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Relatórios de Estágio realizado na Farmácia Ramos e no Centro Hospitalar do Porto

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i

Farmácia Ramos

(2)

ii

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto

Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas

Relatório de Estágio Profissionalizante

Farmácia Ramos

maio de 2016 a setembro de 2016

João Nuno Rodrigues Azevedo

Orientadora: Dra. Ana Moreiras

_____________________________________

Tutor FFUP: Prof. Doutora Susana Casal

_____________________________________

(3)

iii

Declaração de Integridade

Eu, João Nuno Rodrigues Azevedo, abaixo assinado, nº 201102507, aluno

do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia da

Universidade do Porto, declaro ter atuado com absoluta integridade na elaboração deste

documento.

Nesse sentido, confirmo que NÃO incorri em plágio (ato pelo qual um indivíduo,

mesmo por omissão, assume a autoria de um determinado trabalho intelectual ou partes

dele). Mais declaro que todas as frases que retirei de trabalhos anteriores pertencentes a

outros autores foram referenciadas ou redigidas com novas palavras, tendo neste caso

colocado a citação da fonte bibliográfica.

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, ____ de _______________ de ______

(4)

iv

Agradecimentos

Com o final de mais uma etapa da minha vida, só me resta deixar uma mensagem

de agradecimento àqueles que, direta ou indiretamente, tornaram esta experiência

possível.

Não poderia deixar de agradecer a todos os profissionais da Farmácia Ramos,

pelos quais nutro uma enorme empatia, nomeadamente à Dra. Maria Armanda Cubal, por

me permitir integrar nesta maravilhosa equipa. Em primeiro lugar, sinto uma imensurável

gratidão pela Dra. Ana Moreiras, minha orientadora de estágio, por ter sido a minha guia

neste caminho de aprendizagem e formação, por todos os ensinamentos, pela paciência e

dedicação que demonstrou na minha evolução enquanto farmacêutico, por me ensinar que

não é preciso fazer muito, é preciso fazer bem, pela alegria, pela preocupação e pelo

incentivo a enfrentar os obstáculos que certamente se colocarão no meu caminho daqui

em diante. Foi certamente uma referência importante e imprescindível na minha formação

académica, para a qual nunca terei as palavras certas para agradecer devidamente.

Um agradecimento especial ao menino Dr. Pedro, que tornou este percurso

excecional. Pela boa disposição e prestabilidade demonstrada nas mais diversas situações,

trago comigo bons momentos, sem os quais esta passagem não teria sido a mesma.

À Dona Rosa Dias, à Dona Helena Cubal e ao Dr. Paulo Cubal, um sincero

obrigado por me acolherem na equipa durante estes quatro meses, assim como por toda a

atenção concedida.

Este estágio marca o termo da minha formação académica, personificadas pelo

esforço e apreço pelo meu desenvolvimento enquanto profissional de saúde, mas também

como pessoa. Sendo assim, só me resta agradecer àqueles que me acompanharam durante

o meu estágio profissionalizante, em especial à minha tutora, Prof. Dra. Susana Casal,

assim como àqueles que me acompanham desde o início desta jornada: aos meus pais e

irmãos, que são um apoio imprescindível para a concretização dos meus objetivos e

sempre acreditaram em mim, e aos meus amigos, que me suportam nos momentos mais

difíceis e que são o impulso que necessito para melhorar, dia após dia.

(5)

v

«You don’t have to be great to start, but you have to start to be great.»

- Zig Ziglar

(6)

vi

Resumo

O farmacêutico é um profissional de saúde bastante versátil: é capaz de

exercer a sua atividade numa farmácia comunitária, sendo este o ramo mais comum,

mas também pode aplicar o seu conhecimento num hospital, num laboratório, numa

indústria farmacêutica ou mesmo em qualquer outro ramo, pois possui uma enorme

capacidade de moldar o seu conhecimento aos desafios que lhe são apresentados. Possui

grandes habilidades técnicas, científicas e tecnológicas que lhe permite adequar a sua

função a áreas mais abrangentes do que apenas a área do medicamento.

O Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia da

Universidade do Porto, no final de cinco anos de dura aprendizagem, esforço, dedicação

e empenho, permite ao estudante aplicar todos os seus conhecimentos, adquiridos até

então, com a disponibilização de um estágio profissionalizante, incluído no plano

curricular, numa farmácia comunitária e/ou farmácia hospitalar.

A farmácia comunitária é uma porta de entrada fácil e direta que os utentes

utilizam para a resolução de problemas menores de saúde, assim como para a procura de

ajuda e esclarecimentos acerca dos mais variados assuntos. Por isto mesmo, o

farmacêutico comunitário, para além de ser um profissional de saúde qualificado e

competente, é também o pilar a quem os utentes recorrem para obter as suas respostas,

tendo assim acesso direto junto da comunidade e, por essa razão, uma responsabilidade

acrescida no que toca à sensibilização e dinamização de questões do foro da saúde, como

por exemplo a implementação de um correto uso do medicamento ou o reforço da adesão

à terapêutica.

Durante estes quatro meses de estágio contactei com a perspetiva de uma farmácia

comunitária, nomeadamente com todas as responsabilidades a cargo do farmacêutico

comunitário: atendimento ao público, dispensa de medicamentos, gestão de stocks e

encomendas, armazenamento e toda a logística e burocracia inerente ao circuito do

medicamento.

Neste sentido, a Farmácia Ramos foi uma verdadeira escola de aprendizagem,

onde obtive todo o apoio e acompanhamento, permitindo-me desenvolver as minhas

capacidades, tornando-me num profissional de saúde mais competente, capaz de se

ajustar aos desafios e ao público, estando preparado para dar o melhor de mim em todas

as situações.

(7)

vii

Índice

Declaração de Integridade ... iii

Resumo ... vi

Índice ... vii

Lista de Abreviaturas ... ix

Lista de Figuras ... x

Capítulo 1 – Farmácia Ramos ... 1

1. Organização e Funcionamento da Farmácia Ramos ... 2

1.1. Propriedade e Direção Técnica ... 2

1.2. Horário de Funcionamento e Localização ... 2

1.3. Organização do Espaço Físico ... 2

1.4. Recursos Humanos ... 3

1.5. Sistema Informático ... 4

2. Gestão de Stocks e Encomendas ... 5

2.1. Gestão de Stocks ... 5

2.2. Gestão e Receção de Encomendas ... 6

2.3. Armazenamento ... 6

2.4. Controlo dos Prazos de Validade e Devoluções ... 7

3. Medicamentos e Produtos de Saúde ... 8

3.1. Medicamento Sujeito a Receita Médica (MSRM) ... 9

3.1.1. Prescrição Médica ... 10

3.1.2. Validação da Receita ... 11

3.1.3. Sistemas de Comparticipação ... 13

3.3. Medicamentos Psicotrópicos e Estupefacientes ... 14

3.4. Medicamentos Manipulados (MM) ... 15

3.5. Outros Produtos de Saúde ... 16

4. Contabilidade da Farmácia ... 18

Capítulo 2 – Atividades Complementares ... 19

1. Ações na Farmácia Ramos ... 20

1.1. Panfletos Informativos ... 21

1.1.1. Controlando o Colesterol (Anexo 4 – Figura 10) ... 22

1.1.2. Controlando o Ácido Úrico (Anexo 4 – Figura 11) ... 26

1.1.3. Terapêutica Anticoagulante (Anexo 4 – Figura 12) ... 29

(8)

viii

1.3. Reorganização Interna ... 33

1.3.1. Mapeamento dos locais de armazenamento ... 34

1.3.2. Renomeação de medicamentos e produtos de saúde ... 34

Conclusão ... 36

Bibliografia ... 37

Anexos ... 42

· Anexo 1 – Organização do Espaço Físico ... 42

· Anexo 2 – Recursos Humanos ... 44

· Anexo 3 – Solução Alcoólica Saturada de Ácido Bórico ... 45

· Anexo 4 – Panfletos Informativos ... 46

· Anexo 5 – Implementação de Qualidade ... 49

· Anexo 6 – Reorganização Interna ... 60

(9)

ix

Lista de Abreviaturas

HDL-C - Lipoproteína de Alta Densidade

INR - Razão Normalizada Internacional

IQ - Implementação de Qualidade

IT - Instrução de Trabalho

LDL-C - Lipoproteína de Baixa Densidade

MM - Medicamento Manipulado

MPE - Medicamentos Psicotrópicos e Estupefacientes

MSRM - Medicamentos Sujeitos a Receita Médica

PT - Procedimento técnico

RM - Receita Médica

(10)

x

Lista de Figuras

Figura 1 – Tabela SCORE para o cálculo do risco cardiovascular em 10 anos, em

países de baixo risco. Adaptado de [26].

Figura 2 – Espaço de atendimento ao público.

Figura 3 – Balcões de atendimento e disposição dos produtos.

Figura 4 – Armazenamento em gavetas.

Figura 5 – Armazenamento em prateleiras.

Figura 6 – Área de laboratório.

Figura 7 – Equipa da Farmácia Ramos (incompleta).

Figura 8 – Preparação do medicamento manipulado.

Figura 9 – Medicamento manipulado na sua forma final.

Figura 10 – Rótulo do medicamento manipulado.

Figura 11 – Panfleto informativo alusivo ao tema do colesterol.

Figura 12 – Panfleto informativo alusivo ao tema do ácido úrico.

Figura 13 – Panfleto informativo alusivo ao tema da terapêutica anticoagulante.

Figura 14.1 – Procedimento Técnico 1 (Página 1) – Dispensa de Medicamentos e

Produtos de Saúde sem Receita.

Figura 14.2 – Procedimento Técnico 1 (Página 2) – Dispensa de Medicamentos e

Produtos de Saúde sem Receita.

Figura 14.3 – Procedimento Técnico 1 (Página 3) – Dispensa de Medicamentos e

Produtos de Saúde sem Receita.

Figura 15.1 – Procedimento Técnico 2 (Página 1) – Dispensa de Medicamentos e

Produtos de Saúde com Receita.

Figura 15.2 – Procedimento Técnico 2 (Página 2) – Dispensa de Medicamentos e

Produtos de Saúde com Receita.

Figura 15.3 – Procedimento Técnico 2 (Página 3) – Dispensa de Medicamentos e

Produtos de Saúde com Receita.

Figura 16.1 – Instrução de Trabalho 3 (Página 1) – Conferência do Receituário.

Figura 16.2 – Instrução de Trabalho 3 (Página 2) – Conferência do Receituário.

Figura 17– Instrução de Trabalho 5 – Dispensa e Controlo de Produtos do Protocolo da

Diabetes.

(11)

xi

e Estupefacientes.

Figura 18.2– Instrução de Trabalho 6 (Página 2) – Dispensa e Controlo de

Psicotrópicos e Estupefacientes.

Figura 19 – Mapa dos locais de armazenamento do espaço de atendimento ao

público.

Figura 20 – Lista de produtos contidos nos locais de armazenamento do espaço de

atendimento ao público.

Figura 21 – Incorreta nomeação dos medicamentos contendo como substância ativa

sinvastatina.

Figura 22 – Alteração da nomeação dos medicamentos contendo como substância ativa

sinvastatina.

(12)

1

Capítulo 1 – Farmácia

Ramos

(13)

2

1.

Organização e Funcionamento da Farmácia Ramos

1.1.

Propriedade e Direção Técnica

Atualmente, e como explicita o Decreto-Lei nº 307/2007, de 31 de agosto –

Regime jurídico das farmácias de oficina, artigo 14º, ponto 1: «Podem ser proprietárias

de farmácias pessoas singulares ou sociedades comerciais.»

1

Assim sendo, a Farmácia Ramos possui como proprietária a D

ra

Maria Armanda

Moura da Costa Flórido e Cubal, farmacêutica e atual diretora técnica.

1.2.

Horário de Funcionamento e Localização

A Farmácia Ramos situa-se na Praça do Exército Libertador 97, na zona do

Carvalhido, cidade do Porto. Encontra-se localizada a oitenta metros da farmácia

comunitária circunjacente e a um quilómetro da unidade de saúde do Hospital da Prelada.

Esta situação não se encontra de acordo com a Portaria nº 352/2012, de 30 de outubro,

porém esta só se aplica às farmácias cuja abertura se deu após a aprovação da mesma.

2

O seu horário de funcionamento inicia às 9h00 e termina às 19h30, de

segunda-feira a sábado. A Farmácia Ramos encerra aos domingos e feriados, excluindo os dias

em que a farmácia se encontra de serviço permanente.

1.3.

Organização do Espaço Físico

O espaço interior da farmácia divide-se em dois pisos:

- piso inferior, onde se localiza o espaço de atendimento ao público, gabinete de

atendimento ao utente, armazém e laboratório;

- piso superior, onde se localiza o espaço reservado ao armazenamento de calçado

ortopédico e o espaço de carácter pessoal.

O espaço de atendimento ao público (

Anexo 1 – Figura 2

) corresponde ao local

desde a entrada da farmácia até aos 3 balcões de atendimento disponíveis. É possível

encontrar, junto da entrada, um aparelho para medição do peso corporal, altura e pressão

arterial. No centro deste espaço encontra-se uma ilha que, juntamente com os expositores

(14)

3

de parede, expõem os produtos de saúde que se encontram à venda na farmácia (

Anexo

1 – Figura 3

). Do lado direito encontra-se a secção de dermocosmética e do lado

esquerdo a secção de perfumaria, calçado, bebé, criança, higiene diária, ortopedia e

podologia. Por trás dos balcões encontram-se os produtos bucodentários e os

over-the-counter (OTC), passíveis de serem adquiridos sem prescrição médica.

O armazém dispõe de um armário com gavetas (

Anexo 1 – Figura 4

), onde são

guardados por ordem alfabética os medicamentos sujeitos a receita médica cuja forma

farmacêutica corresponde a comprimidos, cápsulas, xaropes, ampolas bebíveis,

injetáveis e soluções de aplicação tópica. Possui ainda mais armários de prateleiras

(

Anexo 1 – Figura 5

), onde são colocados os produtos acima referidos que não

encontrem espaço no armário de gavetas, e ainda outros produtos cuja forma

farmacêutica corresponde a cremes, geles, pastas, pomadas, pós, soluções de higiene

oral, comprimidos ou cápsulas de suplementos alimentares e dispositivos médicos. Os

medicamentos psicotrópicos e estupefacientes (MPE) são armazenados numa gaveta

própria, à parte. O armazém possui ainda um frigorífico com temperatura e humidade

reguladas e controladas, que alberga todos os medicamentos que necessitem de

refrigeração para manter a sua estabilidade. É também no armazém que se processa a

gestão de encomendas, pelo que se encontram dois computadores neste local, bem como

toda a gestão relacionada com o bom funcionamento da farmácia. Contém ainda uma

área individualizada própria denominada laboratório (

Anexo 1 – Figura 6

),

destinando-se à preparação de medicamentos manipulados.

O gabinete de atendimento ao utente tem como função acompanhar e controlar

os utentes que necessitem de uma medição personalizada dos parâmetros biológicos e

bioquímicos. Esse mesmo gabinete encontra-se apetrechado de acordo com os requisitos

necessários para serem administrados medicamentos sob a forma de injetáveis e vacinas.

1.4.

Recursos Humanos

A Farmácia Ramos, até à data, dispõe de uma equipa de seis profissionais de

saúde, distribuídos do seguinte modo:

Dra Maria Armanda Cubal – Farmacêutica e Diretora Técnica

Dra Ana Moreiras – Farmacêutica Substituta

(15)

4

Dr. Pedro Reis – Técnico Superior de Saúde (Nutricionista)

Helena Cubal – Técnica de Diagnóstico e Terapêutica

Rosa Dias – Técnica de Diagnóstico e Terapêutica

Dr. Paulo Cubal – Técnico Administrativo

Também foi possível acolher a estagiária Cristiana Vital, da Faculdade de

Farmácia da Universidade do Porto, pertencente ao terceiro ano curricular, durante duas

semanas no mês de agosto, no âmbito de um estágio extracurricular.

Como exposto no ponto 1 do artigo 20º do Decreto-Lei nº 307/2007, de 31 de

agosto: «A direção técnica da farmácia é assegurada (...) por farmacêutico diretor

técnico», sendo que, como já exposto acima, a Farmácia Ramos integra na equipa dois

farmacêuticos. No entanto, e de acordo com o ponto 3 do mesmo artigo: «Deve ser

designado pela proprietária da farmácia (...) o farmacêutico (...) que substitua o diretor

técnico nas suas ausências e impedimentos», neste caso a Dra. Ana Moreiras, minha

orientadora de estágio.

1

O ambiente gerado pela equipa de trabalho é bastante acolhedor, profissional e

amistoso, sendo simpático e descontraído. Este ambiente reflete-se, não só para mim

como estagiário, mas também para os profissionais de saúde e utentes, numa maior

produtividade para a farmácia e numa maior proximidade com os utentes (

Anexo 2 –

Figura 7

).

1.5.

Sistema Informático

Para uma boa gestão dos produtos, utentes e todo o processo de atendimento, é

necessário, ao farmacêutico, usufruir do auxílio de um sistema informático. É um

método simples, rápido e eficaz no que respeita à prevenção de erros e à melhoria do

serviço de qualidade da farmácia, sendo, atualmente, imprescindível um suporte deste

género.

A Farmácia Ramos pertence ao grupo das Farmácias Portuguesas, da Associação

Nacional das Farmácias (ANF). Contudo, não aderiu ao programa padrão deste grupo –

Sifarma 2000 – mas possui outro sistema informático: SPharm, da empresa SoftReis.

(16)

5

Este sistema é bastante intuitivo e permite não só efetuar a gestão do atendimento de

utentes mas também toda a gestão da farmácia. É possível criar fichas de utentes,

fornecedores e artigos, rececionar encomendas e obter toda a informação necessária

sobre os números e estatísticas das vendas.

Cada profissional da Farmácia Ramos possui um código interno, possibilitando

o acesso ao sistema informático. Isto permite rastrear, se necessário, o responsável por

determinada tarefa, caso seja necessário averiguar algum equívoco.

Desde o meu primeiro dia de estágio que contactei com o sistema informático,

não tendo tido nenhum problema de adaptação com o mesmo.

2.

Gestão de Stocks e Encomendas

Para um correto funcionamento da logística de uma farmácia comunitária, é

necessário não só organizar a gestão de encomendas, como é de todo imprescindível a

gestão de stocks dos produtos vendidos na farmácia, garantindo que esses estejam

sempre disponíveis aquando o atendimento do utente.

2.1.

Gestão de Stocks

Na área da gestão de stocks, o cargo é habitualmente da responsabilidade do Dr.

Paulo Cubal.

O software informático utilizado pela Farmácia Ramos está preparado para

auxiliar na gestão dos produtos, nomeadamente no estabelecimento de um stock mínimo

e máximo, permitindo que nunca haja produtos em falta mas também impedindo a

acumulação excessiva e desnecessária dos mesmos na farmácia. No entanto, este método

não se revelou ser adequado para as necessidades e para o dia-a-dia da Farmácia Ramos.

Sendo assim, criou-se outra forma de controlo do stock, nomeadamente pelo método de

“entrada por saída”. Isto é, para além das encomendas realizadas diariamente, é realizada

uma ponderação manual semanal dos produtos, através de um gráfico de vendas e saídas.

Através deste método, existe sempre a possibilidade de decidir e avaliar se determinado

produto é necessário para a farmácia, sem se restringir a determinado número estipulado,

(17)

6

pois o que pode ser verdade para determinado produto neste momento pode já não o ser

mais tarde.

No entanto, poderão ocorrer sempre algumas falhas na contabilização dos

produtos e, por essa razão, procede-se a um inventário de stock anualmente.

2.2.

Gestão e Receção de Encomendas

Para garantir que os stocks são cumpridos e que não há carência de nenhum

produto no armazém, é necessário repor aqueles que foram vendidos ao público ou

devolvidos aos fornecedores, se assim houver intenção. Neste sentido, uma comunicação

periódica com os fornecedores é essencial para certificar que o produto desejado é

rececionado junto da farmácia.

A Farmácia Ramos possui, de momento, dois principais fornecedores: Cooprofar

e Empifarma, sendo realizados os pedidos de encomenda diários. No entanto, a Farmácia

Ramos também usufrui do serviço da Alliance Healthcare, entre outros, normalmente

para os casos em que os produtos pretendidos se encontram esgotados nos fornecedores

principais.

Diariamente são rececionadas encomendas três vezes por dia; a primeira

encomenda é rececionada às 10h00, a segunda às 16h00 e a terceira às 17h30. Por esta

razão, todos os pedidos de encomenda devem ser realizados antes da hora prevista de

chegada das encomendas para garantir que estas sejam rececionadas no horário

pretendido. Assim sendo, também são efetuados, três vezes por dia, os pedidos de

encomendas. No entanto, pedidos de produtos individuais podem ser gerados a qualquer

altura.

Estes pedidos de encomenda são gerados consoante os preços praticados por cada

um dos fornecedores, sendo que é necessária uma análise prévia das condições de

compra e uma gestão eficaz dos produtos a adquirir.

2.3.

Armazenamento

Após receção das encomendas, os produtos são etiquetados com os preços

correspondentes, se necessário, procedendo-se ao armazenamento do mesmo. Como já

(18)

7

foi mencionado, o armazém está provido de locais próprios para o armazenamento de

medicamentos e produtos de saúde, como armários de gavetas e armários de prateleiras.

É essencial o correto armazenamento para evitar perdas desnecessárias de tempo

ou desaparecimento do produto, aumentando a rapidez, eficácia e segurança do

atendimento, facilitando, por outro lado, a função do farmacêutico. Por isso mesmo,

todos os medicamentos são armazenados por ordem alfabética, sendo que o produto que

se encontra com o prazo de validade menor é colocado na frente dos seus semelhantes,

evitando assim que se acumulem produtos cuja validade está findada, resultando num

possível prejuízo para a farmácia. Há que ter igualmente atenção às diferentes dosagens

de um medicamento, assegurando a segurança do atendimento. Esta segurança também

se reflete nas condições de armazenamento, ou seja, medicamentos que necessitem de

condições especiais, como por exemplo temperaturas entre 2ºC e 8ºC, são conservados

no frigorífico, evitando a sua destabilização. Outro exemplo é o armazenamento dos

medicamentos psicotrópicos e estupefacientes, que se encontram numa gaveta própria

para o efeito, sendo retirados única e exclusivamente para efetuar os atendimentos.

Semanalmente, é efetuada a recolha da leitura de temperatura e humidade do

armazém, através de dois dispositivos encontrados em dois locais distintos do armazém.

Da mesma forma procede-se à recolha da leitura da temperatura do frigorífico. Esse

conjunto de dados são armazenados sob a forma de papel, arquivado numa pasta própria

e guardado num ficheiro próprio no software.

2.4.

Controlo dos Prazos de Validade e Devoluções

De modo a evitar a dispensa de produtos fora do prazo de validade estipulado

pelo fabricante, é necessário efetuar mensalmente a análise dos mesmos produtos

existentes na farmácia.

Uma vez por mês, a farmacêutica substituta da Farmácia Ramos dispõe do seu

tempo para analisar os produtos cujo sistema informático notifica que expirarão nos

próximos dois meses, com exceção dos medicamentos e outros produtos para uso

veterinário, bem como os produtos do Protocolo da Diabetes, cuja retirada das prateleiras

da farmácia deve ser efetuada cinco meses antes do prazo de validade inscrito na

embalagem.

(19)

8

Posto isto, é efetuada a devolução destes mesmos produtos aos respetivos

fornecedores, acompanhados da nota de devolução em duplicado e do motivo pelo qual

é devolvido (os motivos mais usuais contemplam um prazo de validade prestes a expirar,

erros no pedido, produto não recebido nas condições adequadas).

Caso se verifique que a devolução não foi aceite por parte do fornecedor, com o

motivo devidamente justificado, é responsabilidade da farmácia efetuar as quebras

desses mesmos produtos junto das Finanças da área do estabelecimento, dirigindo-se ao

Chefe de Repartição. Após completado o processo, efetua-se a inutilização dos produtos.

Usualmente, este processo é realizado de duas a três vezes por ano, tendo sido possível

acompanhar um deles durante os meus quatro meses de estágio.

3.

Medicamentos e Produtos de Saúde

O principal propósito das farmácias comunitárias é permitir o acesso a

medicamentos e produtos de saúde, estando incluídos no circuito do medicamento e

contribuírem, assim, para a melhoria do estado de saúde dos seus utentes e, por

conseguinte, para a qualidade de vida da comunidade.

Com bastante responsabilidade a seu cargo, é necessário que a farmácia

comunitária siga algumas regras no que diz respeito à dispensa do medicamento, estando

sujeita a um conjunto de procedimentos e obrigações monitorizadas e acompanhadas

pela entidade responsável – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde

(INFARMED).

3

Desta forma, e conforme disposto no ponto 1 do artigo 113º do Decreto-Lei nº

176/2006, de 30 de agosto:

4

«Os medicamentos são classificados, quando à dispensa ao público, em:

a)

Medicamentos sujeitos a receita médica;

(20)

9

3.1.

Medicamento Sujeito a Receita Médica (MSRM)

Alguns medicamentos, derivado das suas características, são sujeitos a prescrição

médica, pelo que não podem ser adquiridos junto da farmácia sem a apresentação de

uma receita médica (RM) válida, prescrita por um profissional de saúde apto para tal.

Essas características, que servem de critério de inclusão dos medicamentos nesta

categoria, estão explicitas no ponto 1 do artigo 114º do Decreto-Lei nº 176/2006, de 30

de agosto:

«Estão sujeitos a receita médica os medicamentos que preencham uma das seguintes

condições:

a)

Possam constituir um risco para a saúde do doente, direta ou indiretamente,

mesmo quando usados para o fim a que se destinam, caso sejam utilizados sem

vigilância médica;

b)

Possam constituir um risco, direto ou indireto, para a saúde, quando sejam

utilizados com frequência em quantidades consideráveis para fins diferentes daquele a

que se destinam;

c)

Contenham substâncias, ou preparações à base dessas substâncias, cuja

atividade ou reações adversas seja indispensável aprofundar;

d)

Destinem-se a ser administrados por via parentérica.»

Segundo o ponto 2 do artigo 113º do Decreto-Lei acima referido:

«Os medicamentos sujeitos a receita médica podem ainda ser classificados como:

a) Medicamentos de receita médica renovável;

b) Medicamentos de receita médica especial;

c) Medicamentos de receita médica restrita (...).»

No caso dos “medicamentos de receita médica não renovável”, estes são dirigidos

para o tratamento de duração curta ou média, tendo por isso uma validade mais curta –

trinta dias.

(21)

10

Considera-se como “medicamentos de receita médica renovável” os MSRM que

são destinados «a determinadas doenças ou a tratamentos prolongados e possam, no

respeito pela segurança da sua utilização, ser adquiridos mais de uma vez, sem

necessidade de nova prescrição médica», tendo as RM correspondentes uma validade

máxima de seis meses e são compostas por três vias. Quando prescritos sob a forma de

receita eletrónica a RM só é composta por uma única via, onde podem figurar vários

medicamentos com validades distintas.

Os “medicamentos de receita médica especial” têm de preencher uma das

seguintes condições: «a) Contenham, em dose sujeita a receita médica, uma substância

classificada como estupefaciente ou psicotrópico, nos termos da legislação aplicável;

b) Possam, em caso de utilização anormal, dar origem a riscos importantes de abuso

medicamentoso, criar toxicodependência ou ser utilizados para fins ilegais; c)

Contenham uma substância que, pela sua novidade ou propriedades, se considere, por

precaução, dever ser incluída nas situações previstas na alínea anterior.». Quando

prescritos sob a forma de RM eletrónica, já não apresentam a designação de “receita

médica especial”, sendo possível serem prescritos juntamente com outro tipo de

medicamentos.

4

3.1.1. Prescrição Médica

Para o utente adquirir MSRM, é necessário que o médico que o acompanha lhe

prescreva esses medicamentos, sob a forma de uma RM, que é apresentada na farmácia

para aquisição desses mesmos medicamentos. Essa prescrição obedece a um conjunto

de regras, presentes na Portaria nº 137-A/2012, de 11 de maio, ressalvando o ponto 2 do

artigo 5º: «A prescrição de um medicamento inclui obrigatoriamente a respetiva

denominação comum internacional da substância ativa, a forma farmacêutica, a

dosagem, a apresentação e a posologia.» e o ponto 3 do mesmo artigo: «A prescrição

de medicamentos é feita por via eletrónica, sem prejuízo de, excecionalmente e nos casos

previstos no artigo 8º da presente portaria, poder ser feita por via manual.»

5

Posto isto, são maioritariamente apresentadas na farmácia as denominadas

receitas eletrónicas, ou seja, resultam de uma prescrição por via eletrónica, sendo «a

(22)

11

prescrição de medicamentos resultante da utilização de soluções ou equipamentos

informáticos», podendo ser materializada – impressa em papel – ou, mais recentemente,

desmaterializada, tendo os softwares informáticos das farmácias a capacidade de validar

e registar essa receita eletrónica, sendo apresentadas na forma de códigos enviados para

o utente por um serviço de mensagens para o seu telemóvel.

5,6

No entanto, ainda são admitidas as designadas receitas manuais, ou seja, uma

prescrição por via manual, sendo «a prescrição de medicamentos efetuada em

documento pré-impresso». Estas receitas ainda podem ser prescritas em certos casos,

constando no ponto 1 do artigo 8º da Portaria nº 137-A/2012, de 11 de maio:

«A prescrição de medicamentos pode, excecionalmente, realizar-se por via manual nas

seguintes situações:

a) Falência do sistema informático;

b) Inadaptação fundamentada do prescritor, previamente confirmada e validada

anualmente pela respetiva Ordem profissional;

c) Prescrição ao domicílio;

d) Outras situações até um máximo de 40 receitas médicas por mês.»

Tanto as receitas eletrónicas como as receitas manuais têm a obrigatoriedade de

seguir os modelos aprovados, segundo o Despacho nº 15700/2012, de 30 de novembro,

no âmbito da regulamentação da Portaria 137-A/2012, de 11 de maio.

5,7

3.1.2. Validação da Receita

A dispensa de um MSRM só é permitida caso a RM se encontre válida. Isto é,

independentemente da prescrição ser apresentada em formato manual ou eletrónico, há

um conjunto de condições às quais devem obedecer de forma a proceder-se ao correto

aviamento.

É possível verificar essas condições através da Portaria 137-A/2012, de 11 de

maio, cujas condições para a validação de prescrição por via manual estão declaradas no

ponto 1 do artigo 11º:

(23)

12

«A receita manual só é válida se incluir os seguintes elementos:

a) Se aplicável, vinheta identificativa do local de prescrição;

b) Vinheta identificativa do médico prescritor;

c) Identificação da especialidade médica (...) e contacto telefónico do prescritor;

d) Identificação da exceção (...);

e) Nome e número de utente e, sempre que aplicável, de beneficiário de subsistema;

f) Entidade financeira responsável;

g) Se aplicável, referência ao regime especial de comparticipação (...);

h) Denominação comum internacional da substância ativa;

i) Dosagem, forma farmacêutica, dimensão da embalagem, número de embalagens;

j) Se aplicável, designação comercial do medicamento;

k) (...);

l) Se aplicável, identificação do despacho que estabelece o regime especial de

comparticipação de medicamentos;

m) Data de prescrição;


n) Assinatura do prescritor.»,

enquanto que as condições para validação de prescrição por via eletrónica estão

apresentadas no ponto 1 do artigo 9º:

«A receita, resultante da materialização da prescrição por via eletrónica, só é válida

se incluir os seguintes elementos:

a) Número da receita;


b) Local de prescrição;


c) Identificação do médico prescritor;


d) Nome e número de utente ou de beneficiário de subsistema;


e) Entidade financeira responsável;


f) Se aplicável, referência ao regime especial de comparticipação (...);

g) Denominação comum internacional da substância ativa;

(24)

13

i) Se aplicável, designação comercial do medicamento;

j) (...);

k) Se aplicável, identificação do despacho que estabelece o regime especial de

comparticipação de medicamentos;

l) Data de prescrição;


m) Assinatura do prescritor.»

5

No caso da dispensa de RM prescritas por via eletrónica, o software informático

consegue detetar algumas situações, como por exemplo a validade da receita, bem como

erros de dosagem do medicamento prescrito, erros no dimensionamento da embalagem,

alertando o farmacêutico para o facto e impedindo a concretização da venda. No entanto,

no caso das RM prescritas por via manual, tal não é possível, pelo que requerem a

máxima atenção por parte do farmacêutico, impedindo a dispensa dos medicamentos de

uma RM inválida.

3.1.3. Sistemas de Comparticipação

O Estado Português, através do Serviço Nacional de Saúde (SNS), assume o

compromisso de pagar parte dos custos de aquisição de alguns medicamentos junto da

farmácia aos utentes, cuja percentagem de comparticipação varia dependendo da

classificação farmacoterapêutica dos mesmos.

Embora detenha a maior fração de utentes abrangidos por ela, o SNS não é a

única entidade financiadora, fazendo parte dos subsistemas de comparticipação outras

entidades como o Sindicato de Bancários do Norte, Administração Regional de Saúde

do Norte, Caixa Geral de Depósitos, Sãvida Medicina Apoiada, entre outras.

No momento da dispensa, o utente pagará a parte que lhe compete, sendo o

restante suportado pela devida entidade financiadora, à qual pertence o utente.

3.2.

Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica (MNSRM)

Aqueles medicamentos que não encontrem as condições necessárias aplicadas

aos MSRM são integrados na categoria de MNSRM. Por conseguinte, podem ser

adquiridos junto das farmácias sem necessidade de apresentação de uma RM, sendo

(25)

14

vendidos livremente. Esses medicamentos não são comparticipados pelo SNS, pelo que

o preço de venda ao público é determinado pela própria farmácia.

8

Estes medicamentos são maioritariamente utilizados para o tratamento de

pequenos problemas de saúde, simples de cuidar, como é o caso de cefaleias, dores

musculares, problemas gastrointestinais, problemas alérgicos de menor gravidade, entre

outros. Devido ao seu fácil acesso, o farmacêutico detém uma grande responsabilidade

no aconselhamento destes medicamentos, devendo, quando aplicável, identificar a idade

e os sintomas do utente, perceber a duração dos mesmos, qual o tratamento já efetuado,

caso exista, outras doenças concomitantes, entre outras informações que o farmacêutico

reconheça serem necessárias. Mediante as respostas obtidas, o farmacêutico tem a

capacidade de avaliar a situação e aconselhar da melhor forma possível o utente,

propondo os medicamentos, produtos de saúde ou serviços que considere serem

adequados para a situação em questão. Outra parte importante do aconselhamento de

MNSRM é a promoção de um uso racional do medicamento, embora esta questão seja

transversal a todo o tipo de medicamentos.

Devido a todos estes aspetos que acabei de reforçar, creio que, durante o meu

estágio, este foi o ponto que exigiu mais atenção, espírito crítico e capacidade de

comunicar com o utente, pois não possuímos nas mãos nenhuma RM para nos guiar nem

um software informático que nos auxilie convenientemente nestas situações. No entanto,

sinto que foi nesta área que aprendi muito mais, através dos conhecimentos transmitidos

pela Dra. Ana Moreiras.

3.3.

Medicamentos Psicotrópicos e Estupefacientes

Derivado aos seus efeitos no sistema nervoso central, são altamente indutores de

alterações mentais e comportamentais nos indivíduos que abusam do seu uso. Derivado

deste facto, é necessária e imprescindível a existência de leis que regulamentam o seu

uso, distribuição, venda e consumo.

O Decreto-Lei nº 15/93, de 22 de janeiro, estabelece o regime jurídico destes

medicamentos, sendo que, no mesmo decreto-lei, são divididos por tabelas de I a IV

todas as substâncias e/ou plantas consideradas como psicotrópicas e estupefacientes.

Este decreto-lei já possui vinte alterações.

9

(26)

15

Segundo o ponto 1 do artigo 3º do Decreto-Lei 15/93, de 22 de janeiro: «Compete

ao Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento fiscalizar as atividades

autorizadas de cultivo, produção, fabrico, emprego, comércio por grosso, distribuição,

importação, exportação, trânsito, aquisição, venda, entrega e detenção de plantas,

substâncias e preparações compreendidas nas tabelas I a IV.»

9

Devido a este controlo, a Farmácia Ramos envia, mensalmente até ao dia 8

inclusive, uma lista de todos os medicamentos considerados psicotrópicos e

estupefacientes, correspondente à tabela I e II, com exceção da tabela II-A, ao

INFARMED. Este documento é gerado automaticamente pelo sistema informático,

facilitando a sua entrega.

Anualmente, até ao dia 31 de janeiro inclusive, é enviada por via eletrónica a

relação dos MPE das tabelas I, II e IV, correspondente à sua rotação na farmácia.

De realçar que a Farmácia Ramos tem vindo a reparar que a venda de MPE,

utilizados para a dor não oncológica, tem vindo a aumentar. A título de curiosidade, a

venda deste tipo de medicamentos era efetuada uma vez em cada três meses, em média,

mas só no meu primeiro mês de estágio a Farmácia Ramos dispensou três MPE,

correspondentes às tabelas acima referidas.

3.4.

Medicamentos Manipulados (MM)

Entende-se por MM, segundo o Decreto-Lei nº 95/2004, de 22 de abril – Regula

a prescrição e a preparação de medicamentos manipulados, artigo 1º, ponto 2, alínea

a): « (...) qualquer fórmula magistral ou preparado oficinal preparado e dispensado sob

a responsabilidade de um farmacêutico», sendo a fórmula magistral fabricada conforme

uma RM numa farmácia comunitária, enquanto que o preparado oficinal é preparado

segundo a farmacopeia ou formulários.

10

Na Farmácia Ramos não se verifica uma grande procura por este tipo de

medicamentos, porém tive a oportunidade de auxiliar na preparação de um MM –

Solução Alcoólica Saturada de Ácido Bórico (

Anexo 3 – Figura 8

) – que constava na

lista de MM comparticipados pelo SNS, segundo o Despacho nº 18694/2010.

11

(27)

16

A partir desta informação, também me foi permitido efetuar os cálculos do preço

de venda ao público do referido MM, de acordo com a Portaria nº 769/2004, de 1 de

julho, tendo em conta o valor dos honorários, das matérias-primas utilizadas e dos

materiais de acondicionamento, e proceder à respetiva rotulagem (

Anexo 3 – Figura 9

e 10

).

12

3.5.

Outros Produtos de Saúde

A farmácia comunitária reserva o direito à venda de outros produtos além dos

acima mencionados, evocando o ponto 1 do artigo 33º do Decreto-Lei nº 307/2007, de

31 de agosto:

«As farmácias podem fornecer ao público os seguintes produtos:

a) Medicamentos;

b) Substâncias medicamentosas;

c) Medicamentos e produtos veterinários;

d) Medicamentos e produtos homeopáticos;

e) Produtos naturais;

f) Dispositivos médicos;

g) Suplementos alimentares e produtos de alimentação especial;

h) Produtos fitofarmacêuticos;

i) Produtos cosméticos e de higiene corporal;

j) Artigos de puericultura;

k) Produtos de conforto.»

1

A Farmácia Ramos possui no seu portfólio de produtos alguns medicamentos de

uso veterinário, medicamentos homeopáticos, produtos de higiene e dermocosméticos,

medicamentos fitoterápicos, dispositivos médicos e produtos destinados a alimentação

especial e dietéticos.

Este género de produtos requer, da parte do farmacêutico, uma grande formação

complementar, já que as oportunidades de desenvolver os conhecimentos por grande

(28)

17

parte dos produtos apresentados durante a formação académica são escassas e nem

sempre acessíveis a todos.

Regra geral, todos estes produtos se encontram em local próprio e separados dos

restantes medicamentos ou produtos de saúde.

No que respeita aos medicamentos de uso veterinário, são regulamentados pelo

Decreto-Lei nº 148/2008, de 29 de julho. No entanto, no que se refere à produção,

distribuição, armazenamento e controlo de qualidade, são muito semelhantes aos

medicamentos de uso humano.

13

Na Farmácia Ramos, estes medicamentos possuem uma significativa porção das

vendas, nomeadamente os antiparasitários e repelentes.

Considerando os dispositivos médicos, estes também possuem regulamentação

própria ao abrigo do Decreto-Lei nº 145/2009, de 17 de junho, que, segundo a alínea t)

do artigo 3º, se julgue “dispositivo médico” como:

«(...) qualquer instrumento, aparelho, equipamento, software, material ou artigo

utilizado isoladamente ou em combinação, (...), cujo principal efeito pretendido no

corpo humano não seja alcançado por meios farmacológicos, imunológicos ou

metabólicos, (...), destinado pelo fabricante a ser utilizado em seres humanos

para fins de:

i) Diagnóstico, prevenção, controlo, tratamento ou atenuação de uma doença;

ii) Diagnóstico, controlo, tratamento, atenuação ou compensação de uma lesão ou

de uma deficiência;

iii) Estudo, substituição ou alteração da anatomia ou de um processo fisiológico;

iv) Controlo da conceção.»

14

Durante o meu estágio na Farmácia Ramos tive oportunidade de lidar com vários

dispositivos médicos, desde calçado ortopédico, pensos, material de podologia, métodos

contracetivos de barreira, testes de gravidez, entre outros. Foi um desafio bastante

interessante pois relembrei alguns conceitos apreendidos durante a minha formação

académica e conjuguei com as situações reais do dia-a-dia de um farmacêutico numa

farmácia comunitária.

(29)

18

4.

Contabilidade da Farmácia

Uma das parcelas mais importantes na gestão de uma farmácia comunitária está

relacionada com o controlo e verificação das suas receitas e despesas, contribuindo para

o normal funcionamento da gestão de stocks, gestão de encomendas e dispensa do

medicamento.

Durante a dispensa de um MSRM, é impresso no verso da RM um documento,

onde conta a entidade financiadora, o lote da receita e o seu número. Após conferência

do receituário, cuja responsabilidade pertence à Dra. Ana Moreiras, e separação do

mesmo, a cargo do Dr. Pedro Cubal, este é agrupado por entidades em lotes de trinta

RM, podendo apenas o último lote conter menos receitas.

Posto isto, é impresso, para cada lote de cada entidade, um verbete de

identificação do lote, que é enviado junto com as RM, contendo a identificação da

farmácia, o mês referente, a entidade financiadora, número de lote, de receitas e de

etiquetas, o preço de venda ao público (PVP), o valor liquidado pelo utente e o valor da

comparticipação. Após o fecho de todas as receitas relativas ao mês anterior, é emitida,

em triplicado, a relação resumo de lotes, um documento que apresenta o resumo de todos

os lotes que se envia à entidade. Juntamente seguem as faturas, sendo emitidas em

quadruplicado, ficando este último na farmácia.

Após todo o processamento do receituário, as RM relativas ao SNS são enviadas

para o Centro de Conferência de Faturas (CCF), localizado na Maia. É enviado,

simultaneamente, para a ANF, a mesma informação relativa às entidades financiadoras,

juntamente com a fatura e o mapa comprovativo de entrega do receituário.

Se não houver nenhum erro detetado nas RM enviadas, o valor da

comparticipação é devolvido à farmácia. Caso algum erro seja detetado, a farmácia é

informada e, caso seja possível, procede-se à correção da mesma, que após reenvio da

receita e validação da mesma a farmácia é reembolsada com o valor da comparticipação.

Caso não seja possível, a farmácia terá de emitir uma nota de crédito correspondente ao

montante total de comparticipação perdido.

(30)

19

Capítulo 2 – Atividades

Complementares

(31)

20

1.

Ações na Farmácia Ramos

No âmbito do meu estágio profissionalizante na Farmácia Ramos, e de forma a

enriquecer o meu percurso nesta farmácia, realizei, durante estes quatro meses, três ações

que, de uma forma geral, contribuíram para melhorias na própria farmácia,

repercutindo-se na saúde da comunidade em geral.

Como futuro farmacêutico, é da nossa responsabilidade zelar pela saúde e

bem-estar da comunidade. Um farmacêutico não abraça apenas a sua profissão, é na sua

globalidade um técnico de saúde, tendo um pouco de médico, enfermeiro, psicólogo, e

sendo um ombro amigo que muitos buscam para encontrar a resposta que precisam. Por

esta razão, e devido à nossa posição privilegiada no que respeita ao contacto com o

público e ao respeito e confiança que o mesmo demonstra para com o aconselhamento

efetuado pelos profissionais da nossa área, temos o dever de informar, corrigir, acautelar,

guiar e confortar os utentes nas mais diversas situações da sua vida.

Deparei-me com várias situações na Farmácia Ramos em que o utente não geria

corretamente a sua terapêutica, por ignorância, por falta de informação acerca da

terapêutica ou da doença, ou casos de automedicação, que incorre no risco de prejudicar

a sua saúde e bem-estar. Nestes casos, o farmacêutico tem o dever de alertar o utente

para os riscos das suas práticas e aconselhar algumas atitudes que deverá tomar e que

trarão benefícios para si. Se possível, deverá fornecer informação adicional ao utente, de

forma escrita, para levar consigo, como por exemplo a distribuição de panfletos

informativos alusivos à sua doença e/ou terapêutica.

Outra situação que encarei na Farmácia Ramos refere-se a alguma

desorganização interna da mesma, especialmente na ausência de um conjunto de normas

que possibilitem a regularização e normalização de procedimentos perante diversas

situações por parte da equipa de profissionais. Outro caso é relativo ao armazenamento

de certos produtos, que se encontram guardados em locais não identificados, que

dificulta a sua procura em caso de necessidade. Simultaneamente, outros produtos

encontram-se referenciados e nomeados no sistema informático de forma incorreta e/ou

diferente de produtos semelhantes, o que dificulta bastante a procura de um determinado

produto através do mesmo. Todas estas práticas, de uma maneira geral, e juntamente

(32)

21

com outras não mencionadas, poderão condicionar, de certa forma, o sucesso e

celeridade do atendimento, a relação com os utentes e, consequentemente, o êxito do

negócio.

1.1.

Panfletos Informativos

Após uma análise primária, com o auxílio da minha orientadora de estágio, Dra.

Ana Moreiras, concluímos que muitos utentes detinham muitas dúvidas em relação à sua

doença e respetiva terapêutica farmacológica e não farmacológica, mas por vezes

tornava-se impossível para o farmacêutico, ou até mesmo para o Técnico de Diagnóstico

e Terapêutica, interpretar as suas dúvidas e ter disponibilidade para as resolver.

Por esta razão, seguimos para uma análise secundária, desta vez para averiguar

quais as patologias que eram mais comuns entre os utentes da Farmácia Ramos, quais

aqueles que exigiam um maior conhecimento por parte dos utentes, para não correrem

riscos desnecessários, e quais aqueles que a própria equipa da farmácia possui dúvidas

sobre.

Em conjunto, foi definido que os panfletos mais adequados reportar-se-iam sobre

os temas de colesterol, ácido úrico e terapêutica anticoagulante.

Os panfletos seguiram todos o mesmo modelo, sendo que os vários tópicos foram

abordados na seguinte sequência:

- capa do panfleto informativo, incluindo o tema do panfleto, logótipo da

Farmácia Ramos, o logótipo da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, nome

do estagiário e uma imagem alusiva ao tema;

- introdução acerca do tema desenvolvido, de modo a enquadrar o utente na

situação em que se encontra;

- sintomas que usualmente são acusados pelos doentes;

- alimentação adequada e/ou benéfica na situação em causa, de modo a melhorar

o estado de saúde do doente;

- alimentação prejudicial, que poderá comprometer o estado de saúde do doente;

- secção “Fique só com esta ideia”, retendo informação mais importante e/ou

curiosidades acerca do tema abordado;

(33)

22

- contactos da Farmácia Ramos, de modo a poder retirar todas as dúvidas do

doente e poder acompanhar a sua situação de forma mais apropriada.

A elaboração dos panfletos, de forma simples e sintetizada, poderá auxiliar o

utente na melhor compreensão do seu estado de saúde. Não procedi à impressão dos

panfletos; em vez disso, os panfletos ficaram armazenados em suporte informático na

Farmácia Ramos e, sempre que se reconheça necessário, procede-se à impressão dos

mesmos e disponibiliza-se ao utente, que poderá guardar e manter consigo em caso de

dúvida. Os respetivos panfletos encontram-se no Anexo 4.

1.1.1. Controlando o Colesterol (Anexo 4 – Figura 11)

As doenças cardiovasculares são a principal causa de mortalidade e morbilidade,

principalmente nos países desenvolvidos, como é o caso de Portugal. Frequentemente,

encontram-se associadas dislipidemias (hipercolesterolemia), com doença coronária,

tornando-se assim imprescindível o controlo dos níveis de colesterol na população,

principalmente nos indivíduos que possuam história familiar anterior ou que, de qualquer

outro modo, se considerem doentes de risco.

15

O colesterol é um tipo de gordura que é essencial ao nosso organismo, podendo

ser produzido por este, essencialmente no fígado, ou pode ser obtido através da

alimentação, pela ingestão de alguns alimentos como carnes, ovos ou produtos lácteos.

Esta substância é essencial ao bom funcionamento do nosso organismo, estando

associado à produção de hormonas, como o estrogénio, testosterona, progesterona,

aldosterona e cortisona, à produção de vitamina D, à produção de ácidos biliares e ao

suporte da membrana celular, auxiliando na manutenção da membrana celular.

16,17

O valor de colesterol pode ser representado, de forma geral, pelos níveis de

lipoproteína de alta densidade (HDL-C – High-density lipoprotein cholesterol), de

lipoproteína de baixa densidade (LDL-C - Low-density lipoprotein cholesterol) e de

colesterol total (CT), sendo este último a soma dos valores de HDL-C e LDL-C.

17

O HDL-C é conhecido como o “bom colesterol”, funcionando como uma fração

protetora do organismo. Esta lipoproteína transporta o colesterol no sangue no sentido

das células para o fígado, para se proceder à sua eliminação. Por outro lado, o LDL-C é

(34)

23

conhecido como “mau colesterol”, sendo a fração mais preocupante, podendo ser a causa

de outros problemas associados. Esta lipoproteína também transporta o colesterol no

sangue, porém no sentido do fígado para as células, promovendo a deposição e

acumulação do colesterol, podendo levar ao aparecimento de xantomas (depósito de

gordura na pele e tendões) e, mais predominantemente, ao aparecimento de aterosclerose

(acumulação de colesterol na parede das artérias, causando a sua obstrução e dificultando

assim a circulação do sangue). Esta situação leva à ocorrência de acidentes

cardiovasculares, como angina de peito, acidente vascular cerebral e enfarte de

miocárdio. Por esta razão, é essencial a manutenção dos níveis de LDL-C abaixo de 115

mg/dl de sangue, os HDL-C acima dos 40 mg/dl de sangue nos homens e acima dos 45

mg/dl nas mulheres e, consequentemente, os níveis de CT não devem exceder os 190

mg/dl de sangue. Estes são os valores de referência segundo a Fundação Portuguesa de

Cardiologia.

17, 18, 19, 20

Há vários fatores de risco que podem levar à hipercolesterolemia. Algumas

características pessoais não são modificáveis, como é o caso do género e da idade,

porém, outras características e fatores como tabagismo, peso corporal, sedentarismo e

alimentação incorreta podem comprometer a saúde do utente se não se proceder à sua

modificação. É recomendado deixar de fumar, pois o fumo do tabaco danifica a parede

das artérias, o que as torna mais predispostas à acumulação excessiva de colesterol,

favorecendo os acidentes cardiovasculares. Para além disso, os níveis de HDL-C

também diminuem com o tabagismo.

17

Um estilo de vida saudável, através do exercício físico e alimentação, é a medida

não farmacológica mais importante no que consta a diminuição dos níveis de colesterol.

As gorduras saturadas são a causa primária do aumento dos níveis de CT, essencialmente

LDL-C. Este tipo de gorduras provém da alimentação, essencialmente das carnes

vermelhas, lacticínios, produtos de charcutaria, produtos processados, produtos

derivados de fritura, e outros alimentos como bolos e bolachas. Os utentes que sofram

de hipercolesterolemia não devem ingerir estes alimentos, devendo dar preferência a

outro tipo de alimentos, substituindo as gorduras saturadas por insaturadas, presentes no

peixe, na carne branca e nas frutas e legumes (que são ricas em vitamina C, vitamina E

e beta-carotenos). Devem substituir os óleos por azeite e creme vegetal contendo esteróis

vegetais. Estes esteróis vegetais, ou fitoesteróis, diminuem a absorção de colesterol a

(35)

24

nível intestinal, pois são estruturalmente semelhantes ao colesterol, sendo absorvidos em

vez deste, favorecendo assim a sua diminuição através da sua eliminação a nível

intestinal.

21, 22

Porém, nem sempre se consegue atingir os valores ideias recorrendo apenas às

medidas não farmacológicas, pelo que se torna essencial iniciar uma terapêutica

farmacológica no controlo dos elevados níveis de colesterol. Geralmente, o tratamento

é iniciado com uma estatina, normalmente de menor potência. O tratamento recorrendo

a associação medicamentosas não está indicado, porém por vezes torna-se a única

solução, associando à estatina a ezetimiba ou niacina. Todas estas indicações

encontram-se na Norma nº 019/2011 de 28 de encontram-setembro da Direção Geral de Saúde.

23

O objetivo terapêutico é avaliado de acordo com o risco cardiovascular que

determinado indivíduo possui. É possível, através o valor de CT, avaliar o risco

cumulativo de uma pessoa assintomática sofrer de uma doença cardiovascular nos

próximos dez anos, como ataque cardíaco, enfarte do miocárdio, ou outra doença arterial

oclusiva como morte cardíaca súbita.

24

Esta estimativa é determinada através de um gráfico SCORE (Systematic

Coronary Risk Evaluation), em utentes com idade compreendida entre 40 e 65 anos

inclusive, como explicado na Norma nº 005/2013 de 19 de março da Direção Geral de

Saúde.

25

Para proceder ao cálculo do risco cardiovascular total associado, deve-se seguir

a tabela adequada do sistema SCORE, consoante o país em questão é considerado um

país de alto ou baixo risco, integrando simultaneamente os valores de pressão arterial

sistólica, idade e género, assim como a informação se é fumador ou não. No caso de

Portugal, como é considerado um país de baixo risco, utiliza-se a tabela “low risk chart”,

representada na Figura 1.

26

Um estudo nacional recente acerca da prevalência de níveis elevados de

colesterol, acima dos 200 mg/dl, em indivíduos adultos (homens entre os 30 e os 60 anos

e mulheres após a menopausa), revelou que cerca de 47% dos indivíduos detinha

hipercolesterolemia e 38,4% possuíam altos níveis de LDL-C acima dos 130 mg/dl.

27

Por outro lado, não basta a diminuição do LDL-C para a prevenção de doenças

cardiovasculares, mas também é necessário o aumento HDL-C. Hoje em dia, estuda-se

(36)

25

Figura 1 – Tabela SCORE para o cálculo do risco cardiovascular em 10 anos, em

países de baixo risco. Adaptado de [26].

a hipótese da terapêutica por infusão de HDL-C. Acredita-se que esta nova proposta de

terapêutica se traduzirá numa diminuição dos riscos de desenvolver doenças

cardiovasculares prematuras.

28

Neste sentido, e usufruindo de toda esta informação, é da responsabilidade do

farmacêutico, como profissional de saúde, informar a população alvo sobre os perigos

(37)

26

dos níveis altos de colesterol e apelar à correta adesão à terapêutica, assim como integrar

o utente no contexto da sua doença e instruir acerca de medidas não farmacológicas

capazes de auxiliar no sucesso da terapêutica. Sempre que possível, acompanhar o utente

na monitorização dos seus níveis de colesterol, auxiliando-o nas questões que certamente

terá.

1.1.2. Controlando o Ácido Úrico (Anexo 4 – Figura 12)

O ácido úrico é o produto final resultante da degradação das purinas. Durante o

processo de morte celular, à a libertação essas tais substâncias denominadas purinas, que

são degradadas e eliminadas sob a forma de ácido úrico. Estas substâncias também

podem ser encontradas em alguns alimentos, principalmente em algumas carnes

vermelhas.

29

O mecanismo normal de eliminação de ácido úrico processa-se da seguinte

maneira: este dissolve-se no sangue e sofre filtração nos rins, sendo posteriormente

eliminado na urina. É normal todos os indivíduos possuírem algum nível de ácido úrico

no organismo, porém se esses níveis são demasiado altos, em concentrações elevadas

para a capacidade de filtração do sistema renal, desenvolve-se hiperuricemia; isto é,

ocorre o aumento dos níveis de ácido úrico no sangue. Esta condição pode levar à

deposição de ácido úrico nas articulações e tecidos, através da formação de cristais de

monourato de sódio. Geralmente, a deposição de ácido úrico ocorre na articulação do

dedo do pé, levando a um doloroso ataque de gota.

29

No caso da gota, existem inúmeros fatores de risco no desenvolvimento da

doença, como é o caso de história familiar, género e idade (sendo que os homens são

mais afetados, em idades superiores a 45 anos), obesidade, problemas cardiovasculares,

danos prévios nas articulações e alguns medicamentos.

30

Numa fase inicial, a gota instala-se de forma aguda e passageira, com picos de

inflamação, desencadeados geralmente pela ingestão de alimentos ricos em purinas,

traumatismo local da articulação ou pela administração de alguns fármacos. Na crise

aguda, normalmente apenas uma articulação é afetada, podendo ser o primeiro dedo do

é, peito do pé, joelhos, pulsos ou cotovelos. Embora estas crises sejam intermitentes e

limitadas a poucas semanas, se não forem tratadas podem, mais tarde, desenvolver-se

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