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20090929-T23380-ANEXO12

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ANEXO 12 –

TEXTO COMPLEMENTAR:

Análise das Demonstrações Contábeis

Para você entender de forma prática o processo de Análise de Balanços, é necessário compreender que ele começa onde termina o processo contábil, ou seja, considerando que o produto final da Contabilidade são os relatórios contábeis, é de posse de tais relatórios que o analista realizará um exame minucioso de cada uma das contas que compõem essas demonstrações, transcrevendo-as em mapas padronizados para facilitar o processo de análise. Além disso, segundo Ribeiro (2008), o analista coletará dados, escolherá os indicadores apropriados, efetuará cálculos dos quocientes, interpretará o resultado de tais cálculos, para, finalmente, apresentar suas conclusões através de relatórios.

1- ETAPAS DO PROCESSO DE ANÀLISE

1ª ETAPA: Exame e padronização das demonstrações financeiras: Balanço

Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração de Lucros ou prejuízos Acumulados, Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, Demonstração dos Fluxos de Caixa e Demonstração do Valor Adicionado (só para citar as demonstrações obrigatórias). Todas as demonstrações devem ser analisadas, no entanto, maior ênfase é dada às duas primeiras (Balanço Patrimonial e DRE ).

Nesta primeira etapa, precisamos averiguar se estamos de posse de todas as demonstrações, inclusive notas explicativas, dos três últimos exercícios. Na seqüência, devemos nos assegurar da credibilidade de tais demonstrações através do PARECER DE AUDITORIA.

Cumpridos tais passos, cabe-nos preparar as demonstrações contábeis para a análise efetiva através da reclassificação de itens (contas) das referidas demonstrações, o que chamamos de padronização das demonstrações contábeis. Para você entender melhor, efetuamos ajustes conforme exemplificado a seguir:

a) Conta DUPLICATAS DESCONTADAS: devem ser reclassificadas (transferidas) no Passivo Circulante pelas características da operação (há o risco da empresa reembolsar o recurso obtido se seu cliente não liquidar a dívida no banco);

b) DESPESAS DO EXERCÍCIO SEGUINTE: representam despesas pagas antecipadamente, assim, recursos que não se converterão em dinheiro (tendo em vista o PRINCÌPIO DA COMPETÊNCIA). Estas despesas reduzirão o lucro do próximo exercício e, consequentemente, do Patrimônio Líquido. Assim, os analistas adotam, para efeitos de análise reclassificar o saldo de tal conta, deduzindo-a do valor total do Patrimônio Líquido (realizando a despesa);

c) RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS: o saldo constante deste grupo é LUCRO, resultante de receita recebida antecipadamente (e não reembolsáveis). Dessa forma, devemos, para efeito de análise reclassificá-la no Patrimônio Líquido (somando-a);

d) CONTAS RETIFICADORAS devem ajustar os saldos das contas a que se referem (depreciação, exaustão, amortização, provisão para devedores duvidosos, capital social a integralizar, etc). Exceção à esta regra a conta

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DUPLICATAS DESCONTADAS, cujo procedimento de ajuste está contemplado na letra “a”

Realizados os “ajustes”, há que se considerar o efeito inflacionário na comparação de três exercícios contábeis para que os resultados da análise na se distanciem da realidade. Assim, o analista “corrige” as demonstrações contábeis utilizando-se de indicadores econômicos (IGPM, IPCA, outros) de forma a corrigir os saldos em análise e traduzi-los em valores constantes.

2ª ETAPA: Coleta de Dados; extração de valores das demonstrações financeiras como total do Ativo Circulante, total do Ativo Permanente, total do Patrimônio Líquido, valor de Vendas Líquidas, etc...

3ª ETAPA: cálculo dos indicadores 4ª ETAPA: Interpretação dos indicadores 5ª ETAPA: Análise Vertical e Horizontal

6ª ETAPA: Interpretação geral indicadores + análises vertical e horizontal 7ª ETAPA: Relatórios de análise.

2- RELATÓRIO DE ANÁLISE

O Relatório de Análise contém as conclusões resultantes do Processo de Análise. Para sua elaboração, devem ser considerados segundo Ribeiro (2008, p. 188):

1) O relatório de análise deve ser elaborado em linguagem inteligível para leigos, ainda que alguns usuários possuam conhecimentos de contabilidade;

2) Ao elaborar o relatório de análise, o analista deve procurar relatar as suas conclusões acerca da situação financeira e econômica da empresa, visando auxiliar o usuário em suas tomadas de decisões;

3) Os relatórios de análise podem conter poucas ou detalhadas informações, conforme a necessidade do usuário. Em geral deve apresentar informações sobre a situação econômico-financeira e sobre seu desempenho ao longo dos períodos analisados, bem como as tendências para o futuro. Devem ser esclarecidas, ainda, as causas que proporcionaram o grau de endividamento, liquidez e rentabilidade encontrados, sejam estes positivos ou negativos;

4) Para fornecedores e bancos comerciais, por exemplos, utilizam-se relatórios breves; 5) Observe as informações mais relevantes para os fornecedores:

a) Se a empresa terá ou não condições de pagar as duplicatas em dia (liquidez);

b) Se a situação de liquidez (seja ela favorável ou desfavorável) vai perdurar por muito tempo ou se é passageira. Quando a situação de liquidez é desfavorável, se há tendência

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de reversão do quadro (através da análise dos indicadores ou quocientes de rentabilidade);

c) Se, em situações inesperadas, a empresa terá ou não possibilidade de alavancar recursos junto a instituições financeiras;

d) Se apresentam tendência para a falência (através da análise dos índices de estrutura de capitais/endividamento).

6) Em relação aos bancos:

a) Se a empresa possui ou não solidez financeira, ou seja, se a liquidez apresentada permite a concessão de empréstimos vencíveis em 30, 60, 90 dias ou mais;

b) Se a empresa está totalmente endividada ou se possui alguma garantia a oferecer ao banco no momento da renegociação da dívida;

c) Se apresenta tendência para a falência.

7) Para que leigos compreendam o relatório de análise, este não deve apresentar indicadores, mas informações, vejamos:

INDICADORES QUOCIENTES PERCENTUAIS

QUOCIENTES-PADRÃO 1

Liquidez Geral 1,42 142% 1,20

Liquidez Corrente 1,70 170% 1,35

Liquidez Seca 1,54 154% 1,25

A maneira adequada de relatar tais indicadores é:

“Situação de liquidez: a empresa analisada encontra-se bem estruturada sob o ponto de vista de solvência, possuindo solidez financeira para cobrir seus compromissos de curto e de longo prazos, uma vez que opera co todos os quocientes de liquidez acima do padrão de seus concorrentes”.

O analista deve ainda, anexar ao relatório de análise os documentos que comprovam o resultado apresentado (Balanço Patrimonial, DRE, mapa dos indicadores, quocientes-padrão).

A seguir apresentamos um modelo de relatório breve: RELATÓRIO

Após a análise e interpretação dos quocientes econômicos e financeiros calculados, tendo por base o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício da Empresa XXY, no período de 31 de dezembro de XX, X1 e X2, apresentamos as seguintes informações:

Situação Financeira:

a) Endividamento: A empresa apresenta grau de endividamento satisfatório, uma vez

1 Quocientes-padrão são os quocientes obtidos com maior freqüência por empresas que exercem o mesmo

ramo de atividade e atuam em uma mesma região obtidos a partir da análise do maior número possível de empresas que exerçam o mesmo ramo de atividade, do mesmo porte, no mesmo período, nas mesma região e que apresentem o mesmo regime econômico-tributário.

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que os quocientes de estrutura de capitais encontra-se abaixo do quociente mediano de seus concorrentes. Isto pode ser comprovado pela preponderância de capitais próprios sobre os capitais de terceiros, pela boa margem existente entre as obrigações de longo prazo e as obrigações de curto prazo e pela não imobilização total de recursos próprios, revelando a existência de liberdade financeira para tomadas de decisões sem sujeitar-se a regras impostas por credores;

b) Liquidez: Em relação à solvência, a empresa encontra-se muito bem estruturada, apresentando solidez financeira que garante o cumprimento de seus compromissos de curto e de longo prazo. Operando com quocientes acima da mediana do ramo de atividade, apresenta garantia que pode ser oferecida a terceiros quando fatos inesperados colocarem a empresa em situação de insolvência momentânea.

Situação Econômica:

Rentabilidade: A empresa apresenta situação econômica satisfatória em decorrência da boa rentabilidade, que permite girar em 5,26 anos o capital total investido.

Situação Econômica e Financeira:

A empresa analisada encontra-se muito bem estruturada sob o ponto d evista econômico e financeiro devido ao baixo grau de endividamento, ao alto grau de liquidez e ao grau de rentabilidade que permite o retorno do capital próprio investido em apenas 2,63 anos, constituindo negócio altamente positivo para aqueles que confiam na empresa.

ASS: Nome

3- ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL

A Análise Vertical, também denominada por alguns analistas como Análise por Coeficientes, é aquela através da qual se compara cada um dos elementos do conjunto em relação ao total do conjunto. Ela evidencia a porcentagem de participação de cada elemento em relação ao conjunto.

O cálculo do percentual que cada elemento ocupa em relação ao conjunto é obtido através de regra de três, em que o valor-base é igualado a 100, sendo os demais calculados em relação a ele. Vejamos o exemplo:

Para calcularmos a porcentagem de participação que a conta Despesas Gerais ou Administrativas de R$ 257.310 ocupa na DRE em relação à Receita Líquida de Vendas de R$ 1.372.500, faremos:

1.372.500 – 100% 257.310 - X

X= 257.310 X 100 = 18% 1.372.500

A porcentagem encontrada corresponde ao percentual de participação das Despesas Gerais Administrativas em relação ao volume da Receita Operacional Líquida, ou seja,

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o total das despesas Gerais ou Administrativas corresponde a 18% da receita operacional líquida. No Balanço Patrimonial, a Análise Vertical abrange cálculos percentuais de todas as contas, podendo relacioná-las tanto em relação aos grupos a que pertencem (Circulante, Realizável a Longo Prazo, Permanente como com o Total do Ativo e ou do Passivo, conforme o caso.

A Análise Horizontal, também denominada por alguns analistas de Análise por meio de Números-Índices, tem por finalidade evidenciar a evolução dos itens das demonstrações financeiras ao longo dos anos.

Este tipo de análise permite o acompanhamento do desempenho de cada uma das contas que compõem a demonstração em análise, ressaltando as tendências evidenciadas em cada uma delas (evolução ou retração).

Suponhamos que a DRE de uma determinada empresa apresente os seguintes valores de Receita Operacional Líquida:

Exercício X0 Exercício X1 Exercício X2

2.500.000 7.322.200 9.547.111

Parte-se definindo-se o exercício X0 como base, a partir daí calculamos: X1 R$ 2.500.000 – 100% R$ 7.322.200 – X X= 7.322.200 X 100 = 292% 2.500.000 X2 R$ 2.500.000 – 100% R$ 9.547.111 – X X= 9.547.111 X 100 = 382% 2.500.000

Para fins de análise horizontal, podemos elaborar a seguinte tabela:

Contas X0 X1 X2

Receita Operacional Líquida

100% 292% 382%

No primeiro ano (X1) observa-se um incremento de 192% na Receita Líquida Operacional (292-100), enquanto que no período X2 o acréscimo na referida conta fica em torno de 282% (382 – 100).

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EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES:

Veja a Demonstração do Resultado do Exercício, padronizada para fins de análise da empresa Comercial Ipanema Ltda, referente aos exercícios X1, X2 e X3, faça as análises horizontal e vertical:

Demonstração do Resultado do Exercício de Comercial Ipanema Ltda

CONTAS Exercício X1 Exercício X2 Exercício X3

Receita Líquida de Vendas (*) 1.071.225 1.408.625 1.522.334 (-) CMV (450.000) (600.000) (640.000) (=) Lucro Bruto 621.225 808.625 882.334 (-) Despesas Operacionais Despesas com Vendas (144.450) (166.700) (185.300) Despesas Gerais e Administrativas (257.310) (286.550) (315.030) Outras\ Despesas Operacionais (9.000) (12.000) (17.500) (+) Outras Receitas Operacionais 18.085 20.100 13.200 (=) Resultado operacional (antes do resultado financeiro) 228.550 363.475 377.704 (+) Receitas Financeiras 36.000 32.000 8.900 (-) Despesas Financeiras (8.550) (7.300) (44.000) (=) Resultado Operacional 256.000 388.175 342.604 (-) Provisões (36.000) (84.300) (89.600) (=) Lucro ou Prejuízo do Exercício 220.000 303.875 253.004

(*) Na análise da DRE, partimos da Receita Líquida de Vendas tendo em vista desconsiderarmos o montante de impostos incidentes sobre vendas, ou seja, consideramos tão somente os recursos que efetivamente pertencem à empresa.

IMPORTANTE: para a análise desta demonstração consideraremos que já foi atualizada pelo IGPM de forma que os valores apresentados são constantes.

Referências

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