ao a uma forma de onda senoidal completa com o mesmo per´ıodo. Cargas n ˜ao lineares (como fontes chaveadas, inversores de frequ ˆencia e circuitos retificadores) possuem a tend ˆencia de inserir harm ˆonicos nas formas de onda da corrente. Na implementac¸ ˜ao de medidores reais, considera-se os harm ˆonicos da tens ˜ao nulos ou muito pequenos, pois grande parte das cargas s ˜ao ali-mentadas por tens ˜oes puramente senoidais (T HD nulo). Portando, a sua contribuic¸ ˜ao para a pot ˆencia de distorc¸ ˜ao pode ser desprezada [14]. A Figura 5 ilustra um sinal com harm ˆonicas nulas (i(t)) e um sinal com distorc¸ ˜ao harm ˆonica (i2(t)).

No dom´ınio da frequ ˆencia ´e poss´ıvel visualizar de forma mais clara as com-ponentes harm ˆonicas eficazes de um sinal de corrente, como mostra a Figura 6. Como fica claro, a harm ˆonica fundamental ´e f1 pois ela possui a maior amplitude. Aplicando

(25)

i (t)

ωt

i(t)

ωt

π

2

Figura 5 – Distorc¸ ˜ao Harm ˆonica da Corrente. Fonte: Adaptado de POMILIO (2014).

a Equac¸ ˜ao (5.1.4) em cada uma das componentes harm ˆonicas, obt ˆem-se:

IRM S = v u u tI2 1RM S + ∞ X n=2 I2 nRM S (5.1.5) f

I[f] - Sinal no domínio da frequência

I[f] ... f 1 f2 f3 f4 fn I 1 I 2 I 3 I 4 In - Harmônicas em RMS In

Figura 6 – Corrente com distorc¸ ˜ao harm ˆonica no dom´ınio da frequ ˆencia. Fonte: Adaptado de POMILIO (2014).

Por fim, define-se a T HDI como sendo a raz ˜ao entre a raiz quadrada do somat ´orio dos quadrados dos valores eficazes das componentes harm ˆonicas da cor-rente (InRM S) e o da componente fundamental (I1RM S), Equac¸ ˜ao (5.1.6). Essa raz ˜ao produz valores menores que um, esses podem ser multiplicado por 100 para obter o percentual da taxa de distorc¸ ˜ao harm ˆonica.

T HDI =

pP∞

n=2InRM S2 I1RM S

(5.1.6) De acordo com [15], ´e poss´ıvel obter o fator de pot ˆencia atrav ´es da raz ˜ao

(26)

entre a pot ˆencia ativa e a pot ˆencia aparente, de acordo com a Equac¸ ˜ao (5.1.7). Esta ´e uma express ˜ao geral e pode ser utilizada em qualquer tipo de circuito, seja lineares ou n ˜ao lineares. F P = P S = 1 T RT 0 v(t)i(t)dt VRM SIRM S (5.1.7) Outra possibilidade para o c ´alculo de FP ´e a Equac¸ ˜ao (5.1.8) [16]. O angulo ϕ ´e o mesmo apresentado nas Figuras 3 e 4. Em CL, onde T HDI = 0, e, portanto, cos(λ) = 1. Valores positivos de ϕ indicam que a corrente est ´a atrasada em relac¸ ˜ao a tens ˜ao, t´ıpico de cargas indutivas (ϕ > 0, o caso mais recorrente); j ´a para valores negativos, a tens ˜ao est ´a atrasada em relac¸ ˜ao a corrente, comum de cargas capacitivas (ϕ < 0); quando ϕ ´e zero, a tens ˜ao e a correntes est ˜ao em fase, recorrente em cargas puramente resistivas (ϕ = 0). Em CNL (T HDI > 0), ϕ ´e a defasagem entre a curva de tens ˜ao e a curva da harm ˆonica fundamental da corrente (I1) ou o ˆangulo entre S0 e P . O cosseno do ˆangulo λ ( ˆangulo entre S0 e D) ´e igual a Equac¸ ˜ao (5.1.9). Nesse caso, o F P ´e sempre menor que a unidade, desfavorecendo assim, o aproveitamento da energia.

F P = cos(ϕ) p1 + T HD2

I

= cos(ϕ)cos(λ) (5.1.8)

Os valores de cos(λ), S0, cos(ϕ), Q e D podem ser calculados atrav ´es das Equac¸ ˜oes (5.1.9), (5.1.10), (5.1.11), (5.1.12) e (5.1.13), respectivamente.

cos(λ) = 1 p1 + T HD2 I (5.1.9) S0 = Scos(λ) (5.1.10) cos(ϕ) = P S0 (5.1.11) Q = S0sen(acos(cos(ϕ))) (5.1.12) D = Ssen(acos(cos(λ))) (5.1.13)

(27)

5.2 CARGAS LINEARES (CL)

Como dito na Sub-Sec¸ ˜ao 5.1, para CL as curvas de tens ˜ao e corrente s ˜ao sempre senoidais ao longo de todos os n ´os. Devido a essa caracter´ıstica, esses sistemas s ˜ao f ´aceis de serem analisados. Para os ensaios do sistema descrito na Sec¸ ˜ao 3, ser ˜ao usados cargas CRI e CRC na configurac¸ ˜ao s ´erie.

Carga do tipo CRI em s ´erie possui um F P abaixo de 1(um) (corrente atra-sada com relac¸ ˜ao a tens ˜ao). Devido a essa caracter´ıstica, ´e poss´ıvel estudar a sen-sibilidade e exatid ˜ao do medidor para atrasos de corrente. A Figura 7 mostra uma configurac¸ ˜ao t´ıpica para esse tipo de circuito: v(t) ´e a tens ˜ao de entrada, R ´e o valor do resistor do circuito, L ´e o valor da indut ˆancia, i(t) ´e a corrente e Θ ´e o atraso de fase da corrente.

R

Figura 7 – Circuito com Resistor e Indutor em S ´erie. Fonte: Adaptado de JUNIOR (2008).

Sendo v(t) e i(t) definido por:

v(t) = Vpsen(ωt) (5.2.1)

i(t) = Ipsen(ωt − Θ) (5.2.2)

obt ˆem-se a Equac¸ ˜ao (5.2.3) utilizando a Equac¸ ˜ao (5.1.1).

P = 1 T Z T 0 v(t)i(t)dt = 1 2π Z 2π 0 Vpsen(ωt)Ipsen(ωt − Θ)dωt = VpIp 2π Z 2π 0 sen(ωt)sen(ωt − Θ)dωt (5.2.3)

onde: Vp ´e a tens ˜ao de pico, Ip ´e a corrente de pico e t ´e o instante de tempo. Aplicando a identidade trigonom ´etrica:

(28)

sen(u)sen(v) = cos(u − v) − cos(u + v)

2 (5.2.4)

resulta na Equac¸ ˜ao (5.2.5).

P = VpIp 4π (2πcos(−Θ)) − VpIp 4π Z 2π 0 cos(2ωt + Θ)dωt  (5.2.5)

A segunda parte da Equac¸ ˜ao (5.2.5) ´e igual a zero, pois ´e a integrac¸ ˜ao de uma func¸ ˜ao do tipo cosseno durante um per´ıodo. Portanto:

P = VpIp

2 cos(−Θ) . (5.2.6)

A pot ˆencia aparente pode ser obtida pela Equac¸ ˜ao (5.1.2), resultando em:

S = VpIp

2 . (5.2.7)

Como as curvas de tens ˜ao e corrente podem ser obtidas aplicando as Equac¸ ˜oes (5.1.3) e (5.1.4), seus respectivos valores eficazes s ˜ao expressos por:

VRM S = Vp √ 2 (5.2.8) IRM S = Ip √ 2 . (5.2.9)

Por fim, o fator de pot ˆencia pode ser obtido pela equac¸ ˜ao (5.1.7).

F P = P S = VpIp 2 cos(−Θ) VpIp 2 = cos(−Θ) (5.2.10)

De modo semelhante, ´e poss´ıvel realizar uma an ´alise de um CRC s ´erie (Figura 8). Com essa configurac¸ ˜ao ´e poss´ıvel estudar a sensibilidade e exatid ˜ao do medidor `a correntes adiantadas.

(29)

relac¸ ˜ao a tens ˜ao. C R v(t)=Vp sen(t) i(t)=Ip sen(t+ϴ)

v(t)

i(t)

ωt

ωt

π 2π ϴ

Figura 8 – Circuito com Resistor e Capacitor em S ´erie. Fonte: Adaptado de JUNIOR (2008).

As Equac¸ ˜oes (5.2.11), (5.2.12) e (5.2.13) mostram todos os passos para obter a pot ˆencia ativa do CRC s ´erie.

v(t) = Vpsen(ωt) (5.2.11) i(t) = Ipsen(ωt + Θ) (5.2.12) P = 1 T Z T 0 v(t)i(t)dt = 1 2π Z 2π 0 Vpsen(ωt)Ipsen(ωt + Θ)dωt = VpIp 2π Z 2π 0 sen(ωt)sen(ωt + Θ)dωt = VpIp 2 cos(Θ) (5.2.13)

Para circuito CRC, as curvas de tens ˜ao e corrente tamb ´em s ˜ao puramente senoidais, portanto, a pot ˆencia aparente ´e a mesma do circuito CRI. Substituindo os valores na Equac¸ ˜ao (5.1.7), obt ˆem-se:

F P = P S = VpIp 2 cos(Θ) VpIp 2 = cos(Θ) . (5.2.14)

Como o esperado, a Equac¸ ˜ao (5.1.7) pode ser aplicada em circuitos line-ares para obter o fator de pot ˆencia. Mas os resultados obtidos com as Equac¸ ˜oes (5.2.10) e (5.2.14) n ˜ao ´e o suficiente para obter o fator de pot ˆencia te ´orico para os circuitos CRI e CRC. Para isso, usa-se a Equac¸ ˜ao (5.2.15) para circuitos CRI e a Equac¸ ˜ao (5.2.16) para circuitos CRC [17].

(30)

F P = cos  arctg  −ωL R  (5.2.15) F P = cos  arctg  1 ωRC  (5.2.16) Onde: ω = 2πf e f ´e a frequ ˆencia da tens ˜ao.

5.3 CARGAS N ˜AO LINEARES

Cargas n ˜ao lineares s ˜ao circuitos compostos, geralmente, por chaves ele-tr ˆonicas, como diodos ou tiristores. Muito comuns em grande parte dos equipamentos eletr ˆonicos, como fontes n ˜ao controladas e controladas, soft starter e dimmers.

O foco dessa sub-sec¸ ˜ao ser ´a o retificador monof ´asico n ˜ao controlado. Co-mumente usados para obter tens ˜oes ou correntes constantes a partir de fonte CA. Esses circuitos possuem a caracter´ıstica de serem n ˜ao lineares, ou seja, a curva de corrente gerada por esse circuito possui v ´arias componentes harm ˆonicas. O retifi-cador pode ser usado para testar a exatid ˜ao do medidor para um circuito n ˜ao linear (CNL). Nesse t ´opico ser ´a abordado a configurac¸ ˜ao: retificador monof ´asico meia-onda (RMMO) considerando o modelo do diodo ideal para simplificar as modelagens.

O RMMO ´e uma das configurac¸ ˜oes mais simples de retificador (Figura 9) para esses circuitos, a curva da corrente ´e semelhante a ilustrac¸ ˜ao: uma meia senoide com valores maiores que zero [18].

D R v(t)= Vp sen(t)

i(t)

v(t)

i(t)

ωt

ωt

π 2π

Figura 9 – Retificador Monof ´asico Meia Onda. Fonte: Adaptado de AHMED (2010).

A pot ˆencia ativa pode ser calculada atrav ´es da equac¸ ˜ao (5.1.1) resultando em:

(31)

v(ωt) = Vpsen(ωt) (5.3.1) i(ωt) = Ipsen(ωt) = Vpsen(ωt) R (5.3.2) P = 1 T Z T 0 v(t)i(t)dt = 1 2π Z π 0 V2 psen(ωt)2 R dωt = V 2 p 2πR Z π 0 1 − cos(2ωt) 2 dωt = V2 p 4R . (5.3.3)

Como a tens ˜ao ´e puramente senoidal, seu valor eficaz ´e dado por √Vp 2. O valor eficaz da corrente pode ser calculado pela express ˜ao (5.1.4) e resulta em: 2RVp. Dessa forma, a pot ˆencia aparente resulta em Vp2

2√2R.

A partir de (5.1.7), obt ´em-se a express ˜ao (5.3.4), para o fator de pot ˆencia

F P = P S = V2 p 4R V2 p 2√2R = √ 2 2 ≈ 0, 707 . (5.3.4)

O F P do RMMO ´e abaixo de 1 (um) mesmo sem atrasos evidentes entre as curvas de corrente e tens ˜ao, pois a pot ˆencia aparente inclui componentes de distorc¸ ˜ao harm ˆonica, como dito anteriormente.

5.4 TAXA DE AMOSTRAGEM

A amostragem ´e a convers ˜ao de um sinal cont´ınuo para um sinal discreto. Essa ferramenta ´e usada para obter um sinal compat´ıvel com a arquitetura digital dos microcontroladores. A amostra ´e o valor do sinal cont´ınuo em um determinado tempo. A dist ˆancia de tempo entre as amostras ´e definido como tempo de amostragem (Ts), o seu inverso ´e chamado de frequ ˆencia de amostragem (fs). Na Figura 10 est ´a representado um exemplo de amostragem de sinal.

O sinal s(t) ´e cont´ınuo e por isso deve ser amostrado, resultando no sinal s[n]. Para n ˜ao haver perdas de informac¸ ˜ao na reconstruc¸ ˜ao do sinal (aliasing na etapa de quantizac¸ ˜ao), a escolha de fs deve o estar de acordo com a condic¸ ˜ao de Nyquist, (5.4.1) [19].

(32)

Ts s(t) s[n] t s[n] - Sinal Discreto s(t) - Sinal Contínuo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Figura 10 – Sinal Cont´ınuo e Sinal Amostrado. Fonte: Adaptado de SMITH (2003).

fs> 2fsinal (5.4.1)

Onde: fsinal ´e frequ ˆencia fundamental de oscilac¸ ˜ao do sinal que ser ´a amos-trado e fs ´e a frequ ˆencia de amostragem do sinal.

Caso se queira amostrar um sinal com frequ ˆencia de 60Hz, fs deve ser maior que 120Hz, para garantir a menor perda de informac¸ ˜ao poss´ıvel.

5.5 QUANTIZAC¸ ˜AO DE UM SINAL DISCRETO

Quantizac¸ ˜ao ´e o processo de mapeamento de um valor pertencente a um grande conjunto de valores para um conjunto menor, o arredondamento de valores ´e um exemplo [20]. Esse processo gera um erro de quantificac¸ ˜ao. No conversor anal ´ogico-digital (A/D), esse processo ´e necess ´ario pois os microcontroladores ope-ram apenas com valores discretos (conjunto de valores limitado) e o sinal amostrado, na maioria dos casos, ´e anal ´ogico (grande conjunto de valores). A Figura 11 mostra um exemplo.

Primeiramente, calcula-se o stepSize, a constante de convers ˜ao entre valo-res de tens ˜ao e n ´umero de bits, com base na valo-resoluc¸ ˜ao do conversor (N Bits) e a sua tens ˜ao m ´axima de entrada (Vm ´axima) (5.5.1).

stepSize = 2 N − 1 Vm ´axima

(5.5.1) Em seguida ´e realizado classificac¸ ˜ao do sinal, de acordo com a Equac¸ ˜ao (5.5.2), nesse processo ocorre o arredondamento de X[n] para um n ´umero inteiro mais

(33)

Ts X[n] s[n] e[n] t s[n] - Valor Amostrado X[n] - Valor Real 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1011 12

Figura 11 – Sinal Amostrado, Reconstru´ıdo e Erro de Quantizac¸ ˜ao. Fonte: Adaptado de PARKER (2010).

pr ´oximo. O crit ´erio de escolha depender ´a de condic¸ ˜oes internas dos conversores.

s[n] = kX[n]stepSizek (5.5.2)

Por fim, ´e feita a reconstruc¸ ˜ao do sinal para determinar os valores de tens ˜ao lidos na entrada do conversor A/D, Equac¸ ˜ao (5.5.3).

Y [n] = s[n]

stepSize (5.5.3)

5.6 C ´ALCULO DE INTEGRAIS PELA REGRA DOS TRAP ´EZIOS

Como visto na Sub-Sec¸ ˜ao 5.1, para o calculo do F P , precisa-se reali-zar a operac¸ ˜ao matem ´atica de integrac¸ ˜ao. Para essa ser realizada na forma digital, necessita-se do uso de algoritmos de integrac¸ ˜ao num ´erica. H ´a v ´arios m ´etodos dis-pon´ıveis, entretanto, devido a facilidade de implementac¸ ˜ao, a regra dos trap ´ezios para func¸ ˜oes discretas ´e a mais adequada.

A func¸ ˜ao discreta pode ser interpretada, geometricamente, como uma s ´erie de trap ´ezios somados (Figura 12). A ´area abaixo da curva ´e a interpretac¸ ˜ao geom ´e-trica da integrac¸ ˜ao, essa pode ser aproximada pela soma da ´area dos trap ´ezios [21]. Matematicamente, a regra dos trap ´ezios pode ser descrita pela Equac¸ ˜ao (5.6.1).

(34)

t

s[n] - Sinal Discreto

H

b

B

s[i]

s[i+1]

t[i]

t[i+1]

s[n]

Zoom

Figura 12 – Regra dos Trap ´ezios para Sinais Discretos. Fonte: Adaptado de BARROSO (1987).

Int = Z s[n]dt = n X i=0 (b[i] + B[i])H[i] 2 = n−1 X i=0

(s[i] + s[i + 1])(t[i + 1] − t[i])

2 (5.6.1)

onde: b[i], B[i] e H[i] est ˜ao ilustrados na Figura 12; s[i] ´e um ponto qualquer de s[n] na posic¸ ˜ao i; e t[i] ´e o tempo do sinal s[n] na posic¸ ˜ao i.

Esse m ´etodo gera erros inversamente proporcionais ao n ´umero de elemen-tos do sinal discreto, por isso ´e importante uma frequ ˆencia de amostragem grande o suficiente para gerar erros pouco significativos. As frequ ˆencias m´ınimas para esse projeto ser ˜ao discutidas na Sub-Sec¸ ˜ao 11.3.

5.7 CIRCUITOS DETECTORES DE CRUZAMENTO POR ZERO

Para garantir a amostragem de um ciclo de tens ˜ao, ´e necess ´ario um circuito para indicar ao microcontrolador quando iniciar e terminar a retirada de amostras. O ideal ´e que o in´ıcio das amostragens coincida com o in´ıcio de um ciclo, assim como o adequado ´e que o fim equipare com o inicio do pr ´oximo ciclo (amostragem de um per´ıodo). Para isso, usa-se circuitos que indicam quando uma tens ˜ao na sua entrada cruza por zero. O sistema da Figura 13 gera uma borda de subida quando h ´a um cruzamento ascendente por zero na sua entrada, caso contr ´ario, gera um borda de descida[22].

O amplificador operacional (AmpOp) est ´a configurado como um compara-dor de tens ˜ao, portanto: para V i > 0V → v1 = V cc e para V i < 0V → v1 = −V cc. O diodo retifica a onda quadrada deixando passar somente os semi-ciclos positivos.

(35)

Vcc+ v(t)= Vp sen(t) D RL U1A vo(t) Vcc-v(t) v1(t) t t π 2π 3π 4π v1 vo(t) t

Figura 13 – Circuito Detector de Cruzamento por Zero. Fonte: Adaptado de JUNIOR (2012).

Para o circuito operar de forma correta, a resist ˆencia RL dever ´a possuir um valor adequado para polarizar o diodo D e este ter ´a que conter uma queda de tens ˜ao pequena para reduzir as perdas de tens ˜ao na sa´ıda.

5.8 CIRCUITO DESLOCADOR DE TENS ˜AO OU POSITIVADORES DE TENS ˜AO

Alguns conversores A/D s ´o conseguem efetuar leitura de n´ıveis positivos de tens ˜ao. Por conta disso, ´e necess ´ario o uso de deslocadores de tens ˜ao. Nesses o sinal de sa´ıda ´e descolado para n´ıveis positivos ou negativos de tens ˜ao sem adicionar qualquer deslocamento no tempo. A figura 14 apresenta um amplificador subtrator modificado em s ´erie com o um amplificador inversor [23]. Juntos formam um sistema deslocador de tens ˜ao.

Considerando i− e i+ nulos e o amplificador com um ganho muito elevado, obt ˆem-se as seguintes equac¸ ˜oes para V + e V − atrav ´es da an ´alise das correntes das malhas: V + =  V cc+ R3 + V cc− R4  R3R4 R3 + R4 (5.8.1)

(36)

U1A v(t)=Vp sen(t) Vcc+ Vcc+ vo1(t) v(t) ωt π 2π vo1(t) ωt Vcc-U1B R5 R6 Vcc+ vo(t) Vcc-vo(t) ωt R1 R2 R3 R4 V+ V-i+ i-va vb

Figura 14 – Circuito Deslocador de Tens ˜ao. Fonte: Adaptado de BOYLESTAD (2004).

V − = va R1 + vb R2  R1R2 R1 + R2 . (5.8.2)

Aplicando-se um curto circuito virtual (V + = V −) nas entradas do amplifi-cador, pode-se isolar a sa´ıda vb obtendo:

vb =  −va R2 R1 + R2 + V cc+ R4 R3 + R4 + V cc− R3 R3 + R4  R1 + R2 R1 (5.8.3)

Portanto, o deslocamento do sinal de sa´ıda ´e controlada atrav ´es dos resis-tores R3 e R4. O ganho ´e controlado por R1 e R2. Os componentes R5 e R6 devem ser escolhidos com a Equac¸ ˜ao (5.8.4), ganho para amplificadores inversores. Para evitar a saturac¸ ˜ao, o ganho dever ser pr ´oximo de um.

Av = vo v = − R6 R5 (5.8.4)

(37)

5.9 CIRCUITOS DIVISORES DE TENS ˜AO

Sinais de instrumentac¸ ˜ao, em sistemas de pot ˆencia, pode possuir uma tens ˜ao muito acima da suportada pelos circuitos digitais, para sua leitura, ´e necess ´ario sua divis ˜ao. Um m ´etodo de realizar essa tarefa ´e utilizar um divisor resistivo (Figura 15). v(t)=Vp sen(t) vo(t) v(t) t π 2π vo(t) t R1 R2

Figura 15 – Divisor de Tens ˜ao com Buffer. Fonte: Adaptado de BOYLESTAD (2004).

O sinal da sa´ıda ´e obtido atrav ´es da Equac¸ ˜ao 5.9.1. Geralmente R1 deve ser duas ordens de grandeza maior que R2, dependendo da m ´axima excurs ˜ao de sa´ıda desejada [24]. Por exemplo, caso a tens ˜ao de entrada tiver uma amplitude de 250 V objetivando uma excurs ˜ao de 2,5 V na sa´ıda do circuito, pode-se utilizar R1=1 kΩ e R2=100 kΩ.

vo(t) = v(t) R2

R1 + R2 (5.9.1)

Para melhorar o desempenho do circuito, deve-se reduzir ao m ´aximo a cor-rente na sa´ıda. Para isso, pode-se acoplar um amplificador operacional na configurac¸ ˜ao n ˜ao inversora atuando como buffer de tens ˜ao para a sa´ıda.

(38)

6 DESENVOLVIMENTO E TESTE DAS ROTINAS NUM ´ERICAS

Foi visto na Sub-Sec¸ ˜ao 5 os recursos te ´oricos necess ´arios para se obter F P e a T HD. N ˜ao ´e objetivo deste trabalho o c ´alculo da THD. No entanto, valor desta taxa foi obtido atrav ´es da Transformada R ´apida de Fourier (FFT) do sinal amostrado da corrente, considerando as dez primeiras harm ˆonicas. O desenvolvimento e os resultados obtidos das simulac¸ ˜oes ser ˜ao demonstrados1.

6.1 ROTINAS NUM ´ERICAS DESENVOLVIDAS

As rotinas num ´ericas desenvolvidas foram as seguintes:

• Integrac¸ ˜ao pela Regra dos Trap ´ezios (de acordo com o exposto na sec¸ ˜ao 5.6); • Operac¸ ˜oes com vetores (arrays): multiplicac¸ ˜ao e exponenciac¸ ˜ao termo a termo); • Fator de Pot ˆencia atrav ´es da 5.1.7;

• C ´alculo da transformada r ´apida de Fourier para se obter a T HDI(Taxa de Distorc¸ ˜ao Harm ˆonica da Corrente);

• C ´alculo do θ e λ.

• Gerac¸ ˜ao de sinais discretos para testes iniciais.

A integrac¸ ˜ao num ´erica foi utilizada para c ´alculo da pot ˆencia ativa e valores eficazes de tens ˜ao e corrente. Para o c ´alculo dos valores eficazes ´e necess ´ario elevar ao quadrado cada elemento do vetor amostrado. No caso da pot ˆencia ativa foi pre-ciso elaborar um c ´odigo para multiplicar, termo a termo, os valores armazenados nos vetores de tens ˜ao e corrente.

Para sincronizar a amostragem dos sinais um dos temporizadores (timer ) do microcontrolador ´e utilizado, de forma a se obter uma frequ ˆencia de amostragem de

1O c ´odigo fonte da simulac¸ ˜ao est ´a dispon´ıvel no CD em anexo e para download no link: https://goo.gl/WuGp2k.

(39)

3840 Hz. Essa taxa de amostragem representa um total de 64 amostras por per´ıodo da rede el ´etrica, considerando uma frequ ˆencia de 60 Hz.

O processo para o c ´alculo do F P n ˜ao ´e realizado em tempo real. Primei-ramente s ˜ao obtidos os vetores de tens ˜ao e corrente para, posteriormente se obter os valores de pot ˆencia ativa, tens ˜ao eficaz, corrente eficaz e pot ˆencia reativa para fi-nalmente ser calculado o fator de pot ˆencia atrav ´es da equac¸ ˜ao 5.1.7. Para se obter um valor mais preciso do F P dois per´ıodos de rede foram amostrados totalizado 128 amostras por medida.

O c ´odigo para o c ´alculo da transformada r ´apida de Fourier foi proposto por [25]. Com as componentes harm ˆonicas do sinal de corrente no dom´ınio da frequ ˆencia, obteve-se o c ´alculo da taxa de distorc¸ ˜ao harm ˆonica da corrente (T HDI) utilizando as dez primeiras harm ˆonicas.

Para conseguir classificar o fator de pot ˆencia (como indutivo, capacitivo ou n ˜ao linear) foi necess ´ario apurar o ˆangulo de defasagem dos sinais de tens ˜ao e cor-rente (θ) e o ˆangulo λ, definidos na figura 4.

Para testar os c ´odigos desenvolvidos, foram criados vetores discretos de tens ˜ao e corrente que simulem o comportamento dos circuitos utilizados (CRC, CRL e RMMO). A gerac¸ ˜ao dos sinais foi realizada atrav ´es da linguagem de programac¸ ˜ao C. Para todos os casos, produziu-se um sinal de tens ˜ao senoidal formado por 64 amostras por per´ıodo, com amplitude m ´axima de 127√2 V e frequ ˆencia de 60 Hz. Os sinais de corrente foram obtidos com base na teoria de circuitos el ´etricos e eletr ˆonica de pot ˆencia.

O circuito CRL simulado ´e o mesmo indicado na figura 7, onde R = 43.5 Ω, L = 200 mH. Para o circuito CRC, indicado na figura 8, foi definido R = 43.5 Ω e C = 30 µF. Para o retificador monof ´asico (RMMO), ilustrado na figura 9, considerou-se o diodo ideal e R = 43.5 Ω.

6.2 RESULTADO DO TESTE DAS ROTINAS NUM ´ERICAS

A lista abaixo mostra os par ˆametros utilizados para os testes:

• Tens ˜ao de pico Vp = 127 √

2V; • Frequ ˆencia de rede f = 60Hz;

(40)

• 64 amostras por per´ıodo (Frequ ˆencia de amostragem de 3840 Hz); • Para o CRI: θ = −69◦ (valor calculado);

• Para o CRC: θ = 64◦ (valor calculado); • Diodo foi considerado ideal para o RMMO;

• Utilizou-se as dez primeiras harm ˆonicas para o c ´alculo da T HDI;

A Tabela 1 mostra os resultados dos testes realizados com os c ´odigos de-senvolvidos. Para calcular o F P te ´orico foram usadas as Equac¸ ˜oes (5.2.15) e (5.2.16). Para se obter um valor te ´orico para o T HDI foi utilizado um software simulador de cir-cuitos. Na tabela foram colocados somente os valores das grandezas mais relevantes para o projeto: F P e T HDI. Tamb ´em foi inclu´ıdo na tabela 1 os erros percentuais (relativos) entre os valores te ´oricos e obtidos, atrav ´es das rotinas desenvolvidas, do F P.

Tabela 1 – Resultados das Simulac¸ ˜oes.

Amostra Tipo de carga F PTe ´orico F PC ´odigo T HDITe ´orico (%) T HDIC ´odigo (%) Erro do F P (%) Erro do T HDI(%)

1 CRL 0,358 (Indutivo) 0,360 (Indutivo) 0,000 0,000 -0,559 0,000 2 CRC 0,438 (Capacitivo) 0,441 (Capacitivo) 0,000 0,000 -0,685 0,000 3 RMMO 0,707 (N ˜ao Linear) 0,707 - N ˜ao Linear 9,714 8,567 0,000 11,808

6.3 CONCLUS ˜AO PARCIAL

Os resultados indicaram que os m ´etodos num ´ericos funcionam com erro percentual ±0, 2% para o FP e erros menores que ±12% para a T HDI. Quando com-parados com medidores de instrumentac¸ ˜ao existentes no mercado, como o Fluke™41B2, com erros de ±0.02% para o fator de pot ˆencia e ±3% para a T HDI, os valores en-contrados enen-contrados ficam muito grandes. Portando, os m ´etodos utilizados para esse projeto s ˜ao inadequados para instrumentac¸ ˜ao profissional, restringindo seu uso, ent ˜ao, `a medic¸ ˜oes experimentais em laborat ´orio. Al ´em disso, o T HDI simulado est ´a incoerente com a teoria, pois a discretizac¸ ˜ao de sinais insere harm ˆonicos e, portando, a taxa de distorc¸ ˜ao deveria ser maior que a simulada e n ˜ao menor. Dessa forma, trabalhos futuros podem ser elaborados para encontrar formas melhores de se obter essa grandeza.

(41)

7 MICROCONTROLADOR

O microcontrolador ser ´a um dos dispositivos mais importantes do projeto, pois, os sinais de tens ˜ao e corrente ser ˜ao amostrados e processados por ele. Sua escolha deve se levar em considerac¸ ˜ao a frequ ˆencia de amostragem m ´axima dos seus conversores A/D, erros de quantizac¸ ˜ao e velocidade de processamento num ´erico.

Para medidores de consumo de energia, o n ´umero de amostras por ciclo dever ´a ser 16, no m´ınimo, com conversores A/D de pelo menos 12 bits de resoluc¸ ˜ao1, para monitorar a T HD ´e recomendado 64 amostras por ciclo [27]. Ser ´a conside-rado um n ´umero de amostras m´ınima de 64 por ciclo para de tens ˜ao com 60Hz de frequ ˆencia, ou seja, uma amostra a cada 260 µs. Portanto, ser ´a necess ´ario um con-versor A/D com frequ ˆencia de amostragem m´ınima de 3840Hz e 12 bits de resoluc¸ ˜ao.

Como visto na Sec¸ ˜ao 6, os c ´odigos propostos para o trabalho possuem v ´arios lac¸os e operac¸ ˜oes com vari ´aveis do tipo ponto flutuante, isso torna sua comple-xidade computacional muito grande. Sendo assim, ´e necess ´ario um microcontrolador com velocidade de processamento grande e otimizac¸ ˜ao para operac¸ ˜oes com vari ´aveis do tipo ponto flutuante.

A Tiva™C Series TM4C123G LaunchPad Evaluation Kit, Figura 16, ´e uma plataforma de baixo custo com um microcontrolador baseado na arquitetura ARM®Cortex™-M4F, da Texas Instruments, de 32 bits operando com um clock de at ´e 80M Hz [28]. Devido ao seu grande poder computacional, mostrou-se o mais adequado para o pro-jeto. Entre as principais caracter´ısticas e vantagens pode-se citar:

• Dois bot ˜oes program ´aveis;

• Um light emitting diode (LED) (RGB);

• 40 pinos, incluindo: entradas, sa´ıdas e alimentac¸ ˜ao operando com n´ıveis de 0 a 3.3V;

1“Taxa de amostragem de 16 amostras por ciclo; Conversor A/D (Anal ´ogico/Digital) do sinal

(42)

• Conversor A/D com 12 bits de resoluc¸ ˜ao e oito entradas anal ´ogicas multiplexadas e taxa de amostragem de at ´e 1 MSPS;

• 256KB de mem ´oria flash e 32KB de Random Access Memories (RAM); • Seis timers de 64 bits e seis timers de 32 bits;

• Code Composer Studio™, plataforma para programac¸ ˜ao do dispositivo, com to-das as funcionalidades;

• Comunicac¸ ˜ao serial via USB.

Figura 16 – Placa de Desenvolvimento Tiva™C Series. Fonte: Site da Texas Instruments2.

2Dispon´ıvel em: ¡http://www.ti.com/lit/ug/spmu296/spmu296.pdf¿. Acesso em: 01 nov.

(43)

8 SENSOR DE CORRENTE BASEADO NO EFEITO HALL ACS712

O ACS712 (Figura 17), produzido pela empresa Allegro™, ´e um sensor de precis ˜ao baseado no efeito Hall com capacidade de medir correntes de at ´e 5 A. Esse deve ser inserido em s ´erie com o circuito de interesse. A corrente que flui atrav ´es de seus terminais gera um campo magn ´etico detect ´avel pelo efeito Hall, esse ´e convertido em uma tens ˜ao proporcional e linear com n´ıveis de 0 a 5 V sendo o 2, 5 V o n´ıvel correspondente `a corrente de 0 A. A exatid ˜ao do dispositivo, segundo o fabricante, ´e otimizada, pois a sua sensibilidade `a ru´ıdos ´e reduzida quando comparado a outros m ´etodos de medic¸ ˜ao de corrente [29]. Esse ser ´a usado como sensor de corrente do dispositivo.

Figura 17 – Sensor de Corrente ACS712. Fonte: Site da Allegro1.

No projeto, utilizou-se o m ´odulo ilustrado na Figura 18, esse cont ´em o sen-sor de corrente descrito anteriormente.

Figura 18 – M ´odulo com o Sensor de Corrente ACS712. Fonte: Site da Vinitronica2.

1Dispon´ıvel em: ¡http://www.allegromicro.com/~/media/Files/Datasheets/ ACS712-Datasheet.ashx¿. Acesso em: 01 nov. 2015

2Dispon´ıvel em: ¡http://www.vinitronica.com.br/pd-18da58-sensor-de-corrente-5a. html¿. Acesso em: 01 nov. 2015

(44)

9 CIRCUITO CONDICIONADOR DE SINAIS

Tanto n´ıveis de tens ˜ao vindos da rede quando sa´ıda do sensor de efeito Hall s ˜ao inadequados para o microcontrolador, sendo necess ´arios o uso de circui-tos para condicion ´a-los. Para a tens ˜ao, ´e necess ´ario reduzir seus n´ıveis atrav ´es do circuito visto na Sub-Sec¸ ˜ao 5.9 e deslocar sua refer ˆencia para obter somente valores positivos utilizando o circuito visto na Sub-Sec¸ ˜ao 5.8, pois a porta do microcontrolador, escolhido para o projeto, ´e incapaz de ler n´ıveis de tens ˜ao negativos. Para a corrente, ´e indispens ´avel reduzir os n´ıveis de tens ˜ao vindos do sensor com o circuito visto na Sub-Sec¸ ˜ao 5.9 seguido por um buffer de tens ˜ao. Como a retirada das amostras de-vem comec¸ar no in´ıcio do ciclo do sinal de tens ˜ao, ´e essencial um circuito detector de cruzamento por zero para indicar quando ocorre esse ponto, por isso, foi adicionado o circuito visto na Sub-Sec¸ ˜ao 5.7.

O circuito da Figura 19 foi projetado usando as Equac¸ ˜oes (5.8.3), (5.8.4) e (5.9.1); os par ˆametros descritos na Sub-Sec¸ ˜ao 5.7; e os seguintes crit ´erios a seguir:

• Tens ˜ao eficaz de entrada da rede (vi1(t)): 127 V ou 220 V ; • Frequ ˆencia da tens ˜ao de entrada: 60 Hz;

• Tens ˜ao de pico de entrada da rede (vi1(t)): 180 V ou 311 V ; • Corrente de pico m ´axima permitida pelo sensor: 5 A;

• Tens ˜ao m ´axima de sa´ıda do m ´odulo com o sensor de corrente (vi2(t)): 5 V ; • Tens ˜ao de sa´ıda m´ınima e m ´axima para a medic¸ ˜ao de tens ˜ao e corrente (vo1(t)

e vo3(t)): 0 V e 3.3 V ;

• Tens ˜ao de sa´ıda m ´axima de sa´ıda para o detector de cruzamento (vo2(t)): 5 V ; • Corrente m ´axima de sa´ıda com uma imped ˆancia de sa´ıda de 100kΩ (vo1(t),

vo2(t) e vo3(t)): < 1 mA;

• Tens ˜ao de alimentac¸ ˜ao para o m ´odulo com o sensor de corrente (V CC+): 5 V (CC);

(45)

• Tens ˜ao de alimentac¸ ˜ao para a placa Tiva™C Series (V CC+): 5 V (CC);

• Tens ˜ao de alimentac¸ ˜ao do amplificador operacional (V CC+ e V CC−): 5 V sim ´etricos;

• Tens ˜ao m´ınima e m ´axima de alimentac¸ ˜ao (V a e V c): 6 V e 24 V sim ´etricos.

O amplificador operacional escolhido foi o TL074 devido ao seu baixo custo e sua elevada imped ˆancia de entrada [30]. A chave1, altera o n´ıvel tens ˜ao de entrada e a chave2 altera o fundo de escala do microcontrolador, ambas devem ser comutadas ao se trocar a tens ˜ao de rede. Os potenci ˆometros P 1 e P 2 ajustam a tens ˜ao m ´axima de sa´ıda o seu deslocamento, por isso, o circuito deve ser previamente calibrado antes de ser acoplado a placa contendo o microcontrolador.

(46)

U 1A P 2 1k  V cc + = 5V V cc + = 5V vo1( t) V cc -= -5V V cc -= -5V P 1 100k  U 1B R 6 100k  R 7 100k  vo1( t) P ino 2 D 1 1N 4148 R 9 1k  U 1C vo2( t) P ino 26 R 1 1M  R 2 100k  U 1 D R 12 100k  R 13 100k  vo3( t) P ino 6 R 10 100k  R 11 47k  C hav e1B L M 7805 V in G N D V out U 2 1µF C 1 R 3 1M  R 4 47k  vi 2( t) E nt rada da Te ns ão do Se ns or de C or re nt e R 5 200k  R 8 68k  C hav e1A vi 1( t) E nt rada de Te ns ão da R ede L M 7905 V in G N D V out U 3 1µF C 2 V C C + V C C -V a Entrada P os it iv a da F ont e V b R ef er ênc ia da F ont e V c E nt rada N egat iv a da F ont e D es loc ador de R ef er ênc ia par a a Te ns ão D et ec tor de C ruz am ent o por Z er o D iv is or de Te ns ão com B uf fe r par a o Se ns or D iv is or par a Te ns ão E fi caz de 220V D iv is or par a Te ns ão E fi caz de 127V R egul ador es de Te ns ão C hav e2 vo4 Pino 5 C hav e par a T roc ar de Te ns ão C hav e par a T roc ar de Te ns ão Figura 19 Dia grama do Cir cuito do Medidor .

(47)

10 CIRCUITO DAS CARGAS DE TESTE

Os circuitos vistos nas Sec¸ ˜oes 5.2 e 5.3 precisam ser implementados para testar o medidor e comparar seus resultados com a teoria. Com a finalidade de fa-cilitar os ensaios, todas as cargas foram unidas em um ´unico circuito como mostra a Figura 20. Os valores dos componentes foram estimados com base nos equipa-mentos presentes na universidade. F 1 foi usado para limitar a corrente e proteger os demais componentes. A comutac¸ ˜ao de cargas ´e feita atrav ´es da Chave3 e da Chave4. O reostato e o indutor, por serem mais robustos, devem ser ligados ao circuito com conectores do tipo “banana” atrav ´es das entradas Ro1 e Ro2, Lo1 e Lo2, respectiva-mente. As especificac¸ ˜oes do circuito s ˜ao:

• Corrente m ´axima de pico de entrada: 2, 5 A; • Corrente eficaz de entrada: 1, 80 A;

• Tens ˜ao eficaz m ´axima de entrada: 127 V ou 220 V

Lo1 Lo2 V1 Entrada da Carga V2 Entrada da Carga

Cargas Lineares

D1 6A06 Chave3 Chave4 30µF C1

(48)

11 HARDWARE DESENVOLVIDO

O circuito projetado para condicionamento de sinais de tens ˜ao e corrente, necess ´ario para o funcionamento do medidor do F P , foi constru´ıdo em uma placa de circuito impresso. Dessa forma, este cap´ıtulo relata a implementac¸ ˜ao pr ´atica do hardware desenvolvido.

11.1 PLACA DE CIRCUITO IMPRESSO

Como a proposta ´e a implementac¸ ˜ao de um prot ´otipo, atrav ´es do circuito esquem ´atico da Figura 19, ´e poss´ıvel a criac¸ ˜ao do projeto da Placa de Circuito Im-presso (PCI).

Para o projeto, foi considerado o uso de placas com apenas uma camada. Foi necess ´ario o uso de pontes (trac¸os em vermelho na Figura 21) para contornar a dificuldade de ligar alguns pontos. Para facilitar a conex ˜ao de fios `a placa, usou-se conectores parafus ´aveis e do tipo headers. A placa Tiva™C Series usou-se encaixar ´a atrav ´es de conectores de tipo headers.

O projeto finalizado foi impresso em papel do tipo LASER Glossy Photo Paper com uma impressora LASER. O desenho foi transferido para a placa de cobre utilizando o m ´etodo de transfer ˆencia t ´ermica e um ferro de passar roupas. Em se-guida, foi imerso em percloreto de ferro para a corros ˜ao do cobre em excesso. Ap ´os a corros ˜ao, o cobre n ´u foi finalizado com verniz para circuitos impressos, assim, as trilhas de cobre n ˜ao sofrer ˜ao oxidac¸ ˜ao. As ilhas destinadas `as soldas foram lixadas com a finalidade de melhorar a fixac¸ ˜ao do estanho. A Figura 22 mostra a vista inferior da placa ao final do processo de confecc¸ ˜ao.

Com a placa confeccionada, os componentes foram soldados e o resultado pode ser visto na Figura 23. Os resistores utilizados possuem erro menor que 1% e o conector para a Chave2 n ˜ao aparece pois ser ´a adicionado posteriormente na monta-gem do medidor.

(49)

Figura 21 – Layout da PCI do Circuito Condicionador de Sinais.

Figura 22 – Vista Inferior da Placa (Sem os Componentes).

11.2 CONSTRUC¸ ˜AO DO MEDIDOR

O medidor foi montado em uma plataforma de madeira com, aproximada-mente, 250 mm de largura e 250 mm de profundidade. Foram adicionados p ´es para elevar a plataforma e permitir que os fios passem por baixo da mesma, facilitando a instalac¸ ˜ao. Conectores do tipo “banana-f ˆemea” foram adicionados para permitir maior flexibilidade no seu uso. A Figura 24 mostra o diagrama de blocos do medidor e a

(50)

Fi-Figura 23 – Vista Superior da Placa.

gura 25 mostra o medidor montado. Para ficar mais claro, a nomenclatura ´e a mesma usada na Figura 19.

Módulo com Sensor de Corrente ACS712 Circuito Deslocador (Positivador) de Tensão Detector de Cruzamento por Zero Placa de Desenvolvimento Tiva C Series (Microcontrolador TM4C123GXL) Divisor Resistivo Medidor Divisor Resistivo com Buffer Circuito Condicionador de Sinais Entrada Saída Chave1 Chave2 Fonte de Alimentação

Figura 24 – Diagrama do Medidor.

11.3 CALIBRAC¸ ˜AO DO MEDIDOR

O medidor foi calibrado previamente com um oscilosc ´opio. O ajuste foi feito atrav ´es dos potenci ˆometros P 1 e P 2 (Figuras 19 e 23). O componente P 1 ´e

(51)

Entrada

Saída

Va Vb Vc

Chave1

Chave2 Comunicação USB

Módulo

do Sensor

de Corrente

(a) Vista Superior (b) Vista Inferior Figura 25 – Medidor Montado.

respons ´avel pelo ajuste da amplitude m ´axima da sa´ıda vo1, j ´a P 2 tem a func¸ ˜ao de ajustar o descolamento (offset) do sinal de tens ˜ao na sa´ıda.

A calibrac¸ ˜ao foi realizada ligando na tens ˜ao eficaz de 127 V e uma carga puramente resistiva `a sua sa´ıda (Reostato regulado em 43, 5 Ω). A tens ˜ao m ´axima em vo1precisa estar o mais pr ´oximo poss´ıvel de 3.3 V mas nunca maior; a tens ˜ao m´ınima deve ficar pr ´oxima de 0 V .

Para uma tens ˜ao de entrada (vi1) de 127 V eficazes, o valor de pico ´e de aproximadamente 180 V . Dessa forma, na entrada do respectivo divisor resistivo a tens ˜ao varia entre −180 V e 180 V . Se o circuito condicionador de sinais estiver devidamente calibrado, essa variac¸ ˜ao representar ´a em sua sa´ıda (vo1) tens ˜oes entre 0 V e 3, 3 V , como mostra a Figura 26.

Portanto:

vi1(t) + 180

360 =

vo1(t)

3, 3 . (11.3.1)

(52)

vi1(t)

vo1(t)

180 V

-180 V

3,3 V

0 V

Entrada

Saída

Figura 26 – Fundo de Escala da Tens ˜ao.

vo1(t) = 9, 167 10−3vi1(t) + 1, 65 . (11.3.2) Como o conversor A/D do kit utilizado ´e de 12 bits, tem-se que os valores de tens ˜ao em sua entrada (vo1), que podem variar entre 0 e 3, 3 V , s ˜ao digitalizados para valores entre 0 e 212−1, respectivamente. Dessa forma, o valor digitalizado pode ser calculado pela express ˜ao:

Dv[n] = vo1(t) 3, 3 (2 12− 1) = k1240, 909 vo1(t)k . (11.3.3) Onde Dv[n] ´e o valor de tens ˜ao de entrada digitalizado e n ´e o ´ındice da amostra.

Para o c ´alculo do F P ´e necess ´ario reconstruir o sinal digitalizado Dv[n] em termos da tens ˜ao de entrada do circuito (vi1). Primeiramente, calcula-se o valor da tens ˜ao amostrada, vo1[n], na entrada do conversor:

vo1[n] = 3, 3 Dv[n]

212− 1 . (11.3.4)

Posteriormente, substitui-se vo1[n] na Equac¸ ˜ao (11.3.2):

3, 3 Dv[n]

212− 1 = 9, 167 10 −3

vi1[n] + 1, 65 . (11.3.5)

(53)

vi1[n] = 87, 9 10−3 Dv[n] − 180 . (11.3.6) Onde vi1[n] ´e o valor amostrado da tens ˜ao de entrada.

Para a corrente de entrada, um processo semelhante pode ser realizado para reconstruir o sinal em func¸ ˜ao do valor digitalizado. De acordo com o fabricante a sensibilidade do m ´odulo sensor de corrente ´e de 185 mV /A e uma tens ˜ao de 2, 5 V representa uma corrente nula. Dessa forma, uma corrente de 5 A representa uma tens ˜ao na sa´ıda do sensor de 3, 425 V . Da mesma forma, uma corrente de −5 A representa um tens ˜ao de 1, 575 V .

i(t)

vi2(t)

5 A

-5 A

3,425 V

1,575 V

Entrada do

sensor de

corrente

Saída do

sensor

Figura 27 – Fundo de Escala da Corrente. Portanto:

i(t) + 5

10 =

vi2(t) − 1, 575

1, 85 . (11.3.7)

Dessa forma, pode-se isolar o termo vi2(t):

(54)

Neste caso, a maior tens ˜ao de sa´ıda do m ´odulo sensor (3, 425 V ) ´e ligeira-mente superior ao valor suportado pelo kit de desenvolvimento. Por este motivo, foi desenvolvido o circuito formado pelos resistores R10, R11, R12 e R13 e o amplificador operacional U 1D, ilustrado na Figura 19. Para os valores dos resistores utilizados, fica evidente que o ganho de tens ˜ao do circuito ´e de 0, 639 V /V . Portanto, a relac¸ ˜ao entre vo3(t)e a corrente de entrada, i(t), ´e dada por:

vo3(t) = 0, 118 i1(t) + 1, 599 . (11.3.9) Assim como no caso de amostragem da tens ˜ao da rede, o valor digitalizado da tens ˜ao vo3(t) pode ser calculado pela express ˜ao:

Di[n] = vo3(t) 3, 3 (2 12− 1) = k1240, 909 vo3(t)k . (11.3.10)

Onde Di[n] ´e o valor de tens ˜ao de entrada digitalizado referente `a tens ˜ao vo3(t). Para reconstruir o sinal digitalizado Di[n], referente `a corrente de entrada i(t), primeiramente, calcula-se o valor da tens ˜ao amostrada, vo3[n], na entrada do conversor:

vo3[n] = 3, 3 Di[n]

212− 1 . (11.3.11)

Posteriormente, substitui-se vo3[n] na Equac¸ ˜ao (11.3.9):

3, 3 Di[n]

212− 1 = 0, 0, 118 i[n] + 1, 599 . (11.3.12) Onde obt ´em-se:

i[n] = 6, 829 10−3Di[n] − 13, 551 . (11.3.13) Onde i[n] ´e o valor amostrado da corrente de entrada que passa pelo sensor de cor-rente.

Portando, o microcontrolador amostrar ´a tens ˜oes instant ˆaneas de 0V a 3.3V em suas entradas anal ´ogicas e efetuar ´a operac¸ ˜oes matem ´aticas, com base nos fun-dos de escala, para se obter os valores reais de tens ˜ao e corrente.

(55)

11.4 IMPLEMENTAC¸ ˜AO DO C ´ODIGO DO MICROCONTROLADOR

Os principais c ´odigos implementados para o microcontrolador foram reti-rados da Sec¸ ˜ao 6. Por ´em, foram adicionadas outros devido `as particularidades da implementac¸ ˜ao pr ´atica. Os c ´odigos foram escritos1 em linguragem C e compilados com a plataforma de desenvolvimento Code Composer Studio™.

11.4.1 Configurac¸ ˜ao da FPU (Floating Point Unit)

O microcontrolador TM4C123G presente na placa de desenvolvimento Tiva™C Series possui a Floating Point Unit (FPU); um hardware exclusivo para executar operac¸ ˜oes matem ´aticas com n ´umeros do tipo float (Reais), tornando-as mais otimizadas [31]. Dessa forma, a FPU foi habilitada para a execuc¸ ˜ao do c ´odigo.

11.4.2 Configurac¸ ˜ao do Conversor A/D

O microcontrolador TM4C123G possui dois conversores A/D internos que podem ser multiplexados com sete pinos dispon´ıveis no dispositivo. Quando se deseja realizar aquisic¸ ˜ao de valores de forma simult ˆanea, usa-se o sample sequencers para tal fim. Entradas em diferentes sequencers s ˜ao lidas de forma concomitante. Cada conversor pode ter at ´e quatro sequencers; dentro de cada pode existir at ´e oito steps ou leituras. Como a corrente e tens ˜ao devem ser lidas ao mesmo tempo, devem ser declaras em sequencers diferentes. Ainda sobre o conversor, ele possui um recurso de Hardware Averaging, o qual retira um n ´umero espec´ıfico de amostras e realiza uma m ´edia entre eles, obtendo assim, um valor de leitura mais est ´avel [32] [33] [34].

11.4.3 Retirada de Amostras

O in´ıcio da retirada de amostras deve coincidir com o in´ıcio do ciclo de tens ˜ao, portando, deve-se aguardar o n´ıvel de tens ˜ao na sa´ıda do detector de cruza-mento se elevar para dar prel ´udio `a amostragem. O intervalo de espera para retirar uma nova amostra (per´ıodo de amostragem Tsvisto na Sub-Sec¸ ˜ao 5.4) ´e calculado da seguinte forma:

1Por ser muito extenso, o c ´odigo fonte do microcontrolador n ˜ao ser ´a colocado no trabalho,

(56)

Ts = 1 fs

(11.4.1) Onde: fs ´e frequ ˆencia de amostragem. O fspode ser encontrado da seguinte forma:

fs= fsinalNamostras (11.4.2)

Onde: fsinal ´e frequ ˆencia fundamental do sinal a ser amostrado e Namostras ´e n ´umero de amostras por per´ıodo.

Considerando: 64 amostras por per´ıodo e a frequ ˆencia fundamental do sinal amostrado de 60Hz (tens ˜ao da rede), obt ˆem-se:

fs = 60 64 = 3840Hz

Ts= 38401 = 260, 417µs (11.4.3)

Portando, entre cada amostra, o microcontrolador deve aguardar 260, 417µs respei-tando a condic¸ ˜ao de Nyquist da Equac¸ ˜ao (5.4.1). Para melhorar a exatid ˜ao do medidor, amostrou-se dois per´ıodos de tens ˜ao e corrente, ou seja, 128 amostras totais.

11.4.4 Determinac¸ ˜ao do Fundo de Escala

A Chave2 descrita na Figura 19 possui a funcionalidade de alterar o fundo de escala da tens ˜ao amostrada da rede. Escreveu-se um c ´odigo para realizar a leitura do estado l ´ogico da Chave2 para alterar o fundo de escala da tens ˜ao. Dessa forma, o microcontrolador pode identificar o estado da chave e fazer as alterac¸ ˜oes necess ´arias para ajustar a escala.

11.4.5 Comunicac¸ ˜ao

O microcontrolador foi configurado para se comunicar atrav ´es da Universal Asynchronous Receiver/Transmitter (UART) com os seguintes par ˆametros:

• Baud Rate: 115200 baud; • Bits de dados: 8;

Referências

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