UNIVERSIDADE
FEDERAL
DE SANTA CATARINA
CENTRO
DE
CIÊNCIAS
DA
SAÚDE
DEPARTAMENTO
DE
ENFERMAGEM
CURSO
DE
GRADUAÇÃO
EM
ENFERMAGEM
ENFERMAGEM
ASSISTENCIAL
APLICADA
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|||||1°|pííAí1]üT|°í|@° TCC UP SC N Cham Au or Voge (3 naT
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cu dado 972 99 U C B CSMC
FSCF
65 ETrabalho de Conclusão, do Curso de Graduação
em
Enfermagem da Universidade Federal deSanta Catarina: Disciplina Enfermagem
Assistencial Aplicada
Acadêmicas: Cristina Vogel
Soraia Beatrice Tramontin
Orientadora: Enff Proff Dr'Í Vera Radünz
Supervisora: Enƒ" Especialista
Carmem
BeatrizGarcía Igíski
Enƒ" Milene Goulart Beck
3 Flor1anópolis, Junho de 2000
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Á
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Elipse
A
campainha
tocaE
flores são entregues,As
visitaschegam
e silenciosamenteEntram
para ver...Até
mesmo
um
transeunte casual perceheráSe isto é
uma
chegadaou
uma
partida.Na
cama, centro das atenções,Alguém
pequeno e enrugado acha-se desperto,Esse alguém é ela...
Muí
jovem para sorrirou
falar,Qu
mesmo
olaservar,Tudo
que ela pode fazer é ingerirO
leite de sua mãe, chorar, evacuar e donnir,Em
troca, ela lhes oferece alegria, esperança,Deleite por sua vida nova, sua inocência.
A
mulher, atarefada, jamais senta;Engana
a simesma,
e tudo que faz é dar-seAos
filhos, pais e outros que, para viver,Precisam alimentar-se e pedem,
Dependem
dela e recehem.Algumas
vezes, há tanto para fazerQue
ela não sahe se está chegando ou saindo.Na
cama, centro das atenções,Alguém
velho e enrugado acha-se desperto.Esse alguém é ela...
Pode
sorrir, mais faltam-lhe forças para falar.Cochila, por vezes, e precisa de ajuda para heher.
Tudo
que ela pode fazer é aceitar, concordar...Em
troca, seus olhos transmitem amor.Ela ohserva,
com
solitude,Quando
os outroslamentam
Perder suas capacidades, e não perceloer que deixará
Uma
história de sahedoria e conhecimento.A
elipse da vida possuiuma
simetria perfeita.Anipla no meio, diminui suavemente
Em
arnhas as extremidades.Existe
um
mistérioNesta similaridade
De
chegar e partir.Este é
um
Trabalho deConclusão
deCurso de
Graduação
em
Enfermagem
da
Universidade Federalde
Santa Catarina, desenvolvidono
Centro de Pesquisas Oncológicas
(CEPON)
em
Florianópolis.Trata-se
do
cuidado ao paciente oncológico e famílianos
níveisde
atuação propostos pelas acadêmicas: ambulatório, hospital e domicílio,
norteado pelo referencial teórico de
Orem
e Peplau, adotado pelo serviçode
Enfermagem
do
CEPON.
A
população
alvo foide
pacientes adultos internados naUnidade
de SuporteOncológico
e/ou domicílio (participantesdo Programa
deIntemação
Domiciliar-
PID)
e seus familiares e os pacientes eacompanhantes
que
encontravam-sena
salade
esperado
Ambulatório. z
Foram
abordados os aspectosde
cuidado deenfermagem
aos pacientese família,
englobando
habilidades técnico-científicas,procurando
darsuporte, trabalhando a aceitação
da morte
e cuidandono
domicílio junto àequipe
do
PID.Na
sala de esperado Ambulatório do
CEPON,
iniciamosum
estudo exploratório para identificar a temáticamais
freqüentementeEsta prática levou a
um
crescimento eamadurecimento
profissional,mais
principalmente, aum
crescimento pessoal,remetendo
àreflexao
sobrevalores, crenças e
medos.
Foram
vivenciadas situações delicadasenvolvendo
sentimentosnovos
e conflitantes,sendo
portanto, necessárioThis
monograph
is the finalwork
of the Graduation course inNursing
at the Federal University of Santa Catarina. It
was
developed
in theoncology
Research Center(CEPON)
in Florianópolis, Santa Catarina,Brazil.
The
studentsproposed
nursing care to theoncology
patientand
familyin the out-pacient clinic, in the hospital
and
in thehome
care settings.The
theoretical referencial derived from,
Orem's
and
Peplau's theorics, adoptedby
the Nursing Service.The
peopleworked
withWere
adult patientsintemed
in the Oncologicol Support Unitand/
or participants ofhome
careprogram
-
(PID)and
their relativesand
the patientsand
theircompanions
in the Waitingroom
of the out-patient clinic.The
aspects of nursing careapproached
the patientsand
family, including tecnical-scientific abilities, trying to give support,working
theacceptance of death
and Working
close to thehome
care team. In the Waitingroom
of the out-pacient clinic, an exploratory studywas
started toidentify the thematic
more
frequentlyapproached between
patientsand
This practice took the authors to a
growth and
ripeness in the professional lifeand
mainly in the personal life. It sentthem
to reflectionabout values, believes
and
fears.They went
'through very delicate situationsinvolving
them
withnew
feelingsand
conflictswhich
taughtthem
new
1 -
INTRODUÇÃO
122 -
JUSTIFICATIVA
143 -
REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA
164 -
REFERENCIAL TEÓRICO
294.1 -
PROCESSO
INTERATIVO
-
TEORIA
DE HILDEGARD
E.PEPLAU
__
304.1.1 - Orientação: 30
4.1.2 - Identificação: '
31
4.1.3 - Exploração 31
4.1.4 - Resolução. 31
4.2 -
AUTOCUIDADO
-TEORIA
DE
DOROTHÉA
E.OREM
324.2.1 - Teoria do Autocuidado 32
4.2.2 - Teoria do Déficit do Autocuidado 33
4.2.3 - Teoria de Sistemas de Enfermagem 34
4.3 -
CONCEITOS
UTILIZADOS:
35 5 -PROCESSO
DE ENFERNIAGEM
41 5.1 -HISTÓRICO
DE
ENFERMAGEM;
42 5.2 -DIAGNÓSTICO
DE
ENFERMAGEM
42 5.3 -PRESCRIÇÃO DE
ENFERMAGEM
43 5.4 -EVOLUÇÃO
DE
ENFERMAGEM
43 6 -METODOLOGIA
446.1 -
CARACTERÍSTICAS
DO
LOCAL DE
ESTÁGIO
446.2 -
FILOSOFIA
DO
CEFON
456.3 -
VISÃO
DO
CEPON
456.5 -
POLÍTICAS
E
DIRETRIZES
DO
CEPON
46 6.6 -POPULAÇAO
ATINGIDA
47 7 -OBJETIVOS
43 7.1 -OBJETIVO
GERAL
_, 48 7.2 -OBJETIVOS
ESPECIFICOS
48s -
OBJETIVOS,
ESTRATÉGIAS
E
AÇÕES
498.1 -
oBJET1vo
1 50 8.2 -oBJET1vo
2 56 8.3 -oBJET1vo
3 61 8.4 _oBJET1vo
4 65CONSIDERAÇÕES
FINAIS
69CRONOGRAMA
DE
ATIVIDADES
71REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
72ANEXOS
75, '
A
8”Unidade
Curriculardo
cursode Graduação
em
Enfermagem
representa a última fase
do
curso. Nesta fase osacadêmicos
tem
aautonomia
para escolherem
que
áreadesejam
atuar.Propõe
a elaboraçãode
um
projeto para atuaçãona
área escolhida e a apresentaçãode
um
relatório
expondo
os resultadosda
aplicabilidadedo
projeto. Estetem
porobjetivos identificar as condições de saúde de indivíduos e/ou grupo;
planejar, executar e avaliar a assistência
de enfermagem,
requerida peloindivíduo e/ou grupo, a nível intra e/ou extra-institucional; identificar os
conhecimentos
e habilidades necessárias parao
desempenho
de atividadesna
área selecionada; aplicar osconhecimentos
teórico-práticosna
prestaçãol
de assistência a indivíduos e/ou grupos, interrelacionados a fatores físicos,
psíquicos, ambientais e sócio-culturais utilizando
um
referencial teóricona
prática assistencial; desenvolver habilidade para assegurar a qualidade
da
assistência de
enfermagem
prestada, consciente deque
os serviços deeducação
e saúde são mantidos pela sociedade; desenvolver e manifestaratitudes coerentes
com
asnormas
éticasemanadas
do
código de13
Constituindo,
um
grupo
de duas alunas, CristinaVogel
e Soraia Beatrice Tramontin,optamos
pela áreade
saúdedo
adulto,especificamente
pacientes
com
diagnóstico de câncer eelaboramos
um
projeto e relatório deatuação de
enfennagem
no
serviçode
Suporte Oncológico,Programa
de
Intemação
Domiciliar
(PID) eAmbulatório do
Centro de Estudos ePesquisas Oncológicas,
em
Florianópolis,no
período de 28/02/O0 àll/07/00, tendo
como
orientadora aEn?
Prof* DraVera
Radünz
ecomo
supervisoras Enf" Especialista
Carmem
Beatriz Garcia Igiski e Enf“Milene
Goulart Beck.
O
desenvolvimentodo
projeto foino
período de27/03/2000
à08/06/2000
com
uma
carga horáriade
340
horas, sendo estas horasdistribuídas nos períodos matutino e/ou vespertino e/ou
notumo.
Para
execução
do
projeto durante a prática assistencial junto aopaciente, utilizamos
o
Referencial Teórico elaborado pelo sen/iço deA
nossa justificativa para a escolhado
tema
deste trabalho, é a seguinte:havíamos
tenninado a terceira fasequando
surgiu a idéia defazermos
um
estágio extra curricular
no
hospitaldo
CEPON,
porum
incentivoda
professora
Vera Radünz,
entãocoordenadora
da
fase.A
princípioqueríamos
adquirir habilidade técnica eacabamos
nosdeparando
com
dificuldadesalém
das esperadas.As
situação vivenciadas nos proporcionaram,além
de crescimento profissional,o amadurecimento
pessoal.
Foram momentos
únicosem
nossa vida acadêmica.A
morte
foiuma
grande barreira a ser transpassada, aceitarque
nossasações
não
eram
para “salvar” esim
para gerar qualidadede
vida aopaciente nos seus últimos dias,
semanas
ou
meses. Estas ações nos pareciamem
vão, mas,conseguimos
aprenderque
asmesmas
éque
faziam15
O
lidarcom
a família foium
aspecto bastante delicado, poisnão
estávamos
preparadas para este tipode
situação,não sabíamos o que
falar,como
abordaralguém que
estáperdendo o
seu familiar.Mas,
este tipo desituação foi _amenizado pelo apoio
da
equipede
enfermagem
que
nos ajudouem
muito a superar nossas dificuldades.A
experiência enquantoacadêmicas de
início degraduação
eacima de
tudo enquanto pessoas, foi de
muita
valia, poisaprendemos
a valorizar erespeitar
o
serhumano,
a vida eo
processoda
morte.Conseguimos
lidar eamadurecer
com
as várias situaçõesque
nosdeparamos
e que,sem
dúvida,“O
termo
“câncer” deriva de karkinos, palavra gregaque
significa caranguejo.O
câncer,como
uma
entidade clínica, está nos primeirosescritos gregos e romanos, e
assumiu
uma
posiçãode
importância especialcomo
doença
muito temida e objeto de pesquisabiomédica
intensiva”(Wyngaarden,/
Smith/ Bennett, 1993, p.lO37).“O
câncer éuma
doença que
afeta pessoasde
todos os sexos, idades,culturas e situações sócio-econômicas.
Com
o
seu aparecimento,numerosas
questões são levantadas ao longoda
evoluçãoda
doença, surgindo a necessidadede prevenção de
complicações,opção
de tratamento eadoção
de cuidados paliativos” (Pro-Onco,l995,p. 133).“Existe
um
desafio
especial inerente aos cuidadoscom
pacientescom
câncer, pois,
em
nossa sociedade, a palavracâncer
muitas vezestem
sido17
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde
(OMS),
“acada ano
o câncer atinge pelo
menos
9
milhões de pessoas emata
cercade
5 milhões, sendo atualmente asegunda
causa demorte
pordoença na
maioriados países,
subseqüentemente
às doenças cardiovasculares,quando não
seconsideram os óbitos por causas extemas.
A
OMS
também
alerta que, semedidas
deprevenção
e de controlenão forem
tomadas, a incidênciade
câncer
aumentará
em
100%
dentro dospróximos
20
anos. Isso ocorrerá principalmenteem
paísesem
desenvolvimento, alguns dos quais aindaem
luta para resolver
problemas
básicosde
saúde,como
as doenças infecto-parasitárias e a desnutrição, e que, ademais, terão de enfrentar
o
câncercomo
primeira causade morte por
doença.Um
fato -bastante relevante parao
controledo
câncer éque
80%
dos casos estão relacionadoscom
causasambientais, portanto evitáveis.
Por
conta disso, estima-seque
30%
das mortes estão relacionadas ao tabagismo,35%
aos hábitos alimentares e os35%
restantes a outros fatores, taiscomo:
vírus oncogênicos sexualmentetransmissíveis, agentes cancerígenos ocupacionais, exposição às radiações
ionizantes e uso
de hormônios”
(wwW.inca.org.br\estimativada
incidênciae mortalidade por câncer
no
Brasil- 1999).A
“Câncer
éuma
doença da
célula,na
qualhá
alteração dosmecanismos
normais de controle
do
crescimento eda
proliferação. Isto resultaem
alterações morfológicas nítidas
da
célula e aberrações das característicasdo
tecido.
A
célulamaligna
écapaz de
invadiro
tecido adjacente e os linfonodos regionais.O
câncer primário geralmentetem
história e padrão de disseminação previsíveis.Metástase
é o crescimento secundáriodo
câncer primário
em
outro órgão.A
célula cancerosamigra
para outra regiãodo organismo
atravésde
uma
sériede
etapas. Este éo motivo
pelo qual oMuitos
pacientesmorrem
em
decorrência das metástases enão da
progressão
do
câncer primário.A
metástasecomeça
com
a invasão local,que
é seguida pelo deslocamento das células cancerosasque
sedisseminam
pelos vasos linfáticos e sangüíneos e
acabam
fonnando
um
tumor
secundário
em
outro localdo
corpo.Com
freqüência, os linfonodos sãoo
primeiro local
da
disseminação à distância” ( Nettina, 1999, p. 86).“Câncer
éo
nome
dado
aum
conjuntode
mais de 100
doençasque
têm
em
comum
o
crescimentodesordenado
(maligno)de
célulasque
invadem
os tecidos e órgãos,
podendo
espalhar-se (metástase) para outras regiõesdo
corpo. Dividindo-se rapidamente, estas células
tendem
a sermuito
agressivas e incontroláveis,
determinando
aformação de
tumores(acúmulo
de células cancerosas)
ou
neoplasias malignas.Por
outro lado,um
tumor
benigno
significa simplesmenteuma
massa
localizadade
célulasque
semultiplicam
vagarosamente
e seassemelham
ao seu tecido original,raramente constituindo
um
riscode
vida.Os
diferentes tiposde
câncercorrespondem
aos vários tipos de célulasdo
corpo.Por
exemplo, existemdiversos tipos de câncer de pele
porque
a pele éfonnada
demais de
um
tipo de célula.
Se o
câncertem
inícioem
tecidos epiteliaiscomo
peleou
mucosas
ele édenominado
carcinoma.Se
começa
em
tecidos conjuntivoscomo
osso,músculo ou
cartilagem échamado
desarcoma”
(WWW.inca.org.br/
o
que
é o câncer~
13/O3/00).“Acredita-se
que
a transformaçãomaligna
seja pelomenos
um
processocelular trifásico: iniciação é
o
primeiro passono
qual iniciadorescomo
agentes químicos, fatores físicos e agentes biológicos
escapam
dosmecanismos
normais enzimáticoscausando
alteraçõesna
estrutura genéticaDNA
celular. Essas alteraçõespodem
ser revertidas pormecanismos
de19
Via
de regra, estasmutações não atingem
a célula atéque
ocorrao segundo
passo
da
carcinogênese; durante apromoção
é a repetida exposição aosagentes promotores
que
provoca
a expressão de infonnações genéticasanormais
ou
mutantes,menos
após longos períodos de latência.Os
oncogenes
celulares, presentesem
todos os sistemas dos mamíferos, sãoresponsáveis pelas funções celulares vitais de crescimento e diferenciação.
Proto-oncogenes celulares estão presentes nas células, agindo
como
um
“interruptor” para
o
crescimento celular.De modo
semelhante,genes
supressores
do
cânceragem
“desligando”ou
regulando a proliferaçãocelular desnecessária.
Quando
estes genessofrem
mutação,ficam
alteradosamplificados ou
perdem
sua capacidade reguladora,há
facilitação para a ocorrência de transformação maligna.Uma
vez ocorrida esta expressãogenética nas células elas
começam
a produzir populaçõesde
célulasmutantes, diferentes das suas células ancestrais originais;
A
progressão
éo
terceiro passo
da
carcinogênese celular.As
alterações celulares ocorridasdurante iniciação e
promoção
assumem
agoracomportamento maligno
mais intenso.
Agora
essascélulasmostram
uma
propensão para invadirtecidos adjacentes e lançar metástases.
Aqueles
agentesque
iniciam epromovem
a transformação celular sãodenominados
carcinógenos” (Smeltzer&
Bare, 1998, p.: 233).Padrão de
Geralmente
rápido.crescimento
Geralmente
lento,podendo
estabilizar
ou
até involuir.Mal
delimitados(devido ainfiltração
do
tecidoBem
delimitados, geralmente encapsulados (compressãodo
Limites
macroscópios
tecido adjacente). Superfície
de corte
homogênea. Areas de
l'l€CI`OS€ SãO I`21I`2lS(OCOI`I`€lTl POI'
compressão).
adjacente).
Aspectos
infiltrativos, ulcerados
ou
vegetantes. Superfície
de
corte heterogênea,
com
hemorragia.
Padrao
microscópicoTendência
à reproduçãodo
padrão morfológico e funcionaldo
tecido de origem. Célulasbem
diferenciadas,
com
núcleoreguladores,
cromatinahomogênea
ou
finamente
granular e nucléolos inconspícuos.Aspecto
variável.Tumores
bem
diferenciados: aspectosmorfológicos e funcionais
próximos
do
tecido deorigem
.Tumores pouco
diferenciados: anaplasia,
aumento
da
relação núcleo/citoplasma, núcleoirregulares, cromatina
grumosa,
nucléolos evidentes, por vezesmúltiplos e eosinófilicos.
Há
infiltraçãoem
filetesnervosos, vasos sangüíneos
e linfáticos.
Mitoses Ausentes.
Quando
presentes,típicas.
Freqüentes, atípicas.
Metástases
Não
ocorrem. Freqüentes, locaisou
adistância.
Recidivas
Via
de regra ausentes.Ocorrem
com
maior
freqüência. Ploidia
Conteúdo
do
DNA
normal,euplóides.
Conteúdo
de
DNA
celularaumentado,
com
freqüência aneuplóides;cromossomos
adicionais geralmente
presentes.
FONTE:
Murad
&
Katz, 1996, p.:25.“O
tratamentodo
câncer requeruma
estrutura médico-hospitalar erecursos
humanos
qualificados, integrando equipes multiprofissionais.O
tratamento propriamente ditodo
câncerpode
ser feito pela cirurgia,radioterapia
ou
quimioterapia, utilizadas deforma
isoladaou combinada,
dependendo do
tipo celulardo
órgão deorigem
edo
graude
invasãodo
tumor”
(WWW.inca.org.br/ perguntas e respostas-
13/03/00).A
quimioterapia antineoplásica,ou
seja, a utilizaçãode
agentes21
tumorais
do
organismo. Ela écomumente
tóxica parainúmeras
célulasnormais
do organismo
(asda
medula
óssea e dasmucosas
em
geral).É uma
modalidade de
tratamento sistêmico,bem como
uma
dasmais
importantese promissoras maneiras
de
combater o
câncer.A
indicaçãode
quimioterapia implicauma
série de fatoresque
devem
ser levadosem
conta parao
seu planejamento: a idadedo
paciente, seuestado nutricional, as funções renal, hepática e pulmonar, a presença
de
~ ~
infecçoes
o
tipode
tumor, a existência de metástases e sua extensao,além
de principalmente
o performance
status (condiçãode
vida),o
principalindicador de prognóstico oncológico.
As
doses são calculadas tendoem
conta a superfície corporal, por sua vez baseadano peso
ena
alturado
paciente. Para submeter-'seao
tratamento
o
pacientedeve
termenos
de10%
de
perdado
peso corporal antesdo
inícioda
doença; ausência de contra indicação clínica para os fánnacosque
farão partedo
protocolo escolhido; ausênciaou
presençade
infecção,
mas
sob controle;contagem
das células sangüíneas:hemoglobina
>
l0g/dl, leucócitos>
3.000, neutrófilos>
1.500, plaquetas>
150.000;bioquímica sangüínea: uréia
<
50
mg/dl, creatinina<
l,5mg/dl, bilirrubina total<
3mg/dl, ácido úrico<
5mg/dl
e transaminases<
50UI/l.O
tratamento quirnioterápico é totalmente contra-indicadoem
pacientesterminais, grávidas
do
primeiro trimestre,na
presença de septicemia ecoma.
É
relativamente contra-indicado paramenores
de trêsmeses
e os deidade muito avançada, aqueles
com
comprometimento
muito
acentuadodo
estado geral,
com
metástases cerebrais intratáveis,na
impossibilidade de opaciente se
manter
em
tratamentoou não
cooperar ena
ausênciade
resposta
do
tumor.A
quimioterapiade
várias neoplasiaspode
resultarem
liberaçãomaciça
de potássio, fosfato, ácido úrico e outros
problemas
para a correnteem
associação à hiperfosfatemia grave. Conceitua-secomo
síndrome da
lise tumoral
aguda
(SLTA)
o
conjuntode
alterações metabólicasque
abrange hiperuricemia, hiperfosfatemia, hipopotassemia e hiperpotassemia,
que
podem
ocorrercomo
conseqüência das doenças neoplásicas,em
particular as linfoproliferativas (linfomas e leucemías) e tumores sólidos
de
alto potencial proliferativo (tumor
de
testículos) resultanteda
lise decélulas malignas pela quimioterapia,
podendo
levar a .insuficiência renalaguda
emorte
súbita, devido a hipercalcemiaou
hipocalcemia, causasde
arritmias cardíacas graves.
A
SLTA
pode
desenvolver-sealgumas
horas atéalguns dias após a quimioterapia.
A
SLT
A
pode
edeve
ser prevenidacom
hidratação e reposição eletrolítica oral,
recomendada
parao
decursodo
tratamento e
venosa
antesda
aplicaçãoda
quimioterapia(FONSECA
[etal.], 2000).
Radioterapia é
o
tratamentodo
câncer e outras doençascom
radiaçãoionizante
que
deposita energia a qualdanifica
ou
destrói as célulasna
áreaa ser tratada (tecido alvo) pela
danificação de
seu material genético,interrompendo
o
ciclo celular atravésda
lesãodo
DNA
emorte
celular.Embora
a radiaçãodanifique
tanto as células neoplásicas quanto as célulasnonnais, as últimas são aptas a se repararem e
funcionarem
apropriadamente.
Pode
ser utilizada para tratar tumores sólidos,localizados.
Sua
indicação envolve câncerde
pele, língua, laringe, esôfago,estômago,
pulmão,
cérebro (tumor primáriode
sistema nervoso central-
SNC),
mama,
endotélio e colode
útero, próstata, reto, entre outros.Os
tecidos normais sensíveis à radioterapia são a
medula
óssea, a pele, asgônadas, as
mucosas
e os linfonodos.A
radioterapiapode
serusada
isoladaou
em
combinação
com
a quimioterapiaou
cirurgia.A
associaçãocom
aquimioterapia
deve
ser levadaem
consideraçãoem
virtude dos23
“A
remoção
cirúrgica de todoo
câncerpermanece sendo
amodalidade
de tratamento
melhor
e mais usada. Contudo, aabordagem
cirúrgica específicapode
variar por várias razões.A
cirurgiapode
ser selecionadacomo
método
primário de tratamento,ou pode
ser diagnóstica, profilática,paliativa
ou
reconstrutiva” (Smeltzer&
Bare, 1998, p. 238).Segundo
MARCELINO
(1997, p.l0)o
cuidado paliativo “éuma
especialidade
médica
e consistena
atenção ativa, integral e individualizada, aos pacientescom
doença
forade
possibilidade terapêuticasde
cura.O
enfoque
principal é a qualidadede
vida enão
a quantidade de vida;caracteriza-se por
pequenas
intervençõescom
grandes benefícios; valida areflexão
risco versus benefício.É
extremamente
importanteo
controleda
dor e outros sintomas de desconforto,
bem
como
aspectos psicológicos,sociais e espirituais.
O
foco de atenção éo
pacientecom
a família.[...]Tem
como
objetivo reafirmar a importânciada
vida, considerando amorte
como
um
processo natural;não
utilizarmedidas que
prolonguem
o
sofrimentoou
encuitem
a vida; controlar a dor e outros sintomas; apoiarmedidas que
ajudem
aos pacientes a levarum
vida,o mais
ativa possível, até achegada
da
morte; oferecer apoio à farm'lia, paraque
possa enfrentar a enfermidadee
o
processo de morrer de seusmembros”.
Para o Ministério
da Saúde
(1995,pl40)
“um
pacientepara o
qual jáforam
esgotados todos os recursosdo
tratamento especializado éconsiderado “fora das possibilidades terapêuticas atuais'
(FPTA). Porém,
esse paciente
pode
ainda apresentar possibilidadede
uma
sobrevida útil emanutenção da doença
sob controle, duranteum
espaçode
tempo
significativo”, Pois
segundo
Radünz
(1999, p.l27) ...“nunca
estarão forade possibilidades de cuidado, tendo direito a
uma
assistência deEnfermagem
que
promova
e preserve sua qualidade de vida durante todo oQuanto
a intervenções deenfermagem,
Curtis (Pro-Onco,
1995, p.l36)preconiza “utilizar estratégias para aceitação
que
tenham
sidode
ajudano
passado, respeitando a escolha
do
indivíduo de falarou
não
sobreo
assunto,
conforme
a sua própria necessidade; estimular aadoção de novos
comportamentos
e estratégias para a solução de problemas,quando
astécnicas utilizadas
não
surtirem efeito; designarum
enfenneiro para serresponsável pela
coordenação da
assistência; trabalhar juntoao
paciente efamiliares para estabelecer objetivos reais e viáveis,
de acordo
com
o
indivíduo e os lirnites
da
doença; identificar os recursos disponíveis(grupos de apoio a famílias, apoio espiritual, etc.) e trabalhar junto
com
o
paciente e familiares, auxiliando-os a satisfazerem suas necessidades”.
“Assistência domiciliar é
uma
modalidade
de atendimento viável e de baixo custo.Requer
uma
equipe habilidosa e treinada.Não
deve
seradotada, exclusivamente,
como
uma
fonna mágica
para acabarou
retardar as intemações dos pacientescom
doença
fora de possibilidades terapêuticasde cura, sob o ponto
de
vista oncológico.Muitos
dos pacientes irãonecessitar
do
hospital, por diferentes motivos. Portanto, a assistênciadomiciliar deverá ser vista,
como
uma
altemativa adicional a ser oferecida aos pacientes e familiares,na
tentativade
melhorar a qualidadedevida,
com uma
abordagem
de integração entre acomunidade
e os serviços públicos de saúde”(MARCELINO,
1997,p.30).A
casa, para o paciente e família, éum
ambiente conhecido, todosconhecem
as vantagens, as limitações, existindotambém
uma
estruturahierárquica estabelecida, a pessoa
que
está doente é respeitadacomo
membro
do
grupo,tem
um
espaço
próprio e muitas vezes a sua vontade modifica a rotina e o ritmoda
casa.25
A
tônicaem
assistência domiciliar éo
triângulo paciente/família/equipemultiprofissional.
A
família éo
centro das ações educativas (cuidadores), opaciente é
o
foco de atenção e vigilância, a equipe éo segmento de
suporteàs necessidades
que
irão surgircom
a evoluçãoda doença
(MARCELINO,
1997, p.l2).
Os
pacientes e família, sentem-se segurosem
casa, principalmentequando
a equipede
saúde, responsável pela visita domiciliar,demonstra
competência
técnica.A
grande maioria das famílias opta pela assistênciadomiciliar
quando
se julgaamparada, sabendo que
tem
acesso à equipe,quando
ela precisar a qualquer horado
diaou da
noite.Reit e Lederberg
apud
CARVALHO
(1994, p.197)definem
a família“como
um
organismo
dinâmico,onde
um
membro
doente irá alterar todo ofuncionamento da
mesma,
como
ainda estemesmo membro
sofrerá asinfluências das alterações sofridas pela família”.
Assim
paraSouza
in Pro-Onco
(1995, p. 135) “a maioria dos pacientes e dos familiares necessitamincorporar gradualmente às suas vidas as
mudanças
provocadas
pelosurgimento
do
câncer, pelo transcorrerdo
tratamento, as vivências de perdae a própria possibilidade de morte”.
Segundo
RADÚNZ
(1998, p.47) “o cliente oncológico éum
serhumano
que não
precisa viver isoladamente devido ao rótuloque
adoença
muitas vezes lhe impõe,
mas
sim
interagircom
os outros ecom
o seuambiente,
desempenhando
nele os seus papéis epodendo
seralguém
que
tem
capacidade para fortalecer e ensinar outros”.A
assistência domiciliar deverá ser interrompida e a internaçãohospitalar, aconselhada,
quando
o
confortodo
paciente estiverem
jogo.No
hospital oacompanhamento
da
famíliado
paciente, é muitopositiva.
O
fato dela estar disponível ao paciente, representa grande ajuda.É
visível a tranqüilidade dos pacientesquando
contam
com
familiarou
“A
dor éum
fenômeno
complexo; na
maioria dos casos, atuacomo
mecanismo
protetorque
alerta qualquerum
parauma
lesão tecidual realou
iminente. Evitar a dor é
uma
necessidadehumana
básica.Embora
uma
pessoa possa sobreviver
com
dor, a sua presença contínua interfereno
bem-
estar
do
indivíduo.Uma
dorque
atue constantemente passa a serum
ponto
focal da vida
da
pessoa,o
que
desorganiza a sua capacidadede
sealimentar, de donnir
ou
de
desempenhar
atividades” (Atkinson/Murray,1989, p. 476).
“Em
1967, C.Saunders
firrnouum
conceito fundamental para acompreensão
da dor crônicade origem
neoplásica: a dor total.Com
istoqueria deixar claro as diversas facetas inter-relacionadas e indissociáveis
da
dor crônica
em
oncologia.Ao
ladoda
dor física'(causada pela neoplasiaem
si, e pelos tratamentos.oncológicos), estão os aspectos emocionais “dor
emocional”,'a “ dor social” e a “dor espiritual”.
O
conceito de “dor total”obriga
o médico
a trabalhar outro conceito:o de
“pessoa”.E
por pessoa entende-seo
indivíduo livre,com
bom
senso, sensível,com
direitosenvolvidos nas decisões daquilo
que o
aflige,que
estáno
seiode
uma
família e
que pode
dar e quereramor” (Murad
&
Katz,1996,p. 105).Schöeller (1999),
afirma
que
a doracomete
60%
a80%
dos pacientescom
câncer, constituindo-seno
fator mais determinantede
sofrimentorelacionado à doença,
mesmo
quando comparado
a expectativa de morte.Apesar
disto,pouca
atençãotem
sidodada
aoadequado
tratamentoda
doroncológica,
quando
comparada
aoavanço
tecnológicono combate
aocâncer.
Reconhecendo
esta deficiência, aOMS
declarou a dor associada àsneoplasias
como
uma
“emergência médica
mundial”.Como
resultado destaação,
melhora
naeducação
e incentivo à pesquisatem
levado auma
27
que
90%
dos pacientescom
dor oncológicapodem
ser controlados atravésda
utilização de analgésicos e suporte psicológico.Schöeller (1999)
também
refereque
asmedidas
necessárias paraum
bom
controleda
dorfazem
partede
um
plano totalde
tratamentoque
incluiuma
avaliação cuidadosada
intensidadeda
dor,o conhecimento
das síndromes dolorosasmais
freqüentes, a familiaridadecom
a farmacologia eefeitos colaterais dos analgésicos,
uma
reavaliação contínua dessespacientes e a avaliação dos aspectos culturais, psicológicos, espirituais e
sociais
que
possam
agravaro
quadro.“A
morte
ocorrequando
os órgãos vitaisdo organismo não
sãomais
capazes
de
cumprir suas funções.A
morte
é a fase finalda
vida.É
uma
certeza para cada criatura viva, desde
o
momento
da
concepção.O
indivíduo
pode não
morrerem
um
ambiente
familiar,uma
vezque
muitosnão
morrem
em
casa. Entretantonenhuma
pessoadeve
morrer sozinha, anão
ser poruma
escolha pessoal.A
maioria dos indivíduosnão
estáacostumada
com
a morte.A
ignorância aos aspectos relacionados a estafase
da
vidapode
fazercom
que
a assistência a pacientesem
fase terrninalseja
uma
experiência assustadora para muitos estudantes deEnfermagem.
Muitas
vezes, é difícil para as pessoasencararem
sua própria mortalidade, eé isso
que
acontececom
as enfenneirasque
prestam assistência a pacientesem
fase terminal” (AtkinsonlMurray,
1989, p. 193).Para Bonder,
apud
Radünz
(1999, p. 119) “ paraque
vivamos, é necessárioque
a própria estrutura de nossas células saibamorrer
e sereciclar.
Enquanto
vivos milhões demínimas
partículas de nósmesmos
estão constantemente morrendo.
A
morte
e a vida são parceiras enão
adversárias.
Ora
são parceiras para preservar a vida, ora para preservar amorte.
O
invemo
semove
em
direção ao verão e este aoinvemo;
o dia seexpiração.
Nem
o dia,nem
o
verão,nem
a inspiração isoladamente representam a vida; nós osexperimentamos
como
sendo
claros, calorosos e revigorantes, e osconfundimos
com
a própriadimensão
do
Amor
-
aquiloque
está a “nosso favor”.Fazemos
istosem
perceberque
a escuridão,o
frioe
o
esvaziamento sãoda
mesma
forma
presentes e indispensáveis 'parao
que
está a nosso favor”. Esta realidade de frio e escuridão,ou
adimensão
da
realidade,não
é inimigamas
é aliada”.O
processoda morte
em
casa revela,na
família,um
sentimentode
impotência, ao querer fazer tudo e
não poder
fazernada no
sentidode
impedi-la. Dividir a experiência
de
morte,no
ambienteque
foram
divididasmuitas experiências
de
vida, éum
sofrimento para osque
morrem
e para osque
assistem. Neste caso, assistirem
duplo sentido,o de
cuidar eo de
serum
espectador.É
um
acontecimento distante, assustador, místico4
-REFERENCIAL TEÓRICO
Durante
a prática assistencial junto ao paciente foi utilizado ametodologia
proposta pelo serviçode
Enfermagem
do
CEPON,
baseada
nas Teorias
do
autocuidadode
Orem
eo
interacionismode
Peplau.As
Teorias de Hildegard E. Peplau e Dorothéia E.Orem
foram
escolhidas para
fundamentar
a prática assistencialdo
Serviço deEnfermagem
do
CEPON,
pois, possibilitamo desenvolvimento
das açõesde fonna
interativacom
o
paciente oncológico,ou
seja, paciente, família eenfermagem
relacionam-secom
a finalidade de diagnosticar econhecer
osproblemas
e as necessidadesdo
paciente/família,com
a intenção deelaborar
um
plano de açãode
cuidados deenfennagem.
O
processo interpessoal, fazcom
que
o profissional deEnfermagem
e opaciente interajam
buscando
um
crescimento recíproco, e poro
outro lado,o processo educativo para
o
autocuidado, sugerido porOREM,
fazcom
que
o
indivíduobusque
possibilidades, “para amanutenção da
vida,da
saúde eEsta
dinâmica
possibilitauma
aproximação da
família ecomunidade,
pois estes
também
passam
por etapas de aprendizado parao
autocuidado.4.I -
PROCESSO
INTERATIVO
-
TEORIA
DE
HILDEGARD
E.
PEPLAU
Na
Teoriado
Processo Interativo de Hildegard E. Peplau, atomada
de
decisões terapêuticas
de
Enfermagem
é determinada atravésda
interaçãoentre paciente e
enfermagem
de
forma
direta ecom
a família, sociedade eambiente de
forma
indireta.i
Existe
uma
relaçãode
afinidade entreo
profissional eo
indivíduo.A
enfermagem
trabalha a individualidadedo
ser, encontrando significado nesta experiência.O
cuidadode
enfermagem
nesta teoria é humanístico procurando assistir as necessidadeshumanas
básicas paraque o
indivíduosupere o desconforto, a dúvida, a ansiedade e a insegurança. Procura
também
prepararo
paciente e família para a independentizaçãodo
pacientecom
o profissionalde enfermagem,
através das etapasde
informação,esclarecimentos e controle
de
habilidades, isto representao
processode
aprendizado para
o
retomo
ao lar e as atividades locais.Peplau identifica quatro fases nas relações interpessoais:
4.1.1 - Orientaçao:
É
a fasede conhecimento
e entrosamento entre pacien-te/enfermagem/família, de reconhecimento de expectativas e de
identificação de problemas.
Segundo
Peplau, “ tal ação diminui a tensão e a31
4.1.2 - Identificação:
Esta fase é representada por
um
canal decomunicação
entreo
profissional de
enfermagem
eo
paciente.É
nesta faseque
acontece atomada
de decisão quantoao
auxíliomais
adequado.Cada
paciente reage deforma
distinta, a relaçãocom
0
enfermeiropode
ser de interdependência,independência e dependência.
~
4.1.3 - Exploraçao
O
enfermeiro ajudao
paciente aconhecer
e explorar todos oscaminhos
disponíveis, ajudando-o
na
resoluçãodo
que
foi identificadocomo
problema,
consequentemente ocorreo
progressona
direçãodo
passo final afase de solução.
Àlguns
pacientes poderão tomar-se independentes, autoconfiantes edemonstrarão iniciativa, estabelecendo
um
comportamento adequado
paraatingir
algum
objetivo.O
enfemieiro,deve
encorajaro
paciente à análise, à percepção eao
conhecimento
de suas sensações,pensamentos
ecomportamentos,
sem
características de julgamentos,
ou
seja,de
uma
forma
terapêutica. Isto é,o
uso de auxílio profissional para altemativas
de
soluçãodo
problema.4.1.4 - Resolução.
As
metasforam
satisfeitasem
decorrênciasda
interaçãoda
interação enfermeiro/paciente etambém
com
a família.No
entanto,há
a necessidadeda
dissociação da relação terapêutica interpessoal, tendoem
vistaque
opaciente já foi solucionado.
Tanto o
paciente quanto o profissionaltomam-
se pessoas mais seguras, amadurecidas e independentes,ou
melhor, está é afase da finalização da relação terapêutica profissional.
A
teoria de Peplau apresenta restrições ao envolvimentocom
ainconscientes e aos indivíduos retraídos
que não
secomunicam
de
modo
eficaz, desta forma,
não
seadequam
a fasede
orientaçãopor
não haver
interação.
Devido
a estas limitaçõesassociamos
à Teoria de Peplau a Teoriade
do
Autocuidado
deOrem,
teorias compatíveisque
se interrelacionam.Acreditamos que
esta associação possibilitou a operacionalizaçãodo
projeto
de forma
lógica e simples,além de
ter garantidoque
as ações deenfennagem
fossem
desenvolvidasde
fonna mais
completa.4.2 -
AUT
OCUIDADO
-
TEORIA
DE
DOROTHÉA
E.
OREM
De
acordocom
OREM,
“aEnfennagem
tem
como
especialpreocupação
a necessidadede ações de
autocuidadodo
indivíduo, eo
oferecimento e controle disso,
numa
base
contínuapara
sustentara
vida ea
saúde, recuperar-se dedoença ou
ferimento e compatibilizar-secom
seusefeitos
Em
sua terceira ediçãode
Nursing: Concepts of Practice,OREM
desenvolve sua teoria geral de
Enfennagem,
em
três partes relacionadas.Essas partes são: l- Autocuidado, 2-
Deficiência do
autocuidado e 3-Sistemas de
Enfermagem.
A
adaptaçãoda
Teoria para aEnfennagem
Oncológica
visa auxiliaro
indivíduo a perceber e a realizar
o
autocuidadoquando
possível, equando
não, a família eou
enfermeiroassumem,
mas
tendosempre
como
intuito aautonomia
do
indivíduo.4.2.1 - Teoria do Autocuidado
33
“A
prática de atividades, iniciadas e executadas pelos indivíduos,em
seu próprio benefício, para a
manutenção
da
vida,da
saúde edo
seubem-
estar.”
“Autocuidado
efetivamente executado, contribui demaneira
específicapara a integridade da estrutura
humana
para ofuncionamento da
pessoa epara seu desenvolvimento”.
“Habilidade
(humana)
para engajar-seem
autocuidado”.Nesta
fase, o indivíduodesenvolve
seu autocuidado voltado para asnecessidades
do
processo de vida ede manutenção da
integridade efuncionamento da
estruturahumana
(universal), para as adaptações àsmudanças
físicasou
outras (desenvolvimentais) e para as experiênciasdo
processo saúde-doença
ou
experiênciasmédicas
(desvio de saúde). 'Estasações
tem
o objetivo de provisãodo
autocuidado.4.2.2 - Teoria do Déficit do Autocuidado
Fase
que
compreende
os desviosde
saúde, nelasurgem
as limitaçõesdo
autocuidado
do
indivíduo.A
enfermagem começa
a atuar satisfazendo ademanda
atual de autocuidado através dos conhecimentos, habilidades eexperiências.
“O
indivíduo necessita de ajuda para recuperar-seda
enfermidade
ou
ferimento,ou
ainda, para compatibilizar-secom
seusefeitos”.
Segundo Orem,
há cincométodos
de
ajuda pelo enfermeiro:l. Agir
ou
fazer pelo outro;2. Guiar o outro; 3.
Apoiar
o outro;4. Proporcionar o ambiente
que
promova
o desenvolvimento pessoalquanto a tornar-se capaz
de
satisfazerdemandas
futurasou
atuais de5. Ensinar
o
outro.Orem
identifica cinco áreasde
atividades para a práticade
enfermagem:
l. Iniciação e
manutenção
das relações enfermeiro/paciente,com
pessoas,famflias
ou
grupos, atéque
os pacientespossam
realmente serdispensados
da enfermagem;
2.
Determinação da
possibilidade de os pacientesserem
ajudados pelaenfermagem
e amaneira
como
issopode
se dar;3. Resposta às solicitações, desejos e necessidades dos pacientes, através
do
contato eda
ajuda dos profissionais deenfermagem;
4. Prescrição, oferecimento e regularidade
de
ajuda direta aos pacientes eaos seus familiares, importantes sob a
fonna de
Serviçosde
Enfennagem;
5.
Coordenação
e integração dos Serviçosde
Enfennagem
com
a vidadiária
do
pacientecom
outros cuidados de saúde necessitadosou sendo
recebidos e
com
outros serviçosde
caráter socialou
educativo, necessáriosou sendo
recebidos.4.2.3 - Teoria de Sistemas de
Enfermagem
Orem
define sistemas de ações terapêuticas parao
autocuidadodo
paciente, tendo
o
intuito de satisfazer sua condição física, clínica eemocional.
Sistema de
Enfennagem
e suas atividades:1. Sistema
Complementar
Compensador:
ocorrequando
o
pacientenão
tem
os recursos necessários para alcançar ademanda
da
terapêutica de autocuidado e a satisfação destademanda
éde
responsabilidadedo
enfermeiro,
devendo
tero
objetivo de dar suporte à vida, à segurança e assegurar ofuncionamento
orgânico efetivo;35 2. Sistema Parcialmente
Compensador:
ocorrequando
o
paciente eo
enfermeiro
desempenham
medidas
de assistências à saúde.Neste
sistema os recursos para alcançar
algumas
dasdemandas
de autocuidadoterapêutico estão dentro
da
capacidadedo
paciente, e osque não
estãosão de responsabilidade
do
enfermeiro;3. Sistema de Suporte Educativo: ocorre
quando o
pacientetem
osrecursos para alcançar as
demandas
de autocuidado terapêutico,mas
necessita
da
assistênciado
enfermeiro paratomar
decisões, controlarcomportamentos ou
adquirirconhecimentos ou
habilidades.E
ainda abrange a capacidadede
familiares eamigos
parao envolvimento no
processo de autocuidado.
Confonne
enfatizaOrem,
éo
próprio sistemade
valorque
determina asprioridades
do
autocuidado, adicionado ao envolvimentodo
pacienteem
sua execução, visto ser estratégia valiosa de suporte ao
retomo
do
indivíduono
seu papel social, enquanto ser laborativo, participativo e produtivo.As
ações de autocuidado
que
atende as variaçõesda
saúde são facilmente assimiladas por aquelesque
detenham
o poder de
confiarem
simesmo
ena
sua reabilitação.
Pode
um
enfermeiro encorajar e salvaguardar aspotencialidades
do
paciente, afim
de prevenir o surgimentode novas
limitações para
o
autocuidado .4.3 -
CONCEITOS
UTILIZADOS:
Para nos orientar
na
elaboração teexecução
deste trabalho, utilizamosconceitos de: Twycross,
Radünz,
Marcelino, Ávila et al., Ferreira eOMS
Enfermagem
“É
a arte de cuidarem
saúde,buscando
a qualidade de vida, atravésdo
cuidado técnico e
humanizado.
Seu
exercício exigeconhecimento
científico próprio a ser consolidado e ampliado. Possui habilidade parapromover
aeducação,
em
constante interaçãocom
o
paciente, procurando atender suas necessidades, estimulando epromovendo
o
autocuidado, utilizando osrecursos
da
família, considerando a realidadedo
contextono
qual estáinserido” (Ávila et al. 1997, p. 5).
Enfermeira
em
oncologiaSegundo
RADÚNZ
(1998, p. 6) “éum
serhumano
possuidor deum
“feeling” especial para
com
os outros e paracom
elamesma,
com
competência na
área deenfermagem
em
oncologia,que
cuidade
simesma
e profissionalmente dos outros,
que
procura despertar nos outros e nelamesma
a capacidadeque o
indivíduotem
paradesempenhar
os seus papéis eque
desenvolve empatia ao agir terapeuticamente”. -Cuidar
Para
RADÚNZ
(1998, p. 15), “é olharenxergando o
outro, é ouvir escutandoo
outro; observar,percebendo
o
outro, sentir,empatizando
com
o
outro, estando disponível para fazer
com
ou
parao
outro os procedimentostécnicos
que
elenao
aprendeu a executarou
nao consegue
executar,procurando compartilhar o saber
com
o
cliente e/ou familiares a respeito,37 á estabelecer
também
uma
política assistencial de saúde ede
enfermagem,
garantindo acesso ao tratamento, à
medicação
etc...,o
que, certamente,garantirá
uma
qualidade de assistência”.Saúde
“É
uma
condição de bem-estar ede
qualidade de vidado
serhumano,
num
constante processo de interaçao e equilíbrio consigomesmo
ecom
o
meio”
(Ávila, et al. 1997, p. 4).Doença
“Doençal
câncerem
oncologianão
representauma
única doença,mas
éum
processocomum
aum
grupo de
manifestaçõesnão
saudáveisque
diferem
em
sua etiologia, freqüência e manifestações clínicas,que
alterama vida
numa
proporçao multidimensional, de acordocom
os critériospessoais/culturais/situacionais” (Ávila, et al. 1997, p. 5).
Ser
Humano
“Ser
humano
éum
ser livre,vivendo
em
sociedade,com
característicaspróprias e individuais,
com
direito a qualidade de vida, a liberdade e a segurança,com
igualdade de direitos,sem
distinção de qualquer espécie,seja raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política e classe social,
com
direito a ser aceito, respeitado, reconhecido, estimulado e
compreendido
como
pessoa,com
capacidade de aprender e ensinar, de aceitar e proporCliente
Oncológico
“Corresponde ao nosso conceito
de
“homem”,
interagindocom
seu processo de doença.Neste
processo ele apresenta manifestações geraisque
o
leva a procurar os serviçosde
saúde, para investigar as causas destasalterações
no
seu contextode
vida e saúde,buscando
uma
forma
de
amenizá-las e visando a rernissão e/ou controle
da doença
com
qualidadede
vida, dentro deum
processo interativocom
os profissionaisde
saúde e afamflia”
(Ávila, ez ai. 1997, p. 5).Para
RADÚNZ
(1998, p.6) cliente oncológico “éum
serhumano
com
diagnóstico de câncer
que
vem
ao serviçode
saúde para: iníciode
tratamento quimioterápico; surgimento
do
protocolo de drogas; controlequando
em
remissãoda
doença; reiniciodo
protocolo de drogas,em
casode
recidiva, aparecimentode
metástasesou
quando
do
diagnósticode
outrocâncer primário;
acompanhamento
final de vida”.Unidade
PaliativaSegundo
aOMS
(1995), aUnidade
paliativaque
éo ambiente
onde
nosso cliente está inserido, é a unidade
onde
sepromove
uma
qualidade de vida atéo
momento
da
morte,com
controleda
dor e outros sintomascom
o
uso
de drogas analgésicas e atendendo suas necessidades básicas,proporcionando-lhe
uma
morte
tranqüila, oferecendo suporte àsnecessidades sociais, espirituais e psicológicas dos pacientes e suas