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Degradação abiótica de xenobióticos. - Portal Embrapa

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ú x i d e

W 0 & & ttC 0 -â

Elisabeth Francisconi Fay, Célia M aria M aganhotto de Souza Silva e Ita m a r Soares de Melo

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I. Introdução

A maior parte do fenômeno da poluição por pesticidas envolve compostos orgânicos chamados de xenobióticos (xeno = estranho, biótico = vida), os quais são sintetizados pelo homem e não têm semelhanças com os compostos químicos naturais. Uma das características essenciais de uma molécula xenobiótica é seu comportamento quanto à reatividade. Os compostos orgânicos mineralizáveis podem tornar-se parcial ou totalmente resistentes à mineralização pela adição de um substituinte. Estes substituintes podem ser denominados de xenóforos, isto é, que são fisiologicamente incomuns ou que são totalmente não fisiológicos (ALEXANDER. 1994).

De todos os compostos que atingem o solo intencionalmente, os pesticidas merecem atenção especial, pois seu desaparecimento, persistência e transformação indicam sua eficácia como produto e seu perigo potencial para a microbiota, a qualidade do ambiente e a vida no planeta.Além disso, existem mais de 1.000 xenobióticos registrados como pesticidas, com uma grande variação na estrutura quím ica das m oléculas. Dos xenobióticos em pregados com o pesticidas 65% são herbicidas, 25% inseticid as e 7% fungicidas. Os restantes 3% incluem nem aticidas, acaricidas, rod en ticidas, m oluscicidas e outros. Em função da importância econômica dos pesticidas e da degradação ambiental que causam, alguns estudos têm sido feitos para o estabelecim ento de características estruturais da molécula, que permitam a biodegradação desses químicos de modo a evitar danos ecológicos.

|A degradação de uma substância em outra pode ser promovida por processos físicos, como o calor ou a irradiação ultravioleta, por reações químicas decorrentes do pH ou da ação de certas substâncias no ambiente, e por processos biológicos, atrav és de e n zim as e x is te n te s em a n im a is, p lan ta s e m ic ro rg a n ism o s. A biodegradação é o único processo que permite a degradação de um xenobiótico até CO, H ,0 , NO,, e outros compostos inorgânicos, eliminando assim os produtos de transformação intermediária, muitas vezes tóxicos (ATLAS & BARTHA, 1993).y As propriedades dos produtos originados da degradação dos p esticidas são geralmente diferentes das propriedades dos parentais, tanto na atividade biológica como em características de toxicidade, volatilidade e adsortividade. Portanto, em relação aos compostos pesticidas, é necessário saber quanto do composto parental ou de sua atividade biológica permanece no solo ou na água, após determinados períodos de sua aplicação. Também é necessário identificar e quantificar os produtos da degradação. A não degradação de muitos xenobióticos acarreta seu acúmulo gradativo no ambiente com impacto a longo prazo, resultando na adaptação da biota com o estabelecimento de um novo equilíbrio no ambiente. Em função dos grupos funcionais, a estrutura química mais do que a quantidade aplicada do pesticida é de primordial importância para a degradação não biológica. Além disso, poucas

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substâncias foram estudadas em relação à sua degradação não biológica no ambiente, tendo este capítulo a função de discorrer sobre a degradação abiótica através de um a vasta busca da literatura disponível.

O d e sa p a re c im e n to do p e stic id a de um e c o ssiste m a não sig n ific a necessariamente que ele tenha sido degradado por microrganismos, uma vez que a perda dos pesticidas pode ocorrer por lixiviação, volatilização e degradação química e fotoquímica. Só recentemente tomou-se amplamente reconhecida a importância dessas transformações abióticas no destino dos pesticidas no ambiente.

2. Degradação química

São extremamente difundidos os fenômenos de transformações químicas que ocorrem no solo. Essas reações são mediadas pela água, que funciona como meio de reação, como reagente ou ambos. A hidrólise e a oxidação são fenômenos comuns nesse tipo de degradação, porém são pouco relatadas as reações quím icas de isomerização. As reações de substituição nucleofílica, outras que não a hidrólise, podem ocorrer nos reagentes dissolvidos na solução do solo ou com grupos reativos do húmus do solo. Podem ocorrer também dismutações e reações com radicais livres (GORING et ai., 1975). Entende-se por dismutação o processo químicos em que um elemento com um número de oxidação se transforma originando compostos em que o elemento tem dois ou mais números oxidação.

Devido à sua composição, o solo representa um meio efetivo para a condução de tais reações, isto é, contém oxigênio, água, superfícies adorventes reativas e os xenobióticos. A catálise pode ocorrer pela superfície das argilas, óxidos e íons metálicos, superfícies orgânicas e materiais orgânicos que podem ser separados do solo. Além disso, as nas extracelulares estão amplamente distribuídas e estabilizadas no e têm papel importante na degradação de muitos pesticidas, representando um ponto de transição entre a degradação química e a microbiológica intracelular (GORING et a/., 1975).

3. Reações hidrolíticas

A hidrólise é um processo significativo na determinação do destino pesticidas. Para a maioria dos compostos, pode ser a rota dominante a sua transformação no am biente, onde é freqüentem ente necessária hidrólise de determ inados grupos funcionais antes do início da degradação microbiana. Entretanto, alguns grupos funcionais orgânicos relativamente ou completamente inertes à hidrólise sob determina condições de reações existentes em muitos ecossistemas.

Os grupos funcionais potencialmente suscetíveis à hidrólise são: 1) amidas; 2) anilidas; 3) carbamatos; 4) epóxidos; 5) ésteres alifáticos e aromáticos; 6) haletos de alquila e arila; 7) nitrilas; 8) oximas; 9) triazinas; 10) ésteres fosfóricos (WOLFE et

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M o ambiente, as reações hidrolíticas podem ser biologicamente mediadas ou

podem o correr via processos abióticos. Para as reações bióticas hidrolíticas, a velocidade da hidrólise é proporcional à biomassa bacteriana e/ou à concentração de enzimas específicas no meio. N a hidrólise abiótica, a velocidade da reação é função de parâmetros químicos, com o pH, m atéria orgânica e íons metálicos dissolvidos. Para muitos compostos xenobióticos. tanto o processo de hidrólise biótico como o abiótico contribuem para seu desaparecim ento no ambienteiGeneralizando, segundo Pierzynski et al. (1994), a reação de hidrólise em compostos orgânicos é:

Portanto, a hidrólise é uma reação que envolve a transformação química de um pesticida, pela reação com a água, a qual resulta na quebra de uma ligação e formação de um a nova ligação carbono-oxigênio.

As reações hidrolíticas não biológicas no solo são aceleradas, devido às reações de catálise pela sorção. As argilas são responsáveis pela catálise e degradação de muitos pesticidas (ARM STRON G & KONRAD, 1974). A degradação química foi observada experim entalm ente em solos e argilas esterilizados, o que inibiu toda a atividade microbiana. A argila catalisou a hidrólise do o, odimetil. o-(2-4-5-triclorofenil) tiofosfato, efeito atribuído aos grupos hidroxila da superfície do mineral (Figura 1) (MANAHAN, 1994).

O conhecim ento da taxa de degradação e transformação de pesticidas no solo é importante para as práticas agrícolas e a segurança ambiental. O solo é um meio químico e biológico com plexo e é esperado que a sorção dos pesticidas pelas partículas sólidas afete a cinética da hidrólise. Também devido à grande atividade microbiológica, é difícil separar os processos bióticos dos abióticos, pois para a maioria dos pesticidas as degradações quím icas e biológicas ocorrem sim ultaneam ente (WOLFE et al., 1989).

As enzim as e outros compostos bioquimicamente produzidos no solo podem estar envolvidos na transform ação de xenobióticos. A esterilização que destrói organismos vivos pode igualmente afetar as reações químicas abióticas que também são dependentes das substâncias geradas por processos biológicos. Os processos de esterilização podem tam bém alterar os constituintes não biológicos do sistema tratado. Assim, por exemplo, calor e radiação podem afetar o conteúdo de radicais livres do solo (W OLFE et al., 1990).

Sharom et al. (1980) demonstraram que a proporção de areia/ silte/ argila tem função importante na hidrólise de compostos orgânicos.(Quanto maior a fração argila, m aior é a velocidade da hidrólis)?. Os minerais 2 : 1 têm maior efeito na hidrólise do que os 1: 1, provavelm ente por apresentarem maior área superficial e maior capacidade de troca catiônica (CTC). Dependendo da CTC e do tipo de argila, certos íons m etálicos com o C u+2, Zn*2, M n+2, Al+3 e Fe3 podem catalisar a hidrólise de determinados compostos orgânicos. Em bora raramente seja o principal constituinte

do solo em volume e, muitas vezes, p o s s a e.star q u a s e t o t a l m e n t e ausente, p fração orgânica tam bém é muito importante para os processos de degradação.-Ela adsorve e retém FIGURA 1. H id ró lise c a ta lis a d a por arg ila. p re f e r e n c i a l m e n te a m a io ria dos

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pesticidas e torna disponível u m a g ra n d e v a rie d a d e de g rupos fu n cio n ais reativos, alem de ser o principal local de ativ id ad e m icrobiana. O carbono orgânico é importante adsorvente para os pesticidas no solo e há indicativos de que tem e fe ito n o s p ro c e s s o s bióticos e abióticos (WOLFE

e ta l., 1989). ✓

N o so lo as re a ç õ e s c a ta lisa d a s p ela sorção en ­ volvem, principalmente, dois g ru p o s de p e s tic id a s : os herbicidas cloro-s-triazinas e os inseticidas organofosfora- dos. A hidrólise química das s- triazinas tem papel importante na degradação desses pesticidas no solo (Figura 2). Armstrong et al. (1967) observaram a form ação de hidroxiatrazina como produto de degradação da atrazina em percolados de colunas de solo. Essa hidrólise ocorreu em solo esterilizado a pH 3,9. A velocidade da hidrólise, ao m esm o pH, foi dez vezes maior na presença de solo do que em sua ausência, o que indicou que a hidrólise da atrazina foi catalisada pelo contato com o solo. Em pesquisas paralelas, Harris (1967) observou que a conversão parcial de atrazina, simazina e propazina a seus hidroxideriva dos ocorreu durante a incubação do solo a 30°C por 8 semanas. Os hidroxiderivados não foram afetados pela adição de 200 ppin de azida de sódio, que é um inibidor microbiano.

Numerosos fatores afetam a velocidade de hidrólise das s-triazinas no solo, entre eles o pH e o conteúdo de matéria orgânica, fem geral, a velocidade da hidrólise é maior em solos com alto teor de m atéria orgânica e baixo pH (ARM STRONG et

al., 1967)./A interação com substâncias húmicas solúveis pode alterar a transformação

abiótica de pesticidas. A tendência dos ácidos húm icos de com plexar cataliticamente cátions metálicos indica que as transformações abióticas, similares às que ocorrem na superfície dos sólidos, podem ser catalisadas pela associação m etal-pesticida- substâncias húmicas solúveis. Os ácidos fúlvicos e húmicos na solução do solo têm peso molecular mais baixo do que os da fase sólida. A hidrólise quím ica da atrazina em solução aquosa é grandemente acelerada pela presença de ácidos fúlvicos (KHAN, 1980). E também esperado que o pH influencie a hidrólise diretamente, um a vez que esta é geralmente pH dependente, ou indiretam ente pela sorção do quím ico nas partículas do solojJO m ecanism o de catálise do solo parece estar diretam ente relacionado com a adsorção de atrazina (A RM STRO N G & CH ESTERS, 1968). Brown & White (1969) observaram que a m ontm orilonita foi o mineral mais efetivo na hidrólise de doze herbicidas s-triazinas em solos argilosos.

Cl

H

> Á Á < H

R R Cloro-S-triazina \ Cl Cloro-S-triazina (sorvida) N ^N

F IG U R A 2. M odelo p ro p o sto p a ra a h id ró lise c a ta lis a d a pela sorção em cloro-s-triazinas no solo (A R M S T R O N G & K O N R A D . 1974).

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- ° W S / p\ - o O --- R* - ° \ ^ s - O OH R- ° W S / \ R --- O S --- C H - C O O R ' C H ?-C O O R ' H * 0 R - ° \ / \ R --- O OH H S --- C H - C O O R ' C H 2- C O O R ’

hjo r — n,nLj O m ecan ism o

de degradação química dos organofosforados envolve principalmente a hidrólise catalisada pela sorção das ligações éster. E ssa h id ró lise leva a uma degradação parcial, em bo ra seus produtos exibam pro­ p rie d a d es p e s tic id a s (COW A RT et a l.,

1971). A velocidade e os produtos da hidrólise dos organofosforados são influenciados por fatores como sorção, temperatura, pH e a força iônica do sistema. Aparentemente os fatores mais importantes são o pH e a sorção (ARMSTRONG & KONRAD, 1974). Os organofosforados sofrem comumente hidrólise alcalina, o que resulta na detoxificação desses pesticidas. Além disso, a suscetibilidade desses compostos à hidrólise alcalina está relacionada à sua atividade biológica (KHAN.

1980).

A degradação do diazinon, malation e ciodrin ocorre por hidrólise química (ARM STRONG & KONRAD, 1974). O malation e o ciodrin sofrem hidrólise básica, enquanto o diazinon sofre hidrólise ácida. O diazinon foi degradado em solo autoclava do e não autoclavado, porém seu desaparecimento foi mais rápido em solo ácido esterilizado. A degradação de diazinon é acelerada por um aumento, na temperatura, conteúdo de umidade do solo e baixo pH (KHAN, 1980). A Figura 3 mostra como ocorre a degradação do diazinon e m alation em solos.

F I G U R A 3 . R o t a s d e d e g r a d a ç ã o q u í m i c a d e i n s e t i c id a s o r g a n o f o s f o r a d o s n o so lo .

4. Degradação fotoquímica

Ás reações fotoquím icas resultam da absorção de fótons de energia radiante pelas m oléculas/ A energia E de um fóton da luz visível ou ultravioleta é dada pela equação E = hn, onde h é a constante de Planck e n a freqüência da luz. A freqüência é inversamente proporcional ao seu comprimento de onda. Á radiação ultravioleta tem maior freqüência do que a luz visível e é, portanto, mais energética, podendo quebrar a ligação quím ica das m oléculas que a absorvem. Portanto, as reações fotoquímicas ocorrem m esm o na ausência de catalisadores em temperaturas mais b a ix a s do q ue as fre q ü e n te m e n te re q u e rid a s. E ssas reações têm um papel importantíssimo na determ inação da natureza e destino final das espécies químicas no ambiente (M ANAHAN, 1994). ^

Pelos dados da literatura, a fotólise é dependente do compartimento do ambiente onde está o pesticida durante a irradiação. Os produtos formados pelas transformações induzidas pela luz solar são cham ados de fotoprodutos ou produtos da fotólise

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(SOMASUNDARAM, 1991). A fotólise é prim ariam ente um fenôm eno de superfície e extrem am ente significante na vegetação, na superfície do solo, na água e na atmosfera. Dentro da faixa de comprimento de onda da luz ultravioleta emitida pelo sol (290 a 450 nm) existe energia suficiente para agir sobre os compostos químicos, provocando transformações. Portanto, fotólise direta só ocorrerá, se a m olécula absorver radiações com comprimento de onda acim a de 290 nm (P1ERZYNSKI et

al., 1994).

Uma vez que os pesticidas podem ser lixiviados pela água, volatilizados para a atm osfera, adsorvidos pelas superfícies e tam bém sofrer partição nos film es orgânicos, seu comportamento fotoquímico em cada um desses compartimentos deve ser conhecido (MOILANEN et al., 1975). A tem peratura do solo não somente afeta a volatilização como também a fotólise (W OLFE et al., 1990).

A superfície do solo recebe uma grande quantidade de poluentes, oriundos de diversas fontes. A aplicação aérea ou superficial dos pesticidas resulta numa aplicação direta sobre a superfície do solo, onde ficam sujeitos a transform ações químicas, fotoquímicas e microbiológicas. Nos prim eiros 0,5 cm da cam ada do solo, o ambiente químico é diferente do solo como um todo. As fases sólida, líquida e gasosa estão muito próximas da interface solo/atmosfera e estão sujeitas à irradiação solar. As radiações eletromagnéticas são responsáveis por várias m odificações químicas no ambiente e representam uma rota potencialmente importante na transformação e/ou degradação de pesticidas aplicados ao solo. Devem ser considerados os efeitos da radiação solar na interface solo-atm osfera, incluindo m odificações diurnas na temperatura e umidade do solo e a luz solar que induz m odificações no conteúdo orgânico e na atividade microbiana. O conteúdo de m atéria orgânica do solo e a atividade microbiana associada também influenciam a estabilidade dos químicos aplicados na superfície do solo. O calor do sol e o m eio fotooxidante podem afetar significativam ente o crescim ento dos m icro rg an ism o s e con seq ü en tem en te o metabolismo dos compostos orgânicos na fração superficial do solo. A luz solar pode afetar os xenobióticos no solo também pela ação nas propriedades físicas dessa fração (MILLER e ta l., 1989).

Freqüentemente os produtos de degradação são idênticos aos produzidos pelas reações químicas e biológicas. Entretanto a fotólise, em alguns casos, produz uma única estrutura (KHAN, 1980).

E importante salientar que a m olécula não necessita absorver diretamente a energia radiante para que ocorra o processo fotoquímico. Se um a m olécula (aceptora) está em contato com outra espécie (doadora) excitada pela luz, esta pode transferir a energia de excitação para a aceptora, que pode, então, sofrer a reação fotoquímica como se houvesse adquirido a energia luminosa diretamente. Esse processo é chamado de fotossensibilização. Um bom exemplo de fotossensibilização pode ser observado em laboratório: a rápida conversão de aldrin (77%) a fotodieldrin, por luz ultravioleta de baixa energia, em solução de benzeno, na p resen ça de b enzofenona com o fotossensibilizador. Na ausência de benzofenona é observado m enos de 1% de conversão (ROSEN, 1972).

No ambiente, a fotólise indireta ocorre quando outras espécies que não pesticidas absorvem a energia da luz e iniciam um a série de reações, que resultam na

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tran sfo rm ação do pesticida. Espécies o rg ân icas e inorgânicas, que ocorrem naturalmente, absorvem a energia requerida para as reações subseqüentes. Embora a identidade desses fotossensibilizadores seja geralmente desconhecida, as substâncias húmicas, minerais de argila e metais de transição provavelmente estão envolvidos na fotólise indireta (WOLFE et al., 1990).

Particularmente no solo, o processo de fotólise indireta pode ser mais importante do que o processo direto, devido à absorção competitiva da luz pelos vários componentes do solo. Tanto a fotooxidação direta como a indireta são comuns e a distinção entre os dois processos é difícil. Devido ao efeito atenuante da energia pelo solo, a velocidade de fotólise direta dos pesticidas na superfície do solo é substancialmente mais baixa, relativamente à fotólise em água destilada (WOLFE et al., 1990). Em laboratório, o efeito dos solventes toma-se um fator importante na definição tanto da velocidade da reação quanto da natureza dos produtos da reação. O meio e o solvente podem influenciar o re su lta d o de um a reação fo to q u ím ic a de duas m aneiras: 1) podem ser fotossensibilizadores ou 2) podem atuar como parceiros da molécula do pesticida energizado pela luz. A diferença pode ser expressa nas seguintes equações:

A + B -+ A + B* -+ (AB) -+ A' + B' (1 ) A + B -+ A* + B -+ A' + B' (2) em que A é uma molécula de pesticida e B é uma molécula que promove reações fotoquímicas. Na equação (1) B é o fotossensibilizador e, portanto, é energizado primeiramente pela luz. Então reage com o pesticida (A) para formar o produto da reação fotoquímica A'. Na equação (2) B é um reagente (solvente ou meio) para o pesticida, que será energizado pela luz para produzir o produto A.

A extensão da fotodegradação depende do tempo de exposição, da intensidade do comprimento de onda da luz, do estado físico do pesticida, da natureza do suporte sólido ou sol vente, pH da solução e presença de água ou fotossensibilizadores (KHAN, 1980). A irradiação se modifica com a latitude, estação do ano e hora do dia. A Figura 4 apresenta o espectro de distribuição da irradiação solar (Eo) em quatro diferentes

épocas do ano (40° N) e demonstra como a luz solar varia estacionalmente, principalmente para curtos comprimentos de onda.

Também os produtos m icrobianos podem promover reações fotoquímicas de dois modos: o primeiro é pela atuação dos produtos microbianos como fotossensibilizadores, isto é, que absorvem energia da luz e a transmitem à molécula do pesticida, e o outro modo é pela fu n ção dos produtos m icrob ian os com o doadores e aceptores de elétrons, ou grupos reagentes de compostos químicos, como, por exemplo, H+ e HO-, que são freqüentemente necessários para as reações fotoquímicas.

foton x 1 0 15 (cm'15'’ 10 ’nm ’)

F IG U R A 4. Irradiação solar que alcança a terra em quatro diferentes épocas do an o (W O L F E et al., 1990).

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i, a fotólise de um pesticida requer dois eventos: absorção da radiação (diretam ente ou através de fotossensibilizadores) e a transformação da espécie eletronicamente excitada por processos químicos./A primeira etapa química numa fotorreação envolve a clivagem de ligação, usualmente homolítica, que produz radicais livres. A energia da radiação é suficiente para quebrar a m aioria das ligações covalentes, isto é, 300 nm correspondem a 95 kcal/mole. A fotodegradação no ambiente ocorre em comprimentos de onda acima de 290 nm, uma vez que a camada de ozônio absorve a maioria das radiações eletromagnéticas emitidas pelo sol abaixo deste comprimento de onda. Muitos pesticidas, especialmente os organoclorados, têm sua banda de absorção abaixo de 290 nm e por isso sua fotólise é lenta (RUZO et al., 1972). A energia luminosa absorvida pelas moléculas dos pesticidas pode ser dissipada de diversas formas, entre elas a liberação de energia através de reações químicas.

A ampla faixa de pesticidas suscetíveis a reações fotoquímicas demonstra a importância potencial dessas reações na degradação de pesticidas no ambiente.*Apesar da fotólise de pesticidas no ar e água ser ocorrência comum, é duvidoso que a fotólise de pesticidas no solo tenha um significado prático. Nos experimentos conduzidos, poucos casos têm sido registrados e todos são suspeitos, devido à dificuldade de excluir outros caminhos de decomposição ou perda no solo. Em alguns casos, uma pequena fotólise seria esperada no solo, embora a energia radiante seja fortemente absorvida pelo solo e portanto relativam ente não disponível para degradação fotoquímica, mesmo na superfície do solo (GOR1NG et al., 1975).|Os fotoprodutos gerados no solo são freqüentem ente diferentes daqueles gerados em solução no laboratório, uma vez que o ambiente químico é distinto em solos secos e soluções aquosas. Os solos oferecem uma superfície de adsorção que potencialmente pode alterar a distribuição dos fotoprodutos por restrição de movimento e configuração do estado excitado das moléculas.

Dentre as reações fotoquímicas temos a hidrólise, dealogenação, oxidação, isomerização e polimerização.

5. Hidrólise: reação nucleofílica

Um exemplo de reação fotonucleofílica é a substituição de um átomo de cloro de um anel benzeno por -OH em solução aquosa contendo agentes nucleofílicos (Figura 5) (MATSUMURA, 1982).

Na faixa da luz solar acima de 280 nm, a ligação H-OH não é quebrada para fornecer o agente nucleofílico n e c essá rio para a re a ç ã o (CA STRO . 1964). A fonte m ais com um de a g e n te s nucleofílicos neste caso é o íon hidroxila (OH-), o qual pode ser substituído pelo íon cianeto (CN-) para produzir o produto correspondente p-cianofenol.

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A hidrólise é a reação fotoquím ica predom inante sobre os carbamatos e organofosforados em soluções aquosas. Para os muitos substratos que sofrem hidrólise espera-se que possam sofrer ataque fotoquímico.

6. Dealogenação

C H j

É a reação fotoquím ica mais comum . Devido ã alta energia envolvida, a irra d ia ç ão u ltra v io le ta p ode d e a lo g e n a r d ire ta m e n te m esm o os h alogên ios estáveis ligados a anéis arom áticos (Figura 6). Alguns exemplos destas reações fotoquímicas ocorrem nas bifenilas policloradas (PCB), monuron e pentaclorofenol (PCP).

Outros exemplos são os isômeros de BHC, mirex e clordane. E necessário sa­ lientar que, quando há abun­ dância de doadores de prót­ ons, como nos alcanos satu­ rados e flavoproteínas, o re­ sultado final da dealogenação lembra as reações redutivas ( RU ZO et a l ., 1974; CROSBY & LEITIS, 1969).

O

1

C H ,

C H 20 ♦ H C I ♦

F IG U R A 6. D e c lo ra ç ã o c a ta lis a d a p o r re a ç ã o fo to q u ím ic a .

7. Oxidação

!\s reações de fotooxidação são as mais significativas na interface solo a tm o s fe ra . A luz so la r, o o x ig ê n io a tm o s fé ric o e a v a rie d ad e de a g en tes fotossensibilizadores em potencial que estão presentes oferecem, em conjunto, um ambiente fortemente oxidante/A oxidação pode ocorrer por diferentes rotas, como é demonstrado pelo herbicida monuron em solução aquosa, sob a ação de luz ultra violeta (Figura 7). Por uma rota, os grupos N-metil são removidos sucessivamente como o observado em aminas e amidas. O anel aromático também pode ser hidroxilado, mas o que aparenta ser um a reação de oxidação aromática, na qual o cloro do anel é substituído por um grupo hidroxila, é realmente uma reação de substituição (CROSBY.

1976).

As reações fotoquímicas de oxidação ocorrem normalmente como resultado das reações entre moléculas de pesticida fotoativadas e o oxigênio. Assim, essas reações ocorrem mais facilm ente na atm osfera do que em soluções aquosas, apesar de que o oxigênio dissolvido em alguns casos pode reagir com os pesticidas para dar produtos oxidados. Talvez a reação fotooxidativa mais freqüentemente encontrada no cam po dos pesticid as seja a con v ersão de P = S para P - O no caso dos organofosforados. Um processo de oxidação com significância toxicológica éessa

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H O

-\

/ / C H j -C H , c = o CHO N---CH j C = 0 NH NH

A

A

Cl Cl O CH 3

II 1

c---N--- CH3 H 1 N ---CH3 1 n h2 1 c = o 1 c = <1 NH NH

lí^k

Cl Cl F IG U R A 7. Fotoxidação do m onuron. c o n v e rs ã o de tio fo s- fatos para fosfatos, que geralm ente resulta em c o m p o s to s de m aio r toxicidade. O paration, por exem plo, é direta­ m en te fo to x id a d o a paraoxon assim como o é in d ire ta m e n te nas p a rtícu la s do solo na presença de ozônio e luz UV (F ig u ra 8) (W OLFE et al., 1990). Isso é a n á lo g o ao p ro ce sso de ativ ação por organismos superio­ res para compostos mais tó x ic o s (= p o tê n c ia a n t i c o l i n é r g i c a ) (G R U M W E L L & ERICKSON, 1973).

fTanto as subs­ tâncias húmicas como a fração inorgânica dos solos podem causar foto o x id aç ã o in d ireta em c o m p o sto s org ân ico s p e la fo rm a ç ã o de ra d ic a is liv re s , que p o d e m r e a g ir com o oxigênio. As substân­ cias húm icas tam bém p odem tra n sfe rir e lé ­ trons diretam ente aos xenobióticos e ocasio­ nar transformações dos

F IG U R A 9. F otooxidação dc fen o x ih erb icid as. compostos. J

Os p iretró ides so fre m rea ç õ e s foto-oxidativas, embora nesse caso as reações sejam com plexas, e som ente pode-se supor a natureza das reações envolvidas, através dos produtos form ados. Por exemplo, a partir do resmetrin form am-se benzaldeído, ácido benzóico e 5-hidroxi- 3 -o x o 4 -fe n il-1-ciclopen ten il m etan o l. As p irid in a s tam bém sofrem reações fotooxidativas, e como exemplo pode-se citar a reação de diquat e paraquat, dando carbonil e ácido carboxílico, respectivam ente.

F IG U R A 8. R eação de co n v ersão de p aratio n a p arao x o n .

O CHjCO O - OC H j O CHjOj O C H -O 1

A

i

rS

- ► - ► \\

1

" f -COj

y

O j

T

~

V

Cl Cl Cl Cl

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Os fenoxiherbicidas sofrem oxidação, redução e substituição, principalmente hidrólise, em soluções aquosas, quando ativados pela luz solar (Figura 9) (CROSBY.

1976).

8. Isomerização e Polimerização

F re q ü e n te m e n te o c o rre m re a rra n jo s in tra m o lec u la re s pelas reações fotoquímicas, as quais produzem produtos isomerizados, como o dieldrin. primeiro composto onde foi observada a isom erização. Outros inseticidas ciclodienos também têm processos de isom erização semelhantes, como por exemplo, heptacloro, epóxido de heptacloro, trans e cisclordano, aldrin e endrin.

O utras reações com p lexas de p olim erização tam bém podem acontecer com anilinas sub stitu íd as e o p entaclorofenol. Das anilinas são form ados os

azo e anilinoazobenzenos

Clv c\ P (MATSUMURA, 1982). É

/ = \ / = \ / ==\ conhecida em solos a

ocor-2° ' ' C' \ _ J ~ N = N \ _ J ~ a rência de dim erização de

anilinas substituídas for-mando

F IG U R A 10. D im e riz a ç ã o de d ic lo ro a n ilin a . azobenzeno (Figura 10).

9. Considerações finais

M aiores conhecim entos foram adquiridos com o entendimento dos processos e fatores que influenciam o destino dos pesticidas no ambiente. Contudo, o aspecto dos processos da d issip ação de m uitos pesticidas requer o entendim ento das transform ações desses produtos no am biente. As reações de transform ação de pesticidas no solo podem ser bióticas ou abióticas. A degradação biótica normalmente é mais significativa que a abiótica, porém, a decomposição abiótica pode ser significativa para pesticidas específicos em solos. As transformações bióticas e abióticas podem resultar no mesmo composto.

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