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Avaliação das condições de vida da população do Brasil, Nordeste e Rio Grande do Norte

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Avaliação das condições de vida da população do Brasil, Nordeste e Rio

Grande do Norte

Maria Nísia de Oliveira RibeiroLára de Melo BarbosaPalavras-chave: condições de vida, desigualdade social, condições sociais

Resumo: O objetivo deste trabalho é realizar uma comparação entre as condições de vida das famílias brasileiras, nordestinas e norte-rio-grandenses. Para tanto, utilizaremos a avaliação realizada por um representante da família, na Pesquisa de Orçamentos Familiares – POF, 2002/2003, tendo como dados básicos as informações constantes do “Questionário de Condições de Vida”, parte integrante desta edição da POF. Esta informações permitem analisar questões referentes à suficiência da renda e da alimentação, existência de problemas de infra-estrutura na moradia, existência e nível de satisfação com alguns serviços básicos do domicílio e o pagamento (em dia) de algumas despesas domésticas tais como: aluguel, água, energia, gás e prestação de bens ou serviços adquiridos. Os resultados evidenciaram que as condições de vida para a população residente nos estados do Nordeste são bem mais precárias vis-a-vis os residentes do País como um todo, fato que retrata a desigualdade regional existente no Brasil. Entre os estados do Nordeste, o Rio Grande do Norte se destaca como aquele detentor das melhores condições de vida, notadamente no que diz respeito aos serviços básicos e a infra-estrutura existente na moradia. Em contraposição os Estados do Maranhão e do Piauí apresentaram as piores situações na maioria das variáveis analisadas. No que diz respeito à suficiência da alimentação observa-se elevado percentual de famílias, tanto no Brasil (46,6%) como nos estados do Nordeste (60,8%), que consideram padecer de algum tipo de privação no que se refere à quantidade de alimentos consumidos. É bom ressaltar que se trata de uma questão das mais subjetivas, uma vez que a quantidade do alimento pode variar de pessoa para pessoa e o que satisfaz a um, pode não ser suficiente para outro. Não estão sendo avaliados, nesta questão, aspectos relacionados a quantidades necessárias para atender às necessidades calóricas adequadas do ponto de vista nutricional.

Trabalho apresentado no XV Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, realizado em Caxambu - MG - Brasil, de 18 a 22 de setembro de 2006.

Pesquisadora do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte – IDEMA.

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Avaliação das condições de vida da população do Brasil, Nordeste e Rio

Grande do Norte

Maria Nísia de Oliveira RibeiroLára de Melo Barbosa1 Introdução e objetivo

Reconhecidamente, o Brasil apresenta uma alta incidência de pobreza e elevada desigualdade na distribuição da renda (IPEA, 2005). Isso implica em precárias condições de vida para uma significativa parcela da população, uma vez que a renda é fator determinante na obtenção de bens e serviços essenciais para assegurar uma melhor qualidade de vida.

As regiões Norte e Nordeste, consideradas as mais carentes economicamente, apresentam os mais elevados níveis de pobreza. Em termos sintéticos, o Índice de Desenvolvimento Humano-IDH1 mostra que, no Nordeste as condições de vida são mais precárias do que as das demais regiões, quaisquer que sejam os indicadores considerados (Atlas, 1998). Nesse contexto de desigualdades, o Nordeste situa-se como uma região onde prevalecem condições sociais precárias para a grande maioria da população, carente de saúde, educação e renda, carências estas que refletem sobremaneira na qualidade de vida da população.

Um estudo intitulado “O Radar Social”, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA em 2005, utilizando dados referente ao ano 2003, revela que 31,7% da população brasileira é constituída de pobres. No referido estudo, considerou-se a pobreza medida pela proporção de pessoas com renda domiciliar per capita de até meio salário mínimo. Na região Nordeste, esse mesmo indicador é superior a 45% para todos os estados que a compõem, tendo os estados de Sergipe e Rio Grande do Norte registrado os menores percentuais de 47,2 e 49,4% respectivamente. Dentre todas as unidades da federação, o estado de Alagoas com 62,3% detém a maior proporção de pobres em sua população. A renda, neste caso, é tida como o principal indicador para classificar as pessoas na condição de pobres ou não-pobres. Neste sentido, a renda passa a ser um importante, se não o principal determinante das condições de vida e bem-estar de uma população.

Os baixos níveis de renda verificados entre a população da região Nordeste, pressupõem a exclusão de uma parcela significativa de sua população ao acesso a bens e serviços básicos essenciais para garantia das mínimas condições de vida.

Condições de vida é um conceito eminentemente subjetivo, uma vez que, na sua concepção estão aspectos relacionados com o atendimento de necessidades vitais básicas tais como: moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte, dentre outras. O atendimento destas necessidades garante aos indivíduos melhores condições de vida e bem-estar.

A avaliação das condições de vida de uma população pressupõe a utilização de indicadores sociais. Para (Jannuzzi, 2001), “os indicadores sociais se prestam a subsidiar as atividades de

Trabalho apresentado no XV Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, realizado em Caxambu - MG - Brasil, de 18 a 22 de setembro de 2006.

Pesquisadora do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte – IDEMA.

Professora do Departamento de Estatística/UFRN. Pesquisadora do Grupo de Estudos Demográficos - GED.

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O IDH nos últimos anos é um indicador bastante utilizado uma vez que posiciona países, estados e municípios quanto às condições de vida. Trata-se de um indicador sintético calculado pelo IPEA, Fundação João Pinheiro e Programa das Nações Unidas – PNUD o qual contempla três dimensões distintas: renda, longevidade e educação.

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planejamento público e formulação de políticas sociais nas diferentes esferas de governo, possibilitam o monitoramento das condições de vida e bem-estar da população por parte do poder público e da sociedade civil e permitem aprofundamento da investigação acadêmica sobre a mudança social e sobre os determinantes de diferentes fenômenos sociais”.

Jannuzzi (2001) ainda assinala que dentre os indicadores sociais se destacam aqueles subjetivos de qualidade de vida, os quais são indicadores “construídos a partir do levantamento de um conjunto amplo de impressões, opiniões e avaliações sobre diferentes aspectos do ambiente sócio-espacial da população, abordando a satisfação quanto ao domicílio, as facilidades existentes no bairro e às economias e deseconomias da vida no município, das condições materiais às aspirações pessoais”.

Deve-se levar em consideração que a avaliação das condições de vida, pela ótica do próprio entrevistado, representa a percepção que ele tem de sua posição na vida e no contexto social em que está inserido. Retrata, portanto, um conjunto de valores onde estão presentes suas aspirações, objetivos, preocupações em relação com o seu modo de produzir e se reproduzir na sociedade.

Sendo assim, este trabalho pretende analisar empiricamente as condições de vida das famílias brasileiras, do Nordeste e do Rio Grande do Norte, buscando identificar, principalmente, diferenciais intra-regionais.

2 Contextualizando o estado do Rio Grande do Norte

Para situar o estado do Rio Grande do Norte no contexto regional e nacional, no que diz respeito aos aspectos demográficos, bem como ao nível educacional da população, utilizamos os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD de 2003.

O Rio Grande do Norte com uma população de 2.929.424, segundo dados da PNAD 2003, representa apenas 1,7% da população do Brasil. Localizado na região Nordeste contribui com aproximadamente 6% da população desta Região, que é a segunda do Brasil em termos populacionais concentrando em torno de 28% da população do País, perdendo apenas para a região Sudeste com 43,5% do total populacional regional 2.

Em se tratando da análise da população nos segmentos urbano e rural, fica evidente o acentuado processo de urbanização ocorrido nas últimas décadas. Em 1970 a população urbana do estado do Rio Grande do Norte atingiu a mesma proporção da população rural. No contexto nacional e regional, os dados de 2003 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD´s mostraram que embora o Rio Grande do Norte já concentre 72,4% de sua população residindo em áreas urbanas, ainda não atingiu o nível de urbanização observado para o Brasil como um todo que é de 84,3%, muito embora tenha observado a mesma dinâmica da região, cuja taxa de urbanização está em torno dos 70%. Convém destacar que o Nordeste representa 52,8% da população rural do país.

Com relação à condição de atividade da população, ainda com base nos dados da PNAD 2003, o Rio Grande do Norte detém um percentual inferior ao Nordeste e ao Brasil no que se

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A PNAD é uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE no Brasil desde 1967 e tem como objetivo fornecer informações anuais sobre a realidade socioeconômica brasileira. O questionário padrão contém informações sobre os aspectos demográficos e ocupacionais, entretanto a cada ano são incorporados temas de interesse social específico. As informações obtidas nesta pesquisa, por permitem o conhecimento da realidade recente, constituem-se um importante instrumento para o planejamento de ações governamentais sendo ainda amplamente utilizadas por pesquisadores em geral, na realização de estudos sobre os mais variados temas contidos nesta pesquisa. A PNAD cobre todo o País, exceto a área rural dos estados da Região Norte, onde residem apenas 2,5% dos habitantes do território nacional. Esta pesquisa só não é realizada nos anos de levantamento do Censo Demográfico.

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refere a população considerada economicamente ativa. No Rio Grande do Norte, da população de 10 anos ou mais de idade, 55,3% encontra-se na categoria de economicamente ativa. Em se tratando do País esse percentual é de 61,4, contra 60,1% na região Nordeste. A análise da população economicamente ativa por grupos de idade revela que no Estado as pessoas na faixa de 10 a 14 anos, economicamente ativas, representam uma proporção menor que no Brasil e na Região. Considerando que nesta idade os jovens devem estar ainda em processo de capacitação, esse dado, pode ser visto de forma positiva. Entretanto, quando se analisa esta população nas faixas de idade mais elevadas, constata-se que o Rio Grande do Norte também está em menores proporções que o País e a Região, podendo estar indicando a falta de oportunidades para o engajamento no mercado de trabalho.

No que diz respeito à educação, de acordo com os dados da PNAD 2003 pode-se observar que no Brasil, e em particular na região Nordeste, ainda persiste, para uma grande parcela da população, altos índices de analfabetismo. No Brasil, a taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais de idade é de 11,6%, o que equivale a 14,6 milhões de pessoas. A região Nordeste concentra o maior percentual de analfabetos com 23,2% de pessoas nesta situação, em contraposição na região Sul esta taxa corresponde a 6,4%. Com relação aos estados da região nordeste observa-se que em Alagoas o analfabetismo ainda atinge 30,4% da população desta faixa etária. No Rio Grande do Norte o percentual de analfabetos é idêntico ao da região em que está inserido, sendo, portanto, ainda muito elevado.

“A educação é um requisito fundamental para uma adequada inserção na sociedade. É essencialmente por seu intermédio que as pessoas podem adquirir e exercer sua cidadania, no âmbito econômico, social e político” (IPEA, 2005). É inquestionável a importância da educação para a melhoria das condições de vida.

Com relação ao IDH, para o ano de 1991, Pernambuco com Índice de 0,620 foi o estado da região Nordeste que apresentou o melhor desempenho. Já no ano 2000, o Rio Grande do Norte ao lado de Pernambuco, alcançou a primeira colocação entre os estados da região, com um índice da ordem de 0,705. Neste mesmo ano, nenhum estado da Região Nordeste atingiu a média nacional que foi de 0,766. Na classificação geral dos estados do País em relação ao IDH os nove estados do Nordeste estão entre os dez últimos colocados, sendo o Piauí, Alagoas e Maranhão os que apresentam as piores situações.

3 Fontes de Dados e Metodologia

A principal fonte de dados utilizada neste trabalho foi a Pesquisa de Orçamentos Familiares – POF 2002/2003, especificamente os dados constantes do Questionário de Condições de Vida, parte integrante desta edição da pesquisa, disponíveis na forma de microdados.

A pesquisa de Orçamentos Familiares – POF,realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, é mais uma das mais importantes fontes de informações para o conhecimento da realidade brasileira a exemplo dos Censos e das Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílios, também sob a responsabilidade deste mesmo órgão.

A POF é uma pesquisa domiciliar que tem como objetivo “mensurar as estruturas de consumo, dos gastos e dos rendimentos das famílias e possibilita traçar um perfil das condições de vida da população brasileira a partir da análise de seus orçamentos domésticos” (IBGE, 2004).

Através das informações da POF é possível conhecer os bens consumidos e os serviços utilizados pelas famílias residentes nas áreas urbanas e rurais de todas as unidades da federação, bem como o que representa cada um desses bens e serviços na despesa global dessas famílias durante um ano.

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A POF tem diversas aplicações, podendo-se destacar a utilização dos seus resultados: na gestão de políticas públicas para melhoria das condições de vida, em especial de combate à pobreza; nas ações públicas nos campos da segurança alimentar, nutrição, saúde, entre outros; no investimento privado, estudo de potencial do mercado consumidor, por exemplo; na atualização das estruturas de ponderações das medidas de inflação; na atualização da estimativa do consumo nas contas nacionais e regionais; na construção de base de dados e indicadores para mensuração e análise da pobreza e desigualdade.

A POF é uma pesquisa realizada por amostragem. O total de domicílios selecionados para a amostra em todo o Brasil foi de 60.911, destes 48.470 foram efetivamente pesquisados. No caso do estado do Rio Grande do Norte, a amostra selecionada foi de 1.919 tendo as entrevistas sido realizadas em 1.548 domicílios.

A captação das informações pela POF ocorreu durante um ano, estendeu-se de Julho 2002 a junho de 2003. Além das despesas realizadas continuamente durante todo o ano, é possível obter aquelas realizadas sazonalmente em função das estações do ano (agasalho no inverno, refrigerantes, cervejas, água mineral no verão, etc.) ou em decorrência de condições de preços que os produtos apresentam no mercado, por ocasião das safras e entressafras, ou, ainda, em períodos especiais, como: início do ano letivo, férias, Natal, etc.

Cada domicílio pesquisado teve seu orçamento acompanhado por um período de nove dias, sendo no primeiro dia a abertura da entrevista e dados do domicílio; nos sete dias seguintes feitos os registros das despesas, rendimentos, quantidades de alimentos, posse de bens duráveis e outros relacionados e no nono e último dia da pesquisa reservado para o fechamento dos dados de despesas e rendimentos e para a aplicação do Questionário sobre condições de vida, encerrando a entrevista.

A POF tem um elevado grau de detalhe na captação das despesas realizadas pelas famílias. Assim como as despesas, a composição dos rendimentos também é pesquisada de forma bastante detalhada. Para tanto, a POF utiliza-se de seis instrumentos de registro: POF 1 – Questionário do Domicílio, POF 2 – Questionário de Despesa Coletiva, POF 3 – Caderneta de Despesa Coletiva, POF 4 – Questionário de Despesa Individual, POF 5 – Questionário de Recebimento Individual e POF 6 - Questionário de Condições de Vida. Este questionário foi introduzido na POF atual – não podendo estabelecer comparações com as pesquisas anteriores. As informações elencadas neste questionário são captadas estrategicamente no nono dia de pesquisa no domicílio. Para tal, levou-se em conta que o pesquisador já conquistou a confiança do entrevistado para que o mesmo pudesse responder esse questionário com o sucesso esperado.

A primeira pesquisa sobre orçamentos familiares realizada pelo IBGE, intitulada Estudo Nacional da Despesa Familiar – ENDEF, teve como data base 1974-1975. As outras edições da Pesquisa de Orçamentos Familiares foram realizadas em 1987-1988 e 1995-1996, sendo esta 2002-2003 a quarta pesquisa desta natureza.

O rendimento médio mensal familiar estimado na POF é formado pelo rendimento monetário (rendimentos do trabalho, transferências, rendimentos de aluguel e outros rendimentos da família) e não-monetário (estimado a partir da utilização e do consumo de produtos adquiridos através da produção própria, retirada do negócio, troca, doações, pagamentos em espécie, entre outros).

Este trabalho foi desenvolvido em três etapas. Inicialmente foi feita a tabulação dos dados sobre condições de vida obtidos na POF, de modo a permitir comparação nos três níveis: Brasil, Região Nordeste e os estados da referida região separadamente, com destaque para o Rio Grande do Norte. Os dados que ainda não haviam sido divulgados pelo IBGE, como

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atrasos nos pagamentos de algumas despesas, por exemplo, foram obtidos através dos microdados adquiridos junto a esse órgão.

Em seguida, procedeu-se uma análise descritiva dos resultados encontrados, utilizando-se para algumas variáveis consideradas mais significativas a correlação com a faixa de renda de até seiscentos reais, uma vez que esta classe de rendimentos concentra metade das famílias da Região Nordeste. As famílias sem rendimentos estão incluídas nesta classe de até seiscentos reais.

Por último, com o objetivo de identificar os estados que apresentassem situações semelhantes quanto às suas condições de vida, procedeu-se a análise de agrupamento das 15 (quinze) variáveis selecionadas, quais sejam: renda - chegar ao fim do mês com o rendimento (facilidade); alimentação (suficiência); serviço de água (bom); serviço de coleta de lixo (bom); serviço de energia elétrica (bom); serviço de iluminação de rua (bom); serviço de drenagem e escoamento da água de chuva (bom); condições de moradia (boas); pouco espaço na moradia (inexistência); telhado com goteira (inexistência); fundação, paredes ou chão úmidos (inexistência); madeiras das janelas, portas ou assoalhos deteriorados (inexistência); pagamento de aluguel ou prestação da casa/apartamento (em dia); pagamento de água, eletricidade, gás, etc. (em dia); pagamento de prestação de bens ou serviços adquiridos (em dia).

Na análise de cluster utilizou-se a técnica de agrupamento hierárquico aglomerativo, empregando-se os métodos de agrupamento pelo vizinho mais distante “complete linkage” e agrupamento pela variância mínima “ward´s metthod”. A concordância entre a classificação obtida e a estrutura original dos dados, foi medida pelo cálculo do coeficiente de correlação cofenético entre os correspondentes elementos da matriz de distâncias original e a matriz de distâncias obtida a partir do dendograma. Este coeficiente indica que quanto mais próximo de um, melhor será a representação. Um coeficiente de correlação cofenética igual ou superior a 0,8 já pode ser considerado um bom ajuste, na análise de agrupamentos (BUSSARB e MIAZAKI, 1990).

A métrica utilizada foi à distância euclidiana e o processamento dos cálculos foi feito através do software Statistica 7.0.

4 Análise dos resultados

Para Jannuzzi (2001), o conceito de “Condições de Vida poderia ser operacionalmente traduzido como o nível de atendimento das necessidades materiais básicas para sobrevivência e reprodução social da comunidade”. Neste conceito, segundo o autor, estão implícitas as condições de saúde, habitação, trabalho e educação dos indivíduos da comunidade, que podem ser mensurados através da construção de indicadores sociais elaborados a partir de estatísticas públicas. Essas condições podem ser entendidas como a existência de necessidades básicas que precisam ser atendidas para garantir condições mínimas de vida. A POF ao investigar questões relativas as condições de saúde, alimentação, moradia, renda e educação das famílias de todo o País permite o conhecimento das condições de vida das famílias a partir de sua própria percepção.

Com relação à distribuição da renda das famílias, os resultados obtidos na POF e de acordo com as classes de renda utilizadas neste trabalho mostram que no Brasil 30,4% das famílias estão na classe de renda mais baixa, até três salários mínimos, enquanto o Nordeste apresenta 52,8% nesta faixa salarial. Já na classe de renda mais alta, acima de três mil reais, enquanto o Nordeste tem apenas 6,5% de famílias, o Brasil tem 14,6%. Esses percentuais denotam a existência das desigualdades na distribuição da renda verificadas no País, onde as regiões Sul e Sudeste concentram os maiores níveis de renda. O estado do Rio Grande do Norte apresenta

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níveis de renda semelhantes aos da Região em que se localiza, com pequena vantagem no percentual de famílias com rendimentos de até seiscentos reais que é inferior ao Nordeste. As piores situações estão nos estados de Alagoas, Piauí, Paraíba e Maranhão onde podem ser observados os mais altos percentuais de famílias, cujos rendimentos não ultrapassam o equivalente a três salários mínimos (Gráfico1).

Gráfico 1

Brasil e Região Nordeste

Distribuição das famílias por classes de rendimento monetário e não monetário, 2002/2003

30,4 52,8 58,3 59,1 54,1 50,5 59 47,3 61,1 56,9 48,6 28,3 25,5 24,7 22,7 25,5 26,9 24,2 28,4 21,6 23,6 25,8 26,7 15,3 13,5 12,9 13,7 15,5 11,9 18 11,7 13,3 17,4 14,6 6,5 3,6 5,3 6,7 7,1 5 6,3 5,6 6,1 8,2 BR NE MA PI CE RN PB PE AL SE BA 0% 20% 40% 60% 80% 100%

Até 600,00 Mais 600,00 a 1.200,00 Mais 1.200,00 a 3.000,00 Mais 3.000,00

Fonte: IBGE, Microdados da Pesquisa de Orçamentos Familiares - 2002/2003.

A POF contempla uma série de questões que permitem uma avaliação das condições de vida das famílias brasileiras. Convém ressaltar que se trata de uma avaliação subjetiva, uma vez que diz respeito à opinião de um membro da família que foi indicado para responder as questões como o seu representante. A avaliação das condições de vida do presente estudo refere-se a: suficiência da renda e da alimentação, condições de moradia, qualidade e acesso aos serviços básicos, problemas relacionados a infra-estrutura da moradia e seu entorno, bem como dificuldades com o pagamento de algumas despesas domésticas.

4.1 Suficiência da renda e alimentação

A POF procurou investigar o grau de dificuldade para a família chegar ao final do mês com o seu rendimento, apresentando ao entrevistado as seguintes opções de resposta: muita dificuldade, dificuldade, alguma dificuldade, alguma facilidade, facilidade e muita facilidade. Assim, as três primeiras alternativas de resposta medem a “dificuldade”, enquanto as demais a “facilidade” que as famílias teriam em administrar os seus rendimentos dentro do mês. De acordo com os resultados obtidos percebe-se que de uma maneira geral as famílias enfrentam dificuldade para equacionar o seu orçamento doméstico. Em se tratando de Brasil, 85,3% das famílias têm algum grau de dificuldade, sendo que o maior percentual de famílias (34,5%) respondeu como tendo “alguma dificuldade” sendo esta a alternativa de resposta que denota o menor grau de dificuldade entre as três possíveis. Quando a análise passa a ser em nível de nordeste a situação mostra-se mais contundente. Com algum grau de dificuldade são 91,1%, sendo que 40% responderam ter muita dificuldade, ou seja, realidade inversa à

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encontrada para os resultados do país como um todo. No estado de Alagoas, as famílias que se enquadraram nesta categoria representam 48,6%.

Como era de se esperar, quanto menor a renda, maior é a dificuldade enfrentada pela família. A correlação entre as famílias de baixa renda (rendimentos de até seiscentos reais), com as famílias com dificuldade para chegar ao final do mês com o rendimento é bem elevada. Os estados de Alagoas, Piauí, Paraíba e Maranhão são os que apresentam as piores situações nesta relação como pode ser visto no Gráfico 2. Comparando o Rio Grande do Norte com Pernambuco percebe-se que, apesar do Estado de Pernambuco ter apresentado um menor percentual de famílias com renda de até seiscentos reais apresenta maior percentual de famílias que se declararam com dificuldades para chegar ao fim do mês com o rendimento. Em se tratando do Brasil, onde as famílias que ganham até seiscentos reais representam 30%, as que consideraram esta dificuldade perfazem um total de 85%, percentual esse, bem inferior a todos os estados da Região Nordeste.

Gráfico 2

Brasil e Região Nordeste

Correlação entre famílias com rendimentos de até seiscentos reais e famílias com dificuldade para chegar ao fim do mês com o rendimento, 2002/2003

BR NE MA PI CE RN PB PE AL SE BA 25 30 35 40 45 50 55 60 65

% de famílias com rendimento de até R$ 600,00 85 86 87 88 89 90 91 92 93 % f a m íl ia s c o m di fi c u ld a de p a ra c hegar a o f im d o m ê s c o m r e n d im ent o 95% confidence

Fonte: IBGE, Microdados da Pesquisa de Orçamentos Familiares - 2002/2003.

Para a avaliação da quantidade de alimentos consumidos pela família foram apresentadas aos entrevistados as seguintes opções: normalmente não é suficiente, às vezes não é suficiente e é sempre suficiente. Considerando as duas primeiras opções, que tratam da insuficiência de alimentos, obteve-se que, no Brasil, 46,6% das famílias consideram padecer de algum tipo de privação no que se refere à quantidade de alimentos consumidos. Para a região Nordeste esse número é de 60,8%, atingindo 69,2% no Rio Grande do Norte. Trata-se de um dado bastante preocupante, principalmente com relação aos norte-rio-grandenses onde somente 30,8% das famílias consideram que a quantidade de alimentos consumida satisfaz as suas necessidades. Não obstante, é importante ressaltar que a quantidade do alimento pode variar de pessoa para pessoa e, o que satisfaz a um, pode não ser suficiente para outro. Não estão sendo avaliados, nesta questão, aspectos relacionados a quantidades necessárias para atender às necessidades calóricas adequadas do ponto de vista nutricional.

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A renda mais baixa tem uma forte correlação com a quantidade de alimento disponível para a família. È de se esperar que famílias de menor renda tenham menor disponibilidade de aquisição de alimentos. No cruzamento entre as duas variáveis nota-se, no entanto, que nem sempre as famílias dos estados onde há maior percentual de famílias recebendo até seiscentos reais, ou seja, a classe mais baixa de renda, é onde estão os maiores percentuais daqueles que consideram padecer da falta de alimentos, como é o caso do estado do Piauí que tem um dos mais baixos percentuais de famílias que considera sofrer algum tipo de falta de alimentação. Em contraposição o estado do Rio Grande do Norte onde foi registrado o maior percentual de famílias que avaliou a alimentação insuficiente, o percentual de famílias com renda de até seiscentos reais é menor do que estados como Alagoas, Maranhão e Paraíba os quais se posicionam melhor com relação à quantidade da alimentação disponível (Gráfico 3). Convém ressaltar tratar-se de uma avaliação subjetiva, entendendo como “subjetivo” àquilo que é “passado unicamente no espírito de uma pessoa; diz-se do que é válido para um só sujeito e que só a ele pertence, pois integra o domínio das atividades psíquicas, sentimentais, emocionais, volitivas, etc, deste sujeito” (Buarque, 1999). Assim sendo, a percepção das pessoas sobre as suas próprias condições, está sujeita a influências sócio-culturais, religiosas, dentre outras.

Gráfico 3

Brasil e Região Nordeste

Correlação entre famílias com rendimentos de até seiscentos reais e famílias com quantidade de alimento insuficiente, 2002/2003

BR NE MA PI CE RN PB PE AL SE BA 25 30 35 40 45 50 55 60 65

% famílias com rendimento de até R$ 600,00 44 46 48 50 52 54 56 58 60 62 64 66 68 70 72 % f a m íl ias c o m qu ant idade de al im ent o i n s u fi c ient e 95% confidence Fonte: IBGE, Microdados da Pesquisa de Orçamentos Familiares - 2002/2003.

A opinião das famílias em relação ao tipo de alimento consumido foi avaliada segundo três alternativas de respostas: sempre do tipo que quer, nem sempre do tipo que quer e raramente do tipo que quer. Nos três níveis analisados, ou seja, Brasil, Nordeste e Rio Grande do Norte mais de 55% das famílias consideraram que o tipo de alimento consumido nem sempre é o preferido. Dentre os que referiram o consumo de alimentos sempre do tipo preferido encontram-se 26,8, 18,7 e 16,1% das famílias do país, Região e Estado respectivamente. Chama atenção o alto percentual de famílias cuja alimentação é raramente do tipo preferido. No Rio Grande do Norte as famílias nesta condição representam 24,4%, percentual este

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superior a Região Nordeste e ao Brasil, como pode ser visto no Gráfico 4. Nesta questão estão implícitos diversos motivos para que a pessoa não tenha sempre a mesa o seu alimento preferido. A renda, obviamente, é um dos principais, mas existe uma série de outras razões como indicação médica ou a inexistência do alimento desejado no mercado, dentre outras. Alimentar-se daquilo que mais agrada, certamente não deixa de ser uma questão importante para aumento do nível de satisfação e bem-estar o que se reflete nas condições de vida, contudo, o mais importante neste aspecto é o atendimento da necessidade vital de alimentação.

Gráfico 4 Brasil e Região Nordeste

Distribuição das famílias por avaliação do tipo de alimento consumido, 2002/2003

26,8 18,7 16,1 56,1 57,9 59,5 17,1 23,4 24,4 Brasil Nordeste RN 0 10 20 30 40 50 60 70

Sempre tipo preferido Nem sempre tipo preferido Raramente tipo preferido %

Fonte: IBGE – Pesquisa de Orçamentos Familiares - 2002/2003.

4.2 Condições de moradia

A habitação é uma necessidade básica do ser humano. "Todas as pessoas necessitam de uma habitação que lhes assegure um isolamento do meio natural, protegendo do frio, do vento, da chuva, bem como um isolamento do meio social, oferecendo privacidade e comodidade”. “A moradia é um dos principais determinantes da qualidade de vida da população de um país” (IPEA, 2005). Portanto, a existência da moradia pó si só não garante a existência de boas condições de vida. Além da existência de outros fatores associados à moradia, na determinação das condições de vida, o domicílio precisa obedecer alguns critérios para ser considerado adequado. Na identificação de um domicílio classificado como inadequado destacam-se seguintes critérios: “densidade excessiva de moradores; inadequação fundiária urbana; necessidade de cuidados especiais em função da idade da edificação; carência de serviços de infra-estrutura básica e inexistência de unidade sanitária domiciliar interna” (FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, 2001). A POF, no questionário de condições de vida, trata especificamente da existência e qualidade dos serviços de infra-estrutura básica e das condições da habitação quanto ao estado de conservação do telhado, paredes, piso, portas e janelas dos domicílios pesquisados. Além disso, inclui uma questão onde o entrevistado responde diretamente como considera as condições de moradia da família se: boas, satisfatórias ou ruins.

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De acordo com os dados da Tabela 1, metade das famílias entrevistadas no Brasil considera ter boas condições de moradia. Entre os estados do Nordeste destacam-se Pernambuco e Ceará com os maiores percentuais de famílias nestas condições. Observa-se que o Piauí é o estado com menor percentual, apenas (37%) de famílias considera ter boas condições de moradia. Com as piores condições de moradia, ou seja, aqueles que responderam condições “ruins” ficaram os estados do Maranhão e Alagoas, ambos com percentual em torno de 22%.

Tabela 1 Brasil e Região Nordeste

Distribuição das famílias, por avaliação das condições de moradia, 2002/2003

Percentual das famílias, por avaliação das condições de moradia

Brasil e Estados do Nordeste

Boas Satisfatórias Ruins

Brasil 50,3 36,0 13,7

Nordeste 44,6 37,3 18,1

Maranhão 40,6 37,5 21,9

Piauí 36,9 44,0 19,1

Ceará 48,1 35,0 16,9

Rio Grande do Norte 44,6 37,3 18,1

Paraíba 45,9 36,3 17,8

Pernambuco 48,8 33,5 17,7

Alagoas 46,8 31,4 21,8

Sergipe 45,2 39,3 15,5

Bahia 40,9 40,6 18,5

Fonte: IBGE, Microdados da Pesquisa de Orçamentos Familiares - 2002/2003.

A condição de moradia sofre influência direta da disponibilidade de renda. O cruzamento entre o percentual de famílias com renda de até seiscentos reais com o percentual de famílias que considera a sua habitação em condições “ruins” apresentou uma correlação relativamente baixa (0,69). Observando o Gráfico 5 é possível verificar que os estados de Pernambuco e Bahia com os menores percentuais de famílias de baixa renda, não são, como era esperado, os que apresentam os menores percentuais de famílias que consideram suas moradias em condições precárias.

O estado de Sergipe mesmo com alto percentual de famílias no estrato mais baixo de renda, é o que obteve menor percentual de famílias que atribuem a existência de condições de moradia ruins. Este resultado, por tratar-se de uma avaliação subjetiva, nos induz a questionar se estas famílias menos abastadas estão realmente sabendo avaliar as suas condições de moradia. Pode-se intuir que o fato de vivenciarem uma situação precária que perdura até de geração para geração, não conseguem perceber com maior clareza, as suas reais condições de vida.

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Gráfico 5

Brasil e Região Nordeste

Correlação entre famílias com rendimentos de até seiscentos reais e famílias em condições de moradia ruins, 2002/2003

BR NE MA PI CE RN PB PE AL SE BA 25 30 35 40 45 50 55 60 65

% de famílias com rendimento de até R$ 600,00 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 % de fa m íl ias c ondi ç ões da m o radi a r u in s 95% confidence Fonte: IBGE, Microdados da Pesquisa de Orçamentos Familiares - 2002/2003.

4.3 Serviços básicos do domicílio e da área da moradia

“É importante destacar a importância dos serviços de saneamento básico como um dos determinantes da qualidade da moradia. O ideal é que todas as pessoas residam em domicílios com água canalizada, em quantidade e qualidade apropriadas ao consumo e à higiene, com serviços de coleta e disposição final dos esgotos e do lixo domiciliar. A população que tem acesso a esses serviços é menos vulnerável a doenças associadas à provisão deficiente de saneamento, tais como infecções diarréicas (principal causa de mortalidade em crianças de até 5 anos) e parasitárias, dengue e leptospirose, entre outras” (IPEA, 2005). Assim sendo, o acesso aos serviços básicos e com boa qualidade precisa ser universalizado, uma vez que afeta diretamente a qualidade de vida da população. O Rio Grande do Norte é o estado do Nordeste onde a pesquisa registra o mais baixo percentual de famílias que declararam a inexistência do serviço de abastecimento de água, ficando no mesmo patamar do Brasil, em torno de 14%. Para a região nordeste esse percentual atinge os 24% e em estados como o Piauí e o Ceará observa-se percentuais superiores a 30% (Tabela 2).

Em se tratando da avaliação da qualidade do serviço, onde o entrevistado pode classificá-lo como bom ou ruim, 67,7% das famílias entrevistadas no Rio Grande do Norte consideraram o serviço de água como de boa qualidade. A avaliação dos norte-rio-grandenses quanto a esse serviço é inferior ao País (71,1%) sendo superior, no entanto, a região Nordeste (57,5%) e aos demais estados da região.

A coleta de lixo é um serviço de extrema relevância, tanto para a saúde da população, quanto para a proteção ao meio ambiente. O lixo não coletado, ou aquele que é coletado, mas é depositado em local inapropriado, torna-se um potencial vetor de doenças, sendo responsável também por contaminar principalmente o solo e corpos d’água. (Indicadores de Desenvolvimento Sustentável, 2002). A existência do serviço, por si só, não é suficiente para

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dizer que a população esta sendo bem assistida. Precisam ser levados em consideração aspectos que vão desde a periodicidade da coleta, até o destino final que é dado ao lixo. No Rio Grande do Norte o serviço de coleta de lixo apresentou cobertura superior aos demais estados da Região e até mesmo do Brasil. O percentual de famílias que não dispõe deste serviço é de 15,4%, contra 30,8% da Região Nordeste. Chama a atenção no Estado do Maranhão, o alto percentual de famílias (em torno de 50%), que não é atendido com a coleta de lixo. Quanto a avaliação da qualidade do serviço por parte das famílias do Rio Grande do Norte, 12,0% classificaram o serviço como ruim.

Tabela 2

Brasil e Estados do Nordeste

Distribuição das famílias, por avaliação da condição de moradia em relação aos serviços de água, coleta de lixo e fornecimento de energia elétrica, 2002/2003

Percentual das famílias, por avaliação da condição de moradia em relação aos serviços de água, coleta de lixo e energia elétrica

Água Coleta de lixo Energia elétrica Brasil e Estados do

Nordeste

Bom Ruim Não

tem Bom Ruim Não

tem Bom Ruim Não tem Brasil 71,1 14,0 14,9 73,9 9,7 16,4 88,7 6,7 4,6 Nordeste 57,5 18,4 24,2 58,1 11,2 30,8 82,8 7,6 9,7 Maranhão 51,9 22,8 25,4 37,2 13,0 49,9 71,0 13,3 15,7 Piauí 47,1 21,7 31,2 44,0 11,0 45,0 64,1 16,9 19,0 Ceará 59,0 10,3 30,8 60,8 9,2 30,0 84,0 7,2 8,8 Rio G. do Norte 67,7 18,1 14,2 72,6 12,0 15,4 91,2 5,1 3,8 Paraíba 59,6 16,2 24,2 62,3 10,1 27,6 85,0 10,1 4,9 Pernambuco 54,5 23,2 22,3 61,5 11,3 27,3 92,5 5,5 2,0 Alagoas 52,8 20,9 26,3 64,7 10,1 25,2 82,6 8,3 9,1 Sergipe 55,9 21,0 23,1 63,6 11,3 25,1 84,6 7,1 8,4 Bahia 61,3 17,1 21,6 59,1 11,9 29,0 81,9 4,6 13,5

Fonte: IBGE, Microdados da Pesquisa de Orçamentos Familiares - 2002/2003.

“O consumo de energia é geralmente utilizado como proxy para estimar o nível de bem-estar das sociedades modernas” (Oliveira, 2005). Informações sobre o consumo de energia elétrica, em uma determinada localidade, podem ser utilizadas como um indicador capaz de expressar o seu grau de desenvolvimento. Na POF, não foi pesquisado o consumo de energia e sim a existência do serviço e a opinião do usuário quanto a sua qualidade. “As sociedades modernas, especialmente nas zonas urbanas, tornaram-se largamente dependentes de suprimento energético para garantir a qualidade de vida de sua população” (Oliveira, 2005). A energia elétrica, atualmente, é a grande responsável por esse suprimento energético. Assim sendo, o acesso à energia elétrica, exerce um impacto positivo nas condições de vida de uma população “para gerar iluminação, movimentar máquinas e equipamentos, controlar a temperatura produzindo calor ou frio, agilizar as comunicações, etc.” (Consumo sustentável, 2001). No Brasil o percentual de famílias que não têm acesso a esse serviço é de aproximadamente 5%. Na região Nordeste este percentual está bem próximo de 10%, com estados como o Piauí e o Maranhão superando os 15% de famílias sem energia elétrica. O estado do Rio Grande do Norte, ao lado de Pernambuco, detém a melhor situação com percentuais de 3,8 e 2%, respectivamente. Em relação a avaliação da qualidade do serviço, a maioria dos estados obteve mais de 80% na categoria de “bom”, novamente o Maranhão e o Piauí foram os que apresentaram os índices mais baixos de satisfação com o serviço (Tabela 2).

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A importância da eletricidade na vida moderna é inquestionável, conforme já enfatizado anteriormente. “Da eletricidade dependem a nossa produção, locomoção, eficiência, segurança, conforto e vários outros fatores associados à qualidade de vida” (Consumo sustentável, 2001). Portanto, a ausência de iluminação nas vias públicas pode ser considerada um fator de insegurança, uma vez que vias pouco iluminadas favorecem a prática de atos ilegais como, por exemplo, assaltos e homicídios os quais contribuem com o aumento da violência.

Os resultados da pesquisa com relação ao serviço de iluminação de rua mostram que esse é um serviço que ainda não atende satisfatoriamente a população dos Estados do Nordeste. Apenas dois estados, Rio Grande do Norte e Sergipe, apresentam cobertura superior a 85% (Tabela 3).

A avaliação da qualidade da iluminação demonstra razoável grau de insatisfação. Note-se que no Brasil e região Nordeste apenas 62,8 e 55,4%, das famílias classificaram o serviço como de boa qualidade.

Tabela 3

Brasil e Estados do Nordeste

Distribuição das famílias, por avaliação da condição de moradia em relação aos serviços de iluminação de rua e drenagem e escoamento da água de chuva, 2002/2003

Percentual das famílias, por avaliação da condição de moradia em relação aos serviços de iluminação de rua e drenagem e escoamento

da água de chuva Iluminação de rua Drenagem escoamento da água da chuva Brasil e Estados do Nordeste

Bom Ruim Não

tem Bom Ruim

Não tem Brasil 62,8 21,9 15,3 53,8 20,6 25,7 Nordeste 55,4 22,6 22,0 43,2 22,1 34,7 Maranhão 35,5 33,0 31,5 32,5 18,1 49,4 Piauí 34,0 29,2 36,8 42,5 15,9 41,6 Ceará 61,5 16,8 21,7 41,4 26,0 32,6

Rio Grande do Norte 60,3 27,8 11,9 48,9 22,8 28,3

Paraíba 58,1 20,7 21,2 46,6 21,6 31,8

Pernambuco 61,7 21,0 17,3 43,7 27,8 28,5

Alagoas 58,7 20,2 21,1 45,1 21,3 33,6

Sergipe 62,3 23,1 14,6 46,4 18,5 35,1

Bahia 57,1 21,2 21,7 45,1 19,9 35,0

Fonte: IBGE, Microdados da Pesquisa de Orçamentos Familiares - 2002/2003.

A drenagem e escoamento da água de chuva foi um dos serviços pesquisados que apresentou uma menor cobertura para todos os níveis investigados. Não dispunham desse serviço 25,7, 34,7 e 28,3% das famílias brasileiras, nordestinas e norte-rio-grandenses, respectivamente. Neste item, o Estado do Maranhão é o que detém a pior situação, com 49,4% das famílias referindo a inexistência do serviço. Quanto a avaliação do serviço, também apresentou percentuais elevados de insatisfação, uma vez que em todos os estados da Região a classificação do serviço como “ruim” superou os 15% (Tabela 3). O Estado de Pernambuco com 27,8% é o que apresenta o maior percentual de famílias que expressaram a sua insatisfação com esse serviço.

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4.4 Alguns problemas existentes no domicílio e seu entorno

Outro aspecto investigado foi a existência de problemas no domicílio, tais como: pouco espaço, casa escura, telhado com goteira, fundação, paredes ou chão úmidos, madeiras das portas, janelas ou assoalho deteriorados, ou ainda problemas na área da residência quais sejam: rua ou vizinhos barulhentos, poluição ou problemas ambientais e violência ou vandalismo.

Com relação ao espaço disponível não houve uma grande variação entre os resultados do Brasil, da região Nordeste e Estados. Mais de 40% das famílias consideraram que o espaço físico disponível na residência não era suficiente. A existência de pouco espaço pressupõe uma alta densidade de moradores por domicílio.

As condições da iluminação natural do domicílio também foram investigadas. Para tanto, procurou-se saber se a casa era escura. O estado do Rio Grande do Norte apresentou o menor percentual (16,8%) de famílias que se referiram a existência do problema de “casa escura”. No Nordeste e Brasil estes percentuais foram de 23,9 e 19,7% respectivamente, chegando a aproximadamente 30% no estado do Maranhão (Tabela 4).

Já os aspectos relacionados à conservação da edificação que foram levantados através de questões como a existência de telhado com goteira, fundação paredes ou chão úmidos, madeira das janelas, portas ou assoalhos deteriorados apresentaram uma alta incidência nos domicílios tanto do país, quanto dos estados da região, demonstrando uma situação de precariedade dos domicílios.

A questão referente a “telhado com goteira” foi bastante referida, tendo a região nordeste 44,1% dos domicílios com esse problema, contra 34,1% do Brasil e 37,6% no Rio Grande do Norte. O Estado da Bahia apresentou o percentual mais elevado, com 47,7%.

Fundação, paredes ou chão úmidos foi considerado problema em 30,5% dos domicílios do Brasil, 40,5% da Região Nordeste e 36,3% do Estado do Rio Grande do Norte. Os estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba, Alagoas e Bahia foram os que apresentaram maior percentual de famílias com a existência deste problema no domicílio, todos acima de 40%.

Já o estado de conservação da madeira das janelas, portas ou assoalho foi considerado deteriorado em aproximadamente 30% das residências do Brasil, 41,8% da 0região nordeste e 35,1% dos domicílios norte-rio-grandenses, sendo este o menor percentual entre os estados da região. As famílias dos Estados do Piauí, Ceará e Alagoas foram as que apresentaram os maiores percentuais, todos da ordem de 45%, deste tipo de problema nos seus domicílios. Esses percentuais sugerem, em grande medida, a existência de precárias condições de vida para uma grande parcela da população. São famílias residindo em moradias, com problemas que vão do piso ao teto, provavelmente por falta de recursos financeiros para a manutenção e a devida reposição que se faz necessária pela depreciação que sofre todo e qualquer bem, tanto pelo uso, como pela ação natural do tempo.

Os problemas investigados com relação ao entorno da residência foram à poluição ou problemas ambientais causados pelo trânsito ou indústria e a violência ou vandalismo na área de residência. Com relação aos problemas ambientais, obteve-se percentuais de 19,7% para o Brasil e de 17,9% para a região Nordeste. Entre os estados, Pernambuco foi o que apresentou a maior incidência da existência de problemas ambientais, registrando um percentual de aproximadamente 30% das famílias nesta condição. Para o estado do Rio Grande do Norte o percentual de famílias que refere a existência desse problema, está um pouco abaixo da média da região atingindo os 15,6%. Esses dados devem ser vistos com cautela, uma vez que se

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trata de uma questão relativamente nova, em que a população de uma maneira geral começa a despertar para a sua importância.

A violência ou vandalismo na área de residência também apresentou percentual superior para o Brasil como um todo em relação a região Nordeste. Pernambuco, novamente foi o estado da Região com o maior percentual de famílias (31,5%) referindo a existência do problema (Tabela 4).

Tabela 4

Brasil e Estados do Nordeste

Percentual das famílias, por existência de problemas no domicílio, 2002/2003

Percentual das famílias, por existência de problemas no domicílio

Brasil e Estados do Nordeste Pouco espaço Casa escura Telhado com goteira Fundação, paredes ou chão úmidos Madeiras das janelas, portas ou assoalhos deteriorados Poluição ou problemas ambientais causados pelo trânsito ou indústria Violência ou vandalismo na área de residência Brasil 41,5 19,7 34,1 30,5 30,4 19,7 27,9 Nordeste 45,2 23,9 44,1 40,5 41,8 17,9 25,8 Maranhão 45,6 29,5 44,1 34,7 40,0 14,3 21,9 Piauí 43,6 25,7 43,2 29,1 45,9 16,4 17,1 Ceará 42,6 25,7 43,5 43,5 45,5 15,4 27,6 Rio G. do Norte 43,7 16,8 37,6 36,3 35,1 15,6 26,4 Paraíba 44,6 26,7 42,6 42,4 39,9 13,5 17,4 Pernambuco 46,3 23,5 42,5 44,0 37,4 29,6 31,5 Alagoas 46,0 23,5 44,6 42,2 45,0 21,9 25,5 Sergipe 43,7 19,3 42,3 38,4 43,6 14,8 28,3 Bahia 46,3 22,3 47,7 41,7 43,3 14,8 26,2

Fonte: IBGE, Microdados da Pesquisa de Orçamentos Familiares - 2002/2003.

4.5 Atraso no pagamento de algumas despesas domésticas

O atraso no pagamento de algumas despesas domésticas foi pesquisado pela POF, notadamente no que diz respeito à: “aluguel ou prestação de casa, apartamento”, “despesas com água, eletricidade, gás, etc” e “pagamento de prestação de bens ou serviços adquiridos”. Verifica-se, de uma maneira geral, que as famílias atrasam os pagamentos referente aos serviços de água, eletricidade, gás, etc. Em seguida vêm os atrasos com as prestação de bens ou serviços adquiridos, sendo o menor percentual de inadimplência para o pagamento de aluguel ou prestação de casa, apartamento. Nota-se que as famílias optam por estar em dia com o pagamento referente a sua moradia, denotando assim o valor que é imputado a habitação e o que esta representa para a família. Com isso não se está reduzindo a importância dos serviços como abastecimento de água e de energia elétrica, por exemplo, que são de fato essenciais para o mínimo de conforto e bem-estar, mas apenas elegendo prioridades e sem a habitação, ou seja, sem o domicílio, não se pode sequer desfrutar desses serviços.

No estado do Rio Grande do Norte, 52% das famílias entrevistadas acusam o atraso no pagamento de “despesas com água, eletricidade, gás, etc”, sendo este o percentual mais alto entre os estados do nordeste.

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Com relação ao atraso no “pagamento de prestação de bens ou serviços adquiridos” o percentual obtido para o Brasil é de 27,7%, tendo o Estado do Maranhão com 35% registrado o maior percentual de atrasos deste item. Já o Rio Grande do Norte, com 24,5% teve o melhor desempenho da Região Nordeste suplantando, inclusive, o País como um todo .

O “aluguel ou prestação de casa, apartamento” teve 7,6% de atrasos no Brasil e 6,2% no Nordeste. Entre os estados, o maior percentual de atrasos verificados foi em Pernambuco que teve o mesmo percentual obtido para o país como um todo (Tabela 5).

Tabela 5

Brasil e Estados do Nordeste

Percentual das famílias, por existência de atraso no pagamento de alguma despesa, 2002/2003

Percentual das famílias, por existência de atraso no pagamento de alguma despesa Brasil e Estados do Nordeste Aluguel ou prestação da casa, apartamento Água, eletricidade, gás, etc. Prestação de bens ou serviços adquiridos Brasil 7,6 41,3 27,7 Nordeste 6,2 47,1 30,3 Maranhão 4,5 43,9 35,0 Piauí 6,0 44,0 33,3 Ceará 5,7 48,8 32,3

Rio Grande do Norte 5,8 52,0 24,5

Paraíba 6,9 45,9 27,9

Pernambuco 7,6 47,9 32,6

Alagoas 6,7 39,4 26,2

Sergipe 5,5 47,7 26,0

Bahia 6,0 48,2 28,6

Fonte: IBGE, Microdados da Pesquisa de Orçamentos Familiares - 2002/2003.

5 Análise de Agrupamento

A análise das variáveis estudadas permite observar que alguns estados apresentam situações idênticas. Para estabelecer estas semelhanças, procedeu-se uma análise de agrupamento das 15 (quinze) variáveis selecionadas, onde foi possível identificar, graficamente, grupos de Estados que apresentaram situações semelhantes quanto a suas condições de vida.

Verifica-se na análise das figuras 1 e 2 que os dendogramas utilizando os métodos de ligação completa e variância mínima resultaram em agrupamentos similares, assim como obtiveram coeficientes de correlação cofenética, com valores acima de 0,95 indicando um bom agrupamento quanto as variáveis estudadas.

Para a interpretação das Figuras 1 e 2, consideramos que o corte horizontal para dividir os grupos seria mais representativo próximo ao 26 e ao 30, respectivamente. Com isso temos três grupos de estados, ou seja, três “cluters” onde as condições de vida se apresentam semelhantes nos dois dendogramas. Assim, os agrupamentos dos estados da região Nordeste definiram-se da seguinte forma: Grupo 1: Rio Grande do Norte; Grupo 2: Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco e Sergipe. Grupo 3: Maranhão e Piauí.

Pode-se destacar na formação dos agrupamentos que o Rio Grande do Norte não se agrega a outro estado, concluindo-se que ele não se assemelha aos demais estados da região. O Grupo 2 concentra o maior número de estados e subdividi-se em dois subgrupos. Um formado pelos

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estados de Sergipe, Paraíba e Alagoas onde os dois primeiros são mais semelhantes, uma vez que se unem primeiro. No outro sub-grupo quem primeiro se agrega é a Bahia e o Ceará agrupando-se em seguida a Pernambuco. O Grupo 3 agregou os Estados do Piauí e Maranhão, os quais apresentaram as piores condições de vida.

Figura 1 - Dendograma, obtido através do método de ligação completa E uc l ide an dis tan ces

RN AL SE PB PE BA CE PI MA 0 10 20 30 40 50 60 Li nk age D is tan c e

Figura 2 - Dendograma, obtido através do método de variância mínima Eucl idean dist ances

RN AL SE PB PE BA CE PI MA 0 20 40 60 80 100 120 Li nk ag e D is tan c e Coeficiente Cofenético: 0,9628 Coeficiente Cofenético: 0,9573

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Mapa 1

Clusters dos Estados do Nordeste agrupados segundo as condições de vida das famílias – 2002/2003. MA PI CE RN PB PE AL SE BA

Representação esquemática - sem escala

Melhor situação Situação intermediária Pior situação

6 Considerações finais

A qualidade de vida nos estados do Nordeste, de acordo com a avaliação feita pelas famílias, mostra que existe uma nítida desigualdade entre as condições nesta região que estão bem abaixo dos resultados obtidos para o país como um todo.

Os resultados obtidos neste trabalho apontaram que os estados com as taxas de analfabetismo mais altas (Alagoas, Piauí, Paraíba e Maranhão) são os que concentram os maiores percentuais de famílias nas faixas de renda mais baixas, indicando que a educação é de fundamental importância para se atingir melhores níveis salariais.

O Rio Grande do Norte destaca-se com as melhores condições de vida entre os estados do Nordeste, notadamente no que diz respeito aos serviços básicos e a infra-estrutura existente na moradia. Em contrapartida os estados do Maranhão e do Piauí apresentaram as piores condições de vida na maioria das variáveis analisadas.

Em se tratando da suficiência da alimentação, observou-se elevado percentual de famílias, tanto no Brasil como nos estados do nordeste, que considerou a quantidade da alimentação insuficiente. No Rio Grande do Norte, este percentual atinge 69,2%, sendo o mais alto da região Nordeste. No que diz respeito ao tipo de alimentação é significativo o percentual de famílias que considerou a alimentação como raramente do tipo preferido, sendo de 17,1% no Brasil, 23,4% na região Nordeste e 24,4% no Rio Grande do Norte.

A correlação entre as famílias com menor renda e as famílias em condições de moradia ruins evidenciou que os estados com as mais baixas rendas, não são aqueles onde as famílias avaliaram ter as piores condições de moradia. Com base nesta constatação, pode-se inferir que por se tratar de famílias onde o desalento já se instalou, uma vez que a pobreza vem se

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perpetuando de geração em geração, existe muito de conformismo em sua avaliação suscitando acomodação com a situação, e, sem nenhuma perspectiva de melhora, já nem sabem avaliar a real extensão da precariedade de suas condições de vida.

Por último é importante salientar que trata-se de resultados provenientes de uma pesquisa subjetiva que expressam tão somente a avaliação das condições de vida, sob a ótica das famílias brasileiras, nordestinas e norte-rio-grandenses, onde fatores culturais, educacionais, comportamentais, etc, podem interferir na avaliação das pessoas.

Referências Bibliográficas

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Referências

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