TO
292
VANESSA
DA
LUZ
DIABETES
MELLITUS
NA
GRAVIDEZ
-
ANÁLISE
DOS
RESULTADOS
MATERNOS
E
PERINATAIS.
Trabalho apresentado à Universidade Federal de Santa Catarina, para a conclusão do Curso de Graduação
em
Medicina.
FLORIANÓPOLIS
-
SANTA CATARINA
VANESSA
DA
LUZ
DIABETES
MELLITUS
NA
GRAVIDEZ
-
ANÁLISE
DOS
RESULTADOS
MATERNOS
E
PERINATAIS.
Trabalho apresentado à Universidade Federal de Santa Catarina, para a conclusão do Curso de Graduação
em
Medicina.
Presidente do Colegiado de Curso : Prof. Dr. Edson José Cardoso
Orientador: Prof. Dr. Jorge Abi Saab Neto
F
LORIANÓPOLIS
-
SANTA CATARINA
Luz, Vanessa da.
Diabetes mellitus na gravidez - Análise dos resultados maternos e perinatais.
/Vanessa da Luz - Florianópolis, 2000.
53p.
Trabalho apresentado à Universidade Federal de Santa Catarina, para a conclusão do Curso de Graduação em Medicina, - Universidade Federal de Santa Catarina.
Título em Inglês: Diabetes mellitus in pregnancy - Analysis of maternal and perinatal results.
AGRADECIMENTOS
Aos
MEUS
PAIS, que nunca deixaram de acreditar que poderia tomar omeu
sonhoem
realidade, aquem
devo minha etema gratidão pelo apoio, amor ecompreensão nos momentos mais dificeis.
Ao
Dr.LUIZ
ARTUR
DA
LUZ,
o grande inspirador desse sonho.Às
MINHAS
IRMÃS,
que sempre estiveram aomeu
lado durante todosestes anos, e conhecem o verdadeiro sentido da palavra
IRMÃO.
Ao
MEU
NAMORADO,
meu
grande companheiro e incentivador nestagrande e bela jomada.
Ao
orientador Dr.JORGE
ABI
SAAB
NETO,
ao qual devo meus sincerosagradecimentos pelo apoio, orientação, e paciência para auxiliar na realização deste trabalho.
Ao
ProfessorJOSÉ
MARINO
NETO,
aquem
devo a iniciação napesquisa científica e o entendimento desta para o desenvolvimento da ciência.
À
ANA
LUIZA
DE
LIMA
CURI
HALLAL,
médica epidemiologista, pela disponibilidade no auxílio estatístico deste trabalho.Aos
MEUS
COLEGAS DE TURMA,
em
especialMINTLA
DUPLA,
quese tomaram muito mais que colegas, e que jamais esquecerei.
Ao
Centro de Estudos da Matemidade Carmela Dutra na pessoa deENELI
DE SOUZA
MATTOS
eÂNGELA MARIA
XAVIER,
por todo o seu1.INTRODUÇÃO ... ._ 2. OBJETIVO ... .. 3.
MÉTODO
... ._ 3.1-CASUÍSTICA ... ._ 3.2-PROCEDIMENTO ... .. 3 .3-ANÁLISE ESTATÍSTICA ... .. 4.RESULTADOS
... .. 5. DISCUSSAO ... .. 6.CONCLUSÕES
... ._ 7. REFERÊNCIAS ... ..NORMAS
ADOTADAS
... ._RESUMO
... ..SUMMARY
... ._ APÊNDICE ... ..ÍNDICE
. . - . - . . - . . . . . . . . .. › › z › › » z | z z z - v» . - . . . . . . . . . ...1.
INTRODUÇÃO
O
Diabetes Mellitus(DM)
éuma
doença
metabólica crônicadecorrente da falta de insulina
ou
da incapacidade da insulinaexercer
adequadamente
seus efeitos metabólicos. Caracteriza-se porhiperglicemia, glicosúria,
aumento
do catabolismo protéico,cetoacidose e complicações crônicas microvasculares,
macrovasculares e neurológicasm.
O
DM
é classificadoem
tipo 1ou
insulino-dependente(DMI),
caracterizado pela destruição
imunológica
das células betapancreáticas de indivíduos geneticamente suscetíveisz, tipo 2
ou não
insulino-dependente
(DM2),
em
que os indivíduosnão
dependem
daadministração de insulina
exógena
para a sua sobrevivênciaz ediabetes mellitus gestacional
(DMG),
definidocomo
uma
intolerância aos carboidratos, de graus variados de intensidade,
reconhecida pela primeira vez durante a gestação,
podendo
ou não
persistir após o parto2”3”4”5.
A
definição deDMG
inclui pacientes tratadassomente
com
dieta e pacientes que necessitaram do uso de insulina. Esta definição
não
exclui a possibilidade deuma
intolerância a carboidratos préviaa gestação ou que
começou
concomitantemente
com
esta4”5.O
DMG
é a maiscomum
complicação
metabólica na gestação,ocorrendo
em
1-
14%
das pacientes,dependendo
dapopulação
descrita e do critério
usado
para o diagnóstico, sendouma
2
Nas
gestações ditas normais,ocorrem
extensas adaptaçõeshormonais
e metabólicas que são essenciais parafornecerem
nutrientes para o crescimentoadequado
do feto. Dentre estasadaptações, ocorre
um
ajuste dometabolismo materno
decarboidratos, proporcionalmente ao desenvolvimento da gestação,
que são secundárias ao
aumento
progressivo de várioshormônios
como
lactogênio placentário, estrogênio, progesterona, prolactina ecortisol. Estes
hormônios
agem
nahomeostase
metabólica doconcepto e do
organismo
materno,conduzindo
aum
estado deresistência à insulina6”8.
No
estado dejejum
ou período pós-absortivo, a glicemiamaterna
atinge valoresmenores
que os normais para amulher
não
grávida,acompanhada
deum
aumento
nas concentrações de corposcetônicos e ácidos graxos livres.
Assim,
a gravideznormal
simulaum
estado de “jejum acelerado”, fazendocom
que no estado pós-absortivo os ácidos graxos livres sejam os principais substratos
energéticos maternos,
dando
prioridade ao fornecimento de glicosepara o feto.
Na
segunda
metade
da gestação ocorreaumento
progressivo da insulinemia
materna
devido à resistência periférica àinsulina, ocasionada pelo
aumento
doshormônios acima
citados.A
maioria das pacientes adapta-se a esse estado fisiológico
diabetogênico, mas,
em
algumas, pornão
haver resposta secretorapancreática adequada, manifesta-se o
DMG6°8.
O
diagnóstico do diabetesna
gestação inclui duas etapas: orastreamento e a confirmação diagnóstica, que são aspectos
controversos na literaturag.
Segundo
a maioria dos trabalhos, todas as gestantesdevem
ser3
rastreamento seletivo,
baseado
em
fatores de risco,tem
semostrado
inadequadol°'“. Esse rastreamento consiste
no
teste de sobrecargaoral à glicose
(TSOG
- 50g)com
50gramas
de glicose por via oral,e
dosagem
de glicemiauma
hora após.Os
valores limites são níveisglicêmicos iguais
ou
inferiores a 140 mg/dl4°9”l°°“°12.Toda
gestantecom
rastreamento positivo para o diabetes, deveser
encaminhada
para a confirmação diagnóstica.O
método
preferencial é o teste oral de tolerância à glicose
(TOTG
~
100g)com
100gramas
de glicose, interpretado de acordocom
o critériodiagnóstico de O°Sullivan e
Mahan.
Os
limites de normalidade são105, 190, 165 e 145 mg/dl de glicemia
em
dosagens plasmáticas,respectivamente para o jejum,
uma,
duas e três horas após a ingestãode glicose.
O
teste é considerado alteradoquando
doisou mais
valores apresentam-se iguaisou
superiores a estes limites4°9”I°°“”l2.A
hiperglicemia materna, ocorrendo durante a organogênese (2aa 88 semana),
aumenta
a ocorrência demalformações
congênitas e,em
períodos mais tardios da gestação, existeuma
estreita correlaçãoentre hiperglicemia materna, hiperinsulinemia fetal,
macrossomia,
hipoglicemia, policitemia, hiperbilirrubinemia e hipocalcemia
neonatal; prematuridade e natimortalidade7”8'13.
Com
omelhor conhecimento
da fisiopatologia da gravidezdiabética nos últimos anos, tem-se conseguido grandes melhorias
na
evolução destas gestações de alto risco e diminuição das
complicações materno-fetaisg.
Dado
que o diabetesna
gestação éuma
complicação
relativamente freqüente, que varia de acordo
com
a populaçãoestudada e que apresenta sérias implicações clínicas, e que estas
4
correto, o presente estudo visa observar gestantes
com
DM
econhecer a realidade local quanto
algumas
variáveis relacionadas ao5
2.
OBJETIVO
Descrever o
manejo médico
e os principais resultadosmaternos
e perinatais de gestantes
com
o diagnóstico de diabetes mellitus tipo6
3.
MÉTODO
3.1
CASUÍSTICA
0 Oitenta e duas (82) gestantes
com
diabetes mellitus tipo 1,tipo 2 e gestacional,
com
idades entre 17 e 44 anos, internadasna
Unidade
de Gestação de Alto Risco daMaternidade
Carmela Dutra
(MCD)
-
Florianópolis-
Santa Catarina, no períodocompreendido
entre 01 de janeiro de
1994
a 31 dedezembro
de 1999.0 Sessenta e seis (66) recém-nascidos
(RNs)
dasmães
diabéticas, de
ambos
os sexos, nascidosna Maternidade
Carmela
Dutra
-
Florianópolis-
Santa Catarina, nomesmo
período.O
número
deRNS
foimenor
que onúmero
de gestantes diabéticasporque 16 daquelas pacientes
não
realizaram o parto nestamaternidade.
3.2
PROCEDIMENTQS
O
presente trabalho éum
estudo descritivo, clínico eretrospectivo.
Os
dadosforam
obtidos através da pesquisaem
prontuáriosmédicos, provenientes do Serviço de
Arquivo
Médico
e Estatístico(SAME)
daMaternidade
Carmela
Dutra-
Florianópolis-
SantaCatarina, e para cada paciente foi preenchido
um
protocolo7
O
protocolo incluiu variáveis referentes ao diagnóstico dapaciente, idade materna, paridade, tratamento utilizado, intercorrências na gestação, indicação de interrupção da gestação,
via de parto, idade gestacional pela data da última
menstruação
(IG/DUM)
e pelo ultra-som (IG/US) e dados sobre a alta hospitalar da paciente.As
pacienteseram
internadas nesta unidade para realizarem operfil glicêmico (6 dosagens de glicemia:
jejum
e 2 horas apóscada
refeição), na presença de intercorrências durante a gestação, e parao
manejo
da dose de insulina,quando
esta era necessária.A
introdução ou ajuste da dose de insulina era orientada peloperfil glicêmico, idealizando-se níveis glicêmicos de 105
mg/dl
em
jejum
e 135 mg/dl nas glicemias pós-prandiais.Concomitantemente,
a orientação dietética era realizada pornutricionistas.
A
quantidade de calorias era individualizada deacordo
com
o peso teórico da paciente, idade gestacional, altura eatividade física.
A
quantidade de carboidratos era de 60 a70%
dovalor calórico total
(VCT),
eliminando-se os carboidratos deabsorção rápida.
A
quantidade de lipídios era de 25 a30%
doVCT
ede proteínas 10 a
12%
doVCT.
O
fracionamento da dieta eraem
5ou
6 refeições por dia,adequando-se
a cada paciente, para evitarvariações acentuadas da glicemia.
Constavam
também
no
protocolo dados sobre o neonatoreferentes ao
Apgar
do 1° e do 5° minuto, capurro somático, peso denascimento,
tamanho
segundo
a idade gestacional(pequeno
paraidade gestacional
-
PIG,adequado
para idade gestacional-
AIG
egrande para idade gestacional
-
GIG), assimcomo
tempo
de8
endovenosa
e presença de complicaçõesno
nascimento ena
altahospitalar.
A
partir da 31asemana
de idade gestacional foi iniciado aavaliação
com
o perfil biofísico fetal (PBF), sendo repetidasemanalmente
ouem
intervalos menores,conforme
a evoluçãoclínica, e a avaliação da maturidade
pulmonar
fetal,com
arealização do Teste de
Clements semanalmente, quando
outraintercorrência clínica estava presente.
3.3
ANÁLISE
ESTATÍSTICA
Os
resultadosforam
tabulados e analisadosno
programa
computacional Epi-Info 6.0. Para verificar a existência de
associação entre as diversas variáveis qualitativas foi utilizado o
teste de associação qui-quadrado (X2). Admitiu-se associação
9
4.
RESULTADOS
TABELA
I-
Distribuição donúmero
e porcentagem de pacientes segundo odiagnóstico de diabetes mellitus.
MCD,
1994/99.Diagnóstico Freqüência
%
DM
1 11 13,4DM
2 17 20,7DMG
54 65,9Total 82 100,0
Fonte: Serviço de Arquivo Médico e Estatístico - Maternidade Carmela Dutra - Janeiro/94 a Dezembro/99.
TABELA
II-
Distribuição da idade média (em anos) das pacientescom
diabetes mellitus segundo o diagnóstico.MCD,
1994/99.Diagnóstico Idade média
DM
1 23,4DM
2 35,5DMG
31,710
TABELA
III-
Distribuição da variação e da paridade média das pacientessegundo o diagnóstico.
MCD,
1994/99.Diagnóstico Paridade (Média)
DM
11-
4 (1,8)DM
21-
9 (3,4)DMG
1-
13 (3,6)Fonte: Serviço de Arquivo Médico e Estatístico - Maternidade Carmela Dutra - Janeiro/94 a Dezembro/99.
TABELA
IV
-
Distribuição donúmero
e porcentagem de pacientes segundohistória prévia de abortamento e diagnóstico.
MCD,
1994/99.Aborto
DM
1DM
2DMG
Totalsim 4 (4,9
%)
5 (ó,1%)
15 (183%)
24(293%)
Nâo
7 (s,5%)
12 (14,ó%)
39 (47,ó%)
5300,7%)
Total 11 (13,4
%)
17 (20,7%)
54 (65,9%) 82 (100,0%)
ll
Quanto ao tratamento utilizado, as pacientes foram divididas
em
doisgrupos:
um
tratado somentecom
dieta (44 pacientes) e outro tratadocom
dieta e insulina (38 pacientes): l r “il 46,3% , zmii -Dieta
I
Dieta + Insulina1 .‹`.,, ,1 , ,N ` .,
. , M 1 r. rw H., r ¬ , 1.,¬¿11,¬, G,
53,7%
Fonte: Serviço de Arquivo Médico e Estatístico - Maternidade Carmela Dutra - Janeiro/94 a Dezembro/99.
FIGURA 1 - Distribuição das pacientes segundo o tratamento utilizado. MCD, 1994/99.
TABELA
V
-
Distribuição donúmero
e porcentagem de pacientes segundoo tratamento utilizado e o diagnóstico.
MCD,
1994/99.Diagnóstico Dieta Dieta
+
Insulina TotalDM
1 0 (0,o%) 11 (1oo,o%)DM
2 2 (11,8%) 15 (88,2%)DMG
42 (77,8%) 12 (22,2%) 11 (1oo,o%) 17 (1oo,o%) 54 (1oo,o%) Total 44 (53,7%) 38 (46,3%) 82 (1oo,o%)12
Entre as pacientes que usaram insulina durante a gestação, o inicio desta ocorreu no 1° trimestre
em
7 pacientes, no 2° trimestreem
8 e no 3° trimestreem
10; ll já faziam uso de insulina antes da gestação e 2 ignoravam a época deinício.
--Mag-_.-1:.: W777 W W Í 7 7:_ ' ñ=¬ -Wi “ih
li 25% 1 ientes
%
de paclo trimestre 20 trimestre 3o trimestre antes da ignorado ç
.a gestação
1
Fonte: Serviço de Arquivo Médico e Estatístico - Maternidade Carmela Dutra ~ Janeiro/94 a Dezembro/99.
FIGURA 2 - Distribuição da porcentagem de pacientes segundo o início de uso da insulina. MCD,
1994/99.
TABELA
VI
-
Distribuição das pacientes segundo 0 tipo de insulina, dose emédia da dose.
MCD,
1994/99.Insulina Dose (UI)
Média
(UI)NPH
(início) 2 - 66 15,0NPH
(final) 3 - 115 26,8Regular (inicio) 2
-
36 14,2 Regular (fmal) 2 - 48 14,413
TABELA
VII-
Distribuição donúmero
e porcentagem de pacientessegundo a presença ou não de intcrcorrências durante a gestação.
MCD,
1994/99.
Intercorrências Freqüência
(%)
Ausentes 20 (24,4)
Presentes 62 (7 5 ,6)
Total sz (1oo,o)
Fonte: Serviço de Arquivo Médico e Estatístico - Maternidade Carmela Dutra - Janeiro/94 a Dezembro/99.
TABELA
VIII-
Distribuição donúmero
e porcentagem de intercorrênciasdurante a gestação.
MCD,
1994/99.Intercorrências Freqüência (%)
Macrossomia* 19 (21,6)
Doença hipertensiva específica da gestação 14 (15,9)
Oligodrâmnio* 12 ( 13,7)
Polidrâmnio* 9 (10,2)
Rotura prematura de membranas 9 (10,2)
Trabalho de parto prematuro 6 (6,8)
Infecção do trato urinário 6 (6,8)
Hipertensão arterial sistêmica 5 (5,7)
Óbito fetal* 2 (2,3)
Gemelaridade* 2 (2,3)
Malfonnação fetal* 2 (2,3)
Descolamento prematuro de placenta 1 (1,1)
Placenta prévia 1 ( 1,1)
Total de intercorrências 88 (l00,0)
Fonte: Serviço de Arquivo Médico e Estatístico - Maternidade Carmela Dutra - Janeiro/94 a Dezembro/99.
Entre as pacientes que apresentaram alguma intercorrência durante a
gestação, as principais estão ilustradas na figura 3.
vw ii i
%
de pacientes .uz 25%~ 20%* 15%- 10%f 5%‹ 0%¬Macrossomia DHEG Oligodrâmnio Polidrâmnio ROPREMA
Fonte: Serviço de Arquivo Médico e Estatístico - Maternidade Carrnela Dutra - Janeiro/94 a Dezembro/99.
FIGURA 3 - Principais intercorrências durante a gestação de pacientes complicadas por diabetes. MCD, 1994/99.
15
TABELA
IX
-
Distribuição donúmero
e porcentagem de pacientes segundocritério de interrupção da gestação.
MCD,
1994/99.Critério de interrupção Freqüência
(%)
Trabalho de parto espontâneo 22 (33,3)
Presença de indicação clínica 44 (66,7)
Total óó (1oo,o)
Fonte: Serviço de Arquivo Médico e Estatístico - Maternidade Carmela Dutra - Janeiro/94 a Dezembro/99.
TABELA X
-
Distribuição donúmero
e porcentagem de indicações clínicasde interrupção da gestação.
MCD,
1994/99.Indicações de interrupção Freqüência (%)
Rotura prematura de membranas 16 (25,4)
Macrossomia 13 (20,6)
Oligodrâmnio Hipertensão
Sofrimento fetal agudo
Desproporção céfalo pélvica
Diabetes mellitus de diflcil controle
Cesareana prévia
Apresentação pélvica
Trabalho de parto prematuro Óbito fetal Pós-maturidade Cesareana eletiva Cardiopatia matema Distócia cervical Malformação fetal 5 (8,0) 5 (8,0) 3 (4,8) 3 (4,8) 3 (4,8) 3 (4,8) 2 (3,2) 2 (3,2) 2 (3,2) 2 (3,2) 1 (1,5) 1 (1,5) l (l,5) l (1,5) Total de indicações 63 (l00,0)
ió
O
gráñco a seguir ilustra as principais indicações de interrupção dagestação das pacientes que realizaram o parto nesta maternidade (66 pacientes):
,_,...__._.,.,...._.___ f -_ _ vz» V ___.. _ _-____ _ _:' -› __i....___,.,,.,,..,.,_..,..,,...,..,"...,,. i ;i i 3 0% ii 25% fi 20% ` % de pacientes 15% p 10% ii
ROPREMA Macrossomia Oligodrâmnio Hipertensão
Fonte: Serviço de Arquivo Médico e Estatístico - Maternidade Camiela Dutra - Janeiro/94 a Dezembro/99.
FIGURA 4 - Principais indicações de interrupção da gestação de pacientes complicadas por diabetes.
17
Das pacientes que realizaram o parto nesta maternidade (66 gestantes), a distribuição segundo a via de parto foi a seguinte:
40,9%
5 9, 1
%
I
Parto normalI
CesareanaFonte: Serviço de Arquivo Médico e Estatístico - Maternidade Carmela Dutra - Janeiro/94 a Dezembro/99.
FIGURA 5 - Distribuição das pacientes segundo a via de parto. MCD, 1994/99.
TABELA
XI
-
Distribuição donúmero
e porcentagem de pacientes segundoa via de parto e o diagnóstico.
MCD,
1994/99.Diagnóstico Parto
Normal
Cesareana TotalDM
1 4 (5o,o%)
4 (5o,o °/0) s (1oo,o%)
DM
2 5 (351%)
9 (ó4,3%)
14 (1oo,o%)
DMG
is (4o,9%)
zó (59,1%)
44 (1oo,o%)
Total 27 (40,9
%)
39 (59,1%)
66 (100,0%)
18
Em
relação a variável alta hospitalar, as 66 pacientes foram agrupadas segundo: alta hospitalarcom
insulina (17 pacientes) e alta hospitalarsem
insulina (49 pacientes):25,8%
74,2%
I
Sem insulina I Com insulinaF onte: Serviço de Arquivo Médico e Estatístico - Maternidade Carmela Dutra - Janeiro/94 a Dezembro/99.
19
TABELA
XII-
Distribuição donúmero
e porcentagem dos recém-nascidossegundo o
Apgar
do 1° e do 5° minuto.MCD,
1994/99.APGAR
1° minuto 5° minutoZero 2 (3,0%)* 2 (3,0%)*
1
-
3 O (0,0%) 0 (0,0%)4
-
6 6 (9,1%) O (0,0%)2 7 58 (87,9%) 64 (97,0%)
TOTAL
66 (100,0%) 66 (lO0,0%)Fonte: Serviço de Arquivo Médico e Estatístico - Matemidade Carmela Dutra - Janeiro/94 a Dezembro/99. * Óbito intra-útero
TABELA
XIII - Distribuição donúmero
e porcentagem dos recém-nascidossegundo a idade gestacional calculada pela
DUM,
US
e capurro somático.MCD,
1994/99. IGDUM
US
Ca
p urro 2ó-
29 0 ‹z0,0%) 1 ‹(1,5%) 0 ‹{0,0%) 30_
33 1 ‹z1,5%) 1 ‹;1,5%) 0 ‹;0,0%) 34_
37 10 ‹z15,2%) 17 ‹;25,s%) 27(409%)
38-
41 34 ‹(51,5%) 31 ‹;47,0%) 38 ‹{57,ó%) z 42 3 14,5%) 0 ‹;0,0%) 0 (0,0%) ignorada 18 ‹{27,3%) 16 ‹;24,2%) 1 ‹{1,5%) Total 66 (100,0%) 66 (l00,0%) 66 (100,0%)20
TABELA
XIV
-
Distribuição donúmero
e porcentagem dos recém-nascidossegundo o peso de nascimento e diagnóstico.
MCD,
1994/99.Diagnóstico
RN
< 4Kg
RN
2 4Kg
TotalDM
1 6 (75,0%) 2 (25,0%) 8 (100,0%)DM
2 10 (71,4%) 4 (28,6%) 14 (100,0%)DMG
36 (8l,8%) 8 (18,2%) 44 (100,0%) Total 52 (78,8%) 14 (21,2%) 66 (100,0%)Fonte: Serviço de Arquivo Médico e Estatístico - Matemidade Camiela Dutra - Janeiro/94 a Dezembro/99.
O
peso dos recém-nascidos variou entre 1.350 e 5.560 gramas, sendo que amédia foi de 3.455 gramas.
TABELA
XV
- Distribuição donúmero
e porcentagem dos recém-nascidossegundo o peso de nascimento pela curva de Lubchenco e diagnóstico.
MCD,
1994/99.
Diagnóstico
PIG
AIG
GIG
Ignorado TotalDM
1 o (o,o%) 4 (so,o%) 2 (25,o%) 2 (25,o%)* 8 (1oo,o%)DM
2 10,1%)
9 (ó4,3%) 4 (2s,ó%) 0 (0,o%) 14 (1o0,o°/0)DMG
2(4,ó%) 2s(ó3,ó%) 14(313%)
0(o,o%) 44(1oo,o°/0)Total 3 (4,5%) 41 (62,2%) 20 (30,3%) 2 (3,0%) 66 (100,0%)
Fonte: Serviço de Arquivo Médico e Estatístico - Maternidade Cannela Dutra - Janeiro/94 a Dezembro/99. * Óbito intra-útero
O
gráfico a seguir mostra a distribuição dos recém-nascidos na curva de Lubchenco:GRAMAS
5000 4350 4500 4250 4000 3150 3500 3250 3000 2350 2500 2250 2000 L?50 L500 L250 L000 750 500 *_ t A 0 ___, A __ I i H ° 0 i iirirâafbzfr
nvr C12~ 7 Í l 1 w 0GRANDES
Pƒ~.RAII.)AD i ESTACION AI. i 1 * 1 i i i \ 4 1 1' I 10 ~ ' ` 7- . zz 0 01. 1, * O O a rf. if i0 ¬j 1 n 1 _ t J H 1 Í; i__f 1__ L i 0 vi M i 0 0 r 1 0 0. - 0 0 oi; Í ` Í À 0 i ¢ * 7 ml; V i 0 Q _ ,iggzšoààoos Ifâxé. ic ^ 4. ';°`¬"""Í0
U i i * ` ' i L \ .00*
0 r J *O ` 4 ' 1 i 1 I 1 i i i t t I 0 ¿_,_
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CALCULADA
‹sEMANAs)Fonte: Serviço de Arquivo Médico e Estatístico - Matemidade Carmela Dutra - Janeiro/94 a Dezembro/99.
FIGURA 7 - Distribuição do peso dos recém-nascidos de acordo com a idade gestacional pelo capurro
22
TABELA
XVI
- Distribuição donúmero
e porcentagem dos recém-nascidossegundo o peso de nascimento e tratamento utilizado.
MCD,
1994/99.Tratamento M
RN
< 4Kg
RN
4 2Kg
Total Dieta 30 (81,l%) 7 (l8,9%) 37 (l00,0%) Dieta + Insulina 22 (75,9%) 7 (24,l%) 29 (l00,0%) Total 52 (78,8%) 14 (21,2%) 66 (l00,0%)Fonte: Serviço de Arquivo Médico e Estatístico - Matemidade Carmela Dutra - Janeiro/94 a Dezembro/99.
TABELA
XVII
- Distribuição donúmero
e porcentagem dos recém-nascidossegundo o peso de nascimento pela curva de Lubchenco e tratamento
utilizado.
MCD,
1994/99.Tratamento
PIG
AIG
GIG
Ignorado TotalDieta 2 (5,4%) 25 (67,6%) 10 (27,0%) O (0,0%) 37 (100,0%)
Dieta+ Insulina l (3,4%) 16 (55,2%) 10 (34,5%) 2 (6,9%)* 29 (l00,0%)
Total 3 (4,5%) 41 (62,2%) 20 (30,3%) 2 (3,0%) 66 (100,0%)
Fonte: Serviço de Arquivo Médico e Estatístico - Matemidade Cannela Dutra - Janeiro/94 a Dezembro/99. * Óbito intra-útero
O
tempo de internação dosRNs
variou de 1 a 30 dias,com
uma
média de 5,1dias.
O
tempo de controle glicêmico dosRNS
variou de 0 a 17 dias,com
média de23
O
tempo de glicose endovenosa administrada aosRNS
variou de O a 12 dias.Dos 66 recém-nascidos, 15 (22,7%) necessitaram de glicose endovenosa e a média
de tempo de utilização foi 0,9 dias.
TABELA
XVIII-
Distribuição donúmero
e porcentagem dos recém-nascidossegundo as complicações apresentadas. MCD,l994/99.
Complicações Freqüência (%)
Hipoglicemia 17 (25 ,8)
Desconfoito respiratório 4 (6,0)
Malformações congênitas 3 (4,5)
Icterícia 2 (3,0) Óbito intra-útero 2 (3,o)
Fonte: Serviço de Arquivo Médico e Estatístico - Matemidade Cannela Dutra - Janeiro/94 a Dezembro/99.
Não
foi veriñcada associação estatisticamente significante entre as variáveis24
5.
DISCUSSÃO
Na
última década, tornou-se claro que o diabetes mellitusna
gestação é
uma
entidade clínica associadacom
maior
morbi-mortalidade
materna
e fetal.A
descoberta da insulina enumerosos
avanços científicos na área
médica
melhoraram
as chances dagestante diabética e de seu filho”. Entretanto, apesar disso,
mulheres
com
diabetes e seus filhospermanecem
com
alto risco decomplicações. Portanto, o rastreamento e
manejo adequado
doDM
na
gestação é mandatóriols.Segundo
Paccola et als, oDMG
(52%)
émais
freqüente que 0DM
pré-gestacional(DM1
com
28%
eDM2
com
20%).
No
presenteestudo foi observado
DMG
em
54 pacientes (65,9%),DM2
em
17(20,7%)
eDM1
em
ll pacientes(l3,4%)
(Tabela I).A
idademédia
das pacientescom
DMG
foi de 31,7 anos (TabelaII), e a paridade
média
dessas pacientes foi de 3,6 gestações (TabelaIII), o que vai de acordo
com
a literatura que mostra que a idadematerna avançada
e a multiparidade são fatores de risco paradiabetes
na
gestaçãolóm. Outros fatores de risco seriam históriafamiliar de diabetes, intolerância anterior à glicose,
ganho
de pesoexcessivo
na
gestação, história deDM
em
gestação prévia,polidrâmnio, aborto habitual,
macrossomia
fetal, Óbitos intra-uterinos, anomalia congênita e fumo9'16°l7.
De
acordocom
Casson
e Clarkelg, a idademédia
das pacientes25
média
das pacientes foi de 23,4 anos (Tabela II) e a paridademédia
foi de 1,8 gestações (Tabela III).
Deve-se
orientar previamente essaspacientes para que a gravidez seja planejadas.
O
controle metabólicodeve ser restrito, sobretudo durante 0 período de organogênese, para
reduzir principalmente a incidência de anomalias congênitas”.
Recomenda-se
a gravidez o mais precoce possível, pois a incidênciadas complicações crônicas do
DM
aumenta
com
o passar dosanos”.
Não
existem resultados conclusivos quanto ao papel da gestaçãono
curso da nefropatia diabética”,
mas
sabe-se que a gestaçãopode
agravar a retinopatia proliferatival.
Visto que o
DM2
em
geral incide nos indivíduos de meia-idadeou mais
velhos2'l9,observamos
uma
idademédia
de 35,5 anos(Tabela II), o que esta de acordo
com
a definição doDM2.
A
história de abortamentoem
gestações passadas éum
antecedente de risco para diabetes na gestação9°l6”17.
Das
pacientescom
DMI,
4,9%
apresentavam
história de abortamentoem
gestaçõespassadas,
6,1%
das pacientescom
DM2
e18,3%
das pacientescom
DMG
também
apresentavam aborto no passado. Entre o total depacientes (82 gestantes),
29,3%
apresentavam
história prévia deabortamento (Tabela IV). _
O
tratamento das gestantes diabéticas deve ser centralizadona
prevenção de complicações maternas e fetais3.
Mulheres
com
DMI
queengravidam
são tratadasobrigatoriamente
com
insulinazo.Devido
ao risco potencial doshipoglicemiantes orais sobre o feto,
uma
vez que essamedicação
ultrapassa a placenta e
pode
estimular o pâncreas fetaló, esta26
faziam uso desta são conduzidas inicialmente
como
as pacientescom
DMGzo,21_
O
tratamento doDMG
ê inicialmente realizadocom
dieta1”3`6”“°2°.
A
Associação
Americana
de Diabetesrecomenda
a oferta deadequada
quantidade de calorias e nutrientes paramanter
asnecessidades da gravidez e
minimizar
a hiperglicemiamaterna”.
A
prescrição dietética deve ser individualizada, levando-se
em
consideração o peso habitual da paciente, o
ganho
de peso e asatividades físicas
na
gestação,modificando-a conforme
asnecessidades5.
Na
gestantenão
obesa, a ingestão deve ser de 30 kcal/kg/diano
primeiro trimestre, alcançando 38 kcal/kg/dia durante o
segundo
eterceiro trimestre”.
Na
gestante obesa (indice demassa
corporal>
25) as necessidades calóricas
devem
ser de 25 kcal/pesoatual/dial”3”5”6.
A
quantidade de carboidratos deve ser de45-50%
do total de calorias,10-20%
de proteínas e25-30%
de lipídeos5“6.A
terapiacom
insulina é iniciadaquando
o controle glicêmico não foradequado somente
com
a dieta3`6”“”l5°2°.O
critério doColégio
Americano
de Ginecologia e Obstetrícia para iniciar ainsulina inclui
uma
glicemia dejejum
2 105 mg/dl euma
glicemiapós-prandial de 2 horas 2 120 mg/dl6'l5”2°. Para mulheres tratadas
com
insulina, evidências indicam que a monitorização pós-prandialé superior a monitorização pré-prandial, pois esta associada
com
uma
menor
freqüência de hipoglicemia neonatal,macrosssomia
fetale
menor
taxa de cesareana4'15°22.Não
existem dadosdemonstrando
a superioridade dealgum
regime de insulina
no
DMG.
É recomendado
que a administração de27
desejáveiss.
As
insulinashumanas
são preferidasl'4,uma
vez que elas nãodeterminam
0 aparecimento de anticorposIgG
anti-insulina,que atravessam a placenta e
podem
interferirna produção
deinsulina fetal e
comprometer
as células beta-pancreáticas do fetol.A
dose inicial de insulina varia de 0,5 a 1,0 UI/kg/dia, fracionada
em
2doses diárias dadas por via
subcutâneams.
De
acordocom
a literatura6”8°15”2l,48-50%
das pacientesdiabéticas necessitam usar insulina durante o tratamento
na
gestação.
No
presente estudo, 44 pacientes(53,7%)
trataram oDM
somente
com
dieta e 38 pacientes(46,3%)
necessitaram associarinsulina ao tratamento dietético (Figura l).
Segundo
o tipo deDM,
o uso de insulina ocorreuem
l00,0%
das pacientes
com
DMI
e88,2%
das pacientescom
DM2
(TabelaV). Langerls observou
em
seu estudo que38%
das pacientescom
DMG
utilizaram insulinaem
seu tratamento; nossos dadosmostram
que
22,2%
das pacientescom
DMG
necessitaram de insulina,sugerindo que a maioria das pacientes
com
DMG
conseguemanter
niveis glicêmicos
adequados
apenascom
uma
dieta balanceada(Tabela V).
O
uso de insulinaaumentou
com
a progressão da gestaçãocomo
mostra a figura 2,
uma
vez que a necessidade de insulinaaumenta
entre 20 e 30
semanas
de gestação”.Segundo
Langerls a dosemédia
de insulinaem
diferentesestudos variou de 23 a 100
UI
ao dia.No
presente trabalho a doseinicial de insulina
NPH
variou de 2 a 66 UI,com
uma
média
de 15,0UI, e a dose final de insulina
NPH
variou de 3 a 115 UI,com
uma
média
de 26,8 UI,ou
seja,houve
um
aumento
médio
de78,7%
na
28
regular variou de 2 a 36 UI,
com uma
média
de 14,2 UI, e a dosefinal de insulina regular variou de 2 a 48 UI,
com uma
média
de14,4 UI,
ou
seja,houve
um
aumento
médio
de1,4% na
necessidadede insulina regular
com
o decorrer da gestação (Tabela VI).A
morbidade materna
devido ao diabetes na gestaçãopode
serimediata
ou
a longo prazoó. Vários estudostem
sugeridoum
aumento
nas taxas dedoença
hipertensiva específica da gestação(DHEG),
polidrâmnio, infecção do trato urinário,macrossomia
fetal,parto cesareana e trabalho de parto prematuro nas gestações
complicadas por diabetes4”6“23. Neste estudo,
75,6%
das pacientesapresentaram intercorrências na gestação (Tabela VII), e as
principais
foram
macrossomia
diagnosticada ao ultra-som (2l,6%),DHEG
(l5,9%), oligodrâmnio (l3,7%), polidrâmnio(l0,2%)
erotura
prematura
demembranas
(ROPREMA)
(l0,2%)
(Tabela VIII eFigura 3).
Na
gestaçãocomplicada
só por diabetes, o risco de polidrâmnioé
maior
do que deoligodrâmnio”.
Neste estudo a taxa deoligodrâmnio provavelmente foi
maior
que a de polidrâmnio devidoa pacientes complicadas por desordens hipertensivas
(2l,6%)
(Tabela VIII).
Nas
pacientescom
diabetes pré-gestacional o risco dedesenvolver pré-eclâmpsia é de
48%,
sendo que esse risco édiminuído
com
um
controle rigoroso da glicemia antes dagestação”. Sugere-se que
um
controle glicêmico pobre durante oprimeiro trimestre da gestação nas pacientes
com
DMI
é associado auma
restrição da invasão utero-placentária dos trofoblastos,predispondo ao aparecimento de pré-ec1âmpsia24.
Keane
e Strongezs29
independente da severidade do diabetes. Portanto, a monitorização
rigorosa da pressão arterial, do
ganho
de peso e da excreção deproteínas na urina são
recomendados,
principalmente durante asegunda metade
da gestação5°6.Neste estudo,
66,7%
das pacientes apresentaramalguma
indicação clínica para interrupção da gestação (Tabela IX) e as
principais
foram
rotura prematura demembranas
(25,4%),macrossomia
(20,6%), oligodrâmnio (8,0%) e hipertensão(8,0%)
(Tabela
X
e Figura 4).A
mais
freqüente e significantemorbidade
fetal relacionada aodiabetes
na
gestação é amacrossomia,
que e associadacom
um
aumento
do risco de injúria aonascimento
(fratura de clavícula, distócia deombro
e lesão do plexo braquial) e asfixia13°26. Portanto,determinar o
momento
da interrupção da gestação e a via de partopara as pacientes
com
diabetes mellitus continua sendo objeto demuitas pesquisas14°26.
A
presença deDM
por si sónão
éuma
indicação decesareana3”4”5. Entretanto, as taxas de cesareana entre as pacientes
diabéticas são maiores que as das pacientes não-diabéticas?
Uma
das causas desse
aumento
é omaior
número
deRNs
macrossômicos3°27.
Segundo
a literatura, a taxa de cesareana entre as pacientesdiabéticas e de 30 a 62%l4”28'29.
De
acordocom
os dados, a taxa decesareana das pacientes diabéticas que realizaram o parto
na
MCD
foi de
59,1%
(Figura 5), o que está de acordocom
a literaturamundial.
Remsberg
et al”mostraram
uma
taxa de51,3%
de cesareana30
pacientes
com
DMG,
comparados
com
22,4%
das pacientes não-diabéticas. Paccola et als
observaram
uma
taxa de cesareana de76%
nas pacientes
com
DMI, 78%
nasDM2
e59%
na
pacientescom
DMG.
No
presente estudo, as pacientescom
DMI
tiveram50,0%
decesareana, as
com
DM2
64,3%
e ascom
DMG
59,1%
(Tabela XI).Determinar a hora do parto é
uma
decisão crítica na gestaçãocomplicada
pelo diabetes”. Prolongar o parto até o maispróximo
dotermo é o ideal para
aumentar
as chances de trabalho de partoespontâneo e parto vaginal”. Entretanto, o risco de
macrossomia,
deinjúria ao nascimento e de óbito fetal
aumenta
com
o avançar dagestação”.
A
interrupção da gestação antes de 37semanas pode
reduzir o risco de distócia de
ombro,
mas
aumenta
a falha deindução de trabalho de parto e o risco de ter imaturidade
pulmonar”.
Portanto,um
período ideal para interrupção dagestação, por indução de trabalho de parto ou cesareana eletiva,
seria entre 38 e 40 semanas, a
menos
que existam outras indicaçõesobstétricasl'4”l4*26.
A
amniocentese deve ser realizada paradocumentar
amaturidade
pulmonar
fetalem
todas as pacientes cujo partodeva
serrealizado antes de 39
semanas”.
A
medida
ultra-sonográfica seriada(a cada 15 dias) da relação circunferência cefálica e
abdominal
érecomendada
a partir de 22ou
24semanas
com
o objetivo deacompanhar
o crescimento fetal,bem
como
avaliar ovolume
dolíquido amnióticol.
Estudos
têm demonstrado
um
aumento na
taxa de distócia deombro
quando
o peso fetal émaior
que 4.000 gramasó.Conseqüentemente,
a estimativa do peso fetaltem
um
importante31
concluíram
em
seu estudo que a estimativa ultra-sonográfica do pesofetal
como
orientação para a indicação de cesareana eletivaem
gestantes diabéticas reduz a taxa de distócia de
ombro,
as custas deum
aumento
clinicamente aceitável nas taxas de cesareana; nesseestudo, peso fetal 2 4.250
gramas
era indicação de cesareanaeletiva3°.
Durante
o trabalho de parto a glicose capilarmaterna
deve sermonitorizada a cada 1
ou
2 horas6”2°.Os
níveis glicêmicosdevem
sermantidos dentro dos parâmetros da normalidade (80 a 100 mg/dl),
para proporcionar ao feto condições de suportar o estresse do
trabalho de parto e evitar a hipoglicemia neonatal1”5”6°2°.
Na
alta hospitalar,somente
25,8%
das pacientesreceberam
orientação para o uso de insulina no domicílio (Figura 6),
sendo
que8 pacientes (47,l%)
eram
DMl,
quesempre
necessitarão usarinsulina, 5 (29,4%)
eram
DM2
esomente
4(23,5%) apresentavam
DMG,
sugerindo que a maioria das pacientescom
DMG
não
necessitará de insulina após o partol”5.
A
vitalidade fetal aonascimento
foi avaliadacom
o índice deApgar,
onde observamos
que87,9%
dosRNS
apresentaramum
Apgar
maior
ou igual a seteno
primeiro minuto, e97,0%
apresentaram
um
Apgar
maior ou
igual a seteno
quintominuto
(Tabela XII), sugerindo que o
manejo
dessas pacientes durante agestação e trabalho de parto foi adequado.
Remsberg
et al” concluíram de seu estudo que a idadegestacional ao nascimento variou de acordo
com
a categoria dodiabetes, sendo que as pacientes
com
diabetes pre'-gestacionalapresentaram mais partos prematuros do que pacientes
com
DMG
e32
Paccola et als
mostraram
uma
média
de idade gestacionalno
parto de 37
semanas
no grupoDMG
eDM2
eum
pouco mais
precoce
no
grupoDMI
(35 semanas).Casson
eClarke”
tiveramuma
taxa de prematuridade cincovezes
maior
que a população geralcom
as pacientescom
DMI.
A
idade gestacional dosRNs
foicomparada
com
aquelacalculada pela
DUM,
US
e capurro somático (Tabela XIII).Observamos
que a maioria dosRNs
estava entre 38 e 41 semanas,ou
seja,
51,5%
dosRNs
pelaDUM,
47,0%
peloUS
e57,6%
pelocapurro somatico.
A
taxa de prematuridade (idade gestacionalinferior a 37 semanas3l”32) pelo capurro somático foi
comparativamente
baixa; tivemos 10RNs
com
36 semanas, 4RNs
com
35semanas
e Icom
34 semanas.Durante
a últimadécada
houve
uma
redução importante dascomplicações e perdas fetais nas gestações complicadas pelo
diabetes7*33. Esta diminuição ocorreu devido ao
avanço
dacompreensão
das alterações fisiológicas dometabolismo
decarboidratos durante a gravidez, associado ao
reconhecimento
daimportância da
manutenção
danormoglicemia
em
gestantesdiabéticas e à introdução de
métodos
de avaliação do bem-estar e damaturidade
pulmonar
fetal”.Vários estudos
têm demonstrado
quequando
oDMG
édiagnosticado e tratado intensivamente, o risco de morte intra-
uterina
não
émaior
do que na população obstétricaem
geral, e que afreqüência e a severidade das
morbidades
perinatais émenor”.
A
presença de diabetes na gestação éacompanhada
deuma
maior taxa de
malformações
congênitas,macrossomia
fetal, fetos33
pulmonar,
membrana
hialina, hipoglicemia, hipocalcemia,hipomagnesemia,
hiperbilirrubinemia e policitemia neonatal,prematuridade e natimortalidadem'13”14”34.
A
macrossomia,
caracterizada por criançascom
mais de 4.000gramas6”8”14'3°”35, é a principal e a mais freqüente
complicação
presente
na
gestaçãocomplicada
por diabetes3'l3'26.Complicações
neonatais relacionadas à
macrossomia
incluem distócia deombro,
injúria ao nascimento e asfixia26”34”36, sendo a
maior
responsávelpelo
aumento
das taxas de cesareana entre as pacientesdiabéticasl4'16.
Complicações
a longo prazo incluem obesidade,resistência à insulina e
um
aumento
do risco de desenvolverDM236.
A
influência do diabetesmaterno no
crescimento ecomposição
corporal do feto
pode
ser atribuída aum
aumento
na transferência desubstratos da
mãe
para o fetoem
conjuntocom
o hiperinsulinismofetal”.
Evidências clínicas e experimentais
suportam
que ahiperglicemia
materna
leva a hiperglicemia fetal, que estimula ascélulas beta pancreáticas a produzir insulina levando ao
hiperinsulinismo fetal5”13”l4°33”34”37. Isto
provoca
captaçãoaumentada
de glicose e síntese de glicogênio pelo fígado, lipogênese acelerada,
aumento
da síntese proteíca emacrossomia
(Hipótese de Pedersen)5”l3°14”33°34°37.Após
o parto, a hiperinsulinemia leva auma
queda
rápida dos niveis da glicemia doRN,
muitoalém
dofisiologicamente esperado”.
A
ocorrência demacrossomia tem
sido descritacomo
sendo daordem
de 30 a50%
no caso de DMG3*6”8,14”36 e de40%
quando
o34
Persson e
Hanson”
obtiveramuma
taxa demacrossomia
em
pacientes
com
DMG
cinco vezesmaior
que apopulação
em
geral.Hod
et alzómostraram
que a indicação de cesareana eletivaquando
a estimativa do peso fetal eramaior
ou igual a 4.000gramas
e a indicação de indução de trabalho de parto
com
38semanas
paraos
GIG,
levou auma
diminuiçãona
incidência demacrossomia
(17,9%
para8,8%)
e deGIG
(23,6%
para 11,7%).Paccola et als tiveram
uma
ocorrência de15%
demacrossômicos
no
grupo de gestantescom
DMG,
11%
no
grupo deDM2
e8%
entreas pacientes
com
DMI.
Em
nosso estudo a prevalência demacrossomia
nas gestantescom
DMG
foi de 18,2%, nas gestantescom
DMI
foi de25,0%
e nascom
DM2
foi de28,6%.
Considerando-se o total de pacientesacompanhadas
amacrossomia
ocorreuem
21,2%
dosRNs
(TabelaXIV).
As
crianças GIG, caracterizadas por terem pesoacima
dopercentil 90 para a idade gestacional8”l4°3°'35, freqüentemente
apresentam hipoglicemia, policitemia,
maior
incidência desíndrome
da angústia respiratória
(SAR)
e morte intra-uterina”.Persson e
Hanson”
encontraramuma
taxa deGIG
em
pacientescom
DMG
seis vezesmaior
que o normal.Como
comentado
anteriormente, o nível de glicemia
materna
durante o últimotrimestre de gestação esta diretamente relacionado
com
o peso doRN13. Este estudo encontrou
também
quemães
deRNs
GIG
tinham
um
significanteaumento
da glicemia entre 27 e 32semanas
degestação, coincidindo
com
o período de rápido crescimento fetal”.Cordero
et al”observaram
uma
ocorrência de36%
deGIG,
62%
35
O
peso ao nascimento énormal
na maioria das pacientes não-diabéticas,
com
altas porcentagens deGIG
em
pacientescom
diabetes pré-gestacional e diabetes gestacional”.
No
presente estudo o peso dosRNs
variou entre 1.350 e 5.560gramas,
com uma
média
de 3.455 gramas. Classificando o peso denascimento
segundo
a curva deLubchenco4°
tivemos62,2%
deAIG,
30,3%
deGIG
e4,5%
dePIG
(TabelaXV
e Figura 7).Nas
gestantescom
DMG
a prevalência deGIG
foi de31,8%,
nasgestantes
com
DM1
foi de25,0%
e nascom
DM2
foi de28,6%
(Tabela
XV).
Em
pacientescom
complicações vasculares graves ecom
desordens hipertensivas, as crianças
podem
ser PIG,secundariamente à insuficiência placentária34”37.
Todos
osRNs
PIG
estudados
eram
filhos demães
com
desordens hipertensivasassociadas ao diabetes.
Em
relação ao tipo de tratamento utilizado, vários estudossugerem
que a utilização de insulina reduz a incidência deGIG
emacrossômicos3”7”15.
Coustan
eLewisfl
concluíram que o uso profilático de insulinareduz a incidência de
macrossomia
de36,4%
com
dieta, para7,0%
com
insulina.Thompson
et al” obtiveramuma
taxa demacrossomia
de27%
no
grupo tratado apenascom
dieta e de6%
no
grupo tratadocom
insulina,
quando
essas pacientesmantinham
níveis glicêmicosaceitáveis.
Entretanto,
Wechter
et al”mostraram
em
seu estudo quenão
existem diferenças nas taxas de
macrossomia
eGIG
entre ogrupo
36
incidência de
macrossomia no
DMG
pode
sermantida
igual a dapopulação
em
geralcom
um
programa
intensivo de dieta emonitorização da glicemia, sendo a insulina utilizada
terapeuticamente, e
não
profilaticamente.Entre as pacientes que realizaram o parto
na
MCD,
aporcentagem
demacrossomia
no grupo tratado sócom
dieta (37pacientes) foi de 18,9 e
no
grupo tratadocom
dieta mais insulina (29pacientes) foi de 24,1 (Tabela XVI).
A
prevalência deGIG
no grupo
tratado
com
dieta foi de27,0%
eno
grupocom
insulina foi de34,5%
(Tabela XVII).Em
nenhum
dos dois casoshouve
diferençaestatisticamente significante (p S 0,05).
O
diagnóstico deDMI
eDM2
antes da gravidez éum
fator derisco
bem
conhecido paramalformações
congênitas44.As
anomaliasmais freqüentes
ocorrem no
sistema cardíaco, sistema nervosocentral, grandes vasos, rim e esqueleto axial34”44.
A
síndrome
deregressão caudal é a anomalia mais específica do diabetes,
mas
não
a mais
comumzo.
As
desordens naembriogênese
devem
ocorrerdurante as primeiras seis
semanas
de gestação para produzir essasanomalias2°°44.
O
DMG,
ocorrendo após o primeiro trimestre de gestação,não
está associadocom
um
aumento na
incidência demalformações
congênitas5”6”13. Entretanto, a presença de diabetes pré-gestacional,
sendo diagnosticado pela primeira vez durante a gestação e,
portanto, classificado
como
DMG,
provavelmente está associadocom
uma
taxa demalformações
congênitas mais alta que apopulação
em
gerals.Numerosos
estudostêm
relatadoum
aumento na
freqüência de37
diabetes,
mas
esseaumento
parece ser limitado às crianças cujasmães
apresentam severa hiperglicemia durante a embriogênese3'43.Um
bom
controle glicêmico durante o período pré-concepção eprincipalmente no primeiro trimestre é importante para
minimizar
orisco de
malformações
fetaisem
pacientescom
DM
pré-gestacional45”46'47. -
As
anomalias congênitas maiorestêm
ocorridoem
4 a12%
dosfilhos de
mães
diabéticas, e essas anomalias representam a principalcausa de mortalidade perinatal nessa população46.
Hawthorne
et al”encontraram
uma
taxa demalformações
congênitas
em
pacientes diabéticas quatro vezesmaior que
a dapopulação
geral.Em
nosso estudo a taxa demalformação
congênita diagnosticadapor ultra-som pré-natal foi de
4,5%
(Tabela XVIII), sendo doisRNs
com
malformações
cardíacas eum
RN
com
múltiplasmalformações
(coração, rim e sistema nervoso central), sendo
um
dos dois fetosque
foram
a óbito intra-útero.A
hipoglicemia neonatal, definidacomo
glicose séricamenor
que 40 mg/dl39”48”49, é
uma
complicação
comum
e transitóriano
DMG6.
É
sugerida porum
choro anormal, diaforese, agitação econvulsões; outros aspectos incluem taquipnêia, taquicardia,
hipotermia,
problemas
de alimentação e, raramente, insuficiênciamiocárdica48”49.
Ocorre
em
50%
dosmacrossômicos
eem
5 a15%
dos filhos demães
com
controleadequado
do diabetes6”39,podendo
ser prevenidaem
alguns casoscom
alimentação precoce e/ou administração de38
episódios de hipoglicemia
em
27%
das crianças filhas demães
diabéticas, sendo que
9%
rapidamenteresponderam
ao tratamento.O
controle da glicemiamaterna
durante a últimametade
dagestação e durante o trabalho de parto e nascimento influencia
na
ocorrência de hipoglicemia neonataló.
A
freqüência da hipoglicemiaaumenta
significantementequando
a glicemiamaterna
durante otrabalho de parto e nascimento é
maior
que 90 mg/dló.Neste estudo obteve-se
uma
taxa de hipoglicemia neonatal de25,8%
(Tabela XVIII).O
controle glicêmico dosRNs
variou de 0 a17 dias,
com uma
média
de 2,5 dias, e 15RNS
necessitaram deglicose endovenosa.
Nas
gestações complicadas por diabetes o risco de morte intra-uterina
aumenta
nas últimas semanas8”13.A
exata causa continuaincerta8°13.
Dados
experimentaissugerem
queuma
hiperglicemia ehiperinsulinemia prolongadas
podem
causar acidemia, hipóxia euma
tolerância reduzida a falta de oxigênio”.
Paccola el als apresentaram
uma
taxa de natimortalidade de9%
no grupo de
DMG, 6%
no
DM2
e4%
no
DMI.
A
taxa de óbito intra-útero no presente estudo foi de3,0%
(Tabela XVIII), sendo
um
RN
com
malformações
incompatíveiscom
a vida, que foi a óbito
com
34semanas
de idade gestacional eum
RN
com
óbito devido auma
complicação materna
(cetoacidosediabética)
com
26semanas
de idade gestacional,ambos
filhos demães
com
DMI.
A
avaliação da maturidadepulmonar
fetal é muito importanteem
mães
diabéticas porque a concentraçãoaumentada
de insulinafetal retarda o aparecimento de corpúsculos lamelares nas células
39
revestimento alveolar, levando a
síndrome
da angústia respiratóriaao nascimento34'37.
Mesmo
em
presença de surfactante pulmonar,muitas dessas crianças apresentam angústia respiratória por
taquipnéia transitória
ou
hipertensãopulmonar
persistente”.Nossos
dadosmostram
uma
taxa de desconforto respiratório aonascimento de
6,0%
(Tabela XVIII), sugerindo que o controle dessaspacientes foi adequado.
Apesar
de a maioria das pacientescom
DMG
retornarem àníveis glicêmicos normais após 0 parto, este e' associado
com
odesenvolvimento de diabetes futuro na
mãe,
especialmente o DM24”5.Estudos
têm demonstrado
queem
cinco anos pós-parto 30 a50%
daspacientes que tiveram
DMG
apresentaram DM23”6”8.O
risco deprogressão do diabetes está relacionado
com
a idade gestacionalno
momento
do diagnóstico, a severidade do diabetes, o nível deglicemia
no
primeiro pós-parto, obesidade e gestações futuras3°5°6'5°.As
pacientes que tiveramuma
gestaçãocomplicada
por diabetesdevem
ser reavaliadas pelomenos
seissemanas
após o parto4”“.Caso
a glicemia estejanormal
no
pós-parto,devem
seracompanhadas
com
um
intervalominimo
de três anos; se a glicemiaapresentar-se alterada o intervalo entre as avaliações deve ser
menor4°“.
O
diabetes éuma
patologia freqüentena
gestação, e a falhana
sua identificação
no
pré-natal caracteriza erro médico, pois implicano
risco de conseqüências desastrosas para o recém-nascidog.Com
a redução dos óbitos intra-uterinos e a acentuada reduçãona mortalidade neonatal por complicações respiratórias, as
malformações
congênitasemergiram
como
a causa mais importante40
gestantes já diabéticas,
quando
a gravidez é planejada,pode
sealcançar niveis de incidência de
malformações comparáveis
àpopulação normal
(l a 1,2%), enquanto nas pacientesnão
~
controladas antes de 6 7
semanas
de gestação essesnúmeros
saobem
mais
altos (8,2 a l0,9%)8.O
controle glicêmico rígido nas fasesiniciais da organogênese é
um
dos maiores objetivos domanejo
destas gestaçõesg.
Assim,
embora
o uso da insulina nas grávidas diabéticas tenharesultado
em
significativoaumento
da sobrevida materna, fetal eneonatal, complicações
continuam
presentes.O
manejo
adequado
destas gestaçõesdepende
da monitorização rígida do controleglicêmico pré e pós-concepção, diagnóstico precoce do diabetes