• Nenhum resultado encontrado

Relatório de Estágio Profissional "Alteração ao currículo numa turma de etnia cigana"

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Relatório de Estágio Profissional "Alteração ao currículo numa turma de etnia cigana""

Copied!
121
0
0

Texto

(1)

Relatório de estágio profissional

“Alteração ao currículo formal numa turma de etnia cigana”

Relatório de Estagio Profissional apresentado com vista à obtenção do 2º Ciclo de Estudos conducente ao Grau de Mestre em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário da FADEUP, ao abrigo do Decreto-lei nº 74/2006 de 24 de março e o Decreto-lei nº 43/2007 de 22 de fevereiro.

Orientador: Professor José Virgílio Silva

Cooperante: Professora Dárida Castro

Joana Maria Lima Machado

(2)

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

(3)

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Página 3

Relatório de estágio profissional

“Alteração ao currículo formal numa turma de etnia cigana”

Relatório de Estagio Profissional apresentado com vista à obtenção do 2º Ciclo de Estudos conducente ao Grau de Mestre em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário da FADEUP, ao abrigo do Decreto-lei nº 74/2006 de 24 de março e o Decreto-lei nº 43/2007 de 22 de fevereiro.

Orientador: Professor José Virgílio Silva

Cooperante: Professora Dárida Castro

Joana Maria Lima Machado

(4)

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

(5)

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Página 5

Agradecimentos

Pela construção de todo o meu percurso de vida, incluindo, o meu percurso académico, não posso deixar de agradecer às pessoas mais importantes da minha vida, às pessoas que são, sem dúvida alguma, a minha vida. Sem elas nada disto teria sido possível. Obrigada mamã e papá por todo o apoio que me dão diariamente, pela companhia, pelo amor, pelo carinho. Por saber que me acompanham nos meus passos. Por sentir-vos sempre junto a mim, O vosso calor e apego são fundamentais em todos os passos dados por mim e por todos aqueles que anseio dar. Peço-vos, para que estejamos sempre juntos, lado a lado, neste percurso a que chamamos vida!

À minha irmã gémea que apesar da nossa distancia está sempre presente no meu coração!

Ao meu orientador de estágio, Professor José Virgílio Silva, manifesto a minha gratidão, pela incondicional disponibilidade e pelas sugestões pertinentes na orientação de todo o trabalho.

À professora cooperante, Professora Dárida Castro, agradeço o incansável apoio e o investimento caloroso com que sempre me incentivou na operacionalização do trabalho. Tenho que salientar que apesar do grande apoio a nível profissional que me deu, fica mais no meu coração. Fica a amizade, a presença, as deliciosas conversas. Sem dúvida alguma que adorei conhecê-la. É um marco na minha vida que levo com todo o gosto no meu coração. É, sem dúvida, um exemplo de professora e de mulher.

Aos meus queridos colegas de estágio. Fomos um grupo. Somos um grupo. Apoiamo-nos em todos os momentos. Juntámo-nos com um determinado fim e caminhamos juntos rumos a bom porto. Obrigada pela amizade.

A todos os docentes e colegas do mestrado, que direta ou indiretamente contribuíram para o meu enriquecimento académico e profissional.

(6)

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Página 6

A todos os docentes e alunos da Escola Básica e Secundária do Cerco que ajudaram na concretização deste trabalho.

(7)

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Página 7 Índice AGRADECIMENTOS ... 5 ABREVIATURAS ... 11 RESUMO ... 12 ABSTRACT ... 13 INTRODUÇÃO ... 14 1.DIMENSÃO PESSOAL ... 16 1.1REFLEXÃO AUTOBIOGRÁFICA ... 16

1.2EXPETATIVAS PARA O ESTÁGIO PROFISSIONAL ... 18

2.ENQUADRAMENTO DA PRÁTICA PROFISSIONAL... 19

2.1CARATERIZAÇÃO DO ESTÁGIO ... 19

3.ENQUADRAMENTO FUNCIONAL ... 20

3.1A ESCOLA ... 20

3.2O NÚCLEO DE PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTO ESCOLAR .. 24

3.3TURMA ATRIBUÍDA ... 24

4.REALIZAÇÃO DA PRÁTICA PROFISSIONAL ... 26

4.1ÁREA 1: “ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DA APRENDIZAGEM” ... 26

4.1.1O PRIMEIRO CONTATO COM A ESCOLA ... 26

4.1.2CONCEÇÃO E PLANEAMENTO – TAREFA INICIAL ... 26

4.1.3REALIZAÇÃO – VIVÊNCIAS NO ÂMBITO DO ENSINO... 28

4.1.4O CONTROLO DA TURMA ... 29

4.1.5GESTÃO DO TEMPO DE AULA ... 31

4.1.6AULAS OBSERVADAS ... 32

4.1.7AVALIAÇÃO ... 35

4.2ÁREA 2 E 3: “PARTICIPAÇÃO NA ESCOLA E RELAÇÃO COM A COMUNIDADE” ... 37

(8)

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Página 8

4.2.2REFLEXÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS E MINHA PARTICIPAÇÃO .... 39

4.2.3CORTA-MATO ESCOLAR ... 40

4.2.4TORNEIO DE FUTSAL ... 40

4.2.5TORNEIO DE BASQUETEBOL “COMPAL AIR” ... 42

4.2.6DUPLAS ROMÂNTICAS DE VOLEIBOL ... 42

4.2.7PROJETO 10X10 ... 43

4.2.8REUNIÕES NA ESCOLA ... 44

4.3ÁREA 4: “DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL” ... 46

4.3.1INTRODUÇÃO ... 46

4.3.2SER HUMANO E EDUCAÇÃO FÍSICA ... 48

4.3.3CORPO E EDUCAÇÃO FÍSICA ... 48

4.3.4ANTROPOLOGIA E EDUCAÇÃO FÍSICA ... 50

4.3.5ATIVIDADE FÍSICA, SAÚDE E AMBIENTE ... 51

4.3.6PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO FÍSICA ... 54

4.3.7SER HUMANO E SOCIEDADE ... 56

4.3.8SOCIOLOGIA E EDUCAÇÃO FÍSICA ... 57

4.3.9MULTICULTURALISMO ... 59

4.3.10DIVERSIDADE CULTURAL ... 60

4.3.11DISCIPLINA DA EDUCAÇÃO FÍSICA ... 63

4.3.11.1DIDÁTICA DE EDUCAÇÃO FÍSICA ... 63

4.3.11.2FINALIDADES DA EDUCAÇÃO FÍSICA ... 65

4.3.11.3OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA ... 65

4.3.11.4ORIENTAÇÃO METODOLÓGICA ... 67

4.3.11.5AVALIAÇÃO ... 68

4.3.12METODOLOGIA ... 69

4.3.13AMOSTRA ... 69

(9)

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Página 9

4.3.15ANÁLISE DOS DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ... 77

4.3.16CONCLUSÃO ... 85

5.CONCLUSÃO DO RELATÓRIO DE ESTÁGIO PROFISSIONAL ... 88

6.BIBLIOGRAFIA... 90

7.ANEXOS ... 98

7.1ANEXO 1: EXEMPLO DE UMA UNIDADE DIDÁTICA E RESPETIVA JUSTIFICAÇÃO ... 100

7.2ANEXO 2: EXEMPLO DE UM PLANO DE AULA TEÓRICA ... 103

7.3ANEXO 3: EXEMPLO DE UM PLANO DE AULA PRÁTICA ... 109

7.4ANEXO 4: EXEMPLO DE UMA REFLEXÃO DE AULA ... 112

7.5ANEXO 5: EXEMPLO DE UMA AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA ... 114

(10)

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

(11)

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Página 11

Abreviaturas

FADEUP – Faculdade de Desporto da Universidade do Porto EP – Estágio Profissional

EEFEBS – Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário PES – Prática de Ensino Supervisionada

RE- Relatório de Estágio

MED – Modelo de Educação Desportiva EF – Educação Física

UD – Unidade Didática

(12)

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Página 12

Resumo

O relatório de estágio formula-se como um documento reflexivo da prática realizada na unidade curricular de Estágio Profissional enquanto Estudante Estagiário do Ensino de Educação Física, colectando um conjunto de experiências e vivências que me marcaram durante este processo de formação como futura profissional de educação, mais concretamente, professora de Educação Física.

O estágio profissional decorreu no ano letivo de 2014/2015 na Escola Básica e Secundária do Cerco no Porto, num núcleo de estágio com três elementos, sob a cooperação de uma professora da escola e sob orientação de um professor da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

O relatório está organizado em cinco capítulos: o primeiro capítulo consiste numa introdução ao presente documento; o segundo capítulo faz referência à reflexão biográfica onde descrevo o meu percurso pessoal com influência na minha escolha pela área do desporto e onde também abordo as espetativas para o estágio profissional; o terceiro capítulo engloba toda a contextualização acerca do estágio; o quarto capítulo é o ponto fulcral deste documento em que incido sobre as minhas vivências nas diferentes áreas de desempenho: “Área 1 – Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem”, “Área 2 e 3 – Participação na Escola e Relação com a Comunidade” e “Área 4 – Desenvolvimento Profissional”, incluindo também um estudo onde proponho uma alteração ao currículo formal de Educação Física numa fase inicial, para uma turma de ensino especial, com o intuito de estimular os alunos à prática evidente das aulas de Educação Física; por fim o quinto capítulo apresenta uma conclusão sobre esta experiência.

PALAVRAS-CHAVE: EDUCAÇÃO FÍSICA, ESTÁGIO PROFISSIONAL,

(13)

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Página 13

Abstract

The placement report serves as a document of reflection about the practical part of the professional placement undertaken as a Student Trainee of Physical Education Teaching. In this document I gathered all the experience that marked me during this training process for becoming a professional teacher and specifically for my future as a physical education teacher.

The professional placement took place during the school year 2014/2015 in the Basic and Secondary School “Cerco” in Oporto, within a study group of three people and with the help of a school teacher and the supervision of a professor of the Sport Faculty of the University of Oporto.

The report is organized in five chapters: The first chapter consists of an introduction of the work; the second chapter is a literature review, in which I describe my personal development regarding the subject “sport” based on my experience at school and also define my expectations for this professional placement; the third chapter includes all contextualization regarding the placement; the fourth chapter is the core part of this document in which I will present my personal experiences within the different fields of performance: “Field 1 – Organization and Management of Training”, “Field 2 & 3 – Participation in the School and Relationship with the Community” and “Field 4 – Professional Development”, including also a study in which I propose a change of the formal study plan of basic Physical Education for the students to practice this classes; the fifth chapter finally, presents the conclusion of this experience.

(14)

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Página 14

Introdução

“Educar é crescer. E crescer é viver. Educação é, assim, vida no sentido mais autêntico da palavra”.

Anísio Teixeira

No âmbito da unidade curricular de estágio profissional (EP), inserida no 2º ciclo de estudos propenso ao grau de Mestre em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário (EEFEBS), exponho o meu relatório de estágio (RE), tendo como propósito incidir sobre o trabalho realizado ao longo deste ano letivo.

O EP foi realizado na Escola Básica e Secundária do Cerco no Porto, no presente ano letivo de 2014/2015, onde cumpri as funções de professora de Educação Física com uma turma do 10º ano de escolaridade.

É de realçar o que, para mim, é evidente em educação e que orientaram a minha prática na escola: proporcionar aprendizagem através de métodos de ensino variados com insistência na observação, planeamento, metodologia de ensino e avaliação. Ou seja, ensino variado, significa que as aulas não serão todas lecionadas de acordo com o plano nacional de educação. Outras modalidades desportivas serão implementadas com o intuito de despertar a atenção dos alunos. A metodologia de ensino de todas as modalidades abordadas será através do ensino tradicional, ou seja, o ensino é um processo, por isso obedece a uma direção. Este processo visa alcançar determinados resultados, tais como: domínio de conhecimentos, hábitos, habilidades, atitudes, convicções e desenvolvimento das capacidades cognitivas, dando ao ensino este caráter bilateral, combinando as atividades do professor com as do aluno.

A criação de uma boa relação entre aluno/professor, entre a turma e a comunidade escolar são bases fundamentais.

(15)

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Página 15

A minha consciencialização da atitude de professor e da importância das relações interpessoais (professor/aluno) permitiu que os meus alunos usufruíssem de um ambiente de aprendizagem de qualidade, onde todas as suas capacidades são desenvolvidas. Enalteci sempre a reflexão sobre a minha prática na procura do sucesso educativo, na procura das melhores estratégias de ensino e aprendizagem.

As pesquisas e referências bibliográficas foram uma constante. A articulação entre a teoria e a prática ligada a um processo de planeamento e a sua aplicação prática constante, fortaleceu este processo que se caracteriza pelo primórdio da carreira de docente.

O relatório está organizado em cinco capítulos: o primeiro capítulo consiste numa introdução ao presente documento; o segundo capítulo faz referência à reflexão biográfica onde descrevo o meu percurso pessoal com influência na minha escolha pela área do desporto, e onde também abordo as expetativas para o estágio profissional; o terceiro capítulo engloba toda a contextualização acerca do estágio; o quarto capítulo é o ponto fulcral deste documento e incido sobre as vivências nas diferentes áreas de desempenho: “Área 1 – Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem”, “Área 2 e 3 – Participação na Escola e Relação com a Comunidade” e “Área 4 – Desenvolvimento Profissional”, incluindo também um estudo onde proponho uma alteração ao currículo formal de Educação Física numa fase inicial, para uma turma de etnia cigana, com o intuito de estimular os alunos à prática das aulas de Educação Física; por fim no quinto capítulo apresentamos as conclusões do estudo efetuado.

Para a consulta do site realizado ao longo do ano letivo, por favor aceder

(16)

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Página 16

Dimensão pessoal Reflexão autobiográfica

Inicio este enquadramento pessoal com a minha devida apresentação. Chamo-me Joana Maria Lima Machado, tenho 23 anos, nasci a 5 de Abril de 1991 em Santo Tirso e moro na freguesia de Bairro, no concelho de Vila Nova de Famalicão.

Desde cedo que me sinto ligada ao desporto.

Aos seis anos de idade, os meus pais inscreveram-me nas aulas de natação no ginásio clube de Santo Tirso. Foi lá que aprendi a nadar e, as minhas aulas de natação eram sem dúvida, o auge da semana. Era uma atividade realizada em família, ou seja, enquanto eu e a minha irmã gémea tínhamos aula com o professor, os meus pais desfrutavam na piscina de horário livre. Engraçado será dizer que a piscina que me recebeu há tantos anos como aluna me acolheu agora como professora de hidroginástica.

Mais tarde, findo o 1º ciclo, iniciei o meu 2º ciclo até ao 12º ano de escolaridade na escola Didáxis em Riba D’Ave.

Na escola tive o privilégio de ter uma disciplina de dança para além das aulas de Educação Física.

Mesmo assim, o meu gosto pela prática desportiva fez-me inscrever também no núcleo de dança da escola.

Aos 13 anos de idade comecei a frequentar aulas de aeróbica, localizada e step duas vezes por semana no pavilhão desportivo de Delães. Na companhia de uma amiga, éramos ambas deliciadas pelas aulas e, foi desde esse momento que decidi que queria ser professora de Educação Física e instrutora de fitness.

Mais tarde, como tinha já a certeza do meu percurso profissional, enredei pelo curso tecnológico de Desporto.

(17)

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Página 17

Foram três anos ótimos da minha vida intensamente ligados ao desporto. Na escola tinha aulas práticas diariamente mais o núcleo de dança. Mantinha as idas ao ginásio às aulas de aeróbica, localizada e step duas vezes por semana e, ao sábado frequentava a piscina e a sala de musculação.

No final do ensino secundário tinha a certeza do que queria estudar e, a área de desporto era, sem dúvida, a minha zona de conforto. Nessa altura, a minha entrada na faculdade foi o meu objetivo primordial.

Fiz a licenciatura na FADEUP (Faculdade de Desporto da Universidade do Porto) com a vertente em exercício e saúde.

Quando frequentava o segundo ano da licenciatura em Ciências do Desporto achei que podia dar início à minha atividade profissional como instrutora de fitness. A partir desse momento comecei a trabalhar sem nunca mais parar.

A par com o trabalho e a faculdade realizei e continuo a realizar cursos, workshops e outras formações com o intuito de adquirir e aprimorar o meu conhecimento.

Tenho um prazer enorme naquilo que faço diariamente. Acredito que o desporto foi uma mais-valia para mim ao longo da minha vida. Foi com o desporto e através do desporto que sou uma pessoa forte, lutadora e responsável. Cresci com os valores do desporto, da dificuldade e da superação, do ir mais longe! Foi com o desporto que desenvolvi grandes amizades. É o desporto que me proporciona este sentimento de bem-estar.

É com este percurso que tenho realizado ao longo dos anos que me faz acordar todos os dias com um sorriso e com vontade para mais. Assim, inscrevi-me no segundo ciclo de estudos na vertente do ensino. Para mim, com este segundo ciclo de estudos, há uma parte da formação que se completa. Eu gosto da escola. Gosto de dar aulas. Gosto de poder dar algo de mim a alguém e esse alguém querer ouvir, querer saber mais. O contato com os alunos é mágico. A nível profissional sou também professora de Educação Física do ensino pré-escolar e cada aula para mim é uma grande aventura.

(18)

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Página 18

Expetativas para o estágio profissional

“O professor não ensina, mas arranja modos de a própria criança descobrir. Cria situações - problemas.”

Jean Piaget

Neste momento encontro-me a estagiar na escola Básica e Secundária do Cerco no Porto e estou adorar a experiência.

Sei que todos me questionam acerca da escola, dos alunos, pais e encarregados de educação e de todo o ambiente envolvente mas tudo isso me ultrapassa. Sei que quem lá está a trabalhar gosta, fá-lo também por gosto, como é o caso da minha professora orientadora.

Gosto dos meus alunos. É diferente. Temos que nos adaptar e criar estratégias para saber lidar com as diversas situações do dia-a-dia. Mas isso não acontece só no cerco. Acontece em todo o lado, principalmente quando é algo novo.

No primeiro dia repleto de sentimentos ambivalentes entre a curiosidade e vontade de entrar na escola que me irá acolher ao longo deste ano letivo assim como do receio de falhar fizeram-me acompanhar pela entrada na escola com o objetivo de me apresentar ao diretor da escola, à professora orientadora e ficar a conhecer o local que comecei a caminhar durante longos meses.

Muito bem recebida por todos os funcionários e docentes que compõem a escola rapidamente me esclareceram acerca de todo o seu funcionamento assim como o meu papel na escola enquanto professora estagiária.

Gostei muito da escola, fiquei muito bem surpreendida pela excelentes instalações assim como, no caso particular da Educação Física, os espaços físicos e todo o material disponível para a lecionação das aulas.

Gostei particularmente da minha orientadora de estágio, a Professora, que, amavelmente, me recebeu e me expôs a sua e minha função assim como, se prontificou a ajudar em todas as tarefas.

(19)

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Página 19

Enquadramento da prática profissional

Caraterização do estágio

“A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria.”

Paulo Freire

O EP emerge no 2º Ciclo de Estudos conducente ao grau de Mestre em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto e é constituído por duas tarefas principais, a Prática de Ensino Supervisionada (PES) e o Relatório de Estágio (RE).

No que preza à regulamentação legal, estrutura e respetivo funcionamento, o EP considera os princípios decorrentes das orientações legais constantes do Decreto-lei nº 74/2006 de 24 de Março e o Decreto-lei nº 43/2007 de 22 de Fevereiro, e têm em estima o Regulamento Geral dos segundos Ciclos da Universidade do Porto, o Regulamento geral dos segundos ciclos da FADEUP e o Regulamento do Curso de Mestrado em Ensino de Educação Física.

Relativamente à PES esta coincide num núcleo de estágio, sobre a orientação de um Professor(a) Cooperante pertencente à escola cooperante em que nos inserimos, onde passamos a assumir a responsabilidade por uma turma desse mesmo professor, sendo orientados e supervisionados pelo professor(a) cooperante. Num conjunto variado de tarefas e propostas que são divididos em quatro áreas de desempenho previstas no Regulamento de Estágio Profissional: Área 1 – “Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem”; Área 2 e 3 – “Participação na Escola e Relações com a Comunidade”; Área 4 – “Desenvolvimento Profissional”.

(20)

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Página 20

Enquadramento funcional

A escola

O Agrupamento de Escolas do Cerco está situado na zona oriental da Cidade do Porto, freguesia de Campanhã. A freguesia de Campanhã localiza-se no extremo oriental do concelho do Porto. É delimitada a sul pelo rio Douro, a este e a nordeste pelo município de Gondomar, e a oeste, pelas freguesias de Bonfim e Paranhos, com uma área de 8,13 km2, que é a morada, segundo os Censos de 2011, de 32.652 pessoas (a terceira freguesia mais populosa do concelho, com 14 bairros sociais). De acordo com os dados do Censos de 2011, residem em Campanhã 12995 famílias clássicas (os dados de 2001, apontavam para 13 786) e 18 famílias institucionais (os dados de 2001, apontavam para 13).

Em 1994, sensivelmente há 20 anos, Campanhã em geral, e o Vale e Campanhã, em particular, era vista pela autarquia como:

 uma das zonas urbanas mais desfavorecidas quer da cidade quer da Área Metropolitana do Porto;

 zona periférica pautada por uma forte degradação sócio urbanística e ecológica;

 zona de declínio industrial;

 zona onde existem reminiscências de uma agricultura de subsistência feita de forma informal e desordenada; zona possuidora de uma estrutura demográfica relativamente jovem face ao cômputo geral;

 zona caracterizada por uma forte desintegração dos ativos residentes do mercado de trabalho;

 zona afetada por programas consecutivos de realojamento, sem articulação com políticas urbanas mais globais o que a tem transformado em «zona-depósito» de Bairros sociais e de problemas sociais;

(21)

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Página 21

 zona de forte concentração espacial de pessoas carenciadas o que se traduz em efeitos perversos ao nível da produção e da reprodução de determinados problemas sociais, de que são exemplo, certos comportamentos desviantes;

 zona onde as populações (nomeadamente oriundas de bairros) se vão afirmando pela negativa, acentuando estigmas sociais; inadaptação à escola e dificuldades de integração laboral da população juvenil.

Vinte anos volvidos e a caracterização da zona é idêntica. Nesta freguesia, como em todo o território nacional, verifica-se uma tendência para o envelhecimento da população. No entanto, no que se refere aos bairros sociais da freguesia, a tendência é a inversa. De uma forma geral, a população residente nos bairros municipais de Campanhã é mais jovem do que a média da freguesia e do concelho. Relativamente à escolaridade, podemos constatar baixos níveis de escolaridade da população residente na freguesia de Campanhã, o que se acentua ainda mais nos Bairros de Habitação Social / Camarária do território: perto de 20% da população não tem qualquer grau de escolaridade, cerca de 30% tem o 1º ciclo do ensino básico, e menos de 10% atinge o 3º ciclo de escolaridade (Censos, 2001). Segundo dados dos Censos (INE, 2001), a taxa de desemprego na freguesia de Campanhã é de 13,7% (a maior do Concelho do Porto), sendo significativamente mais alta que a taxa nacional (6,7%). No que se refere à população residente nos bairros municipais de Campanhã, este valor é ainda mais alto e preocupante - 30,3% (Estudo Socioeconómico da Habitação Social, CMP, 2001).

A freguesia de Campanhã concentra o maior número de Bairros Sociais e Camarários da Cidade - Cerco, Falcão, Lagarteiro, Pego Negro, Machado Vaz, S. Roque, S. João de Deus, Antas, Contumil, Monte da Bela e Ilhéu. Note-se, ainda, que os realojamentos de outros Bairros da cidade são feitos nesta zona (ie.: Bairro do Aleixo).

(22)

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Página 22

Nesta freguesia coabita um grande número de indivíduos da comunidade cigana, oriundos do bairro de S. João de Deus e outros, que, anualmente, são integrados nas escolas pelo facto de terem sido realojados no Bairro do Cerco. Paula Guerra, socióloga e docente na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, apresentou no "V Congresso Português de Sociologia" uma comunicação intitulada: "Contextos de vivência no bairro do Cerco do Porto: Cenários de pertenças, de afetividades e de simbologias". Aí debruça-se sobre as auto e heteroimagens dos habitantes do Bairro do Cerco, notando que ao confrontarmos os habitantes com a imagem pública do seu próprio Bairro face aos outros bairros de habitação social do Vale de Campanhã e da freguesia de Campanhã, podemos considerar que as representações dos habitantes refletem gradações diversas, consoante o «ambiente social» e «construído» referente a cada bairro em particular. Num pólo positivo, o Bairro do Falcão é classificado como tendo um «ambiente social» «muito bom» e «bom», seguido pelo Bairro de S. Roque da Lameira e pelo Bairro de Contumil, classificados entre o «bom» e o «razoável». Num outro pólo, constituído por apreciações negativas, situam-se o Bairro do Cerco do Porto com um «ambiente social» medíocre, o Bairro do Lagarteiro oscilando ente o «medíocre» e o «mau» e por fim, o Bairro S. João de Deus, assumindo as categorizações de «mau» e de «muito mau». Não deixa de ser significativo observar que na hierarquização dos espaços, os próprios residentes assumem sentimentos de automarginalização, embora o seu próprio Bairro não se situe na posição mais desfavorável no contexto de freguesia de residência. Importa referir que o Bairro S. João de Deus foi demolido (última fase em 2008) e grande parte da sua população realojada no Bairro do Cerco. Em parte, as representações (auto representações) dos habitantes sobre os bairros que habitam refletem-se no ambiente das escolas.

O Bairro do Cerco do Porto foi construído na década de 60. O objetivo primordial da construção deste Bairro Social (e de outros que surgiram posteriormente) foi de albergar famílias oriundas de zonas pobres e

(23)

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Página 23

degradadas da cidade do Porto, de baixo nível social e cultural, de parcos recursos financeiros e baixas expectativas devido, sobretudo, à existência de desemprego e consequente ausência de projetos de vida, obrigando muitas destas famílias a manter uma luta cerrada pela sobrevivência, arrastando-as, por vezes, para estilos de vida desviantes, provocando a exclusão total no seio da comunidade em que estão inseridos, refletindo-se os efeitos nos seus descendentes.

Nos últimos anos, num enquadramento de crise económica generalizada, os problemas sociais têm vindo a acentuar-se, bem como as vulnerabilidades e riscos envolvidos. Uma grande parte da população vive em condições económicas e socialmente desfavorecidas. Um grande número de agregados familiares vive em situação instável, com empregos precários, com práticas de trabalho atípicas, com um rendimento abaixo do salário mínimo nacional, dependendo de subsídios e do RSI (Rendimento Social de Inserção).

Verificam-se elevados índices de exclusão, quer do sistema educativo, quer do mercado de trabalho - fatores estruturantes no desenvolvimento sustentável de qualquer comunidade. As situações de exclusão social decorrem de um processo mais ou menos avançado de acumulação de ruturas várias: ao nível do trabalho, do habitat, da família e, grosso modo, ao nível da participação nos modos de vida dominantes, com a consequente interiorização de identidades desvalorizadas.

(24)

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Página 24

O núcleo de professores de educação física e desporto escolar

Acredito que toda a comunidade escolar esteve sempre recetiva à escola e o grupo de Educação Física não era exceção. Este era composto por 12 professores, 3 do sexo masculino e 9 do sexo feminino, sendo que uma das professoras foi a nossa professora cooperante.

Todos os professores foram muito prestáveis no que concerne ao apoio e auxílio no decorrer deste percurso inicial pela escola.

Verifiquei que o grupo de professores tinha uma boa dinâmica de trabalho e partilha entre eles, o que me proporcionou um sentimento de bem estar.

Não posso deixar de valorizar a amizade e o empenho da professora cooperante, que sempre se mostrou enérgica em motivar e estimular para que fosse melhor profissional, assim como melhor pessoa.

Turma atribuída

A turma A do 10º ano escolar é constituída por 20 alunos sendo 8 do género feminino e 12 do género masculino com idades compreendidas entre os 15 e os 17 anos.

Esta turma é muito enérgica, bem-disposta e com uma excelente relação de grupo, de apoio, de cooperação e inter-relação.

Geralmente todos os alunos fazem a aula de Educação Física, salvo esteja algum doente.

São alunos empenhados na tarefa e com vontade de aprender. Por vezes são um pouco preguiçosos mas facilmente consegue-se motivá-los para uma prática eficaz.

A nível técnico, na generalidade, pode-se observar alunos com boa qualidade técnica, com habilidade nas tarefas propostas. Todos são esforçados por conseguir melhores resultados.

(25)

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Página 25

Acredito que irei realizar um bom trabalho ao longo do ano letivo.

Acredito também que estes alunos irão gostar da prática desportiva para a sua longevidade, para além da Educação Física na escola, para além do término escolar.

(26)

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Página 26

Realização da prática profissional

Área 1: “Organização e gestão da aprendizagem” O primeiro contato com a escola

Acredito que após a entrada numa fase nova na nossa vida, neste caso, enquanto professora estagiária, emerge um conjunto de sentimentos e emoções antagónicos. Surge a necessidade de percecionar um conjunto de ideais e valores passíveis de serem transmitidos à comunidade em questão, seja ela, os nossos alunos.

Partindo deste pressuposto o primeiro contato com a escola passa a ter uma importância elevada, porque será nela que terei que realizar todo o trabalho da PES e onde serei constantemente avaliado. Recordo-me do nervosismo e ansiedade que me acompanhava nesse dia, por se tratar de uma escola que não conhecia e pelo impacto que a minha presença e atitude iniciais poderiam ter no decorrer do ano letivo.

Recordo-me da visita guiada acompanhada pela professora às instalações. A escola do cerco foi renovada através do projeto da Parque Escolar e está espantosa. Os pavilhões desportivos são novos, há salas de dança, sala de ginástica equipada até com praticável, muito material desportivo e sala de fitness e musculação. As condições que a escola oferece possibilitam ao professor desenvolver um bom trabalho com os seus alunos.

Este primeiro encontro com a realidade que iria acompanhar o meu dia-a-dia nesse ano letivo foi tranquilizante.

(27)

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Página 27

Empenhada na tarefa inicial, porque para poder ensinar é preciso saber o que ensinar e como ensinar, é necessário uma conceção e planeamento dos conhecimentos prévios aprofundados e ajustados às condições gerais e locais da instituição de ensino, às condições imediatas da relação educativa, à especificidade da Educação Física no currículo do aluno e às características dos alunos, não só na turma em geral, mas também a cada aluno, em particular. Para esta tarefa além de me sustentar nas aprendizagens adquiridas até ao momento, era também exigido uma análise dos programas de Educação Física referentes ao ano de ensino respetivo, neste caso o 10º ano. Conhecer o plano curricular da escola para a educação física, o plano anual de atividades, de forma a ajustá-lo devidamente à realidade escolar foram documentos de leitura e reflexão indispensáveis. Quanto ao fato de ajustar estes documentos à capacidade da turma teria que o fazer após o início das atividades letivas, pois ainda não conhecia a realidade da turma onde exerceria a prática profissional Projetar para o papel um ano de atividades, parecia-me uma tarefa imensa, pois as teorias ainda estão muito frescas no nosso pensamento criando um conjunto de possibilidades, o que por outro lado nos confunde um pouco. Era uma experiência nova, motivadora, mas bastante complexa, pois antes de iniciar a primeira aula teria já que estar a pensar como iria estruturar as atividades a lecionar até ao final do 3º período. O apoio da professora cooperante nesta tarefa foi fundamental, ao ajudar na seleção e estruturação do trabalho de modo a orientar as minhas ideias de acordo com o programa, o número de aulas previstas e a disponibilidade dos espaços. A partir desta organização pareceu-me mais fácil dentro de cada período fazer uma distribuição das matérias pelo número de aulas disponíveis e assim perceber quantas aulas de cada matéria de ensino dispunha para mais tarde realizar o Modelo de Educação Desportiva (MED). Os documentos revelaram-se de elevada importância, apesar da complexidade de trabalho que exigiam na sua elaboração e também pela falta de prática nesta matéria. Como estes documentos compilavam toda a informação necessária para abordar uma

(28)

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Página 28

matéria de ensino, após a sua devida elaboração tornavam-se essenciais e extremamente facilitadores para uma correta orientação do ensino. Dentro dos vários módulos que compreendem o MED, sendo todos eles fundamentais, dei elevada importância às unidades didáticas por serem um ótimo guião dos diferentes conteúdos a abordar nas diferentes aulas.

“Senti-me desenquadrada, não conseguia agrupar os meus pensamentos com o trabalho que tinha a realizar. Tinha dificuldades em entender como iria desenvolver os documentos. A perceção que eu tinha em relação à função de professora era em relação às aulas. Contudo, o apoio da minha professora cooperante e, à aprendizagem na faculdade ao longo do primeiro ano de mestrado, assim como os documentos fornecidos pela professora cooperante foram essenciais nesta fase.”

Diário de bordo Segue, em anexo, um exemplo de uma unidade didática com a respetiva justificação. (ver anexo 1)

Realização – vivências no âmbito do ensino

Após a fase de planeamento geral das componentes letivas, surge a prática. Ou seja, há uma separação entre mim e o computador e todos os documentos de apoio e surge a fase em que me exponho perante os meus alunos. Há o primeiro e verdadeiro contato com a tão desejada prática. Momento em que precisarei de empenhar, tudo aquilo que prometi na minha escrita, com os meus alunos.

“Os alunos mostraram-se intensivos e participativos durante toda a aula. Senti-me confiante nesta primeira aula prática junto da minha turma.

(29)

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Página 29

Tiveram o empenho e comportamento desejado. Ao princípio estava receosa e nervosa mas, com o desenrolar da aula e das atividades propostas, o receio e o nervosismo deram lugar à satisfação. Acredito que este ano será um grande ano de aprendizagem, os alunos têm muitas capacidades e quero desenvolvê-las para que cumpram em pleno os objetivos delineados.”

Reflexão das aulas 3 e 4

Nesta fase dá-se a transformação do planeamento para a prática, uma fase que se torna complexa porque vamos lidar com uma heterogeneidade de alunos, que apesar de terem o mesmo objetivo, a aquisição da aprendizagem difere na forma como desenvolvem o processo de escolarização e nas suas características socioculturais.

Esta diversidade dos alunos vai-nos obrigar a adotar diferentes estratégias de ensino, tentando proporcionar a todos as mesmas experiências de aprendizagem para que consigam atingir os objetivos propostos.

Seguem, em anexo, um exemplo de um plano de aula prático, um plano de aula teórica e um exemplo de reflexão. (ver anexo 2, anexo 3 e anexo 4)

O controlo da turma

É confirmatório e fundamental o professor dotar do controlo da turma de forma a facilitar o processo de ensino, principalmente numa aula de Educação Física em que trabalhamos os movimentos do corpo, onde os alunos têm mais liberdade para explorar o espaço e se dispersam dos objetivos da aula. Sendo uma disciplina onde prevalece a interação e o contato físico entre os alunos, quer em cooperação como em oposição, mais facilmente podemos nos encarar com questões de indisciplina.

O controlo de turma deve ser tratado logo a partir do primeiro dia através do estabelecimento de normas e regras de conduta para o bom funcionamento das aulas para maior rentabilização do tempo de empenhamento motor, assim

(30)

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Página 30

como permitir a concentração dos alunos focados nos objetivos das mesmas. Sustentado na afirmação de Siedentop (1991) a atitude de um professor logo no primeiro dia de aulas vai determinar, a longo prazo, a sua efetividade ao longo do ano, por isso antes que os indícios de mau comportamento surjam, o professor deve transmitir aos seus alunos as formas de comportamentos adequados à sala de aula.

No início do ano letivo os meus alunos apresentavam um comportamento exemplar e adequado ao espaço de aula. Eram cumpridores de horários, aplicados na tarefa, facilitadores do bom decorrer da aula.

“A aula de carater teórico, na sala de aula, teve como objetivo primordial conhecer e dar a conhecer à turma a professora responsável pelas aulas de Educação Física assim como, as regras e normas de funcionamento na sala de aula, os conteúdos a abordar ao longo do ano letivo, e as avaliações a que os alunos estariam sujeitos.

Durante a aula, os alunos tiveram a oportunidade de se apresentar e falar um pouco acerca da sua prática desportiva incluindo a sua preferência por modalidade desportiva. Observaram com atenção todo o planeamento que está previamente definido e aproveitaram o momento para questionar a professora, assim como, colocar dúvidas de modo a sentirem-se confiantes, preparados e empenhados para o arranque do ano letivo.”

Reflexão da aula 1 e 2

A partir do início do terceiro período, os alunos começaram a adotar um comportamento desadequado de sala de aula. Começaram a chegar atrasados às aulas, nem sempre se equipavam devidamente para a aula, por vezes não faziam a prática por falta de vontade, não usavam a melhor linguagem, nem sempre cumpriam com as tarefas propostas. O controlo da turma estava a

(31)

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Página 31

atravessar uma fase difícil. Sentia dificuldade em manter os alunos empenhados na tarefa, concentrados e com bom comportamento. Falei com a professora cooperante e ambas tivemos uma conversa com a diretora de turma. Como resultado, houve necessidade de intervenção do diretor da escola para atenuar esta situação.

“Mau comportamento que se têm vindo a verificar ao longo das aulas de educação física e, em todas as outras disciplinas. Tive que interromper a aula várias vezes e colocar alunos de castigo de forma a alterarem o seu temperamento.

Posto isto, irei fomentar sempre o jogo nas aulas mas, terei que dedicar sempre algum tempo à exercitação através de exercícios isolados que se transferem para o jogo com o objetivo de manter a ordem e o controlo da turma, assim como uma aprendizagem mais eficaz. “

Reflexão das aulas 103 e 104

Gestão do tempo de aula

Segundo Sarmento et al., 1990, a gestão da aula é entendida como o conjunto de comportamentos do professor que controla o tempo, o espaço, o material, a atividade da aula e o comportamento doa alunos da turma.

A gestão da aula é considerada a chave para a aprendizagem e o professor eficaz é aquele professor capaz de gerir eficazmente o tempo, ou seja, capaz de maximizar e otimizar as oportunidades de exercitação por parte de todos os alunos que constitui a turma que estão diretamente relacionados com o objetivo de aprendizagem.

A gestão da aula foi um elemento fundamental durante a minha passagem pela escola. Uma boa gestão do tempo de aula permite uma maior e

(32)

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Página 32

melhor rentabilidade da prática efetiva e, como consequência, melhoria da prática.

Uma boa gestão da aula é conseguida ainda antes do início da mesma, através do planeamento da aula. E, ao elaborar o plano de aula, têm-se que ter em atenção, a escolha e seleção dos exercícios, pois estes devem ter uma ordem lógica na ocupação dos espaços, do tempo de atividade dos alunos assim como na formação dos grupos de trabalho. Se uma aula for pensada tendo em conta as capacidades motoras dos alunos, os espaços e materiais disponíveis o tempo útil da mesma, podemos logo no planeamento criar estratégias para que os alunos estejam mais envolvidos e motivados. Mesmo tendo em atenção todos estes fatores no planeamento não é certo que a aula seja eficaz ou que o decorra consoante o planeado porque ainda existem alguns fatores externos que não são fáceis de prever ou controlar e que podem vir a influenciar a aula.

“O comportamento dos alunos facilitou o fluxo da aula. Foram cumpridores relativamente ao horário de início da aula e, eram rápidas as deslocações e transições entre os exercícios. Organização fundamental para o sucesso da aula.”

Reflexão da aula 5 e 6

Aulas observadas

“É preciso sentir a necessidade da experiência, da observação, ou seja, a necessidade de sair de nós próprios para aceder à escola das coisas, se as queremos conhecer e compreender.”

(33)

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Página 33

Através do dicionário de língua portuguesa, verifica-se que observar é “o ato de ver ou olhar com atenção; de considerar; de examinar; de notar”.

Segundo Ketele (1980), “observar é um processo que inclui a intenção voluntária e a inteligência, orientado por um objetivo terminal ou organizador e dirigido sobre um objeto para dele recolher informações”.

Damas e De Ketele (1985), referem cinco funções possíveis que justificam todo o processo de observação: 1) função descritiva, onde se observa para descrever os fenómenos ou uma situação; 2) função formativa, onde se observa para retroagir e retroage-se para formar; 3) função avaliativa, cuja dinâmica é ligeiramente diferente, ou seja, observa-se para avaliar, avalia-se para decidir e decide-avalia-se para agir; 4) função heurística, também chamada de observação invocada, que é quando a actividade é orientada para a emergência de hipóteses pertinentes que serão submetidas ulteriormente a actividades de verificação; 5) função de verificação ou observação provocada no sentido de que uma situação é provocada, procurada ou manipulada, a fim de verificar uma hipótese.

Segundo Vieira (1993) “observar é interpretar e como todo acto interpretativo, a observação reflecte a subjectividade do sujeito que observa”. A observação descreve o que acontece, mais do que emitir um juízo de valor. A estratégia a seguir na observação, combinada com a fase da pré-observação, “depende do objectivo que pretende atingir, do objecto que se quer observar e da natureza da observação” (Alarcão e Tavares, 1987). Os registos da observação podem ser feitos através da utilização de instrumentos, construídos de forma simples e tendo em vista a objectividade e a facilidade na sua utilização.

No que concerne à Educação Física e, segundo Sarmento (1991), há que tornar o ato de observar numa prática consciente e sistemática. Só deste modo permite julgar a qualidade da observação.

Aranha (2007) enuncia três momentos de observação distintos: 1) pré-observação; 2)observação e; 3) pós-observação.

(34)

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Página 34

1) A pré-observação caracteriza-se pelo treino e preparação para o ato de observar, onde se exige ao docente a tarefa de planear o que pretende observar, as formas e os momentos da aplicação.

2) Na observação, como ação real no espaço de uma aula, identifica-se a observação direta ou indireta quando resultante de um registo de vídeo ou similar. Como principal momento para registar e consequentemente avaliar em função dos dados recolhidos, deverão ser respeitados três princípios: objetividade, fidelidade e validade.

3) A pós-observação relaciona-se com a análise efetuada sobre os elementos recolhidos, salientando-se o facto de ser crucial na avaliação (Aranha, 2007). Os dados recolhidos são muito relevantes pois as informações que deles derivam são significativas e podem ser utilizados pelo professor para encetar alterações ao processo de ensino.

Como tal, ao longo do ano letivo, realizei observação aos meus alunos, aos meus colegas estagiários e a um professor de Educação Física através de folhas de registo de observação com posterior recolha e análise interpretaiva dos dados com vista à obtenção de mais e melhor conhecimento acerco do processo de ensino e aprendizagem.

“As observações são fulcrais como ferramenta de trabalho enquanto professora. Das observações resultam as avaliações diagnósticas, formativas e final. É uma ajuda para entender as maiores dificuldades dos alunos com o objetivo de implementar estratégias de ensino e aprendizagem.”

Diário de bordo

“Ao observar a prática letiva dos meus colegas e ao ser observada por eles, surge a oportunidade de aprendizagem, partilha e ajuda. Observamos possíveis erros que podem ser, posteriormente, colmatados e que, provavelmente, se não nos observassem, não daríamos conta. Ajuda-nos a crescer enquanto profissionais.”

(35)

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Página 35

Diário de bordo

Avaliação

Segundo Machado (2011), avaliar consiste em fundamentar, conhecer, clarificar, negociar e legitimara informação recolhida.

Existem vários tipos de avaliação, sejam elas, a avaliação diagnóstica, a avaliação formativa e a avaliação sumativa, descritas abaixo.

Na avaliação diagnóstica, a observação deverá incidir nos aspetos que se pretendem ensinar durante a unidade didática e reduzir a focagem nas aprendizagens consolidadas, sendo que a observação na fase diagnóstica será mais abrangente, atendendo em aspetos mais generalistas do movimento, potenciando o agrupamento dos discentes em grupos de nível, sem nunca descurar uma avaliação coerente.

Antes de abordar uma temática, comecei sempre pela avaliação diagnóstica. Considero uma ferramenta muito útil para desenvolver um bom trabalho com os meus alunos. A avaliação diagnóstica facilita o planeamento das aulas com a escolha e seleção dos “exercícios critério”. Ajuda no sentido de entender quais os pontos fulcrais em que devo incidir mais atenção no que concerne às dificuldades dos alunos.

A avaliação formativa aumentará a focagem nos aspetos específicos de cada nova aprendizagem, ou seja, incidirá minuciosamente nas componentes críticas de cada ação explorada durante os momentos de prática. A observação será menos abrangente e mais focada, bem como será um elemento avaliador e formativo, pois o docente deverá auxiliar-se desta avaliação para reorganizar a sua prática pedagógica, sempre que necessário.

Na avaliação sumativa, o foco específico da observação reduzirá em relação à formativa, contemplando novamente o aspeto abrangente do

(36)

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Página 36

desempenho, direcionando para as novas aprendizagens e para as componentes críticas explicitadas no programa nacional de educação física para os níveis de aprendizagem.

A primeira vez que realizei a avaliação sumativa sentia-me incapaz. Não queria falhar. Não queria ser injusta com ninguém. Queria propor as notas aos alunos consoante o empenho e evolução ao longo das aulas. Contudo, pareceu-me uma tarefa complicada mas tive a ajuda da professora orientadora. A observação e a avaliação deverão ser contempladas na prática pedagógica do docente, como momentos potenciadores de aprendizagem dos alunos. Avaliar serve o propósito da melhoria da aprendizagem e sem esse fim, não parece servir os propósitos educativos. Este pressuposto encontra-se claramente expresso no articulado legal em vigor, isto é, no despacho normativo n.º6/2010 que se refere à avaliação como um elemento integrante e regulador da prática educativa, permitindo uma recolha sistemática de informações que, uma vez analisadas, apoiam a tomada de decisões adequadas à promoção da qualidade das aprendizagens.

Seguem, em anexo, um exemplo de uma avaliação diagnóstica e uma avaliação sumativa realizada. (ver anexo 5 e anexo 6)

(37)

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Página 37

Área 2 e 3: “ Participação na escola e relação com a comunidade”

Atividades desenvolvidas e realizadas ao longo do ano letivo

Um contato mais direto com a escola e a comunidade envolvente propicia a uma melhor e maior integração do professor, melhora a sua aceitação e o seu desempenho que mais se ajusta às necessidades da escola.

No quadro abaixo apresentado estão expostas as atividades desenvolvidas pelo grupo de Educação Física e Desporto Escolar.

DATA ACTIVIDADE DESTINATÁRIOS

RESPONSÁVEL ACTIVIDADE OBSERVAÇÕES Eixo/Projeto/ período Testes Treino Funcional / Fitnessgram Alunos Professor da Turma Grupo Educação Física

Eixo 1 (Apoio à melhoria das Aprendizagens) Educação para a Saúde 30 de outubro 2014 Dia do Desporto Escolar Professores e alunos Professores com Desporto Escolar Coordenação DE Eixo 2 (Prevenção do abandono, absentismo e indisciplina) Desporto Escolar 16 de Dezembro de 2014 Corta Mato Escolar (Manhã) Alunos Professor da Turma Grupo Educação Física Eixo 2 (Prevenção do abandono, absentismo e indisciplina) Desporto Escolar Festa de Natal A designar Sarau de Ginástica (tarde/Noite) Comunidade

escolar Sérgio Silva

Grupo de Educação Física Eixo 2 (Prevenção do abandono, absentismo e indisciplina) Desporto Escolar novembro 2014 até maio 2015 Torneio de Futsal 2º, 3º ciclo e secundário Professores Estagiários da

FADEUP e 12ºC Dárida Castro

Eixo 2 (Prevenção do abandono, absentismo e indisciplina)

(38)

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Página 38

TABELA 1 Funcionários Desporto Escolar 21 de janeiro 2015 Compal Air 3x3 (todo o dia) Alunos Professor da Turma Grupo Educação Física/Coordenador DE Eixo 2 (Prevenção do abandono, absentismo e indisciplina) Desporto Escolar 26 de Fevereiro de 2015 Meeting Atletismo Alunos Professor da Turma Grupo Educação Física Eixo 2 (Prevenção do abandono, absentismo e indisciplina) Desporto Escolar 14 de Fevereiro de 2015 Duplas de Voleibol Dia dos Namorados Comunidade escolar Estagiários Grupo Educação Física Eixo 2 (Prevenção do abandono, absentismo e indisciplina)Desporto Escolar período Testes Treino Funcional / Fitnessgram Alunos Professor da Turma Grupo Educação Física

Eixo 1 (Apoio à melhoria das Aprendizagens)Educação para a Saúde 4 de Junho de 2015 Festa do Desporto Escolar Comunidade Escolar Grupo de Ed. Física Coordenador Desporto Escolar Eixo 2 (Prevenção do abandono, absentismo e indisciplina) Desporto Escolar 11 de junho de 2015 ( Noite ) Sarau de Ginástica Comunidade escolar e envolvente

Sérgio Silva Grupo de Ed. Física

Eixo 2 (Prevenção do abandono, absentismo e indisciplina)

(39)

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Página 39

Reflexão das atividades desenvolvidas e minha participação

Ao longo do presente ano letivo inseri-me no núcleo de ginástica do desporto escolar com o intuito de aprimorar e adquirir novas aprendizagens relativamente à estratégia de ensino de competição inerentes ao desporto escolar. Entender como funciona, o seu regulamento, as estratégias de ensino e aprendizagem, os modelos de competição, a componente relativa ao treino específico de uma modalidade.

Para tal, comecei a frequentar os treinos de ginástica às segundas-feiras ao final do dia, entre as 17h30 e as 20h30 juntamente com o meu colega de estágio e o professor responsável.

O papel por mim desenvolvido foi de apoio e auxílio ao professor relativamente aos diferentes níveis apresentados pelos alunos. O professor indicava-me as tarefas pretendidas a serem desenvolvidas por determinado grupo de alunos e determinado nível de aprendizagem e, a minha função, seria acompanhar esse nível em exercícios de aprendizagem de progressão. Eu selecionava os exercícios mais indicados aos alunos e acompanhava o seu progresso assim como, sempre com as ajudas inerentes às habilidades técnicas de ginástica.

Senti que este grupo de desporto escolar é um grupo bastante coeso, com uma forte dinâmica de trabalho. Há uma forte base de respeito, vontade de trabalhar, bom comportamento e desempenho por parte dos alunos. Nota-se que o trabalho desenvolvido pelo professor António inicialmente, promoveu uma boa relação entre o grupo de alunos, o seu treinador e o trabalho desenvolvido. Há uma sequência lógica de exercícios que todos respeitam.

Foi um excelente ano de aprendizagem para mim enquanto professora estagiária. Tive a oportunidade de trabalhar com um bom núcleo de desporto escolar e de acompanhar de perto as suas estratégias de prática de treino.

(40)

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Página 40

Corta-mato escolar

O corta-mato escolar encontra-se inserido como uma atividade a ser desenvolvida pelo núcleo de professores de Educação Física e pelos professores estagiários.

Esta atividade decorreu nas instalações da Escola Básica e Secundária do Cerco ao longo da manhã.

Após termos o percurso previamente delineado e as inscrições feitas com os dorsais devidamente entregues, procedeu-se à distribuição de tarefas.

A minha tarefa foi de apoio na mesa de chegada dos alunos, no sentido de registar o número do dorsal dos alunos num documento Excel anteriormente realizado, de modo a obter os resultados estatísticos de um modo fiável e mais objetivo.

Gostei da tarefa que me foi entregue. Como professora estagiária senti que deram relativa importância à minha pessoa enquanto professora na escola. A tarefa da qual estive incumbida exigia mais atenção, seria talvez, das tarefas mais importantes e exigentes. Gostei de me terem selecionado para desenvolver tal tarefa. E, participei ativamente com perfeição e satisfação

Torneio de futsal

O torneio de futsal é uma atividade que se encontra prevista no plano anual de atividades e é desenvolvida inteiramente pelos professores estagiários de Educação Física.

Optamos por prolongar a atividade pelo ano letivo e, selecionar a participação dos alunos pelos anos escolares. Assim sendo, o torneio de futsal no primeiro período destinou-se aos alunos do segundo ciclo de ensino básico. Procedemos à realização das fichas de inscrição assim como as normas e

(41)

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Página 41

regulamento do torneio a ser entregue aos professores de Educação Física e aos funcionários das instalações desportivas para que os alunos, facilmente, se pudessem inscrever. Findo o prazo de inscrições, recolhemos as inscrições e procedemos à realização do quadro competitivo onde colocamos as turmas que jogam com o local e respetiva hora. O quadro competitivo estava afixado num quadro nas instalações desportivas de modo a ser visto por todos os alunos.

No dia do torneio, as turmas já sabiam qual a hora do seu jogo e qual o local onde tinham que se descolar. Com a ajuda da funcionária, no controlo da entrada e saída dos alunos nos pavilhões, tornou-se mais fácil o controlo dos alunos. Uma das regras do torneio é que não poderia haver assistência. Entendemos que não foi do agrado dos alunos, entendemos que o futebol, como uma modalidade desportiva muito apreciada, os alunos gostariam de assistir e de torcer pelos seus colegas. Mas, devido a vários incidentes ocorridos nas mesmas circunstâncias em anos anteriores, aconselharam-nos a não deixar entrar nas instalações quem não estava inscrito para jogar.

Deste modo, os jogos recorreram com tranquilidade, sem maus comportamentos nem conflitos foram observados ou registados por parte dos alunos.

A minha função foi de árbitra de mesa, enquanto os meus colegas, Tiago e Tomás, desempenharam a função de árbitro.

O torneio decorreu como planeado, distribuído em duas tardes de quarta-feira, visto ser o dia em que os alunos não têm aulas. Todos os alunos envolvidos no torneio tiveram um bom desempenho e não cometeram nenhuma infração nem faltas de comportamento.

No segundo período, o torneio de futsal foi dedicado aos alunos do terceiro ciclo do Ensino Básico. Desta vez o número de inscrições foi inferior. O torneio seguiu com as mesmas regras mas apenas numa tarde de quarta-feira.

(42)

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Página 42

Mesmo assim, infelizmente, algumas turmas não compareceram no torneio. Os alunos envolvidos no torneio tiveram bom comportamento durante todo o desenrolar da atividade.

No terceiro período, o torneio de futsal foi destinado aos alunos do ensino secundário. Com as mesmas regras e o mesmo regulamente empregue nos períodos anteriores.

Torneio de basquetebol “compal air”

O torneio de basquetebol está inserido no plano de atividades anual desenvolvido pelos professores de Educação Física e do Desporto Escolar. Estive presente no decorrer da atividade e ajudei os professores na atividade. A minha função foi auxiliar os alunos do curso profissional de desporto na componente de arbitragem dos jogos. Nesta atividade, os alunos do curso profissional de desporto estiveram presentes e tinham várias funções atribuídas e, como professora estagiária de Educação Física e, a pedido dos professores, estive presente junto dos alunos de desporto para os auxiliar no decorrer da atividade.

A atividade decorreu como planeado. Todos os elementos envolvidos na atividade tinham funções a desempenhar para o bom desenvolvimento e cumprimento do torneio.

Duplas românticas de voleibol

O torneio de voleibol, intitulado de “duplas românticas”, faz parte das atividades anuais a serem desenvolvidas pelos professores de Educação Física.

(43)

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Página 43

Esta atividade, decorrida a 13 de Fevereiro, visava formar duplas mistas de voleibol destinadas não só aos alunos, mas também aos professores e funcionários da escola que quisessem participar.

A minha função foi de auxiliar os alunos na arbitragem dos jogos de voleibol.

A atividade decorreu ao longo de toda a manhã, como previsto, apesar de o número de participantes não ser o desejado.

Projeto 10x10

Este projeto piloto promove a colaboração entre artistas e professores de diversas disciplinas do ensino secundário, com o objetivo de desenvolver estratégias de aprendizagem eficazes na captação de atenção, motivação e envolvimento dos alunos em sala de aula. Teve início no ano letivo de 2012/13 e encontra-se agora na sua terceira edição. Após a realização de uma residência artística, em Julho passado, entre professores e artistas, seguiu-se um período de três meses de trabalho nas escolhas, que implicou 10 duplas de professores/artistas e a participação dinâmica dos respetivos alunos. Os processos de trabalho e os seus resultados foram apresentados na Fundação Calouste Gulbenkian, na plataforma das artes e da criatividade e no teatro nacional s. João, através de aulas públicas de diferentes formatos, com a finalidade de partilhar sucessos e as dificuldades sentidas neste processo de aprendizagem mútua.

Como professora estagiária de Educação Física auxiliei no sentido de deixar os alunos desenvolver o seu projeto durantes algumas aulas de Educação Física, acompanhei sempre de perto este projeto, incluindo as apresentações públicas. Desenvolvi uma aula de Educação Física com

(44)

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Página 44

exercícios de aprendizagem relacionados com os “vértices” ma disciplina de matemática.

Reuniões na escola

Durante o ano letivo são realizadas diferentes reuniões a vários níveis para organizar e delinear toda a intervenção educativa com vista ao sucesso educativo dos alunos.

Durante a minha prática enquanto estagiária foram vários os fatores que me permitiram participar em todas as reuniões que compõem o trabalho de um professor.

Estar presente em diversas reuniões que contemplam o bom desenrolar do ano letivo, em que os professores se reúnem com o objetivo de aprimorar as melhoras estratégias de ensino eficaz e tentar encontrar ajuda para a resolução de eventuais problemas, ou mesmo até a troca e partilha de dúvidas e opiniões acerca da turma em geral e dos alunos, em particular é, no meu entender, um grande momento no que concerne às estratégias de promoção do ensino. Pude ouvir, observar e refletir acerca do trabalho que é feito por um professor e pelo conjunto de professores que acompanham uma turma nas diversas disciplinas que compõem o plano de estudos.

Inicialmente, as primeiras reuniões deixaram-me confusa. Tentei acompanhar, até porque tinha a meu lado a professora cooperante que continuamente nos explicava o que se estava a passar. Torna-se complicado quando se está presente num grupo de trabalho sólido e ainda se é tão jovem, sem experiência e com tantas dúvidas. Era assim que eu estava. Queria acompanhar aquele ritmo de trabalho. Queria ajudar em todas as estratégias de planeamento. Queria ser útil na resolução de tarefas. Mas, nesses momentos, vinha para casa com dúvidas e inquietações.

(45)

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Página 45

Com o passar do tempo, as reuniões tornaram-se mais explícitas no meu ponto de vista. Deixou de ser algo complicado. Mas, para tal, houve a necessidade de diálogo e procura de ajuda da professora cooperante.

De salientar, que em todos os momentos, todos os professores se mostraram cúmplices no sentido de me colocarem a par com todas as temáticas desenvolvidas assim como no que respeita ao tratamento, ou seja, não me viam nem me tratavam como uma aprendiz. Para eles, eu era uma professora como todos eles. Deixavam-me participar e intervir em todos os momentos. Ouviam-me e respeitavam. Gostei muito de ter trabalhado com todos eles. Até porque tinha ouvido relatos de colegas meus de outras instituições que lamentavam o facto de outros professores não lhes deixarem assistir a reuniões de trabalho ou mesmo exporem as suas opiniões pelo facto de serem estagiários. Comigo foi diferente. Comigo foi um momento de aprendizagem e reflexão desta minha prática profissional com o apoio de todos os presentes

Referências

Documentos relacionados

In the round robin study, relatively reproducible results were obtained for the comet assay with NM-102 in BEAS 2B cells (mostly positive) and with NM-403 in Caco-2 cells

Figure 21 Maximum wavelength of transmitter versus bitrate (left) and transmission distance (right), for different packages

In order to increase the resolution power for cluster analysis within the Portuguese strains, we used PHYLOViZ online 2.0 Beta version ( http://online2.phyloviz.net ), which

Baseada na natureza da exposição Co-ocorrência de micotoxinas em alimentos infantis ou cereais Exposição humana à mistura é provável Co-exposição numa janela

this work was supported by research project “development of an edible film based on whey protein with antioxidant and antimicrobial activity using essential oils” funded by

Neste sentido, o feedback caracteriza-se pelo comportamento do professor de reação à resposta motora do aluno, tendo por objetivo modificar essa resposta, no sentido da aquisição

Finally, stage three aims at understanding how the external and internal factors promote or hinder servitization of a manufacturing firm over time. This stage of research is based

Quatro categorias emergiram do estudo: alta de conhecimento da população masculina sobre o câncer de mama no homem; falta de procura por assistência à saúde; o não