• Nenhum resultado encontrado

A criança, a familia e a escola inseridas num programa de educação em saude e prevenção de doenças bucais

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "A criança, a familia e a escola inseridas num programa de educação em saude e prevenção de doenças bucais"

Copied!
164
0
0

Texto

(1)

A CRIANÇA, A FAMÍLIA E A ESCOLA INSERIDAS NUM PROGRAMA DE EDUCAÇAO EM SAÚDE' E PREVENÇAO DE DOENÇAS BUCAIS

INICIAÇAO AO ESTUDO -M A R Y N E S T E R E Z I N H A R EI B N I T Z D I S S E R T A Ç Ã O DE M E S T R A D O A P R E S E N T A D A AO C U R S O DE P Õ S - G R A D U A Ç A O E M O D O N ­ T O L O G I A - O P Ç A O O D O N T O P E D I A T R I A DA U N I V E R S I D A D E F E D E R A L DE S A N T A CATARINA, P A R A O B T E N Ç A O DO T I T U L O 'd e M E S T R E EM OD O N T O L O G I A , Á R E A DE C O N C E N T R A Ç Ã O EM O D O N T O P E D I A T R I A . F l o r i a n ó p o l i s , j a n e i r o de 1990.

(2)

EM O D O N T O P E D I A T R I A - A P R E S E N T A D A P E R AN TE A' B A NC A E X A M I N A D O R A C O M P O S T A P EL OS P RO FE SS OR ES : PROFa. DRA. R O S E T A K J I u , . D I T T R I C H V I G G I A N O PR0F? A D I R PROB ST PROFa. H E L E N I T A C A L D E I R A DA S I L V A

(3)

para cem anos., eduque o poyo." Provérbio Chines

(4)

e sem a qual, a realização deste trabalho não teria sido possTvel.

(5)
(6)

A m e u s irmaos Sylvio, A n n e l y , P a u l o e W a l t e r p o r s e r e m q u e m são, p r e e n c h e n d o m i n h a v i d a com t o d a e s p é c i e de s u r p r e s a s .

A m e u s colegas de p o s - g r a d u a ç ã o , e s p e c i a l m e n t e J o e c í de O l i ­ v e i r a e M i r e n e C e t s u k o N a k a n e A l v e s P e r e i r a p e l a c o l a b o r a ç ã o e f e ­ tiva nos m o m e n t o s i ni ciais d es te t r a ba lh o.

A

e q u i p e t é c n i c o - a d m i n i s t r a t i v a , p r o f e s s o r e s e s e r v i d o r e s da C r e c h e C a s u l o E s p e c i a l da F u n d a ç ã o L e g i ã o B r a s i l e i r a de A s s i s t ê n ­ cia - F l o r i a n ó p o l i s - SC, p e l a a c e i t a ç ã o e a p o i o c o n s t a n t e s , o que p o s s i b i l i t o u a r e a l i z a ç ã o da p a r t e p r á t i c a d e s t e t ra ba lh o.

Q g

Aos a l u n o s das 8- e 9- fases do c u rs o de g r a d u a ç ã o em O d o n ­ t o l o g i a da U n i v e r s i d a d e F ederal de S a n t a C a t a r i n a , que r e a l i z a r a m e s t a g i o n a C r e c h e C a s u l o E s p e c i a l d u r a n t e as d i s c i p l i n a s de E s t á ­ gio S u p e r v i s i o n a d o I e II, nos anos de 1988 e 1989, p e l a c o l a b o ­ r a ç ã o no d e s e n v o l v i m e n t o do p r o g r a m a e d u c a t i v o - p r e v e n t i v o .

Aos f u n c i o n á r i o s ligados ao cu rso de O d o n t o l o g i a da U n i v e r ­ s i d a d e F e d e r a l de S a n t a Catarina, e s p e c i a l m e n t e A n a M a r i a e "Tia" Ma ri ld a, p o r e s t a r e m s e m pr e p o r p e r t o em todos os m o m e n t o s .

A

J e a n e t e J e n s e n Eble, p e l o p a c i e n t e e c o m p e t e n t e tr ab a l h o de d a t i l o g r a f i a .

(7)

A

M a r i a E d u a r d a F u r t a d o de Carvalho, p o r sua d i s p o s i ç ã o em r e a l i z a r a r e v i s ã o do ver ná cu lo . A Jo sê A u g u s t o F u r t a d o p e l a a j ud a co m o r e s u m o em inglês. A R o s i m e r e Gut ih á M e u r e r e L ia na de S o u z a p e l o t r a b a l h o de d a t i l o g ra fi a. Ao C a r l i n h o s , p el o seu a p o io e c o m p r e e n s ã o nos ú l t i m o s m o ­ m e n t o s .

(8)

PAG.

R E S U M O ... ... 9 ABST.RACT ... . . . ... . 10 I N T R O D U Ç Ã O ... ... ... 11 1 - R E V I S Ã O D A L I T E R A T U R A ... ... . 19 2 - P R O P O S I Ç Ã O . . ... ... 64 3 - M A T E R I A I S E M É T O D O S ... ... . 65 4 - R E S U L T A D O S E D I S C U S S Ã O ... .... ... 75 C O N C L U S Õ E S ... 112 S U G E S T Õ E S ... . 114 R E F E R E N C I A S B I B L I O G R Á F I C A S ... ... 116 A NEXOS

(9)

A a u t o r a a n a l i s a o c o m p o r t a m e n t o da C r e c h e C a s u l o E s p e c i a l da F u n d a ç ã o L e g i ã o B r a s i l e i r a de A s s i s t ê n c i a - F l o r i a n o p o l i s - SC, no que se r e f e r e ã sua p a r t i c i p a ç ã o s o ci al n u m p r o g r a m a de e d u c a ­ ção em s au de e p r e v e n ç ã o de doe n ça s b u c a i s (atenç ão p r i m á r i a ) .

E v i d e n c i a - s e , p e l o e s t u d o e o b s e r v a ç õ e s feitas, que a p a r t i ­ c i p a ç ã o da es co la , f a m í l i a e c o m u n i d a d e n e c e s s i t a de r e f o r ç o s e a c o m p a n h a m e n t o s c o n s t a n t e s p a r a g a r a n t i r o d e s e n v o l v i m e n t o s i s t e ­ m á t i c o do p r o g r a m a .

A n ã o e x i s t ê n c i a de cu idados de a t e n ç ã o p r i m á r i a ã p o p u l a ç ã o e s c o l a r foi co me n t a d a , j unto ã análise da e s t r u t u r a o r g a n i z a c i o ­ nal da i n s t i t u i ç ã o .

(10)

The a u t h o r a n a l y s e s the b e h a v i o u r of the S p e c i a l C o c o o n D a y Care C e n t e r of the B r a z i l i a n L e g i o n of A s s i s t a n c e (*LBA) o f F l o r i a n ó p o l i s , SC, c o n c e r n i n g it's soc ia l p a r t i c i p a t i o n in an e d u c a t i o n a l p r o g r a m m e of h e a l t h an d p r e v e n t i o n of O ra l D i s e a s e s ( Pr im a r y C a r e ) .

It b e c o m e s eviden t, t h r o u g h s t u d i e s a n d o b s e r v a t i o n s , that the s c h o o l s ' , f a m i l i e s ’ and c o m m u n i t y p a r t i c i p a t i o n needs r e i n f o r c e m e n t and c o n s t a n t a t t e n t i o n to g u a r a n t e e the s y s t e m a t i c d e v e l o p m e n t of the P r o g r a m m e ,

L a c k of care in p r i m a r y a t t e n t i o n to the s c h o o l - a g e p o p u l a t i o n w a s co m m e n t e d , t o g e t h e r w i t h the a n a l y s i s of the o r g a n i z a t i o n a l s t r u c t u r e of the i n s t i t u t i o n .

(11)

Tem-s e fal a do m u i t o sobre as t e n d ê n c i a s dos p r o x i m o s dez anos, em termo s da d i s s e m i n a ç ã o de u m a c o n s c i ê n c i a mais, a b r a n g e n ­ te e efetiva, sobre a n e c e s s i d a d e de m e l h o r a r a q u a l i d a d e de v id a das pessoas.

A t r i b u e m esse p a p e l a todos que, i n s e r i d o s n u m c o n t e x t o s o ­ cial, não se s a t i s f a z e m m a i s c o m as form as a r c a i c a s e p r i m i t i v a s de r el aç õ es s oc iais, e c o n ô m i c a s e p o l í t i c a s que p r i v i l e g i a m p o u ­ cos em p r e j u í z o da maioria,. T o do s a q u e l e s qu e a c r e d i t a m que ê p r e c i s o inovar, e n c o n t r a r s o l u ç õ e s c r i a t i v a s e s i m p l e s p a r a os p ro b l e m a s , c o m v o n t a d e p o l í t i c a p a r a t r a n s f o r m a r aquilo, a p a r e n ­

tem en te p e r p e t u a d o p e l o ”ê a s s i m m e s m o ”, "foi semp re feito a s si m " e pela lei de "levar v a n t a g e m em tudo".

0 que cabe a cada um f a z e r no seu grupo de t rabalho, na sua família, na escola, na c o m u n i d a d e ? Que v a l o r e s p r e c i s a m se r r e s ­ gatados em termos de c r e d i b i l i d a d e , h o n e s t i d a d e e c o n f i a n ç a ?

É u r g e n t e lutar p e l a e co l o g i a , m a s é p r e c i s o p e n s a r nas c o n ­ dições b ã s i c a s a inda não r e s o l v i d a s como o esgoto, o lixo, a f a l ­ ta de ãgua. é p r e c i s o o d e s e n v o l v i m e n t o da p e s q u i s a ci en tífica,

da t e c n o l o g i a e, ao m e s m o tempo, d i r e c i o n a r e sf o r ç o s pa ra e l i m i ­ nar o a n a l f a b e t i s m o , p r i o r i z a r saúde, a l i m e n t a ç ã o e h a b i t aç ão .

(12)

0 que f a z e r afin al p a r a m e l h o r a r a q u a l i d a d e de vi da de cada u m de nos?

N e c e s s i t a m o s de um e s f o r ç o c o m p a r t i d o de l i d e r a n ç a s técnicas e leigas, r e s p a l d a d a s por d e c i s õ e s de alto n ível p o lí ti co , para que se p o s s a m i m p l a n t a r p r o j e t o s e s p e c i a i s de e d u c a ç ã o em saúde, r e u n i n d o e f e t i v a m e n t e de m a n e i r a u n i d i r e c i o n a l , os es fo r ç o s e r e ­ cursos dos ó r g ã o s de saúde cole ti va , de p r e s t a ç ã o de serviços p es s o a i s , de f o r m a ç ã o de r ec u r s o s h u m a n o s p a r a que a p o p u l a ç ã o p o s s a b e n e f i c i a r - s e d e s s e s e s f or ço s.

Não há j u s t i f i c a t i v a c i e n t í f i c a p a r a que apen as p r o f i s s i o ­ nais co m n í v e l s u p e r i o r d e t e n h a m o d i r e i t o da p r e s t a ç ã o de s e r v i ­ ços e /o u o r i e n t a ç õ e s de saúde às p o p u l a ç õ e s . 0 d e s e m p e n h o dos r e ­ cu rs o s h u m a n o s e s t a r á nu ma d e p e d ê n c i a d i r e t a de c o r r e t a seleção, t r e i n a m e n t o , u t i l i z a ç ã o e c o n t i n u i d a d e do a p r e n d i z a d o .

D e n t r e os a v a n ç o s t e c n o l ó g i c o s r e ce nt es , o das c o m u n i c a ç õ e s fáce is e r á p i d a s e ntre os m a i s l o n g í n q u o s r i n c õ e s do globo, fez c o m que o m u n d o se t or n a s s e e x t r e m a m e n t e p e q u e n o e ao m e s m o t em po nos p e r m i t i n d o t a m b é m c o n h e c e r m e l h o r os p r o b l e m a s de n o s s o s v i ­ zinhos. Isso nos r e v e l o u que grande n ú m e r o de p r o b l e m a s é u n i v e r ­ sal e que, p a r a a s o l u ç ã o de q u a se todos eles, são n e c e s s á r i a s a b o r d a g e n s m u l í i d i s c i p l i n a r e s .

0 c o n h e c i m e n t o c i e n t í f i c o torna o i n v e s t i g a d o r um e s p e c i a ­ l i s t a que se b i t o l a em um m u n d o r e d u z i d o do saber, não p r o c u r a n d o d e s e n v o l v e r u m t r a b a l h o inter e/ou p l u r i d i s c i p l i n a r que g l ob al iz e m ai s o c o n h e c i m e n t o .

As c i ê n c i a s t o r n a r a m - s e tão c o m p l e x a s que se p e r d e u o lado f i l os óf ic o, no s e n t i d o de v o l t a r a se p r e o c u p a r com o " h o m e m ”, a g or a s e p a r a d o p e l o m e i o m a t e r i a l i s t a . 0 m u n d o m o d e r n o não busca

(13)

0 s ãbio em sua e x i g ê n c i a de e sp í r i t o , ele esta d e s e q u i l i b r a d o e

£ e c h a n d o - s e ca da vez m a i s p a r a a r ef l e x ã o , t o r n a n d o - s e i n d i v i d u a ­ lista a p r o c u r a de r e s u l t a d o s i m ed ia to s.

É ca da vez m a i s e v i d e n t e que o p r o c e s s o de i n c o r p o r a ç ã o e n ­ tre d i s c i p l i n a s ou e nt re d i f e r e n t e s e s p e c i a l i d a d e s de uma d i s c i ­ plina, deva ter o c a r á t e r de s í n t e s e t r a n s f o r m a d o r a .

A i n t e r d i s c i p l i n a r i d a d e bus ca , a t r a v é s de re l aç õe s i n t e r d i s - c i p l i n a r e s , uma m e l h o r c o m u n i c a ç ã o , com n e c e s s i d a d e de u m a l i n ­ g u a g e m a c e s s í v e l , que c o r r e s p o n d a ao d i á l o g o e .uma f o r m u l a ç ã o g l ob al da e x i s t ê n c i a h umana.

S e g u n d o G r a c i a n o e c o l a b o r a d o r e s (1988)**^ o tr ab a l h o i n t e r ­ d i s c i p l i n a r é aquel e que foi p l a n e j a d o , e x e c u t a d o e a va l i a d o c o n ­ j u n t a m e n t e sempre c o m i n t e g r a ç ã o d i s c i p l i n a r . Tem como r e q u i s i t o s b á s i c o s : ter u n i d a d e de o b j e t i v o s gerais, d i v e r s i d a d e de c o n h e c i ­ m e n t o e f u n ç õe s e s p e c í f i c a s .

D u a i l i b i (1989)^® r e f e r e - s e à e q u i p e m u l t i d i s c i p l i n a r o d o n ­ t o l ó g i c a co mo sendo u m a e q u i p e c o m p o s t a p o r v á r i o s p r o f i s s i o n a i s de d i v e r s a s áreas l i g a d a s à O d o n t o l o g i a , o nd e c a d a e l e m e n t o só p o d e ser c o m p r e e n d i d o no c o n j u n t o de suas r e l a ç õ e s com os outros. Esta e q u i p e tem p o r o b j e t i v o o t r a b a l h o i n t e g r a d o de todos os seus m e m b r o s no se nt i d o de tr at a r o p a c i e n t e como u m ser co mp l e t o e c o m p l e x o - b i o p s i c o s s o c i a l - v i s a n d o a sua r e a b i l i t a ç ã o bucal. A p r á t i c a p r o f i s s i o n a l e de e n s i n o da e q u i p e está b a s e a d a em r e ­

l aç õ e s de t r oc a e c o o p e r a ç ã o p r o f i s s i o n a l , b u s c a n d o sempre a t o ­ l e r â n c i a m ú t u a em b e n e f í c i o da f u n c i o n a l i d a d e do grupo.

A n a t u r e z a e a c o m p l e x i d a d e dos p r o b l e m a s de saúde de hoje, e x i g e m u m a v i s ã o tão a m p l a q u a n t o p o s s í v e l do c o n t e x t o em que se d e s e n r o l a a v i d a do homem.

(14)

Há m i l h a r e s de anos o h o m e m v e m l u t a n d o c o n t r a as doenças. M u i t o s p r o g r e s s o s têm sido e f e t i v a d o s , p r o g r a m a s t ê m sido d e s e n ­ v o l v i d o s em todo o mund o; e n t r e t a n t o f r a c a s s o s v i r ã o se não c o n ­ tarmos c om a c o o p e r a ç ã o dos i n d i v í d u o s e das c o m u n i d a d e s , que o f e r e c e m r e s i s t ê n c i a com sua a p a t i a e n ã o a ce i t a ç ã o . Estes o b s t á ­ culos p o d e r ã o ser s u p e r a d o s por m e i o da e d u c a ç ã o e m saúde cujo o b j e t i v o ê o de se c o n s e g u i r das p o p u l a ç õ e s u m c o m p o r t a m e n t o c o n ­ d u c e n t e ã saúde.

A s s u m i r r e s p o n s a b i l i d a d e com r e l a ç ã o ã saúde, vai d e p e n d e r da a q u i s i ç ã o de c o n h e c i m e n t o s c i e n t í f i c o s e da a d o ç ã o de a t i t u d e s e p r á t i c a s de saúde, v i s a n d o p r i n c i p a l m e n t e ã m a n u t e n ç ã o de a m ­ b i e n t e saud áv el , ã p r o v i s ã o e u t i l i z a ç ã o de r e c u r s o s de saüde, e d u c a ç ã o dos joven s e da p o p u l a ç ã o adulta, a p l i c a ç ã o de l e g i s l a ­ ç ão que f a v o r e ç a a s a üd e e p l a n e j a m e n t o u r b a n o a de q u a d o . A e d u c a ­ ção a ss u m e i n d i s c u t í v e l i m p o r t â n c i a n a f o r m a ç ã o das i n d i v i d u a l i ­ dades, b a s t a que a n a l i s e m o s o C i c l o E c o n ô m i c o da D o e n ç a d e s c r i t o p o r H o r w i t z (apud Souza, 1 9 6 7 ) ^ ® ® onde, p a r t i n d o . d o i n d i v í d u o d o e n t e temos o i n d i v í d u o com e n e r g i a de b a i x a q u a l i d a d e , gerando, c om o c o n s e q ü ê n c i a , b a i x a p r o d u ç ã o de s e r v i ç o s os quais, p o r sua vez, dão l u g a r a b a i x o s s a l á r i o s que r e d u n d a m em n u t r i ç ã o d e f i ­

ciente, e d u c a ç ã o i n s u f i c i e n t e , h a b i t a ç ã o i n a d e q u a d a , fato re s pr e- d i s p o n e n t e s ãs doenças, f e c h a n d o - s e d e s s a m a n e i r a o ciclo.

Nos p a í s e s s u b d e s e n v o l v i d o s ou em d e s e n v o l v i m e n t o , v e r i f i c a ­ mos u m g r a n d e i n v e s t i m e n t o em ações c ur a t i v a s ; b a i x o i n v e s t i m e n t o em ações p r e v e n t i v a s ; isto não i m p e d e o a p a r e c i m e n t o de n o v o s c a ­ sos de d o e n ç a que g e r a m b a i x a p r o d u ç ã o de be ns e s e r v i ç o s e a s si m s u c e s s i v a m e n t e . Para q u e b r a r esse ci clo nefas to , só a e d u c a ç ã o a t u an do s obre o i n d i v í d u o de fo rma r a c i o n a l e adequa da . A a s p i r a ­ ç ão e o d i r e i t o ã e d u c a ç ã o f a z -s e no s e n t i d o de p r e p a r a ç ã o p a r a

(15)

a t i v i d a d e s p r o d u t i v a s (meio) e c o m p r e e n s ã o do m u n d o em que v i v e ­ mos (fim). Como meio, ela p r e p a r a o h o m e m p a r a as tar ef a s p r o d u ­ tivas, os técnicos, os o p e r á r i o s e s p e c i a l i z a d o s pa r a o d e s e n v o l ­ v i m e n t o e co n ô m i c o . Com um fim, ela p r e p a r a o h o m e m p a r a e n c o n ­ t r a r - s e c o n s i g o mesmo, p a r a s i t u a r - s e e c o m p r e e n d e r o m u n d o que o rodeia, p a r a o a u t o d e s e n v o l v i m e n t o , p a r a a vida plena; como tal, ela é u m dos c o m p o n e n t e s da f e l i c id ad e in di vidual.

0 c o m p o r t a m e n t o em r e l a ç ã o ã s aúde s5 po de ser m u d a d o a t r a ­ vés do p r o c e s s o e d u c a t i v o . Saúde e e d u c a ç ã o são e s s e n c i a i s p ar a uma vida p e s s o a l e soci al efetiva.

S e g u n d o T h o m a s W o o d (apud Sá, 1957)^°^ a e d u c a ç ã o em saúde, s e j a ela a p l i c a d a a q u e m for, co n si st e em c r ia r h áb i to s, d e t e r m i ­ n ar a t i t u d e s e m i n i s t r a r c o n h e c i m e n t o s n e c e s s á r i o s ã saúde e não a pena s a t u a r na c r i a ç ã o de hábitos, o que s e ri a m u i t o vago.

M a r c o n d e s (1968)^® def in e e d u c a ç ã o em s aúde como "um p r o c e s ­ so e s s e n c i a l m e n t e ativo, que en vo lv e m u d a n ç a s no m o d o de p e n s a r , s e n t i r e a g i r dos i n d i v í d u o s , v i s a n d o a o b t e n ç ã o da saúde".

C o n q u a n t o nos p a r e c e d es n e c e s s á r i o , p o d e r í a m o s dar uma d e f i ­ n i ç ã o s i s t é m i c a de saúde di ze n d o que "ela é u m e s ta do em que o i n d i v í d u o te m o v i g o r físi co pa ra o d e s e m p e n h o das at iv i d a d e s n o r m a l m e n t e e s p e r a d a s dos i n di ví du os de sua idade, não a p r e s e n t a a l t e r a ç õ e s na e s t r u t u r a ou no f u n c i o n a m e n t o de seus s u b s i s t e m a s (orgãos e a p a r e l h o s ) que c au s e m dor ou d e s c o n f o r t o ou p o s s a m ser o r i g e m de doença, e m a n t é m h a r m o n i a e e q u i l í b r i o em suas funções m e n t a i s s u f i c i e n t e s p a r a uma vida n or m a l de re la ç õ e s com seus s e ­ m e l h a n t e s , d e n t r o da c u l t u r a a qual p e r t e n c e " (Chaves, 1978, p.

2 3

)'^

(16)

em saüde, ã c a m a d a m ai s c a r e n t e da p o p u l a ç ã o , a q u e l a de b a i x a renda, que fica ã m a r g e m das i n f o r m a ç õ e s e p a r a qual o a c e s s o e p e r m a n ê n c i a na e s c o l a fica d i f i c u l t a d o p e l o a s p e c t o econ ôm ic o.

No Brasil, a c l a s s i f i c a ç ã o da p o p u l a ç ã o , c o n f o r m e o n í vel de renda, toma como p a r â m e t r o o s a l ã r i o m í n i m o v i g e n t e e s t a b e l e c i d o p o r l e g i s l a ç ã o e s p e c í f i c a . Os o r g ã o s o f i c i a i s que a tu am na ãr ea social, mais e s p e c i f i c a m e n t e a t r a v é s dos p r o g r a m a s de a l i m e n t a ç ã o popula r, a t e n d e m ã p o p u l a ç ã o de b a i x a r e n d a que a s s i m é c l a s s i f i ­ c a d a p o r a u f e r i r m e n s a l m e n t e , a n í v e l f a mi l ia r, r e m u n e r a ç ã o de até 3 (três) s a l á r i o s .m í n i m o s .

A e s c o l a é um a i n s t i t u i ç ã o b a s t a n t e i m p o r t a n t e n a qual se deve atuar, se n ã o a m a i s i m p o r t a n t e d e v i d o ao fato de e star em c o n t a t o com a c r i a n ç a d es de a m a i s t enra idade, p o s s i b i l i t a n d o o d e s e n v o l v i m e n t o da e d u c a ç ã o em saüde. Ao se f a la r de escola, a b r a n g e - s e d esde os j a r d i n s de i n f â n c i a aos c o l é g i o s s e c u n d á r i o s e até às u n i v e r s i d a d e s , Na e s c o l a p o d e - s e a t u a r c o m m o d i f i c a ç õ e s de h á b i t o s e f o r m a ç ã o dos h á b i t o s sadios, d e s d e o a s s e i o p es s o a l , p e n t e a r os cabelos, e s c o v a r os d e nt es etc que, q u a n d o a d q u i ­ ridos p o r i n t e r m é d i o da escola, são m a n t i d o s p e l a v i d a e se d i ­ f u n d e m em toda a c o l e t i v i d a d e (Sã, 1957)^°^.

A l i d e r a n ç a da e s c o l a j u s t i f i c a - s e p o r ser ela a responsável, p e l a e d u c a ç ã o integral, d i s p o n d o de p e s s o a l h a b i l i t a d o p a r a r e a ­ l i z a r a tare fa e d u c a t i v a , r e u n i n d o gran de p a r t e da p o p u l a ç ã o (sen­ do por el a v a l o r i z a d a ) e p o d e n d o dar ã c r i a n ç a a a t e n ç ã o e s p e c i a l que n e c e s s i t a nas suas fases de c r e s c i m e n t o e d e s e n v o l v i m e n t o .

P e s q u i s a s a r e s p e i t o da i n f l u ê n c i a de f a t o re s a m b i e n t a i s na i n t e l i g ê n c i a i n d i c a m r e t a r d o p r o g r e s s i v o e n t r e c r i a n ç a s que se d e s e n v o l v e m em m e i o que f o r n e c e a p e na s o p o r t u n i d a d e s m í n i m a s p a r a

(17)

a a p r e n d i z a g e m das h a b i l i d a d e s que n o r m a l m e n t e sao i nc l u í d a s sob o termo " i n t e l i g ê n c i a " .

No B rasil, o b s e r v a - s e t a m b é m que um dos grandes p r o b l e m a s e n f r e n t a d o s na ãrea de e n s i n o diz r e s p e i t o ã alta p r o p o r ç ã o da p o p u l a ç ã o em idade e s c o l a r que, d e v i d o a u m ambien te p o u c o e s t i ­ m u l a d o r nos p r i m e i r o s anos de vida, c h e g a ã e s co la sem a p r e s e n t a r

os r e q u i s i t o s m í n i m o s n e c e s s á r i o s p a r a o a l c a nc e dos o b j e t i v o s p r o p o s t o s no programa. Os e s t u d o s sobre o p r o c e s s o de n a s c i m e n t o , e fe i t o s a n e s t é s i ­ cos d u r a n t e o parto, s e p a r a ç ã o m ã e - n e o n a t o , e x p e r i ê n c i a s p ó s - n a ­ tais, d i f e r e n ç a s in d i v i d u a i s , t r o u x e r a m c o l a b o r a ç õ e s s i g n i f i c a t i ­ vas pa ra m e l h o r c o m p r e e n s ã o do d e s e n v o l v i m e n t o da criança. e, dia nt e de e v i d ê n c i a s sobre s e q u e l a s i r r e p a r á v e i s em seu d e s e n ­ v o l v i m e n t o , c o l o c a - s e co mo p r i o r i t á r i a a o p çã o de p r o g r a m a s p a r a a p r e v e n ç ã o e r e c u p e r a ç ã o do p r é - e s c o l a r , que se a p r e s e n t a c o m o a p o p u l a ç ã o m a i s v u l n e r á v e l ã c a r ê n c i a de suas n e c e s s i d a d e s b i o l ó ­ g ic as e p s i c o l ó g i c a s bá si c as . A p ar deste q u a d r o b u s c a - s e a a p l i c a ç ã o de p r o g r a m a s p r e v e n ­ tivos v i s a n d o im pe d i r as d e f i c i ê n c i a s de d e s e n v o l v i m e n t o a tu a n d o - se c o m e s t i m u l a ç ã o p r e c o c e a d e q u a d a desde os p r i m e i r o s m es es de v i d a . Nã o só a at ua çã o da e s c o l a é i m p o r t a n t e . D e v e- se t a m b é m l e m ­ b r a r da família,, que é o b e r ç o do in di v í d u o , onde ele p a s s a gran de p a r t e de seu tempo. D e v e- se d a r a t e n ç ã o ã e d u c a ç ã o sobre saúde

r

p a r a a família, p o s s i b i l i t a n d o que ela po ssa r e f o r ç a r e m e s m o c o ­ b r a r as a t i t u d e s h i g i ê n i c a s e p o s t u r a i s que irão m e l h o r a r e m a n ­

ter a saúde da criança, do a d o l e s c e n t e e m es mo do adulto.

(18)

de sn u t r i d o s , diz que as m ã e s das c r i a n ç a s a s s i s t i d a s por .esse p r o g r a m a r e c e b e m i n s t r u ç õ e s sobre o t r a b a l h o feito junto a estas e assim t o r n a m - s e ca pa ze s de c o n t i n u a r a d o m i c í l i o o t r a b a l h o i n i ­ ciado no c e n t r o de e d u c a ç ã o e r e c u p e r a ç ã o n u t r i c i o n a l ; diz ainda que "algumas delas (das mães) s e n t e m ta ma n h o e n t u s i a s m o pelo p r o ­ g rama e suas f i n a l i da de s, que t r a n s m i t e m esse e n t u s i a s m o ãs o u ­ tras m ã e s da c o m u n id ad e ".

«

"As r ef l e x õ e s , q u e s t i o n a m e n t o s , dúvidas, c o n q u i s t a s a p r e s e n ­ tadas e a n a l is ad as , d e c o r r e m de uma p r á t i c a e d u c a t i v a cujo

cres-*

c i m e n t o s e a m a d u r e c i m e n t o e x p r e s s a m u m a r e a l i d a d e soc ia l cuja d i ­ n â m i c a ê, p a r a nós e d u c a d o r e s , um v e r d a d e i r o desafio.

" F a z e r e d u c a ç ã o numa p e r s p e c t i v a a lt e r n a t i v a , e m ' f u n ç ã o das reais n e c e s s i d a d e s das p o p u l a ç õ e s caren te s, s i t u a d a s s o c i a l m e h t e nas p e r i f e r i a s do campo e da cidade, já e x p r e s s a o f u n d a m e n t a l da p r o b l e m á t i c a com a qual nos c o n f r o n t a m o s e p a r a a qu al não temos, h i s t o r i c a m e n t e , r e s p o s t a s v á l i d a s e co ns c i e n t e s . C a m i n h a r n a p r o ­ cura de s o l u ç õ e s p a r a esse p r o b l e m a , implica, antes de tudo, a v a n ç a r m o s na c o m p r e e n s ã o de suas o ri g e n s sociais, e c o n ôm ic as , p o l í t i c a s e c u l t u r a i s a fim de que p o s s a m o s c o n s t r u i r a l t e r n a t i ­ vas v á l i d a s para sua s u p e r a ç ã o " (Vieira, 1985, p. 3 3 ) ’’°.*

Fica-nos, pois, o d e s a f i o de r e s p o n d e r d i n a m i c a m e n t e sobre os ef ei to s da a p l i c a ç ã o do c o m p o n e n t e e d u c a t i v o junto ã criança, ã f amília e ã escola, na p r e v e n ç ã o de d o e n ç a s bucais.

(19)

A e d u c a ç ã o em s aúde impõe o e s t u d o do i n d i v í d u o e seu m e i o a m b i e n t e de f o rm a ampla. R e s e r v a m o s e s t e c a p í t u l o p a r a , e n f o c a r c o n s i d e r a ç õ e s g e r a is s o br e os temas c r iança, família, es co l a e es tu do s sobre a l g u n s m ei os de p r e v e n ç ã o das d o e n ç a s bucais, a s ­ sunto s e stes o b j e t o s do n o s s o trabal ho .

1.1 - A C r i a n ç a . P ar a m e l h o r c o m p r e e n d e r m o s a c r i a n ç a n o se u c o n t e x t o social fizemos u m b r e v e e s t u d o de al gu n s f a t o r e s que p o d e m i n t e r v i r no seu d e s e n v o l v i m e n t o , e d u c a ç ã o e saúde. 1.1.1 - I n f l u ê n c i a da T e n s ã o I^aterna. E st u d o s f o r a m r e a l i z a d o s c o m o i n t e r e s s e de o b s e r v a r as i n ­ f l u ê n c i a s do g r a u de a n s i e d a d e ou t e n s ã o m a t e r n a nas c a r a c t e r í s ­ ticas do r e c ê m - n a s c i d o . Os p r i m e i r o s e s t u d o s se r e s t r i n g i r a m ãs experimentações, l a b o r a t o r i a i s . S o n t a g foi u m dos i n v e s t i g a d o r e s p i o n e i r o s que r e a l i z o u o b s e r v a ç õ e s em g ru p o s de m ãe s e crianças,

isto a c o n t e c e u na d é c a d a de trinta. í

I*

T h o m p s o n ( 1 9 5 7 ) ’^^, Ad er § C o n k l i n (1963)^ e H o c k m a n (1970) r e a l i z a r a m p e s q u i s a s e x p e r i m e n t a i s co m a n i m a i s de la b o r a t ó r i o em que a t e n sã o m a t e r n a era i nd u z i d a em ratas g r á v i d a s p a r a se v e r i f i c a r os e f e i t o s no c o m p o r t a m e n t o da prol e. F ic ou d e m o n s t r a d o

(20)

que h a v i a m d i f e r e n ç a s s i g n i f i c a t i v a s e n t r e os s u j e i t o s ge ra d o s em c on di çõ e s de tens ão e a q u e l e s p e r t e n c e n t e s ao grupo c o nt ro le , g e ­ rados em c o n d i ç õ e s no rm a i s .

S o n t a g (1970)^°^, nos ach ad os de suas i n v e s t i g a ç õ e s , p r o p õ e que a tensão da mãe tende a ser a c o m p a n h a d a p o r u m a u m e nt o nos m o v i m e n t o s c o r p o r a i s do feto; q u an to mais p r o l o n g a d a a tensão, m a i o r a a t i v i d a d e a p r e s e n t a d a pelo m e s m o e que es te n í vel m a i o r de at i v i d a d e p o d e r ã c o n t i n u a r a o c o r r e r apõs o n a s c i m e n t o , a c o m ­ p a n h a d o de m a i o r i r r i t a b i l i d a d e e t r a n s t o r n o s g a s t r o i n t e s t i n a i s

i

por p ar te do r e c é m - n a s c i d o . I g u a l m e n t e e s t u d o u o p a p e l do a m b i e n ­ te fetal nas v a r i a ç õ e s do c o m p o r t a m e n t o p r é - n a t a l . Para isto i n ­ v e s t i g o u r e s p o s t a s de a l a rm e em fetos no p e r í o d o final da g e s t a ­ ção, como a r e s p o s t a a e s t í m u l o s da n a t u r e z a s o n o r a de alta i n ­ t en sidade. C o m p a r o u t a m b é m a f r e q ü ê n c i a c a r d í a c a da mãe e do feto em r e s p o s t a ã m ú s i c a c om o e s t í m u l o sonoro, c o n s t a t a n d o um a e l e v a ­ ção s i g n i f i c a t i v a da f r e q ü ê n c i a c a r d í a c a fetal d i a n t e de tal e s ­ tímulo.

A l e n c a r (1985)^ r e c o m e n d a at en ç ã o ãs v a r i á v e i s frá ge is que d e v e m ser c o n s i d e r a d a s ao se i n t e r p r e t a r e s t u d o s de n a t u r e z a com- p o r t a m e n t a l , p o r ex e mp lo , um d e s v a n e c i m e n t o dos e f e i t o s da t e n sã o m a t e r n a nos filhotes, com o d e c o r r e r do tempo. A i n d a com r e l a ç ã o aos e f e it os da a n s i e d a d e ma t e r n a , é n e c e s s á r i o l e m b r a r t a m b é m a i n f l u ê n c i a de v a r i á v e i s c u l t u r a i s e s õ c i o - e c o n ô m i cas como fontes g e ra do ra s de tensão. Sab-e-se que, d e p e n d e n d o dos v a l o r e s c u l t u ­ rais de um d e t e r m i n a d o grupo, uma m e s m a e x p e r i ê n c i a p o d e ser ou não fonte de tensão. P o r t a n t o , v a r i á v e i s c u l t u r a i s p o d e m i nf l u i r t am b é m na c o n d i ç ã o p s i c o l ó g i c a da mãe gestante, o que, p o r sua vez, po de a f et ar o d e s e n v o l v i m e n t o no p e r í o d o p r é - n a t a l e o a j u s ­ t amento e m o c i o n a l e f ís i c o do r e c é m - n a s c i d o .

(21)

" D i f i c u l d a d e s m e t o d o l ó g i c a s têm sido, pore m, a p o n t a d a s no caso de e s t u d o s r e l a t i v o s ãs i n f l u ê n c i a s da t e ns ã o m a t e r n a , e s p e ­ c i a l m e n t e n a q u e l e s que i n d i c a m u m a r e l a ç ã o e nt re t en s ã o m a t e r n a d u r a n t e a g e s t a ç ã o e c o m p o r t a m e n t o a p r e s e n t a d o p e l o r e c ém -n as ci d o, Uma das c r í t i c a s feitas a estes e s t u do s diz r e s p e i t o ãs d i f i c u l ­ dades de se iso la r a tens ã o m a t e r n a p e r s i s t e n t e após o n a s c i m e n ­ to, Assim, ao se a v a l i a r as c a r a c t e r í s t i c a s c o m p o r t a m e n t a i s dos r e c é m - n a s c i d o s , é p o s s í v e l que a m a i o r i r r i t a b i l i d a d e e p r o b l e m a s a l i m e n t a r e s e i n t e s t i n a i s m a n i f e s t a d o s , s e j a m a n t es e f e i to s das t en sõ es e m o c i o n a i s e x i b i d a s p e l a m ã e apõs o n a s c i m e n t o ,que se r e ­ f l e t i r a m em sua i n t e r a ç ã o com o bebê, do que c o n s e q u ê n c i a de uma a n s i e d a d e ou t e n s ã o d u r a n t e a g e s t a ç ã o p r o p r i a m e n t e dita. Este fato - c o n t a m i n a ç ã o dos e f e i to s das i n f l u ê n c i a s p r é - n a t a i s no d e ­ s e n v o l v i m e n t o p ó s - n a t a l p e l o c o m p o r t a m e n t o da m ã e após o n a s c i ­ m e n t o - a l i a d o a fa to re s g e n é t i c o s que n ão p o d e m ser c o n t r o l a d o s , leva a um q u e s t i o n a m e n t o das p o s s í v e i s r e l a ç õ e s s u g e r i d a s p or e s ­ tudos n e s t a ã rea" [Alencar, 1985. p. 63)^.

1.1.2 - D e s e n v o l v i m e n t o C o g n i t i v o .

S c h a e f e r ( 1 9 6 9 ) ^ ® “, P a i n t e r (1969)®®, G o r d o n ( 1 9 7 2 ) “*^ a p l i ­ c a r a m p r o g r a m a s e d u c a t i v o s com o o b j e t i v o de a c e l e r a r o d e s e n v o l ­ v i m e n t o e s p o n t â n e o de c r i a n ç a s com p r i v a ç ã o c u l t u r a l e p r e v e n i r d é f i c i t s c o g n i t i v o s e da l in g u a g e m , po r m e i o de a t i v i d a d e s como canções, jogos, i m i t a ç õ e s etc. i n c l u i n d o a mãe d i r e t a m e n t e nas a t i vi da de s. Ao final dos p r o g r a m a s a p r e c i a r a m i n c r e m e n t o s s u g e s ­ tivos na c a p a c i d a d e i n t e l e c t u a l das c r i a n ç a s do g ru po e x p e r i m e n ­ tal.

1.1.3 - D r o g a s .

R e d m o n d (1979)^^ e s t u d o u outr as v a r i ã v e i s que p a r e c e m afet ar o d e s e n v o l v i m e n t o p r é - n a t a l tais como: drogas, fumo e ’ãlcool.

(22)

Diz que é p r e c i s o c o n h e c e r as g r a n d e s l i m i t a ç õ e s de n o s s o c o n h e ­ c i m e n t o n e s t e campo, ji que i g n o r a m o s o e f ei to sobre o c r e s c i m e n ­ to fetal da m a i o r p a r t e das d r o ga s u s a d a s d u r a n t e a gestaç ão . P e ­ lo sim.ples fato de d e s c o n h e c e r o efei to de uma d r o g a s ob re o c r e s c i m e n t o fetal, não cabe i n d uz ir que este seja i n s i g n i f i c a n t e .

1.1.4 - D o e n ç a s e E s t a d o N u t r i c i o n a l M a t e r n o .

M e n e g h e l l o (1949)®^ a f i r m a q u e a c r i a n ç a s u b n u t r i d a c a r a c t e ­ r i z a- se g e r a l m e n t e p o r apatia, re aç ã o f r ac a ã e s t i m u l a ç ã o d e m o n s ­ t r an do uma f a l ta de i n t e r e s s e g e n e r a l i z a d a em s e u a m b ie nt e. A l e m disso, ap resenta, m u i t a s vezes, s i n t o m a s de i r r i t a ç ã o e u m choro m o n o t o n o c o n s t a n t e e d e s a g r a d á v e l . N e s t a situa çã o , n ã o ë de a d m i ­ rar que as mães d e s s as c r i a n ç a s não s e j a m e s t i m u l a d a s a i n t e r a g i r com elas; são c r i a n ç a s que n u n c a sorriem, i n c a p a z e s de d e m o n s ­ trar, em geral, q u a l q u e r m a n i f e s t a ç ã o de afeto, a l é m do que, r a ­ ramente, d e v i d o ã a p a t i a g e n e r a l i z a d a que lhes é p e c u l i a r , c h a m a m a a t e n ç ã o p a r a sí m e s m a s a t r a v é s de gestos ou v o c a l i z a ç õ e s .

K a p l a n (1972)®® r e a l i z o u u m estu do é m m ã e s c o m d i et a d e f i ­ c i en te em ferro c o n s t a t a n d o q u e esta d e f i c i ê n c i a dava o r i g e m ã a n o r m a l i d a d e s c o n g ê n i t a s nos r e c é m - n a s c i d o s .

H e r b e r t (1974)**® e s t u d o u a i n f l u ê n c i a da m ã n u t r i ç ã o m a t e r n a sobre os n a s c i m e n t o s . C o n s t a t o u que os f i lh os n a s c i d o s de m ãe s m á n u t r i d a s p o d e m a p r e s e n t a r mã f o r m a ç ã o co ngênita. p r o b l e m a s de r a q u it i sm o, e p il ep si a, p a r a l i s i a cerebral, i n s t a b i l i d a d e e m o ­ cional, p r e m a t u r i d a d e etc.

A l e n c a r (1985)^ r e g i s t r a d é f i c i t s s i g n i f i c a t i v o s no d e s e m ­ p e nh o de c r i a n ç a s mal n u t r i d a s o b s e r v a d o s por S to ch S S m yt he em 1967, Pollit G r a n o f f em 1967, e M o n c k e b e r g em 1968; alto índice de r e t a r d o p s i c o m o t o r p o r J e l l i f f e em 1965, Geber § De an em 1964,

(23)

e M o n c k e b e r g em 1967; d i s t ú r b i o s de m e m ó r i a e h a b i l i d a d e para a p r e n d e r por C ra v i o t o , D el i c a r d i c 5 B i r c h em 1966; e v i d ê n c i a s do d e s e n v o l v i m e n t o i m p e r f e i t o das f unções c o g n i t i v a s e i n t e l e c t u a i s do s i s t e m a n e r v o s o por S c r i n i s h a w em 1967. 1.2 - A F a m í l i a . A f a m í l i a é a f orça m o d e l a d o r a das c r i a n ç a s em d e s e n v o l v i ­ mento. Cabe a ela a s o c i a l i z a ç ã o destas e a t r a n s m i s s ã o de v a l o ­ res, cren ça s e c o s t u m e s da s o c i e d a d e na qual se acha inserida.

Uma a n a l i s e das r e l a ç õ e s entre p r a t i c a s p a r e n t a i s e c o m p o r ­ t a m e n t o i nf an ti l, r e ss a lt a, pois, a e x i s t ê n c i a de u m a c a d e i a c o m ­ p l e x a de i n t e r a ç õ e s e n t r e a c r i an ça e seus p a i s . Se c o n s t a t a uma

i n f l u ê n c i a r e c í p r o c a e ntre ambos, onde t a nt o a q u a l i d a d e do c o m ­ p o r t a m e n t o m a t e r n o s e r i a a f e t a d a p e l as c a r a c t e r í s t i c a s e c o m p o r ­ t am e n t o s do filho, c o m o t a m b é m o c o m p o r t a m e n t o p a r e n t a l r e s u l t a ­ ria em e x p e r i ê n c i a s d i v e r s a s p a r a a criança, c o m i m p o r t a n t e s i n ­ f l u ê n c i a s em todo o s e u d e s e n v o l v i m e n t o (Mc C andless, 1967)^®.

Na ãrea da i n f l u ê n c i a da f a m í li a em c a r a c t e r í s t i c a s co mp or - t a m e n t a i s do s u j e i t o nos seus p r i m e i r o s anos de vida, talvez um dos as pe c t o s que tem s u s c i t a d o m a i o r i n t e r e s s e por p a r t e de e s ­ tu di o s o s e p e s q u i s a d o r e s do assunto, di ga r e s p e i t o ãs c a r a c t e r í s ­ ticas da q u a l i d a d e da i n t e r a ç ã o p a i - c r i a n ç a e suas r e p e r c u s s õ e s no c o m p o r t a m e n t o da c r i a n ç a (Rutter, 1970)®®. R u t t e r ( 1 9 7 6 ) e s t u d o u e x a u s t i v a m e n t e a i n f l u ê n c i a da t e n ­ são e d i s c ó r d i a f a m i l i a r no c o m p o r t a m e n t o i nfantil. Os r e s u l t a d o s o b t i d o s de suas i n v e s t i g a ç õ e s s u g e r e m que a i m p o r t â n c i a da q u a l i ­ d ad e da i n t e r a ç ã o p a i s - c r i a n ç a , onde a a u s ê n c i a da a c e i t a ç ã o e r e c e p t i v i d a d e p a r e n t a l t e m -s e a s s o c i a d o ã a p r e s e n t a ç ã o de c o m p o r ­ t a m e n t o a n t i - s o c i a l e d e l i n q ü e n t e por p a r t e da criança.

(24)

D en t r e as áreas onde m ai s tem s id o s a l i e n t a d a a c o n t r i b u i c a o do pai, s i t u a - s e a t i p i f i c a ç ã o sexual a par das áreas c o g n i t i v a e social. As p e s q u i s a s a r e s p e i t o dos e f e i t o s da a u s ê n c i a p a t e r n a i n d i c a m a i n d a que "filhos de pais a u s e n t e s t e n d e m a b u s c a r mais intensaimente a aten ç ão das p e s s o a s m a s c u l i n a s m a i s velhas, a p r e ­ s e n t a n d o um r e n d i m e n t o a b a i x o de sua c a p a c i d a d e (no caso da a u ­ s ê n c i a do pai p o r d i v o r c i o ou d es er çã o, mas não po r morte) e d i ­ f i c u l d a d e no p r o c e s s o de a q u i s i ç ã o do p a pel s e x u a l " (Lamb, 1 9 7 6 ) ^ ^ (Rutter, 1979)^°“.

A r e l a ç ã o entre o c o m p o r t a m e n t o p a r e n t a l e a p o s i ç ã o do f i ­ lho na c o n s t e l a ç ã o familiar, já foi i n v e s t i g a d a e há i nú me ra s e v i d ê n c i a s i n d i c a n d o um c o m p o r t a m e n t o d i f e r e n c i a l da mãe em r e l a ­ ção ao p r i m e i r o filho, ao s e g u n d o ou ao caçula. De m o d o geral, as m ã e s dão m a i s a t e n ç ã o a seu p r i m e i r o f ilho e e x e r c e m mais p r e s ­ são sobre e le s no s e n t i d o de m a i o r r e a l i z a ç ã o e r e s p o n s a b i l i d a d e . Q u a n t o ao s e g ui nt e, t e n d e m a p e r m a n e c e r ma is rela x ad as , mais c o n ­ s i s t e n t e s e m e n o s p e r m i t i v a s (Cohen § Be ck w i t h , 1977)^^. 1.3 - A E s c o l a . Um fator de e sp ec i a l i m p o r t â n c i a e d u c a c i o n a l ê o profe ss or . D e n t r e os a sp e c t o s já i n v e s t i g a d o s r e l a t i v o s a algumas d i ­ m e n s õ e s do contexto escolar - especialmente alguma dimensões do c o m p o r t a ­ m e n t o do professor que influem no aluno - salientam-se: suas c a r a c t e r í s ­ ticas de personalidade (Kounin § Gump, 1961)®^; as e x p e c t a t i v a s do p r o ­ f e s s o r ( C l i f f o r d 5 Wa l st er , 1 9 7 3 ) ^ “; r e l a ç ã o entre a c r i a t i v i d a d e do p r o f e s s o r e a de seus alunos (Alencar, 1974)^; i n f l u ê n c i a de v a l o r e s cuilitürais vi ge n t e s na e s c o l a no p r o c e s s o de t i p i f i c a ç ã o sexual e e s aüde mental e s c o l a r ( Al encar § Rodrigues, 1978)

(25)

tos p r o f e s s o r e s c o n s i d e r a m que es tas se r e s t r i n g e m a e n s i n a r e d i s c i p l i n a r . Por esta razão, t e n d e m a se p r e o c u p a r apen as com p r o b l e m a s a p r e s e n t a d o s p e l o s alu no s que o c o r r e m em s i t u a ç õ e s i m e ­ diatas em salas de aula e que e v e n t u a l m e n t e d i f i c u l t a m o d e s e m p e ­ nho de sua função de e n s i n a r e d e s e n v o l v e r h a b i l i d a d e s a c a d ê m i ­ cas. 0 g r a u de s a t i s f a ç ã o ou i n s a t i s f a ç ã o do docente, as suas e x ­ p e c t a t i v a s e o tipo de r e l a c i o n a m e n t o que m a n t é m com o a luno são v a r i ã v e i s p o d e n d o c o n t r i b u i r de m a n e i r a p o s i t i v a ou n e ga ti va , t an to pa ra o b o m d e s e m p e n h o e s c o l a r q u a n t o p a r a o d e s e n v o l v i m e n t o p s i c o s s o c i a l do s u j e i t o e m d e s e n v o l v i m e n t o (Alencar, 19,85)^.

1.4 - R e l a ç ã o e n t r e Di eta e C ãrie D e nt ãr ia .

M i l l e r (1890)®^ e s t a b e l e c e u a teoria q u í m i c o - p a r a s i t ã r i a na f o r m a ç ã o da cárie. Ele o b s e r v o u a f o r m a ç ã o da cárie como r e s u l t a ­ do da f e r m e n t a ç ã o - d o s c a r b o h i d r a t o s da dieta, p o r b a c té ri as , l e ­ v a n d o ã f o r m a ç ã o de ã c i d o s que d i s s o l v e m o esmal te .

Ja y e c o l a b o r a d o r e s ( 1 9 3 6 ) n u m e s t u d o r e a l i z a d o j u n t o a u m o r f a n a t o e m M i c h i g h a n , USA, n o t a r a m que as c r i a n ç a s que lá v i v i a m a p r e s e n t a v a m b a i x a p r e v a l ê n c i a de cárie. P e n s a v a - s e que este fato e s t a v a r e l a c i o n a d o com u m a boa a l i m e n t a ç ã o . Ao se v e r i f i c a r se tal fato era v e r d a d e i r o , o b s e r v o u - s e que a d ieta era inco mp le ta , d e f i c i e n t e em pr ot e í n a s , sais m i n e r a i s e v i ta mi na s, c o n t ud o n o t a ­ r a m tam bé m que o a ç ú ç a r era m i n i s t r a d o em p e q u e n a s q u a n t i d a d e s . G o n s t a t o u - s e então, que u m a d i e t a i n c o mp le ta , com i n g e s t ã o de p o u c o a ç ú c a r r e s u l t a e m b a i x a i n c i d ê n c i a de cárie dental. A dieta

foi então c o r r i g i d a q u a n t o ãs d e f i c i ê n c i a s se m a u m e n t a r a q u a n t i ­ dade de a ç ú c a r nesta, t e n d o - s e n o t a d o que a i n c i d ê n c i a de cárie c o n t i n u a v a baixa. N o t o u - s e assim, que uma d i e t a a d e q u a d a cõm i n ­ g e st ão de p o u c o a ç ú c a r t a m b é m r e s u l t a em b a i x a i n c i d ê n c i a de c á ­ rie, A seguir, d e r a m a ç ú c a r a v o n t a d e para um g rupo de crianças.

(26)

A p o s cinco m e se s o b s e r v a r a m que e stas c ri a n ç a s a p r e s e n t a r a m u m a u m e n t o de 31% na i n c i d ê n c i a de carie em r e l a ç ã o ãs demais que p e r m a n e c e r a m como c on tr o le . C o n c l u i u - s e que a p r e s e n ç a do a ç uc ar t ende a a u m e n t a r a i n c i d ê n c i a de c ã r ie dentá ri a.

Price (1939)®^ d es c r e v e que, as m u d a n ç a s d i e t é t i c a s que o h o m e m se impôs com a i n d u s t r i a l i z a ç ã o , deu lu gar a u m r á p i d o a u ­ m e n t o das e n f e r m i d a d e s degenerativas- E s t u d o u r e g i m e s a l i m e n t a r e s dos p o v o s com c u l t u r a p r i m i t i v a e os a s s o c i o u a seus bons dentes e boa saüde geral.

S t e p h a n (1940)^®® r e a l i z o u e s t u d o s sobre o pH da p l a c a b a c ­ t e r i a n a e r e l a t a que os r e s u l t a d o s o b t i d o s p a r e c e m s u p o r t a r a t e o r i a q u í m i c o - p a r a s i t á r i a da e t i o l o g i a da c ár ie de nt á r i a . A o b ­ s e r v a ç ã o ma is i n t e r e s s a n t e ê a de que dois m i n u t o s após a l a v a g e m da b o c a com s o l u ç ã o de g li c o s e ou sa ca r o s e , o p H da p l a c a desce a b a i x o de 3, o que r e p r e s e n t a u m a u m e n t o da c o n c e n t r a ç ã o de íons h i d r o g ê n i o da o r d e m de mil vezes. 0 fato do e f e i t o da q u e d a do pH da p la c a a l c a n ç a r m a i o r i n t e n s i d a d e nos p r i m e i r o s t r i nt a m i n u t o s após a i n g e s t ã o da gl ic os e e após este t e mp o ir d i m i n u i n d o atê u m m í n i m o e f e i t o após duas ou três h o r a s , suge re q u e apenas a i n ­ ge st ã o r e p e t i d a de c a r b o h i d r a t o s p o d e m a n t e r o p r o c e s s o ca ri os o ativo.

M a s s l e r § S c h o u r (1947)^'^ o b s e r v a n d o 141 c r i a n ç a s com. doen- ,ças c rô ni ca s, e n tr e 6 e 14 anos, no H o s p i t a l de P a ü s i l i p o n , em Nápoles, v e r i f i c a r a m que a p r e v a l ê n c i a de cárie n e s t a s c ri a nç as era mais alta que em cr ianças n a p o l i t a n a s não s e l e c i o n a d a s , s u b ­ n u t r i d a s , mas não doentes, na m es ma f ai xa etária. A p e s a r da d o e n ­ ça c r ô n i c a e da s u b n u t r i ç ã o dessas crianças, a p r e v a l ê n c i a de c á ­ rie, porém, foi m u i t o ràais b a i x a que em c r i a n ç a s b e m n u t r i d a s e s audáveis, e'm idade s i m i l a r m o r a n d o nos E st a d o s Unida do s. A baixa

(27)

i ng es t ã o de a ç ú c a r refina do , s e g u n d o os a ut ores, p o d e e x p l i c a r a m e n o r p r e v a l ê n c i a de c ãrie entre as c r i a n ç a s s u b n u t r i d a s i t a l i a ­ nas em r e l a ç ã o as c r i a n ç a s a m e r i c a n a s .

V A r e d u ç ã o da q u a n t i d a d e do c o n s u m o de açú ca r, d u r a n t e a 2a. G u er ra M u n d i a l , m o s t r o u eA^idências s i g n i f i c a t i v a s da d i m i n u i ç ã o do a lt o índice de cãrie, c o n f o r m e nos m o s t r a m d i f e r e n t e s e studos feitos na Itãl ia (Sognnaes, 1948)^°®, I n g l a t e r r a ( Me l l a n b y § Mellanhy, 1 9 5 0 ) ® “ e J a p ã o (Takeuchi, 1961)^^°.

Es tu d o s c o n d u z i d o s com a n i ma is n os m o s t r a m a i n f l u ê n c i a dos a çú c a r e s no p r o c e s s o de cãrie; um deles, r e a l i z a d o por O r l a n d e c o l a b o r a d o r e s ( 1 9 5 4 ) ® ’ e n v o l v e u ani ma is u t i l i z a n d o dois grupos de ratos s u s c e p t í v e i s ã cárie. Cada g rupo foi a l i m e n t a d o com uma di eta r i c a em c a r b o h i d r a t o s , com a d i f e r e n ç a de que o gr upo e x p e ­ r i m e n t a l foi a l i m e n t a d o c o m sonda g á st ri c a, t i r a n d o o a l i m e n t o de c o n t a t o c o m a c a v i d a d e b u c a l e, o g r up o de c o n t r o l e foi a l i m e n t a ­ do n o r m a l m e n t e . Os r e s u l t a d o s nos m o s t r a m que n ã o h o u v e d e s e n v o l - A/imento de cárie no g r u p o e x p e r i m e n t a l e n q u a n t o que n o g rupo c o n ­ trole h o uv e d e s e n v o l v i m e n t o de lesões c ar i o s a s , n u m a m é d i a de 6,7 lesões em cada rato. Isto s u g er e que a ação do c a r b o h i d r a t o é f u n d a m e n t a l m e n t e local, isto é, n e c e s s i t a h a v e r c o n t a t o d este c o m o dente.

P o t g i e t e r e c o l a b o r a d o r e s (1958)®' p u b l i c a r a m um a p e s q u i s a co m b a s e n a d ieta s e m a n a l de 864 e s c o l a r e s de C o n n e c t i c u t . As cria n ç a s q u e c o n s u m i a m mais fr utas e A?egetais t i n h a m uma dieta- base mel hor, apresentaA^am m e n o r i n c i d ê n c i a de dent e s car iados, p e r d i d o s e o b t u r a d o s (CPO-D). A f r e q ü ê n c i a de lanc h e s e n t r e as r e f e i ç õ e s m o s t r o u uma r e l a ç ã o l i g e i r a m e n t e p o s i t i v a com a atÍAã- dade c a r i o g ê n i c a .

(28)

de 200 c r i a n ç a s entre 5 e 13 a n o s , c h e g a r a m ã c o n c l u s ã o de que o c o n s um o m é d i o semanal de a ç úc ar era e q u i v a l e n t e a 164 co lh er e s de chã e, que o c o n s um o entre as r e f e i ç õ e s e q u i v a l i a a 55 c ol h e r e s de chã. A p r o x i m a d a m e n t e um terço do a ç ü c a r livre ou dos c a r b o h i ­ dratos f e r m e n t á v e i s era, pois, c o n s u m i d o entre as refeições. E s ­ tes aut or es c o n s t a t a r a m h a v e r p o u c a r e l a ç ã o e ntre a i n c i d ê n c i a de cárie den ta l e o consumo total de açúcar. Contudo, h a v i a alta c o r r e l a ç ã o e n t r e o açúcar c o n s u m i d o e nt r e as r e f e i ç õ e s e a cárie.

W e i s s § T r i t h a r t (1960)^^° em u m e s t u d o c l í n i c o com 100 c r i a n ç a s de 5 anos de idade, d e m o n s t r a r a m que o í n d i c e de cárie tem u m a r e l a ç ã o linear com o n ú m e r o de g u l o s e i m a s i n g e r i d a s entre as r e f e i ç õ e s . As crianças que não c o m i a m entre as r e f e i ç õ e s a p r e ­ s e n t a r a m í n d i c e de cãrie de 3,3, e n q u a n t o a q u e l a s que c o m i a m uma g u l o s e i m a t i n h a m um índice de cãrie de 4,8; duas g ul os eimas, 5,7; três g u l o s e i m a s , 8,5, e, q u a t r o ou mais, 9,8. Os tipos mais com un s de g u l o s e i m a s entre as re fe i ç õ e s foram, e m o r d e m d e c r e s c e n t e de p o p u l a r i d a d e , os seguintes: c h i cl et es , balas, r e f r i g e r a n t e s , b i s ­ coitos e sorvetes. Isto nos m o s t r a que a p r i n c i p a l d i f e r e n ç a e n ­ tre dietas c a r i o g ê n i c a s e n ã o - c a r i o g ê n i c a s não é a q u a n t i d a d e de a ç ú c a r ingerida, mas sim a f r e q u ê n c i a de seu contato.

H a r r i s ( 1 9 6 3 ) “® p u b l i c o u um e s t u d o r e a l i z a d o de 1957 a 1961, em Bowral, A u s t r á l i a , era H o p e w o o d Hous e, com 82 c r i a n ç a s i nt ernas d es sa i n s t i tu iç ão , de idade m é d i a e nt re 10 a 15 anos, o b s e r v a d o s dur an te 5 anos. Estas crianças foram a l i m e n t a d a s com u m a dieta l a c t o - v e g e t a r i a n a ba la nceada, sem doces. Q u a n d o c o m p a r a d a s c o m u m grupo c o n t r o l e de crianças que se a l i m e n t a v a m com d i et a sem s u ­ p er vi sã o, rica em doces, o índice de cárie das c r i a n ç a s de Hopewt>od era b e m menor, m e s m o depois d e s ta s c r i a n ç a s a b a n d o n a r e m a i n s t i t u i ç ã o e terem uma dieta sem s up e r v i s ã o . E st e r e s u l t a d o p o d e ser i n t e r p r e t a d o t a m b é m como u m a r e f l e x ã o do e f ei to p r o t e t o r

(29)

sobre as caries de uma d i e t a b a l a n c e a d a c o n s u m i d a d u r a n t e o p e ­ ríodo de d e s e n v o l v i m e n t o p 5 s - e r u p t i v o .

Viega s ( 1 9 8 2 ) ^ ^ ^ r e c o m e n d a , b a s e a d o em u m e s t u d o de V i e g a s (1966), r e a l i z a d o em Piracicaba, sobre a r e l a ç ã o e ntre i n g e s t ã o de s u b s t â n c i a s a ç u c a r a d a s ãs r ef e i ç õ e s , entre r e f e i ç õ e s e no total, e, o ataque de cãrie na d e n t i ç ã o p e r m a n e n t e de c r i a n ç a s de 10 a 12 anos de idade, i n g e r i r s u b s t â n c i a s a ç u c a r a d a s a p en as às refeições, e v i t a n d o - s e entre as r e f e i ç õ e s , pois n e s t e caso elas s ã o m ai s p r e ­ ju diciais. 0 p r e j u í z o m a i o r ou m e n o r foi expres'so p e l o c o e n f i c i e n - te de c o r r e l a ç ã o s e g u n d o o m o m e n t o da i n g e s t ã o das s u b s t â n c i a s a çu c a r a d a s e o a t a q u e de c á r i e que foi m e n o r às r e f e i ç õ e s (0,41), a u m e n t o u en tre r e f e i ç õ e s (0,59) e foi m a i o r no t ot al de i n g e s t õ e s

(0,74). 0 a u to r diz que o p r o b l e m a não é a p e n a s a q u a n t i d a d e de a çúc ar que e i n g e r i d o d i a r i a m e n t e , mas c o m que f r e q ü ê n c i a , q u a n d o e sob que f o r m a é i n g e r i d o e s t e açúcar. As f o r m a s p e g a j o s a s , que a d e r e m às s u p e r f í c i e s dos d e n t e s , são as m a i s p r e j u d i c i a i s , p o r ­ que p e r m a n e c e m m a i s tempo em c on ta t o , p o s s i b i l i t a n d o ura m a i o r ata qu e á ci do à e s t r u t u r a dental. A c árie se i n i c i a q u a n d o a ç ú c a r sob q u a l q u e r fo rma a l c a n ç a a p l a c a b a c t e r i a n a qu e e s t á s o b re os dente s e os m i c r o o r g a n i s m o s m e t a b o l i z a m o a ç ú c a r t r a n s f o r m a n d o -o em ácid-o. A p l a c a m a n t ê m esse á cid-o j unt-o a-os d e n t e s e., a s s i m ele pode at ac a r o esmalte. T o d a vez que se come a l i m e n t o s com açúcar, esse p r o c e s s o se repete. Cada a t a q u e á c i d o p e r m a n e c e , a p r o x i m a d a m e n t e . d e 15 a 20 m i n u t o s atuante. D u r a n t e esse tempo, os dent es são s u b m e t i d o s a u m a d e s m i n e r a l i z a ç ã o de sua s u p e r f í c i e d e c o r r e n t e da s o l u b i l i d a d e da h i d r o x i a p a t i a , fato que q u i m i c a m e n ­ te d e p e nd e do p H ; q u a n t o m a i s á cido o meio, m a i o r é o gr au de d i s s o l u ç ã o do e s m a l t e dental.

0 c l á s s i c o es tu d o de V i p e h o l m , r e a l i z a d o po r G u s t a f s s o n e c o l a b o r a d o r e s em 1954, c i t a d o por F o n s e c a e G u e d e s - P i n t o (1984)^^

(30)

foi o p r i m e i r o a d e m o n s t r a r a i m p o r t â n c i a e n t r e a i n g e s t ã o de d o ­ ces e a p r o d u ç ã o de c ãrie dent al feito em h um an o s . Este estu do foi f eito co m 436 p a c i e n t e s d o e n t e s me nt a i s , corn idade m e d i a de 32 anos, i n t e r n a d o s em u m a i n s t i t u i ç ã o de V ipeholm, S u ë c i a e d u ­ rou 5 anos. Os p a c i e n t e s foram d i v i d i d o s em v ã r i o s g r up o s e r e c e ­ b e r a m d i f e r e n t e s t ipos de dieta. A n a l i s a n d o - s e q u a t r o de st e s g r u ­ pos, onde o p r i m e i r o r e c e b e u d i e ta bãsica; o s eg u nd o, d i et a b á s i ­ ca e a ç ú c a r a d i c i o n a l em. s o l uç ão nas re f e i ç õ e s ; o terceiro, d ieta b ã s i c a e a ç ú c a r a d i c i o n a l no p ã o c o n s u m i d o nas r ef eições, e, o q u a r t o grupo, d i e t a b ã s i c a e a ç ú c a r a d i c i o n a l em f o r m a . d e doces c o n s u m i d o s e n t r e as re f e i ç õ e s , os a u t o r e s n o t a r a m que h a v i a um a u m e n t o s i g n i f i c a t i v o nas c ar i e s do g ru po em q u e u m a p e q u e n a q u a n t i d a d e de a ç ú c a r era a c r e s c e n t a d a sob a f o r m a de g u l o s e i m a s entre as r e f e i ç õ e s . En t r e t a n t o , q u a n d o os d o c e s e r a m r e t i r a d o s dos i n t e r v a l o s e d ad os junto co m as re f e i ç õ e s , a a t i v i d a d e de c á ­ rie d e c r e s c i a s i g n i f i c a t i v a m e n t e . Os a u t o r e s c o n c l u í r a m que: 1. o a ç ú c a r e x e r c e e fe i t o c a r i o g ê n i c o sobre a s u p e r f í c i e do d e n ­ te;

2. f a r i n á c e o s (ali m en to s com amido), tais como o pão, não são tão c a r i o g ê n i c o s como a sacarose;

3. a q u a n t i d a d e de a c ú ç a r não é de p r i m o r d i a l i m p o r t â n c i a ;

4. a f orma e a c o m p o s i ç ã o dos d oces ê c r í t i c a ( re t e n t i v o s e não- r e t e n t i v o s ) ;

5. a f r e q u ê n c i a do uso ê o f ator m a i s i m p o r t a n t e na a t i v i d a d e c a ­ r i o g ê n i c a .

S l a v u t s k y ( 1 9 8 4 ) ' “^ diz que a c ãr i e ê um a d o e n ç a que ataca i g u a l m e n t e p o b r e s e ricos. Se fosse um p r o b l e m a de cl as se s s o ­ ciais, p o d e r - s e - i a p e n s a r que as c r i a n ç a s das c l a s s e s sociais ma is b a i x a s t e r i a m ma is cáries e que as de c l a s s e s m a is altas t e ­ r i a m m e n o s cáries, mas isto nao aconte ce . Há, no entanto, algo em

(31)

comum, que ê a i n g e s t ã o e x a g e r a d a de açúçar, na f or ma de . bolos, docinhos, b o l a c h a s , c h i c l e t e s etc. O b s e r v a - s e que o c o n t e ú d o das m e r e n d a s e m e s c o l a s de classe m é d i a alta ê rica e m a ç ú c a r e s e, q u e m dâ a m e r e n d a são ps pais, q u e m f i s c a l i z a a h o r a de m e r e n d a são os p r o f e s s o r e s e, como n e n h u m deles c o n he ce o m e c a n i s m o da cãrie e sua p r e v e n ç ã o , p o r mais que se e n s i n e m as crianças, não se c o n s e g u e m m u d a n ç a s de h ã b i t o s a l i m e n t a r e s e de hi gi en e . Em e s ­ c olas p ú b l i c a s e s i t u a ç ã o é s em e l h a n t e . Se a e s c o l a for ne ce a m e ­ renda, e s t a e s t ã sempre mais c a r r e g a d a de h i d r a t o s de carbono. T a m b é m ê m u i t o c o m u m v e r as m ãe s p o b r e m e n t e v es t i d a s , com u m b e b ê no colo e ú m p a c o t e de b a la s e b o l a c h a na mão. Os doces e as b a ­ las r e p r e s e n t a m uma r e c o m p e n s a , u m p r e s e n t e ã u m a b o a ação. Assim, é comijmavós,, tios e amigos c h e g a r e m p a r a u m a v i s i t a c ar r e g a d o s de doces p a r a as cria nç as . Faz p a r t e da n o s s a cultura. P a r a a p r e v e n ç ã o das caries são necessárias, três co nd i ç õ e s : h i g i e n e f e i ­ ta por u m a b o a e s c o v a ç a o ; i n g e s t ã o de d oc es m o d e r a d a ; dure za do d e nt e ( a u m e n t a d a p e l a a p l i c a ç ã o de f l ú o r ) . T o d o c i r u r g i ã o - d e n t i s - ta p o d e r ã ser u m age nt e de m ud a n ç a , a s s i m como t a m b é m os p ai s e e d u c a d o r e s em geral. Q u a n t o mais ciaros f o r e m os p r o b l e m a s , mais

* so lu çõ es i rã o a p a r ec en do .

1.5 - F l ú o r .

E ag er (1901)^^ fez algumas o b s e r v a ç õ e s em dentes de e m i g r a n ­ tes i t a l i a n o s r e l a c i o n a d o s ã p i g m e n t a ç õ e s e r u g o s i d a d e s nos d e n ­ tes de p e s s o a s que h a v i a m v i v i d o e m certas ãreas d u r a n t e a i n f â n ­ cia; que tal o c o r r ê n c i a nã o era c o n t a g i o s a e n ã o t inha outras c o n s e q ü ê n c i a s a l é m da estética.

E m 1945 é i n i c i a d a nos E s t a d o s Un id os , em G r a nd R a p i d s , a f l u o r e t a ç ã o das ãguas de a b a s t e c i m e n t o p ú b l i c o como m é t o d o de p r e v e n ç ã o da cãrie dentária, R a p i d a m e n t e esse m é t o d o p r e v e n t i v o

(32)

ê ad ot ad o em v a r i a s p a r t e s do mundo. A s s i m sendo, é i n t r o d u z i d o em 1952 na S u é c i a e A l e m a n h a O c i d e n t a l ; em 1953 na H o l a n d a e no Brasil; em 1954 na N ov a Zelândia; em 1955 na I n g l a t e r r a e B é l g i ­ ca etc. ( G r i n p l a s t c h , 1 9 7 4 ) “*^ e (Katz, 1975)®°. Em 2 de m a i o de 1945, i n i c i o u - s e um e s tu do em N e w b u r g h e K ings to n, c o m a a d i ç ã o de 1,0 p p m de f l u o r e t o de s ó dio na ãg ua de b e be r de N e w b u r g h , e n q u a n t o a c i d a d e de King st on , que não tinha flúor na ãgua, s er v i u de contro le . A po s 10 anos de f l u o r e t a ç ã o , nos r e s u l t a d o s p a r c i a i s , se vê que em c ri a n ç a s de 10 anos de idade, ou seja, a q u e l a s que e s t i v e r a m e x p o s t a s ao flúor po r toda a vida, h o u v e d i m i n u i ç ã o de 57,9% na i n c i d ê n c i a de cãrie; j o v e n s com 16 anos a p r e s e n t a r a m u m a r e d u ç ã o na i n c i d ê n c i a de c ã ri e na o r d e m de 40,91, e c r i a n ç a s de 10 a 12 anos, u m a r e d u ç ã o de 53,0%; estes r e s u l t a d o s s e m p r e c o m p a r a d o s c o m as c r i a n ç a s dos g r up os de c o n ­ t role da c i d ad e de K i n g s t o n (Hilleboe, 1956)®°. Os e f e i t o s b e n é f i c o s do f l úo r na âgua de a b a s t e c i m e n t o c o m e ­ ç a ra m a ser e s t u d a d o s com o i n í c i o da a di ç ã o de 1 p p m de f l u o r e t o de sodio na â g u a de a b a s t e c i m e n t o da c i da d e de G r a n d Rapids, nos E s t a d o s U n i d o s em j a n e i r o de 1945. C o m p a r o u - s e os r e s u l t a d o s com os da c i d a d e de ^4uskegon, M i c h i g a n , cuja ãgua de b e b e r t inha 0,1 p p m de flúor, e a cida de de A u r o r a , Illinois, que tinha ãgua com 1,2 p p m de flúor "natural". ApG>s 15 anos de f l u o r e t a ç ã o o b t e v e - s e era G ra n d R a p i d s u m a r e d u ç ã o de cãri e s entre 47,9 e 63,2% (Arnold, 1962) ' .

Em B r a n t f o r d , O n t â r i o - C a n a d á , a f l u o r e t a ç ã o i n i c i o u - s e em 20 de ju nho de 1945 com a a d i ç ã o de 1 pp m de flúor ã ãg ua de beber, Foi r e a l i z a d o um estudo p a r a c o m p a r a r o c o m p o r t a m e n t o da doença cã rie i n c l u i n d o - s e as c i d a d e s de S a r n i a que não t inha flúor na ãgua, e S t r a t f o r d com 1,0 a 1,5 p p m de flúor " n a t u r a l " na ãgua

(33)

de beber. 0 i n f o r m e final de ste e s t u d o foi p u b l i c a d o e m 1965 e m o s t r a u m a r e d u ç ã o de cãrie de 54,6% e m jove ns de 16 a 17 anos, n a s c i d o s e m B r a n t f o r d e e x p o s t o s desde seu n a s c i m e n t o a u m a c o n ­ c e n t r a ç ã o o t i m a de flüor em c o m p a r a ç ã o com jovens da m e s m a idade r e s i d e n t e s e m S a r n i a (a cidade sem flüor). Os jov en s n a s c i d o s em S t r a t f o r d que h a v i a m sido e x p o s t o s a 1,0 - 1,5 p p m de flüor " n a ­ t u r a l ” t i n h a m u m índ ic e de cãrie 59,9% m e n o r que os de Sarnia, ou seja, um g r a u de p r o t e ç ã o p e r f e i t a m e n t e c o m p a r á v e l com o o b t i ­ do em B r a n t f o r d (Brown, 1965)^^.

P e s q u i s a s r e a l i z a d a s dur an te m u i t o s anos, c o n c l u í r a m que grupos de p e s s o a s que t i n h a m s u s c e p t i b i l i d a d e i n f e r i o r ã cárie d e n t á r i a c o n s u m i a m água c o n t e n d o flüor. No entanto^ a e f e t i v i d a d e do f lüor d e p e n d i a de sua c o n c e n t r a ç ã o ; u m e x c e s s o p r o d u z i a r e s u l ­ tados i n d e s e j á v e i s (esmalte mancíiado) , e m b o r a r e d u z i s s e a c ãr ie d e n t á r i a e, u m a q u a n t i d a d e m u i t o p e q u e n a não o f e r e c i a b e n e f í c i o algum. P e s q u i s a d o r e s p r o c u r a r a m a g r e g a r ã á g u a de b e b e r c o n c e n ­ t r a ç õe s c o r r e t a s de f lü or em b u s c a da p r e v e n ç ã o da cãrie d e n t ã ­ ri a e apõs l o ng as p e s q u i s a s , o b t i v e r a m s u c e s s o (Maier, 1 9 7 0 ’^), M a ie r, 1 9 7 1 ’**).

Em P i r a c i c a b a , onde a ãgua era f l u o r e t a d a já h á seis anos, M o r e i r a e c o l a b o r a d o r e s (1973)®^ o b s e r v a r a m u ma r e d u ç ã o de cárie d e n t á r i a de 30,6% e apõs 9 anos o í n d i c e de r e d uç ão foi de 33,7%. A n a l i s a n d o - s e as c ri an ça s entre 6 a 9 anos de i d a ­ de, que n a s c e r a m e f i c a r a m e x p o s t a s ao f lüor du ra n t e toda a vida, o í n d i c e de r e d u ç ã o de c árie c h e go u a 52,3%.

V e r t u a m § M i r a n d a (1975)^^®, apõs o b s e r v a ç õ e s cl ínicas de 430 e s c o l a r e s e n t r e 7 e 12 anos de idade, n a s c i d o s e re si d e n t e s em A r a r a q u a r a , apõs 9 anos de f l u o r e t a ç ã o das águas, n o t a r a m uma

Referências

Documentos relacionados

A motivação para o desenvolvimento deste trabalho, referente à exposição ocupacional do frentista ao benzeno, decorreu da percepção de que os postos de

O romance Usina, diferentemente dos demais do conjunto da obra pertencente ao ciclo-da-cana-de-açúcar, talvez em função do contexto histórico em que se insere, não

Portanto, mesmo percebendo a presença da música em diferentes situações no ambiente de educação infantil, percebe-se que as atividades relacionadas ao fazer musical ainda são

Nos anos destinados à educação infantil, as crianças precisam desenvolver algumas capacidades, entre elas: • desenvolver uma imagem positiva de si, atuando de forma cada vez

Os interessados em adquirir quaisquer dos animais inscritos nos páreos de claiming deverão comparecer à sala da Diretoria Geral de Turfe, localizada no 4º andar da Arquibancada

Dessa forma, a partir da perspectiva teórica do sociólogo francês Pierre Bourdieu, o presente trabalho busca compreender como a lógica produtivista introduzida no campo

Por isso, o trabalho é uma categoria fundante do ser social, que viabiliza as transformações nas relações materiais de produção e reprodução humana, tendo no

São eles, Alexandrino Garcia (futuro empreendedor do Grupo Algar – nome dado em sua homenagem) com sete anos, Palmira com cinco anos, Georgina com três e José Maria com três meses.