• Nenhum resultado encontrado

LINHAS GERAIS DA ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA NA ITÁLIA

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "LINHAS GERAIS DA ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA NA ITÁLIA"

Copied!
17
0
0

Texto

(1)

LINHAS GERAIS DA ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA NA ITÁLIA

JOSÉ COSTA LOURES

Professor de D ire ito Processual Civil na UFM G J u iz de D ire ito e m M inas G erais

I — JURISDIÇÃO ORDINÁRIA E JURISDIÇÃO ESPECIAL

1 — M uito em bora «reconheça e promova as autonom ias locais» (Regioni, Provincie e Com uni), a Itália moderna se organiza politicam ente como república unitária e indivisível (Costituzione delia Repubblica Italiana, art. 59 e 1 1 4 /1 2 3 ) . Assim sendo, e diferentem ente dos Estados Federais, a justiça italiana se organiza em term os nacionais, seguindo o un itarism o e a in divisib ilidad e básicas do sistem a político.

2 — Estabelece a Carta Política Italiana que «a função ju risdicio nal é exercida por magistrados ordinários in stitu ídos e regulados pelas norm as sobre a organização judiciária, não podendo ser in stitu ídos juizes extrao rdinários ou especiais, salvo a in stituição de secções especializadas para determ inadas m até-rias, ju n to aos órgãos ju d iciá rio s ordinários, e adm itida a participação de cidadãos idôneos estranhos aos quadros da m agistratura» (art. 1 0 2 ). Por sua vez, o Código de Processo Civil pe ninsular se abre com a enfática declaração de que «a ju risdição civil, salvo especiais disposições de lei, é exercida por juizes ordinários, segundo as normas do presente código» (art. I 9).

3 — Falando os dois textos legais em m agistrados ou juizes ordinários, há de se supor a existência de m agistrados ou juizes não ordinários, ou especiais. A inferência é de ordem lógica, mas se pode ainda buscá-la na ressalva contida no art. 1» do Codice di Procedura C ivile — salvo speciali disposioni di legge, lá

(2)

giuris-dizione civile è esercita dai giudici ordinari. O que se perm ita in dagar é se diante do texto constitucional de 1947 — non possono essere instituiti giudici estraordinari o giudici speciali (a rt. 102, secondo com m a) — continua válida a ressalva do Código de 1 9 40 . E a resposta é afirm ativa, não só em face do te xto do art. 103 da C onstituição (exercem jurisdição extrao

rdiná-ria, ou especial: o Conselho de Estado, órgãos da ju stiça ad m in istra tiva , o T ribunal de Contas e os T ribunais M ilitares, com diversa atrib uição em tem po de guerra e em tem po de paz), assim como diante da omissão do legislador, que não cuidou de s u p rim ir os órgãos de ju risdição especial na época existentes (C onstituição referida, disposições transitó ria s finais, item V I ) .

4 — Assim, em face do direito positivo italiano, à ju risdição ord in ária , exercida por m agistrados ou juizes ordinários, se opõe a ju risdição especial. No particular, esclarece Marco T ullio Zanzucchi: «La giurisdizione ordinaria è quella che si riferisce ad una generalità di interessi, e quindi si può dire una giurisdizione com une o generale. La seconda (a especial) invece è quella che vale solo per date categorie di interessi, d is tin ti per le qualità delle persone, a cui essisi riferiscono (ad es. gen di mare) a per la particulare loro n a tura. G iurisdizione ordinaria e giurisdizione speciale stanno dunque in un rapporto di regola ad eccezione. La q u a lità di giudice ord in ário e di giudice speciale si desume sol- ta n to dalle atrib u zio n i delTorgano; non dalla legge che lo abbia is titu ito o lo regoli, e neanche d a ll’appartenenza a meno alia carriera g iu d iz ia ria .» 1

5 — A ju risdição especial se distingue da jurisdição o rd in á -ria sob vários aspectos de ordem prática, o mais im portante dos quais, segundo UGO ROCCO, é determ inado pelos efeitos que produz o pronunciam ento do ju iz de ju risdição especial, em co n fro nto com o pronunciam ento do ju iz de ju risdição ordinária: «La sentenza dei giudice ordinário, emessa fuo ri dei lim iti delia pró pria competenza è, e resta sempre una sentenza, per cui,

(3)

decorsi i te rm in i per im p ug naria, acq uista a u to rità di cosa giud icata (a rt. 3 2 4 C.P.C.), nello stesso modo com e se fosse stata pronunciata da un giud ice p e rfe ita m e n te com o eten te . La ragione di ta le fa tto consiste in ciò, che ogni organo delia g iu ris d iz io n e o rd in a ria si considera in ve stito delia g iu ris d iz io n e , di m odo che anche se pronunzia fu o ri dei lim iti de lia sua com petenza, 1’atto rim ane sem pre p e rfe ita m e n te valido ed efficace, ove, tra s c o rs i i te rm in i per im p u g n a rlo e non essendo stata sollevata la questione di com petenza, esso sia em anato da gli organi g iu d iz ia ri o rd in a ri. Invece, gli organi delia g iu ris d iz io n e speciale sono organi separati da q u e lli delia g iu ris d iz io n e o rd in a ria , ed idealm ente ad essi non spetta tu tta la g iu ris d iz io n e , ma solo quella che la legge consente loro di potere e s e rc ita re . O ltre qu esti lim iti essi non hanno giurisd izione , sicchè ne deriva che la sentenza emessa fu o ri dei lim iti delia g iu ris d iz io n e speciale, non può considerarsi una sen-tenza, e, anche che non sia im p ug nata nei te rm in i fis s a ti dalla legge, non diventa o b b lig a to ria e non può acq uista re a u to rità di cosa g iu d ic a t a . » 2

6 — Já se deixou consignado (n. 3 ) que, nada obstante a

perem ptoriedade do texto co n s titu c io n a l (art. 102 c i t .) , o le gis-la do r o rd in á rio ainda não se moveu no se n tid o de s u p rim ir as diversas ju ris d iç õ e s não o rd in á ria s, ou e sp eciais. Referindo-se ao prazo de cinco anos que a Carta de 4 7 fix o u para o le gislad or o rd in á rio s u p rim ir os órgãos de ju ris d iç ã o especial (ite m VI das Disposições T ra n s itó ria s e F inais), pondera GIAN ANTONIO MICHELI que toda a ju ris d iç ã o em m atéria c iv il deveria esta r concentrada nos juizes o rd in á rio s , « . . . «m a com e s'è detto, 1’orie n ta m e n to pre va le n te . . . si è a ffe rm a to in senso c o n tra rio , ta lch è le g iu ris d iz io n i speciali a ttu a lm e n te es is te n ti, anche ris p e tto a m aterie che rie n tre re b b e ro nel cam po dei processo civile, con tinu eran no ad esistere fin e a che sarà a ttu a to 1’art. 102 (v . in fa tti Cass. 17 gennaio 1951, in G iur. i t . , 19 51 , I, 1, 161; 17 fe b b ra io 1954, n . 4 0 3 , in Foro p a d ., I, 1, 2 2 6 ; o rd . 17 o tto b re

(4)

in G iur. c o s t. 3 1 1 ) . 3 De ta l modo, con tinu am exercendo a

juris-dição especial, ao lado da jurisjuris-dição ordinária, várias centenas

de órgãos ou ju izes especiais, tão num erosos que ENRICO TULLIO LIEBM AN e PIERO CALAMANDREI — se escusam de e n um e rar.4

II — A JURISDIÇÃO ESPECIAL

7 — O gru po m ais im p ortan te dos órgãos ju d ic iá rio s espe c ia is é c o n s titu íd o pelos juizes a d m in is tra tiv o s , os quais exercitam a jurisdição administrativa. T raçando os lim ite s entre a jurisdição

ordinária civil e a jurisdição especial administrativa, escreveu

PIERO CALAMANDREI: «Si è già visto a suo tem po (§ 4 2 c) in che cosaconsista la g iu ris d iz io n e a m m in is tra tiv a : e si è d e tto che essa si d is tin g u e dalla g iu ris d iz io n e civile in senso s tre tto per ragioni di m ateria, in q u an to essa verte su cause delle q u a lli è soggetto passivo la pu bb lica a m m in is tra z io n e e in cui non si fa qu estione di un d ir itto soggettivo, ma delia le g ittim ità di un a tto a m m in is tra tiv o di un interesse in dividu ate, non tu te la to in sè stesso, ma con sid erato com e condizione per agire a tu te la d e ll'in te re s s e p u b b lic o .» 5 Essa ju s tiç a especializada c o n s titu i o cham ado contencioso

administrativo e a sua co n tin u id a d e ficou assegurada no te x to c o n s titu

-c io n a l, que lhe a trib u iu « g iu ris d iz io n e per la tu te la nei -c o n fro n ti d e lia pu bb lica a m m in is tra z io n e degli interessi le g ittim i e, in p a rtic o la ri m aterie in dica te dalla legge, anche dei d ir itti s o g g e ttiv i» (a rt. 10 3). Seus órgãos m ais im p ortan te s são: as Juntas

Provin-ciais Administrativas, correspondentes a cada uma das vin te

regiões agora existentes (Piem onte, V alle d ’Aosta, Lom bardia, T re n tin o -A lto Adige, Veneto, Friuli-Venezia G uilia, Liguria, Em ilia- Rom agna, M arche, Lazio, Abruzzi, M olise, Cam pania, Toscana, U m b ria , P uglia, B asilicata, C alabria, S ic ilia e Sardegna

(Consti-3 . GIAN ANTONIO MICHELLI — Corso di Diritto Processuale Civile — Giuffrè, Milano, 1959 — vol. I, n<? 32, pág. 112.

4 ENRICO TULLIO LIEBMAN — Manuale di Diritto Processuale Civile — Giuffrè, Milano, 1968 — Vol. I, n? 44, pág. 103. PIETRO CALAMANDREI — Stituzioni di Diritto Processuale Civile — Cedam, Padova, 1944 — Vol. I, § 76, págs. 3 8 /3 9 .

(5)

tuição, artig o-1 31); o Conselho de Estado, com sede em Roma, que corresponde a um órgão central em relação às Juntas Provinciais, aquele e estas no exercício da função administrativa- jurisdicional; o Tribunal de Contas, com sede em Roma, dividido em uma câmara de controle e duas ju risd icio n a is (giurisdizione nelle m aterie di co n ta b ilità pubblica, e nelle altre specificate dalla legge — art. 103 Cost.); os Conselhos de Prefeitura, os quais julgam sobre a responsabilidade civil dos adm inistradores e empregados das comunas e das províncias, pelo emprego dos dinheiros públicos (as decisões proferidas por tais conselhos de prefeitura desafiam recurso para o T ribunal de Contas); as Comissões Tributárias, sendo as mais im portantes as de im postos diretos e as de im postos indiretos sobre negócios (comissões d is trita is , provinciais e a central, com sede em Roma); as Comis-sões Censitárias, competentes para d irim ir as controvérsias relativas ao cadastram ento ou ao im posto te rrito ria l.6

8 — Além dos órgãos referidos no núm ero anterior, MARCO TULLIO ZANZUCCHI enumera ainda os seguintes, que exercitam

a denom inada ju risd içã o especial, não subordinada às regras do Código de Processo Civil (art. I 9): a) os Comandantes de Porto, os quais, nos lim ites de seu d is trito m arítim o, têm com petência para decidir, até o valor de dez m il liras, as causas civis derivadas de sinistros m arítim os (art. 566 cod. navegação), assim como as controvérsias de trabalho que envolvam pessoal do m ar (art. 581 do mesmo Código); b) a Comissão de V igilância Sobre a C onstru-ção Popular e Econômica, ju nto ao M in isté rio de Obras Públicas, com com petência para d ir im ir controvérsias em m atéria de con-dom ínio relativo a cooperativas habitacionais com participação de fundos públicos; c) as Comissões A rb itra is de Perícias ju n to às direções locais dos cultivadores de fum o, com com petência para d irim ir as controvérsias entre os mesmos cultivadores e os con-cessionários; d) as Comissões e Colégios Especiais, para solução das controvérsias relativas à posse de bens móveis e imóveis, nos lugares danificados por terrem otos; e) os vários órgãos

(6)

previstos por leis especiais para liquidação das indenizações devidas em razão de expropriações por interesse público.7

9 — Não obstante a sua referência, MARCO TULLIO ZAN- ZUCCHI inform a que a inclusão dos comandantes de porto na categoria dos juizes especiais constitui m atéria controvertida na m oderna doutrina, entendendo MICHELI constituírem eles órgãos especializados da ju risdição ordinária, da mesma form a que ANDRIOLI; já SATTA opinando pertencerem eles à categoria dos ju izes o rd in á rio s .8 A propósito, refere GIAN ANTONIO MICHELI: — «Una posizioni a ffa tto particolare ha poi il capitano di porto (a rt. 58 5 cod. n a v ig .) il quale può essere considerate quale organo specializato dei giudice ord in ário (art. 586, 2 9 comma cod. nav.); organo, peraltro, sulla cui ortodossia costituzionale m olto si potrebbe discutere, dato il ricordato princip io d e ll’ a rt. 102 c it. che fa riferim ento solamente ai giudici ordinari, disci- p lin a ti d a ll’ordinam ento giudiziario ed alie sezione specializate, m entre il capitano di porto non rientra in nessuna delle due predette c a te g o r ie .» 9

Ill — ÓRGÃOS ESPECIALIZADOS DA JURISDIÇÃO ORDINÁRIA 10 — Ao lado dos juizes ordinários, adm itiu a Constituição a presença de secções especializadas, para determ inadas m

até-rias (art. 102, 2? comma, seconda parte). A previsão atende às exigências especiais de determ inadas causas, sem estender em dem asia nas exceções à regra da jurisdição unitária (ord iná ria ). Referindo-se a essas secções especializadas da ju risdição o rd in á ria , esclarece CALAMANDREI que « . . . p u r facendo parte (com e le sezione o rd in arie ) dell'organo da cui dipendono, hanno un ordinam ento speciale (per le persone che le compongono e p e r il procedim ento che dinanzi a esse si segue), diverso dalle a ltre sezioni dei lo stesso organo. Queste sezioni speciali non sono g iu ris d iz io n i speciali, perchè sono comprese nella gerarchia

7 . Ob. cit., rr? 18, págs. 2 3 2 /2 3 3 8 . Ob . e loc. cit., nota 9-bis. 9 . Ob. cit., rv? 32, pág. 111

(7)

giudiziaria ordinaria; ma si distinguono anche dalle sezioni ordinarie, perchè, in corrispondenza colla loro particulare costi- tuzione, sono fo rn ite di una specie di competenza per m atéria determ inata dalla le g g e .» 10

11 — Os mais im portantes de tais órgãos, ou seções espe-cializadas, são os seguintes: — a) os juizes do trabalho, in stituídos

com a lei 563, de 3 de ab ril de 1926, como seções especializadas dos T ribunais de Apelação, com com petência para decidirem em grau único (salvo eventual recurso à Corte de Cassação, que corresponde ao nosso Supremo T ribunal Federal, em sua com petência geral) os con flitos coletivos entre empregados e em pregadores; legislação posterior (n? 2299, de 4 de outubro de

1928) atrib u iu aos pretores e aos trib u n a is constituídos em secções especializadas a com petência para ju lg a r os litígios individuais do trabalho, com recurso para a m agistratura do trabalho; ainda hoje prevalece essa distinção, conform e haja co n flito coletivo, ou litíg io individual, notando-se que para o p ri-m eiro tip o a secção especializada se cori-mpõe de três ri-m agistrados e de dois leigos expertos; e refere ainda CALAMANDREI que os juizes do trabalho, em prim eiro grau, em nada se distinguem dos juizes ordinários: — « . . . 1 ’ unica differenza che passa in prim o grado tra le sezioni dei lavoro e le sezioni c iv ili è una differenza di procedimento, la quale non può dar luogo a una dichiarazione di incompetenza, ma soltanto a un cam biam ento di rito dinin zia llo stesso giudice (art. 4 4 5 e 4 4 6 C . p . c . ) ; 11

b) os Tribunais regionais de águas públicas, os quais se regulam pela lei n? 1775, de 1 1 . 1 2 . 3 3 e funcionam ju n to a oito

Tribunais de Apelação (C orti di A ppello di Cagliari, Firenze, M ilano, Napoli, Palermo, Roma, Torino e Venezia), com com pe-tência para ju lg a r causas sobre direito s pertinentes do dom ínio público, lim ites de cursos e bacias, assim como desvios e u tiliz a -ção das mesmas águas; além dos T ribunais regionais indicados situa-se tam bém em Roma o T ribunal S uperior das Águas Públicas,

10. Ob. e loc. cit-, & 77, pág 4 7 . 11. Ob. cit., pág. 4 7 .

(8)

o qual, segundo o parecer de CALAMANDREI, difere dos demais trib u n a is de águas públicas no sentido de que estes são secções especializadas dos T ribunais de Apelação, ao passo que aquele é órgão com verdadeiro e próprio caráter de ju risdição especial a d m in istra tiva; 12

c) os Tribunais de Menores, constituídos ju n to a cada T rib u n a l de Apelação (art. 49 da Org. Jud.), compostos de dois m agistrados e um experto (art. 50); como órgão de segundo grau, fun cion a uma secção especial da mesma Corte, com quatro

m agistrados e um experto; esses trib u n a is têm com petência rationae personae, quer no âm bito penal, quer no ad m in istra tivo, q u e r no civil, em sede contenciosa, ou em sede de ju risdição volun tá ria;

d) diversas outras secções especializadas ju n to a T ribunais ou T ribu na is de Apelação, tais como os Comissários para os Usos Cívicos ou de qualquer outro d ire ito de uso comum de terras pelos habitantes de uma comuna (m unicípio) ou de uma fração de com una; aquelas que se destinam a d e fin ir controvérsias em m atéria de prorrogação de contratos de trabalho rurais, parceria agrícola e com participação, assim como as que dizem respeito a arrendam ento aos cultivadores diretos, ou de fundos rústicos.

IV — A JURISDIÇÃO ORDINARIA

12 — Diz o art. 1’ da Organização Jud iciá ria — (Regio Decreto 3 0 gennaio 1941 n. 12 — O rdinam ento G iudiziario) que

a ju stiça, nas m atérias civil e penal, será adm inistrada pelo juiz conciliador, pelo pretor, por tribunal, por Corte de Apelação, e pela Corte Suprema de Cassação, excluindo-se de sua regula-m entação a jurisdição adregula-ministrativa e qualquer outra jurisdição especial, assim como as jurisdições para os crim es m ilitares e m a rítim o s . Com propósito em inentem ente didático, SALVATORE SATTA contrapõe à ju risdição civil as jurisdições penal e ad m in is-tra tiv a , esta especial: a prim eira tem por objeto a tutela

(9)

ju ris d ic io n a l dos d ire ito s a que se refere o art. 2 9 0 7 do Código C ivil; a segunda tem por fin a lid a d e a tu te la de interesses ob je tivos e ob je tivam en te pro te gidos m ediante uma sanção de c a rá te r penal; e a últim a se de stina nd o a tu te la r interesses legítim os (s u b je tiv o s ) do cidadão em face da a d m in is tra ç ã o p ú b lic a .13 A ssim , pois, o enunciado do a rt. 1? do Ordinamento se refere aos magistrados

ordinários do te x to c o n s titu c io n a l (a rt. 102, c it.), os quais

exercitam a jurisdição ordinária, seja em m atéria c iv il, nos term os do art. I 9 do Codice di Procedura C ivile, seja em m atéria penal, segundo a expressa previsão do te x to de a b ertura do citad o

Ordinamento.

13 — E ntendida a expressão usada pelo Código de Processo C ivil — órgão judiciário (T ito lo I — Degli O rgani G iu d iz ia ri) — com o o com plexo ou o agregado órgãos sim p les, en tre os quais se repartem as várias a trib u iç õ e s coordenadas ao exercício da função ju ris d ic io n a l, deve-se a n o ta r que o Código em prega a

palavra juiz no s en tido de órgão judiciário ou, m ais precisam ente, com o s ig n ific a d o de órgão judicante, seja o ju iz único, seja o ju iz coletivo, colegial, ou tribunal.

14 — Assim sendo, de n tro da categoria de juizes o rd in á rio s vam os e n c o n tra r duas espécies: a m a g is tra tu ra ho norária, cons-titu íd a dos ju izes c on ciliad ores; e a m a g is tra tu ra não honorária, p ro fissio n a l, ou de ca rre ira , co n stitu íd a pelos pretores, pelos trib u n a is , pelas cortes de apelação e pela Corte Suprem a de Cassação. Os juizes c o n c ilia d o re s e os pretores são órgãos de p rim e iro grau; os trib u n a is tam bé m são órgãos de p rim e iro grau para de term in ada s m atérias, ou segundo a alçada, mas fun cio n a m ainda com o órgãos de 2? grau, segundo se verá adiante; as cortes de apelação são órgãos som ente de segundo grau, correspondendo aos nossos T rib u n a is tam bé m de segundo grau; e a C orte Suprem a de Cassação c o n s titu i o órgão de cúp ula da ju s tiç a peninsular, com a trib u iç õ e s que, em sua essência, a fazem corre spo nde r ao nosso Suprem o T rib u n a l Federal.

(10)

15 — Vejam os as cara cte rísticas gerais e as atrib u içõ e s de cada um de ta is órgãos judicantes.

a) O juiz conciliador — Como in s titu iç ã o , corresponde ao

juiz de paz em M inas Gerais, pelo menos na função de c o n c ilia r

as partes (Resolução n? 4 6 / 7 0 , do T ribu na l de Justiça de M inas G erais, art. 79-1). O ju iz con ciliad or, assim com o o vice-concilia- dor, é m agistrado honorário, sem receber estipêndio algum , e fun cion a em cada com una (m u n icíp io ), apenas em m atéria c iv il (ord. giud. art. 20, 21 e 2 2 ), sem esquecer, é claro, a função que lhe dá nom e. O ju iz c o n c ilia d o r é nomeado pelo Presidente da C orte de Apelação com ju ris d iç ã o te rrito ria l sobre a com una interessada, exercendo as suas funções por três anos e podendo ser c o n firm a d o no cargo; para a nomeação deve satisfa zer os seguintes requisitos: cidadania italian a, residência na com una, idade não in fe rio r a 25 anos e m ais dignidade, independência, c ará te r e pre stíg io (art. 2 3 ) . Compete ao ju iz c on ciliad or, além da função con ciliad ora, a função contenciosa, quando ju lga segundo o d ire ito , ou segunsegundo a eqüidade (Cpc, art. 113 e 114); na fu n -ção contenciosa com pete-lhe ju lg a r (Cpc, art. 7): causas relativas a bens móveis de v a lo r não su p e rio r a 5 0 .0 0 0 liras (cerca de 5 0 0 c ruze iros); causas de despejo, quando fin d a a locação; e causas relativas a con tra tos de locação de im óveis, em valor não exce-dente de v in te e cinco m il liras (1 0 0 liras = 1 cruzeiro, a p ro x i-m adai-m ente) .

b) Os pretores só exercem função ju dicante, excluída a de co n cilia d o r. Há um p re to r em cada capoluogo di mandamento — correspondente à nossa comarca — e cuja com petência assim se d is trib u i: 1 . em m atéria c iv il (in prim o grado e in grado di ap pe llo ), ju lg a as causas de valor não su p e rio r a 7 5 0 .0 0 0 liras; independentem ente de seu valor, ações de rito especial, entre elas as possessórias, denunciação de obra nova, medidas caute- lares inespecíficas (a rt. 33 ord. giud.; e art. 8 Cpc), e etc.; 2. em m atéria c iv il (in p rim o grado), as controvérsias in d iv id u a is em to rn o das relações de tra b a lh o (art. 4 2 9 Cpc); 3 . em m atéria penal ju lg a os crim e s sujeito s às penas de detenção não su p e rio -res ao m áxim o de trê s anos, ou a uma pena pecuniária, isolada

(11)

ou cumulada com a pena detentiva prevista anteriorm ente (a rt. 31 CPP); 4 . o pretor exerce ainda uma função tutelar, como superintendente das tutelas e das curatelas (ord. giud., art. 33; cod. c iv . , art. 3 4 4 ).

c) os juízos colegiados, ou T ribunais, em cada sede de d is trito (sem correspondente exato na nossa divisão político- a d m in is tra tiv a ). Os trib u n a is julgam com o núm ero invariável de três votantes e a cada uma de suas secções são designados tantos magistrados, segundo as exigências dos serviços (ord. giud., art. 4 8 e 46, 3 9 com m a). Sua com petência é assim d istribu íd a: 1 . em

matéria civil, todas as causas que não sejam da com petência do ju iz conciliador ou do pretor, assim como os dissídios coletivos de trabalho, em prim eiro grau (Cpc., artig o 9); em segundo grau, julgam os recursos contra sentenças proferidas pelos juizes con-ciliadores e pelos pretores (Cpc, art. 3 4 1 ); 2 . em m atéria penal, a com petência dos trib u n a is se estabelece por exclusão, consi-derada a com petência prevalente do T ribunal do Júri (Corte di assise) e a secundária do pre to r (Cpp, art. 30, c / c arts. 29 e 31 ).

d) — os Tribunais do J ú ri (Corti di assise, em prim eiro grau; ou Corti di assise di appello, em segundo grau) assim se compõem: 1 . em prim eiro grau, de um m agistrado de Corte de Apelação, na sua presidência; de um m agistrado de trib u n a l; e de seis juizes populares, devendo ser homens pelo menos três (legge

10 aprile 1951, n . 28 7); 2 . em segundo grau, de um m agistrado da Corte de Cassação, na presidência; de um m agistrado de Corte de Apelação; de seis juizes populares, na form a prevista para o prim eiro grau (lei cit., arts. 3 e 4 ) . Os m agistrados com -ponentes dos T ribunais do Jú ri são designados em cada ano pelo Presidente da República (Chefe de Estado); os juizes populares, ou jurados são designados para cada sessão pelo presidente da respectiva Corte, e o processo de sua escolha é o de listagem , conform e entre nós, mas obedecendo a um processo mais complexo, a p a rtir de prévio convite aos interessados para in s c ri-ção, seleção e triagem por uma com issão da qual fazem parte o prefeito ou um seu representante, assim como um representante da Ordem dos Advogados, bem como sob fiscalização do M

(12)

inisté-rio Público (lei c it . , arts. 8 e s e g .). A com petência dos trib u n a is do jú ri é bem am pla: os crim es definidos no títu lo I, livro II, do Código Penal, sob a rubrica genérica «Dos Delitos Contra a Personalidade do Estado», entre nós enquadrados na Lei de Segurança Nacional; crim es de m orticínio, ou atentados terrorista s (strage, a rt. 4 2 2 ); crim e de epidem ia, ou difusão de germes patogênicos (art. 4 3 8 ); crim e de envenenamento de águas, ou de substâncias alim entares (art. 4 3 9 ); certos delitos contra a

pessoa, desde o hom icídio até à instigação ou ajuda ao suicídio (arts. 5 7 5 /5 8 0 ), assim como os crim es contra a liberdade in d i-vidual (arts. 6 0 0 /6 0 4 ) .

e) as Cortes de Apelação (Corti di Appello), com sede em cada cabeça dos d is trito s indicados pela lei (as cabeças de d is trito

são cidades de m aior im portância, tais como Roma, Milão, T urim , Genova, Veneza, Bolonha, Florença, Nápoles, Palermo, etc.). Se-gundo o significado lite ral de seu nome, são órgãos de seSe-gundo grau e julgam os recursos contra sentenças dos juízos colegiados, ou trib u n a is, seja em m atéria civil, seja em matéria penal, seja em m atéria traba lh ista (só nos dissídios coletivos; como se viu, nos dissídios individuais a com petência de segundo grau é deferida aos trib u n a is, com recursos vindos das pretorias); e funcionam ainda como órgãos de segundo grau para os Tribunais do Júri. (Cpp, a rt. 2 9 ).

V — A CORTE SUPREMA DE CASSAÇAO

16 — A Corte Suprema de Cassação, com sede em Roma e ju risdição sobre todo o te rritó rio da República. É o órgão suprem o

da ju stiça italiana, tendo por finalidade prim ordial assegurar: 1. a exata observância e a interpretação uniform e da lei; 2. a unidade do d ire ito objetivo nacional; 3 . o respeito dos lim ites das diversas jurisdições; 4 . a regulam entação dos conflitos de com -petência e de a trib u içõ e s. Ninguém m elhor do que CALAMANDREI para dizer das altas funções desse órgão máximo: — « . . . l a corte di cassazione si possa considerare, nella pirâm ide costitu ita dai vari gradi delia giurisdizione ordinaria, il vertice sommo: e vedrem o a suo tem po in qual modo essa esplichi, attraverso il

(13)

ricorso o rd in á rio (a rt. 3 6 0 e segg. C.p.c.) e a ttrave rso il regola- m ento di com petenza (a rt. 47 C . p . c . ) la sua funzione regolatrice e u n ific a tric e su tu tta la gerarchia degli organi o rd in a ri. Ma questa funzione reg olatrice e u n ific a tric e non si fa sen tire solta nto sgli organi g iu d iz ia ri o rd in a ri: la corte di cassazione in fa tti, quale

organo supremo délia giustizia nello S tato (a rt. 65 O rd . g iu d .)

esercita il suo c o n tro llo non solo su tu tti i g iu d ic i o rd in a ri (corn- prese, si intende, le sezioni spe cia li, c o s titu ite presso di essi), ma altre si sui g iu d ic i speciali (a rt. 3 6 2 C . p . c . ) , in m odo da co s titu ire il punto di raccordo e di coordinazione tra le g iu ris d i- zioni speciali e la g iu ris d izio n e o rd in a ria , assiçurano in generale il rispetto dei lim iti delle diverse giurisdizioni. Cosi tu tto il sistem a degli organi g iu d iz ia ri, o rd in a ri e spe cia li, ria cqu ista, in v irtù diqu esto organo sup rem o che tu tti li ricollega, quel c a ra tte re di

unità e dio om ogeneità che a ltrim e n ti avrebbe ris c h ia to di rim a n e r soffocato s otte il d is o rd in a to m o ltip lic a rs i de lle g iu ris d iz io n i spe cia li.» 14

VI — A MAGISTRATURA PROFISSIONAL, OU DE CARREIRA E 0

OFÍCIO DO MINISTÉRIO PÚBLICO

17 — Diz o a rt. 101 da C o nstituição que «la giu s tiz ia è a m m in is tra ta in nome dei popolo», não entendida a proposição no sentido de sub ord ina ção dos ju izes ao povo, mas entendendo- se a ju ris d iç ã o com o um dos poderes do Estado e considerando-se que a soberania pertence ao povo (a rt. I 9, 2’ co m m a ). E se nos ad en tra rm os no exame do conteúdo da mesma proposição, pode-mos aceitar, ainda com CALAMANDREI, te r ela o s ig n ific a d o da

estatalidade da função jurisdicional, ou seja, a ju ris d iç ã o é fun ção

essencialm ente pú blica, exercida de m odo exclusivo por órgãos ju d ic iá rio s do E s ta d o .15

18 — O ingresso na carre ira dos m agistrados ju ris ta s é fe ito sem pre por concurso p ú b lic o de provas e títu lo s , en tre os

14 . Ob. cit., § 78, págs. 5 0 /5 1 . 1 5 . Ob. cit., § 69, pág. 18.

(14)

qu ais sobressai a «laurea in giurisprudenza» (defesa de tese, após o curso reg ular de d ire ito ). A exigência é de ordem c o n s ti-tu c io n a l (art. 106) e superado o concurso, o can didato é nom eado

uditore giudiziario, por decreto do Ministro di Grazia e Giustizia;

depois de um período de tiro c ín io e novo exame prá tico, vem a nomeação para o cargo de aggiunto giudiziario, por decreto do Presidente da R epública; depois de trê s anos no exercício do cargo de a d ju nto ju d ic iá rio , vem a prom oção ao cargo de giudice, no caso, com o pre to r; o acesso aos cargos de magistrati di

tribunali, ou das Corti di appello tam bém se faz por p ro m o ç ã o .

P aralelam ente às nomeações por concurso, que é o modo norm al, podem ser a d m itid o s em cará te r e x tra o rd in á rio m agistrados de cassação, sob indicação do Conselho S up erior da M ag istratura , d e n tre professores u n iv e rs itá rio s em m atéria ju ríd ic a e advogados com quinze anos de prá tica pro fissio nal e que sejam in scrito s nos qu ad ros para a ju ris d iç ã o sup erior (a rt. 106, 29 com m a, C o s t.) .

19 — Ao M in is tro da Justiça im pende a organização e o fu n cio n a m e n to dos serviços relativos à ju stiça , ressalvada a com petência do Conselho S uperior da M a g istra tu ra (a rt. 110, C ost.), cabendo-lhe, ou tro ssim , a faculdade de prom over ação d is c ip lin a r p e rtine ntes aos m agistrados (a rt. 107, Cost.).

2 0 — Função de m aior relevo tem o Conselho S up erior da M ag is tra tu ra , além daquela já m encionada de in d ic a r para nom e-ação os juizes de trib u n a is sup eriores selecionados en tre os professores u n iv e rs itá rio s e os advogados. Assim , com pete ao C onselho S up erior da M ag istratura : d a r posse a juizes, a trib u ir- lhes funções, rem ovê-los e prom ovê-los, assim com o prover d is c ip lin a rm e n te a respeito deles, de ofíc io ou por provocação do M in is tro di Grazia e G iustizia (Cost., art. 105, c / c art. 107, 2 9 c o m m a ). Sua com posição tam bém se acha determ in ada em te xto c o n s titu c io n a l: o P residente da República, que o preside; ainda com o m em bros natos, o Presidente da Corte Suprem a de Cassação e o P rocu rad or Geral ju n to a essa mesma Corte; os outros m em -bros são eleitos por um período de 4 anos, sem d ire ito a ree le i-ção para o período sucessivo im ediato (a) po r dois terços de tod os os m agistrados pertencentes às várias categorias; e (b) por

(15)

um terço do Parlam ento em sessão comum ou conjunta, dentre professores universitários em m atéria jurídica e advogados com mais de quinze anos de exercício p ro fis s io n a l. Os membros eleitos, enquanto no exercício do cargo, não podem ser inscritos nos quadros da Ordem respectiva (advogados) e nem fazer parte do Parlamento, nem de Conselhos Regionais (Cost., art. 1 0 4 ).

21 — Além das garantias já enumeradas (nomeação por concurso e controle funcional e d is c ip lin a r pelo Conselho S uperior da M agistratura, órgão eclético com representação eletiva de ele-mentos da própria classe funcional), goza a m agistratura italiana ainda das seguintes prerrogativas, indispensáveis ao exercício da função judicante, segundo consenso universal: estão sujeitos so-mente à lei (Cost. a rtico lo 101); são inamovíveis, não podendo ser dispensados ou suspensos do serviço, nem destinados a outras sedes ou funções, senão a seu pedido, ou m ediante decisão do Conselho Superior da M agistratura, assegurado o dire ito de defesa (Cost. art. 107); os m agistrados se distinguem uns dos outros somente por diversidade de funções (art. 1 0 7 ).

22 — M uito em bora os representantes do M in istério Pú-blico façam parte, ju n to com os m agistrados, de um mesmo e único «ordenam ento ju d iciá rio » , pois se enquadram entre aquelas «autoridades às quais é confiada a administração da justiça» (título genérico do capítulo I, da Lei de Organização Judiciária, reg. dec. 3 0 . 1 . 4 1 ) , não fazem eles parte de nenhum «órgão judiciário». Assim, observa SATTA que « . . il pubblico m in istero è tutta via d is tin to dagli organi giu d izia ri non solo da un punto di vista form ale (presso le corti e i trib u n a li è cos titu ito 1’ u ffic io dei p . m . : art. 2) ma dal punto di vista piü sostanziale dei

rapporti con 1’autorità am m inistrativa (esercita le sue funzioni sotto la vigilanza dei m inistero di grazia e giustizia: art. 69 ) e delle m inorigaranzie assistono la sua opera (in am om o vib ilità

riservata alia m agistratura giudicante: art. 217; Costituzione, art. 107)» 16. Todavia, adverte-se que tam bém os representantes do

(16)

M in isté rio Público são denominados «magistrados», constituindo o que CALAMANDREI denomina de «magistratura requerente», ao lado da outra categoria de m agistrados que compõem a «ma-gistratura judicante».

VII — A POSIÇÃO DA CORTE CONSTITUCIONAL

23 — Segundo o texto constitucional de 47, criou-se um T ribu na l especial de quinze membros ou juizes, um terço nomeado pelo Presidente da República, um terço pelo Parlam ento em sessão comum (Câmara dos Deputados e Senado) e o terço fina l pelas m agistraturas supremas (ordinária e adm inistrativa, ou sejam, a Corte Suprema de Cassação e o Conselho de Estado), mas sempre escolhidos entre os m agistrados das jurisdições su-periores, ordinária e adm inistrativa, ainda que aposentados; os professores universitários em matéria jurídica; e os advogados com mais de vinte anos de exercício profissional (art. 1 3 5 ). A sua com petência se desdobra em três itens, decidindo sobre (a) as controvérsias relativas à legitim idade constitucional das leis, ou dos atos com força de lei, do Estado ou das Regiões; (b) os co n flito s de atribuições entre os poderes do Estado ou entre os do Estado e das Regiões, ou entre estas mesmas Regiões; (c) as denúncias ou acusações contra o Presidente da República e os M inistros, na form a da Constituição (art. 1 3 4 ).

24 — Não parece haver qualquer dúvida sobre a natureza judicante da com petência inserta no terceiro item (ju lg a r as

de-núncias ou acusações contra o Presidente da República e os M i-nistro s de E s ta d o ). O problem a está na classificação dos dois outros grupos de atribuições, particularm ente o prim eiro, per-tin e n te ao controle da constitucionalidade, ou da legitim idade das leis em face da C onstituição. ENRICO REDENTI entende « . . .che le funzioni delia Corte costituzionale vanno poste al di fu o ri e al di sopra delia trip a rtiz io n e tradizionale delle fun zion i dello Estato ris p e tto al d ir itto . . .», acrescentando em seguida: «In d o ttrin a la natura delie funzioni delia Corte costituzionale à stata ampia- m ente discussa, ma non direi che si sia raggiunta una soluzione

(17)

d e fin itiv a che racco lg a un ge ne ra le co n se n so . P reva le nte d ire i la op in io n e ehe si t r a t ti di funzione giurisdizionale di diritto

obbiettivo. .

,».17

De seu tu rn o , op in a M AURO CAPPELLETTI que « . . . la giurisdizione costituzionale è una fra le g ra n d i ma- n ife s ta z io n i d e lia g iu ris d iz io n e non contenzioza ma, lato sensu,

vo lon taria. . , » . 18

OUTROS TEXTOS CONSULTADOS

I — Costituzione Delia Repubblica italiana, dal 27 -1 2 -4 7 — Ed. Pirola, Milano, 1966, a cura di Soffo Borghese — I quattro codici.

II — Codice di Procedura Civile — Reggio Decreto dal 2 8 -1 0 -4 3 , n? 1443 — Ed c i t .

III — O rdinam ento Giudiziario — Reggio Decreto dal 3 0 -1-4 1, n? 12

— Ed c it . I

1 7 . ENRICO REDENTI — Legittim ità Delle Leggi e Corte

Costitu-zionale — Giuffrè, Milano, 1957, pág. 3 3 .

1 8 . MAURO CAPPELLETTI — II Controllo Giudiziario di Costituzio- nalità Delle Leggi Nel Diritto Com parato — Giuffrè, Milano, 1973, pág. 117.

Referências

Documentos relacionados

• Quando o navegador não tem suporte ao Javascript, para que conteúdo não seja exibido na forma textual, o script deve vir entre as tags de comentário do HTML. &lt;script Language

O uso do poliuretano (PU) como suporte de baixo custo para de imobilização , prova ser um material muito promissor, pois em nosso estudo o uso da lipase de Candida antarctica

Desde 2012, um grupo de docentes, investigadores e alunos da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (NOVA FCSH) têm vindo a desenvolver

Resultados semelhantes foram observados em áreas de Floresta Ombrófila Densa no Pará (456 ind. /ha -1 , SILVA et al., 1987) e em Amazonas (527 ind./ha -1 , MATOS e AMARAL, FIGURA

Representados dessa forma, os dados permitem facilmente entender quais países são considerados mais parecidos entre si, e quais são considerados muito diferentes (note a

Saba, em que in- tervenção de enfermagem é definida como “uma ação de enfermagem, um tratamen- to, um procedimento, atividade ou servi- ço, designado a atingir um resultado para

Regularização e encargos perante os órgãos competentes da divergência da área de terreno averbada em RI com a lançada em IPTU, assim como da regularização de logradouro e

A solução também oferece recursos de vídeo com vários pontos para telefonia com vídeo do Cisco Unified Communications Manager, ambientes do Cisco Unified MeetingPlace e soluções