ISSN 01006460
maio 1996
BIOTECNOLOGIA
DE
PRODUÇAO
MASSAL
DE
Trichogramma
spp.
ATRAVÉSDO
HOSPEDEIRO
ALTERNATIVO
Sífotroga cerealellaMINIST~RIO DAAGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO - MA
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISAAGROPECUARIA - EMBRAPA CENTRO NACIONAL DE PESQUISA DEALGODÃO
-
CNPACircular Tdcniea Na 19
INSS 01 00-6460 maio, 1996
BIOTECNOLOGIA DE
PRODUÇAO
MASSAL
DE
T.ichogramma
spp.
ATRAVÉS
DO
HOSPEDEIRO ALTERNATIVO
Sltofmga
cemlello
h u l Porfiria de Almeida
MiniWào da Agricultura e do Abastecimento
-
MA
L Empmsa Brasilein d. Pesquisa ~gropecullir
-
EMBRAPAr
Exemplares desta publicação podem ser solicitados a EMBRAPA-CNPA
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-
CentenárioCaixa Postal A 74
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Francisco de Sousa Ramalho
Jose de Alencar Nunes Moreira José Wellington dos Santos Luiz Paulo de Carvalho
Odilon Reny Ribeiro Ferreira da Silva
Robério Ferreira dos Santos
EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Algodão (Campina Grande, PB)
Biotecnologia de produção massal de Tnchograrnma spp.
através do hospedeiro alternativo Sitotroga cerealella, por Rau l
Porfino de Almeida. Campina Grande: EMBRAPA-CNPA, 1996.
36p. (EMBRAPA-CNPA. Circular Técnica, 19)
1. Tnchogmmma
-
Biotecnologia. I. Titulo. II. SérieCDD 595.7 EMBRAPA 1996
...
.
I INTRODUÇÃO
... 2- PRODUCÃO MASSAL DE Trichogranimu
...
.
2.1 Produção do Hospedeiro Alternativo
2.1 . 1. Qualidade e DescontaminaçHo
do
Substrato de...
AlimentaçHo
2.1.2- Infestaçáa da Subtrato de AlimentaçBo e
...
Montagem dasUnidades de ProduçHo
2 . I
.
3- ObtençHo de Adultos e Coleta de Ovosde
S
.
cereal e f lu ...
2.1.4- Assepsia e Descarte dos
Lutes
de
ProduçãoMassal
... 2.2-Multiplicação e Parasitismo Através dei
kicho~ammci...
...
.
2.3
-
Armazenament o de Ovos de i" cerea/e/a3-
ESTRUTURA
F~SICAE
EQUIPAMENTOS...
UTILIZADOS3.1-Sala de
hazenamento do
Substrato deAlimentaçBo
...
3.2-Sala de Produção Massd do Hospedeiro Alternativo ...
...
.
3.3-
Sala de Postura de S
cerealella
3.4-Sala de Coletflrepara de Cartões e
...
Armazenamento de Ovos
...
3.5-Sala de Parasitismo
deTrichogromma
...
4-
REFERÈNCI AS BIBLIOGRÁFICAS Página 7 10 1 1BIOTECNOLOGIA DE
PRODUÇAO
MASSAL
DE
Trichoammma spp.
ATRAV~S
DO
HOSPEDEIRO
ALTERNATIVO Sltotmga cerealella
Raul Porfirio de AImeida'
O gênero Íkichogranm foi criado por Westwood
em
1833,sendo a espécie-t i po Trich~grarnmu evrutesc'eiI.rs Wes t wood coletada
em
Carvalho, na
floresta do Epping, na Inglaterra (Flanders, 1930).E
um
insetode tamanho bastante reduzido, com menos de
um
milímetro
de comprimento. O períodode
desenvolvimento deste microhymenaptero, deovo
aadulto, é
de
oito dias em média, podendoreproduzir-se por partenog5nese ou sexuadarnente.
Embora tenha preferência por ovos
de
lepidbpteros, esteparasitóide tem
sido
coletado emmais
de 200 espécies de insetos pertencentes a mais de 70 famílias e 8 ordens(Momson,
1985).Os insetos da
família
das tricogramatideos são largamente utilizados em diversas culturas de importãncia agrícola, em vários paísesdo mundo, tais como
EUA (Ashley et ai. 1974). França (Voegeléet
al.
1975). China (Huffaker, 1977). Russia (Beglyarov & Smetnik, 1977), México (Garciq 1977) e Colbmbia (Amaya, 1982).Espécies de Trichogramma
ocorrem
regularmenteno
campo,em
paises como Argentina, Bangladesh, Bulgária,
China,
Col6mbia,Cuba,
Egito, França, India, Iran, Itália, JapHo, Malásia, Filipinas, Portugal,Roménia,
Russia,h c a
do Sul, Suíça. Taiwui,EUA,
Peru,
Venezuelae
Alemanha (Intemational Symposium, 1994). Hinds & Spencer ( 1 928, 1930) e Hinds et al. (1933) relataram o uso de 7i.ichogrumma nosEUA
parao
controle de Diairaeu sacchara~i.~, em cana-deaçúcar;l ~ u ih. ~da ~EMBRAPAICNPA. ~ . CpVp Poda1 174, CEP 58.107-720
-
S t i nner et a1 . ( 1 974) rela t arn Hr.lir~/hiv zua. i bichopl~csiu rti e M U I ~ ~ I I C C I spp. como hospedeiras de Ii.icho~*nmmri em tomateiro. Na França foi
usado para a cultura do milho. visando ao controle
de
(Isrrirria it14hifnlis (Voegele et al. 1 975).Segundo Kaijia et
al
( 1 99 1 ) na Riissia a produç8o massa1 de i i i c h o ' ~ m " ' u tem sido usada para controlar sete insetos-praga:Ilci~drt~hits p~rirratr
rs.
I'hilr,sin i He/i»this ort?~jgc~rtf, Diafrneo s~cc~Itítr~~Iis. Mmlco rcsrrtlrili.~. IIic~phct~~in irrcliccrtn eHr.liohi.s U~~.VII/ICT. nas províncias de Hubei. Guangdony. Guangxi e Henan. A área tratada ultrapassou os 1.300ha e a taxa de parasitismo foi superior a 80%. Nikonov et ai. ( 199 1 ) relataram o li.icht16~1cntntdt
como o parasitóide de ovos mais amplamente usado ( I 7 milhbes de ha)
em
70% da área ondese
utiliza o controle biolbgico, a partir de liberações sazonais inundativas. Siío utilizadas 29 espéciesde
Ikichogrc~ntntn em diversas culturas e. entre elas a do algodoeiro, para controlar a H. trrntigCr.r.n.
Ridgway et al. ( 198 1 ) relataram, como hospedeiros de
i fic'ht~grnn~n~n~ os generos I . A I . I I I , ~ C P ~ ~ I , H e n ~ ~ ~ r t x ~ m ~ p ~ , Ht~/io/hj.s, 7 kichopl rrsin, Oit knrtr, MCIIIC/IICCI, I. in~tv~islis, ( j?d~ (c, ( 't>li<r.s,
,Sialis e I'rotrde trcrrriin:~ ~kt.
Na cultura algodoeira, segundo Bleicher L Parra ( 1990) pouco
uso se
far
do controle biológico. principalmente em face dafalta
deinformaçbes da biologia dos diferentes organismos. dentre os quais os tricogramatideos, parasit~ides de ovos que ocorrem freqiientemente atacando avos da Iagana-da-maça e do curuquerè do algodoeiro. O controle químico, de modo geral. tem sido utilizado de forma inadequada e indiscriminada, levando a desequilibrios biológicos, os quais induzem a maior uso de pesticidas. provocando. muitas vezes.
prejuízos totais.
Na
cot onicultura brasileira. segundo Almeida et al. ( 1 995)importantes pragas, coma 'RIubuna nrgiIIcfcCcf (cuniquerè do
algodoeiro) e Helir~ihis \~ire.s~~er~.i (lagart a-das-maçãs) são hospedeiras
de
7 i i c h ~ ~ ~ u m n ~ .Do
mesmo modo, a IJeciit~tphrwo g~~~ypidlln (lagarta rosada) tem sido observadaem
outras países como hospedeiratomo tomate,
d a c a ,
soja, sorgo,d o i m ,
milho, csnida açúcar,morango,
videira,
d e i r a , mz,hortsliçar,
pastagens
e ap&ies florestais,dentre
outras, siodesenvolvidas
pesquisas
com
oTrichagramma
nos
vários continentesdo
mundo.
Segundo
P m
etal.
(1987)nos
Últimos anos,an
muitas @àsalgodoeiras
do Estado deSão
Pauio,
alagartada-ma@
e o a u u g u dda
d~odaeh
t&n
sido mantidos em equilibno pdração
matud de Tiic-~ltã e h
Trichqpmatoidei.
Na
r e g i bde
Ourira
o parasitismafoi
daordem
de 98% e, 89h, mpdmnmtte,para A. oigfikea e
H.
virescemLiberaçóes inunditivas de
Trichogramnm
pintoi e ocomumente usado T+richogrmtrnna
dendkolini,
para cantrolar aH.
migeruem
camposde
algodão, resultaramem
63,7?h e 479% depuasitismo,
mpcíivanmte(Fuchmg
&Zhmg,
199 1).M a - R o a (1991) datou que M aihuia do
algalOéiro
n
controle
químicode
H.
virescem eH.
zea
u t i l i ode
19r
22 aplicações de inseticidas porciclo
da
cultura, foi substituídopelo
controle
bioI6gico
das pragas atravésdo
emprego de Trichogrammw,sendo o custo
de
controle
reduzida
de 42 atC 92%. A eficiênciade
puasitismo
tem
atingido
um
nível
decontrole
acima
de
W!,proporcionando
areduçlo e
m m o aelimhaçáo
do usode
produtospuimicos.
Aimeida
a
ai. (1992) d w i u n ,em
algodoeiro
mocó, &cientecontrole
do auuqud do d g d h através doTrichgmmm, com percenhiais máximos de
pataritimo
de 82,1436 e92.3 1 %,
em
duas
hde
al8odgO.Almeida
et al. (1994) determinaramum
parasitismo&mo
de
Trichogramm
de
1 W ! ap6s a s&haamostngcm
esalientanm
queexiste uma correlação positiva altamente significativa aitre o totai de
ovos do ainiqued e o mimen, de ovos parasitados.
Almeida et ai. (1995) comparando
duu
t h i c a s deli-,
uma
utihndo adultos de Tri-ma ptiarsim e outra cart8escom
ovosparasitados,
Miflcluam parasiho máogmo de 71,02% e 71.03%sobre
A. mgilaceu,em
aigod8o arbóteo,respectivamente
Face a importância do controle biológico através da utilização de Trichogramma spp., para as mais variadas pragas de diversos agroecossistemas, este trabalho tem como objetivo apresentar a
biotecnologia de produção massa1 de Mchogramma, que vem sendo
conduzida pelo Centro Nacional de Pesquisa de Algodão
-
CNPAIEMBRAPA.2.
PRODUÇAO
MASSAL DE TrichogrammaAs primeiras tentativas de criação massa1 de Trichograrnma
foram realizadas sobre Phalera bucephala L. (Lepidoptera, Pyralidae) (Flanders, 1930). Entretanto, foi Flanders (1927) que mostrou a possibilidade de se criar este parasitóide sobre o hospedeiro alternativo Sitotroga cerealella Oliv., 18 19, dando um grande impulso para o
desenvolvimento de tecnologias de criaç6es massais de inseto.
Marston & Ertle (1973) consideraram as espécies
S.
cereulelh, Anagasta kuehnze lla e Corcyra cephalonica (Lepido pt era, P yralidae)como os hospedeiros mais comuns e mais eficientes para a criação massal de Trichogramma.
Para se obter uma produção de Trichagramma spp., 6 de importância fundamental possuir uma infra-estrutura para produzir o
hospedeiro S. cerealella e conhecer bem os fatores que operam neste processo biológico, tais como temperatura, umidade relativa do ar, origem e qualidade do trigo, taxa de infestação, forma do gabinete, quantidade de bandejas e arranjo, controle preventivo de contaminação
de insetos, qualificação da mgo-daobra, dentre outros, com o objetivo de obter uma boa eficiência de produção do parasitóide (Jimenez- Velasquez & Murgueritio, 199 1).
Na Rússia, o Trichogrammu tem sido produzido massalmente
há dez anos, sobre ovos de
S.
cereadeZZa (Nkonov et al. 1991). Segundo Stein (1 9 8 5 ) existem 73 biofábricas totalmente mecanizadas, que produzem de 15 a 30 milhfies de Trichogrmnma por dia. Nos EUA existem firmas. particulares que produzem milhties desses parasitóides, facilmente adquiridos por agricultores para o tratamento de grandesO ~ f o m & d o o o m o ~ p u i a t r r g d o r ~ dsvsripmporQ~umracdemsersprodugbemihipbaglo
.
.
* C m a 3 p d r q u r l - = * ~ - ~ p r n - a h ç b .O teor & uniidade
do
grão deveerur aa
9 e 1496,~ o o b a n d ~ ~ o d a h & S d J C a ~ d e
p r s f i r B a a i . ~ # u t i n a r a i b r t n t o ~ & r m t a i r lpdwidoponsanenttenfopara@b.
P u i q u e a m d t i p l i ~ d e S w r w l r b
nbro&nioode
c o ~ o o m m i a o s e ~ d e v b s e B o a , ~ d a ~d o t r i g o c o m o v o r d i t n ~ i . o h r t a m a m t o ~ , m e d b n t e ~ , o
q u a l d s v a t a i t o i b w & ~ & r h i m h n o , ~ 1 0 a l S ~ p a r a ~ a n m t e d e g l i n i r m o rque -em
das
tiaer
L cni -lvhatoaio
F í g m I .
Fluxojgnma
de produçáa ma!W de 7PIc-mz sobre o2.1.2- Infestaçllo do Sub8trato de
Alimentação
e
Montagem das Unidades de ProduçioO trigo, apbs
devidamente tratado, esth apto
paraser
utuizrdona criação das
traças nasunidades de Produçâo
(UP)
(Figura 2). CadaUP
deve conter 4 bandejas com capacidade para 4kg de trigo; este tipode bandeja
propicia oacondicionamento
do trigo de forma bemdistribuída, @tido
uma
boa a m o e movkmtaçb dos msetos,sem
que sejam afetados;as
bandejas são dispostas horizontalmente ecruzadas entre si. Antes da calmaçh
da
trigo elas devemsa
previamente tratadas com
blao diesel.
A infestação do trigo C
fate
com
1,3g de ovos datraFP/ke
dembstrato
(Tmenez-Velasques
& Murgueritio, 1990)ricandicionados
em
recipientes de pMw, que devemser
colocados nas bandejas
de
recepçb do subarato de atimenta@o da hospedeiro dteniativo.A tCcnica de calow os ovos «n recipientes de plástico e estes
nas
bandejas
de recepção do substrato, possibilita a verificaS[oda
qualidade dos ovos postas ap6s a eclosão
das
lagartas. Estem & d o
tem por fuiidadefacilitar a
determinaflo
da viabuidadedo
material infestado e v d c a ru
presença das diversas fonnude
desenvoIvirnento de insetos e b o s .Após 15 dias da eclosáo das lqarías, o trigo' de cada
UP
deve
ser
limpo, f d o - s e o paihmento parase
retirar
as
iqw- mmo pb d t a n t e da atividadedas
lagartas pedaços de grão e outrosFigura 2 . Unidade de ProduçHo
do
hospedato
dtemativo S i t o t r ~ u cerea/eI/n (Foto: Alrneida,R.P.
de)materiais. Ap6s o pemirrmento
,
o enxofre em p6 C adicionado aotngo de cada
UP.
O uso de enxofre tem w m o finalidade o tratamento do trigo
contra ácaros. ApOs este processo, o trigo 6 novumnte
acondicionado
nas bandeja e estas introduzidas nas UP's.
A determinação do penodo de montagem entre
um
lote e outra e feitaem
tiinçlo da
seguinte f6muia:IZIP
= T W P ;NL
onde: IUP
-
Intmralo de montagem da unidade de produção TVUP-
Tempo de vida útil da unidade de produçãoNL
-
Nhmero delotes
Isto pennite manter
um
ciclo continuo de
produção de todasas
Unidades
de Produção.2.1.3- Qbtençio de Adultas
e
Cdeta de Ovos deS.
cereaIeNaAproximadamente
28 dias a p b ainstalação
das
unidades
de
praduç80,acorre
a emergência dosprimeiros
adultas,
sendo
aprimeira coleta
iniciada
entre os terceiro e quinta diasap6s
estafase,
quando existe número suficiente de insetos. Após a primeira coleta, os recipientes contendo 45 mariposas são retirados das
UP's
e tweridospara a sah
de
postura, onde sedo procedidas coletassubseqüentes,
durante
quatrodias,
permitindo a aproveitamentomáxima
dos ovos postos.A separação dos ovas deve ser
fata
em fiinção do niimao da coleta (I'.. 2'., 3'.,C.
e 5'.) em relação a cadaUP
e para cada lote, visando principalmente a suautilização (parasitisma ou
infestação
do trigo para iniciar nova criação).Todo o processo
de coleta dos ovos deve ser feita
em
Wnur, de forma hábil. para evitar o mínimo de perda de mariposas; os ovos que ficam aderidos no fundo dos recipientes devem ser coletados com o auxilio de pincd; estes ovas se encontram geralmente agrupados erHo de coloraç8o alaranjada, devendo-se utiliai-10s para infestaçao de iovas UP's.
criaçao da traça pode conviver com
&eis aceitbveis
de populaçóes de ácaro sem, comisso,
comprometer a produçáo; entretanto, a ocorrência de Bcaros 6 indesejkvel, porque podelevar
B contaminaçáode outras
UP's e comprometer vários lotesda
criaçHo.Todas as UP's destinadas ao descarte devem ser conduzidas para o exterior da laboratbrio, onde serao colocadas sobre suporte de madeira; cada üP receberi, no seu interior, um chumaço de algodáo contendo clorof6rmio para matar as mariposas, devendo esse processo ter a duraçáo
de
um
a dois dias; em seguida, o trigo contido nas UP's deverá ser incinerado.As
UP'
s devem ser limpas com detergente.Parasitismo atiãvds de
O í?r&chogr~rnnia é um parasitóide que apresenta o período de desenvolvimento,
de
ovo a adulto, em mMia de oito dias, sendo realizada no ovo de seu hospedeiro. O adulto pode viver em media 10dias (Mesquita et
al.,
1990).O
início da criação do parasitbide deve ser realizado, preferencialmente, a partir de adultos obtidos de ovosda
praga emcondiçóes de campo, ou seja, de indivíduos adaptados a s condições naturais dos agroecossistemas alvo do controle biológico. A renovação da linhagem de 7'richogramma deve ser realizada a cada 3 meses, para evitar que os espécimes fiquem extremamente adaptados 3 s condiçòes
de laboratbrio
e percam a sua eficiência, ao serem liberados na área de cultivo.Os
cartòes a serem preparados para o parasitismo por Í i l ~ h ~ f l ~ ~ m c i devem ter área padronizada de 50 polegadas quadradas(25.4cm x 12,7cm); são de coioração preta, subdivididos em quadrículas de 1 polegada quadrada (2.54cm x 2,54cm) no lado oposto onde serilo colados os ovos da traça (Figura 3).
Os
cart6es devem apresentar, ainda, os seguintes dados, para melhor controle da identificação do material e seu eficiente manejo: nome do produtor ou-e do parasitoide utilizado, número da lote de produção, data de
p a r d s m o e data da p o ~ ~ i i e l emergência do produto biolbgico.
Os
cartões se constituirlio, apbs o pWitismo, no "InsumoBiológico", ou seja , no produto final propriamente dito a ser liberado pelo agricultor.
O preparo
do
Insumo Biológico é feito na salade
coletalpreparo de cartóes e annazenamento de ovos; inicialmeníe, os cartóes são pimelados com goma arábica e em -seguida os ovos da traça são depositados sobre os cartões com a d i o de peneirá, para
que os ovos fiquem aderidos e dispostos um ao lado- do outro, de forma que, fiquem colados por uma de suas extremidades; isto C
Figura 3 . Cartão utilizado para o preparo do Insumo Biológico (Foto:
possível devido a sua forma mais
ou
menos eliptica; posteriormente, deve-se bater com um dos lados do cartão para eliminar o excesso deovos não aderidos, sendo este processo realizado numa mesa especifica para o preparo de cartões (Firgura 4).
Os ovos de S. cerealelki utilizados devem ser de postura de primeiro e segundo dias. Nesta fase do desenvolvimento embrionário os ovos do hospedeiro alternativo apresentam coloração esbranquiçada.
O
parasitisrno deve ser feito em câmara apropriadaou
em recipientes transparentes (Figura 5) em ambiente contendo pouca luz, ou seja, a penumbra, para propiciar maior uniformidade de parasitismo,em toda a área do cartão, devido ao Trichogramma
ser
fototrópico positivo, concentrando-se conseqüentemente nas áreas com maior luminosidade.Segundo
Navarro (1993) as melhores temperaturas para oparasitismo estão entre 27 e 29
"C
; em temperaturas muito baixas, a atividade e deficiente ou quase nula; em temperaturas muito altas, osinsetos morrem rapidamente, sem se obter uma oviposição satisfatória. A introdução do cartão a ser parasitado deve ser feita ao se detectar a emergência dos primeiros adultos, aos oito dias. A confirmação do parasitismo é detectada pela coloração dos ovos, que se tomam pretos devido a deposiçáo de excrementos fecais no interior
do
ovo da traça (Figura 6).O
cartão utilizado para o parasitismo de novos cartões pode serdescartado 3 ou 4 dias após sua introdução na câmara de parasitismo. Ao término deste processo, efetua-se o deslarve, que consiste na eliminação de lagartas de
S.
cerealella que eclodiram dos ovos .não parasitados e deve ser realizado no quinto ou sexto dia. Ao se detectarque as larvas não eclodem mais, os cartties estão prontos para serem foniecidos aos agricultores, podendo ser liberados na área de cultivo ou para o armazenamento a frio.
Figura 4. Deposição de ovos do hospedeiro alternativo
sobre cartão a ser utilizado para o parasitismo
figuras.
Câmara devidro
para oparasitismo
por TridqpmmaFigura 6. Cartão
com
ovos
deS.
ceredella n$o parsitados(a esquerda) e parasitados (i f i t a ) (Foto:
P ~ q u e W ~ r d e p u d r r p r n ~ ~ w * e
prnritirmo&rn-atanpaituneimrtl.Ar,nllbi~1&
dsvanuhrrpuuro830OCe oo7V&-.
De
m r d ooom
o ICA (1990) a k l u ç bN.
29
contida
na
l @ ~ I * - w o d y r c g u h m s n t a i ~ ~ e rv m d r d o 7 H ~ n a ~ I k n t n o s a p í t u i 0 ~ d c r t r
boh@oriorppe#idduas~-Gumisn,querrefiaanrorniCtaQIeanáihdogirmibad6gieb.DsitsmodqamcmWas~
d ~ n a p o d u C l o d e ~ ~ d m m ~ p i i r t e d Q
c o a t r d e d e q u a i i d a d e m a ~ d o r c u t ~ s t l o ~ rse@:
1) quantidade &liade
mi deS.
ar&llb
de
3.000; 2)paeenhul de
~ n i o i n f d n o r a 8 0 3 C . o u r s j r . o a d i p o l ~
quulndr
deve
maia w mhinia2.400
ovm p u u i t d o s ; 3) pacaihul de d o sm@bs
nb
W o r a 85%; 4) ndo #ouli@
ai a i p a i o r a O , S e 5 ) ~ d e d i l t o r a d p i ~ q u e r p n r a i r t a n camamísth Wpiwuiormris
ai150.
iupaiot a2%
O -O
deve
pnsainr a qualidade dos ovosde
S.cerealeI1ã:
paraisto,
os ovos d m n isu
mantidos
an
&çaSrde
baixa tsmperaturaem
refnpmçb, de awrdocom
a nniuddede
um.
para inf-o de
novu
UP's
(ovos do pamhdus) ai pur li- (avos parasitados)Apos se
coletar
osovos M
câmara de coletr, aqudtsdestinados ao
-to devemsa
icoadiaoadosem
raco
depapel,
constando a
datade
cdaa, o d m a o dapostura,
olote
e opeso
em
gtamis. muuidosem
refiigdor
a tanpaatun & 5-8'C. O sacode
papd deve serrevertido
pors m
plictico
ibato. para Êrcilitu aa m ç b e evitar txcssio
de
umidade.Os
cartões dertidos ali-
d m mumbCm
#-0s
aa
refrigmdor
a tanpaiihui de &1VC. O pabda miximode-odeveserde 1 S a 2 0 d i a s , p a r a p ~ a viabilidade e a quddade dos ovos parasitadoa.3. ESTRUTURA
UTILIZADOS
EQUIPAMENTOS
A base física para produção massa1 de Iiichogmnmm deve apresentar a seguinte estrutura:
3.1
-
Salade
Armazenamenta do Substrata de AlimentaçaoO armazenamento do trigo deve ser realizado utilizando-se silos verticais, cujo objetivo principal é evitar problemas de contaminação por anrópodos indesejáveis (Figura 7).
3.2-
Sala de Produção Massal do Hospedeiro AlternativoPreferencialmente, deve-se utilizar mais de uma sala para
produção massa1 (Figura 8) por permitir separar melhor os lotes de
produçáo, diminuindo os riscos de contaminação generalizada em toda a produção. A quantidade de lotes deve ser compativel com o número
de UP's utilizadas.
Para produções em grande escala não é aconselhável utilizar lotes com mais de 100 UP's, devido a dificuldade de se controlar as pragas de grãos, havendo o risco de contaminação de todas as UP's (Navarro, 1 993).
A unidade de produção para criação do hospedeiro alternativo apresenta os seguintes componentes:
Figura
7.
Armazenamento do trigo enisilos
(Foto: Almeida, R.P. de)Figura 8. Sala de produção massal do hospedeiro
a) Cilindro de ferro, com suporte para sustentação das bandejas de recepção de trigo e alças laterais para transporte. Cada cilindro é confeccionado a partir de um tambor com capacidade para 200 litros,
dividido ao meio e retiradas as partes superior e inferior do tambor b) pano preto para vedação da abertura superior da UP
C) bandejas de recepção de trigo com tela metilica
d) funil de plástico transparente - para possibilitar a coleta das mariposas para o recipiente de coleta
e ) recipiente de coleta de mariposas
f) redução 50-40 para conecção de funil - recipiente de coleta de mariposas
h) ligas de borracha
-
para auxiliar na vedação do pano pretocolocado na parte superior, do funil de plástico na parte inferior de cada W e para o ajuste e conexão do funil de plástico com a redução de 50-40.
Para melhor aproveitamento do espaço no laboratório deve-se utilizar suporte das unidades de produção com compartimentos em dois andares.
3.3- Sala de Postura de S. cerealella
A sala de postura (Figura 9 ) é o local onde serão feitas as posturas dos ovos da 2" a 5" coleta do hospedeiro alternativo, após a transferência dos recipientes de coleta da traça das UP's. A primeira coleta de ovos deve ser feita imediatamente após a retirada do recipiente de coleta das UP's. Nesta sala, as condições ambientais são
rigorosamente controladas para as necessidades ótimas de desenvolvimento da traça; devendo-se utilizar o termohigrbgrafo para se registrar as. condições diárias de temperatura e umidade relativa do ar. Para ajustar estas condiçoes, são utilizados o desumidificador e o
k7
L..
ngum9.
sJI
dc
portiordo
hoapsdsiro *v0 J:d I k
(FW:Alma&
RP.
de)
3.4
-Sala
de CdeWPmparo de Cartões Armazenamento de OvosNesta sala, a cdeta dos ovos e
realizada
em
urna
"cãmara
decoleta
de
ovos" (Figwa 10) cujacanctenstica
principale
a segurançado laboratorista durante o processo de
coleta
evitandoao
miximo oseu contato com as escamas provenientes das asas das mariposas, que
pode resultar em problemas alergicos.
A &ara de coleta de
ovos
é equipada com exaustor, cujafinalidade é succionar as escamas e pata das
mariposas
e
quaisquer outrasimpurezas
presentesnos
recipientes
decoleta
da traça. Oexaustor
e
acoplado a uma tubulaçãoadaptada
para direcionar ofluxo de ar para
fm
da Iaboratbno;
materiaiscomo peneira,
funil.
pincel ebacia
plástica sào utilizadosna
coleta dos ovos.A
mesa
utilizadapara
o preparo doscartóes
éprovida
de umatela na
parte superior, sobte suporte defaro.
de um funil com formatode prisma
seccionado
e deum
recipiente decoleta para
os avos que excederem o cart8o preparado. A pesagem dosovos
de
cerea/e//a Crealizada em
balança
digital assim como a avaliação do controle dequalidade é feita através de
micrasaipia
esteriascupico,
oarmázenamento de ovos
parasitados
enão
parasitados
em
refrigerador,
a assepsia e a
limpeza
de todomaterial
utilizadopara
coletaípreparaçiiode cart6es
também a o
feitas nesta sala.3.5- Sala de Parasitismo de Trichognmma
A sala de parasitismo destina-se à multiplicação do
7 i*ichogruminta em grande escala,
para
liberação; as condições naturaisdo ambiente
devem sermantidas
para evitar aperda
da agressividade eeficiência do parasitóide.
SHo
utilizadas para o parasitismo câmaras de vidro.Ir-
Figura 10. Cimara de coleta de ovos do hospedeira altemat ivo S cereulella (Foto: Alrneida.
R.
P.
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