• Nenhum resultado encontrado

Aula órgãos sociais

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Aula órgãos sociais"

Copied!
5
0
0

Texto

(1)

Texto provisório - PBS 1/5 Direito Comercial e das Sociedades II (breves apontamentos para aulas teóricas) Os presentes apontamentos correspondem a meras notas soltas destinadas a guiar a exposição oral realizada nas aulas teóricas. Por isso, não substituem, de todo, o estudo dos manuais da especialidade que são essenciais para a compreensão global das questões. Os apontamentos são, por isso, apenas um pequeno guia, em tópicos desenvolvidos, do que foi falado.

A – Órgãos sociais

I. Assembleia geral

II. Órgão de administração III. Órgão de fiscalização IV. Secretário social

B – Responsabilidade dos titulares dos órgãos sociais C – Deliberações dos sócios

I. Formas II. Competência III. Vícios A – Órgãos sociais

Os órgãos sociais correspondem a centros institucionalizados de poder funcional, a exercer por pessoa ou pessoas com o objectivo de formar e/ou exprimir a vontade juridicamente imputável às sociedades. Os órgãos representam aquilo a que, tradicionalmente, se denomina pela organização formal da pessoa colectiva que permite que esta opere em modo colectivo. São os órgãos que permitem o funcionamento da pessoa colectiva como unidade viva, dinâmica e activa. É o que coloca o substrato patrimonial e pessoal da sociedade em movimento.

Quais são os órgãos das sociedades comerciais?

Define o art. 41.º da LSC que são órgãos das sociedades comerciais: a) A assembleia geral;

b) A administração;

c) O secretário da sociedade; e d) O fiscal único ou o conselho fiscal.

Quais são as funções dos diferentes órgãos dentro da sociedade?

a) A assembleia geral – art. 43.º - órgão deliberativo de formação da vontade. Forma a vontade da sociedade juridicamente relevante acerca da actuação da sociedade; b) A administração – art. 61.º - órgão de administração, gestão e representação da

soceidade;

c) O secretário da sociedade – art. 65.º - função de certificação/função notarial de apoio ao cumprimento das obrigações legais;

d) O fiscal único ou o conselho fiscal. – art. 66 – órgão de fiscalização do modo de exercício da sociedade e de controlo da actividade de gestão da sociedade.

(2)

Texto provisório - PBS 2/5 Os órgãos anteriormente referidos são obrigatórios em todos os tipos de sociedade? De acordo com o art. 41.º, n.º2 da LSC, os órgãos societários podem-se classificar em:

A. Órgãos necessários: Assembleia geral e administração; e

B. Òrgãos eventuais: Secretário da sociedade e conselho fiscal ou fiscal único. Nas sociedades anónimas existe sempre secretário e conselho fiscal. Nas restantes sociedades, existem quando as sociedades tenham uma das seguintes situações (art.41.º, n.º2):

1. Tenham mais de 10 sócios; 2. Emitam obrigações;

3. Ultrapassem em montante de capital social, valor de balanço ou volume de receitas um determinado montante definido por lei.

B – Responsabilidade dos titulares dos órgãos sociais

A LSC prevê, nos artigos 72.º a 80.º, um conjunto de normas destinadas a regular a responsabilidade dos titulares dos órgãos sociais. A lei regula com especial cuidado esta questão dado que os titulares dos órgãos sociais, dentro do exercício de funções, podem gerar um conjunto de danos à própria sociedade, aos sócios e a terceiros.

Quem são os titulares dos órgãos sociais: - Sócios – Assembleia Geral - Administradores – Administração

- Fiscal único (presidente ou vogal do conselho fiscal) – órgão de fiscalização - Secretário – pessoa nomeada para essa função

Quanto aos administradores:

Art 72.º: responsabilidade dos administradores (acção intentada pela sociedade).

- Danos causados à sociedade por preterição (acção ou omissão) de deveres legais ou estatutários.

- Não se responsabiliza adminsitradores que tenham votado contra a deliberação; - não são responsáveis pela execução de deiliberação dos sócios (salvo se a deliberação foi tomada por iniciativa da administração).

- Esta acção tem de ser proposta pela sociedade contra o administrador – exige deliberação dos sócios por maioria simples.

- Prazo: 3 meses após a deliberação dos sócios; implica a destituição do administrador

Art. 75.º - Acção intentada por sócio em favor da sociedade Danos causados à sociedade.

Deve ser intentada contra o administrador e deve provocar a intervenção da sociedade.

O sócio necessita de ser de responsabilidade limitada ou deter participação não inferior a 10% para que possa tomar essa iniciativa.

(3)

Texto provisório - PBS 3/5 Art. 76.º - Acção intentada por credor contra o administrador

Danos causados ao credor.

Fundamento: violação de dever legal/estatutário que tenha como resultado tornar insuficiente o património social para garantia dos créditos

Art. 77.º - Acção intentada sócio ou credor directamente contra administrador

Administrador responde pelos danos que cause a sócios e terceiros durante o exercício de funções.

Art. 79.º e 80.º - Eventual responsabilidade solidária dos sócios conjuntamente com o administrador.

C – Deliberações dos sócios

Todos os sócios têm dirieto a exprimir a sua vontade no âmbito da sociedade, votando e deliberando propostas quer na assembleia geral, quer mediante assinatura de proposta subscreita pela universalidade dos sócios. O direito do sócio participar na vida da sociedade através da assembleia geral é um dos direitos básicos que integram a situação jurídica de sócio enquanto detentor de participação social.

No que respeita ao modo como a deliberação ocorre, a LSC dispõe que os sócios podem deliberar:

1. Em assembleia geral devidamente convocada de acordo com cada tipo societário:

a. Sociedade por quotas: art. 43.º ss + 208.º a 211.º;

b. Sociedade unipessoal por quotas: art. 43.º + 208.º a 211.º + 221.º (através de inscrição em livro próprio);

c. Sociedade anónima: art. 43.º + art. 278.º 2. Assembleia geral universal – art. 44.º, n.º2

a. Exige a comparência de todos os sócios;

b. Não haja oposição de algum dos sócios à constituição da sociedade; c. Todos aceitem a ordem de trabalhos.

3. Deliberação por escrito, subscrita (assinada) pro todos os sócios – art. 44.º, n.º3

a. Requer a existência de uma proposta de deliberação e o voto favorável e por escrito de todos os sócios.

Os sócios têm a competência deliberativa. No entanto, dependendo do tipo societário, a extensão da competência da assembleia geral varia consoante os sócios possam deliberar sobre todas as matérias ou sobre algumas apenas.

Assim, para além das normas espalhadas pela lei que exigem a deliberação dos sócios, os sócios têm competência, para, pelo menos, as matérias previstas no art. 43.º da LSC. Este regime é complementado pela competência de cada tipo societário:

(4)

Texto provisório - PBS 4/5 1. Sociedade por quotas: art. 210.º;

2. Sociedade anónima: art. 278.º

As deliberações dos sócios ficam registadas no livro de actas da assembleia geral, previsto no art. 60.º da Lei das Sociedades Comerciais. Para esse fim, as actas devem também cumprir o formalismo previsto no preceito citado.

Caso não sejam cumpridas as normas legais, a lei faz associar um desvalor a essa deliberações. O regime base aplicável nesta sede é o do Código Civil, previsto nos arts. 276.º ss do Código Civil, o qual é sujeito a um vasto conjunto de modificações promovidos pela Lei das Sociedades Comerciais.

A lei sanciona com nulidade e com anulabilidade das deliberações, conforme previsto nos arts. 55.º e 56.º da LSC.

São nulas as deliberações

a) Tomadas em assembleia geral não convocada;

b) Tomadas por escrito quando algum sócio não tenha exercido por escrito o direito de voto;

c) Que sejam contrárias aos bons costumes;

d) Sobre matéria que não esteja, por lei ou por natureza, sujeita a deliberação dos sócios ou não conste da ordem de trabalhos;

e) Que violem normas legais destinadas principal ou exclusivamente à tutela de credores da sociedade ou do interesse público

A nulidade das deliberações tem um regime próprio, que estabelece um prazo de arguição durante o período de 5 anos (art. 55.º, n.º3 LSC). É uma nilidade atípica pois diverge do regime geral do art. 277.º do Código Civil.

1. São anuláveis as deliberações dos sócios que :

a) Violem qualquer disposição da lei, de que não decorra a nulidade nos termos do n.º 1 do artigo anterior, ou dos estatutos da sociedade;

b) Não tenham sido precedidas do fornecimento ao sócio dos elementos de informação que tenha solicitado e a que legal ou estatutariamente tenha direito; c) Tenham sido tomadas em assembleia geral cujo processo de convocação contenha alguma irregularidade diversa das mencionadas no n.º 2 do artigo anterior. A anulabilidade exige o recurso a acção judicial destinada à sua declarção. Para isso, qualquer sócio que tenha votado contra a deliberação ou não tenha participado na deliberação porque foi irregularmente impedido de participar na assembleia ou não compareceu na mesma porque foi irregularmente convocada, o conselho fiscal ou o administrador, caso a execução possa gerar a sua responsabilidade penal ou civil, tem legitimidade para requerer a impugnação da deliberação (art. 57.º). Para isso, deve actuar no prazo de 20 dias contados da data da deliberação ou da data em que o sócio impedido de participar na deliberação tomou conhecimento da mesma (art. 57.º, n.º2), intentando a acção contra a sociedade (art. 58.º).

A deliberação social pode ainda ser suspensa mediante procedimento cautelar especial, a suspensão de deliberações sociais, prevista no art. 59.º LSC e 320.º, 321.º e 305.º a 316º do Código do Porcesso Civil. Para este meio o prazo é mais curto, sendo de cinco dias.

(5)

Texto provisório - PBS 5/5 Alerte-se para o seguinte: relativamente aos vícios da convocação da assembleia geral, só se considera não convocada a sociedade e, por isso, nula a deliberação cujo aviso convocatório da assembleia geral não seja assinado por quem tenha competência para o efeito, ou não contenha a data, hora, local e ordem de trabalhos da reunião. Todos outros vícios que existam e que não se inscrevam naqueles vícios são sancionados com a anulabilidade.

Quanto às maiorias necessárias para aprovar uma deliberação, a regra geral é o art. 52.º, que remete para o disposto em cada tipo societário:

Sociedade por quotas Sociedade anónima

Artigo Art. 211.º, alínea b) 282.º, n.º1

Regra geral Maioria absoluta do capital social (em primeira convocatória) ou maioria absoluta do capital social

presente (em segunda

convocatória)

Maioria absoluta do capital presente ou representado

Artigo 211.º, alínea a) Artigo 282.º, n.º3

Regra especial

Matérias: Art. 210, a) e j) alteração dos estatutos, fusão, cisão, transformação e dissolução da sociedade

Primeira convocatória:

Quórum constitutivo: um terço do capital social

Quórum deliberativo: 2/3 do capital social presente

Segunda convocatória:

Quórum constitutivo: não existe Quórum deliberativo: 2/3 do capital social presente.

Referências

Documentos relacionados

[r]

Sobretudo recentemente, nessas publicações, as sugestões de ativi- dade e a indicação de meios para a condução da aprendizagem dão ênfase às práticas de sala de aula. Os

Obedecendo ao cronograma de aulas semanais do calendário letivo escolar da instituição de ensino, para ambas as turmas selecionadas, houve igualmente quatro horas/aula

A disponibilização de recursos digitais em acesso aberto e a forma como os mesmos são acessados devem constituir motivo de reflexão no âmbito da pertinência e do valor

[r]

Lista de preços Novembro 2015 Fitness-Outdoor (IVA 23%).. FITNESS

os atores darão início à missão do projeto: escrever um espetáculo para levar até as aldeias moçambicanas para que a população local possa aprender a usufruir e confiar

Este artigo tem por objetivo a avaliação da vida marinha e terrestre na praia da vila no Município de Imbituba em Santa Catarina, o estudo traz uma avaliação da vida existente